sexta-feira, 7 de julho de 2023

Embu das Artes – Jesuítas, Estância Turística & Merceologia.

  “O precário é condição predominante na criação”. Néstor García Canclini  

O Brasil colonial, no processo civilizatório global, existiu entre o século XVI e o início do XIX, quando o atual território brasileiro abrigava colônias do Reino de Portugal, fazendo parte de um conceito histórico e social mais amplo: América Portuguesa. O processo de colonização durou da primeira metade do século XVI até a primeira metade do século XIX. Antes de 1500, com a invasão dos colonialistas europeus hic et nunc, o território chamado pau-brasil era habitado por grande diversidade de povos indígenas. Segundo F. A. de Varnhagen (1816-1878) o nome Terra do Brasil, ou somente Brasil, foi dado pelos portugueses à parte mais oriental do novo continente, em virtude de haverem aí encontrado, em abundância, certo lenho, que proveu ao comércio uma tinta vermelha análoga a que até então, como esse nome, a Europa importava entre os povos da Ásia. O novo pau-brasil, que neste novo cenário de país era reconhecido com o nome de ibirapitanga, ou pau-vermelho, acha-se classificado pelos botânicos no gênero Caesalpinia, espécies deste gênero são plantas lenhosas que ocorrem em zonas tropicais e subtropicais. O nome do gênero é uma homenagem ao botânico do século XVI Andrea Cesalpino (1519-1603).

Mais tarde a denominação Brasil, veio fazer-se extensiva ao conjunto de todas as colônias portuguesas neste continente, as quais, emancipando-se, vieram a constituir o império luso-brasílico, um dos Estados de maior extensão no globo terrestre, de cuja superfície terrestre abrange aproximadamente a décima quinta parte. Em contraste com as fragmentadas possessões espanholas vizinhas, as possessões portuguesas, construídas sob a força bruta da política na América do Sul, mantiveram a sua aparente unidade e integridade territorial e linguística mesmo após a Independência, dando origem ao maior país da região. A grandeza do atual território brasileiro, construída desde o período violento da colonização portuguesa e de guerras extraterritoriais, foi resultado da interiorização da metrópole portuguesa no território sul-americano, especialmente após o descobrimento de ouro nas minas gerais. Neste sentido histórico-sociológico, o Brasil constituiu-se como uma “colônia de exploração” (cf. Almeida, 2015), cujo dinamismo consistia na exploração de produtos tropicais ou de ouro para a metrópole. Em consequência do processo civilizatório o núcleo da vida colonial estava nas plantações, na grande propriedade latifundiária e, per se enquanto durou o chamado “ciclo do ouro”, que teve início no final do sécujlo XVII, também na exploração aurífera, e no processo de ocupação da terra e de exploração de seus recursos naturais e humanos, sob a égide do capitalismo comercial.

        Em 1702, a metrópole oficializou a criação da Intendência das Minas, órgão que deveria administrar as regiões auríferas respondendo pelo policiamento, a cobrança de impostos e julgamento dos crimes ocorridos nessas localidades. Não obstante, algumas vilas tinham de preencher, forçosamente, certas funções administrativas, que se encontrava na ordem social inerente à sociedade global: uma sociedade que se organizava estamentalmente, no plano político dos chamados homens livres, e em casas, nas relações deles com os escravos. Essa ordem social coordenava e regulava, sob as mesmas normas, valores e formas de dominação, o funcionamento, o crescimento quantitativo e desenvolvimento de todos os “aglomerados rurais”, na falta de melhor expressão, ou de formação urbana. A vila aumentava de população e eventualmente podia acumular várias funções de natureza urbana. Todavia, se processava dentro de uma economia agrarista e uma  estrutura social que excluía a possibilidade da formação das cidades e funções urbanas. Por esses motivos econômicos e políticos, as vilas que se converteram em cidades, surgem dotadas de funções urbanas pouco diferenciadas, com reduzido impulso interno para desencadear o desenvolvimento social da urbanização como um processo histórico, político e social relativamente autônomo.   

           

            É preciso que se entenda que esse “padrão urbano” não representa algo em torno de uma “civilização agrária” e, muito menos, um efeito de poder dito de aculturação à colonização exploradora sob o signo de capitalismo comercial, em um contexto histórico que aumentava e, sob certos aspectos, até congestionava as funções urbanas das vilas que fossem, ecológica, econômica e socialmente pontos de lança da colonização exploradora. De outra parte, as tradições agrárias portuguesas só valiam, de fato, como princípio ordenador de uma dominação patrimonialista, por meio da qual o processo de ruralização social servia de fundamento material para a concentração da renda e de poder nas mãos das elites agrárias, seja para a urbanização parcial de seus próprios estilos de vida. No contexto histórico-social da Colônia, ambos os efeitos de poder das tradições agrárias portuguesas se agravaram e se intensificaram porque não existia aqui e nem podia existir sob o regime colonial imposto pela Coroa, nenhuma cidade que interpusesse, entre os senhores, os escravos e os homens brancos livres dependentes, uma classe insatisfeita e com condições de crescente autoafirmação social. Embora a vila e a cidade exprimissem os padrões de cultura comparada de uma “civilização agrária”, as fontes históricas e sociais de seus limitados dinamismos urbanos se achavam na própria organização estamental e escravista da sociedade colonial.

      Este aspecto estrutural civilizatório que apareceu sob o signo da “colonização espoliativa” e se manteve historicamente, porque as chamadas “estruturas coloniais” não despareceram juntamente com o regime colonial, da cidade tradicional. Não pretendíamos, com essa particularização conceitual, afirma Fernandes (1975: 139), caracterizar esse tipo de cidade em termos de um suposto tradicionalismo. Existia e dava um colorido especial aos estilos de vida de todas as camadas sociais. Entretanto, o mundo colonial brasileiro, reconhecia vários tradicionalismos. Havia um denominador comum, fornecido pela configuração de cultura dominante aglutinativa, que era de fato cultura transplantada de Portugal. Além disso, os vários aspectos de tradicionalismos ligavam-se estruturalmente em um ponto, a saber, que eram as formas de dominação patrimonialista e estamental, que definiam tradicional ou legalmente, as probabilidades de mando e os deveres de obediência. Mas, o tradicionalismo assim compreendido era algo universal e não separava, senão imperceptivelmente, pela via do trabalho, campo da cidade, o rural do urbano. O que havia de específico, não era o fato político de representação social do tradicionalismo acentuado, que nela tinha vigência. Mas, o apinhamento de funções urbanas, que se originavam da concentração ecológica, econômica e burocrática de certas atividades centrais nesse tipo de cidade.

        Historicamente a região do município de Embu das Artes era habitada por povos indígenas das etnias tupiniquins e guaranis e o surgimento da cidade está intimamente ligado à catequese indígena. Na segunda metade do século XVII, sítios começaram a se formar na região do município, com plantações de mandioca, legumes e algodão. Em 1607, Fernão Dias Paes, tio do bandeirante Fernão Dias, o “caçador de esmeraldas”, Pero Dias e Braz Esteves adquirem terras na região do município. Em 24 de janeiro de 1624, Fernão e sua esposa, Catarina Camacho, doam terras para os padres jesuítas. Em 1690, o jesuíta Belchior de Pontes transfere a missão jesuítica de Bohi ou M´Boy, criado em 1554, para o local que é a sede do município e inicia a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a velha matriz. Entre 1730 e 1734, os jesuítas constroem a sua residência anexa à igreja, formando um conjunto arquitetônico contínuo de linhas retas e sóbrias. Em 1760, por ordem da Coroa Portuguesa, os jesuítas são expulsos do Brasil. Suas terras, no entanto, eram impróprias para a cafeicultura, principal atividade econômica da época. Assim, Embu entrou em um período de retração que durou até meados do século XX, quando a capela e convento foram tombados pelo Estado que iniciou as restaurações. O Padre Belchior faleceu em 1719 e seu substituto, Domingos Machado, ordena a construção da residência dos religiosos, concluída em 1740. Em 1759, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal e Conde de Oeiras (1699-1782), do Reino de Portugal, ordenou a expulsão dos jesuítas da América Portuguesa. Em 1880, foi criado, dentro da Vila de Itapecerica, o distrito de M`Boy.  

Com o efeito de poder culminando na expulsão, o aldeamento de M`Boy entra em declínio e os indígenas que ali habitavam acabaram deixando-o ou se mestiçando com os não-indígenas que viviam no povoado. No final do século XIX, a Diocese de São Paulo contrata o engenheiro Henrique Bocolini, responsável pelas primeiras obras de restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Nesta época e no início do século XX, a cafeicultura, principal fonte econômica do Brasil e praticada em todo o Estado de São Paulo, não pôde ser praticada em M`Boy, pois suas terras eram impróprias. O povoamento, antigo aldeamento, tinha uma economia agrícola, com lavradores e fabricantes de cachaça, e os produtos eram vendidos em São Paulo, sobretudo na região de Pinheiros. O desenvolvimento era considerado lento pelas dificuldades de comunicação social e transportes. Nas décadas de 1920 e 1930, as olarias de M`Boy contribuíram muito para a produção de tijolos para o crescente distrito e também para a cidade de São Paulo, em pleno crescimento. Nesta época, chegam no distrito os primeiros imigrantes japoneses, hoje numerosa em Embu. Em 1938, o distrito de M`Boi teve sua denominação alterada para “Embu”, uma corruptela do antigo nome do distrito. Anos mais tarde, surge o movimento emancipacionista. Entre o final do século XIX e a década de 1940, os carros de bois eram o principal meio de comunicação.  A partir da comunidade liderada por Annis Neme Bassith, iniciou o processo emancipatório, criando a cidade de Embu em 1959. Em 18 de fevereiro de 1959, a Lei Estadual n° 5285 eleva o distrito de Embu à categoria de município, desmembrado de Itapecerica da Serra. 

Era 1554 quando um grupo de jesuítas fundou o aldeamento de Bohi, depois M`Boy mirim, situada a meio caminho entre o mar e o sertão paulista. A missão tinha o objetivo de catequizar os índios locais, com a ideia de, mais tarde, aproveitá-los como força de trabalho. Em 1607 as terras da aldeia passam para as mãos de Fernão Dias, tio do bandeirante Fernão Dias, o Caçador de Esmeraldas. Em 1562, por força de um levante armado que culminou em um ataque dos índios da Confederação dos Tamoios à vila de São Paulo de Piratininga, atual cidade de São Paulo e a outros núcleos de povoamento e colonização portuguesa, a Companhia de Jesus instalou, entre agosto e setembro de 1562, postos de defesa e colonização avançados. Itapecerica da Serra tem origem em uma aldeia de índios pacificados pelos Jesuítas provavelmente a 3 de setembro de 1562, sob a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres, com o propósito de ser um posto avançado de colonização, catequização e de defesa contra ataques indígenas. No século XVII, o núcleo indígena foi ampliado com os indígenas trazidos da aldeia de Carapicuíba pelo sertanista Afonso Sardinha, reconhecido por Velho. Em 1589 ele e seu filho, Afonso Sardinha, o Moço, descobriram, em suas excursões, minério de ferro no Morro de Araçoiaba, próximo à cidade de Iperó, estado de São Paulo. O Velho, morreu depois do filho, em 1616. Em 1624 as terras são doadas à Companhia de Jesus.

 Inicia-se então a construção da Igreja do Rosário, área para a qual foi transportada a antiga aldeia de M`Boy. Em 1689, a capela de Itapecerica contava com mais de novecentas almas sob a posse do padre Diogo Machado, da Companhia de Jesus. No século XVIII, entre 1730 e 1734, os jesuítas constroem seus alojamentos em área anexa à igreja, com ela formando um só conjunto arquitetônico. Na época, foram reunidos ali vários padres-artistas, que trabalharam na decoração da igreja. As verbas necessárias às caras douraduras dos entalhes das paredes de madeira e das imagens foram possibilitadas pela venda do algodão, que cultivavam em grande escala. Fazia parte do território do antigo município de Santo Amaro, instalado em 7 de abril de 1833 quando foi separado de São Paulo. Em 1841, Itapecerica tornou-se freguesia, tendo a patrona, N. S dos Prazeres e vigário o padre Bento Pedroso de Camargo, nomeado por dom Manuel Joaquim Gonçalves de Andrade. Nossa Senhora dos Prazeres é um dos títulos pelo qual a Igreja Católica venera a Virgem Maria, a Santíssima Mãe de Deus. A devoção teve origem em Portugal, no final do século XVI, e sua festa é celebrada na segunda-feira após o segundo domingo do Tempo Pascal.

Em 8 de maio de 1877 foi elevada à categoria social de vila com a denominação de Itapecerica, quando se emancipou do antigo município de Santo Amaro, que em 1935 foi reintegrado e se tornou distrito paulistano. Em 19 de dezembro de 1906, através da Lei Estadual nº 1.038 Itapecerica foi elevada à categoria de Cidade. Em 1930, com a construção da Estrada de Ferro Mairinque-Santos (Sorocabana), que passa pela cidade atravessando o bairro da Aldeinha, houve uma certa expansão da economia da cidade. Em 30 de Novembro de 1944, Itapecerica passou denominar-se Itapecerica “da Serra” para diferenciar-se de sua homônima nas Minas Gerais e por estar na zona fisiográfica de Paranapiacaba. Em 1959, foi criada a Comarca de Itapecerica da Serra, composta pelos atuais municípios de Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra e Taboão da Serra que na época eram Distritos da Cidade de Itapecerica da Serra. Em 1960 com a conclusão da Rodovia Régis Bittencourt BR-116, que passa pela região em direção ao Sul, o acesso foi melhorado, tendo a inauguração da rodovia contado com a presença do presidente da República Juscelino Kubitschek, reconhecido pelas iniciais JK, médico, oficial da Polícia Militar e político brasileiro. 

Foi o 21º presidente do Brasil, entre 1956 e 1961. Juscelino Kubitschek concluiu o curso de humanidades do Seminário de Diamantina e em 1920 mudou-se para Belo Horizonte. Em 1927, formou-se em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e em 1930 especializou-se em urologia em Paris. Em dezembro de 1931, casou-se com Sarah Lemos, com quem teve a filha Márcia, em 1943. O casal também adotou Maria Estela em 1947. Em 1931, ingressou na Polícia Militar como médico. Neste período, trabalhou na Revolução Constitucionalista e tornou-se amigo do político Benedito Valadares (1892-1973) que, ao ser nomeado interventor federal em 1933, nomeou Juscelino Kubitschek como seu chefe de gabinete. Em 1934, foi eleito deputado federal, mas teve seu mandato cassado quando do golpe do Estado Novo. Com a perda do mandato, retornou à medicina. Em 1940, foi nomeado prefeito de Belo Horizonte por Valadares, permanecendo neste cargo até outubro de 1945. No final do mesmo ano foi eleito deputado constituinte pelo Partido Social Democrático. Em 1950, venceu Bias Fortes nas prévias do PSD para a escolha do candidato do partido ao Governo de Minas nas eleições daquele ano. Na eleição geral, derrotou seu concunhado Gabriel Passos e foi empossado em 31 de janeiro de 1951. Nele criou a Companhia Energética de Minas Gerais, e também priorizou as estradas e a industrialização. 

Nas décadas seguintes, a rodovia possibilitou a chegada de industrias, melhorando consideravelmente a economia do município. Contudo, na década de 1950, o município itapecericano detinha um sério problema de repasse de verbas, não sendo exclusivamente devido sua grande extensão territorial, sendo incapaz de manter o desenvolvimento industrial nessa área. Em decorrência desta dificuldade, movimentos emancipacionistas ganharam força na região. O município começa a ganhar destaque na década de 1960, quando vários artistas, entre pintores, escultores, músicos e cantores, acabam encontrado no município de Embu o local perfeito para criar, desenvolver e praticar sua arte. Dentre os principais artistas de Embu das Artes estão: Cássio M`Boy, professor de vários artistas era reconhecido de membros da Semana de Arte Moderna de 1922; Tadakiyo Sakai (1914-1981), escultor nipo-brasileiro e ceramista e discípulo de Cássio; Solano Trindade, fez produção artística da cultura afro-brasileira e introduziu a tradição dos orixás; Assis do Embu e Ana Moysés. A arte embuense ganha destaque principalmente no ano de 1964, com a abertura do Primeiro Salão das Artes. Sakai desde pequeno, demonstrou o gosto pela pintura, desenho e escultura. Sua démarche começa em 1928 no Brasil aos 14 anos.

Morou anteriormente em Pinheiros, Taboão da Serra, fixando-se em Embu das Artes. Reconhecido internacionalmente como escultor em terracota, iniciou-se nas artes em 1951, sob orientação de Cássio M`Boy e dos escultores Bruno Giorgi e Victor Brecheret. Atualmente, na região central de Embu das Artes, há o Memorial Sakai, que tem como objetivo valorizar e recuperar a memória e o trabalho do artista. Além de museu, o Memorial Sakai é uma escola gratuita com formação da arte em cerâmica. No município, também há a Escola Estadual Tadakiyo Sakai, situada no bairro Vila Olinda. No final dos anos 1960, outros artistas e membros hippies se fixam em Embu. Seus trabalhos eram expostos nos finais de semana, originando a Feira de Artes de Embu das Artes, que ocorre todos os fins de semana desde 1969 e é um motor turístico da cidade. Embu das Artes é um município metropolitana, na microrregião de Itapecerica da Serra, no estado de São Paulo. Localiza-se na Zona Sudoeste da Grande São Paulo, em conformidade com a lei estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011 e, consequentemente, com o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo. Sua população estimada em 2020 foi de 276,535 habitantes. A sua área é de 70,398 km², o que resulta em uma densidade demográfica de 3 888,3 hab./km². 

Havia o São Paulo Feminino equipe de futebol feminino do São Paulo Futebol Clube, multiesportivo localizado na cidade de São Paulo. O São Paulo é considerado um dos pioneiros do futebol feminino do país de acordo com comentaristas e historiadores, como Thomaz Mazzoni e José Witter. Apesar disso, não há muitos registros anteriores da década de 1990. Criada em 1997, a equipe são-paulina foi dissolvida em 2000 mesmo após ter conquistado duas edições do Campeonato Paulista e uma Taça Brasil. O primeiro registro em competições oficiais organizadas pela federação estadual e pela Confederação Brasileira é datado de 1997. Nos três anos seguintes, venceria a Copa Eduardo José Farah, realizada em Cubatão e o Paulista, ambos em 1999. Nesta temporada, o elenco formado consistia da base original do Saad Esporte Clube, que na época era o principal clube do cenário nacional feminino. A agremiação possuiu em sua equipe feminina cinco atletas da seleção brasileira que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Posteriormente, tentativas de retornar o cenário feminino ocorreram em 2001, 2005 e 2015; e voltou a se estabelecer de fato em 2017, com o Centro Olímpico. Além das duas conquistas estaduais, o clube também conquistou a segunda divisão do nacional em 2019.   

 É considerado, oficialmente, uma estância turística. Embu das Artes é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por lei estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de estância turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais. Também há sociedades esportivas, tal como o Clube de Futebol Vasco do Embu. A comunicação é forte. O município e a região contam com jornais relevantes, tais como o Jornal São Paulo Repórter. Sua história social trouxe uma especialização imprevista: ser uma cidade especialmente vocacionada para acolher artistas. Isto aporta dividendos econômicos e turísticos à cidade. Por causa disso, em 2011, a denominação oficial da cidade foi alterada de Embu para Embu das Artes. A Associação Desportiva Embu das Artes representa um clube brasileiro de futebol feminino de Embu das Artes. Tem como presidente o administrador Alex Macedo de Souza. Foi fundado em fevereiro de 2011, em parceria com a Secretaria de Esportes de Embu das Artes, visa à fomentação e desenvolvimento do futebol feminino. 

Apesar de continuar configurando como uma das principais protagonistas do país, a equipe não conseguiu superar a Portuguesa/Sant`anna, que foi a responsável por eliminar o São Paulo no estadual e no Brasileiro de 1998. Esses dois jogos foram os dois únicos reveses sofridos no período compreendido entre 1998 e 2000. A primeira desconstituição da modalidade ocorreu em março de 2000, sendo que o São Paulo tentou retomar sem sucesso em duas oportunidades, em 2001 e 2005. A continuidade da equipe feminina prosseguiu após dez anos de ausência; em 2015, o clube estreou com goleada sobre o São Bernardo e liderou o seu grupo na primeira fase do estadual, inclusive vencendo a equipe do São José, que na época era a atual campeã da Libertadores da América e respectivamente do Mundial. No mesmo campeonato, o São Paulo alcançou a decisão eliminando Santos e XV de Piracicaba, terminando com o vice-campeonato. Apesar dos resultados, o clube apresentou dificuldades financeiras e de gestão.

Em princípio, a diretoria afirmou que os patrocinadores se responsabilizariam integralmente com o custo do projeto; contudo, a modalidade foi encerrada antes do término do estadual por causa da ausência de patrocínios. Como principal investidor o Centro de Apoio Profissionalizante, Educacional e Social demonstrou instabilidade resultando em atrasos de salários. O clube assumiu a dívida da empresa com o elenco, que aumentou de forma considerável pelos juros dos vencimentos. Após 2 anos de inatividades, o São Paulo reativou a modalidade com a parceria com o Centro Olímpico, iniciando a categoria de base que conquistou títulos expressivos. Em 14 de janeiro de 2019, o clube anunciou o retorno às competições estaduais e nacionais, juntamente com a confirmação da contratação da atacante Cristiane. Sob o comando técnico de Lucas Piccinato, a equipe conquistou o título da segunda divisão do Brasileiro contra o Cruzeiro, além de obter o segundo lugar da Copa Paulista e do Campeonato Paulista. Neste sentido, a cidade tradicional representa um elo de sociabilidade do campo com o interior e com o exterior das Colônias. Tanto podia condensar os interesses locais ou regionais por natureza dos nativos ou nativistas, quanto podia organizar os interesses de colonizadores, através da coroa e prepostos ou dos agentes particulares da colonização.

Do outro lado, ela selecionava, assimilava e redistribuía o fluxo social de modernização, compatível ou com o regime colonial ou com as formas de dominação reconhecida patrimonialista. Tudo isso quer dizer: era tradicional por suas vinculações estruturais e dinâmicas com a ordem estamental e escravista da sociedade colônia. A cidade originária em questão, pode ser chamada de tradicional, portanto, porque traduzia o cosmos material e mortal da sociedade colonial: tinha reduzidas possibilidades de influenciá-lo, através de suas funções urbanizadoras; em contrapartida, não possuía meios para resguardar essas funções de suas influências sociodinâmicas, que faziam dela uma fronteira histórica do campo e, ao mesmo tempo, a cidadela em que eclodiam ou se resolviam os pequenos e os grandes interesses do mundo colonial. A duração da cidade tradicional surge como um fenômeno urbano à parte. É um produto histórico, mas também se apresenta como uma configuração estrutural típica. O meio sociocultural jamais libertou esse tipo de cidade das maras que a prendiam à tutelagem direta ou indireta do campo. Com a expansão cafeeira da República Velha, muitas cidades nasciam e se desenvolviam segundo esse modelo primordial agrário-exportador arcaico.

         Não queremos perder de vista que se o século XVII, o das bandeiras, foi o século da expansão territorial, da conquista e do povoamento, o século XVIII, do ouro doravante com o declínio do patriarcalismo rural, no Norte, e do movimento das bandeiras, ao Sul, o século do desenvolvimento das cidades, onde se formara e já ganhava corpo a nova classe social, ansiosa de domínio, e já bastante forte para enfrentar o exclusivismo das famílias de donos de terras. Das diversas áreas coloniais, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, é a de Minas Gerais onde mais cedo se processou a diferenciação no sentido urbano. Em Minas Gerais, o século XVIII é de diferenciação intensa, escreve Gilberto Freyre, e às vezes em franco conflito com as tendências para a integração, católico, português; e é em Minas que, sob o extrativismo e formação de classes, dominadas pelos grandes “magnatas das minas”, se desenvolveu com um vigoroso espírito nativista, a fase mais brilhante da civilização, no período colonial. A cidade já se ocupa com a instrução; cresce o interesse pelas coisas do espírito, e os senhores de lavras abastados mandam os filhos a universidade de Coimbra ou a Montpellier em seus estudos. No caso das Minas Gerais, lembra a poética de Milton Nascimento, reconhecido como um dos mais influentes e talentosos artistas da M PB. Carioca de nascença e mineiro de coração, criado em Três Pontas, na bela canção Morro Velho: – “Filho de branco e do preto correndo pela estrada atrás de passarinho. Pela plantação adentro crescendo os dois meninos, sempre pequeninos”.

Em 23 de outubro de 2009 - mutatis mutandis - o Prefeito de Embu, Chico Brito, deu início ao processo administrativo para que o município fosse, oficialmente, chamado de Embu das Artes. Em 25 de novembro, o prefeito e o vice deram início ao ato a favor da realização de um plebiscito para a coleta de assinaturas. Para que fosse acrescentado ao nome do município a denominação “das Artes”, foi necessário a realização de um plebiscito em que pelo menos um por cento (1%) dos eleitores do município deveriam participar. O plebiscito foi anexado a um projeto de Lei que foi enviado pelos poderes executivo e legislativo embuense para sanção do prefeito. Em seguida, o documento foi protocolado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que convocou uma eleição para mudança social do nome. Segundo o prefeito, a oficialização do município para “Estância Turística de Embu das Artes” representou a garantia afetiva de sua identidade e que não fosse mais confundida com Embu-Guaçu, município possui uma área territorial de 155,641 km² e sua população foi estimada em 69 385 habitantes, conforme dados estatísticos do IBGE de 2019. As três primeiras assinaturas do abaixo-assinado foram do prefeito Chico Brito, de Annis Neme Bassith, um dos líderes do processo de emancipação, e do Presidente da Câmara Municipal Silvino Bomfim. O prefeito declarou: - Isso é um desejo da população e dos vereadores. Dificilmente você vai encontrar alguém contra.

O abaixo-assinado passou por toda a cidade através da campanha “Embu das Artes - Todo Mundo Quer”, lançada pela prefeitura. O plebiscito ocorreu em 1º de maio de 2011 e 66,48% dos eleitores optaram pela nova denominação. Em 6 de setembro de 2011, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin sancionou a Lei Estadual 14.537/11, que, oficialmente, passou a denominar o município como “Embu das Artes”. Embu, é um município da Região Metropolitana de São Paulo, na Microrregião de Itapecerica da Serra, no estado de São Paulo. A escolha por Embu das Artes foi realizada por plebiscito, realizado no dia 1º de maio, em que 74.286 eleitores optaram pela alteração com a inclusão do nome referido às artes. A cidade representa um dos 29 municípios paulistas considerados “estâncias turísticas” pelo governo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por lei estadual. Há desde agosto de 2014 no estado setenta (70) estâncias denominadas: turísticas (32), balneárias (15), climáticas (12) e hidrominerais (11). Estância turística é um título concedido pelo governo do estado de São Paulo, a municípios que apresentem características sociais turísticas e determinados requisitos condicionados pelo lazer, recreação, recursos naturais e culturais específicos. Devem dispor de infraestrutura e serviços técnicos administrativos dimensionados à atividade. O número de cidades classificadas como municípios de interesse turístico e como estâncias turísticas continua o mesmo, 140 e 70 respectivamente. As cidades de Campos Novos Paulista, Igaraçu do Tietê e Poá foram reclassificadas como de interesse turístico.

As mudanças sociais seguem as normas da Lei Complementar 1.261/2015, que determina que, a cada três anos, seja encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo um Projeto de Lei revisional dos municípios turísticos. Baseado em um “ranqueamento técnico” elaborado pela Secretaria de Turismo do Estado, “até três estâncias turísticas que obtiverem menor pontuação poderá ser reclassificadas a municípios de interesse turístico”. Os três Municípios de Interesse Turístico (MIT) com maior pontuação, por sua vez, podem virar estâncias turísticas. Por serem classificadas como destinos turísticos já consolidados, as estâncias recebem um valor de repasse maior, em comparação aos MITs. De acordo com a Secretaria de Estado do Turismo, em 2020 foram destinados às cidades turísticas do Estado R$ 223,3 milhões e, em 2019, os repasses chegaram a R$ 185,3 milhões. Para ser considerado um MIT, do ponto de vista técnico-metodológico é preciso que a cidade tenha “potencial turístico, capacidade de serviço médico emergencial, meios de hospedagem local, ou na região, serviços de alimentação e de informação turística. Além de dispor de infraestrutura capaz de atender a população fixa e visitantes, no que se refere a abastecimento de água potável e coleta de resíduos. No caso das estâncias é necessário que o município seja consolidado com um turismo efetivo de fluxo permanente de visitantes, e possua atrativos turísticos de uso público e caráter permanente, sejam eles naturais, culturais ou artificiais.

Para que uma cidade receba uma classificação, é necessário que um deputado estadual apresente à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, um projeto de Lei que objetive a classificação de município como estância turística ou como de interesse turístico. Tal status garante a esses municípios “uma verba maior por parte do estado para a promoção do turismo regional”. Como vimos, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de estância turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais. Segundo o prefeito, uma das primeiras medidas será a alteração das placas, que indicam a entrada da cidade, da Rodovia Regis Bittencourt e do Rodoanel, que servirá para orientar melhor os turistas que vêm ao município em busca do artesanato local, que caracteriza o trabalho na cidade.  A questão mais importante é a identidade da cidade como origem de sua capacidade de manutenção. – “Não podemos ter uma cidade com dois nomes. Será a única cidade do país que terá o nome das artes. Muitos turistas passam direto porque estão procurando Embu das Artes. Nós vamos poder colocar ao longo de toda a rodovia o nome da cidade”.

A confiança em sistemas abstratos é a condição do distanciamento tempo-espaço e das grandes áreas de segurança na vida cotidiana que as instituições modernas oferecem em comparação com o mundo tradicional. Neste sentido, as rotinas que estão integradas aos sistemas abstratos, para Giddens (1991), representa a condição do distanciamento tempo-espaço e das grandes áreas de segurança na vida cotidiana que as instituições modernas oferecem em comparação com o mundo tradicional. As rotinas que estão integradas aos sistemas abstratos são centrais à segurança ontológica em condições de modernidade. Contudo, esta situação cria também novas formas de vulnerabilidade psicológica, e a confiança em sistemas abstratos não é psicologicamente gratificante como a confiança em pessoas o é. O que é possível admitir que há uma conexão direta entre as tendências globalizantes da modernidade e o que o sociólogo chama de “transformação da intimidade” nos contextos da vida cotidiana; que a transformação da intimidade pode ser analisada em termos da adição de mecanismos de confiança; e que as relações de confiança pessoal, nestas circunstâncias, estão intimamente relacionadas à situação na qual a construção do eu se torna um projeto reflexivo. A este respeito as religiões tradicionais são diferentes dos sistemas abstratos,  personalizadas permitem uma transferência direta da confiança individual.

Em geral as explicações sociológicas de transformação da intimidade têm no mais das vezes justaposto o caráter comunal das ordens tradicionais à impessoalidade da vida social moderna. Uma concepção que pode ser amplamente associada ao conservadorismo político, retrata o desenvolvimento da modernidade como rompendo as velhas formas de “comunidade”, em detrimento das relações pessoais nas sociedades modernas. Este ponto de vista foi proeminente no fim do século XIX e ainda tem seus representantes na ordem do dia. A esfera da vida pública, por outro lado, tornou-se “excessivamente institucionalizada”. O resultado é que a vida pessoal se torna atenuada e privada de pontos de referência firmes: há uma volta para dentro, para a subjetividade humana e o significado e a estabilidade são buscados no eu interior. Ideias semelhantes tem sido analisada no outro lado do espectro político, às vezes influenciados diretamente pelo marxismo. Embora sua linguagem seja menos de “sociedade de massas” e mais a de capitalismo e transformação em mercadoria, sua tese geral não é totalmente diferente do primeiro grupo de autores, na medida em que as instituições modernas são vistas como tendo assumido grandes áreas da vida social despojando-as do conteúdo significativo que elas já tiveram. 

A ideia do declínio da comunidade tem sido eficazmente criticada à luz de pesquisa empírica em regiões urbanas e muita coisa se concluiu sobre essas investigações no sentido de as questionar. E, para sermos breves, uma dessas dificuldades principais neste debate diz respeito, segundo a interpretação de Giddens, aos termos pelos quais ele tem sido conduzido. Isto é, o “comunal” tem sido oposto ao “social”, o “impessoal” com o “pessoal” – e, a partir de uma perspectiva diferente, o “Estado” com a “sociedade civil” – como se estas fossem todas variantes da mesma coisa. Mas a noção de comunidade, como a aplicada às culturas pré-modernas ou modernas, compreende diversos conjuntos de elementos que devem ser distinguidos. Eles podem ter relações comuniais em relação ao lugar; laços de parentesco; relações de intimidade pessoal entre pares (amizade); e relações de intimidade sexual. Se os desembaraçarmos, podemos desenvolver um ponto de vista diferente a partir de cada um. No sentido conceitual de uma “afinidade encaixada” ao lugar, a “comunidade” tem sido de fato em grande parte destruída, embora se possa discutir o quão longe foi este processo em contextos específicos, o que demonstra que os laços de parentesco de certos tipos sociais permanecem fortes em alguns contextos nas sociedades modernas dificilmente significa que o parentesco desempenha o papel que já desempenhou na estrutura da vida cotidiana para a maioria das pessoas.   

Enfim, a vasta extensão de sistemas abstratos associada à modernidade transforma a natureza da amizade. É claro que a amizade é com frequência um modo de “reencaixe”, mas ela não está diretamente envolvida nos próprios sistemas abstratos, que superam explicitamente a dependência a laços pessoais. O oposto de “amigo” já não é mais “inimigo”, nem mesmo “estranho”, ao invés disto é “conhecido”, “colega”, ou “alguém que não conheço”. Acompanhando esta transição, a honra é substituída pela lealdade que não tem outro apoio a não ser o afeto pessoal, e a sinceridade é substituída pelo que podemos chamar de autenticidade: a exigência de que o outro seja aberto e bem-intencionado. Um amigo não é alguém que sempre fala a verdade, mas alguém que protege o bem-estar emocional do outro. O “bom amigo” que pode ser compreendido como alguém cuja benevolência é disponível mesmo em tempos difíceis, é o substituto para o “honorável companheiro”. Em cenários pré-modernos, a confiança básica é fendida em relações de confiança na comunidade, laços de parentesco e amizades. Embora estas conexões sociais possam envolver intimidade emocional, não é condição da manutenção de confiança pessoal. Laços pessoais institucionalizados e códigos de sinceridade e honra ou informalizados fornecem estruturas de confiança. Inversamente, a confiança pessoal nos outros é um meio fundamental por onde relações sociais de um tipo distanciado, que se estendem até “territórios inimigos”, são estabelecidas. 

As rotinas que são estruturadas por sistemas abstratos têm um caráter vazio, amoralizado e isto vale também para a ideia de que o impessoal submerge cada vez mais o pessoal. Mas não se trata simplesmente de uma diminuição da vida pessoal em prol de sistemas impessoalmente organizados – mas de uma transformação genuína da própria natureza do pessoal. Relações pessoais cujo principal objetivo é a sociabilidade, informadas pela lealdade e autenticidade, tornam-se uma parte das situações sociais de modernidade da mesma forma que as instituições abrangentes de distanciamento tempo-espaço. É bastante errôneo, contudo, realçar a impessoalidade dos sistemas abstratos contra as intimidades da vida pessoal como a maior parte das explicações sociológicas correntes tendem a fazer. A vida pessoal e os laços sociais em que ela envolve estão profundamente entrelaçados com os sistemas abstratos de mais longo alcance. A confiança em pessoas não é enfocada por conexões personalizadas no interior da comunidade local e das redes de parentesco. A confiança pessoal torna-se um projeto, a ser “trabalhado” pelas partes envolvidas e requer a abertura do indivíduo para o outro. Onde ela não pode ser controlada por códigos normativos fixos, a confiança tem que ser ganha, e o meio de fazê-lo consiste em abertura e cordialidade demonstrativos. 

Bibliografia geral consultada.

ODÁLIA, Nilo (Org.), Varnhagen: História. São Paulo: Editora Ática, 1979; CANCLINI, Néstor García, Culturas Híbridas: Estratégias para Entrar y Salir de la Modernidad. México: Editorial Grijalbo, 1989; MARTINS, Ivan Barbosa, A Formação do Embu no Período Colonial. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em História. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007; BECK, Ulrich; GIDDENS, Anthony; LASCH, Scott, Modernização Reflexiva: Política, Tradição e Estética na Ordem Social Moderna2ª edição. São Paulo: Editora Unesp, 2012; BEDIN, Andrea Gomes, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Embu das Artes (SP): Arte e Educação Jesuíticas. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência da Religião. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2015; ARENA, Angela Maria, Patrimônio Arquitetônico e Urbano: Reflexões sobre os Parâmetros de Intervenção e sua Prática nas Edificações Protegidas do Centro Histórico de Embu das Artes. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade São Judas Tadeu, 2014; ALMEIDA, Rodolfo Rodrigues de, Doutrina e Catequese em São Paulo de Piratininga: Adaptação e Ressignificação. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em História. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2015; AZEVEDO, Mauro Pisaneschi, O Processo de Transformação Socioespacial de Embu das Artes: Um Diálogo com a Metropolização de São Paulo. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017; ARAÚJO, Catherine Oliveira, Mapeamento do Alunado com Transtorno do Espectro Autista no Município de Embu das Artes: Perfil Clínico e Escolar. Tese de Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2018; SILVA, Angélica Brito, “Do Aldeamento de Mboy à Formação do Museu de Arte Sacra dos Jesuítas em Embu das Artes (SP)”. In: Estudos Avançados, 35 (102), 2021; OLIVEIRA, Luiz Eduardo Meneses de, “Pombalismo e Antipombalismo no Brasil: Representações das Reformas do Ensino no Centenário e no Bicentenário do Marquês de Pombal”. In: Rev. Bras. Hist. Educ vol.22.  Maringá 2022 Epub 09-Dez-2021; HAUBERT, Mariana; FAGUNDES, Murilo; FAGUNDES, Emilly Behnke, “Alckmin confirma Lara Resende, Arida e Barbosa na transição”. In: https://www.poder360.com.br/08/11/2022; ROSA, Marlize; REIS, Rodrigo, “Povos Indígenas em Contextos Urbanos na América Latina: Algumas Considerações a partir da Realidade Brasileira”. In: Espaço Ameríndio. Porto Alegre, vol. 17, n° 1, pp. 1-39, jan./abr. 2023; entre outros. 

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Cheang Pou-soi – Cinema Acidente & Tradição Profissional.

                                                                               Acidentes acontecem até nas melhores famílias”. Charles Dickens

      

        Quando a República Popular foi fundada em 1949, os sistemas e instalações de telecomunicações na China estavam desatualizados e rudimentares, e muitos foram danificados ou destruídos durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa. As comunicações na China foram estabelecidas rapidamente no início dos anos 1950. Em 1952, a principal rede de telecomunicações se concentrava em Pequim, e finalmente haviam sido estabelecidas ligações com todas as grandes cidades, lançando também transmissões de televisão. A primeira emissora de televisão chinesa no mundo foi representada pela Rediffusion Television, agora ATV, que foi ao ar em 2016, lançada em Hong Kong em 29 de maio de 1957. No continente, as primeiras transmissões nacionais começaram em 1° de maio de 1958, e Beijing Television, passou a ser Televisão Central da China desde 1978, mas foi formalmente lançada em 2 de setembro de 1958. Um mês depois, foi lançada a primeira estação regional, a Shanghai Television, no 9º Dia Nacional, em 1º de outubro de 1958. A Liaoning Television começou depois, e em 1960, as províncias de Zhejiang e Guandong tiveram suas estações iniciadas transmissões completas. O crescimento das telecomunicações parou com o colapso econômico geral após o Grande Salto Adiante (1958-1960), mas reviveu na década de 1960: o serviço de radiotelevisão foi instalado nas principais cidades nesses anos. Em 1965, haviam 12 estações de televisão na China continental, uma nacional e 11 regionais com 700 estações de televisão convencionais e cerca de 3.000 canais a cabo hoje. 

Da mesma forma, em 1978, havia menos de um receptor de televisão por 100 pessoas e menos de dez milhões de chineses tinham acesso a um aparelho de televisão em 2003 havia cerca de 35 TVs para cada 100 pessoas e cerca de um bilhão de chineses tinham acesso à televisão; a expansão e modernização dos sistemas de transmissão continuaram durante o final dos anos 1970 e início dos anos 1980. Até meados da década de 1970, as transmissões de TV começaram no final da tarde e terminavam à meia-noite, com programas diurnos especiais durante o verão e férias de inverno para os estudantes. A BTV, ao mesmo tempo, também expandiu seu alcance de programação, a partir do canal que a emissora iniciou em 1958, a rede cresceu para 3 canais em 1969. A primeira transmissão de TV em cores chinesas foi lançada pela China Television em Taiwan em 1969. No continente, as transmissões em cores de teste começaram em 1971 no Canal 2 da BTV, e depois se espalharam pelas estações regionais e, ao mesmo tempo, a BTV foi pioneira em transmissões estatísticas por satélite. apenas para grandes eventos a partir de 1972. BTV totalmente convertido para cor em 1973. O Ministério da Rádio e Televisão foi estabelecido como uma entidade separada em 1982 para administrar e atualizar o status da transmissão de rádio e televisão. Subordinados a este ministério estavam a Central People`s Broadcasting Station, a Radio Beijing e a China Central Television. Além disso, as várias organizações de treinamento em radiodifusão, pesquisa de talentos, pesquisa, publicação e manufatura foram colocadas sob o controle do Ministério da Rádio e Televisão. Em 1986, a responsabilidade pela indústria cinematográfica foi transferida do Ministério da Cultura para o novo Ministério da Rádio, Cinema e Televisão. 

O rádio e a televisão expandiram-se rapidamente nos anos 1980 como importantes meios de comunicação de massa e entretenimento popular. Em 1982, a televisão era uma medida disponível apenas para 350 milhões da população chinesa de 1 bilhão de habitantes, e era principalmente assistida em bases comunais. Em 1985, a televisão chegou a dois terços da população através de mais de 104 estações de 52 em 1984 e 44 em 1983; estima-se que 85% da população urbana tenha acesso à televisão. Durante esse tempo, o conteúdo da programação mudou drasticamente das palestras políticas e listas estatísticas do período anterior. Típicos programas de televisão eram entretenimento, incluindo longas-metragens, esportes, teatro, música, dança e programação infantil. Em 1985, uma pesquisa de uma semana típica de programação televisiva feita pela publicação de Xangai Wuxiandian Yu Dianshi (Jornal de Rádio e Televisão) revelou que mais da metade da programação poderia ser chamada de entretenimento; educação composta por 24 por cento do restante da programação e notícias de 15. Uma ampla seção transversal de notícias internacionais foi apresentada todas as noites. A maioria das transmissões de notícias foi emprestada de agências de notícias estrangeiras, e um resumo chinês foi dublado. A China Central Television também contratou várias emissoras estrangeiras para programas de entretenimento. Entre 1982 e 1985, seis empresas de televisão assinaram Acordos para programas norte-americanos serem levados à programação da China. A Televisão Central da China ou China Central Television, geralmente abreviada por CCTV, é a maior rede de televisão da República Popular da China. 

Desde o final dos anos 1970, as pessoas no Delta do Rio das Pérolas começaram a receber canais de Hong Kong com a antena Yagi-Uda. Os canais de Hong Kong eram considerados mais divertidos e tinham shows cantoneses. Essa recepção foi proibida pelo governo central, mas semi-aceita pelo governo local. No final dos anos 1980, os canais locais começaram a distribuir shows de Hong Kong. A China lançou seu primeiro satélite de transmissão de televisão em 1986. Em 1987, a China Central Television (CCTV), a rede estatal, gerenciou os programas de televisão da China. Em 1985, os consumidores compraram 15 milhões de novos conjuntos, incluindo aproximadamente 4 milhões de conjuntos de cores. A produção ficou muito aquém da demanda. Como os telespectadores chineses frequentemente se reuniam em grandes grupos para assistir a conjuntos públicos, as autoridades estimaram que dois terços da população tinham acesso à televisão. Em 1987, havia cerca de 70 milhões de televisores, uma média de 29 conjuntos por 100 famílias. A CCTV tinha quatro canais que forneciam programas para as mais de noventa estações de televisão em todo o país. A construção começou em um grande novo estúdio de CCTV em Pequim em 1985. A CCTV produziu seus próprios programas, uma grande parte dos quais foram educativos, e a Television University de Pequim produziu três programas educacionais semanalmente. A aula de inglês foi o programa mais popular e teve um número estimado de 5 a 6 milhões de espectadores. Outros programas incluíam notícias diárias, entretenimento, teleplays e programas especiais. Programas estrangeiros, comparativamente, incluíam filmes e desenhos animados. Os espectadores chineses estavam particularmente interessados em assistir notícias internacionais, inclusive sobre esportes e teatro contemporâneo.            

O cinema de ação de Hong Kong representa a fonte da fama global da indústria de cinema de Hong Kong. Combina elementos do cinema de ação codificado por Hollywood, com as tradições estéticas e de contagem de histórias chinesas, criando uma forma culturalmente distinta que tem, no entanto, um grande apelo transcultural. Os primeiros filmes de ação de Hong Kong favoreceram o estilo wuxia, enfatizando a questão do misticismo e a luta de espadas, mas esta tendência foi suprimida nos anos 1930 e substituída por estilos em que se demonstrava nos filmes mais kung fu desarmado e realista, frequentemente com o herói popular Wong Fei Hung. Distúrbios culturais do pós-guerra conduziram a uma segunda vaga de filmes wuxia com violência altamente acrobática, seguida pelo aparecimento dos filmes de kung fu mais destemido, pelos quais o estúdio Shaw Brothers se tornou mais reconhecido. Foi a maior produtora de filmes de Hong Kong e operou de 1925 a 2011. Os anos 1970 viram a ascensão e a morte repentina da superestrela internacional Bruce Lee (1940-1973). Entretanto, foi bem-sucedido nos anos 1980 por Jackie Chan que popularizou o uso de comédia, acrobacias perigosas, e localizações urbanas e modernas em filmes, e Jet Li, cujas habilidades wushu genuínas apelaram às audiências orientais e ocidentais.

Na segunda metade da década dos anos 1960, o maior estúdio da Era, Shaw Brothers, inaugurou uma nova geração de filmes wuxia, iniciada com Temple of the Red Lotus (1965) de Xu Zenghong, uma refilmagem do clássico de 1928. Estas produções em mandarim eram mais extravagantes e em cor; o seu estilo “era menos fantástico e mais intenso, com violência mais forte e acrobática”. Foram influenciadas por filmes de samurais importados do Japão e pela vaga de romances wuxia “New School” de autores como Jin Yong e Liang Yusheng que teve início nos anos 1950. A tendência pode também ter sido encorajada pela necessidade de reconquistar as audiências locais e regionais ao então recentemente popularizado media da televisão. A “vaga” wuxia New School marcou a mudança dos filmes de ação a uma audiência masculina para o centro do cinema de Hong Kong, que por bastante tempo foi dominado por atrizes e gêneros idealizados para uma audiência feminina, como romances e musicais. Ainda assim, durante a década de 1960 atrizes do cinema de ação como Cheng Pei Pei e Connie Chan Po-chu atingiram a proeminência a par de atores, como o anterior campeão de natação Jimmy Wang Yu, ciom a velha tradição de mulheres guerreiras no gênero wuxia. Os cineastas característicos do período foram Chang Cheh com One-Armed Swordsman (1967) e Golden Swallow (1968) e King Hu com Come Drink with Me (1966). 

Cheang Pou-soi nascido em 11 de julho de 1972, também reconhecido como Soi Cheang, ou Bob Cheng, é um diretor de cinema, produtor de cinema, ator e ex-roteirista de Hong Kong. É reconhecida por seu horizonte repleto de arranha-céus e por seu profundo porto natural. Com uma área de 1 104 km² e uma população de sete milhões de pessoas, Hong Kong é uma das áreas mais densamente povoadas do mundo. A população da cidade é composta por 95% de pessoas de etnia chinesa e 5% de outros grupos étnicos. A maioria chinesa Han da cidade é originária, principalmente, das cidades de Guangzhou e Taishan, na vizinha província de Guangdong. A Lei Básica, a constituição da cidade, estipula que Hong Kong deve ter um “alto grau de autonomia” em todas as esferas, exceto nas relações exteriores e na defesa militar. Embora tenha um sistema multipartidário em desenvolvimento, um pequeno círculo do eleitorado controla metade da sua legislatura. O chefe de governo da cidade é selecionado por um Comitê de Seleção/Eleição com 400 a 1200 membros, durante os primeiros 20 anos. Uma megalópole representa extensa região urbana pluripolarizada por diferentes metrópoles conurbadas, ou em processo extenso de conurbação. Correspondem às mais importantes e maiores aglomerações urbanas da atualidade. São encontradas em regiões de intenso desenvolvimento urbano, e nelas as áreas rurais estão praticamente ou quase totalmente ausentes. A megalópole apresenta forte integração social e econômica e intensos fluxos de pessoas e mercadorias. Meios de transporte rápidos em termos da composição de trens expressos, autopistas e pontes aéreas sustentam esses fluxos comunicacionais.  

A megalópole representa, socialmente ao mesmo tempo, concentração e dispersão. Concentração, pois a imensa zona urbanizada forma um mercado consumidor de grandes dimensões, atraindo atividades econômicas diversificadas em alta forma de capitalização; dispersão, visto que o espaço urbano da megalópole, irrigado por meios de transportes e comunicação, oferece alternativas de localização para áreas residenciais e industriais fora dos congestionamentos e problemáticos núcleos metropolitanos. A megalópole não é apenas uma aglomeração de metrópoles, mas uma coleção de inúmeros subúrbios. Como um dos principais centros financeiros internacionais, Hong Kong tem uma grande economia de serviço capitalista caracterizada pelo baixo nível de impostos e pelo livre comércio, sendo que a sua moeda, o dólar de Hong Kong, é a oitava mais negociada no mundo. Seu pequeno território e a consequente falta de espaço causaram uma forte demanda por construções mais densas e altas, o que desenvolveu a cidade como centro da arquitetura moderna e a tornou uma das mais verticais do planeta. Hong Kong tem uma economia dos maiores Produto Interno Bruto per capita do mundo.

E primeiro lugar um diretor de cinema é uma pessoa que controla os aspectos artísticos e dramáticos de um filme e visualiza o roteiro ou script, enquanto orienta a equipe de filmagem e os atores na realização dessa visão. O diretor tem um papel fundamental na escolha do elenco, design de produção e todos os aspectos criativos do cinema. O diretor do filme orienta o elenco e a equipe e cria uma visão geral por meio da qual um filme eventualmente se torna realizado ou notado. Os diretores precisam ser capazes de mediar as diferenças nas visões criativas e permanecer dentro do orçamento. O diretor do filme orienta o elenco e equipe criando uma visão geral por meio da qual um filme se torna realizado ou notado em público. Os diretores precisam ser capazes de mediar as diferenças nas visões criativas e permanecer dentro do orçamento. Alguns diretores de cinema começaram como roteiristas, diretores de fotografia, produtores, editores de filmes ou atores. Outros cineastas frequentaram alguma escola de cinema. Os diretores usam abordagens diferentes. Alguns traçam um enredo geral e permitem que os atores improvisem o diálogo, enquanto outros controlam todos os aspectos e exigem que os atores e a equipe sigam as instruções com precisão. Alguns diretores escrevem seus próprios roteiros ou colaboram em roteiros em parceria evidentes nos casos de longa data profissionalmente. Outros diretores editam ou aparecem em seus filmes, no caso de extraordinário de Akira Kurosawa, ou compõe trilhas sonoras para seus filmes.

Na cena de abertura do filme Acidente, um homem que se revela um ancião da Tríade é morto no que parece ser um acidente. No entanto, o homem foi realmente assassinado, com o suposto acidente orquestrado por um grupo de assassinos liderados pelo Cérebro (Louis Koo). O grupo é especializado em matar suas vítimas usando esquemas elaborados que mascaram os assassinatos como se fossem acidentes. Tio (Stanley Fung), um dos membros da equipe, acidentalmente deixa uma guimba de cigarro na cena do crime, que é encontrada pelo Cérebro. Após uma discussão, o tio jura parar de fumar depois. A equipe consegue um emprego de um filho que quer matar o próprio pai, provavelmente pelo dinheiro do seguro. Eles planejam um acidente para matar seu alvo por eletrocussão, o que exige que chova em horário específico. A equipe tenta executar seu plano várias vezes, mas falha devido à chuva que cai mais tarde do que o necessário. Durante uma corrida, o tio fuma um cigarro e começa a apresentar sinais do mal de Alzheimer, esquecendo-se de que fez uma promessa de parar de fumar. A chuva cai na hora certa e a equipe decide seguir em frente com o plano. Tio se esquece de desempenhar seu papel no assassinato, mas o assassinato é executado com sucesso.

            A educação em Hong Kong é amplamente modelada de acordo com o sistema britânico, particularmente o sistema inglês. As crianças devem frequentar a escola a partir dos 6 anos de idade até a conclusão do Ensino Médio, geralmente aos 18 anos. No final do Ensino Médio, todos os alunos fazem um exame público e ganham o Diploma de Ensino Secundário de Hong Kong após a conclusão bem-sucedida. Dos residentes com 15 anos ou mais de idade, 81,3% concluíram o ensino médio, 66,4% tinham o ensino médio completo, 31,6% cursavam um curso superior e 24% possuíam o diploma de bacharel ou superior. A educação obrigatória contribuiu para uma taxa de alfabetização de adultos de 95,7%. Menor que a de outras economias desenvolvidas, a taxa se deve ao afluxo de refugiados da China continental durante a Era Colonial do pós-guerra. Grande parte da população idosa não recebeu educação formal devido à guerra e à pobreza. As escolas se enquadram em três categorias sociais, a saber: escolas públicas, totalmente administradas pelo governo; escolas subsidiadas, incluindo escolas governamentais de auxílio e concessão; e escolas particulares, aquelas instituições administradas por organizações religiosas e que baseiam as admissões no mérito acadêmico. Essas escolas estão sujeitas às múltiplas diretrizes curriculares historicamente cosntituídas e fornecidas pelo tradicional Departamento de Educação.

           Inesperadamente, após o assassinato, um ônibus perde o controle e quase atropela o Cérebro. The Brain consegue sair do caminho do ônibus, mas o ônibus atropela Fatty (Lam Suet), outro membro da equipe, matando-o no local. O Cérebro pega os pertences de Fatty, com Fatty perguntando ao Cérebro se realmente foi um acidente antes de morrer. The Brain então volta para casa para encontrar policiais investigando seu apartamento, que foi invadido. O Cérebro fica paranoico e se convence de que tudo foi uma armação. Ele segue o filho até uma seguradora no dia seguinte. The Brain vê o filho discutindo com um agente de seguros (Richie Jen) sobre o que parece ser dinheiro, levando o Brain a suspeitar que o agente de seguros está por trás do acidente de ônibus. O Cérebro aluga um apartamento no andar logo abaixo do apartamento do agente de seguros e começa a vigiar secretamente o agente. Um dia, o Cérebro rastreia o cliente para encontrar a Mulher (Michelle Ye) recebendo o pagamento do trabalho em um estacionamento. No entanto, apenas Fatty e o Cérebro deveriam saber sobre a pick-up. A Mulher explica ao Cérebro que Gordo havia contado a ela sobre o cliente, mas o Cérebro, suspeitando de sua traição, a mata e leva consigo o dinheiro. Depois que ele sai, enquanto caminhava na calçada, o cliente (o filho) misteriosamente cai do telhado do mesmo prédio e morre. O Cérebro passa a suspeitar ainda mais do agente de seguros, que ele pode ver falando ao telefone e depois ouvi-lo falando sobre o cliente ao telefone do interior de seu apartamento.

            As escolas particulares subsidiadas pelo Esquema de Subsídio Direto e as escolas internacionais ficam fora deste sistema e podem optar por usar currículos diferentes e ensinar com base em outros idiomas. O governo mantém uma política permanente de “instrução na língua materna”; as escolas usam o cantonês como meio de instrução, com educação escrita em chinês e inglês. As escolas secundárias enfatizam o “bi-alfabetismo e o multilinguismo”, que incentivou a proliferação comunal do ensino da língua falada em mandarim. Hong Kong tem dez universidades em seu território. A Universidade de Hong Kong foi fundada como o primeiro instituto de ensino superior da cidade durante o início do período colonial em 1911. A Universidade Chinesa de Hong Kong foi fundada em 1963 para suprir a necessidade de uma universidade que ensinasse o uso do chinês como sua principal língua de instrução. Juntamente com a Universidade de Ciência & Tecnologia de Hong Kong, assim como a Universidade da Cidade de Hong Kong, essas universidades estão classificadas entre as melhores da Ásia. A Universidade Politécnica de Hong Kong, a Universidade Batista de Hong Kong, a Universidade de Lingnan, a Universidade de Educação de Hong Kong, a Universidade Aberta de Hong Kong e a Universidade Shue Yan de Hong Kong foram estabelecidas nos anos subsequentes.

         Posteriormente, no caso fílmico, o Cérebro recebe uma ligação do Tio pedindo ajuda. O cérebro é tarde demais e encontra o tio gravemente ferido, aparentemente derrubando dois andares de um prédio perto da cena do crime na cena de abertura. O Cérebro decide se vingar do agente de seguros e arquiteta um esquema para matá-lo, refletindo os raios do sol para cegar um carro e atropelá-lo no que parece ser um acidente. Porém, no meio da execução do plano, ocorre um eclipse solar, bloqueando a luz do sol. Nesse momento, o Cérebro recebe uma ligação do Tio no hospital, que diz ao Cérebro que a morte de Fatty foi realmente em função de um acidente. Tio acidentalmente deixou cair um saco de bolas de brinquedo naquela noite, o que levou à perda de controle de direção do ônibus. Percebendo que cometeu um erro e que o agente é inocente, o Cérebro corre e tenta impedir que o para-brisa reflita um espectro da luz. O agente vê e reconhece o cérebro enquanto ele está correndo, mas o cérebro é tarde demais e um motorista provavelmente cego atropela a esposa do agente, matando-a. Em uma data posterior, quando o Cérebro está saindo do apartamento alugado, ele é confrontado e esfaqueado pelo corretor de seguros na escada, que pergunta ao Cérebro por que ele teve que machucá-los. O Cérebro olha para o céu e pensa na própria esposa antes de morrer.

A maioria dos Chineses inclina-se naturalmente a cultura oriental, porque demograficamente eles são a maioria. Muitos, porém, adotaram maneiras ocidentais com vários aspectos aderindo às tradições chinesas. Em vários aspectos sociais, os valores de “solidariedade familiar”, “cortesia” e “expressões faciais” têm peso significante na cultura. Grande influência vem da cultura cantonesa da província vizinha Cantão (China). Há também comunidades substanciais de pessoas de Hakka, Fukien, Teochiu e Xangai. Ao contrário, pessoas sempre foram relacionadas por sua origem na China. No geral os honcongueses nascidos após 1965 podem ser classificados como ocidentais, já que foram influenciados por símbolos culturais ocidentais liberais. Estruturalmente, uma das primeiras leis a definir a relação das pessoas foi a “Regulamentação Matrimonial de Hong Kong” em 1972. A lei estabeleceu com precedência “o banimento da concubinagem e o casamento de pessoas do mesmo sexo, com uma declaração rigorosa para relações heterossexuais com apenas um parceiro”. Outras mudanças sociais e econômicas incluem famílias que precisam de ajuda devido ao trabalho dos pais. Em particular, trabalhadores estrangeiros domésticos tornaram-se parte integral da família nos anos 1980.

Hong Kong é bem identificado por sua cultura materialista e alto nível de consumismo. Desde as lojas mais baratas até as de classe alta lotam as ruas. O clima brando, os baixos impostos e a conveniência fazem de Hong Kong um centro de compras internacional. Alguns destinos populares incluem Mongkok, Tim Sha Tsui e Causeway Bay. A indústria cultural tem sido uma das mais bem-sucedidas da história, especialmente durante a segunda metade do século XX. Continua proeminente mesmo com uma severa baixa que começou na metade dos anos 90. Artistas marciais e estrelas como Jackie Chan e Bruce Lee são reconhecidos mundialmente, especialmente nos assentamentos chineses dispersos no mundo. Muitos foram a Hollywood, incluindo Chow Yun Fat e John Woo. O cinema de Hong Kong recebeu reconhecimento internacional por diretores como Wong Kar Wai. Hong Kong tem duas estações televisivas, ATV e TVB. A última, lançada em 1967, foi a primeira estação comercial free-to-air do território asiático, e atualmente é a estação de TV predominante. A televisão a cabo e por satélite também é amplamente usada nas diversas estratificações sociais. A produção das novelas de Hong Kong, séries de comédias e os Variety Shows também alcançaram audiências em massa pelo mundo sinosférico. Muitas emissoras internacionais e pan-asiáticas têm sua sede em Hong Kong, incluindo a STAR TV. As redes terrestres de TV comerciais, TVB e ATV, também podem ser vistas nas províncias vizinhas de Cantão e Macau através de serviço a cabo. 

Editores de revistas e jornais distribuem e imprimem em várias línguas como chinês e inglês. A mídia impressa, especialmente os tabloides, mas também os jornais de formato standard, inclinam-se ao sensacionalismo e as fofocas de celebridades. Embora a prática seja criticada, continua a vender. A mídia é relativamente livre de interferência governamental quando compara com a China continental, e os jornais são frequentemente politizados; alguns demonstram ceticismo em relação ao governo chinês em Pequim. Manhuas são histórias representadas em quadrinhos honcongueses que provêm de um caminho de expressão bem anterior à televisão. Enquanto a leitura tem variado durante as décadas, a arte é uma das mais consistentes em termos de provisão de entretenimento acessível. Manhuas são regularmente encontrados nas bancas de jornais. Características de Old Master Q, Chinese Hero e muitos outros exibiram obras de arte e histórias chinesas. Os mangás japoneses também foram traduzidos e vendidos nas livrarias locais de manhua. Enquanto Hong Kong tem recebido um fornecimento infindável dos animes japoneses e dos desenhos da Disney, a China vem se esforçando na revitalização da indústria cultural. Hong Kong teve contribuições cinematográficas em anos recentes tais como: A Chinese Ghost Story: The Tsui Hark Animation (1997) e Dragon Blade (2015). Mais notavelmente, empresas como Imagi Animation Studios estão pondo desenhos em tecnologia 3D com imagens geradas por computador no mercado globalizado.

A ópera cantonesa é uma das maiores categorias da ópera chinesa, originada da cultura cantonesa do sul da China. A arte carrega uma identidade nacional que remota a primeira onda de imigrantes vinda de Xangai nos anos 1950. O teatro Sunbeam é um dos lugares que mantém a tradição. Como todas as versões da ópera chinesa, é uma forma de arte chinesa que envolve música, canto, artes marciais, acrobacia e atuação. Hong Kong tem uma variedade de artes cênicas, incluindo o drama, a dança, a música e o teatro. Hong Kong também é o lar do primeiro clube de comédia integral na Ásia, o The Take Out Comedy Club Hong Kong e também de algumas organizações sem fins lucrativos tais como a 321 Action. Mesmo com o uso de terra limitado, Hong Kong continua a oferecer esportes recreacionais e competitivos. Internacionalmente, Hong Kong participa das Olimpíadas e vários eventos dos Jogos Asiáticos. Grandes locais com diversas funções como o Hong Kong Coliseum são encontrados. As artes marciais em Hong Kong são aceitas como uma forma de entretenimento ou exercício físico. O tai chi é um dos mais populares, especialmente entre os grupos mais velhos. Grupos de pessoas praticam os movimentos em vários parques na madrugada. Muitas formas de artes marciais também foram passadas às diferentes gerações de descendência chinesa.

Estilos como o louva-a-deus, o kung fu da serpente e o grou branco Fujian são os mais reconhecidos. A atmosfera é distinta no sentido de que as pessoas praticam ao ar livre em picos próximos a arranha-céus modernos. Quando não estão trabalhando, os honcongueses devotam muito tempo ao lazer. Mahjong é uma atividade social popular, e famílias e amigos podem jogar por horas nos festivais em feriados públicos, em suas casas, ou nos salões de Mahjong. A imagem de idosos jogando o Xiangqi em parques públicos, cercados de multidões, é comum. Outros jogos de tabuleiros como as damas chinesas também são jogados por pessoas de todas as idades. Entre os adolescentes, compras, comidas fora, karaokê e vídeo games são comuns, sendo o Japão um grande fornecedor de entretenimento digital, por razões culturais e de proximidade. Há também invenções locais bastante populares como o Little Fighter 2, é um popular jogo de luta freeware para PC para Windows e é a sequência do jogo Little Fighter 1. Foi criado por Marti Wong e Starsky Wong em 1999 e lançado em uma longa série de atualizações. O jogo suporta até 4 jogadores humanos em um computador e um total de 8 personagens usando o jogo online ou oponentes controlados pelo computador. Os personagens são controlados usando o teclado ou um gamepad. Todas as teclas podem ser definidas através de um menu de configuração. A crescente popularidade dos videogames diminuiu a cultura do fliperama. Atividades ao ar livre tais como o pedestrianismo, o exercício que consiste em fazer grandes marchas a pé à Grande Muralha que estende-se de Dandong, no Leste, ao Lago Lop, com um total de 8.850 quilômetros de extensão e os esportes aquáticos são populares à geografia acidentada.

                                 

A cultura de Hong Kong pode ser descrita como um conjunto de práticas que começou na China e então se inclinou ao Ocidente no século XX devido ao colonialismo britânico. Mesmo após a transferência de soberania à China continental em 1997, Hong Kong ainda tem uma identidade própria King Hu que eventualmente deixou o estúdio Shaw Brothers para prosseguir a sua própria visão do gênero wuxia com produções independentes em Taiwan, como o extraordinariamente bem sucedido Dragon Inn (1967), também reconhecido como Dragon Gate Inn. Chang continuou no estúdio e permaneceu como o prolífico cineasta do Shaw Brothers até ao princípio dos anos 1980. O trabalho inovador de cineastas e produtores como Tsui Hark e John Woo introduziram ainda mais variedade, por exemplo, “luta com armas, tríades e o sobrenatural”. Um êxodo de muitas figuras principais para Hollywood nos anos 1990 coincidiu com um declínio na indústria cultural. No seguimento da morte prematura de Lee, emergiu uma pequena indústria de falsos filmes de Lee, com protagonistas que adotavam nomes semelhantes: Bruce Li, Bruce Lai, etc., ou cenas não utilizadas de Lee, ou alguma combinação estética de ambos. A moda passageira fez pouco para criar respeito da maioria da audiência no Ocidente pelo relativamente novo fenômeno do cinema de artes marciais. Mas apesar do tratamento póstumo, Lee continua a lançar uma longa real sombra sobre o cinema de Hong Kong.

O cinema de ação de Hong Kong é a principal fonte da fama global da indústria de cinema de Hong Kong. Combina elementos do cinema de ação codificado por Hollywood, com as tradições estéticas e de contagem de histórias chinesas, criando uma forma culturalmente distinta que tem, no entanto, um grande apelo transcultural. Os primeiros filmes de ação de Hong Kong favoreceram o estilo wuxia, enfatizando a questão do misticismo e a luta de espadas, mas esta tendência foi politicamente suprimida nos anos 1930 e substituída por estilos em que se demonstrava nos filmes mais kung fu desarmado e realista, frequentemente com o herói popular Wong Fei Hung. Distúrbios culturais do pós-guerra conduziram a uma segunda vaga de filmes wuxia com violência altamente acrobática, seguida pelo aparecimento dos filmes de kung fu mais destemido, pelos quais o estúdio Shaw Brothers se tornou mais reconhecido. Foi a maior produtora de filmes de Hong Kong e operou de 1925 a 2011. Os anos 1970 viram a ascensão e a morte repentina da superestrela internacional Bruce Lee (1940-1973). Entretanto, foi bem-sucedido nos anos 1980 por Jackie Chan que popularizou o uso de comédia, acrobacias perigosas, e localizações urbanas e modernas em filmes de ação, e Jet Li, cujas habilidades wushu genuínas apelaram às audiências orientais e ocidentais.

Na segunda metade dos anos 1960, o maior estúdio da era, Shaw Brothers, inaugurou uma nova geração de filmes wuxia, iniciada com Temple of the Red Lotus (1965) de Xu Zenghong, uma refilmagem do clássico de 1928. Estas produções em mandarim eram mais extravagantes e em cor; o seu estilo “era menos fantástico e mais intenso, com violência mais forte e acrobática”. Foram influenciadas por filmes de samurais importados do Japão e pela vaga de romances wuxia “New School” de autores como Jin Yong e Liang Yusheng que teve início nos anos 1950. A tendência pode também ter sido encorajada pela necessidade de reconquistar as audiências locais e regionais ao então recentemente popularizado media da televisão. A “vaga” wuxia New School marcou a mudança dos filmes de ação a uma audiência masculina para o centro do cinema de Hong Kong, que por bastante tempo foi dominado por atrizes e gêneros idealizados para uma audiência feminina, como romances e musicais. Ainda assim, durante a década de 1960 atrizes do cinema de ação como Cheng Pei Pei e Connie Chan Po-chu atingiram a proeminência a par de atores, como o anterior campeão de natação Jimmy Wang Yu, e continuaram uma velha tradição de mulheres guerreiras no gênero wuxia. Os cineastas deste período foram Chang Cheh com One-Armed Swordsman (1967) e Golden Swallow (1968) e King Hu com Come Drink with Me (1966).

A maioria dos Chineses inclina-se naturalmente a cultura oriental, porque demograficamente eles são a maioria. Muitos, porém, adotaram maneiras ocidentais com vários aspectos aderindo às tradições chinesas. Em vários aspectos sociais, os valores de “solidariedade familiar”, “cortesia” e “expressões faciais” têm peso significante na cultura. Grande influência vem da cultura cantonesa da província vizinha Cantão (China). Há também comunidades substanciais de pessoas de Hakka, Fukien, Teochiu e Xangai. Ao contrário, pessoas sempre foram relacionadas por sua origem na China. No geral os honcongueses nascidos após 1965 podem ser classificados como ocidentais, já que foram influenciados por símbolos culturais ocidentais liberais. Estruturalmente, uma das primeiras leis a definir a relação das pessoas foi a “Regulamentação Matrimonial de Hong Kong” em 1972. A lei estabeleceu com precedência “o banimento da concubinagem e o casamento de pessoas do mesmo sexo, com uma declaração rigorosa para relações heterossexuais com apenas um parceiro”. Outras mudanças sociais e econômicas incluem famílias que precisam de ajuda devido ao trabalho dos pais. Em particular, trabalhadores estrangeiros domésticos tornaram-se parte integral da família nos anos 1980.

Hong Kong é bem identificado por sua cultura materialista e alto nível de consumismo. Desde as lojas mais baratas até as de classe alta lotam as ruas. O clima brando, os baixos impostos e a conveniência fazem de Hong Kong um centro de compras internacional. Alguns destinos populares incluem Mongkok, Tim Sha Tsui e Causeway Bay. A indústria cultural tem sido uma das mais bem-sucedidas da história, especialmente durante a segunda metade do século XX. Continua proeminente mesmo com uma severa baixa que começou na metade dos anos 90. Artistas marciais e estrelas como Jackie Chan e Bruce Lee são reconhecidos mundialmente, especialmente nos assentamentos chineses dispersos no mundo. Muitos foram a Hollywood, incluindo Chow Yun Fat e John Woo. O cinema de Hong Kong recebeu reconhecimento internacional por diretores como Wong Kar Wai. Hong Kong tem duas estações televisivas, ATV e TVB. A última, lançada em 1967, foi a primeira estação comercial free-to-air do território asiático, e atualmente é a estação de TV predominante. A televisão a cabo e por satélite também é amplamente usada nas diversas estratificações sociais. A produção das novelas de Hong Kong, séries de comédias e os Variety Shows também alcançaram audiências em massa pelo mundo sinosférico. Muitas emissoras internacionais e pan-asiáticas têm sua sede em Hong Kong, incluindo a STAR TV. As redes terrestres de TV comerciais, TVB e ATV, também podem ser vistas nas províncias vizinhas de Cantão e Macau através de serviço a cabo.

Editores de revistas e jornais distribuem e imprimem em várias línguas como chinês e inglês. A mídia impressa, especialmente os tabloides, mas também os jornais de formato standard, inclinam-se ao sensacionalismo e as fofocas de celebridades. Embora a prática seja criticada, continua a vender. A mídia é relativamente livre de interferência governamental quando compara com a China continental, e os jornais são frequentemente politizados; alguns mostram ceticismo em relação ao governo chinês em Pequim. Manhuas são histórias representadas em quadrinhos honcongueses que provêm um caminho de expressão bem anterior à televisão. Enquanto a leitura tem variado durante as décadas, a arte é uma das mais consistentes em termos de provisão de entretenimento acessível. Manhuas são regularmente encontrados nas bancas de jornais. Características de Old Master Q, Chinese Hero e muitos outros exibiram obras de arte e histórias chinesas. Os mangás japoneses também foram traduzidos e vendidos nas livrarias locais de manhua. Enquanto Hong Kong tem recebido um fornecimento infindável dos animes japoneses e dos desenhos da Disney, a China vem se esforçando na revitalização da indústria cultural. Hong Kong teve contribuições cinematográficas em anos recentes tais como A Chinese Ghost Story: The Tsui Hark Animation (1997) e Dragon Blade (2015). Mais notavelmente, empresas como Imagi Animation Studios estão pondo desenhos em tecnologia 3D com imagens geradas por computador no mercado globalizado.

A ópera cantonesa é uma das maiores categorias da ópera chinesa, originada da cultura cantonesa do sul da China. A arte carrega uma identidade nacional que remota a primeira onda de imigrantes vinda de Xangai nos anos 1950. O teatro Sunbeam é um dos lugares que mantém a tradição. Como todas as versões da ópera chinesa, é uma forma de arte chinesa que envolve música, canto, artes marciais, acrobacia e atuação. Hong Kong tem uma variedade de artes cênicas, incluindo o drama, a dança, a música e o teatro. Hong Kong também é o lar do primeiro clube de comédia integral na Ásia, o The Take Out Comedy Club Hong Kong e também de algumas organizações sem fins lucrativos tais como a 321 Action. Mesmo com o uso de terra limitado, Hong Kong continua a oferecer esportes recreacionais e competitivos. Internacionalmente, Hong Kong participa das Olimpíadas e vários eventos dos Jogos Asiáticos. Grandes locais com diversas funções como o Hong Kong Coliseum são encontrados. As artes marciais em Hong Kong são aceitas como uma forma de entretenimento ou exercício físico. O tai chi é um dos mais populares, especialmente entre os grupos mais velhos. Grupos de pessoas praticam os movimentos em vários parques na madrugada. Muitas formas de artes marciais também foram passadas às diferentes gerações de descendência chinesa. Estilos como o louva-a-deus, o kung fu da serpente e o grou branco Fujian são os mais reconhecidos. A atmosfera é distinta no sentido de que as pessoas praticam ao ar livre em picos próximos a arranha-céus modernos. Quando não estão trabalhando, os honcongueses devotam muito tempo ao lazer. Mahjong é uma atividade social popular, e famílias e amigos podem jogar por horas nos festivais em feriados públicos, em suas casas, ou nos salões de Mahjong. A imagem de idosos jogando o Xiangqi em parques públicos, cercados de multidões, é comum. Outros jogos de tabuleiros como as damas chinesas também são jogados por pessoas de todas as idades. 

Entre os adolescentes, compras, comidas fora, karaokê e vídeo games são comuns, sendo o Japão um grande fornecedor de entretenimento digital, por razões culturais e de proximidade. Há também invenções locais bastante populares como o Little Fighter 2. Hong Kong teve alguns dos fliperamas atuais fora do Japão. Associações negativas foram criadas entre as tríades e os fliperamas. A crescente popularidade dos videogames diminuiu a cultura do fliperama. Atividades livres como o pedestrianismo e os esportes aquáticos são populares devido à geografia acidentada. A cultura de Hong Kong pode ser descrita como um conjunto de práticas que começou na China e então se inclinou ao Ocidente no século XX devido ao colonialismo britânico. Mesmo após a transferência de soberania à China continental em 1997, Hong Kong ainda tem uma identidade própria Hu eventualmente deixou o estúdio Shaw  Brothers para prosseguir a própria visão do gênero wuxia com produções independentes em Taiwan, como o extraordinariamente bem sucedido Dragon Inn (1967), também reconhecido como Dragon Gate Inn. Chang continuou no estúdio e permaneceu como o prolífico cineasta do Shaw Brothers até ao princípio dos anos 1980. O trabalho inovador de cineastas e produtores como Tsui Hark e John Woo introduziram ainda mais variedade, por exemplo, luta com armas, tríades e o sobrenatural. Um êxodo de muitas figuras principais para Hollywood nos anos 1990 coincidiu com um declínio na indústria cultural. No seguimento da morte prematura de Lee, emergiu uma pequena indústria de falsos filmes de Lee, com protagonistas que adoptavam nomes semelhantes (Bruce Li, Bruce Lai, etc.), ou cenas não utilizadas de Lee, ou alguma combinação estética de ambos. A moda passageira fez pouco para criar respeito da maioria da audiência no Ocidente pelo novo fenômeno do cinema de artes marciais. Mas apesar do tratamento póstumo, Lee continua a lançar uma longa real sombra sobre o cinema de Hong Kong.

Bibliografia geral consultada.

BÈRGERE, Marie-Claire, A Economia da China Popular. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980; BETTELHEIM, Charles, A China Depois de Mao. Lisboa: Edições 70, 1981; ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max, Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985; MEYER, Charles, Histoire de la Femme Chinoise. 4000 Ans de Pouvoir. Paris: Editeur Jean Claude Lattès, 1986; GUATTARI, Félix, Caosmose. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992; SCHULZ, Sônia Hilf, Espaço e Tempo nas Arquiteturas Urbanas: Uma Genealogia de Conceitos, uma Arqueologia de Configurações. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura. Escola de Comunicação. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1995; GRANET, Marcel, O Pensamento Chinês. Rio de Janeiro: Editor Contraponto, 1997; CAMLONG, André, “La Technê Rhetorikê”. In: Diacrítica, nº 15, pp. 3-53; 2000; ARAÚJO, Hermetes Reis de (Org.), Tecnociência e Cultura: Ensaios Sobre o Tempo Presente. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 1998; BAPTISTA, Mauro e MASCARELLO, Fernando (Org.), Cinema Mundial Contemporâneo. Campinas: Papirus Editora, 2008; ANDERSON, Benedict, Comunidades Imaginadas. São Paulo: Editora Companhia da Letras, 2008; MITTER, Rana, China Moderna. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2011; GOUVÊA, Lívia Gegenheimer, “O Erotismo dos Fantasmas: Sadismo, Imundície e Automutilação no Cinema Chinês Contemporâneo”. In: Anagrama, 8(1), 1-15; 2013; CARVALHO, Miguel Henriques, A Economia Política do Sistema Financeiro Chinês (1978-2008). Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013; RAMOS, Marcelo Maciel; ROCHA, Rafael Machado, “O Confucionismo Político e os Caminhos para o Constitucionalismo Chinês”. In: Rev. Fac. Direito. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, n° 67, pp. 421-452. jul./dez., 2015; SILVA, Athos Munhoz Moreira da, A Ascensão da China e os seus Impactos para o Leste Asiático. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos Internacionais. Faculdade de Ciências Econômicas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015; LILTI, Antoine, A Invenção da Celebridade (1750-1850). 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2018; ECO, Umberto, Pape Satàn Aleppe: Crônicas de uma Sociedade Líquida. 6ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 2019; Artigo: “Mídia chinesa destaca a Noite de Cinema by Chinese Bridge Club in São Paulo”. In: https://www.ibrachina.com.br/11/03/2023; entre outros.