Giuliane de Alencar & Ubiracy de Souza Braga
“Eu teria um
desgosto profundo. Se faltasse o Flamengo no mundo”. Lamartine Babo
Lamartine
de Azeredo Babo nascido no Rio de Janeiro, em 10 de janeiro de 1904 e falecido
nesta cidade em 16 de junho de 1963, foi compositor popular brasileiro. Era um
dos doze filhos de Leopoldo Azeredo Babo e Bernarda Preciosa Gonçalves, sendo
um dos três que chegaram à idade adulta. Era tio de Osvaldo Sargentelli, cujo
pai - Leopoldo - nunca o reconheceu oficialmente. Lamartine Babo nasceu no
bairro da Tijuca no mesmo ano da fundação do seu clube de coração, o
tradicional America Football Club. Tijucano e americano fanático, Lamartine
protagonizou cenas memoráveis como o desfile que fez em carro aberto pelas ruas
do centro do Rio, fantasiado de diabo, comemorando o último campeonato do
América, em 1960. Mesmo tendo sido um leigo em técnica musical, Lamartine criou
melodias resultantes de seu “espírito inventivo e versátil”. Começou a compor com
catorze anos de idade - a valsa “Torturas do Amor” e, aos dezesseis anos,
compõe a opereta “Cibele”. Quando foi para o Colégio São Bento dedicou-se a
músicas religiosas. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de
Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Porém, foi através das marchinhas
carnavalescas, cantadas como “O Teu Cabelo Não Nega”, “Grau 10”, “Linda Morena”,
e “A Marchinha do Grande Galo”, que o seu nome se tornou mundialmente conhecido
como o Rei do Carnaval.
Em
suas letras, predominavam o humor refinado e a irreverência. Lamartine compôs a
toada “Zeca Ivo” em homenagem ao seu amigo e compositor José Ivo da Costa, o Zeca
Ivo. Também compôs em parceria com Zeca Ivo o fado-toada “A vida é um
inferno onde as mulheres são os demônios”. Como poucos, Lamartine alcançou os
dois extremos da alma brasileira: a gozação e o sentimento. Em 1937, na
cidade mineira de Boa Esperança, numa situação inusitada, compôs o famoso
samba-canção Serra da Boa Esperança. Em 1949 compôs os hinos alternativos
(não-oficiais) dos 11 participantes do Campeonato Carioca de Futebol daquele
ano, com patrocínio do programa de rádio Trem da Alegria, que lançou LPs de
cada um dos clubes. Em um só dia Lamartine Babo compôs os famosos hinos dos
considerados seis maiores e mais tradicionais times de futebol do Rio de
Janeiro - sendo o primeiríssimo em seu coração o America Football Club, além de
Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense, Botafogo e Bangu. Em seguida foram
escritos os hinos dos clubes considerados “menores”, apesar de não menos
tradicionais e importantes, sendo eles o São Cristóvão, Madureira, Olaria,
Bonsucesso e Canto do Rio. Esses hinos são, verdadeiramente, hinos populares,
sendo os hinos oficiais da maioria dos clubes músicas diferentes. Segundo o
professor e músico Bruno Castro, os hinos populares do extraordinário compositor carioca Lamartine Babo “não foram
escritos todos de uma vez só, em um único dia".
O conceito de etnia/nação nasce academicamente com a
globalização das ciências humanas em geral, mas, sobretudo a partir das crescentes
critica ao conceito de raça e, em particular, ao conceito de tribo. Contudo, é
ainda considerado no âmbito do debate por muitos como uma noção pouco definida.
O termo etnia surgiu no início do século XIX para designar as características
culturais próprias de um grupo, como a língua e os costumes. Foi criado por Georges
Vacher de Lapouge, antropólogo e teórico da eugenia francês, ateu, anticlerical
e militante socialista, tido como um dos fundadores do Partido Operário Francês,
de Jules Guesde, posteriormente fundido à Seção Francesa da Internacional Operária (SFIO) em 1902. Tomava a raça como
fator dominante na história entendida: a) pelas características
hereditárias; b) baseado em laços culturais compartilhados, de modo
a diferenciar esse aspecto do conceito de raça associado às características
físicas. Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton,
significando o ponto de vista do “bem nascido”. Galton definiu eugenia como “o estudo dos agentes
sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais
das futuras gerações seja física ou mentalmente”.
O tema é bastante
controverso, particularmente após o surgimento e ascensão da eugenia nazista, que veio a
ser parte fundamental da ideologia de
“pureza racial”, a qual culminou no Holocausto. Apesar de ainda haver discussão sobre o uso e abrangência do termo “Holocausto“, o genocídio nazista contra os judeus foi parte de um conjunto mais amplo de atos de opressão e de assassinatos em massa agregados cometidos pelo governo nazista contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na Europa. Entre as principais vítimas não judias do genocídio estão ciganos, poloneses, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, Testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais. Segundo estimativas recentes baseadas em números obtidos desde a queda da União Soviética em 1991, um total de cerca de onze milhões de civis, principalmente eslavos e prisioneiros de guerra foram intencionalmente mortos pelo regime nazista. O termo eugenia é anterior ao
termo genética, pois este último só foi cunhado em 1908, pelo cientista e biólogo William
Bateson (1785-1873). Numa carta dirigida a Adam Sedgewick, datada de 18 de abril de 1908,
Bateson usou pela primeira vez o termo genética para descrever o estudo da
variação e hereditariedade. Desde seu surgimento diversos
estudiosos, mas principalmente os que declaram que existem graves problemas éticos relativos à questão da
eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias e hierarquias, pois ela acaba por
rotular seres humanos como aptos ou não aptos para a reprodução.
A etnia como objeto de estudo da Antropologia se
caracterizou desde cedo como tema principal da Etnologia, ciência que se propõe
a estudar diferentes grupos étnicos, constituindo-se em torno da própria noção
de etnia. Nesse sentido, não importa se o grupo realmente descende de uma mesma
comunidade original: o que importa é que os indivíduos compartilhem essa crença
em uma origem comum. Uma crença confirmada, pelos costumes semelhantes. Assim,
uma etnia se sente parte de uma mesma comunidade que possui religião, língua,
costumes e logo, uma cultura em comum. Não importa somente o fato social e
cultural de as pessoas que compõem uma etnia compartilharem os mesmos costumes,
mas, sobretudo o fato de elas acreditarem fazer parte de um mesmo grupo. Nesse
sentido, a etnia é uma construção artificial do grupo, e sua existência depende
de seus integrantes quererem e acreditar fazer parte dela. O termo etnia não é sinônimo de raça. A palavra raça caiu em desuso pela comunidade científica quando se corresponde ao diferentes grupos humanos. A ideia de etnia é um conceito diferente da noção social de raça que se usava até a metade do século XX, e abrange mais aspectos culturais. A etnia, ou grupo étnico, divide uma uniformidade cultural, igualmente com as mesmas tradições, reconhecimentos, técnicas, habilidades sociais, língua e comportamento. Pesquisadores da etnicidade também consideram as características genéticas como sendo étnicas.
O conceito de etnia, bem como o de tribo, é usado em
substituição ao de nação, para as chamadas sociedades primitivas passando
erroneamente a idéia de nação pertencer
exclusivamente aos Estados contemporâneos. Dessa forma, o conceito de etnia tem
sentido etnocêntrico. Nesta medida, a Antropologia trabalha também com a noção
conceitual de etnicidade, que é um sentimento de pertencimento exclusivamente a
um determinado grupo étnico e social e no caso do futebol um conceito de
identidade. O Flamengo é o clube de futebol mais popular do Brasil, e também do
mundo, com uma estimativa entre 33 e 40 milhões de torcedores espalhados por
todas as cinco regiões geográficas do Brasil. O número expressivo de flamenguistas
credencia o clube, como uma nação, segundo alguns levantamentos, como o clube
de maior torcida de futebol em todo o mundo. Além do prestígio com o futebol, o
Flamengo também se destaca em outras modalidades esportivas coletivas e
individuais, notadamente no remo, no pólo aquático e no basquetebol. Neste
último, é um dos clubes tradicionais do país, tendo o basquetebol
masculino já conquistado 40 títulos cariocas, cinco brasileiros, três
sul-americanos, uma liga das Américas e um Mundial Interclubes em 2014.
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Flamengo campeão Carioca de 1914.
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O Flamengo é um dos maiores clubes de futebol do
Brasil e do mundo. Em sua longa história já enfrentou grandes agremiações de
todos os continentes, tanto por torneios oficiais, quanto por amistosos. De
acordo com estudo realizado pela agência de marketing
esportivo Gerardo Molina-Euroamericas, o Flamengo é a equipe com a maior
torcida do mundo, com 39,1 milhões de torcedores. O Rubro-Negro, porém, fica
atrás do time argentino Boca Juniors quando a comparação é feita em relação à
população total do país. Enquanto o time carioca contaria com 25% dos
torcedores do Brasil, 46,8% dos hermanos
torceriam pelo time de Buenos Aires. Ainda de acordo com o levantamento feito
em países como Brasil, Argentina, México, Espanha, Alemanha, Itália,
Inglaterra, Portugal, França, Holanda e Japão, o Corinthians aparece somente em
quarto lugar na lista, com 28 milhões de torcedores. O Chivas, do México, com
33,8 milhões, é o segundo, seguido do também time mexicano América, que tem
29,4 milhões de adeptos. O Juventus, da Itália, teria uma torcida com 26,3
milhões de pessoas. A pesquisa lembra ainda que proporcionalmente à população
dos países, comparativamente, o time Boca Juniors supera, além do Flamengo, grandes agremiações como
São Paulo, Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, Milan, Inter de Milão,
Manchester da Inglaterra e Ajax da Holanda.
Dentre suas maiores glórias no futebol, destacam-se as
conquistas da Copa Intercontinental e da Copa Libertadores em 1981, além de 5
títulos do Campeonato Brasileiro, a Copa União em torneio realizado pelo Clube
dos 13 e reconhecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em seu guia
oficial como Campeonato Brasileiro, 3 da Copa do Brasil e 33 do Campeonato
Carioca, constituindo-se o maior vencedor da competição. Entre outros feitos
desportivos, o Flamengo foi eleito o 9° maior clube de futebol do Século XX, em
levantamento realizado pela FIFA - Fédération
Internationale de Football Association é um dos cinco clubes do país ao
lado de clubes como o Cruzeiro, Santos, São Paulo e Internacional que jamais
foram rebaixados para a segunda divisão nacional. Ipso facto, detém, junto ao Botafogo de Futebol e Regatas, a maior
sequência invicta do futebol brasileiro com 52 partidas em 1979. Por outro lado, foi o primeiro
clube reconhecido a atingir a marca de mil jogos na 1ª divisão nacional em partida
realizada contra o Santos Futebol Clube no dia 27 de julho de 2009.
Historicamente em fins do século XIX o remo dominava o Rio de
Janeiro. O futebol começava apenas a aparecer em alguns clubes, mas ainda era
olhado com certo temor, pois não estava sendo recebido com entusiasmo pela
sociedade carioca. A criação de um grupo organizado com o objetivo de disputar
competições de remo com clubes de outros bairros surgiu entre jovens do charmoso bairro
do Flamengo, no Café Lamas, no Largo do Machado. Nestor de Barros, José
Agostinho Pereira da Cunha, Felisberto Laport, Augusto Lopes, Mário Spindola e
José Félix da Cunha Meneses compraram um barco, chamaram-no de “Pherusa”. A embarcação precisava ser consertada. Tiveram que leva-la para a antiga praia de Maria Angu, hoje conhecida como praia de Ramos, lá havia um armador local que se dispusera a consertar a baleeira. Batizada de Pherusa, em 6 de outubro ela foi lançada ao mar. Em 6 de outubro de 1895, os antes citados, juntamente com Maurício
Rodrigues Pereira e Joaquim Bahia, saíram da Ponta do Caju, e com o tempo
desfavorável, foram rumo à Praia do Flamengo, mas o vento fez o barco virar.
Bahia nadou até a praia para conseguir ajuda e chegaram algumas horas depois. A
chuva parou rapidamente e outro barco, o “Leal”, resgatou os jovens e o que
tinha restado da Pherusa. Houve reforma da embarcação, mas ela foi roubada e
desapareceu definitivamente.
Um novo barco foi comprado e recebeu o nome de
“Scyra”. Na noite do dia 17 de novembro de 1895, muita gente estava em um dos
corredores da casa número 22 da Praia do Flamengo, onde Nestor de Barros morava
num dos quartos. Lá, há muito tempo, já haviam abrigado “Pherusa”, e agora
guardavam “Scyra”. A reunião teve por objetivo a fundação do Grupo de Regatas
do Flamengo. Naquela mesma noite foi eleita a primeira diretoria: Domingos
Marques de Azevedo; presidente; Francisco Lucci Colas; vice-presidente; Nestor
de Barros; secretário; Felisberto Cardoso Laport; tesoureiro. Além dos eleitos,
foram destacados como sócio fundador José Agostinho Pereira da Cunha, Napoleão
Coelho de Oliveira, Mário Espínola, José Maria Leitão da Cunha, Carlos
Sardinha, Maurício Rodrigues Pereira, Desidério Guimarães, Eduardo Sardinha,
Emido José Barbosa, José Félix Cunha Meneses, George Leuzinger, Augusto Lopes
da Silveira, João de Almeida Lustosa e José Augusto Chairéo, sendo que os três
últimos faltaram à reunião, mas foram considerados sócios fundadores. A data
da fundação do clube foi acordada como 15 de novembro, feriado
nacional do golpe de implantação da República militar de 1889, mas também é o 319º dia do ano no calendário gregoriano e paralelamente de representação social dos 320º aniversários em anos bissextos.
As cores iniciais foram o azul e ouro em listras
horizontais bem largas, entretanto, em
1898, por proposta de Nestor de Barros, houve mudança para as atuais: vermelho
e preto. Novos barcos foram sendo comprados e o Mengo começou a destacar-se nas
competições. Na I Regata do Campeonato
Náutico do Brasil, no dia 5 de junho de 1898, conquistou a sua primeira
vitória, com “Irerê”, uma baleeira a dois remos. Anteriormente o Flamengo só
havia obtido colocações secundárias e muitos segundos lugares, o que lhe valeu,
inclusive, o apelido de “Clube de Bronze”. Em 1902, diante de seu crescimento,
houve a transformação para Clube de Regatas do Flamengo. A partir de 1902, o
remo passou a dividir com o futebol a preferência popular. Assim, a diversidade
dos associados do Flamengo, os fez tornaram-se sócios também do Fluminense para
acompanhar o futebol. E os do clube das Laranjeiras vieram para o rubro-negro a
fim de acompanhar as regatas. Alberto Borgerth pela manhã remava pelo Clube de Regatas Flamengo
e à tarde jogava pelo Fluminense Football Club no âmbito da diversidade que coroa ambas as agremiações cariocas.
Entretanto, em 1911 houve a cisão no “Flu” e muitos
jogadores do tricolor vieram para o Rubro-negro, resolvendo em assembleia do
dia 8 de novembro de 1911 fundarem um Departamento de Esportes Terrestres, com
Alberto Borgerth na direção. A briga entre Oswaldo Gomes e muitos dos jogadores
do primeiro quadro do Fluminense foi a razão da discórdia. Originalmente
pensou-se em uma simples adesão ao Botafogo, mas como o alvinegro, na época,
era o grande rival do tricolor Carioca, a ideia foi logo descartada. Em seguida
consideraram a ideia de reforçar o já estabelecido Paysandu, mas também foi
vetado, uma vez que o clube era composto exclusivamente de ingleses.
Finalmente, surgiu a ideia de Borgerth, de se criar uma seção de futebol no
Flamengo. A proposta foi aprovada e consagrada na assembleia do clube,
realizada no dia 8. Na Praia do Russel foram feitos os primeiros treinos e
no dia 3 de maio de 1912, já devidamente filiados à Liga Metropolitana de
Desportos Terrestres, a esquadra realizou sua primeira partida. Foi no campo do
América que os rubro-negros venceram o time Mangueira por 16 a 2, sendo juiz Belfort Duarte.
O quadro do rubro-negro formou-se com
Baena; Píndaro e Nery; Coriol, Gilberto e Galo; Baiano, Arnaldo, Amarante,
Gustavo e Borgerth. Já em 1912, o Mengão conquistou seu primeiro título no
futebol, o Campeonato Carioca de Futebol do 2º Quadro. O primeiro uniforme foi
chamado de “papagaio de vintém”, mas em 1914 o clube adotou a camisa “cobra coral”
que só durou até 1916 e venceu seu primeiro Campeonato Carioca e o segundo no
ano seguinte. Em 1921, o “Fla” conquistou o seu segundo bicampeonato carioca, e
em 1925, conquistou seis títulos no futebol profissional: Campeonato Carioca,
Campeonato Carioca de 2º Quadro, Troféu Torre Sport Club-Pe, Troféu Agência
Hudson-PE, Troféu Jornal do Comércio de Pernambuco-PE e Troféu Sérgio de Loreto-Pe,
um recorde até então. Em 1927, foi eleito o “clube mais querido do Brasil”,
levando a Taça Salutaris, vencendo o Vasco da Gama em um concurso do Jornal do
Brasil. No ano de 1930, porém, o Flamengo teve seu pior aproveitamento em um
ano no futebol. Em 1933 a equipe fez sua primeira
excursão internacionalizando o futebol para fora do Brasil e no dia 14 de
maio do mesmo ano fez seu último jogo como amador, vencendo o River Plate por
16 a 2 gols. Os torcedores do Flamengo estão contando os dias para testemunhar um dos jogos mais importantes da história do social clube. Após 38 anos, o Rubro-Negro volta à final da Libertadores da América para encarar o River Plate no sábado (23/11/2019), às 17h (de Brasília), no estádio Monumental, em Lima, no Peru.
A Copa Libertadores da América, é a principal competição de futebol entre clubes profissionais da América do Sul, organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) desde 1960. É a competição de clubes mais importante do continente, sendo um dos torneios mais prestigiados do mundo, juntamente com a Liga dos Campeões da UEFA. O nome do torneio é uma homenagem aos principais líderes da Independência das nações da América do Sul: José Artigas, Simón Bolívar, José de San Martín etc. Quatro clubes por país competem na Liberadores da América, enquanto que a Argentina e o Brasil têm seis e sete clubes representantes. Tradicionalmente, uma fase de grupos quase sempre foi usada, mas o número de times por chave variou por diversas vezes. O torneio consiste em três etapas, com a primeira fase sendo iniciada geralmente no fim de janeiro. As seis equipes da primeira fase juntam-se aos outros 26 times previamente classificados na segunda, na qual existem oito grupos compostos por quatro equipes cada. Os dois melhores times de cada grupo vão pra fase final eliminatória, sempre em jogos de ida-e-volta até as semifinais; a final, que é disputada em jogo único num local previamente escolhido, é disputada preferencialmente em novembro. O vencedor da Libertadores se classifica para a disputa da Copa do Mundo de Clubes da FIFA e na Recopa Sul-Americana do ano seguinte.
Do ponto de vista da internacionalização do futebol contemporâneo
o Clube de Regatas do Flamengo é 9º Maior Clube do Século XX da FIFA. Líder
nacional do Ranking Folha desde 2017.
Obteve o maior número de conquistas do Campeonato Brasileiro na década de 1980.
Um dos cinco únicos clubes do mundo que já venceram a Seleção Brasileira de Futebol. Um dos três clubes do país que
jamais foram rebaixados para a segunda divisão do campeonato nacional. Único
clube do país a ter disputado todas as edições do Campeonato Brasileiro desde
1971. Sexto clube brasileiro no que diz respeito ao somatório de títulos
reconhecidos de abrangência nacional e internacional (sem considerar títulos
estaduais ou regionais). Clube do Estado do Rio de Janeiro com o maior número
de títulos oficiais no futebol, considerando títulos de todas as abrangências: internacional,
nacional e regional/estadual. Sexta posição no ranking de títulos internacionais de clubes brasileiros. Segundo
lugar no ranking de títulos
nacionais. Maior sequência invicta do futebol brasileiro com 52 partidas
(empatado com o Botafogo). Considerando década começando no ano 0 e terminando
em ano 9 (como em 1980 a 1989), o Flamengo é um dos 3 únicos clubes a serem
campeões em quatro décadas diferentes do Brasileirão, ocorrendo que o Flamengo
foi campeão nos anos 1980, 1990, 2000 e 2010. Considerando década começando no
ano 1 e terminando em ano 0, como por exemplo em 1971 a 1980, o Flamengo é,
juntamente ao Palmeiras, um dos 2 únicos clubes a serem campeões em cinco
décadas diferentes do Brasileirão. Além disso, o Flamengo foi campeão nas
décadas de 1970, 1980, 1990, 2000 e 2010, mas exclusivamente o Flamengo em 5
décadas consecutivas.
Marilene Dabus nascida em 1939
no Rio de Janeiro e morta em 17 de janeiro de 2020 foi jornalista brasileira e
a primeira mulher a cobrir com
informações o futebol no Brasil. Ela surgiu no jornalismo em 1969, participando
de um programa de perguntas e respostas sobre o Flamengo, na TV Tupi, e, graças
ao sucesso, passou a ser a setorista do clube no jornal Ultima Hora. O fato de entrevistar jogadores ainda no gramado
escandalizou o Rio de Janeiro no início de sua carreira, no final dos anos
1960. Diz-se que entrevistava os jogadores ainda nos vestiários depois dos
jogos, em momentos de descontração, o que lhe garantia informações exclusivas.
Ela também chegou a cobrir a Seleção Brasileira nos preparativos para a Copa do Mundo de 1970. Nos anos 1970,
assumiu a vice-presidência de Comunicações do Flamengo e, com estratégias
elaboradas, ajudou no crescimento da torcida durante a década seguinte. Foi ela
quem sugeriu o apelido Ninho do Urubu
para o Centro de Treinamento George Helal. Em 2009, o Flamengo batizou sua nova
Sala de Imprensa como Sala Jornalista
Marilene Dabus, então Assessora de Imprensa do clube. – “É mais do que
justo dar o nome da Marilene para esta sala. Trata-se da primeira mulher a
trabalhar com jornalismo esportivo no Brasil”, declarou o presidente do
Flamengo, Márcio Braga.
O
Flamengo é o clube de futebol mais popular do Brasil, com uma torcida estimada
em 40,4 milhões de torcedores espalhados por todas as regiões do Brasil.
Segundo levantamento conduzido pela agência de marketing desportivo Gerardo
Molina-Euroamerica, o Flamengo é, em números absolutos, o clube de futebol com
o maior número de seguidores em todo o mundo. Além do prestígio com o futebol,
o Flamengo também se destaca em outras modalidades esportivas coletivas e
individuais, notadamente no remo, no polo aquático e no basquetebol. Neste
último, é um dos clubes mais tradicionais do país, tendo a sua equipe de
basquetebol masculino conquistado quarenta e sete títulos estaduais, oito
títulos Brasileiros de Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões, Liga
Sul-Americana, Liga das Américas, Champions League Américas e
duas Copas Intercontinentais FIBA. Tombada
pela prefeitura em 17 de outubro de 2007, a torcida do Flamengo é a maior do
Brasil e do Mundo, espalhada em todas as regiões, com maior concentração nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.]
Um
torcedor no futebol é uma pessoa que aprecia e torce para um determinado clube
ou seleção nacional de futebol, podendo ser um torcedor normal ou organizado.
No futebol, os fãs do esporte são mais numerosos devido à popularidade e
condições: estádios ao ar livre com capacidade para dezenas de milhares de
pessoas e uma grande liberdade de expressão, ao contrário de esportes como
tênis, em que a concentração de jogadores requer que o público seja, ao
contrário, silencioso. Existem vários níveis de envolvimento. Torcedores
casuais são os que vão ocasionalmente para estádios ou locais de reunião de
torcidas de forma independente. Alguns vão assistir aos jogos em bares ou pubs
que transmitem os jogos através de televisão. Outros torcedores, chegam a serem
sócio torcedor do seu time favorito, onde pagam uma anualidade, ou mensalidade
para terem descontos e acessos aos jogos do time como equipe mandante. Essa
proporção depende de fatores, incluindo as conquistas do clube e o grau local
do entusiasmo pelo futebol. Existem
os torcedores mais aficionados que são organizados em grupos apoiadores
oficiais ou não-oficiais. Estas associações de adeptos são criadas para
organizar o incentivo, contudo, também podem provocar atos de vandalismo e
brigas. Estes últimos por vezes possuem mais energia: Alguns clubes têm vários
grupos de torcedores, por vezes, mais de dez. Entre esses grupos de adeptos,
alguns torcedores usam desse fato para praticarem crimes, e residem
principalmente no uso da violência, característica deste último. Dependendo do
local, alguns itens são proibidos de se levar para um estádio, em São Paulo,
Brasil, é proibido entrar com bandeiras com cabo, latas de refrigerante ou
cerveja, qualquer tipo de bebida alcoólica, fogos de artifício. Outros aparatos
como cornetão, megafones e instrumentos musicais como tamborim e tambores são
permitidos. Muito torcedores usam lança chamas, sinalizadores e sinalizadores
de fumaça, embora o uso destes é controversa ou não em alguns países dentro de
estádios. Pesquisas
através dos diversas meios consideram que o clube tenha entre 33 e 40 milhões
de torcedores somente no Brasil.
A pesquisa mais recente sobre torcidas no
país, realizada pelo Ibope em parceria com o jornal Lance, no ano de 2014,
aponta o clube com 16,2% das escolhas, seguido pelo Corinthians com 13,6%, São
Paulo com 6,8%, Palmeiras com 5,3% e Vasco com 3,6%. Segundo a pesquisa, 80% da
torcida do Flamengo - cerca de 25 milhões de torcedores - não é oriunda do Rio
de Janeiro, estado de origem do clube e no qual se localiza sua sede social e o
estádio que recebe seus jogos de futebol. No Rio de Janeiro, a torcida responde
por 48,2% da população, o que, em números absolutos, corresponde a cerca de 7,9
milhões de torcedores. Um estudo feito em 2012 pela agência argentina de
marketing esportivo Gerardo Molina-Euromericas, apontou o Flamengo como a
equipe com a maior torcida do mundo. Segundo pesquisas do instituto Datafolha o
Flamengo é o time com mais torcedores nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e
Norte, é o segundo time com mais torcedores na região Sudeste atrás somente do
Corinthians e o quarto no Sul do Brasil. Embora não seja o clube com mais
torcedores nas regiões Sudeste e Sul, o Flamengo figura como o clube mais
popular nos estados de Santa Catarina e Espírito Santo, e se destaca no estado
de Minas Gerais, como o terceiro time com mais seguidores. O fato de o clube
ter uma torcida imensa em regiões fora do Sudeste, faz com que torcedores
rivais (especialmente os do Corinthians) afirmem que o número de torcedores do
Flamengo na verdade está inflacionado por conter muitos “simpatizantes” ou “torcedores
mistos” que dizem torcer para o Flamengo, mas que na verdade torcem por outros
clubes e tem o Flamengo apenas como segunda opção.
A
torcida rubro-negra tem a melhor média geral de público em jogos do Campeonato
Brasileiro, terminando por 11 vezes na frente. Detém o recorde de participações
nos maiores públicos da história do futebol brasileiro. Dos 244 maiores
públicos já registrados, a torcida teve participação direta em 103, à frente do
Vasco, segundo no ranking, com 58 participações. No campeonato brasileiro de
futebol, dos 10 maiores públicos a torcida registra participação em 6 jogos,
sendo detentora do recorde de público do torneio em partida realizada contra o
Santos em 29 de maio de 1983 no estádio Maracanã com presença de 155 523 mil
pessoas. Em 10 de outubro de 2007 a “Camisa 12” do Flamengo foi aposentada em
homenagem a esta torcida. A ideia partiu de Reginaldo Beltrão, um conselheiro
do clube à época, e foi aceita pelo então presidente Márcio Braga. A carta
enviada pelo conselheiro sugeria a aposentadoria do número, para homenagear o
que chamou de maior jogador da história do Flamengo. Em 1979 foi fundada a
torcida Fla-Gay, a primeira torcida de gênero do Brasil. A torcida do
Flamengo é referida carinhosamente por seus seguidores e pela mídia em geral
como Nação Rubro-Negra, originando-se esse termo das proporções de tamanho,
diversidade e difusão dos torcedores em todas as regiões do Brasil.
Bibliografia geral consultada.
MORIN, Edgar, Cultura de Massas no Século XX. Rio de
Janeiro: Editora Forense Universitária, 1981; AUGÉ, Marc, “Football: de
l`Histoire Sociale à l`Anthropologie Religieuse”. In: Le Débat, n°19, 1982; ARRIGHI, Giovanni, O Longo Século XIX – Dinheiro, Poder e as Origens de nosso Tempo.
Rio de Janeiro: Editor Contraponto; São Paulo: Editora da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, 1994; CASTRO, Ruy, O Vermelho e o Negro: Pequena Grande História do Flamengo. São
Paulo: Editora DBA, 2001; TAGUIEFF, Pierre-André, La Couleur et le Sang. Paris: Éditions Mille et Une Nuits, 2002; HOLLANDA,
Bernardo Borges Buarque de, O Clube como
Vontade e Representação: O Jornalismo Esportivo e a Formação das Torcidas
Organizadas de Futebol no Rio de Janeiro (1967-1988). Tese de Doutorado.
Departamento de História. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro, 2008; GIULIANOTTI, Richard, Sociologia do Futebol: Dimensões Históricas e Socioculturais do Esporte dsa Multidões. São Paulo: Editora Noiva Alexandria, 2012; COUTINHO, Renato Soares, Um Flamengo Grande, um Brasil Maior: O Clube
de Regatas do Flamengo e o Imaginário Político Nacionalista Popular
(1933-1955). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História.
Niterói (RJ): Universidade Federal Fluminense, 2013; COUTINHO, Renato Soares, Um Flamengo Grande, Um Brasil Maior: O Clube de Regatas Flamengo e Imaginário Político Nacionalista Popular (1933-1955). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2013; Artigo: “Flamenguista de
Floripa vira Símbolo de Campanha do Time na Libertadores”. In: http://www.lancenet.com.br/01/04/2014; PADEIRO, Carlos Henrique de Souza, O Predomínio do Entretenimento no Jornalismo Esportivo Brasileiro. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015; BARROS, Denis Thiago Santos de, Arquibancada Invisível: Sociabilidade, Classe e Gênero entre Torcedores de Futebol na Internet. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015; entre outros.
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