terça-feira, 29 de junho de 2021

Andorinha - Memória de Pássaro Proibido pela Edificação nas Cidades.

Senhor, uma andorinha só não faz verão”. Miguel de Cervantes   

           A Filosofia da natureza é a expressão usada para descrever o estudo da natureza, tanto   do ponto de vista que chamamos científica, ou empírica, quanto do ponto de vista metafísico, de uma ciência geral de movimento e mudança, o movimento sendo entendido como qualquer tipo de mudança, como mudança de qualidade ou de lugar. Como o nome sugere a filosofia natural é interessada com esses movimentos e mudanças que ocorrem naturalmente, tal como geração, crescimento, e movimentos espontâneos como do coração e digestão, a queda de corpos e os movimentos circulares das esferas celestes. Num sentido mais restrito ela se destinava a todo o trabalho de análise e síntese de experiências comuns adicionados aos argumentos relativos à descrição e compreensão da natureza. O termo ciência, todavia, emergirá historicamente um pouco mais tarde, depois das descobertas científicas de Galileo di Vincenzo Bonaulti de Galilei, reconhecido Galileu Galilei, René Descartes e Sir Isaac Newton para o desenvolvimento da investigação experimental independente e de natureza matemática, governada por um método

        Fora de dúvida, algumas emoções estudadas por intermédio dos pesquisadores naturalistas são, evidentemente, consideradas primárias e universais. Contudo, lembra Le Breton (2019: 256 e ss.), não há acordo em relação ao repertório das emoções de base, pretensamente inatas e fisiologicamente descritíveis. Mas a simples identificação das emoções de base gera enormes dificuldades. Além de contrariar a realidade concreta humana, em nome das quais se realiza tal digressão, ela ainda enfrenta um importante desmentido: nenhuma estrutura neurofisiológica justifica a distinção de tais emoções. A botânica propugnada por tais pesquisadores classifica a afetividade, a embala em celofane e a estoca num herbário. Ela está condenada para sempre trabalhar sobre uma forma ideal típica, seguindo o exemplo de obras que propõem chaves gestuais nas quais cada desenho ilustra uma fisionomia: a alegria, a dor, a cólera ou certamente, o genuíno tratamento de desprezo.      

            A divisibilidade infinita do espaço implica a do tempo, como fica evidente pela natureza do movimento. Mas podemos aqui observar, afirma Hume (2009), que nada pode ser mais absurdo que o costume de atribuir uma dificuldade aquilo que pretende ser uma demonstração. As demonstrações não são comparativamente como as probabilidades, em que podem ocorrer dificuldades, e um argumento pode contrabalançar outro, diminuindo a prática de sua autoridade. Uma demonstração ou é irresistível, ou não tem força alguma. Portanto, falar em objeções e respostas, em contraposição de argumentos numa questão como essa, é o mesmo que confessar que a razão humana é um simples jogo de palavras, ou que a pessoa que assim se exprime não está à altura desses assuntos. Há demonstrações difíceis de compreender, por causa do caráter abstrato de seu tema; nenhuma demonstração, porém, uma vez compreendida, pode conter dificuldades que enfraqueçam sua autoridade. 

       É uma máxima estabelecida da metafísica que tudo que a mente concebe claramente inclui a ideia da existência possível, ou, em outras palavras, que nada que imaginamos é absolutamente impossível. Não poderia haver descoberta mais feliz para a solução de todas as controvérsias em torno das ideias que as impressões sempre precedem as ideias, e que toda ideia contida na imaginação apareceu primeiro em uma impressão correspondente. As percepções deste último tipo são todas tão claras e evidentes que não admitem discussão, ao passo que muitas de nossas ideias são tão obscuras que é quase impossível, mesmo para a mente humana que as forma, dizer qual é exatamente sua natureza e composição. Façamos uma aplicação desse princípio, a fim de descobrir algo mais sobre a natureza de nossas ideias de espaço e tempo.  Melhor dizendo, que as ideias da memória são mais vivas e fortes que as da imaginação, e que a primeira faculdade pinta seus objetos em cores mais distintas que as que possam ser usadas pela última. Ao nos lembrarmos de um acontecimento passado, sua ideia invade nossa mente com força, ao passo que, na imaginação, a percepção é fraca e lânguida, e apenas com muita dificuldade pode ser conservada firme e uniforme pela mente durante todo o período considerável de tempo. 

Temos aqui uma diferença sensível entre as duas espécies de ideias. Mas há uma outra diferença, não menos evidente, entre esses dois tipos de ideias. Embora nem as ideias da memória nem as da imaginação, nem as ideias vívidas nem as fracas possam surgir na mente antes que impressões correspondentes tenham vindo abrir-lhes o caminho, a imaginação não se restringe à mesma ordem na forma das impressões originais, ao passo que a memória está de certa maneira amarrada quanto a esse aspecto, sem nenhum poder de variação. É evidente que a memória preserva a forma original sob a qual seus objetos se apresentaram. A principal função da memória não é preservar as ideias simples, mas sua ordem e posição. Esse princípio se apoia em aspectos comuns e vulgares do dia a dia que podemos nos poupar o trabalho de continuar insistindo nele.  Como a imaginação pode separar todas as ideias simples, e uni-las novamente da forma que bem lhe aprouver, nada seria mais inexplicável que as operações dessa faculdade, se ela não fosse guiada por alguns princípios universais, que a tornam, em certa medida, uniforme nos momentos e vivência e lugares praticados. 

Fossem as ideias inteiramente soltas e desconexas, apenas o acaso as ajuntaria; e seria impossível que as mesmas ideias simples se reunissem de maneira regular em ideias complexas se não houvesse algum laço de união entre elas, alguma qualidade associativa, pela qual uma ideia naturalmente introduz outra. Esse princípio de união entre as ideias não deve ser considerado uma conexão inseparável, tampouco devemos concluir que, sem ele a mente não poderia juntar duas ideias – pois nada é mais livre que essa faculdade. Devemos vê-lo apenas como uma força suave, que comumente prevalece, e que é a causa pela qual, entre outras coisas, as línguas se correspondem de modo tão estreito umas às outras: pois a natureza de alguma forma aponta a cada um de nós as ideias simples mais apropriadas para serem unidas em uma ideia complexa. As qualidades não dão origem a tal associação, e que levam a mente, dessa maneira, de uma ideia a outra, são três, a saber: semelhança, contiguidade no tempo e no espaço, e causa e efeito. Dois objetos podem ser considerados como estando inseridos nessa relação, seja quando um deles é a causa de qualquer ação ou movimento do outro, seja quando o primeiro é a causa da existência do segundo. 

Pois como essa ação ou movimento não é senão o próprio objeto, considerado sob um certo ângulo, e como o objeto continua o mesmo em todas as suas diferentes situações, é fácil imaginar de que forma tal influência dos objetos uns sobre os outros pode conectá-los na imaginação. Podemos prosseguir com esse raciocínio, observando que dois objetos estão conectados pela relação causa e efeito não apenas quando produz um movimento ou uma ação qualquer no outro, no outro mas também quando tem o poder de os produzir. Essa é a fonte das relações de interesse e dever através dos quais os homens se influenciam mutuamente na sociedade que se ligam pelos laços de governo e subordinação. Um senhor é aquele que, por sua situação da força ou acordo, tem o poder de dirigir, sob alguns aspectos particulares, as ações de outro homem.

Um juiz é aquele que, em todos os casos litigiosos entre membros da sociedade, é capaz de decidir, com sua opinião a quem cabe a posse ou a propriedade de determinado objeto. Quando uma pessoa possui certo poder, nada mais é necessário para convertê-lo em ação que o exercício da vontade; e isso, em todos os casos, é considerável possível, e em muitos, provável – especialmente no caso da autoridade, em que a obediência do súdito é um prazer e uma vantagem para seu superior. Está claro que, no curso de nosso pensamento social e na constante circulação de nossas ideias, a imaginação passa facilmente de uma ideia a qualquer outra que seja semelhante a ela. Assim como existe o nascimento de uma semiologia e sociologia da celebridade e até mesmo mais recentemente, uma economia da celebridade e tal qualidade, por si só, constitui um vínculo afetivo e uma associação suficiente para a fantasia. É também evidente que, com os sentidos, ao passarem de um objeto a outro, precisam fazê-lo de modo regular, tomando-os sua contiguidade uns em relação aos outros, a imaginação adquire, por um longo costume, o mesmo método de pensamento, e percorre as partes do espaço e do tempo ao conceber seus objetos. 

Quanto à conexão realizada pela relação de causa e efeito, basta observar que nenhuma relação produz uma conexão mais forte na fantasia e faz com que uma ideia evoque mais prontamente outra ideia que a relação de causa e efeito entre seus objetos. Para compreender toda a extensão dessas relações sociais, devemos considerar que dois objetos estão conectados na imaginação. Não somente quando um deles é imediatamente semelhante ou contíguo ao outro, ou quando é a representação da causa. Mas quando entre eles encontra-se inserido um terceiro objeto, que mantém com ambos alguma dessas notáveis relações. Dentre as três relações mencionadas, a de causalidade é a de maior extensão. Na história da história da humanidade diversas transformações ocorreram quanto ao número de habitantes na Terra. Desse modo, é possível perceber períodos nos quais o número de habitantes era modesto e outros, como o atual, com números considerados bastante elevados. O crescimento populacional significa uma alteração no número de uma população de forma positiva. O crescimento populacional ocorreu no decorrer da história, às vezes em ritmo compassado, outras vezes de maneira veloz, um bom exemplo é o século XX, período no qual houve maior crescimento da população. Fazendo uma retrospectiva quanto ao número da população mundial, é possível traçar uma comparação entre o passado, o presente e o futuro. Cerca de 300 milhões de pessoas era a população mundial há  2.000 anos. A população permaneceu sem apresentar crescimento relevante em extensos períodos, uma vez que havia momentos de apogeu no crescimento populacional e outros de profundos declínios.

      A noção de edifício, em sentido estrito, permite fazer referência a qualquer construção realizada pela ação humana. Um teatro ou uma igreja são edifícios. No entanto, a linguagem do dia-a-dia recorre ao termo para mencionar as construções verticais que tenham mais de um andar. Aedificĭum é uma construção fixa que serve de alojamento humano ou que permite realizar várias atividades comerciais, políticas e sociais. Os edifícios estão relacionados com os prédios, os arranha-céus ou as torres, que servem de residência permanente às pessoas ou cujas instalações abrigam escritórios. Em termos de propriedade, há que se referir aos edifícios públicos que pertencem ao Estado, os edifícios privados, quando o proprietário é uma pessoa singular ou coletiva de sociedade anônima. Relativamente ao seu valor de uso, existem edifícios governamentais que albergam delegações do governo, edifícios industriais, onde se desenvolvem atividades técnicas produtivas, edifícios comerciais, compostos por uma grande variedade de lojas, edifícios militares, como os que agrupam os setores militares e os edifícios residenciais, usados como habitações verticais, entre outros. Edifícios inteligentes são aqueles que oferecem aos seus ocupantes um ambiente produtivo, com alto nível de segurança e conforto, por meio de soluções integradas, quando utilizam fontes alternativas de energia e comunicação entre os diversos sistemas operantes no prédio. Arranha-céus são edifícios habitáveis com mais de 40 andares. Eles tiveram origem na década de 1880. Muitos arquitetos e urbanistas debatem a altura ascendente dessas obras pós-modernas, já que elas causam poluição visual, gastos exorbitantes na manutenção e, sobretudo, mudanças no microclima das cidades. O que não podemos negar é que os arranha-céus são importantes para a arquitetura e construção civil, trazendo novas técnicas e uso de novos materiais. O reconhecido provérbio sobre o pássaro: - “Uma andorinha não faz a primavera”, recua à Aristóteles, Ética a Nicomaco.



      A ignorância de uma mente infinita frente a uma finitude não representa a indiferença. O reconhecimento da ignorância é uma ignorância instruída, douta. Contudo, a natureza intelectiva se sente atraída por conhecer o incompreensível. É o retorno, nos atrai uma pregustação natural, que nos impulsa a seguir buscando. Tem uma aspiração até a sabedoria, até Deus, ainda reconhecendo que o sábio é agora quem descobre que não pode alcançar a Deus, a plenitude do reconhecer. Deus é esquivo, inalcançável. A douta ignorância não é transcendente, a sabedoria não vem de fora infundida, mas é dentro de si mesma. Isto cria uma dissenção com a modernidade, como na Bíblia. O conhecimento surge de si mesmo na aporia de Hegel. A mente se adequa e cresce, mesmo sabendo que nunca alcançará o Absoluto, mas vai avançando. A douta ignorância tem a relação em si que a razão avança e aproxima-se do conhecimento. O conhecimento se fundamenta no sensível, na experiência, na assimilação, mas isso não é o verdadeiro conhecimento. O verdadeiro conhecimento é o que se desprende da experiência. A razão é a que deve determinar as coisas, o distinguir não é o Absoluto, mas há coisas não distinguíveis que confundimos. Para poder encontrar o verdadeiro conhecimento, tem que se separar das características das coisas e encontrar a essência das próprias coisas.  

E tem-se que buscar o que faz a coisa ser o que é, desprendendo-se de tudo o que não o faz único, para encontrar a qualidade ou categoria essencial. O que permite encontrar a qualidade no pequeno limite. O filósofo é quem busca, com humildade, o conhecimento e a sabedoria. Deste ponto de vista, filosofia significa amor à sabedoria. O filósofo é o amigo, o amante para o conhecimento, aquele que demanda a verdade, não aquele que acha que a possui. Mas o que interroga, não é aquele que se fecha em certezas supostamente definitivas. O filósofo tem uma qualidade que entendemos ser a “douta ignorância”. Ela equivale a uma disposição do espírito, a uma abertura da mente em relação à procura da verdade. Ao reconhecer a sua própria ignorância, o filósofo sabe que a consciência de que nada sabe é um princípio para superar as ilusões do falso saber, do reino das aparências, ou de um saber que, apesar de limitado, se considera ilimitado. Quando devidamente praticado, o lema socrático “só sei que nada sei” (Το μόνο που ξέρω ότι δεν ξέρω τίποτα), se é verdade, permite que nos libertemos da tirania do hábito a que está submetido quem julga possuir a verdade como um Direito.

         A ignorância como inibição, repetimos, não por acaso pode aparecer em casos limitados e ligados a situações pontuais. A “não aprendizagem” pode corresponder a uma retração intelectual do “eu” (moi). Entendo, com isso, uma retração do inconsciente lógico que dá a imagem de um “eu” (moi) ignorante. Essa retração pode aparecer, segundo Freud, em três ocasiões: a primeira, quando os órgãos intervenientes na ação de aprender sexualizam-se; a segunda, quando o sujeito evita o sucesso, apresentando, no momento preciso de obtê-lo, um comportamento de fracasso de si mesmo. É preciso levar em conta que o saber está sempre submetido ao interdito; e a terceira, quando o “eu” (moi) requer toda a energia disponível, por exemplo, durante o período de luto. A dificuldade de aprender parece estar ligada aí à falta de resignação das aprendizagens que representam a situação perdida. É necessário acreditar, então, que a ignorância, no sujeito que aprende, representa seu modo de viver a relação com o “outro do conhecimento”, um jeito de resolver a alternativa dramática, posta já a Adão e Eva, na mitologia cristã entre o saber e a ignorância. Para o sujeito superar sua perturbação, é preciso restituir ao ser à atividade cognitiva da alegria que foi pervertida sob a forma de ignorância. No século passado, na Áustria, o jovem estudante Törless, tímido e inteligente observava o comportamento sádico de seus amigos da escola, e não toma nenhuma providência, quando estes escolhem como vítima uma colega da sala de aula, até que a tortura vai longe demais. Adaptação do aclamado livro, o filme: Der Young Törless (1996) de Robert Musil, esta obra prima, deu internacionalidade ao movimento do chamado Cinema Novo Alemão, e ganhou em 1996 no Festival de Cannes, o Prêmio da Crítica Internacional para o já bastante premiado diretor, Volker Schlondorff. 

            Chama-se etologia a ciência dedicada ao estudo do comportamento dos animais. No  caso das aves, a observação do comportamento se torna muito interessante e prazerosa devido à diversidade, à curiosidade e, muitas vezes, à complexidade e beleza. As andorinhas representam um grupo de aves pertencentes à família Hirundinidae. São graciosas e ágeis. Voam, realizando longas migrações. Estatisticamente existem no mundo cerca de 80 espécies de andorinhas. Exceto na Antártida, pois esta ave não vive em lugares de baixa temperatura. A andorinha, em geral, é de cor azul, com o peito acinzentado claro. Elas são aves de pequeno porte, com asas longas e pontiagudas, com a cauda geralmente bifurcada, bico e patas curtas. É monogâmica, possuindo um parceiro durante toda a sua existência. Por essa razão está associada ao amor e à fidelidade. Esta ave remete à partida e ao regresso, pois, parte no inverno e regressa na primavera, por vezes, ao mesmo lugar que havia deixado. Devido à essa característica, a andorinha simboliza os movimentos cíclicos da existência que oscilam entre o Yin (inverno) e Yang (primavera), e a tudo relacionado a esses aspectos: a renovação, mudanças e ao renascimento. Sua alimentação consiste de insetos que capturam com o bico aberto, durante o deslocamento no voo. Cada andorinha consome cerca de 10.000 insetos por dia, pois necessita de consumo de calorias notável para poder desenvolver-se plenamente. Os ninhos são comumente feitos com lama, restos vegetais e a saliva. 

         Geralmente ocorrem em barrancos, árvores, estábulos, barracões, garagens, pontes, túneis, barragens, entre outros. O ninho é usado durante anos seguidos, pois com a mudança das estações as andorinhas, migram para outro lugar, mas depois que passa esta estação, elas retornam para o mesmo ninho que haviam deixado antes de migrarem. Viajam longas distâncias, migrando em busca de alimentos e, para isso, se direcionam às regiões quentes. As andorinhas migram de um lugar que esteja no inverno, para ir para outro local com o clima mais ameno ou quente. A andorinha mede entre 16 e 20 centímetros de comprimento, mas quando abre suas asas, pode alcançar 35 centímetros. Seu peso não é muito maior do que esses números. Fica entre 15 e 25 gramas. A plumagem da andorinha recebe vários tons de cores e chega a brilhar no período noturno. Suas penas recebem coloração de azul metálico que quase alcança a tonalidade preta. O queixo do pássaro recebe tom avermelhado e sua cabeça, tom azul. Combinações de cores que sem dúvida geram efeito comunicacional muito apreciável. As asas são pontiagudas, as patas, pequenas, o mesmo quanto ocorre ao bico. A cauda é visivelmente bifurcada. Pouca diferença há entre as andorinhas machos e fêmeas. As cores são idênticas e distribuídas nas mesmas partes. A andorinha fêmea tem penas mais curtas e recebe no abdômen uma sombra mais pálida. A andorinha mais comum no Brasil é a Progne chalybea, reconhecida como andorinha-grande. Essa espécie tem penas castanho-cinzentas no peito e penas azuis nas laterais. Etnograficamente é uma ave primaveril, que anuncia a chegada da primavera quando os dias estão mais longos para viver. O campo começa a encher-se de flores e o ar de grande variedade de sons e música. Estamos no início da primavera. As aves vivem com alvoroço a nova estação, disparando pelo céu em busca de um par para iniciar mais um ciclo de vida.

         As andorinhas são encontradas ao redor do mundo. A maioria voa longas distâncias para escapar do frio e encontrar alimento, pois os insetos voadores desaparecem durante o inverno. Voam em grandes bandos durante o dia e passam a noite em bosques ou pântanos. Percorrem, às vezes, grandes distâncias e retornam sempre ao local de origem, geralmente na primavera. A andorinha é ave migratória; algumas espécies nidificam na América do Norte e passam a estação do inverno no Brasil. As andorinhas voam contra o vento e realizam longos voos planados para pegar insetos. Dormem nos beirais dos telhados ou em fendas diversas. Algumas espécies constroem ninhos de estrume ou barro, dando-lhes grande resistência com o acréscimo de sua própria saliva. Outras nidificam em galhos ocos ou em buracos em pedras ou barrancos, nos quais escavam galerias. Os ovos, brancos, são chocados pelo casal, que dorme junto no ninho, fato quase incomum entre as aves. A incubação dura 15 dias em média. Os pais se revezam na alimentação dos filhotes, que começam a abandonar o ninho com cerca de um mês de vida. A andorinha é um tipo de ave que é difundida no mundo. Pode ser encontrada em quase todas as partes dos Estados Unidos continentais e grande parte do Canadá.

          Na história desde a Antiguidade que o aparecimento e desaparecimento das aves inquietavam os naturalistas, que não tinham a certeza se as aves migravam ou hibernavam. Sabemos através de pesquisa concreta que 5 milhões de aves terrestres de 190 espécies deixam a Europa e a Ásia em direção a África, e que algo similar ocorre na América do Norte, com mais de 200 espécies a migrar para Sul. A pergunta é que por que as aves migram continua a ser intrigante para os investigadores. Os benefícios têm que ser substanciais porque os custos energéticos e os riscos da migração são muito elevados. Pensa-se que mais de metade dos passeriformes terrestres que nidificam no hemisfério norte não regressam da sua migração para sul. A grande vantagem da migração é que permite que haja atividade ao longo de todo o ano, não sendo necessário recorrer a hibernação ou estivação, podendo as aves explorar recursos alimentares sazonais enquanto vivem em regiões com clima favorável a sua reprodução. Podem também evitar o reduzido número de horas do dia do inverno mais próximo dos polos e maximizar o tempo que podem despender a alimentar-se, bem como explorar booms de disponibilidade de alimento em zonas do globo em bons períodos do ano. Outras aves fogem da escassez de locais de nidificação e da competição com outras espécies.

    Aves representam conceitualmente uma classe de seres vivos vertebrados endotérmicos caracterizada pela presença de penas, um bico sem dentes, oviparidade de casca rígida, elevado metabolismo, um coração com quatro câmaras e um esqueleto pneumático resistente e leve. As aves estão presentes em todas as regiões do mundo e variam significativamente de tamanho, desde os 5 cm do colibri até aos 2,75 metros da avestruz. São a classe de tetrápodes com o maior número de espécies vivas, aproximadamente dez mil, das quais mais de metade são passeriformes. As aves apresentam asas, que são mais ou menos desenvolvidas dependendo da espécie. Os únicos grupos reconhecidos sem asas são as moas e as aves-elefante, ambos historicamente extintos. As asas, que evoluíram a partir dos membros anteriores, oferecem às aves a capacidade de voar, embora a especiação tenha produzido aves singulares não voadoras, como as avestruzes, pinguins e diversas aves endémicas insulares. Os sistemas digestivo e respiratório das aves estão adaptados ao voo. Algumas espécies que habitam ecossistemas aquáticos, como os pinguins e a família dos patos, desenvolveram a capacidade técnica de nadar.    

            As aves, e em particular os fringilídeos de Darwin (2009), tiveram um papel importante no desenvolvimento da teoria da evolução por seleção natural de Darwin. O registo fóssil indica que as aves são os sobreviventes dos dinossauros, tendo evoluído a partir de dinossauros emplumados dentro do grupo terópode dos saurísquios. As primeiras aves apareceram durante o período cretácico, há cerca de 100 milhões de anos, e estima-se que o último ancestral comum tenha vivido 95 milhões de anos. As evidências de ácido desoxirribonucleico (ADN), composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias completas de cada ser vivo, indicam que as aves se desenvolveram extensivamente durante a extinção do Cretáceo-Paleogeno que matou os dinossauros não avianos. As aves na América do Sul sobreviveram a este evento, tendo depois migrado para as várias partes do mundo habitado através de várias passagens terrestres, ao mesmo tempo que se diversificavam em espécies durante os períodos de arrefecimento global. Algumas aves primitivas dentro do grupo Avialae datam do período Jurássico. É um clado que contém as aves e os dinossauros mais próximos. Jacques Gauthier nomeou o clado em 1986, para incluir as Aves e o Archaeopteryx, baseado em caracteres morfológicos. Constitui um arranjo muito controverso e discutido entre os notáveis paleontólogos. Muitos destes ancestrais das aves, como o reconhecido Archaeopteryx, não tinham plena capacidade técnica de voo e muitos deles apresentavam características primitivas físicas como a formação de mandíbula em vez de bico e também cauda vertebrada. 

         A capacidade de voar proporcionou às aves uma diversificação extraordinária, pelo que hoje em dia vivem e reproduzem-se em praticamente todos os habitats terrestres e em todos os lugares dos sete continentes. As várias espécies reconhecidas de tentilhões demonstraram o poder do método hipotético-dedutivo darwinista, que baseando-se em anotações detalhadas da morfologia, habitat e comportamento em grupo destes pássaros, representam um dos argumentos mais aceitos em seu clássico livro sobre a origem das espécies. A andorinha de celeiro é reconhecida por usar características e construções paisagísticas feitas pelo homem, especialmente celeiros, como locais de nidificação. Na América do Norte, ele pode ser identificado pelo longo garfo na cauda. Nenhuma outra espécie de engolida é tão difundida ou aparece em maior número. Sobre sua caracterização a andorinha macho adulta pode ser identificada por sua cabeça azul escura e por penas azuis na frente ou no topo das asas e cauda. As penas mais longas da asa e da cauda são pretas. Tem uma testa avermelhada e garganta e partes inferiores mais claras também tingidas de vermelho. A fêmea tem coloração mais clara, pode ter partes inferiores mais brancas e tem um “garfo” mais estreito na cauda. Andorinhas de celeiro imaturas são menos profundamente coloridas na cabeça e nas costas. Na ausência de edificações feitas pelo homem, as andorinhas-celeste aninham-se naturalmente em abrigos rochosos como cavernas ou penhascos. Na atualidade eles são comumente vistos em celeiros e muitas vezes pontes, galerias e outras estruturas humanas em geral próximas da água. Como outras andorinhas, eles são reconhecidos como folhetos graciosos. Em voo, as penas da cauda se estendem e suas pontas das asas parecem muito pontiagudas. Eles são reconhecidos por voar baixo enquanto os pássaros procuram por insetos para comer em pleno voo. As estações ocorrem por causa da inclinação da Terra em relação ao Sol. O movimento do planeta em torno do Sol, dura um ano.                                Este movimento recebe o nome de translação e a sua principal consequência é a mudança das estações do ano. Se a Terra não se inclinasse em seu eixo, não existiriam as estações. Cada dia teria 12 horas de luz e 12 horas de escuridão. E como o eixo do planeta Terra forma um ângulo com seu plano orbital, existe o verão e o inverno, dias longos e dias curtos. Durante o verão, os dias amanhecem mais cedo e as noites chegam mais tarde. Ao longo dos três meses desta estação, o sol se volta, lentamente para a direção norte e os raios solares diminuem sua inclinação. No início do outono, os dias e as noites têm a mesma duração: 12 horas. Isso é porque a posição do sol está exatamente na linha abstrata do Equador. Porém, o Sol, vai continuar se distanciando aparentemente para norte. A partir daí, os raios solares atingem o mínimo de inclinação no início do inverno, e, ao contrário do verão, os dias serão mais curtos e as noites mais longas.

Então, o Sol vai começar a se deslocar na direção sul. Começando então a primavera e os dias e as noites terão a mesma duração. Portanto, as estações do ano e a inclinação dos raios solares variam com a mudança da posição da Terra em relação ao Sol. Quando o Polo Norte se inclina em direção ao Sol, o hemisfério Norte se aquece ao calor do verão.  Seis meses mais tarde, a Terra percorreu metade de sua órbita. Agora o Polo Sul fica em ângulo na posição do Sol. Comparativamente é verão na Austrália e faz frio na América do Norte. Do latim: Autumn, também reconhecido como o tempo da colheita e das safras, é nesta época que ocorrem as grandes colheitas. A safra diz respeito ao plantio feito com a chegada das chuvas. É nesse período do ano que as condições climáticas estão próprias para o início de lavouras como a do milho, por exemplo. Os dias ficam mais curtos e mais frescos. As folhas e frutas, maduras começam a cair no chão. Os jardins e parques ficam coberto de folhas. Isto ocorre por que os países do hemisfério Norte precisam se preparar ecologicamente para o inverno. É necessário armazenar comida suficiente para todos, sem desperdício, para que nada faltar.

Com o início da estação observadores, assim como os fotógrafos e admiradores da natureza podem preparar o foco das lentes ou seus binóculos porque a estação mais florida do ano tem início: a primavera. De forma distinta a época de estação do verão oferece condições para as andorinhas se alimentarem bem. As andorinhas voando em bando no “céu”, também, sinalizam a época de verão. Daí o velho ditado: “Uma andorinha não faz verão”. A andorinha fêmea põe de 4 ou 8 ovos e tanto a fêmea como o macho, ficam chocando os ovos, cerca de 25 dias. A migração é uma deslocação regular entre habitat, e não deve ser confundida com divagações empíricas sobre deslocamentos ocasionais e movimentos dispersivos. Trata-se de um fenômeno intencional e voluntário, uma viagem de certa envergadura e duração. Tem caráter periódico de um cíclico padrão de ir e vir que se repete de forma sazonal e implica espaços geográficos bem definidos. O movimento migratório envolve a população de uma espécie, e não só de uns tantos indivíduos. Os lugares de origem e destino são antagônicos do ponto de vista sociológico e ecológico. A vida da espécie a deslocar-se sazonalmente está dividida entre dois períodos sedentários e dois dinâmicos entre habitat, que se sucedem alternadamente. Durante a primavera, o indivíduo está ligado à área de procriação, onde encontra condições ideais para se reproduzir. No final do verão inicia a migração pós-nupcial que o conduz à área onde passará o inverno. Permanece para que na primavera, possa empreender a viagem de regresso. 

É por esta razão que se chama a migração pré-nupcial. Como diz Beto Guedes na canção Amor de Índio (1978): - Se todo amor é sagrado e o fruto do trabalho é mais que sagrado, meu amor. A massa que faz o pão vale a luz do teu suor. Lembra que o sono é sagrado e alimenta de horizontes o tempo acordado de viver.  No inverno te proteger, no verão sair pra pescar. No outono te conhecer, primavera poder gostar. No estio me derreter, pra na chuva dançar e andar junto. O destino que se cumpriu de sentir teu calor e ser todo. Não queremos perder de vista neste aspecto o notável Clube da Esquina expressão usada para se referir a um grupo de músicos, compositores e letristas, surgido na década de 1960 em Belo Horizonte. Tendo cantores e compositores como por exemplo, Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso, Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges, a musicalidade do Clube da Esquina é intensamente caracterizada como inovadora. Como característica desta tendência musical, têm-se uma espécie de fundição das inovações trazidas pela Bossa Nova com elementos do jazz, do rock, principalmente dos Beatles, música folclórica dos negros e mineira, música erudita e música hispânica. Nos anos 1970, esses artistas tornaram-se referência de qualidade na chamada Música Popular Brasileira (MPB) pelo alto nível de performance e disseminaram suas inovações e influência a nível mundial. Clube da Esquina surgiu da grande amizade entre Milton Nascimento e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô), no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, na década de 1960. O início dessa amizade se deu em 1963, depois que Milton chegou à capital para estudar e trabalhar. Milton acabara de chegar de Três Pontas, cidade onde morava a família e onde tocava na banda W`s Boys com o pianista Wagner Tiso; com Marilton foi tocar na noite, no grupo Evolusamba. Compondo e tocando com os amigos, despontava o talento, pondo o pé na estrada e na fama ao vencer o Festival de Música Popular Brasileira e ao ter uma de suas composições, a extraordinária Canção do sal, gravada pela estreante Elis Regina. Muitos membros possuíam participação antes do disco de 1972, e mantiveram carreira durante os anos de 1972 e 1978.

Os fatores que, num dado momento, desencadeiam a migração das aves, não são de fácil explicação. Muitas das espécies das aves do hemisfério Norte começam a sua migração em direção ao Sul, quando ainda existem recursos alimentares mais do que suficientes para a sua sobrevivência. Estas aves não têm maneira de saber que passado algumas semanas a temperatura vai descer e que o alimento vai escassear. O momento do início da migração é provavelmente regulado pelo seu sistema glandular. As glândulas produzem substâncias químicas, as hormonas. Está-se em crer que são as variações na produção das hormonas que estimulam a migração das aves. À medida que os dias se tornam mais pequenos, surgem variações na produção de hormonas. Como consequência as aves começam a preparar o seu voo migratório. Contudo, esta variação hormonal não explica por exemplo, porque é que diferentes espécies comportamentais localizadas na mesma região começam a sua migração antes de outras, ou ainda, porque é que aves da mesma espécie não começam a sua migração ao mesmo tempo. Assim, o início da época da migração não parece depender exclusivamente da duração dos dias, mas também de fatores, como o clima e a disponibilidade de alimento.

A andorinha-azul é uma ave migratória, que faz um percurso de 8 a 20 mil quilômetros entre a América do Norte, onde vive se reproduz, e a América do Sul, para onde vem no inverno em busca de temperatura mais amenas. Dentre as espécies de andorinha encontradas no Brasil, é considerada grande. Seu padrão de voo é típico de andorinhas, com planeios curtos alternados com batidas longas de asas. No leste e no noroeste da América no Norte, fazem seus ninhos em construções civis, como cabaças perfuradas e caixas de madeira, enquanto no oeste utilizam cavidades naturais, muitas vezes construídas por espécies de pica-pau. As andorinhas-azuis e outras 434 aves foram ilustradas por John James Audubon e impressas, em tamanho real, em 1827, no livro Birds of América. A andorinha-azul possui uma longa história de interação com os seres humanos. Nos Estados Unidos e no Canadá, há centenas de anos são parte da cultura das etnias indígenas. Em 2007, quando o PMCA e a York University implantaram os primeiros geolocalizadores em andorinhas-azuis, permitiu identificar as rotas migratórias e a duração desta viagem através dos continentes. A viagem pode compreender de 8 a 20 mil km de distância, dependendo do grupo de andorinhas. Imagina-se que a população que chega ao Sudeste do Brasil nos primeiros dias do verão venha do Canadá, enquanto as aves que ficam na Amazônia se reproduzam no Leste dos Estados Unidos da América. O migrante mais impressionante é a andorinha-do-mar ártica, que procria no norte do Círculo Ártico, mas voa quase 18 mil km para o sul, em direção à Antártica, quando chega o inverno ao norte. 

          O Ártico representa uma região em torno do Polo Norte (latitude 90°). Seu clima é caracterizado por invernos frios e verões frios. A precipitação vem principalmente na forma de neve. As áreas dentro do Círculo Polar Ártico (66 ° 34′ de latitude) apresentam alguns dias no verão em que o Sol nunca se põe e alguns dias durante o inverno em que nunca nasce. A duração dessas fases varia de um dia para locais no Círculo Ártico a vários meses perto do Polo, que é o meio do Hemisfério Norte. Entre o Círculo Ártico e o Trópico de Câncer (23° 26 de latitude) fica a zona temperada do Norte. As mudanças nessas regiões entre o verão e o inverno são geralmente amenas, em vez de calor ou frio extremo. No entanto, um clima temperado pode ter um clima muito imprevisível. As regiões tropicais entre o Trópico de Câncer e a linha do equador, 0° de latitude, são geralmente quentes durante o ano e tendem a experimentar uma estação chuvosa durante os meses de verão e uma estação seca durante os meses de inverno. No hemisfério norte, os objetos que se movem através ou acima da superfície da Terra tendem a virar para a direita por causa do efeito Coriolis. Como resultado, fluxos horizontais de ar ou água em grande escala tendem a formar giros que giram no sentido horário.  A sombra de um relógio de sol se move no sentido horário nas latitudes ao norte do ponto subsolar. Durante o dia, nessas latitudes, o Sol tende a subir ao máximo na posição ao sul. Entre o Trópico de Câncer e o Equador, o Sol pode ser visto ao norte, diretamente acima, ou ao sul ao meio-dia, dependendo da época do ano. No hemisfério sul, o Sol do meio-dia está predominantemente no norte. Quando vista do hemisfério norte, a Lua parece invertida em comparação com uma vista do hemisfério sul. O Polo Norte está voltado para longe do centro galáctico da Via Láctea.

Sociologicamente é também um pássaro proibido do ciclo reprodutivo na cidade devido às mudanças bruscas na arquitetura, o aumento do transporte rodoviário urbano, o tráfego aéreo e uso de máquinas que faz da poluição sonora um dos principais desafios políticos das cidades. A poluição sonora não compromete apenas o sistema auditivo, mas afeta o funcionamento do sistema social como um todo. Algumas cidades começaram a adotar medidas técnicas e sociais para controlar a ininterrupta barulheira. Em Kakinada, cidade localizada no distrito de Govari Oriental, no estado indiano de Andhra Pradesh, foram instalados sensores em pontos estratégicos para detectar mudanças de impacto tecnológico nas emissões sonoras. O objetivo é prover o governo de técnicas para limitar a circulação de veículos em determinados horários de pico e reavaliar os padrões do tráfego aéreo. Estações de monitoramento da empresa de tecnologia francesa Kerlink foram equipadas com sensores da indiana Oizom para medir a poluição do ar. A poluição sonora afeta os animais, deixando-os extremamente estressados, atrapalhando seus instintos de caça, sua reprodução e interferindo em sua comunicação. Os mais prejudicados são os animais marinhos, pois nos ambientes subaquáticos o som se propaga com mais rapidez. Por isso, o nível de ruídos é extremamente alto em ambientes aquáticos, devido a motores de barcos e navios, plataformas petrolíferas, dentre outros fatores sociais, afetando principalmente os golfinhos e baleias, que têm como meio de comunicação os sonares.

        O resumo abstrato espontâneo do animal, segundo Durand (1977: 73 e ss.), tal como ele se apresenta à imaginação sem as derivações e as especializações secundárias é constituído por um verdadeiro esquema: o esquema do animado. Para a “criança pequena”, se já não é um truísmo, como para o próprio animal, a inquietação é provocada pelo movimento rápido e indisciplinado. Todo animal selvagem, pássaro, peixe ou inseto, é mais sensível ao movimento que à presença formal ou material. O pescador de trutas sabe muito bem que só os seus gestos demasiado bruscos parecerão insólitos ao peixe. O teste do psiquiatra e psicanalista freudiano suíço, reconhecido por desenvolver um teste projetivo como o teste da mancha de tinta de Rorschach, confirma esse parentesco no psiquismo humano entre o animal e o seu movimento. Geralmente as porcentagens de respostas animais e de respostas cinestésicas são inversamente proporcionais, compensando-se mutuamente: o animal não é mais que o resíduos morto e estereotipado da atenção ao movimento vital. Quanto mais elevada é a porcentagem de respostas animais, mais o pensamento está envelhecido, rígido, convencional ou invadido por humor depressivo. A grande proporção de respostas animais representa sintomaticamente de um bloqueamento da ansiedade. O aparecimento da animalidade na consciência é, portanto, sintoma de uma depressão da pessoa até os limites próprios da ansiedade. Uma das primitivas manifestações ocorre através do formigamento, “imagem fugidia, mas primeira”. Não retenhamos pela etimologia da palavra o trabalho das formigas que aparenta a imagem destas últimas à da serpente fossadora.

            Desnecessário dizer que as trevas noturnas constituem o primeiro símbolo do tempo, e entre quase todos os primitivos como entre os indo-europeus ou semitas “conta-se o tempo por noites e não por dias”. As nossas festas noturnas, o São João, o Natal e a Páscoa, seriam a sobrevivência dos primitivos calendários noturnos. A noite negra aparece assim como a própria substância do tempo. A noite recolhe na sua substância maléfica todas as valorizações negativas precedentes. As trevas, pode-se afirmar, são sempre caos e ranger de dentes. O bom senso não chama à hora crepuscular a hora “entre cão e lobo”? Nós próprios mostramos como ao negrume estavam ligados a agitação, a impureza e o barulho. O tema do bramido, do grito, da “boca do senhor” é isomorfo das trevas e Gaston Bachelard cita Lawrence, para quem “o ouvido pode ouvir mais profundamente que os olhos podem ver”. O ouvido é assim o sentido da noite. Ao longo de três páginas, Bachelard mostra-nos que a obscuridade é amplificadora do barulho, é ressonância. As trevas da caverna retêm nelas o grunhido do urso e o respirar dos monstros. Mais ainda, as trevas são o próprio espaço de toda a dinamização paroxística, de toda a agitação. 

      O negrume é a própria “atividade”, e toda uma infinidade de movimentos é desencadeada pela falta de limites das trevas, nas quais o espírito provoca cegamente o “nigrum, nigrius nigro”. Das ligações isomórficas resulta que a negrura é sempre valorizada negativamente. No nível espetacular da ideologia o diabo é quase sempre negro ou contém algum negror. Os exemplos se multiplicam: o antissemitismo não seria talvez outra fonte desta hostilidade natural pelos tipos étnicos escuros. – “os negros na América assumem também uma tal fixação da agressão dos ovos hospedeiros”, diz Otto Fenichel, “tal como entre nós os ciganos... são acusados com razão ou sem ela de toda a espécie de malfeitorias”. Acrescentaremos que se explica assim na Europa o ódio imemorial do mouro, que se manifesta nos nossos dias pela segregação espontânea dos norte-africanos que residem na França. O mouro torna-se uma espécie de diabo, de papão, tanto nas figuras grotescas que ornamentam as igrejas da Espanha, como Anjou, onde “o gigante Maury se embosca num rochedo perto de Angers e espreita os bateleiros do Manine para os engolir com os respectivos barcos. Vemos assim que a distância entre este Maury e o Ogro não é grande. O ogro, tal como o diabo, tem frequentemente pelo negro ou barba escura. É sobretudo interessante notar, segundo Durand (1997), que esta “negrura” do mal é admitida pelas populações de pele negra. 

        Podemos acrescentar à mesma lista de reprovados “jesuítas”, de quem Rosenberg fazia a encarnação cristã do espírito do mal. O anticlericalismo popular inspira-se também na França. O teatro ocidental veste sempre de negro as personagens reprovadas ou antipáticas: Tartufo, Basílio, Bártolo, Mefistófeles ou Alceste. A ferocidade de Otelo tem assim o mesmo fundo que a perfídia de Basílio. São estes elementos engramáticos que explicam, em grande parte, o sucesso insensato da apologia racista do Siegfried branco, gigante e louro, vencedor do mal e dos homens negros. Uma vez que as trevas se ligam à cegueira, vamos encontrar nesta linhagem isomórfica, mais ou menos reforçada pelos símbolos da mutilação, a inquietante figura do cego que numerosas valorizações negativas são vistas pela consciência, digamos populista, como são reconhecidos os apelidos de caolho, zarolho ou cego. Um casal de andorinhas na China antiga era visto como símbolo de fidelidade. O retorno das andorinhas servia como marcadores temporais quanto à chegada do equinócio, ocasião em que se realizavam rituais de fecundidade. Na acultura islâmica, a andorinha é símbolo de boa companhia devido à fidelidade para com a parceira e por privilegiar a união familiar. É por isso chamado de “pássaro do paraíso”. Mas para os persas era símbolo de solidão, despedida, devido ao instinto da sua vida nômade. Enfim, para sermos otimistas, concordamos com a assertiva da antropologia do imaginário que considera em todas as épocas e sob todas os incidentes históricos os grandes regimes antinômicos da imagem. 

É apenas no contexto sociológico que colabora na modelagem dos arquétipos em símbolos e constituí a derivação pedagógica. Há uma “tensão” sociológica crescente que especifica o simbolismo do arquétipo e do esquema universal na expressão social precisa do conceito por intermédio do signo de uma linguagem bem diferenciada. Sua tese é o que explica ao mesmo tempo que uma língua, não se traduza nunca completamente noutra língua, e que, no entanto, uma tradução, utilizando o semantismo dos mitemas, seja sempre possível. Este paradoxo inintencional na tradução resume a ambiguidade psicossocial do símbolo. Damourette e Pichon mostrou bem como uma língua como o francês organizava a seu modo a repartição das sexuisemelhanças, primeiro rejeitando o neutro que é o assimilado em francês ao masculino. Toda a repartição de tipo sexuisemelhante é dirigida pela concepção ativa do masculino e passiva do feminino. Em francês, tudo o que é diferenciado, dessexualizado, tudo aquilo a que se empresta uma alma ativa, tudo o que está definido numa delimitação precisa, metódica e de algum modo arterial é masculino. Pelo contrário, tudo o que representa uma substância imaterial, abstrata, tudo o que sofre uma atividade exógena, tudo o que evoca uma fecundidade mecânica é feminino. É evidente que tal matriz linguístico nunca passa numa tradução. Mas essa matriz linguisticamente bem especificado vem atuar sobre o fundo universal das representações mais elementares da feminilidade e da masculinidade. Por detrás da derivação social da língua persistem na sua universalidade os arquétipos e símbolos mais gerais sobre os quais vêm aturar incidentes sociológicos. O trajeto antropológico do sujeito para o seu ambiente funda uma generalidade compreensiva que nenhuma explicação, mesmo simbólica, pode transpor per se totalmente. Isto quer dizer o seguinte: que a história não explica o conteúdo arquetípico, pertencendo a própria história ao domínio do imaginário.     

Bibliografia geral consultada.

SICK, Helmut, Ornitologia Brasileira: Uma Introdução. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1997; DURAND, Gilbert, As Estruturas Antropológicas do Imaginário: Introdução à Arquetipologia Geral. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997; BOLLE, Willi, Fisiognomia da Metrópole Moderna. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000; CURY, Isabelle, O Estudo Morfológico de Parati, no Contexto Urbanístico das Cidades Marítimas Atlânticas de Origem Portuguesa. Tese de Doutorado. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008; HUME, David, Tratado da Natureza Humana. Uma Tentativa de Introduzir o Método Experimental de Raciocínio nos Assuntos Morais. 2ª edição revista e ampliada. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 2009; DARWIN, Charles, A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2009; MENDES, Solange, Efectos de la Contaminación Acústica en Cuatro Espécies de Aves Silvestres. Tese de Doutorado. Espanha: Universidade de Salamanca, 2010; POZ, Ângela da Silva Gomes, “A Leveza do Voo e do Peso do (Não) Poder: Uma Análise das Expectativas de Gênero na Obra As Andorinhas, de Pauline Chiziane”. In: Revista Philologus, Ano 22, n° 66 Supl.: Anais da XI Jornada Nacional de Linguística e Filologia da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2016; GOETHE, Johann Wolfgang von, Ifigênia em Táuride. São Paulo: Editora Peixoto Neto, 2016; COSTA, Eliane; PEREIRA, Flávio; PEREIRA, Márcia Regina Santana, “O Feminino, Tempos e Espaços em As Andorinhas, de Paulina Chiziane, e em Becos da Memória, de Conceição Evaristo”. In: Revista Porto das Letras. Estudos Literários, volume 04, nº 02, 2018; LE BRETON, Antropologia das Emoções. Petrópolis (RJ): Editora Vozes, 2019; REIS, Jessica Naiara, Dois Séculos de Perda da Biodiversidade na Bacia do Rio Doce: Aves como Modelo de Estudo. Dissertação de Mestrado em Manejo e Conservação de Ecossistemas Naturais e Agrários. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, Florestal, 2019; DETONI, Henrique; FONSECA FILHO, Ricardo Eustáquio, “Potencial do Parque Natural Municipal das Andorinhas, Ouro Preto (MG) para o Geoturismo”. In: Tur. Visão e Ação, vol. 23, nº 2, 350-375, mai./ago.- Balneário Camboriú, Santa Catarina, 2021entre outros.

sábado, 19 de junho de 2021

Falhas da Inteligência - Física & Usina Nuclear de Pripyat (1986-2017).

 

                           O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma”. Albert Einstein

            A inteligência humana não é uma máquina de reprodução de cálculos. É um processo real, social e orgânico que articula afetividade, corporalidade e os erros mais absurdos. Em seres humanos, é pressuposta a presença de desejo e da consciência de sua própria história social e política. A inteligência humana não é concebível separadamente de todos os outros processos cerebrais, corporais e sociais. Diferente de humanos ou animais que pensam com a ajuda de um cérebro localizado dentro de seus corpos uma máquina processa cálculos e diagnósticos sem a capacidade de dar sentido a eles. A ideia de que uma máquina pode substituir humanos não é absurda. É o ser vivo que cria significado a partir do domínio da técnica e não a máquina. Muitos pesquisadores de Inteligência Artificial estão convencidos de que a diferença entre a inteligência humana e a inteligência artificial é quantitativa, enquanto ela é eminentemente qualitativa. Ela tende a superestimar a produtividade humana, com o objetivo de tornar o mundo mais eficiente e seguro, com a melhoria racionalizada de expectativa de vida e servirá para prever temas nevrálgicos em termos de futuro, como prevenir catástrofes e combater as mudanças climáticas. É o conceito amplo de que as máquinas são capazes de executar tarefas de risco, antes realizadas somente por pessoas. O sistema reproduz a cognição humana e atua de forma autônoma. Por ser inteligente, a tecnologia se desenvolve conforme recebe novos dados. Atividades de pesquisa devem ser produtivas sem controle hierárquico institucional.

A noção de indivíduo é também social. Em seguida, deseja revelar que a noção de indivíduo pode ser posta em contraste com a ideia de pessoa. Ou seja, que exprime outro aspecto individual da realidade humana. As duas noções permitem introduzir na análise sociológica o dinamismo necessário para poder revelar a dialética do universo social. É aquilo que é tomado e empiricamente elaborado por alguma entidade, de modo que ela possa tomar uma posição ou criar uma perspectiva de interpretação. Mas no plano global, é variado o desenvolvimento dos processos histórico de civilização, assim como de cada figuração dos modelos de civilização. O conceito de caráter nacional pode ter valia como instrumento de pesquisa social para a constituição de uma análise crítica no âmbito da teoria da civilização. Analogamente, é variado o desenvolvimento dos processos especiais de civilização, assim como de cada figuração, como veremos en passant, sobre estes dois modelos pragmáticos de civilização. Estes últimos encontram uma de suas expressões mais prementes no habitus social comum dos indivíduos que formam uma tribo ou Estado. Eles são herdeiros não só de uma linguagem específica, mas também de um modelo crível específico de civilização e, portanto, de formas específicas de autorregularão, que eles absorvem mediante o aprendizado de uma linguagem comum e nas quais, então, se encontram: no caráter comum do habitus social, da sensibilidade e do comportamento dos membros de uma tribo ou de um Estado nacional. O conceito de caráter nacional refere-se precisamente a isso. Ipso facto, ele pode ter valia como instrumento abstrato de pesquisa no âmbito da concepção de teoria da civilização. Dentre os elementos espirituais comuns aos processos de civilização, assim como contrariamente a todos os processos sociais de descivilização, destaca-se sua direção contumaz na vida social.

            A consciência, para a qual existe agora um ser sensível, é somente um visar, isto é, saiu totalmente para fora do perceber, e regressou a si mesma. Só que o ser sensível e o visar passam, eles mesmos, para o perceber: sou relançado ao ponto inicial, e de novo arrastado no mesmo circuito – o qual se suprassume em cada momento e como um todo. Qualquer consciência suprassume de novo uma verdade do tipo: o aqui é uma árvore ou: o agora é meio-dia, e enuncia o contrário: o aqui não é nenhuma árvore, mas uma casa. A consciência também suprassume logo o que é afirmação de um isto sensível, nessa firmação que suprassume a primeira. Assim, em toda certeza sensível só se experimenta, em verdade, o que já vimos: a saber, o isto como um universal – o contrário do que aquela afirmação garante ser a experiência universal.  A consciência, portanto, percorre necessariamente esse círculo, mas ao mesmo tempo não é do mesmo modo que na primeira vez. Ela fez, justamente, sobre o perceber a experiência de que o resultado e o verdadeiro dele é sua dissolução ou a reflexão sobre si mesma, a partir do verdadeiro. Sendo assim, ficou determinado para a consciência como é que seu perceber está constituído, isto é: não consiste em ser um puro apreender simples, mas em ser seu apreender ao mesmo tempo refletido em si a partir do verdadeiro. Esse retorno da consciência a si mesma, se insere imediatamente no puro apreender, altera o verdadeiro.  A consciência reconhece esse aspecto como o seu, e o toma sobre si; e assim fazendo, manterá puro o objeto verdadeiro.



            Assim, temos a passagem da representação abstrata, para o conceito claro e concreto através do acúmulo de determinações. Aquilo que por movimento dialético separa e distingue perenemente a identidade e a diferença, sujeito e objeto, finito e infinito, é a alma vivente de todas as coisas, a Ideia Absoluta que é a força geradora, a vida e o espírito eterno. Mas a Ideia Absoluta seria uma existência abstrata se a noção de que procede não fosse mais que uma unidade abstrata, e não o que é em realidade, isto é, a noção que, por um giro negativo sobre si mesma, revestiu-se novamente de forma subjetiva. A determinação mais simples e primeira que o espírito pode estabelecer é o Eu, a faculdade de poder abstrair todas as coisas, até no limite a sua própria vida. Chama-se idealidade precisamente esta supressão da exterioridade. Entretanto, o espírito não se detém na concreta apropriação, transformação e dissolução da matéria em sua universalidade, mas, enquanto consciência religiosa, por sua faculdade representativa, penetra e se eleva através da aparência dos seres, uno, infinito, que conjunta e anima interiormente todas as coisas, enquanto pensamento filosófico, como princípio universal, a ideia eterna que as engendra e nelas se manifesta. Isto quer dizer que o espírito finito se encontra inicialmente numa união imediata com a natureza, a seguir em oposição com esta e finalmente em identidade com esta, porque suprimiu a oposição e voltou a si mesmo e, consequentemente, o espírito finito é a ideia, mas ideia que girou sobre si mesma e que existe por si em sua própria realidade.

            Átomo é uma unidade básica de matéria que consiste num núcleo central de carga elétrica positiva envolto por uma nuvem de elétrons de carga negativa. O núcleo atómico é composto por protões e nêutrons. Os elétrons de um átomo estão ligados ao núcleo por força eletromagnética. Da mesma forma, um grupo de átomos pode estar ligado entre si através de ligações químicas baseadas na mesma força, formando uma molécula. Um átomo que tenha o mesmo número de protões e elétrons é eletricamente neutro, enquanto que um com número diferente pode ter carga positiva ou negativa, sendo desta forma denominado ião. Os átomos são classificados de acordo com o número de protões no seu núcleo: o número de protões determina o elemento químico e o número de neutrões determina o isótopo desse elemento. Os átomos são objetos minúsculos cujo diâmetro é de apenas algumas décimas de nanómetros e com pouca massa em relação ao seu volume.

A sua observação prática só é possível com recurso a instrumentos específicos e apropriados: o microscópio de corrente de tunelamento. Aproximadamente 99,94% da massa atómica está concentrada no núcleo, tendo os prótons e nêutrons aproximadamente a mesma massa. Cada elemento possui pelo menos um isótopo com nuclídeo instável que pode sofrer decaimento radioativo. Isto pode levar à ocorrência de uma transmutação que altere o número de prótons ou nêutrons no interior do núcleo. Os elétrons ligados a átomos possuem um conjunto estável de níveis energéticos, ou orbitais atómicas, podendo sofrer transições entre si ao absorver ou emitir fotões que correspondam à diferença de energia entre esses níveis. Os elétrons definem as propriedades químicas de um elemento e influenciam as propriedades magnéticas de um átomo. A mecânica quântica é a representação da teoria que descreve corretamente a estrutura e as propriedades compostas dos átomos.

A Era Atômica começou sob o signo de representação ideológico da guerra global. Com o manejo da radioatividade ao fim do século XIX, com a invenção do raio-X pelo alemão Wilhelm Röntgen e as experiências do francês Henri Becquerel e da franco-polonesa Marie Curie. Como em inúmeras inovações tecnológicas estão ligados à guerra, o conflito bélico acelerou sua aplicabilidade prática e expandiu suas fronteiras globais. Quando os alemães Otto Hahn e Fritz Strassmann conseguiram realizar a fissão nuclear, os alarmes de incêndio soaram no mundo científico. A usina de Chernobil produzia energia elétrica por meio de fissão nuclear. A Era Atómica, por vezes designada Era Nuclear, é o termo utilizado sociologicamente para referir-se ao período da história posterior à explosão nuclear ocorrida em 16 de julho de 1945 no deserto de Alamogordo, nos Estados Unidos da América. O termo foi utilizado durante a década de 1950, subsequente as primeiras explosões nucleares que puseram fim à 2ª guerra mundial, com a generalização da opinião difundida de que, no futuro, todas as fontes de utilização de energia sociai seriam de natureza atômico-nuclear. Estima-se que até 1998, em torno de 2 050 testes nucleares tenham sido realizados pelas principais potências imperialistas do mundo. Mais de 53 milhões de pessoas perderam a vida na maior guerra já vista na história da humanidade. As bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, são chamadas atômicas porque usam o poder e a energia do átomo para causar reações em cadeia altamente energéticas. Bombas atômicas são as armas letais de destruição em massa mais poderosas existentes.


              

Os caracteres que compõem o nome Japão significam “Origem do Sol”, razão pela qual o Japão é às vezes identificado como a “Terra do Sol Nascente”. O nome japonês Nippon é usado de forma oficial, inclusive no dinheiro japonês, selos postais e para muitos eventos esportivos internacionais. Nihon é um termo mais casual e mais frequentemente utilizados no discurso contemporâneo. Tanto Nippon quanto Nihon, literalmente significam “origem do sol” e muitas vezes são traduzidos como a “Terra do Sol Nascente”. Esta nomenclatura vem das missões do Império com a dinastia chinesa Sui e refere-se a posição a leste do Japão em relação à China. Foi durante o século XVI que comerciantes e missionários portugueses chegaram ao Japão pela primeira vez, dando início a um intenso período de trocas culturais e comerciais. No Japão, os portugueses praticaram pari passu o comércio e a evangelização. Os missionários, principalmente os sacerdotes da Companhia de Jesus, levaram a cabo um intenso trabalho de missão e em cerca de 100 anos de presença portuguesa no Japão.

Em 1582 a comunidade cristã no país chegou a ascender a 150 mil cristãos no Japão e 200 igrejas. Toyotomi Hideyoshi deu continuidade ao governo de Oda Nobunaga e unificou o país em 1590. Depois da morte de Hideyoshi, o regente Tokugawa Ieyasu aproveitou-se de sua posição para ganhar apoio político e militar. Quando a oposição deu início a uma guerra, ele a venceu em 1603 na Batalha de Sekigahara. Tokugawa fundou um novo xogunato, um sistema de governo predominante no Japão de 1192 a 1867, com capital em Edo e expulsou os portugueses e restantes estrangeiros, dando início à perseguição dos católicos no país, tidos como subversivos, com uma política reconhecida como sakoku, a política externa isolacionista japonesa. A perseguição aos cristãos japoneses fez parte desta política, levando esta comunidade à conversão forçada ou mesmo à morte, como é o caso dos 26 Mártires do Japão. Neste período o Japão era uma sociedade feudal relativamente bem desenvolvida com tecnologia pré-industrial. O país era mais povoado do que qualquer país ocidental e tinha, no século XVI, cerca de 26 milhões de habitantes.

As lutas no Oriente comparativamente seriam a continuação das lutas que já se haviam travado em Portugal e no Norte de África, dominando ou abatendo o poder do Islão. O próprio movimento civilizatório dos chamados “descobrimentos” surgiu em seu ersatz de combate ao Império Otomano que ameaçava a Europa cristã, incapaz de vencer o inimigo em guerra aberta. Os objetivos passavam por fazer uma concorrência comercial aos muçulmanos, ao mesmo tempo ganhando proveitos e debilitando a economia dos rivais. Mas também se ambicionava encontrar aliados dos europeus nas novas terras, que poderiam ser eles mesmos cristãos, ou passíveis de conversão. Cada um dos tipos ideais metodológicos de discurso neste poema evidencia particularidades estilísticas concretas. Dependendo do assunto que tratam, o estilo pode ser heroico e exaltado, empolgante, lamentoso e melancólico, humorístico, admirador. Na medida em que a regra de pensamento e universalmente aceita, segundo a concepção de teoria, o que é social não pode ser individual. O que é individual não pode ser social, é um desses axiomas que têm a tendência a serem aceitos na medida em que todos parecem aceitá-los, mas que desaparecem como a roupa nova do rei quando são examinados sem preconceitos.

Isto é importante na medida em que a regra de pensamento e universalmente aceita, segundo a qual o que é “social” não pode ser “individual” e o que é “individual” não pode ser “social”, é um desses axiomas fossilizados que têm a tendência a serem aceitos na medida em que todos parecem aceitá-los, mas que desaparecem como a roupa nova do rei quando são examinados sem preconceitos. As sociedades, segundo Norbert Elias, não são nada além de indivíduos conectados entre si; cada indivíduo é dependente de outros, de seu (deles e dele ou dela) amor, de sua língua, de seu conhecimento, de sua identidade, da manutenção da paz e de muitas outras coisas. Há algo de intrínseco nessa discussão, pois até mesmo os conflitos de classe são considerados pelo sociólogo, independentemente do que mais possam ser, conflitos entre seres humanos individuais. E um conflito entre dois seres humanos, por mais que possa ser algo único e pessoal, pode ser ao mesmo tempo representativo de uma luta entre diversos estratos sociais, e no plano histórico e social remontando evidentemente a várias gerações. O estudo da gênese de uma profissão, portanto, não é simplesmente a apreciação de um certo número de indivíduos que tenham sido os primeiros a desempenhar certas funções para outros e a desenvolver certas relações, mas sim a análise de tais funções e relações. As descobertas científicas, invenções e o surgimento de novas necessidades humanas e de meios especializados para satisfazê-las são fatores que contribuem para o desenvolvimento de uma nova profissão. Contudo, nem as novas necessidades nem as novas descobertas são, por si sós, sua fonte.

A geografia do Japão tornou este plano de invasão óbvio para os japoneses. Eles foram capazes de prever abstratamente os planos de invasão dos Aliados com precisão e, assim, ajustar o seu plano defensivo, a Operação Ketsugō, em conformidade. Os japoneses planejaram uma defesa em Kyūshū, sendo que pouca reserva militar sobrou para quaisquer operações de defesa subsequentes. Quatro divisões veteranas foram retiradas do Exército de Guangdong na Manchúria em março de 1945 para reforçar as forças no Japão e 45 novas divisões foram ativadas entre fevereiro e maio de 1945. A maioria eram formações imóveis para a defesa da costa litorânea, mas 16 eram divisões técnicas móveis de alta qualidade. Ao todo, 2,3 milhão de soldados do exército imperial japonês prepararam-se para defender suas ilhas, apoiados por uma milícia civil de 28 milhões de homens e mulheres. As previsões de vítimas variaram muito, mas eram extremamente elevadas. O vice-chefe do Estado-Maior da Marinha Imperial Japonesa Geral, o vice-almirante Takijiro Onishi, previu 20 milhões de mortes de japoneses. Um estudo de 15 de junho de 1945, realizado pelo Comitê Conjunto de Planos de Guerra e que forneceu informações de planejamento para o Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, estimou que a Olympic resultaria entre 130 mil e 220 mil baixas norte-americanas. Emitido em 15 de junho de 1945, após reconhecimento adquirido a partir da Batalha de Okinawa, o estudo analítico observou defesas inadequadas do Japão devido ao bloqueio marítimo muito eficaz e a campanha de bombardeio do território japonês pelas forças estratégicas norte-americanas.

Akira Kurosawa foi um libelo dentre os cineastas mais importantes do Japão. Seus filmes influenciaram uma grande geração de diretores da Sétima Arte. Com uma carreira disciplinar de cinquenta anos, Kurosawa dirigiu 30 filmes. É amplamente considerado como um dos cineastas mais importantes e influentes da história social do cinema. Em 1989 foi premiado com a estatueta do Óscar simbolizando “as realizações cinematográficas que têm inspirado, encantado, enriquecido e entretido o público e influenciado cineastas de todo o mundo”. O caçula de oito filhos de Shima e Isamu Kurosawa nasceu num subúrbio de Tóquio em 23 de março de 1910. Isamu Kurosawa gostava da cultura ocidental, dirigindo programas desportivos atléticos e levando a família para ver filmes da cinematografia ocidentais. Quando a cultura japonesa se distanciou dos filmes ocidentais, Kurosawa continuou a acreditar que os filmes foram uma experiência positiva de ensino e aprendizagem. Os Kurosawas descendiam de uma linhagem de samurais. Financeiramente, sua família estava melhor que a média.

  Seu primeiro trabalho como cineasta foi “Sugata Sanshiro” (1943) e o último em vida fora “Ame agaru” (1999) concretizado postumamente por Takashi Koizumi, seu discípulo. Do ponto de vista técnico-metodológico Kurosawa foi o introdutor do gênero “chambara” (samurai) no cinema, com temas histórico-culturais gerando em torno da temática “como a honra acima de tudo”. Sofrendo de fadiga mental em 1971, tentou frustradamente suicidar-se cortando os pulsos por mais de trinta vezes. Em 1985 o Festival de Cinema de Cannes homenageou-o pelo seu filme “Ran” do qual ele considerava singularmente como a “obra de sua vida”, baseado em adaptações do livro: “Rei Lear”, de William Shakespeare. Kurosawa também adaptou obras da literatura Russa. Com “O Idiota”, Kurosawa utiliza um ensaio magistral do mestre Dostoiévski. Seus filmes tiveram refilmagem na Europa e Estados Unidos. Um conselho que Yamamoto deu a Kurosawa era que um bom diretor “precisava dominar a prática de escrever roteiros”. Mais tarde iria “escrever” (ilustrar) ou ter parceria em seus próprios filmes. Frequentemente redigia roteiros para diretores, como alternativa no mercado cinematográfico até a década de 1960, antes que ele se tornasse mundialmente famoso.

Segundo a Agence France Press, só no Pacífico Central foram mais de 100 testes realizados pelos norte-americanos, dos quais 67 ocorreram entre 1946 e 1958, nos atóis de Bikini e Enewetak, nas Ilhas Marshall. Um desses testes foi da bomba de hidrogênio “Bravo”, em 1954, a mais poderosa bomba detonada pelos Estados Unidos da América, com potência extraordinária, calculada tendo capacidade mil vezes superior à lançada na cidade japonesa de Hiroshima. Em 1954, testes nucleares no Pacífico estavam causando chuvas radioativas no Japão - único país a ser vítima de um bombardeio atômico, e um incidente particular que expôs um barco de pesca japonês à cinza nuclear, com resultados desastrosos. É nesta atmosfera preocupante que o próximo filme de Kurosawa, “Ikimono no kiroku”, foi concebido. A história trata de um dono de uma fábrica idoso (Toshiro Mifune) tão preocupado com a possibilidade de um ataque nuclear que ele se determina a se mudar com toda a sua grande família para uma fazenda no Brasil, lugar que ele imagina ser seguro. A produção transcorreu mais suavemente que o filme anterior do diretor. Mas alguns dias antes das filmagens terminarem o colaborador e amigo íntimo de Kurosawa, Fumio Hayasaka, faleceu de tuberculose com 41 anos. A trilha do filme foi finalizada por Hayasaka, Masaru Sato, que iria compor as trilhas dos seus oito próximos filmes. “Ikimono no kiroku” (“Anatomia do Medo”, 1955) é considerado um filme para compreender os efeitos políticos, sociais e psicológicos da ameaça nuclear global.

Em “Anatomia do Medo”, Kurosawa faz a sociedade ocidental refletir e leva-la à compreensão sobre a tragédia em torno das armas que a humanidade construiu e que têm o poder de, simplesmente, aniquilá-la. Dez anos depois que os norte-americanos lançaram as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, sete anos antes da crise dos mísseis soviéticos na Cuba comunista, provavelmente o momento em que se esteve mais próximo de um confronto nuclear que poderia ter extinguido a vida no planeta. O perigo de um “holocausto nuclear” final não é distante e improvável – diante de megalomaníacos: como Ahmedinejads, do secularizado conflito religioso e de terras israelenses-árabes, do conflito Índia-Paquistão, do desconhecimento em geral sobre o que exatamente aconteceu com as ogivas nucleares após o aparente fim do gigantesco império soviético. E, em alguns aspectos, “Anatomia do Medo”, se rememorado, não representa apenas um filme datado, ou na pior hipótese, envelhecido. Ipso facto, gênio é gênio. Revê-lo agora, significa de forma surpreendente, trocarmos a análise pelo pavor com a iminente destruição do planeta pelas armas atômicas de destruição em massa.

Uma arma de destruição em massa é capaz de causar um número elevado de mortos numa única utilização sincronizada. Esta designação é atribuída a armas nucleares, a armas químicas, e as biológicas. Na maioria dos casos, o uso de tais armas constitui crimes de guerra, tanto pela crueldade e sofrimento proporcionado pelas tais armas e pela grande quantidade inevitável de mortes civis, quanto por limitar a capacidade do inimigo se defender ou contra-atacar. São exemplos de armas nucleares de destruição em massa: 1) a bomba atômica/nuclear, baseada na fissão descontrolada de isótopos radioativos de metais super pesados, e, 2) a bomba de hidrogênio/termonuclear, baseada na fusão nuclear descontrolada de deutério e trítio, e, portanto, centenas de vezes mais poderosas que uma bomba nuclear originalmente comum. Algumas dessas armas surgiram após os avanços da teoria da relatividade de Albert Einstein, mesmo contra o seu desejo pessoal de não utilizar as suas pesquisas para criação de armas de destruição em massa, e sim para usos especificamente pacíficos e civis. Em termos bélicos, apenas duas bombas atômicas foram detonadas com objetivos militares, a primeira em Hiroshima e a segunda em Nagasaki, ambas no Japão, em finais da chamada 2ª guerra mundial. 

A física, juntamente com as demais ciências da natureza, faz parte de um complexo de instituições de grande importância na sociedade contemporânea, não só em função do vulto dos investimentos, como também do contingente humano, do número per se e da diversidade de organizações comprometidas com sua manutenção e expansão. Os físicos constituem hoje um grupo de profissionais socialmente prestigiados, formados em organizações próprias. Dispõem de enormes facilidades de trabalho, como laboratórios, bibliotecas, serviços de intercâmbio e divulgação de informações etc., os quais, em muitos aspectos sociais, têm superado as vantagens conquistadas por grupos profissionais mais tradicionais na cultura ocidental, como advogados e médicos. As grandes conquistas da astronomia, que culminaram com a síntese newtoniana, resolveram em definitivo os problemas da navegação, que a ciência da etapa anterior foi incapaz de solucionar. A demolição do sistema filosófico-religioso herdado da cultura, e os frutos práticos na área da navegação libertaram a ciência de sua posição especulativa ao abrir as portas para uma Era que passou como instrumento de transformação.

Este impacto da Física é revelado hic et nunc pela representação de oito (8) sonhos divididos em oito capítulos, cada um é representado cinematograficamente em sonhos que Akira Kurosawa teve durante a sua vida. Destes, “A Nevasca”, assim como “O Túnel” são os dois mais assustadores e impressionantes. “A Nevasca” segue, em um angustiante “slow motion”, de um grupo na expedição em uma montanha ficam enterrados embaixo da neve. Antes de encontrarem um demônio da neve. “O Túnel” segue um oficial militar japonês da 2ª guerra mundial apenas antes dele encontrar o seu pelotão morto. Ele tenta contar-lhes que estão mortos, e expressa seu profundo sentimento de culpa por deixá-los morrer na guerra. Eles voltam, seguidos por uma segunda aparição do cachorro infernal, que teria sido usado na guerra como um cachorro antitanques, mas o homem continua seu caminho para casa. Este é um dos três pesadelos retratados no filme. No sonho “O Monte Fuji em Vermelho”, Akira Kurosawa pretende atingir o sentimento de terror que as bombas de Hiroshima e Nagasaki causaram. Na sequência, um homem aparece no meio de uma multidão dispersa fugindo do Monte Fuji, que está imerso em chamas vermelhas apocalípticas, uma referência à série impressa em madeira “Trinta e Seis Vistas do Monte Fuji”, da artista japonesa Katsushika Hokusai, que transmite como o sol nascente se transforma em uma montanha vermelha no outono. A montanha não é vermelha por causa da luz do sol nascendo, mas por causa do desastre do reator nuclear.               

O chefe do Estado-Maior do Exército dos Estados Unidos, o general George Marshall, e o comandante-em-chefe do exército no Pacífico, o general Douglas MacArthur, assinaram documentos em que concordavam com a estimativa do Comitê Conjunto de Planos de Guerra. Os bombardeamentos atômicos utilizados tendo como alvo as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram realizadas pelos Estados Unidos da América contra o Império do Japão durante os estágios finais da 2ª guerra mundial, em agosto de 1945. Foi o primeiro e único momento na história social em que armas nucleares militares foram usadas em guerra e contra alvos civis. Depois de uma campanha de bombardeios que destruiu várias cidades japonesas, os Aliados preparavam-se para uma invasão do Japão. A guerra na Europa terminou quando a Alemanha nazista assinou o acordo de rendição em 8 de maio de 1945, mas a Guerra do Pacífico continuou. Juntos com Reino Unido e China, os Estados Unidos da América pediram a rendição incondicional das forças armadas japonesas na Declaração de Potsdam em 26 de julho de 1945, ameaçando do ponto de vista da geopolítica armamentista “uma destruição rápida e total”.

A declaração publicada em 26 de julho de 1945 entre as duas poderosas nações Estados Unidos e Rússia por Harry S. Truman, Winston Churchill e Joseph Stalin traçaram os termos da rendição do Japão, acordado na Conferência de Potsdam. A declaração estipulava que se o Japão não se rendesse, encararia “uma destruição rápida e total”. Tal declaração não foi aceite e seu resultado foi o ataque imediato das bombas nucleares Little Boy (Urânio-235) e Fat Man (Plutónio-239) as cidades de Hiroshima e Nagasaki, fazendo assim com que o Japão se rendesse.  Em agosto de 1945, o Projeto Manhattan dos Aliados tinha testado com sucesso um artefato atômico e produzido armas com base em dois projetos alternativos. O 509º Grupo Composto das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos foi equipado com aeronaves Boeing B-29 Superfortress que poderiam ficar em Tinian, uma das três principais ilhas do arquipélago das Ilhas Marianas do Norte.  É um avião militar com quatro motores a hélices que foi utilizado como bombardeiro durante a 2ª guerra mundial e na guerra da Coreia pela Força Aérea dos Estados Unidos. Foi também o avião que levou as bombas atômicas para o ataque às cidades de Hiroshima e Nagasaki. O Boeing B-29 foi o maior avião em serviço, quando 50 mil operários trabalharam em seu projeto de desenvolvimento e cada unidade custou um (01) milhão de dólares. Ele era considerado avançado para os outros bombardeiros da época, tendo como inovações a cabine pressurizada, sistema central de controle de fogo e metralhadoras controladas por controle remoto. As relíquias da base militar norte-americana da Guerra do Pacífico, de onde partiram os bombardeiros das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki e onde existe um memorial, são muito visitadas por turistas e historiadores.


Embora desenvolvido para ser um bombardeiro diurno de alta altitude, na prática realizou mais missões incendiárias noturnas de baixa altitude. O bombardeiro soviético Tupolev Tu-4 foi criado através de engenharia reversa do B-29. Até a sua retirada no final da década dos anos 1960, 3.970 B-29 foram construídos. A bomba atômica de urânio chamada Little Boy foi lançada sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945, seguido por uma explosão de uma bomba nuclear de plutônio (Fat Man) sobre a cidade de Nagasaki em 9 de agosto. Dentro dos primeiros períodos iniciais de mobilização da guerra de dois a quatro meses após os ataques atômicos, os efeitos agudos específicos das explosões mataram entre 90 mil e 166 mil pessoas em Hiroshima e 60 mil e 80 mil seres humanos em Nagasaki. Em torno da metade das mortes em massa, em cada cidade comparativamente ocorreu no primeiro dia. Durante os meses seguintes, vários contingentes humanos morreram in fieri pelo efeito de queimaduras, envenenamento radioativo e outras lesões agravadas pelos efeitos da radiação. Em ambas as cidades, a maioria dos mortos eram civis, embora Hiroshima tivesse militares. Em 15 de agosto, a poucos dias do bombardeio de Nagasaki e da declaração de guerra da União Soviética, o Japão anunciou sua rendição aos Aliados. Em 2 de setembro o governo japonês assinou o Acordo de Rendição encerrando a guerra. O papel dos bombardeios na rendição do Japão e a sua justificação ética, para o fim da destruição em massa, ainda é motivo para debates.  

O que determina a escolha de um ponto de vista sobre o sujeito e o mundo são os objetivos pragmáticos. Deixamos de lado a posse de uma teoria fundada em exigências lógicas ou achados empíricos incontestáveis. Poder, interesse, dominação, realidade material, são indispensáveis à análise política que nos habituaram a aceitar como verdadeira, pela força ou pela persuasão dos costumes. Para efeitos da ação, só existem eventos descritivos. A descrição preferida do intérprete será a mais adequada às suas convicções morais e não a mais iluminada pela Razão. Política é regulação da existência coletiva, poder decisório, disputa por posições de mando no mundo, confrontos entre mil formas. Violência em última análise. Assim, é também diferente da produção simbólica porque se exercita sobre o interesse dos agentes sociais, quando não sobre o seu próprio corpo. Não produz mensagens, discursos cotidianos, produz obediências, obrigações, submissões, controles. Poder, na modernidade, é uma relação social de mando e obediência. São decisões tomadas politicamente que se impõe a todos num dado território ou unidade política e social.

Todavia, convertem-se em atividades coercitivas, administrativas, jurídico-judiciárias e deliberativas. Eis a grande questão: o processo político diz respeito a pergunta: Quem pode o quê sobre quem? A mesma pulsão escópica frequenta a ficção que cria leitores, que muda de legibilidade a complexidade urbana. Não é mais suficiente para compreender as estruturas de poder deslocar a vigilância do olhar para os dispositivos e os procedimentos técnicos uma multiplicidade humana, capaz de transformar, disciplinar e depois gerir, classificar e hierarquizar todos os desvios concernentes à aprendizagem, saúde, justiça, forças armadas ou trabalho. Na política contemporânea o que faz andar são relíquias de sentido e muitas vezes seus detritos, os restos invertidos de grandes ambições. Nome que no sentido preciso da memória deixaram de ser próprios. Nesses núcleos simbolizadores se esboçam e talvez se fundem três funcionamentos distintos, mas conjugados, das relações políticas entre práticas espaciais e significantes: o crível, o memorável e o primitivo. 

            Historicamente ainda há mais de 400 reatores nucleares em atividade no mundo inteiro, responsáveis por 16% da energia elétrica. Nos 29 países mais ricos, pertencentes à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), essa percentagem é de 24%, alcançando até mesmo 33% na Europa. A maioria dos reatores destes 103 reatores está situada nos EUA. As nações que assinaram o Acordo de Kyoto se comprometeram a emitir menos dióxido de carbono. – “E uma das vantagens da energia nuclear é não produzir CO2”, comenta Luís Echavarri, diretor da agência de energia nuclear da OCDE. Recentemente os Estados Unidos prolongaram o tempo de atividade de suas usinas termonucleares. A China pretende construir 20 novas instalações nos próximos 15 anos. Na França autoridades se decidiram a construir um novo tipo de dispositivo: o Reator Pressurizado Europeu (RPE). Alguns cientistas argumentam ser este o modelo mais seguro de todos os tempos. Dentre esses defensores está Thomas Schulenberg, do Centro de Pesquisas de Karlsruhe: - “No caso do RPE, a meta foi que, mesmo no pior cenário possível, mesmo que tudo se destrua, a população em volta nada sofra”. Os fabricantes afirmam: a probabilidade de um acidente grave mantém-se na ordem de um para 10 milhões. Isso tornaria o RPE dez vezes mais seguro do que o melhor modelo atual. Outros especialistas são céticos: - “As falhas que tem um reator de pressão hidráulica permanecem todas: um colapso pode ocasionar liberação maciça de radioatividade. E esse perigo o RPE não consegue excluir”, declara Wolfgang Liebert docente da Technische Universität Darmstadt.

            A Zona de alienação da Usina Nuclear de Chernobil é oficialmente a zona de exclusão ao redor do local do desastre nuclear de Chernobil. É comumente reconhecida como Zona de exclusão de Chernobyl. Logo após o desastre de 1986, a cidade vizinha, Pripyat, foi evacuada e a Zona de Exclusão criada para garantir que ninguém entrasse nas áreas de alta radiação. Décadas mais tarde, a zona acabou sendo aberta para curtas excursões turísticas, permitindo que os visitantes reconhecessem “a cidade fantasma de Pripyat”. Atualmente nos holofotes do mundo inteiro devido à série documental sobre sua história, o acidente na Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, ocorrido na madrugada de 26 de abril de 1986, espalhou uma poeira radioativa de estrôncio, césio e plutônio que afetou o próprio país, a vizinha Bielorrússia, bem como partes da gigante Rússia e da Europa, atravessou o oceano chegando até os Estados Unidos da América. Mesmo após autoridades ordenarem que os moradores de Chernobyl deixassem os locais afetados pelo desastre, alguns deles decidiram ficar. Cerca de 200 pessoas ainda moram no raio de 30 quilômetros demarcado após a explosão do reator 4. Esse acidente aconteceu no reator 4 da usina de Chernobyl e foi resultado de falha humana, uma vez que os operadores do reator descumpriram diversos itens dos protocolos de segurança. Além disso, foi apontado posteriormente que os reatores RBMK, usados em Chernobyl e em outras usinas soviéticas, tinham um grave erro no seu projeto, o qual permitiu que o acidente ocorresse. 

Em 1986, na época trágica do violento acidente por falha humana, esse número era de 1,2 mil, que viviam em função do trabalho. O que até o presente é reconhecido como o pior desastre nuclear do mundo fez com que o governo local criasse uma Zona de Exclusão de 30 km ao redor da Usina Nuclear de Pripyat, causando a desocupação da cidade de Pripyat e de vilarejos próximos. Área que ainda está altamente contaminada com a radiação liberada após o acidente. Apesar de ter sido feito um extenso trabalho de remoção de floresta e de extermínio dos animais da região, 30 anos depois, sem a presença humana, a natureza está tomando todo o espaço. As ruínas da cidade soviética estão sendo ocupadas por uma variedade de plantas e animais, com destaque para mamíferos como javalis, alces, lobos e raposas. Apesar dos sabidos efeitos prejudiciais à saúde causados pela proximidade com a radiação, os dois familiares parecem estar sobrevivendo bem mesmo ali, na zona. Eles contaram que o governo local costumava visitá-los com frequência para medir os níveis de radiação e determinar se eles estavam aptos a receber um auxílio financeiro por conta do ambiente.

O dinheiro parou de entrar há pouco tempo, quando a radiação limite passou a terminar a alguns metros da casa. Logo o mundo percebeu que estava diante de um evento histórico de dimensões geopolíticas. Até 30% das 190 toneladas métricas de urânio de Chernobyl foram emitidas na atmosfera e a União Soviética acabou evacuando 335 mil pessoas, definindo uma a “zona de exclusão” com um raio aproximado de 30 km do reator atômico, mas como ficou comprovado foi impreciso espacialmente. Ao menos 28 pessoas morreram de imediato em decorrência do acidente e mais de 100 feridas. O Comitê Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação Atômica informou que mais de 6 mil crianças e adolescentes desenvolveram câncer de tireoide após a exposição à radiação do acidente, embora alguns especialistas tenham refutado essa alegação.

O Comitê das Nações Unidas publica relatórios que servem como fontes de avaliação das exposições à radiação provenientes de testes de armas nucleares e produção de energia nuclear; usos médicos da radiação; fontes de exposição ocupacional e fontes naturais. Nesses documentos também são avaliados estudos detalhados sobre câncer radioinduzido e doenças hereditárias, e as consequências técnicas radiológicas de acidentes na saúde e no meio ambiente. Pesquisadores internacionais previram que, no fim, aproximadamente 4 mil pessoas expostas a elevados níveis de radiação poderiam desenvolver câncer como resultado da radiação, ao passo que aproximadamente 5 mil pessoas expostas a baixos níveis de radiação poderiam ter destino semelhante. Ainda assim, as consequências totais do acidente, incluindo seus impactos sobre a saúde mental e até sobre gerações futuras, ainda são muito discutidas e estão sendo estudadas. O desastre de Chernobyl teve outra repercussão: seu preço econômico e político apressou o fim da União Soviética e estimulou o movimento global contra o uso da energia nuclear.

Estima-se que o desastre tenha custado cerca de US$ 235 bilhões em danos. A atual Bielorrússia, que teve 23% do território contaminado pelo acidente, perdeu cerca de um quinto de sua terra cultivável. No auge das operações de resposta ao desastre, em 1991, a Bielorrússia gastou 22% de seu orçamento total com Chernobyl. O impacto do desastre na floresta e fauna silvestre adjacentes também permanece sendo um campo de intensas pesquisas. Imediatamente após o acidente, uma área aproximada de dez quilômetros quadrados ficou conhecida como a “Floresta Vermelha” porque muitas árvores ficaram marrom-avermelhadas e morreram após absorver os altos níveis de radiação. O que resta do reator está encerrado em estrutura de contenção de aço no fim de 2016. As tentativas de contenção e monitoramento persistem e espera-se que as operações de descontaminação perdurem até pelo menos 2065.

Combustíveis fósseis são combustíveis formados por meio de processos naturais, como a decomposição de organismos mortos soterrados. Os combustíveis fósseis contêm alta quantidade de carbono, usados para alimentar a combustão. São usados como combustíveis, o carvão mineral, gás natural e o petróleo. Um outro problema: assim como a energia de origem fóssil, uma usina atômica precisa de matéria-prima. O reator do tipo schneller Brüter (ou fast breeder) utiliza nêutrons rápidos no lugar de térmicos, produzindo seu próprio combustível. Com ele as reservas de urânio disponíveis durariam milênios, ao invés de décadas. A desvantagem está nos riscos que essa técnica envolve. Se ocorrer uma falha num schneller Brüter, ele explode como uma bomba atômica. A mecânica envolvida na criação da maior explosão desde que o Krakatoa havia entrado em erupção era incrivelmente complexa e surpreendentemente simples. É uma ilha vulcânica situada no estreito de Sunda entre as ilhas de Java e Sumatra, na província indonésia de Lampung. O nome também é usado para o grupo da ilha circundante que compreende os restos de uma ilha muito maior de três picos vulcânicos que foi destruída em uma erupção catastrófica de 1883. Lampung é reconhecida por sua instabilidade geológica, que dá causa a terremotos e vulcanismo. Em 10 de maio de 2005, um forte tremor de terra atingiu a província, com intensidade de 6,4 na escala Richter. A histórica erupção vulcânica da ilha de Krakatoa, ao sul da província, foi desastrosa para a região.

Em 1927, uma nova ilha, Anak Krakatau, ou Criança de Krakatoa, emergiu da caldeira formada em 1883 e é a localização atual da atividade eruptiva. A formação chegou a ter mais de 324 metros de altura, sendo que a cada ano aumenta 5 m aproximadamente, podendo haver mudanças. Contudo, após a erupção e consequente explosão de 22 de dezembro de 2018, cerca de 2/3 do vulcão colapsaram, criando um tsunami e tendo a altura do pico do vulcão diminuído para 110 metros. Na madrugada do dia 11 de abril de 2020 o vulcão Krakatoa entrou em erupção após uma violenta explosão. De acordo com serviços de monitoramento, a coluna de fumaça e cinzas subiu até 15 km na atmosfera. O coração do Gadget, que tinha a forma de um globo e um metro e meio de largura, consistia em um núcleo de plutônio de quase seis quilos, do tamanho de uma bola de tênis, um elemento altamente radioativo e relativamente instável criado a partir de urânio em um reator nuclear. Essa bola precisava ser comprimida até atingir o tamanho de uma bola de golfe, ponto no qual a esfera atingiria massa crítica e entraria em erupção, em uma explosão cataclísmica descontrolada. Há o lixo atômico a ser considerado, que irradia por centenas de milhares de anos. Também na Alemanha é altamente controversa a questão de como dispor dos detritos da produção termonuclear de eletricidade. Após a catástrofe de Tchernobil uma parte continua considerando-a arriscada demais, enquanto outros querem se proteger de uma catástrofe climática, preferindo os riscos das usinas nucleares.

            Chernobyl - mutatis mutandis – tem como representação uma minissérie de televisão dramática criada por Craig Mazin, um roteirista e cineasta norte-americano. A obra dramatiza os eventos em torno do acidente nuclear de 1986 na usina de Chernobil. Dividida em cinco episódios, a minissérie estreou em 6 de maio de 2019, nos Estados Unidos, sendo muito bem recebida pela crítica e pelo público. Na 71ª Cerimônia do Emmy Awards, Chernobyl recebeu dezenove indicações, vencendo nas categorias de Melhor Minissérie, Melhor Direção e Melhor Roteiro, com os atores, Harris, Skarsgård e Watson, recebendo nomeações por suas atuações. Chernobyl dramatiza a história de uma das piores catástrofes provocadas pelo homem na história e fala dos bravos homens e mulheres que se sacrificaram para salvar a Europa de um desastre inimaginável. A minissérie tem como escopo o escândalo devastador do desastre da usina nuclear que ocorreu na Ucrânia em abril de 1986, revelando como e por que aconteceu e narrando as histórias chocantes e notáveis daqueles que lutaram e caíram. O acidente ocorreu durante um teste de segurança ao início da madrugada que “simulava uma falta de energia da estação, durante a qual os sistemas de segurança de emergência e de regulagem de energia foram intencionalmente desligados”. Uma combinação de falhas inerentes no projeto do reator, bem como dos operadores dos reatores que organizaram o núcleo de uma maneira contrária à lista de verificação para o teste, resultou em condições técnicas de reação descontroladas. A água superaquecida foi instantaneamente transformada em vapor, causando uma explosão de vapor destrutiva e um subsequente incêndio que jogou grafite ao ar livre e produziu correntes ascendentes consideráveis por cerca de nove dias. O fogo foi finalmente contido em 4 de maio de 1986. As plumas de produtos de fissão lançadas na atmosfera pelo incêndio precipitaram-se sobre partes contingentes da União Soviética e da Europa Ocidental. O inventário radioativo estimado que foi liberado durante a fase mais quente do incêndio foi aproximadamente igual em magnitude aos produtos de fissão aerotransportados liberados na explosão inicial.

            No início da década de 1940, a inteligência dos Estados Unidos guardava um segredo aterrorizante: a Alemanha estava tentando desenvolver uma bomba nuclear. Nos Estados Unidos, o presidente Franklin Roosevelt, incentivado por uma carta alarmante de Albert Einstein, autorizou o início de um programa nuclear completo. O encarregado de construir a rede nacional de infraestrutura ultrassecreta foi o General Leslie R. Groves, do Exército, engenheiro que havia recentemente supervisionado a construção do Pentágono. Groves escolheu para liderar a equipe científica o físico teórico J. Robert Oppenheimer. Na prática, o teste do dispositivo seria realizado pelo físico de Harvard Kenneth Bainbridge. Do estado de Washington ao Tennessee, cerca de 130 mil norte-americanos foram empregados na iniciativa e praticamente nenhum deles sabia do que se tratava o trabalho. A espinha dorsal do enorme projeto foi montada na pacata cidade de Los Alamos, Novo México, no planalto de Pajarito.

Máquina para medir níveis de contaminação em Pripyat.

Lá, uma típica escola para meninos frequentada por Oppenheimer na infância foi transformada em campus universitário onde cientistas e engenheiros teorizaram, projetaram e construíram os componentes do dispositivo que ficou conhecido como Gadget, ou Artefato. Sob o sol quente de julho, cientistas e soldados se preparam para içar o Gadget de 2,2 mil quilos ao topo de uma torre de aço de 30 metros. Uma pilha de colchões foi colocada sob a bomba caso ela escorregasse e caísse. E a 160 quilômetros ao sul, no remoto deserto ao sul de Albuquerque, foi construída uma instalação básica para montagem final e teste dos esforços da equipe. O projeto foi chamado de Manhattan. A primeira explosão foi batizada de Trinity. Por que Trinity? Oppenheimer era amante dos livros e sugeriu esse nome, mas, de acordo com Bob Eckles, que durante 30 anos trabalhou como oficial de informações públicas de White Sands e agora está aposentado, Oppenheimer não tinha uma explicação clara para sua sugestão.

Ainda hoje, Eckles é a principal fonte de informações sobre o teste Trinity. - “Ele falava que não sabia”, conta Eckles, “mas que estava lendo uma poesia de John Donne na época e um verso ficou em sua memória: ´Golpeie meu coração, ó trino Deus`. A partir daí, ele de alguma forma pensou em Trinity. Eckles e eu conversamos na sala da frente de sua casa em Las Cruces, uma cidade na extremidade sudoeste de White Sands. Ele é uma lenda no centro de testes e ainda se voluntaria para responder perguntas durante os dois dias do ano em que o local do teste Trinity é aberto ao público - o primeiro sábado de abril e de outubro. - “A localização de White Sands não foi a primeira escolha para Trinity”, explica Eckles. - “Vários outros lugares foram considerados: Colorado, as ilhas de barreira no sul do Texas e até uma das Ilhas do Canal no sul da Califórnia. Mas, no fim, White Sands estava no meio do nada, era relativamente perto de Los Alamos e já havia um campo de bombardeios e artilharia do governo no local”. O teste Trinity havia sido agendado para 4 de julho, mas foi adiado conforme os especialistas faziam ajustes no Gadget. A mecânica envolvida na criação da maior explosão desde que erupção do vulcão Krakatoa, na Indonésia, lançou detritos a até 100 km de altura, causou mega tsunamis que mataram milhares de pessoas. O Krakatoa havia entrado em erupção era incrivelmente complexa e surpreendentemente simples. O coração do Gadget, que tinha a forma de um globo e um metro e meio de largura, consistia em um núcleo de plutônio de quase seis quilos, do tamanho de uma bola de tênis, um elemento altamente radioativo e relativamente instável criado a partir de urânio em um reator nuclear. Essa bola precisava ser comprimida até atingir o tamanho de uma bola de golfe, ponto no qual a esfera atingiria massa crítica e entraria em erupção, em uma explosão cataclísmica descontrolada. Como é possível transformar uma bola de plutônio em bola nuclear? Colocando-a no interior de uma esfera maior, envolvendo-a com 2,2 mil kg de explosivos com 32 bombas separadas e explodindo-as no milissegundo.

A pressão da explosão vinda de todos os lados esmagará o plutônio como uma almôndega radioativa e superdensa. Como não havia interruptores digitais naquela época, todas as pequenas bombas precisavam ser conectadas a um único controle, localizado em um bunker a 8,8 quilômetros ao sul. E cada fio precisava ter exatamente o mesmo comprimento. Em bunkers de concreto cerca de 730 metros do marco zero, os cientistas conectaram osciloscópios, detectores de radiação e diversas câmeras, incluindo câmeras Mitchell de 35 mm, a mesma utilizada para filmar E o vento levou seis anos antes e câmeras Fastax, que capturavam 10 mil quadros por segundo. O filme norte-americano de 1939, do gênero drama histórico-romântico, dirigido por Victor Fleming, George Cukor e Sam Wood para a Selznick International Pictures, com roteiro baseado no romance Gone with the Wind, de Margaret Mitchell. A trama, que se desenrola no sul dos Estados Unidos, tendo como pano de fundo da Guerra de Secessão e a era da Reconstrução, conta a história de Scarlett O'Hara, filha de um latifundiário da Geórgia, durante os períodos pré, contemporâneo e pós-Guerra Civil dos Estados Unidos. A estação chuvosa no Novo México é em julho, mas as previsões meteorológicas indicavam que praticamente não teria precipitação naquele dia 16. A data foi marcada. Em 12 de julho, um sedã Packard deixou Los Alamos, serpenteando pelas estradas das montanhas e atravessando áreas descampadas a caminho do encontro fixado no marco zero. No banco de trás, abrigadas em uma pequena caixa perfurada, com o que pareciam ser orifícios para um animal de estimação poder respirar, estavam as duas metades do núcleo de plutônio do Gadget. São aplicativos que podem oferecer diversos recursos para acesso rápido e fácil no seu computador.

No dia seguinte, uma sexta-feira 13, não por acaso, um caminhão deixou Los Alamos levando a esfera de um metro e meio de largura para White Sands. Faltavam menos de três dias para a hora zero. - “Vamos parar em algum lugar antes de pegarmos a chave”, diz Drew Hamilton. Seguimos por uma estrada de terra em direção a uma casa pequena e escura, a cerca de três quilômetros do marco zero. Chegamos à fazenda Schmidt, construída por um fazendeiro em 1922 e comandada pelo Exército em 1944. Há uma foto de um sargento chamado Herb Lehr entrando pela porta da frente, carregando o núcleo de plutônio da bomba com toda a indiferença de um garoto que carrega sua lancheira. Naquela sala, foi montado o primeiro dispositivo explosivo atômico do mundo. Não temos uma chave para entrar na casa da fazenda, então vou de janela em janela, colocando as mãos no vidro para dar uma olhada. Setenta e cinco anos atrás, se olhasse através dos plásticos pregados nas janelas para impedir a entrada da poeira do deserto, eu teria visto uma equipe de três cientistas cuidadosamente montando os elementos do núcleo. No sábado, o núcleo foi inserido no Gadget. Um guindaste levou o dispositivo ao topo de uma torre de aço com cerca de 30 metros, fabricada por uma empresa de Pittsburgh e montada por engenheiros do Exército norte-americano. Em seguida, vieram os preparativos finais. Em primeiro lugar, a conexão dos fios e verificação adicional dos circuitos. Os equipamentos de telemetria e circuitos de ignição já haviam passado por um ensaio geral em maio, quando a equipe explodiu 100 toneladas de TNT a apenas alguns metros do marco zero. Ninguém havia visto, ouvido ou sentido, explosão com um poder tão violento.

A usina nuclear é uma instalação industrial empregada para produzir eletricidade a  partir de energia nuclear. Utiliza materiais radioativos que produzem calor como resultado de uma reação nuclear. As centrais nucleares usam esse calor para gerar vapor para girar turbinas e produzir energia elétrica. Apresentam reatores com compartimentos impermeáveis à radiação, em cujo interior são colocadas barras de controle ou outras configurações geométricas de minerais com a utilização de elemento radioativo, mas em geral com o enriquecimento do urânio. No processo de fissão nuclear, estabelece-se uma reação em cadeia mediante o uso de elementos auxiliares, dependendo do tipo de tecnologia empregada. O estudo da radiação atômica, transformações atômicas e fissão nuclear foi desenvolvida com intuito militar entre 1895 e 1945, sendo grande parte dos últimos seis anos nesse período. Energia elétrica foi gerada pela primeira vez pelo Reator nuclear de Grafite X-10, em 1948, em Oak Ridge, Tennessee, nos Estados Unidos da América (EUA), acendendo uma lâmpada elétrica. O segundo experimento e em escala maior ocorreu em 1951 na estação experimental EBR-1 perto de Arco, Idaho, nos EUA. Em 27 de junho de 1954, a Usina Nuclear de Obninsk se torna a primeira usina ligada a rede elétrica começando a operar na cidade soviética de Obninsk. A primeira usina nuclear em escala comercial foi a Usina Nuclear de Calder Hall que abriu em 1956 em Sellafield no Reino Unido composto por Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales.



A intuição como forma de representação do conhecimento consiste na capacidade de conhecer algo sem de fato ainda entender seu funcionamento. Está fundamentada na noção inicial que temos sobre algo, noção esta que nasce da experiência sensorial e/ou de uma análise superficial das características que compõe determinado elemento. Tomando como base esta noção inicial, conseguimos entender de forma pouco esclarecida do que se trata determinado elemento e já nos dispomos a emitir juízos acerca do mesmo. Todas estas concepções do homem, que se expressam de diversas formas, nasceram a partir da análise que seus sentidos o proporcionaram fazer. Mas há algo a mais nisto. Não bastariam ele olhar para a pedra e sentir seu peso para concluir todas estas coisas. Teria o homem que pensar por associação, por comparação. Entre tais habilidades ou competências determinadas importa destacar a relação social contígua entre o ser capaz de pensar e o ser capaz de aprender. Teria o homem que se basear em suas outras experiências para entender tais coisas. Têm-se nas reflexões anteriores, um exemplo desta forma básica de entender o mundo que nos cerca. O pensamento por associação. O conhecimento que se constrói através de memórias de experiências passadas e logo comparações com experiências presentes. O raciocínio intuitivo da forma como foi apresentado, revela-nos uma superficialidade na maneira de compreender o mundo. Retomando ao exemplo do homem não saberia explicar o porquê de nenhuma de suas conclusões, visto que ele se baseou somente em suas antigas experiências. Os fatos usados para formar a conclusão, não são compreendidos pelo homem, ele apenas sabe que são tal como são e aceita isso como natural, que estão em menor quantidade, o ar, por exemplo, apresenta gotículas de água, poeira, e sobretudo partículas de vírus, bactérias e outro micro-organismos.

Não entende ele, no plano abstrato da teoria “como” e nem o “por que” daqueles fatos sociais do dia a dia se apresentarem daquela maneira. Tudo que ele sabe, foi captado pelos seus sentidos, guardado em sua memória e utilizado quase que automaticamente em seu dia-a-dia como uma forma de entender o mundo que lhe é anterior e encontra-se ao seu redor. A intuição trabalhada, tal como a entendera Gaston Bachelard, significa assumir com essa ideia a existência de dois polos necessariamente presentes no universo cultural humano. Ou seja, o polo da objetividade e o polo da subjetividade, entrelaçados e mediados nos duros e doces caminhos da constituição da mediação científica assim como dos demais caminhos existentes, esta ideia cara à concepção de ciência em tempos difíceis. O pensamento de Bachelard se faz contemporâneo na qualidade potente de sua reflexão. Felizmente fora da dinâmica consensual entre pesquisadores, pois é conhecido por sua filosofia não cartesiana, não bergsoniana, não aristotélica e não kantiana, visto que sua obra excede a epistemologia e a estética e dialoga com diferentes áreas do humano. Foi o pensador do novo “espírito científico” que, ao refletir sobre o conhecimento, problematiza o erro em sua positividade e a importância real da retificação. Seu novo racionalismo aberto e dinâmico, histórico e factual, inova a concepção de imaginação social, porque explora os devaneios e desconfia das metáforas. A formação das expectativas não leva em consideração os fatores previstos na sociedade como muito incertos. Embora, em determinadas situações, fatos muito incertos possam se tornar decisivos, tornando-se um guia razoável para as decisões correntes e levar em conta os eventos a que se atribui um grau elevado de confiança. Foi o filósofo da solidão feliz prescrutando instantes poéticos que devido as relações combinatórias na experiência real nos desestabiliza nas incertezas do mundo objetivo.

Gaston Bachelard critica a noção de intuição a partir de um exemplo extraído da microfísica, o da conexão espacial linear, onde o filósofo demonstra que a intuição primeira ou naturalizada deve ceder lugar à intuição trabalhada, se quisermos compreender certas propriedades paradoxais da organização abstrata fenomênica. As incertezas complementares de Werner Heisenberg em contribuições teóricas nos campos da hidrodinâmica de escoamentos turbulentos, foram desenvolvidas no estudo do núcleo atômico, do ferromagnetismo, dos raios cósmicos e das também das partículas subatômicas. Teve ainda uma contribuição fundamental no planejamento do primeiro reator nuclear alemão em Karlsruhe e de um reator de pesquisa em Munique, em 1957, são assim confirmadas pela concepção de propagação de Adolphe Buhl. O autor faz a crítica analítica da dominação exclusiva da lógica aristotélica. Em ligação com as teorias físicas de seu tempo, em particular a de Heisenberg, ressalta a pertinência da observação de lógicas não aristotélicas, como por exemplo, de três valores. Pelo estudo desses três campos – a química, física e lógica -, Bachelard mostra o caráter incitativo da filosofia indutiva e sintética, que ele reúne sob o título “filosofia do ‘não”’ a qual serve de fundamento a um suprarracionalíssimo, que determina as propriedades de um supra-objeto e de uma objetividade que do objeto só retém aquilo que nele criticou e constitui exemplo disso na microfísica contemporânea. O filme Copenhagen, uma produção canadense-estadunidense de 2002, dirigido por Howard Davies faz um recorte abstrato temático sobre a parceria entre dois magnânimos cientistas, o dinamarquês Niels Bohr e o alemão Werner Heisenberg, combinando a aventura do gênero coming-of-age, com o talentoso e epigramático Daniel Craig, Stephen Rea e Francesca Annis quando narra a vida gozosa exemplar do físico Werner Heisenberg.

Os espíritos especulativos de Niels Bohr (Stephen Rea) e sua mulher Margrethe (Francesca Annis) caminham por Copenhagen, na Dinamarca, e rumam para a antiga casa dos Bohr para encontrar Werner Heisenberg (Daniel Craig), que também já morreu. A razão deste inusitado encontro é que Niels e Werner foram grandes físicos na 1ª metade do século XX e criaram as diretrizes para a construção da bomba atômica, sendo Niels mentor de Werner. Acontece que Bohr era dinamarquês e Heisenberg era alemão. Em setembro de 1941 Werner resolveu visitar Niels, mas se no passado eram amigos a guerra mundial agora os colocara em lados opostos. Como os nazistas tinham ocupado a Dinamarca a vinda de Werner representava o conquistador indo até a casa do conquistado e, por mais que Niels tivesse prometido para Margrethe não falar de política e só de física, ficou evidente que isto era quase impossível de ser cumprido. No mesmo dia da chegada Niels e Werner foram fazer um tradicional passeio e logo voltaram, pois houve uma séria desavença entre eles. Décadas depois Niels, Werner e Margrethe tentam entender o que motivou Werner, um ganhador do prêmio Nobel que chefiava o programa atômico alemão, a ir ao encontro de Niels, um “meio-judeu” e o que aconteceu naquele dia, pois o que supostamente houve foi motivo de inúmeras conversas através dos anos.

A primeira usina nuclear merceológica com geração de energia elétrica ocorreu com a Usina de Shippingport também nos Estados Unidos em dezembro de 1957. Calder Hall também era usada para a produção de plutônio, para uso militar, mas diminuindo sua eficiência como protótipo de usina elétrica. A radiação ionizante foi descoberta por Wilhelm Röntgen em 1895, ao passar uma corrente elétrica por um tubo de vidro e produzir continuamente raios-X. Em 1896 Henri Becquerel descobriu um minério contendo Urânio e Rádio que fazia com a sua experimentação as placas fotográficas escurecerem. Foi então possível demonstrar o que ocorria a partir de radiação Beta e Alfa. Paul Ulrich Villard revelou um terceiro tipo de radiação do minério, radiação Gama, muito parecida com raios-X. Em 1896 o casal Pierre e Marie Curie deram o nome de Radioatividade para este fenômeno, e em 1898, Samuel Prescott revelou que a “radiação matava bactérias na comida”. Em 1902 Ernest Rutherford demonstrou que a radioatividade com uma emissão espontânea de partículas alfa ou beta do núcleo criaria um elemento químico diferente. Em 1919 ele atirou partículas alfa de um átomo de Rádio em um de nitrogênio e constatou que a reestruturação do núcleo estava ocorrendo e assim, a formação de um átomo de oxigênio. Niels Bohr foi outro cientista que ajudou a explicar o átomo, os elétrons e o modo que eles estavam arranjados ao redor do núcleo. Em 1911 Frederick Soddy descobriu que elementos radioativos na natureza tinham um diverso número de isótopos, com a mesma química. Em 1932 James Chadwick descobriu o nêutron. Neste ano Cockcroft e Walton produziram transformações nucleares ao bombardear átomos com prótons acelerados.

Em 1934 Irène Curie e Frederick Joliot descobriram que algumas transformações deram  origens a elementos artificiais, e no ano seguinte Enrico Fermi descobriu uma variedade muito maior de elementos artificiais que poderiam ser formados, se substituídos por nêutrons em vez de prótons no bombardeamento. No final de 1938 Otto Hahn e Fritz Strassmann demonstraram que “os elementos mais leves representavam aproximadamente a metade da massa do urânio e que a fissão nuclear teria ocorrido”. Lise Meitner e Otto Frisch trabalharam então com o físico dinamarquês Niels Bohr e explicaram que o nêutron foi capturado pelo núcleo, causando severa vibração e assim partindo-o em duas formas diferentes. Indicava que a famosa equação de Albert Einstein E=MC², determina a relação da transformação da massa de um objeto em energia e vice-versa, sendo que E é a energia, m a massa e c é a velocidade da luz elevada ao quadrado, considerada a única constante do Universo, publicada em 1905 estava correta. Einstein nasceu em Ulm, na Alemanha, no dia 14 de março de 1879. É considerado o físico mais influente do século XX. O caráter e a biblioteca do pai foram elementos importantes na formação de Einstein. Durante o desenvolvimento de armas nucleares muitas tecnologias foram desenvolvidas, dentre elas, principalmente a técnica operatória de “como usar fissão para produzir eletricidade”. O primeiro reator nuclear a produzir eletricidade foi um pequeno experimento, um reator fermentador, design e a operação por parte da “argonne national laboratory” situada em Idaho, nos Estados Unidos. O reator foi ligado em dezembro de 1951.

Em 1953 o ex-general de cinco estrelas do Exército norte-americano Dwight David Eisenhower propôs o programa ideológico “atoms for peace” pelo qual os programas em curso orientaram métodos de esforços em gerar eletricidade baseando-se na fissão principalmente no Departamento Civil de energia norte-americano. Eisenhower entrou na corrida presidencial como candidato republicano em 1952 e prometeu uma cruzada contra “comunismo, Coreia e corrupção”. Ele derrotou Adlai Stevenson encerrando duas décadas de governos democratas. No primeiro ano como presidente, Eisenhower depôs o líder do Irã num golpe de Estado, e ameaçou usar de força nuclear contra a China para encerrar a Guerra da Coreia. No caráter militar, inclinou sua atenção em expandir o arsenal atômico norte-americano e não aumentou os fundos para as outras vertentes das Forças Armadas. O objetivo era manter a pressão sobre a União Soviética e para reduzir o déficit do governo. Quando os soviéticos lançaram o satélite Sputnik 1 em 1957, ele teve como objetivo político externo correr atrás na competitiva fase da guerra espacial. Eisenhower forçou Israel, o Reino Unido e a França para encerrar sua invasão ao Egito durante a Guerra do Suez de 1956. Em 1958, ele enviou 15 mil soldados norte-americanos para o Líbano para impedir que o governo pró-ocidente caísse em mãos de revolucionários aliados a Gamal Abdel Nasser. No fim do seu mandato seus esforços e estratégias de negociações com os líderes Soviéticos caiu por terra por causa do incidente com um avião U2 em 1960, que ainda é considerado o melhor avião espião do mundo, passados 65 anos após sua criação, quando um avião espião norte-americano foi derrubado sobre a Rússia e o piloto sincronicamente foi capturado vivo. Comparativamente os primeiros Reatores nucleares desenvolvidos não tinham uma produção de energia com potência tão grande, como ocorreria, dificilmente passando dos 30 MW. Tomando este exemplo, lembramos de acordo com Paco Ragageles, Chief Executive Officer e cofundador da Campus Party, a organização preparou um espaço reservado para distribuir a energia elétrica com geradores “suficientes para abastecer uma cidade de 25 a 30 mil habitantes”. Tecnicamente os geradores têm 9 Megawatts. Para que se tenha uma ideia concreta, cada Megawatt equivale a 1 milhão de Watts, ou mil Kilowatts. Uma lâmpada incandescente comum, por exemplo, consome em média 60 Watts.  



Os ucranianos são um dos maiores grupos étnicos europeus com uma população de mais de 45 milhões de pessoas em todo o mundo. A maioria dos ucranianos étnicos, cerca de 39 milhões no total, vive na Ucrânia onde constituem cerca de três quartos da população. A maior comunidade ucraniana fora da Ucrânia está na Rússia, onde cerca de 4,4 milhões de cidadãos russos se consideram etnicamente ucranianos, enquanto milhões de outros (principalmente no sul da Rússia e na Sibéria tem alguma ancestralidade ucraniana. Há também cerca de três milhões de ucranianos na América do Norte (1,5 milhão nos Estados Unidos e 1,3 milhões no Canadá). Um grande número de ucranianos vive no Cazaquistão (cerca de 900 mil), Moldávia (600 mil), Brasil (500 mil), Polônia (300 mil), Bielorrússia (290 mil), Uzbequistão (150 mil), Quirguistão (cem mil), Eslováquia (200 mil), Argentina (200 mil) e Portugal (66 048, devido à imigração ilegal este número é bastante inferior à realidade). Há também ucranianos dispersos na Romênia, Alemanha e na Sérvia e Montenegro. A comunidade ucraniana do Brasil ronda 1 milhão de pessoas, incluindo-se seus principais descendentes. A emigração para o Brasil, em grupos mais numerosos, iniciou-se em 1895, a partir da necessidade de substituição de mão de obra escrava para mão de obra assalariada. Os imigrantes ucranianos localizaram-se no estado do Paraná, onde fixou-se quase 90% dos imigrantes, mas também nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mais tarde uma corrente apreciável localizou-se no estado de São Paulo.

A usina nuclear consistia em quatro reatores RBMK-1000, cada um capaz de produzir 1 000 megawatts (MW) de energia elétrica (3 200 MW de energia térmica), e os quatro juntos produziam cerca de 10% da eletricidade da Ucrânia no momento do desastre. A construção da usina e da cidade vizinha de Pripyat para abrigar trabalhadores e suas famílias começou em 1970, com o reator nº 1 comissionado em 1977. Foi a terceira usina nuclear soviética RBMK, depois da Usina Nuclear de Leningrado e do Usina Nuclear de Kursk, e a primeira usina em solo ucraniano. A conclusão do primeiro reator em 1977, foi seguida pelo reator nº 2 em 1978, nº 3 em 1981, e nº 4 em 1983. Mais dois blocos, numerados cinco e seis, de mais ou menos o mesmo projeto de reator, foram planejadas em um local a cerca de um quilômetro dos edifícios contíguos dos quatro blocos mais antigos. O reator nº 5 estava cerca de 70% concluído no momento da explosão do bloco 4 e estava programado para entrar em operação cerca de seis meses depois, em 7 de novembro de 1986. No rescaldo do desastre, a construção nos nºs 5 e 6 foram suspensos e finalmente cancelados em abril de 1989, poucos dias antes do terceiro aniversário da explosão de 1986. Reatores nº 3 e 4 eram unidades de segunda geração, enquanto nº 1 e 2 eram unidades de primeira geração, como aqueles em operação na usina de Kursk. Os designs do Reator Canalizado de Alta Potência - RBMK (Reaktor Bolshoy Moshchnosty Kanalnyy) de segunda geração foram equipados com uma estrutura de contenção mais segura.

            A energia elétrica foi gerada por um par de turbo geradores refrigerados a hidrogênio de 500 MW. A planta de turbinas de Kharkiv posteriormente desenvolveu uma nova versão da turbina, K-500-65/3000-2, em uma tentativa de reduzir o uso de metal valioso. A planta de Chernobyl estava equipada com os dois tipos de turbinas; o bloco 4 tinha os exemplares mais novos. As turbinas mais novas, no entanto, demonstraram-se mais sensíveis a seus parâmetros operacionais e seus rolamentos tiveram problemas frequentes com vibrações. A construção de dois reatores parcialmente concluídos, nº 5 e 6, foi suspensa imediatamente após o acidente no reator nº 4, e foi cancelada no decorre de 1989. Os reatores nº 1 e 3 continuaram a operar após o desastre. O reator nº 2 foi permanentemente desligado em 1991, depois que um princípio de incêndio começou em interruptor defeituoso da turbina. Os reatores nº 1 e 3 foram finalmente fechados devido a um acordo político que a Ucrânia fez com a União Europeia em 1995. É um país da Europa Oriental que faz fronteira com a Rússia a leste e nordeste; Bielorrússia a noroeste; Polônia, Eslováquia e Hungria a oeste; Romênia e Moldávia a sudoeste; e Mar Negro e Mar de Azov ao sul e sudeste, respectivamente. O país possui um território que compreende uma área de 603 628 K m², o que o torna o maior país totalmente no continente europeu.

            Outros acidentes envolvendo usinas nucleares pelo mundo aconteceram desde aquele, como, por exemplo, na central nuclear de Three Mile Island (EUA), em 1979; em Seversk (Sibéria), em 1993; em Tokaimura (Japão), em 1999; na usina nuclear Daiichi, em Fukushima (Japão), em 2011. A cada ocorrência desastrosa destes desastres não naturais, a temática nuclear novamente gera interesse na população em geral, o que voltou a acontecer, com o incêndio próximo à já lendária região de Chernobyl. Para entender um pouco mais sobre o tema, o Canaltech físico e o professor da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Elton Carvalho, para nos explicar o que é a energia nuclear e como as usinas funcionam. Mas por que a proliferação de energia nuclear? São três os principais motivos de ela ser mais vantajosa em relação aos outros tipos de energia: a) A energia é limpa porque as usinas nucleares não emitem gases de efeito estufa, que, em contato com a atmosfera, causam mudanças irreversíveis na dinâmica climática do planeta, algo que vem sendo sentido cada vez mais e trazendo mais complicações para plantas, animais e, claro o ser humano; b) Ela é confiável porque é capaz de gerar energia suficiente para grandes demandas, independentemente do clima, seja ele frio ou calor extremos. Inclusive, as usinas nucleares quase nunca param e geram eletricidade 24 horas por dia, parando apenas uma vez a cada 18 ou 24 meses para serem reabastecidas; c) As usinas também são econômicas porque 10g de urânio, matéria usada para a geração de energia, são suficientes para produzir a mesma quantidade de energia que 700 kg de petróleo cru e 1.200 kg de carvão. Uma usina nuclear é basicamente uma usina típica termoelétrica, pois funciona aquecendo água que vira vapor pressurizado e, então, gira uma turbina que faz um gerador rodar e produzir energia elétrica. Quando o vapor passa pela turbina, chega em um condensador que a transforma no estado líquido novamente, podendo ainda ser reaquecida. Assim, então, obtém-se a energia elétrica.

A Ucrânia concordou em fechar as unidades restantes em troca da assistência da União Europeia na modernização do abrigo sobre o reator nº 4 e na melhoria do setor de energia do país, incluindo a conclusão de dois novos reatores nucleares, Khmelnitski 2 e Rovno 4. O reator nº 1 foi fechado em 1996, seguido do reator de nº 3 em 2000. Em 9 de setembro de 1982, um colapso parcial do núcleo ocorreu no reator nº 1 como resultado de uma válvula de resfriamento com defeito permanecendo fechada após a manutenção. Assim que o reator entrou em operação, o urânio no canal de combustível superaqueceu e se rompeu. A extensão dos danos foi comparativamente menor e ninguém morreu durante o acidente. No entanto, devido à negligência dos operadores, o acidente não foi notado até várias horas depois, resultando em liberação significativa de radiação na forma de fragmentos de óxido de urânio e vários outros isótopos radioativos escapando com vapor do reator através da chaminé de ventilação. Mas o acidente não foi tornado público até vários anos depois, apesar das limpezas que ocorreram dentro e ao redor da usina e Pripyat. O reator foi reparado e colocado novamente em operação após oito meses. De acordo com documentos do Komitet Gosudarstvennoy Bezopasnosti (KGB), a principal organização de serviços secretos da União Soviética que desempenhou as suas funções entre 13 de março de 1954 e 6 de novembro de 1991, desclassificados na Ucrânia em 26 de abril de 2021, graves incidentes ocorreram no terceiro e quartos reatores em 1984. Segundo os mesmos documentos, o governo central em Moscou sabia desde 1983 que a central era “uma das centrais nucleares mais perigosas da URSS”. Em 26 de abril de 1986, o desastre de Chernobyl ocorreu no reator nº 4, causado por um aumento catastrófico de energia, resultando em explosões de núcleo e incêndios através do ar livre. Isso fez com que grandes quantidades de materiais radioativos e isótopos aerotransportados se dispersassem na atmosfera e no solo circundante. O desastre foi considerado o pior acidente da história da energia nuclear.

Como resultado, o Reator nº 4 foi completamente destruído e, portanto, encerrado em uma espécie de sarcófago de concreto e chumbo, seguido mais recentemente por um grande abrigo de confinamento de aço, para evitar mais vazamento de radioatividade. Grandes áreas da Europa foram afetadas pelo acidente. A nuvem radioativa se espalhou até a Noruega. Em fevereiro de 2013, uma porção de 600 m² (6 458 pés quadrados) do telhado e da parede  adjacente à parte coberta da sala da turbina desabou na área sepultada da sala da turbina. O colapso não afetou nenhuma outra parte do Abrigo para Objetos ou o Novo Confinamento Seguro. Nenhuma variação nos níveis de radiação como resultado do incidente foi detectada. O telhado desabado foi construído após o desastre de Chernobyl e depois reparado. O reator nº 2 foi permanentemente desligado depois de outubro de 1991, quando um incêndio começou devido a uma chave com defeito em uma turbina. Em 11 de outubro de 1991, um incêndio irrompeu na sala da turbina do reator nº 2. O incêndio começou na quarta turbina do reator nº 2, enquanto a turbina estava parada para reparos. Um interruptor defeituoso causou um surto de corrente ao gerador, acendendo o material isolante em alguns fios elétricos. Isso subsequentemente levou ao hidrogênio, usado como refrigerante no gerador síncrono, sendo derramado no corredor da turbina “o que aparentemente criou as condições para o incêndio começar no telhado e para uma das treliças de suporte do telhado cair”. Em novembro de 1996, após pressão de governos estrangeiros, o reator nº 1 foi fechado. A remoção do equipamento não contaminado começou no reator nº 1 e este trabalho pode ser concluído em 2020–2022.

Em dezembro de 2000, o reator nº 3 foi fechado após operar brevemente desde março de 1999, após 5 meses de reparos, e a planta como um todo deixou de produzir eletricidade. Em abril de 2015, “as unidades 1 a 3 entraram na fase de descomissionamento”. Segundo definição da Agência Internacional de Energia Atômica, descomissionar significa tomar todas as providências necessárias para a desativação de uma instalação nuclear ao final de sua vida útil, observando-se todos os cuidados para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores em geral, e ao mesmo tempo, o ambiente. A sala do reator adjacente e o reator não foram afetados, mas devido ao clima político, foi decidido desligar este reator permanentemente após este incidente. Em 2013, a bomba de levantamento de água do rio para o reservatório de resfriamento adjacente à instalação foi desligada, com o dissipador térmico, que deve evaporar lentamente. O ciberataque Petya de 2017 afetou o sistema de monitoramento de radiação e tirou do ar o site oficial de monitoramento da usina nuclear, que hospeda informações sobre o incidente e a área de impacto social. Não faz muito tempo desde que o NotPetya assustou toda uma nação. Na verdade, tudo começou em junho de 2017, quando hackers russos usaram os servidores hackeados da empresa de contabilidade ucraniana Linkos Group para enviar um código que passaria a se chamar NotPetya. O NotPetya ficou conhecido como o ciberataque mais devastador da história, causando um prejuízo estimado de 10 bilhões de dólares ao redor do mundo e atingindo diversos países, que vão da Ucrânia aos Estados Unidos da América.

            Física é a ciência que estuda a natureza e seus fenômenos em seus aspectos mais gerais. Analisa suas relações e propriedades, além de descrever e explicar a maior parte de suas consequências. Tem como escopo a dinâmica e a compreensão científica dos comportamentos naturais e gerais do mundo em nosso torno, desde as partículas elementares até o universo como um todo. Com o amparo do método científico e da lógica, e tendo a matemática como linguagem natural, esta ciência descreve a natureza através da adoção de modelos científicos. É considerada a ciência fundamental, sinônimo de ciência natural, como a química e a biologia, têm raízes na física. Sua presença no cotidiano humano é muito ampla, sendo praticamente impossível uma completíssima descrição dos fenômenos físicos em nossa volta. A aplicação da física para o benefício humano contribuiu de uma forma inestimável para o desenvolvimento de toda a tecnologia moderna, desde o automóvel aos computadores quânticos. A física é uma ciência influente e perspicaz na sociedade e suas dinâmicas técnico-científicas frequentemente traduzidas no desenvolvimento de novas práticas tecnológicas. O avanço nos conhecimentos em eletromagnetismo permitiu o desenvolvimento de tecnologias que certamente influenciam o cotidiano da sociedade moderna: o domínio da energia elétrica permitiu o desenvolvimento e construção dos aparelhos elétricos; o domínio sobre as radiações eletromagnéticas e o controle social refinado das correntes elétricas permitiu o surgimento da eletrônica e a consequente apropriação desenvolvimento das telecomunicações globais e da informática.

Tchernobil é uma cidade no centro da Ucrânia, onde foi construída uma central nuclear em meados dos anos 1970, a 110 km da capital, Kiev. O primeiro reator foi ativado em 1977, pela União Soviética. Nos anos seguintes, foram ativados mais três. Em 1985, um grave acidente nuclear num dos reatores diminuiu a potência da usina em 25%. Em 26 abril de 1986, duas fortes explosões destruíram o reator central, originando uma brecha no núcleo de mil toneladas. Seguiram-se outras explosões, provocadas pela liberação de vapor, espalhando uma gigantesca nuvem de radiação que contaminou 75% da Europa, da Irlanda do Norte à Grécia. Nas imediações de Tchernobil, 31 bombeiros ou trabalhadores da usina morreram naquele dia, e 135 mil pessoas tiveram de ser evacuadas. A União Soviética tentou ocultar as proporções do acidente. Antes mesmo de Moscou admitir a catástrofe oficialmente, a Suécia e a Finlândia já alertavam para o aumento da radiação. No sul da Alemanha, por exemplo, as medições no solo apontaram até 45 mil becqueréis de contaminação por césio 137, sendo que o valor normal é 300 becqueréis. Apesar dos indícios evidentes de perigo, as fontes oficiais, como a comissão da Agência Internacional de Energia Atômica e o Fórum Nuclear Alemão, tentaram minimizar solidarizando as terríveis consequências. Em todo o mundo, cresceu a polêmica em torno do uso e dos perigos da energia nuclear. Após o acidente, milhares de soldados construíram uma proteção de aço e cimento, denominada sarcófago, para proteger o reator destruído. Em 1991, um incêndio de grandes proporções levou ao encerramento das atividades de outro dos reatores. A Agência Internacional de Energia Atômica inspecionou a central em março de 1994 e encontrou várias deficiências de segurança nos dois reatores ainda em funcionamento. O sarcófago que sela o que resta do reator explodido estava ruindo. Em 1995, foi elaborado um Protocolo de Acordo entre a Ucrânia e as sete (07) nações mais industrializadas (G7) para o encerramento das atividades da usina nuclear de Tchernobil, em troca de assistência econômica. Em dezembro de 2000, a usina nuclear encerrou oficialmente suas atividades.

            Os ucranianos são descendentes de vários povos que habitavam a vasta área que se estende do norte do Mar Negro às fronteiras de Rússia, Polônia, Moldávia, Bielorrússia e Eslováquia. Esses povos incluíam várias tribos nômades como os citas e os sármatas de línguas persas; os godos e os varangianos de línguas germânicas e os cazares, pechenegues e cumanos de línguas turcas. De qualquer forma, as origens ucranianas são preponderantemente eslavas e as tribos nômades não-eslavas que principalmente que viviam nas estepes do sul da Ucrânia têm pouca influência nos ancestrais dos modernos ucranianos. A identidade nacional ucraniana se desenvolveu em oposição ao domínio estrangeiro no século XIX. Na Rússia Imperial o uso da língua ucraniana foi desencorajado e em vários períodos suprimida (muitos poetas, escritores, elite política e intelectual ucraniana era exilada da Ucrânia para Sibéria, Cazaquistão, etc.) apesar de algumas vezes haver uma tolerância, algumas províncias que tinham em cargos superiores etnias ucranianas (o que quase nunca acontecia). A política de perseguição contra os ucranianos era também considerável na Polônia e na Áustria-Hungria. Durante o período soviético, a língua ucraniana foi em geral fortemente suprimida, como todas as outras línguas dos países da ex-União Soviética, mas com a chegada ao poder de alguns chefes de governo de origem ucraniana como Mikhail Gorbatchov, era apenas tolerada.

Nos primeiros anos de vida, Einstein teve dificuldades para se expressar através da fala e era lento para aprender, fato que, durante algum tempo, deixou seus pais preocupados. Nos primeiros anos escolares, Einstein não se destacava nem pelas notas nem pela regularidade com que ia à escola. Com seis anos de idade, incentivado pela mãe, começou a estudar violino. Cedo se destacou no estudo da física, matemática e filosofia. Aos nove anos ingressa no Luitpold Gymnasium, uma escola secundária em Munique, Alemanha. Foi fundada pelo príncipe Luitpold da Baviera em 1891 como Luitpold-Kreisrealschule para servir a parte oriental da cidade e seus subúrbios. Ficava na Alexandrastrasse em frente ao Museu Nacional, onde se interessa por geometria e álgebra, matérias nas quais progride. Aos doze anos é um considerado um gênio das matemáticas, mas lê avidamente Leibniz, figura central na história da matemática e da filosofia, Kant que operou, na epistemologia uma síntese entre o racionalismo continental, onde impera a forma de raciocínio dedutivo, e a tradição empírica inglesa de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução e Hume que se opôs a Descartes e às filosofias que consideravam o espírito humano desde um ponto de vista teológico-metafísico

Foi paradoxal para seus mestres, que nem sempre sabiam responder as suas perguntas nem refutar seus questionamentos tanto políticos quanto existenciais. A física, com as ciências da natureza, faz parte de um complexo integrado de instituições de importância na sociedade contemporânea, não só em função do vulto dos investimentos, como também do contingente humano, do número e da diversidade de organizações comprometidas com sua expansão. Os físicos constituem em seu ersatz um grupo de profissionais socialmente prestigiados, formados em organizações próprias. Dispõem de enormes facilidades de trabalho, como laboratórios, bibliotecas, serviços de intercâmbio e divulgação de informações científicas etc., os quais, em muitos aspectos sociais, têm superado as vantagens conquistadas por grupos profissionais mais tradicionais na cultura ocidental, como advogados, sociólogos e médicos. Como possuía caráter individualista e alheio à disciplina prussiana, acaba sendo expulso do Gymnasium. Aos 16 anos abandona a religião judaica que está presente na obediência espiritual aos mandamentos divinos estabelecidos nos livros sagrados, uma vez que para eles, no sentido adquirido pela formação religiosa, isso é “fazer a vontade de Deus e demonstrar respeito e amor pelo criador”. O judaísmo é a religião monoteísta que possui o menor número de adeptos no mundo, tornando-se livre de qualquer tipo de imposição em sua formação. Ainda que fosse de família judia, Einstein tinha um pensamento sobre religião que foi moldado durante sua estada em Zurique, na Suíça, quando os livros do filósofo Spinoza, caíram em suas mãos. O Deus de Baruch Spinoza era amorfo e impessoal, responsável pela ordem no universo e pela beleza da natureza.

Do ponto de vista da interpretação do método científico, a física tem base social e não é estática. Físicos ainda trabalham para conseguir resolver problemas de ordem teórica, como a “catástrofe do vácuo”, gravitação quântica, termodinâmica de buracos negros, dimensões suplementares, flecha do tempo, inflação cósmica e o mecanismo de Higgs, ou mecanismo de Brout–Englert–Higgs é essencial para explicar o processo de geração de massa dos bósons de gauge. Ainda existem fenômenos observados empírica e experimentalmente que ainda carecem de explicações científicas, como a possível existência da matéria escura, raios cósmicos com energias teoricamente muito altas e até mesmo em observações cotidianas como a turbulência. Para tal, equipamentos sofisticados foram desenvolvidos e construídos, como o Large Hadron Collider, o maior acelerador de partículas construído, situado na Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN). Neste contexto de socialização os procedimentos didáticos costumam se pautar não apenas em seus conteúdos, mas também em atividades práticas,  que evoquem situações cotidianas de aprendizados importantes. É a partir daí que a escola deve desenvolver o ensino da Física nos primeiros anos de aprendizagem da vida escolar. Não há discordância em relação à idade ideal para a introdução do ensino da Matemática na educação. A partir dos seis meses de vida os bebês já identificam a diferença entre conjuntos de elementos que contenham quantidades diferentes. A partir dos três anos, eles já entendem as operações  de adição e subtração. No cotidiano a Matemática deve proporcionar, na prática, a exploração dos diversos preceitos gnosiológicos, abordando medidas, proporções e formas geométricas, de forma que os alunos desenvolvam e nutram prazer e curiosidade por esses procedimentos.

Essa proposta deve trazer elementos do mundo real, utilizando-se de experiências da linguagem no desenvolvimento prático de didáticas que ampliem suas noções matemáticas. A Física, sociologicamente, representa uma ciência fundamental para diferentes aspectos da vida contemporânea, desde os avanços tecnológicos a situações e necessidades da vida cotidiana nas esferas de ação social que vão desde a gravitação à esfera da ação política. A Organisation Européenne pour la Recherche Nucléaire, reconhecida pelo antigo acrônimo para Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire (CERN) é o maior Laboratório de Física de partículas do mundo, localizado em Meyrin, na região em Genebra, na fronteira Franco-Suíça. Criado em 1954 a organização tem 23 Estados-membros e em 2010 tinha um efetivo de aproximadamente 2 400 funcionários em tempo integral assim como mais de 11 mil cientistas e engenheiros, representando 580 universidades e Centros de Pesquisa e dentre 80 nacionalidades. As contribuições dos Estados-Membros do Conseil para 2011 totalizaram 1 130 milhões de francos suíços. Desenvolvido com aproveitamento constante das infraestruturas pré-existentes o Conseil possui os equipamentos necessários para a pesquisa de alta energia física pelo que vários experimentos têm sido construídos por colaborações de âmbito internacionais.

No sítio de Meyrin, onde se encontra a sede da organização, existe um grande centro de informática contendo instalações de processamento de dados muito poderosas que de princípio servia para a análise de dados experimentais, mas atualmente, e devido à enormidade de dados recolhidos diariamente pelo LHC, é o Tier 0 da Grelha de cálculo LHC (LCG), para pôr esses dados à disposição dos outros pesquisadores que historicamente tem sido, e continua a ser um hub de rede de longa distância. Uma das particularidades institucionais é o fato sociológico de ser um laboratório transfronteiras com instalações pari passu na Suíça e na França. Assim como já havia acontecido durante a extensão do laboratório no sítio de Meyrin na década de 1970 onde cerca de 1/3 da sua superfície se expandiu em território francês, também para a construção do SPS em 1976 a França cedeu o terreno para o sítio de Prevessin, no País de Gex, a fim de albergar as infraestruturas necessárias a esse acelerador. Posteriormente para o LEP, foram edificadas as instalações de superfície correspondentes às atuais experiências do LHC de ALICE em St. Genis, CMS em Cessy e LHCb em Ferney-Voltaire, já que ATLAS se encontra na comuna de Meyrin no cantão de Genebra, Suíça. Seu desenvolvimento rapidamente decorreu em razão da sua proximidade, com o aeroporto e do polo produtor de pesquisas de alto nível, em que se representam as empresas, firmas ou organizações que aí se instalaram.

Podemos afirmar que a Física se desenvolveu com o propósito de explicar os fenômenos da natureza, desde os mais comuns até os mais dinâmicos. Portanto, é bem natural que a Física esteja diretamente relacionada ao nosso cotidiano. Apesar disso é muito comum que as ocorrências do cotidiano sejam tratadas com uma linguagem completamente distinta daquela utilizada pela comunidade científica. É apenas uma questão de adequação: algumas palavras se encaixam bem no linguajar popular, enquanto outras servem melhor ao vocabulário técnico. Você não costuma dizer, por exemplo, que está sofrendo os efeitos de uma elevada temperatura. Coloquialmente apenas diz que está com calor. No entanto, cientificamente, calor é energia em trânsito, portanto ninguém pode “estar” com ele. Existem outros exemplos em que fica clara a distinção entre significados de expressões idênticas utilizadas em contextos diferentes. A física estuda a natureza e seus fenômenos em seus aspectos mais essenciais e gerais. Analisa suas relações e propriedades, além de descrever e explicar a maior parte de suas consequências, mas não a sua totalidade, pois a física não é um objeto pronto e acabado, mas sim uma ciência que busca obter respostas para os inúmeros problemas em aberto. Tem como pilares fundamentais o estudo da matéria, energia, espaço e tempo, e deriva destes entes fundamentais e de suas propriedades e relações técnicas todo o vasto escopo da física. A física estuda a natureza e seus fenômenos em seus aspectos mais essenciais e gerais. Analisa suas relações e propriedades, além de descrever e explicar a maior parte de suas consequências, mas não a sua totalidade, pois a física não é um objeto pronto e acabado. Seu quadro categorial das discussões teóricas não pode ser determinado por escolhas arbitrárias, embora a arbitrariedade se manifeste com frequência nas mutáveis tendências ideológico-intelectuais dominantes na sociedade.  



É neste sentido que o campo da física não se restringe às dimensões, pois tudo o que está contido no Universo é seu objeto de estudo, desde as partículas elementares que constroem a matéria até as estrelas, galáxias e o próprio Universo como um todo.  Porém, está ciência não é exclusiva na abordagem dos fenômenos naturais, pois suas especificidades e complexidades requerem uma maior atenção de estudo. Os fenômenos mais restritos são geralmente estudados por outras ciências naturais, como a química e a biologia. A física, porém, é conhecida como a ciência fundamental por buscar a essência primordial da natureza e muitas vezes tornam-se sinônimo da própria ciência natural. As divisões clássicas da física, como qualquer ciência antes do início do século XX, foram baseadas em classes gerais de fenômenos naturais para os quais uma determinada metodologia da física aplica-se de forma comum. É a forma de divisão mais tradicional, pois considera-se as propriedades dos fenômenos estudados: os movimentos e forças são objeto de estudo da mecânica, a curiosidade acerca do calor e suas propriedades criou um plano de fundo para o surgimento da termodinâmica. A eletricidade, o magnetismo, um fenômeno natural ou artificial pois é possível reproduzir esse fenômeno em laboratório e a óptica surgiram de forma relativamente independente, mas foram integradas durante meados do século XIX ao serem consideradas apenas visões diferentes de um mesmo fenômeno muito mais amplo, o eletromagnetismo. As divisões da física moderna são realizadas em acordo com os tipos particulares de estruturas da natureza com qual cada ramo da ciência está preocupado. As implicações até então imagináveis de afirmações aparentemente simples, como a constância das leis da física para qualquer referencial e a constância da velocidade da luz, são a base da relatividade. Melhor dizendo, a mecânica quântica, tem como representação para si a física das dimensões subatômicas. Em física, partícula subatômica é a designação genérica daquelas cujas dimensões são muito menores que as de um átomo. Estas nos dão uma ideia aproximada das propriedades singulares desses corpúsculos, cujas dimensões são inferiores à do átomo.

Bibliografia geral consultada.

ROSA, Luiz Pinguelli (Coord.), Energia, Tecnologia e Desenvolvimento. Energia Elétrica e Nuclear. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1978; ARCELA, Nina Maria, Acordo Nuclear Teuto-brasileiro: Estudo de Caso em Política Exterior sob a Perspectiva do Processo Decisório. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais. Brasília: Universidade de Brasília, 1992; CECEÑA, Ana Esther (Coordinación), La Tecnología como Instrumento de Poder. México: Ediciones El Caballito, 1998; EINSTEIN, Albert, Teoria da Relatividade Geral e Especial. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editor Contraponto, 2007; ATKINS, Peter, Princípios de Química. Porto Alegre: Editor Bookman, pp. 576–578, 2012; ARAÚJO, Marcella Campos, Energia Nuclear e Radioatividade na Escola de Nível Médio: Um Olhar a partir dos Acidentes Nucleares. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2013; QUADROS, André Luiz Lopes, Aprendizagem, Inovação e Comunicação: A Dinâmica Evolutiva de um Plano de Emergência Nuclear. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação de Ciência da Informação. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Escola de Comunicação. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014; ALEKSIÉVITCH, Svetlana, Vozes de Tchernóbil: A História Oral do Desastre Nuclear. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2016; AZEVEDO, Dúnya Pinto, As Imagens do Trauma após Chernobyl: Entre Restos e Encenações. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2016; PAIVA, Gustavo Varanda, Diagnóstico de Acidentes da Usina Nuclear de Angra 2 baseado em Agentes Inteligentes de Aquisição em Tempo Real e em um Modelo de Árvore Lógica. Dissertação de Mestrado. Programa de Engenharia Nuclear. Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017; BARBOSA, Xênia de Castro; SOUZA, Tadisson Silva de; SILVA, Pedro Rammom dos, “A Coragem da Verdade: Intelectuais Soviéticos frente ao Desastre Atômico de Tchernóbil”. In: Brazilian Journal of Development. Curitiba, vol.7, nº1, pp. 2744-2759 jan. 2021; entre outros.