“A vida social consiste em destruir aquilo que lhe dá o seu aroma”. Claude Lévi-Strauss
Uma forma discreta de superar contradições reais ou abstratas supostas por um conjunto de práticas e saberes sociais, é atribuir as teses inconciliáveis a momentos distintos e sucessivos na reprodução de determinada mentalidade. Mas a questão que se coloca é: estará sujeita à indignação de fatores que se pode atribuir o fato de ocorrer na origem da civilização ocidental, e somente nela, o surgimento de fenômenos culturais dotados de um desenvolvimento universal em seu valor e significado? Isto porque os conhecimentos empíricos, as reflexões sobre os problemas do mundo e da vida social, a sabedoria filosófica e teológica mais profunda não se restringe à ciência. Não queremos perder de vista que um dos principais episódios da Querela dos Antigos e dos Modernos gira em torno de uma tradução da Ilíada. O debate não se restringe à doutrina ou arte poética, mas à genealogia da imitação das obras gregas em pintura e escultura, além da base da alimentação como principal fonte de alimentos. O ambiente favoreceu a criação de cabras e ovelhas, no lugar de vacas; pratos com carne bovina são mais raros. Pratos com peixes são mais comuns, especialmente nas regiões litorâneas e nas ilhas. A culinária é tradicional da Grécia, de características mediterrânicas, e que partilha diversas características com as culinárias da Itália, dos Balcãs, da Turquia e do Oriente Médio em geral. A culinária grega contemporânea é tipicamente mediterrânea, e utiliza azeite, grãos, pão, vinho, peixes, queijos, presunto e tipos de carnes, incluindo aves e coelho. Entre os ingredientes estão a carne de cordeiro, ou de porco, azeitonas kalamata, queijo feta, folhas de uva, abobrinha e iogurte. Entre as sobremesas camel e as nozes, algumas utilizando massa filo, como a baclavá, um tipo de pastel elaborado com pasta de nozes trituradas, envolvida em massa filo e banhada em xarope ou mel, existindo variedades que incorporam pistache, avelãs e sementes de gergelim, papoula ou outros grãos. A origem é no Médio Oriente, feito com massa folhada muito fina geralmente recheada com frutos secos como amêndoas ou pistachos e coberta com mel ou calda.
A Grécia tem uma tradição culinária antiga, além de ser o berço da filosofia ocidental, com uma história de vários milênios, quando ao longo do tempo, esta culinária evoluiu e absorveu diversas influências, e acabou influenciando, por sua vez, as culinárias de outras regiões. Os nomes de muitos dos pratos atuais vêm da tradição otomana e revelam suas origens árabes, persas e turcas, como mussaca, uma espécie de lasanha feita de berinjela, carne moída e tomate assados; baclavá, massa filo doce com recheio típico; tzatziki, do turco cacık, iogurte com alho e pepino picado; yuvarlakia e kefthedhes (almôndegas). A maioria destas palavras entrou no vocabulário do idioma grego durante o período otomano, que durou de 1299 a 1922, porém já havia contato anterior tanto com os persas quanto com os árabes. Alguns destes pratos podem ser pré-otomanos, tendo adotado simplesmente o nome utilizado pelos turcos para designá-los; os dolmades, por exemplo, feitos com folhas de videira, também eram consumidos pelos bizantinos. Alguns pratos tiveram influência italiana, especificamente veneziana, como o pastitsio, o makaronia me kima (macarrão com carne), encontrado principalmente na Anatólia e na Ásia Menor, de influência grega. Segundo a mística, o kleftikó, cordeiro assado cujo significado pode ser traduzido como uma “carne roubada”, tem sua origem nas ovelhas e cabras que os kleftes, espécie de “guerreiros-bandidos” que habitavam historicamente as regiões montanhosas, roubavam e cozinhavam posteriormente num poço fechado, para que a fumaça não atraísse a atenção. Também deve-se levar em conta que essa periodização está relacionada à história da Europa e do Oriente Próximo como precursor das civilizações que se desenvolveram no Mediterrâneo, culminando com Roma. Essa visão se consolidou com a historiografia que surgiu no século XIX, que fez da escrita da história uma ciência e uma disciplina acadêmica. Se repensarmos os critérios que definem o que é a Antiguidade do resto do mundo, não é possível pensar em outros critérios e datas balizadoras no âmbito da história.
Sem temor a erro em oposição ao
estatuto privilegiado atribuído à visão e à audição, na tradição da cultura
ocidental, o gosto, segundo Agamben (2017), é classificado como o
sentido mais baixo, cujos prazeres o homem condivide com outros animais e a
cujas impressões não se mistura “nada de moral”. Também nas Lições sobre
Estética de Hegel (1817-1829), o gosto é oposto aos dois sentidos
“teoréticos”, visão e audição, porque “não se pode degustar uma obra de
arte como tal, porque o gosto não deixa o objeto livre para si, mas tem a ver
com ele de modo realmente prático, dissolvendo-o e consumindo-o”. Por outro
lado, em grego, em latim e nas línguas modernas que dele derivam, é um vocábulo
etimologicamente ligado à esfera do gosto que designa o ato do conhecimento: “O
sapiente é assim chamado por causa da palavra `saber` (Sapiens dictus a
sapore), pois, assim, como o gosto é a apropriado à distinção do sabor, do
mesmo modo o sapiente tem a capacidade de conhecer as coisas e as suas causas,
na medida em que tudo o que ele conhece, ele o distingue segundo um critério de
verdade”, enuncia ainda no século VII uma etimologia (livro X, 240) de Isidoro
de Sevilha; e, nas lições de 1872 sobre os filósofos pré-platônicos, o jovem
filólogo Nietzsche nota a propósito da palavra grega sophós, “sábio”:
etimologicamente ela pertence à família de sapio, degustar, sapiens,
o degustante, saphēs, perceptível do gosto. Nós falamos do gosto na
arte: para os gregos, a imagem do gosto é ainda mais ampla. Uma forma
redobrada, Sísyphos, de forte gosto (ativo); também sucus
pertence a esta família, dizia Nietzsche. O prazer proporcionado pela comida é
um fator social preponderante da vida depois da alimentação bendita de
sobrevivência. Mas enquanto o gosto é a reação química entre o alimento e as
papilas gustativas, o sabor é a riqueza de sensações que o paladar em conjunto
com o olfato proporciona; sem olfato, não há 80% do sabor que começa quando
sentimos o cheiro da comida no prato que se aproxima de nós.
Quando, no curso dos séculos XVII e
XVIII, começa-se a distinguir uma faculdade específica á qual são atribuídos o
julgamento e o gozo da beleza, é precisamente termo gosto, oposto
metaforicamente, como um sentido figurado, à sua acepção própria, que se impõe
na maior parte das línguas europeias para indicar aquela forma especial de
saber que goza do objeto belo e aquela forma especial de prazer que julga a
beleza. Com a sua habitual lucidez, Immanuel Kant, individua, de fato, desde a
primeira página da Crítica do juízo (1790), o “enigma” do gosto em uma
interferência entre saber e prazer. Desde o início, o problema do gosto se
apresenta assim como aquele de um “outro saber”, (um saber que não pode dar
razão em seu ato de conhecer), mas dele goza; nas palavras de Montesquieu: “a
aplicação pronta e requintada de regras que nem sequer conhecemos” e de um
outro prazer, (um prazer que conhece e julga), de acordo com o que está implícito
na definição de gosto de Montesquieu como “mesure du plaisir”; o conhecimento
do prazer, precisamente, ou o prazer do conhecimento, se nas duas expressões se
dá ao genitivo um valor subjetivo, e não apenas objetivo. Enfim, a estética
moderna, a partir de Baumgarten, se construiu como uma tentativa de indagar a
especificidade desse “outro saber” e de fundar a sua autonomia ao lado do
conhecimento intelectual (cognitio sensitiva) ao lado da lógica,
intuição ao lado do conceito). Desse modo, configurando a relação entre eles
como aquela entre duas formas autônomas no interior do mesmo processo
gnosiológico, ela deixava, porém, na sombra precisamente o problema
fundamental, que, como tal, deveria ser interrogado: por que o conhecimento
está assim originalmente dividido e por que ele mantém, de modo igualmente
original, uma relação com a doutrina do prazer, isto é, com a ética? Ora,
situar o gosto como lugar privilegiado no qual vem à luz a fratura do objeto do
conhecimento, em verdade e beleza, e do télos ético do homem, em
conhecimento e prazer, caracteriza de modo essencial a metafísica ocidental.
A gastronomia nasceu desse prazer e constituiu-se como a arte e a habilidade técnica de cozinhar e de associar aos alimentos o máximo benefício num tempo determinado. Cultura antiga, a gastronomia esteve na origem de grandes transformações sociais e políticas. A alimentação vem passando por longas etapas do desenvolvimento humano, junto com a evolução do estágio de nômade caçador ao de homem sedentário, quando este descobriu a importância da agricultura e da domesticação dos animais. A fixação à terra trouxe uma maior abundância de comida, provocou um aumento demográfico, e consequente processo que levou a um aparente esgotamento dos recursos e migração para novos locais a explorar. Houve apenas duas importantes exceções na história antiga: o Egito e a Mesopotâmia, devido à fertilidade trazida das águas do Nilo, Tigre e Eufrates, que se mantiveram constantes em sua duração do tempo. A riqueza proporcionada pela abundância trouxe a curiosidade pela novidade e pelo exotismo. O homem que viajava, o comerciante, não só levava aquilo que faltava numa região como introduzia novos alimentos, criando necessidades imprescindíveis ao desenvolvimento do seu comércio. O transporte de alimentos provocou a necessidade cultural de aditivos: por exemplo, sabemos que o aroma da resina de alguns atuais vinhos gregos foi induzido pelo fato de se utilizar a resina em tempos remotos para tratar os odores de cabra que o vinho continha.
Começando
pela origem palavra gastronomia, que tem a sua raiz no grego e faz parte da
união de duas outras palavras: gaster, que significa estômago e nómos,
que significa “leis que governam”. A gastronomia é entendida como subsistência,
como leis que governam o estômago. Sobre a sua história, propriamente dita, o
que se revela pela pesquisa é que ela não é tão antiga quanto muitos de nós
imaginamos, uma vez que, na Idade Média as pessoas se preocupavam mais se
realmente conseguiriam encontrar algo para comer e menos no como
comeriam. De acordo com alguns
historiadores, foi no reinado de Luís XIV (1638-1715) que a gastronomia teve a
sua origem, quando os nobres da França passaram a elaborar e definir regras e
normas sobre o que realmente seria “comer bem ou comer mal”. No entanto,
somente em 1801 é que a palavra gastronomia surgiu e foi utilizada pela
primeira vez, como título de um poema de Joseph Berchoux. A partir destes fatos
etnográficos é que a culinária francesa se tornou tão tradicional e passou a
ser reconhecida como símbolo de sofisticação na alimentação, fazendo com que percebêssemos
que existem diferenças elementares entre comer em decorrência da necessidade biológica
e comer como forma de celebrar um ritual etnográfico.
Segundo Norbert Elias, quando narra a questão tópica: Dos Costumes Medievais (2011: 70 e ss.) lembra que a Idade Média nos deixou um grande volume de informações sobre o que era considerado comportamento socialmente aceitável. Neste particular, também preceitos sobre a conduta às refeições tinham importância muito especial. Comparativamente ele admite que comer e beber nessa época ocupavam uma posição muito mais central na vida social do que temos, quando propiciavam, com frequência, embora nem sempre, o meio e a introdução às conversas e do convívio social. Religiosos cultos redigiam às vezes, em latim, normas de comportamento que servem de testemunho do padrão vigente na sociedade que se desenvolvia lentamente. Hugo de São Vitor, por exemplo, falecido em 1641, em seu De Instituitone Novitiarum, estuda entre outras questões. O judeu espanhol batizado Petrus Alphonsi tratou delas em sua obra Disciplina Clericaris, em princípios do século XII; Johannes von Garland dedicou aos costumes e, em especial, às maneiras à mesa, parte dos 662 versos latinos que, em 1241, apareceram sob o título Morale Scolarum. Além dessas normas sobre comportamento discutidas pela sociedade religiosa de fala latina, houve, a partir do século XIII, documentos correspondentes nas várias línguas leigas – acima de tudo, no início, procedentes das cortes da nobreza guerreira. As primeiras notícias sobre as maneiras que prevaleciam na alta classe secular são fora de dúvida as que vêm da Provença e da vizinha e culturalmente aparentada Itália. O primeiro trabalho alemão sobre a courtoisie é também de autoria de um italiano, chamado Thomasin von Zirklaria, e intitulado O Convidado Italiano (Der Wälsche Gast), traduzido por Ruckert para o alemão moderno. Thomasin von Zirclaere, também chamado Thomasîn von Zerclaere ou Tommasino Di Cerclaria, era um poeta lírico italiano do alto alemão médio. O poema épico Der Wälsche Gast é o único trabalho preservado.
Outra
obra de Thomasin von Zirklaria, em italiano, transmite-nos o título alemão uma
forma antiga do conceito de “cortesia” (Höflichkeit). Refere-se ele a
esse livro, que se perdera, como um “Buoch von der hüfscheit”, um fac-símile do
manuscrito de Heidelberg. Originários dos mesmos círculos da tradição
cavalaria-corte são os 50 Courtoisies de autoria de Bonvicino da Riva e
o Hofzuch (Maneiras Cortesãs), atribuído a Tannhäuser. Essas normas também
ocasionalmente encontradas nos grandes poemas épicos da sociedade cavalheirosa,
como, por exemplo, o Roman de la Rose, do século XIV. O Book of Nature, escrito
em versos ingleses provavelmente no século XV, já é um compêndio de
comportamento para o jovem nobre a serviço de um grande senhor, como,
resumidamente, o The Babees Book. Além disso existe, principalmente em
versões dos séculos XIV e XV, mas provavelmente, em parte pelos menos, mais
antiga me tema, uma série inteira de poemas chamados mnemônicos a fim de
inculcar boas maneiras à mesa. Tischzuchten de variada extensão e nas mais
diversas línguas. A aprendizagem de cor como meio para educar ou condicionar
desempenhava um papel muito mais importante na sociedade medieval, onde os
livros eram relativamente raros e caros, e esses preceitos rimados em um dos
meios usados para gravar na memória da pessoa o que ela devia e não devia fazer
em sociedade, e acima de tudo à mesa. Esses Tischzuchten , ou disciplina à
mesa, como trabalhos medievais sobre maneiras de autores conhecidos, não são
produtos individuais no sentido moderno, registro das ideias singulares de
determinada pessoa em uma sociedade extensamente individualizada. Segundo,
Norbert Elias, não foi feito ainda um estudo mais minucioso dessas modificações
ocorridas no comportamento medieval. Basta mencioná-las, não esquecendo que
esse padrão medieval não era destituído de movimento interno e certamente não
foi o princípio nem o “primeiro degrau” do processo de civilização, nem
representa, como se afirmou vezes, inclusive na perspectiva materialista de
Friedrich Engels que não está só, nas agruras do sujeito, o estágio de “barbarismo” ou “primitividade”, como é provável
ocorrer ainda por diante.
A
humanidade em seus ciclos de transformação vegetal e humana percebeu as
virtudes da associação de plantas aromáticas aos alimentos para lhes exaltar o
sabor, contribuir para a sua conservação e permitir uma melhor e mais saudável e
concupiscente assimilação por parte do corpo. A expressão sociológica “realismo
mágico” é empregada desde os fins dos anos 1940 para denominar um tipo de
ficção literária hispano-americana que se contrapunha ao realismo e ao
naturalismo do século XIX e contra a chamada “novela da terra”, um tipo de
regionalismo muito produzido e difundido nas primeiras décadas do século XX. A
fase mais expressiva desse estilo literário ocorreu por volta década de 1940,
com Jorge Luis Borges, Alejo Carpentier e Arturo Uslar Pietri. Este último,
inclusive, foi o primeiro autor a empregar a expressão “realismo mágico”, em
sua obra Letras y Hombres de Venezuela (1948). Para esse notável escritor,
o realismo mágico incorporou o mistério humano à realidade, que passa a ser
negada em sua tentativa de sempre tender a expressar o real lógico-racional. Em
primeiro lugar, talvez tenham sido os desafios característicos de uma época da
história social que transformaram a cultura da América Latina em um vasto
arsenal de fatos surpreendentes, insólitos, brutais, incríveis, encantados;
isto é, uma profusão de fantasias, maravilhas e barroquismos.
Os
impasses e as façanhas de uma época permitem reler o passado e o presente. É
como se um novo horizonte iluminasse de repente todo o vasto mural da história,
revelando fatos e feitos que adquire outro movimento, som, cor. O romancista
pode ser um cronista “fora do tempo”, narrando o imaginado e o acontecido
segundo a luz que o ilumina. Nesse sentido ele pode representar um estilo de
olhar na medida em que o realismo mágico parece uma superação do realismo
social, crítico. Tem sido visto como um estilo diferente, novo. O sentido de
fabuloso pode ser compreendido no romance de Juan Rulfo, Pedro Páramo,
adaptado à cena pelo Teatro. A história passa-se numa aldeia fantasma,
na cercania da fazenda da Meia-lua, num território do México oitocentista
dominado por quatro gerações de Páramos. Juan Preciado vem em busca do pai, Dom
Pedro, mas encontra apenas morte, de lugares algures no túmulo que nos é
narrada. A obra mistura magia e realidade, mortos e vivos convivendo entre si.
Pesadelos, delírios, memórias, vozes do além, os fragmentos não se distinguem,
nem se separam bem dos pensamentos do leitor, tal é o poder de sugestão de Juan
Rulfo que, narrados, misturam-se nos sonhos de quem os lê. Emerge de uma época
em que ele estaria esgotado, ou revelando limitações. A fabulação do artista
cria outros meios de expressão, abre horizontes novos à imaginação. Entre as
soluções mais frequentes estão a desintegração da lógica linear de consecução e
de consequência do relato, de cortes na cronologia fabular, da multiplicação e
simultaneidade dos espaços práticos da ação; caracterização polissêmica dos
personagens e atenuação da qualificação diferencial do herói; maior dinamismo
nas relações entre o narrador e o narrativo, o relato e o discurso, através da
diversidade das localizações, da auto-referencialidade e do questionamento da
instância abstrata produtora da ficcionalização do real.
São crenças, tradições, estórias, lendas e mitos que expressam outras formas de ser, outros sentidos da vida e trabalho, do tempo e espaço. Muitas guerras se fizeram pela apropriação de recursos alimentares, que de uma forma geral, são escassos regionalmente e conferem poder a quem domina a gestão desses recursos. A título de exemplo, a busca das especiarias foi um dos fatores demográficos que contribuíram para a chamada Era dos Descobrimentos. A arte do gosto da comida motivou Leonardo da Vinci, a inventar vários acessórios de cozinha. Precursor da nouvelle cuisine française, Da Vinci fundou, com outro sócio, o restaurante A Marca das Três Rãs, na cidade de Florença. A gastronomia despertou curiosas sensibilidades em músicos, como Rossini, e em escritores portugueses e estrangeiros. O culto dos prazeres da mesa chegou ao ponto de fazer com que os aficionados se juntassem em associações gastronómicas como a belga Ordre des Agathopédes em 1585, a francesa Confrérie de la Jubilation, ou o português Clube dos Makavenkos em 1884, para além de exemplos mais recentes como o Slow Food, um movimento e uma organização não governamental fundado por Carlo Petrini em 1986, tendo como objetivo promover uma maior apreciação da comida, melhorar a qualidade das refeições e uma produção que valorize o produto, o produtor e o ambiente, comparativamente em reação ao Fast-food tem como símbolo, um caracol, é o nome genérico dado ao consumo de refeições servidas em tempo como ocorre com os sanduíches, pizzas e pastéis, entre outros. O primeiro tratado sobre gastronomia foi escrito por Jean Anthelme Brillat-Savarin que em 1825, publicou o estudo Fisiologia do Paladar, cujo título completo em francês pretende difundir o pensamento abstrato sobre o gosto, tendo como escopo uma obra teórica, histórica e pontual, estruturada para gastrônomos parisienses, por um membro de várias sociedades literárias e científicas. Sua distinção considera a gastronomia uma ciência ou uma arte.
A gastronomia é a área de conhecimento que estuda e aprofunda-se nos saberes da comida (cf. Vilches, 1989; Virilio, 1998). E gastrônomo representa o profissional que irá se imiscuir nesse campo como carreira. Enquanto a culinária ocupa-se da esfera técnica de preparo dos alimentos, a gastronomia estuda os aspectos culturais, comerciais e científicos dos prazeres da mesa. A função mais comum e procurada é a de chef, ou melhor, chefe de cozinha é o profissional responsável pela seleção dos ingredientes para uma receita, pela combinação dos sabores, pela preparação dos pratos em si e pela sua apresentação. A prática profissional da gastronomia teve início na França, o que explica a sua influência em perpetuar o termo Chef de Cuisine em diversos idiomas falados ao redor do mundo, inclusive em português. Apenas no século XIX passou-se a usar apenas a palavra “chef”, como um encurtamento referido do termo oficial, para referir-se ao responsável por comandar ou coordenar o funcionamento de uma cozinha e sua equipe. Desnecessário dizer que a tradição tem um papel social muito importante e influente no universo gastronômico. As expressões no idioma francês em referência a práticas culinárias são usadas nos ambientes de consumo moderno. Esse conceito foi bastante valorizado no meio social gastronômico, principalmente com a mass productions de programas de TV como o Masterchef, por exemplo, que é reconhecido socialmente como o maior reality show de culinária do mundo ocidental.
Lembra
Certeau (2018) esses fatos não são mais os dados de nossos cálculos, mas o
léxico de suas práticas. Uma vez analisadas as imagens distribuídas pela TV e
os tempos que se passa assistindo aos programas, resta perguntar o que é que o
consumidor fabrica com essas imagens e durante horas. Os 500 mil
franceses que compram Infomation-santé, os fregueses do supermercado, os
praticantes do espaço urbano, os consumidores das histórias e legendas
jornalísticas, o que é que eles “absorvem”, recebem e pagam? Para ele tem-se o
enigma do consumidor-esfinge. Suas fabricações se disseminam na rede da
produção televisiva, urbanística e comercial. São tanto menos visíveis como as
redes do enquadramento se fazem mais apertadas, ágeis e totalitárias.
Proteiformes então, ou cor de muralha, elas desaparecem nas organizações
colonizadoras cujos produtos não deixam lugar para os consumidores marcarem sua
atividade. Uma criança ainda rabisca e seja o livro escolar; mesmo que receba
um castigo por esse crime, a criança ganha um espaço, assina aí sua existência
de autor. O telespectador não escreve coisa alguma na tela da televisão. Ele é
afastado do produto, excluído da manifestação. Perde seus direitos de autor,
para se tornar, ao que parece, um puro receptor, o espelho de um ator
multiforme e narcísico. No limite, seria ele a imagem de aparelhos que não mais
precisam dele para produzir, a reprodução de uma máquina celibatária. Na
realidade, diante de uma produção racionalizada, expansionista, centralizada,
espetacular e barulhenta, posta-se uma produção diversa, qualificada como
“consumo”, como característica de astúcias, seu esfarelamento em conformidade
com ocasiões, suas “piratarias”, sua clandestinidade, seu murmúrio incansável,
em suma, uma quase invisibilidade do dinheiro, pois ela quase não se faz notar
por produtos próprios, as por uma arte de utilizar aqueles que lhes são
impróprios.
Nessa medida, a evolução do pensamento abstrato, que se eleva do mais simples ao mais complexo, corresponderia ao processo histórico real. Por outro lado, afirmava Marx (2011: 250-251, passim) podemos dizer que há formas de sociedade muito desenvolvidas, mas a quem falta historicamente maturidade, e nas quais descobrimos as formas mais elevadas da economia, como, por exemplo, a cooperação, uma divisão do trabalho desenvolvida, etc., sem que exista nenhuma forma de moeda: o Peru, por exemplo. O trabalho parece ser e representar uma categoria muito simples. A ideia de trabalho nesta universalidade – como trabalho em geral – é, também, das mais antigas. No entanto, concebido do ponto de vista econômico nesta forma simples, o “trabalho” é uma categoria tão moderna como as relações que esta abstração simples engendra. O sistema monetário, por exemplo, situa ainda de forma perfeitamente objetiva, como coisa exterior a si, a riqueza no dinheiro. Em relação a este ponto de vista, fez-se um grande progresso quando o sistema industrial ou comercial transportou a fonte de riqueza do objeto para a atividade subjetiva o trabalho comercial e fabril -, concebendo ainda esta atividade apenas sob a forma limitada de produtora de dinheiro. Em face deste sistema, o sistema dos fisiocratas admite uma forma determinada do trabalho - a agricultura – como a forma de trabalho criadora de riqueza, e admite o próprio objeto não sob a forma dissimulada do dinheiro, mas como produto, como resultado geral do trabalho. Este produto, em virtude do caráter limitado da atividade, continua a ser ainda um produto determinado pela natureza, produto da agricultura.
Assim,
do ponto de vistas metodológico a abstração mais simples, que a economia
política moderna coloca em primeiro lugar e que exprime uma relação muito
antiga e válida para todas as formas de sociedade, só aparece, no entanto, sob
esta forma abstrata como verdade prática enquanto categoria da sociedade
mais moderna. Poder-se-ia dizer que esta indiferença em relação a uma forma
determinada de trabalho, que se apresenta nos Estados Unidos como produto
histórico, se manifesta na Rússia, por exemplo, como uma disposição natural. Mas,
por outro lado, que extraordinária diferença de trabalho entre os bárbaros que
têm uma tendência natural para se deixar empregar em todos os seus trabalhos, e
os civilizados comparativamente que empregam a si próprios. E, por outro lado,
a esta indiferença, neste caso, em relação a um trabalho determinado
corresponde na prática, entre os russos, a sua sujeição tradicional a um
trabalho bem determinado, ao qual só influências exteriores podem arrancá-los. Este
exemplo do trabalho mostra com toda a evidência que até as categorias mais
abstratas, ainda que válidas – precisamente por causa da sua natureza abstrata
– para todas as épocas, não são menos, sob a forma determinada desta mesma
abstração, o produto de condições históricas e só se conservam plenamente
válidas nestas condições e no quadro destas relações históricas.
A
sociedade burguesa é a organização histórica da produção mais desenvolvida e
mais variada que existe. Por este fato, as categorias que exprimem as relações
desta sociedade e que permitem compreender a sua estrutura permitem ao mesmo
tempo perceber a estrutura e as relações de produção de todas as formas de
sociedade desaparecidas, sobre cujas ruínas e elementos se edificou, de que
certos vestígios, parcialmente ainda não apagados, continuam a subsistir nela,
e de que certos signos simples, desenvolvendo-se nela, se enriqueceram de todas
a sua significação. Se é certo que as categorias da economia política possuem
uma certa verdade válida para todas as outras formas de sociedade, isto só pode
ser admitido cum grano salis. O que se chama desenvolvimento histórico,
para Marx, baseia-se ao fim e ao cabo, sobre o fato de a última forma
considerar as formas passadas, como jornadas
que levam ao seu próprio grau de desenvolvimento, e dado que ela
raramente é capaz de fazer a sua própria crítica, e isto em condições bem
determinadas. Na Idade Média o próprio capital- na medida em que não se trata
apenas de capital monetário – tem, sob a forma de aparelhagem de um ofício
tradicional, etc., esse caráter de propriedade fundiária. Na sociedade burguesa
é o contrário. A agricultura torna-se cada vez mais um simples ramo da
indústria e acha-se totalmente dominada pelo capital. O mesmo acontece com a
renda imobiliária. Em todas as formas de sociedade em que predomina a
propriedade fundiária, a relação com a natureza é predominante.
Cada
hábito alimentar compõe um minúsculo cruzamento de histórias. No cotidiano nem
sempre invisível, sob o sistema silencioso e repetitivo das tarefas realizadas
como que por hábito, espírito alheio, numa série de operações executadas
maquinalmente cujo encadeamento segue um esboço tradicional dissimulando sob a
máscara da evidência primeira. Empilha-se de fato uma montagem sutil de gestos,
de ritos e de códigos sociais, de ritmos e de opções, de hábitos herdados e de
costumes repetidos. No espaço solitário da vida doméstica, longe do ruído do
século, faz assim porque sempre se fez a mesma coisa, cochicha a voz das
cozinheiras; mas basta viajar, ir a outro lugar para constatar que acolá, com a
mesma certeza tranquila da evidência, se faz de outro modo sem buscar muitas
explicações, sem se preocupar com o significado profundo das diferenças ou das
preferências, sem por em questão a coerência de uma escala de compatibilidades
(do doce e do salgado, do adocicado e do acre etc.) e a validade de uma
classificação dos elementos em não comestível, repugnante, comível, deleitável
e delicioso. Alexanderplatz é uma das
mais reconhecidas, e, provavelmente maior praça de Berlim. Já serviu de palco para
protestos sociais e cenas de diversos filmes, entre eles: Good Bye Lenin
(2003) dirigido por Wolfgang Becker, e o magnífico resultado da Supremacia
Bourne, (2004) dirigido por Paul Greengrass. Originalmente no local havia
uma feira de venda de gado que se chamava Ochsen Markt ou Ochsenplatz.
Em novembro de 1805, recebeu seu nome numa homenagem ao czar russo Alexander I
que havia visitado a cidade em outubro daquele ano. Foi o Imperador da Rússia de 1801 até sua
morte, em 1825, sendo o primeiro russo Rei da Polônia e Grão-Duque da
Finlândia. Era filho do imperador Paulo I e Sofia Doroteia de Württemberg,
ascendendo ao trono após o terrível assassinato do pai. A praça é chamada pelos
moradores simplesmente devido à sua localização perto da Alexanderplatz.
Mas a torre é apelidada de Alex, especialmente por visitantes/turistas de Berlim. Com a construção da estação de trem em 1882, o Mercado Central em 1886 e a loja de departamentos Tietz, torna-se um centro comercial. É, uma grande praça que funciona como terminal de transportes públicos no centro de Berlim, próximo do rio Spree e do Berliner Dom. É considerado o centro de Berlim desde a Idade Média. Nela começaram os protestos que dinamizaram a queda do Muro de Berlim em 1989. Embora no final da guerra a zona tenha ficado completamente destruída pelos bombardeios, durante as três décadas em que Berlim esteve dividida, Alexanderplatz representou o centro comunista Oriental. Entretanto, nessa região, como o rio Spree pertencia à Alemanha Oriental, havia apenas a barreira interna e Faixa da Morte, seguida do rio também vigiado. Na outra margem do rio Spree encontra-se o bairro de Kreuzberg. Após a queda do muro de Berlim, o artista Thierry Noir, reconhecido “por ser o primeiro a usar o muro como grande tela, só que do lado ocidental, inicia uma ação de pintura no lado oriental do muro”. Como parte do plano para reformar a cidade, a República Democrática Alemã ampliou a Alexanderplatz e fez dela uma zona urbana para uso exclusivo destes pedestres. Para demonstrar o poder persuasivo em 1969, levantaram a Torre de Televisão (Berliner Fernsehturm), que atualmente continua sendo uma das edificações mais altas da Europa. O acontecimento mais importante ocorrido na Alexanderplatz foram os protestos sociais de 4 de novembro de 1989. Meio milhão de pessoas se manifestaram pela unidade da zona com o governo comunista. Cinco dias depois, em 9 de novembro, o governo anunciou a liberdade para atravessar o Muro de Berlim.
Do ponto de vista técnico Masterchef é uma franquia televisiva de competição de culinária criada por Franc Roddam, que se originou com a versão do Reino Unido em julho de 1990. O formato foi relançado e atualizado pela BBC em fevereiro de 2005 pelos produtores executivos suíços Franc Roddam e John Silver e pelo produtor da série Karen Ross. O formato do programa foi exportado em todo o mundo ocidental sob o mesmo logotipo Masterchef, e agora é produzido em mais de 40 países e vai ao ar televisado em pelo menos 200 territórios. O formato técnico apareceu em quatro versões originais principais: a série principal Masterchef; MasterChef: The Professionals para chefs profissionais; Celebrity MasterChef com celebridades bem conhecidas como concorrentes e Junior MasterChef, uma versão criada e adaptada para as crianças, que foi desenvolvido pela primeira vez em 1994 e também tem proliferado para outros países fora do Reino Unido nos últimos anos. Em 2012, a Austrália criou uma versão da franquia, chamada MasterChef All-Stars, para ex-concorrentes levantarem fundos para fundações da caridade. Em 2018, a Ucrânia criou uma nova versão, chamada MasterChef Teens, para competidores adolescentes. Em 2019, o Brasil criou o MasterChef Para Tudo, em referência a expressão recorrente “para tudo!” dita aos competidores pela apresentadora Ana Paula Padrão nas versões de competição do programa. Tal spin-off, não consiste em um jogo entre cozinheiros, mas sim em entrevistas com jurados e ex-participantes, reportagens, receitas, melhores momentos e conteúdos “virais” sobre a franquia Masterchef.
O
MasterChef Australia é a série de televisão mais assistida na Austrália, com a
final da segunda temporada sendo o terceiro programa mais visto na história da
televisão australiana. MasterChef Australia também venceu o prêmio de “Melhor
Programa Popular de Reality” no Logie Awards de 2010. Muitos países transmitem
a versão australiana, dublado ou com legendas na língua local. O Nine
Network, em tradução literal Rede Nove, ou Channel Nine (Canal
Nove), é um canal de televisão australiano sediado em Sydney. É um dos três
maiores canais generalistas comerciais na Austrália. Produz o seriado infantil
Hi-5, Portal Do Intercâmbio e Mortified, sucesso em todo o mundo. A emissora é
uma das duas redes de televisão de maior classificação na Austrália, junto com
a Seven Network e à frente da Network Ten, ABC e SBS. Nine tinha sido
historicamente a rede de televisão mais alta classificação desde o início da
televisão na Austrália em 1956, para a maioria dos anos anteriores a 2006,
embora Network Ten tinha dominado em 1985 e para um número de anos na década de
1970. A Rede Nine foi ultrapassada na classificação em 2007 por seu rival, o
Seven Network, que dominou até recentemente. Como resultado, o slogan do Nine
Still the One foi interrompido. Desde 2009, o slogan da rede tem
sido Welcome Home. Depois de alguns anos em ligeiro declínio, com um
período atormentado por demissões em massa, cancelamentos de programas e cortes
no orçamento, a Nine Network tem experimentado um período de
estabilidade.
Além
de criar pratos, combinar ingredientes, montar cardápios e reconhecer temperos,
ele precisa, portanto, saber, não raro, trabalhar em equipe, pois normalmente é
o responsável por gerenciar equipes numerosas e, assim coordenar etapas
complexas de uso de tempo e movimento do trabalho na cozinha. Além de colocar a
“mão na massa”, literalmente, é preciso combinar conhecimento técnico de
administrador, marqueteiro e artista, pois é atribuição do chefe calcular
custos, realizar treinamentos, promover e participar de eventos gastronômicos,
negociar com fornecedores e manter contato social com a clientela. São
habilidades valorizadas tout court: paixão pela profissão, conhecimento
de línguas estrangeiras, atualização e muita dedicação, já que o ramo
alimentício é um dos mais exigentes. Não por acaso o povo brasileiro, para
lembrarmos de Darcy Ribeiro, é um apaixonado por comida. Essa informação de
conteúdo foi constatada por um estudo qualitativo conduzido pela GFK com
participantes de 22 países, no qual o Brasil ficou em 11ª posição no ranking
de população mais apaixonada por culinária. Cerca de 38% dos entrevistados
declaram serem apaixonados por comida e culinária. O resultado dessa paixão é
que a nação brasileira tem como hábito passar, em média, 5,2 horas semanais
cozinhando. Isso também fica claro ao notarmos como existem músicas que fazem
referência aos pratos típicos do Brasil, como a feijoada, e enaltecem as frutas
regionais.
Pesquisa realizada pela empresa Growth from Knowledge (GfK) revela que 42% da população mundial e 37% dos brasileiros consideram importante estar constantemente acessível. No estudo realizado em 22 países, mais de 27 mil consumidores online declararam o quanto concordam com a afirmação: “Para mim, é importante sempre estar acessível, onde quer que eu esteja”. Logo depois dos Estados Unidos da América (EUA), o Brasil é o sétimo colocado entre os países que mais fortemente concordam com a afirmação. A lista é encabeçada pela Rússia, seguida pela China, em segundo lugar. Os resultados globais por faixa etária demonstram que os consumidores com idades entre 30 e 39 anos são os que mais fortemente concordam com a importância de estar sempre acessível. Os níveis de concordância chegam a 47% nessa faixa etária e declinam significativamente de acordo com a idade, chegando a apenas 29% entre entrevistados com mais de 60 anos. No Brasil, comparativamente, a percepção da importância de estar sempre acessível se intensifica entre os maiores de 60 anos, chegando a 48%, o mesmo percentual entre os brasileiros com idades entre 30 e 39 anos. O estudo também revela que Alemanha, Suécia, Canadá e Holanda estão na contramão da tendência mundial de conectividade. Esses quatro países são os únicos entre os 22 pesquisados em que o percentual de entrevistados que discorda da necessidade de estar permanentemente conectado é superior ao daqueles que concordam com a afirmação proposta pela GfK. Segundo a diretora de Market Opportunities and Innovation na GfK, Eliana Lemos “ao comparar os dados em 2009 com os de agora, vemos que, hoje, 43% dos adolescentes do mundo sentem necessidade de estar disponíveis o tempo todo. Há 6 anos, esta porcentagem era de apenas 20%. isto evidencia a necessidade de entendermos verdadeiramente este futuro consumidor, por meio da observação atenta e contínua de seus hábitos e atitudes”.
Além disso, a criação competitiva de festivais gastronômicos e restaurantes, assim como a preocupação com a alimentação saudável e balanceada, têm crescido exponencialmente no país. Nesse contexto técnico e social, existem duas opções programadas de cursos de graduação interessantes para quem deseja entrar no ramo de trabalho alimentício. Apesar de ocuparem o mesmo nicho, tendo em vista o consumo alimentar, o curso superior em Nutrição e o curso de Gastronomia são completamente diferentes. A cada dia as pessoas obtêm mais conhecimento e entendem a importância social de ter uma alimentação saudável. Afinal, esse hábito é fundamental para manter saúde sob controle, qualidade de vida e longevidade, e assim poder evitar doenças graves relacionais, tais como a ocorrência de obesidade, hipertensão e diabetes. Além disso, a dieta balanceada auxilia na manutenção e na perda de peso, aumentando a autoestima. Para que a pessoa alcance tantos benefícios individuais, é preciso alimentar-se de forma variada, e o mais importante, sempre na quantidade certa. O nutricionista é o profissional responsável pela estratégia alimentar completa, ou seja, com todos os nutrientes necessários para a manutenção da saúde e definir quais serão os horários e as quantidades adequadas. O curso superior de Nutrição é do típico bacharelado e tem duração de quatro anos. A formação teórica tem disciplinas de conformidade, como anatomia, bioquímica e fisiologia, comuns aos cursos da área de Saúde, e específicas, como composição de alimentos, dinâmica dos exercícios físicos, avaliação nutricional e outras. Grande parte do curso é realizada em laboratórios, e é necessário que o aluno conclua um estágio supervisionado ao final do tempo da graduação.
Um
bom exemplo ocorre no filme Casamento de May que tem como escopo a
questão tópica do pós-orientalismo. Para
tratarmos do tema orientalismo, comumente utilizado para definir o
estudo constituído por todas as sociedades que se situam fora do contexto
ocidental, da cultura global europeia, – utilizamos a noção “pós-orientalismo”.
Por duas razões: a) É correlata à filosofia dita pós-moderna; b) Trata-se de um
eclético e elusivo movimento social caracterizado por sua crítica à filosofia
ocidental. Começando como um movimento de crítica da filosofia Continental, foi
influenciada fortemente pela fenomenologia, pelo estruturalismo e pelo
existencialismo, incluindo Kierkegaard e Martin Heidegger. Sofreu influências,
também, em certo grau associado ao positivismo da filosofia analítica de Ludwig
Wittgenstein. Para a maior parte dos pensadores, a filosofia pós-moderna
reproduz a volumosa literatura da teoria crítica. Outras áreas de produção
incluíram a “desconstrução” e as diversas áreas que começam com o prefixo
“pós”, como o “pós-estruturalismo”, o “pós-marxismo” e o “pós-feminismo”. É
também utilizado na interpretação teórica para designar a familiaridade por
artistas e criadores ocidentais de elementos, descrições ou imitações
culturalmente conotadas com as culturas ditas orientais. Popularizado como um
campo de estudo desde o século XVIII, mas tendo adquirido particularidades
institucionais a partir do colonialismo do século XIX (cf. Kemp, 1976), o
orientalismo estudava, sem distinções, um vasto grupo humano vulgarizado pela
designação “mundo árabe” e mesmo a África, em alguns casos. O orientalismo
ratificou a hipótese colonialista da inferioridade racial e cultural de todas
as civilizações não europeias.
Claude Lévi-Strauss en Amazonie au Brésil. Rue des Archives/PVDE. |
O
Oriente, sociologicamente falando, é uma entidade autônoma dotada de múltiplas
identidades com suas respectivas localizações territoriais. O que seria então
esse Orientalismo cuja definição permite afirmar que o Oriente é uma invenção
do Ocidente? Segundo Said (1990) esse conceito tem diversos significados, mas
que de modo geral reflete a forma específica pela qual o Ocidente europeu
reproporia ao nível ideológico e cultural a designação do que é mesmo o
Oriente. Assim, o Orientalismo não necessariamente estabelece uma relação
dialética e real de identificação real com o Oriente e sim, inversamente é a
ideia que o Ocidente faz dele segundo seu ponto de vista. Nesse sentido o Oriente
ajudou a definir, ao contrário, a Europa ou o Ocidente transcendente com sua
imagem, ideia, personalidade e experiência contrastantes. O Oriente na visão do
Orientalismo então é o “lugar do exótico”. Analiticamente precisamos tornar
do ponto de vista teórico, prático e afetivo o exótico em familiar. É o que
inferimos nestas notas sobre o filme Casamento de May. Trata-se do lugar
de análise do não civilizado, da barbárie, do oposto, do diferente, do
inimigo, do Outro. Além de todas essas características que constituem o
estereotipo do Oriente criado pelo Ocidente existe um marco na história das
ciências que contribuiu para que o Oriente também fosse considerado um lugar
atrasado, menos evoluído, e, em seu desenvolvimento, incivilizado. A definição
de civilização baseada na análise comparada teve origem no Iluminismo. Através
do empirismo e posteriormente da importação da teoria evolucionista de Charles
Darwin pelas ciências humanas. Que adotaram por muitos anos essa ideia da
“escala evolutiva da sociedade”.
Assim
como o ser humano evoluiu, em termos biológicos, de um ancestral primata até o Homo
Sapiens, a sociedade evolui também de forma que, uma sociedade anterior a
atual é inferior, menos evoluída do ponto de vista de sua formação e
desenvolvimento social como ocorre no discurso antropológico evolucionista de
Lewis Morgan à Friedrich Engels etc. Esse orientalismo está ligado à produção
cultural de seu tempo como a literatura, a arte, a filmes e novelas culturais
nos dias atuais constituindo-se objeto de nossa reflexão. Quando nos vemos
diante da comédia dramática O Casamento de May, com o olhar feminino de
Cherien Dabis, pode-se à primeira vista imaginar que o filme abordará um
conflito religioso. Afinal, a protagonista também Cherien, uma palestina de
origem cristã, vai se casar com um noivo muçulmano, na Jordânia natal de ambos,
embora sejam os dois radicados nos Estados Unidos da América. Mas quanto mais
avança a história, que tem roteiro de sua diretora e atriz, mais se afasta
desta intenção. Segue aproximando-se da discussão no âmbito das relações de
parentesco e familiares e da condição feminina neste contexto que aspira a ser
universal – embora dedique espaço também a conflitos interculturais devido ao
próprio confronto de regionalização. Nota-se do ponto de vista ideológico da
cineasta Cherien Dabis uma intenção sutil de apresentar este “pedaço”
historicamente relevante do mundo sob um viés menos carregado. Especialmente ao
retratar, last but not least, o relacionamento social temperamental
entre homens e mulheres. Perto do dia de seu casamento, May vai até Amã, na
Jordânia, para visitar sua família. Sua mãe católica não aprova o noivo, que é
muçulmano, e pretende boicotar o matrimônio.
Enquanto
isso, seu pai, até então um pouco distante, resolve se reaproximar e suas irmãs
continuam agindo como crianças. As “cafajestadas” não são nem mais nem menos do
que as que se poderia esperar em qualquer outro lugar nas mesmas situações –
exceto, talvez, nas cenas do “jogging” de May na rua, que são recebidas por
olhares e manifestações um tanto fortes, de um ponto de vista do olhar
ocidental. No geral, o filme transmite a autoridade de quem: a) tem um “olhar
de dentro” plantado no Oriente Médio, b) que fala pouco de política, mas c) não
a ignora ao mesmo tempo em que procura manter “mão leve no tom”. Tal como Amreeka,
comparativamente, O Casamento de May também foi exibido no Festival de
Sundance. Mas o melhor mesmo em Amreeka, que significa América em língua
árabe, é a quebra de estereótipos socialmente desnecessários. Descreve a vida
de uma mãe e um filho palestino que recebem o greencard e se mudam de
Belém para uma cidade perto de Chicago. Tem um pouco de tragédia nietzschiana,
mas a maior parte do enredo faz rir em uma comédia meio parecida como as
argentinas Filho da Noiva ou Clube da Lua. Quando começamos a
ficar triste, com o menino sendo humilhado por um soldado israelense em um checkpoint
na Cisjordânia, acontece alguma cena engraçada, com a avó culturalmente
reclamando que a filha não levou tomate para preparar o taboule, em árabe: تبولة,
é um prato libanês de salada, frequentemente degustado como um aperitivo. É
basicamente feito de trigo para quibe, tomate, cebola, salsa, hortelã e outras
ervas, com suco de limão, pimenta e vários temperos.
O bairro se define como uma organização coletiva de trajetórias individuais. A organização da vida cotidiana se articula ao menos segundo dois registros etnográficos: 1. Os comportamentos, cujo sistema se torna visível no espaço social da rua e que se traduz pelo vestuário, pela aplicação mais ou menos estrita dos códigos de cortesia, o ritmo de andar, o modo como se evita ou ao contrário se valoriza este ou aquele espaço público. 2. Os benefícios simbólicos que se espera obter pela maneira de “se portar” no espaço do bairro aparecem como o lugar onde se manifesta um “engajamento” social: uma arte de conviver com parceiros (vizinhos, comerciantes) que estão ligados a você pelo fato concreto, mas essencial, da proximidade e da repetição. Existe uma regulação articulando um ao outro esses dois sistemas com o auxílio do conceito exato de conveniência, que surge no nível dos comportamentos, representando um compromisso pelo qual cada pessoa, renunciando à anarquia das pulsões individuais, contribui para a vida coletiva, retirando daí benefícios simbólicos necessariamente protelados. Pela relação “saber comportar-se”, o usuário se obriga a respeitar para que seja possível a vida cotidiana. O bairro, é quase por definição, um domínio do ambiente social, pois ele constitui para o usuário uma parcela conhecida do espaço urbano na qual, positiva ou negativamente, ele se sente reconhecido. Pode-se, portanto, apreender o bairro como esta porção do espaço público em geral (anônimo, de todo o mundo) em que se insinua pouco a pouco, segundo Certeau, um espaço privado particularizado pelo uso cotidiano desse espaço.
Cada
hábito social/cultural alimentar compõe um minúsculo cruzamento de histórias. No cotidiano nem
sempre invisível, sob o sistema silencioso e repetitivo das tarefas realizadas
como que por hábito, espírito alheio, numa série de operações executadas
maquinalmente cujo encadeamento segue um esboço tradicional dissimulando sob a
máscara da evidência primeira. Empilha-se de fato uma montagem sutil de gestos,
de ritos e de códigos sociais, de ritmos e de opções, de hábitos herdados e de
costumes repetidos. No espaço solitário da vida doméstica, longe do ruído do
século, faz assim porque sempre se fez a mesma coisa, cochicha a voz das
cozinheiras; mas basta viajar, ir a outro lugar para constatar que acolá, com a
mesma certeza tranquila da evidência, se faz de outro modo sem buscar muitas
explicações, sem se preocupar com o significado profundo das diferenças ou das
preferências, sem por em questão a coerência de uma escala de compatibilidades
(do doce e do salgado, do adocicado e do acre etc.) e a validade de uma
classificação dos elementos em não comestível, repugnante, comível, deleitável
e delicioso. Alexanderplatz é uma das mais reconhecidas, e, provavelmente maior
praça de Berlim. Já serviu de palco para protestos sociais e cenas de diversos
filmes, entre eles: Good Bye Lenin, dirigido por Wolfgang Becker (2003)
e o magnífico A Supremacia Bourne, dirigido por Paul Greengrass (2004).
Originalmente no local havia uma feira de venda de gado que se chamava Ochsen
Markt ou Ochsenplatz. Em novembro de 1805, recebeu seu nome numa homenagem
ao czar russo Alexander I que havia visitado a cidade em outubro daquele
ano. Foi o Imperador da Rússia de 1801
até sua morte, em 1825, também sendo o primeiro russo Rei da Polônia e
Grão-Duque da Finlândia. Era filho do imperador Paulo I e Sofia Doroteia de
Württemberg, ascendendo ao trono após o terrível assassinato do pai. A praça é
chamada pelos moradores simplesmente devido à sua localização perto da histórica
Alexanderplatz.
Mas
a torre é apelidada de Alex, especialmente por visitantes/turistas de Berlim.
Com a construção da estação de trem em 1882, o Mercado Central em 1886 e a loja
de departamentos Tietz, torna-se um centro comercial. É, uma grande praça que
funciona como terminal de transportes públicos no centro de Berlim, próximo do
rio Spree e do Berliner Dom. É considerado o centro de Berlim desde a Idade
Média. Nela começaram os protestos que dinamizaram a queda do Muro de Berlim em
1989. Embora no final da guerra a zona tenha ficado completamente destruída
pelos bombardeios, durante as três décadas em que Berlim esteve dividida,
Alexanderplatz representou o centro comunista Oriental. Entretanto, nessa
região, como o rio Spree pertencia à Alemanha Oriental, havia apenas a barreira
interna e Faixa da Morte, seguida do rio também vigiado. Na outra margem do rio
Spree encontra-se o bairro de Kreuzberg. Após a queda do muro de Berlim, o
artista Thierry Noir, reconhecido “por ser o primeiro a usar o muro como grande
tela, só que do lado ocidental, inicia uma ação de pintura no lado oriental do
muro”. Como parte do plano para reformar a cidade, a República Democrática
Alemã ampliou a Alexanderplatz e fez dela uma zona urbana para uso exclusivo
destes pedestres. Para demonstrar o poder cotidianamente/persuasivo daquele
governo, em 1969, levantaram a Torre de Televisão (Berliner Fernsehturm), que
atualmente continua sendo uma das edificações mais altas da Europa. O
acontecimento mais importante ocorrido na Alexanderplatz foram os protestos
sociais de 4 de novembro de 1989. Nesse dia, meio milhão de pessoas se
manifestaram pela unidade da zona com o governo comunista. Cinco dias depois,
em 9 de novembro, o governo anunciou a liberdade para atravessar o Muro de
Berlim.
Por mais de 28 anos, o Muro de Berlim ressignificou o símbolo da divisão política das duas Alemanha. A fortaleza se estendia por 155 quilômetros e separava Berlim Ocidental de Berlim Oriental. Muito maior era a fronteira interna alemã, isto é, entre a República Federal da Alemanha (RFA) e a República Democrática Alemã (RDA), de regime comunista. Ela somava 1400 km, indo da baía de Lübeck, no Norte, até Hof, no sul, na fronteira com a antiga Tchecoslováquia. Somente na região metropolitana de Berlim, o Muro tinha mais de 43 quilômetros de comprimento. Ao longo de seu percurso na cidade, ele interrompia oito linhas de trens urbanos, quatro de metrô e 193 ruas e avenidas. Em sua extensão, o “gigante de concreto” atravessava 24 quilômetros de rios e cruzava 30 km de bosques. A fronteira de Berlim, cujas instalações incluíam o muro, era controlada 24 horas por dia. Soldados armados, em mais de 300 torres de observação, vigiavam constantemente para evitar fugas a Berlim Ocidental. A área da fronteira tinha 100 metros de largura, com diversos tipos de obstáculos. Esse território era reconhecido como “Faixa da Morte”. Muitos tentaram atravessar o muro apesar do perigo de vida. Nos 28 anos do Muro erigido sob a vigilância panotípica, ou seja, um mecanismo arquitetural, utilizado para o domínio da distribuição de corpos em diversificadas superfícies, destacadamente entre prisões, manicômios, escolas, fábricas, houve em torno de 5075 fugas humanas bem-sucedidas. Os estratagemas usados foram diversos desde túneis através da cidade, veículos que passassem debaixo das traves, caminhões pesados para arrebentar os obstáculos, barcos, ultraleves, balões e aviões de voos leves improvisados.
As funções sociais e de comunicação das praças nem sempre foram idênticas. A ideia de espaço de encontro com fins culturais, políticos e comerciais, não prevaleceu durante a história social da Idade Média. Nesse período, elas serviram como espaços públicos de rituais de execuções, funerais e ritos religiosos. Historicamente sempre que surgia uma cidade, existia também uma praça. Isso acontecia porque as comunidades necessitavam fazer comércio e se relacionar através da troca e consumo de mercadorias. É por isso que em cidades maiores, com a formação de mercado, a área concentrar-se em torno de edificações comerciais e de estruturas públicas de poder municipal. Etnograficamente existem três tipos de praças: as úmidas, as mistas e as secas. As praças úmidas são aquelas com grande presença de arborização. Seu surgimento tem relação com a criação dos passeios e jardins públicos no final do século XVIII, quando estes espaços deixaram de ser usados apenas para fins comerciais, mas também para uso de encontros sociais. A ideia prevalente era atender uma demanda da sociedade e, só depois, em meados do século XIX, é que elas assumiram papel unicamente social e estético.
No entanto, consideram-se úmidas aquelas com pouca pavimentação e que, muitas vezes, são lugares de preservação da natureza no cenário urbano. As formações mistas aquelas que apresentam pavimentação e arborização, assim como os passeios públicos. São bastante comuns, pois apresentam padrão estético, paisagismo e embelezamento da cidade. Além disso, desperta a função social de proporcionar um ato de caminhar mais confortável, pela sombra das árvores, que absorvem gás carbônico e liberam oxigênio, contribuindo para a diminuição da poluição. Por fim, surgem as praças secas, que não apresentam grande arborização e são as mais antigas, com a função original mantida nas sociedades contemporâneas. Elas apareceram com intensidade após o século XIX em que os arquitetos de vanguarda transplantaram esse conceito ecológico nas cidades europeias. A ideia permanente é que o ambiente natural fosse usado para arte e cultura, evidenciando monumentos, uma estética minimalista e elementos de concreto. Mas embaixo, nos limiares onde cessa a visibilidade, vivem os praticantes ordinários do âmago da cidade. Forma elementar de experiências são os caminhantes, pedestres, Wandersmänner, cujo corpo obedece aos planos cheios e vazios de um texto urbano que escrevem sem lê-lo. Os caminhos que se respondem nesse entrelaçamento, poesias ignoradas que cada corpo é um elemento animado por muitos outros, escapam à legibilidade.
Tudo se passa como uma espécie de cegueira caracterizada nas práticas organizadoras da forma habitada. As redes dessas escrituras avançando e entrecruzando-se compõem uma história múltipla. Sem autor nem espectador, tombada em fragmentos de trajetórias, em alterações de espaços. Mas com relação às representações, ela permanece cotidianamente, indefinidamente, e sempre noutra. Essas práticas do espaço remetem a uma forma específica de operações. Noutra espacialidade e numa mobilidade social opaca que cega a cidade na forma de per si habitada. Uma cidade transumante, ou metafórica, insinua-se assim no texto claro da cidade planejada e visível. O World Trade Center foi a mais monumental das figuras do urbanismo ocidental. Agora é outro corpo, no alto que foge à massa que carrega e tritura em si mesma toda identidade, de autores ou espectadores que podem ignorar as astúcias que se transfiguram em voyeur. A cidade, á maneira de um nome próprio, oferece a capacidade de conceber e construir o espaço a partir de um número finito de propriedades estáveis, isoláveis e articuladas uma sobre a outra. Nesse lugar organizado por operações especulativas e classificatórias combinam-se práticas de gestão e eliminação do gestual. Existem uma diferenciação e uma redistribuição das próprias partes em função da cidade, graças a inversões, deslocamentos, acúmulos etc. Mas também se rejeitam tudo aquilo que não é tratável e constitui, portanto, os detritos da administração limitada, funcionalista, tecnoburocrática.
A fixidez do habitat dos usuários, o costume recíproco do fato da vizinhança, os processos de reconhecimento e de identificação que se estabelecem graças à proximidade, graças à coexistência concreta, comunicativa no território urbano, todos esses elementos “práticos” se nos oferecem como imensos campos de exploração em vista de compreender um pouco melhor esta grande desconhecida que é a vida cotidiana. O bairro surge como o domínio onde a relação espaço/tempo é a mais favorável para um usuário que deseja deslocar-se por ele a pé saindo de sua casa. Por conseguinte, é a representação o espaço da cidade atravessado por um limite distinguindo o espaço privado do espaço público: é o que resulta de uma caminhada, da sucessão de passos numa calçada, pouco a pouco significada pelo seu vínculo orgânico com a residência. O bairro em seu ersatz é uma noção dinâmica, que se reinventa, necessita de uma progressiva aprendizagem, que vai progredindo mediante a repetição do engajamento do corpo do usuário no espaço público até exercer aí uma apropriação. A trivialidade cotidiana desse processo, partilhado por (quase) todos os cidadãos, torna inaparente a sua complexidade enquanto prática cultural e a sua urgência para satisfazer o desejo “urbano” dos usurários da cidade. Pelo fato do seu uso ser habitual, o bairro pode ser considerado como a privatização progressiva do espaço público. O bairro constitui o termo médio de uma dialética existencial entre o dentro e o fora. E é na tensão entre esses dois termos, um dentro e um fora, que vai aos poucos se tornando o prolongamento de um dentro, que se efetua a apropriação do espaço.
Surgindo no
Líbano é consumido por cima de folhas de alface. É popular principalmente na região sudeste no Brasil e na República Dominicana,
onde é reconhecido como tipili, devido à presença de imigrantes
mediterrâneos. A família, que inclui também tio, tia e primos, é cristã
palestina. Os norte-americanos, como muitos também no Brasil, possuem enorme
dificuldade para entender que a causa palestina não é islâmica, e sim nacionalista.
Tampouco conseguem compreender que os cristãos vivem bem socialmente no
convívio entre os muçulmanos. Os Estados Unidos da América apesar de todas as
críticas, ainda incentiva a vinda de estrangeiros, inclusive palestinos para a
América. Os palestinos e os árabe-americanos têm renda per capita
superior à da média norte-americana, sendo considerados ricos. O diretor da
escola é quem mais ajuda a mãe e o menino. Entende os problemas que ele e a mãe
enfrentam e acaba se tornando uma espécie de protetor dos dois. Claro, filho de
judeus poloneses sabe bem o que representa o preconceito social. Isto é, nos Estados
Unidos, os judeus são, muitas vezes, os que mais entendem e ajudam os árabes.
Não é à toa que o filme foi exibido nos bairros Lower East Side, um bairro na
parte sudeste da cidade de Nova York localizado em Manhattan, e no Upper West
Side, um distrito no bairro de Manhattan, Nova York, que se situa entre o
Central Park e o Rio Hudson e entre a West 59th Street e a West 125th Street.
Ele abrange o bairro de Morningside Heights. Tal como o Upper East Side, é uma
área nobre, essencialmente residencial, com muitos dos seus residentes
trabalhando em áreas mais comerciais e no centro financeiro de Manhattan, tradicionalmente
de habitantes judaicos de Nova York. Embora
essas distinções nunca tenham sido regras sem exceções, sendo que agora têm
pouco significado, já que no século XXI o bairro passou a ser casa também dos
trabalhadores culturais e artísticos, enquanto que o Upper East Side é
tradicionalmente visto como a casa de grandes comerciantes e empresários. O
bairro de renda familiar média está acima da média de Manhattan.
A
Cidade-conceito se degrada. Isto significaria que a enfermidade que afeta a
razão que a instaurou e seus profissionais é igualmente presente na conjuntura
de uma contradição entre o modo coletivo da gestão e o modo individual de uma
reapropriação, nem por isso essa questão deixa de ser essencial, caso se admita
que as práticas do espaço tecem com efeito as condições determinantes da vida
social. Essa narrativa, para Certeau, começa ao rés do chão, com passos. São
eles o número, mas um número que não constitui uma série. Não se pode conta-lo,
porque cada uma de suas unidades é algo qualitativo etnograficamente: um estilo
de apreensão táctil de apropriação cinésica. Sua agitação é um inumerável de
singularidades. Os jogos dos passos moldam espaços. Tecem os lugares
praticados. Elas não se localizam, mas são elas que se especializam. Noutras
palavras, a descrição oscila ente os termos de uma alternativa: ou ver (é um
conhecimento da ordem dos lugares), ou ir, (são ações espacializante). Ou então
apresentará um quadro (“existe”) ou organizará movimentos (“você entra”, “você
atravessa”). Qual é a coordenação entre um fazer e um ver, nesta linguagem
ordinária onde o primeiro domina de maneira tão evidente? A relação entre o
itinerário (uma série discursiva de operações) e o mapa (uma descrição redutora
totalizante das observações), entre duas linguagens simbólicas e
antropológicas do espaço. São dois polos da experiência que se passa de um para
outro, da cultura ordinária ao discurso científico. Mas universidades dentro
das cidades se separam.
O
tecido narrativo onde predominam os descritores de itinerários é, portanto,
pontuado de descritores do tipo mapa, que têm como função indicar ou um efeito
obtido pelo percurso (“você vê...”), ou um dado que postula como seu limite
(“há uma parede”), sua possibilidade (“há uma porta”) ou uma obrigação (“há um
sentido único”) etc. A cadeia de operações espacializante parece toda pontilhada
de referências ao que produz (uma representação de lugares) ou ao que implica
(uma ordem local). Tem-se assim a estrutura do relato de viagem: histórias de
caminhadas e gestas são marcadas pela “citação” dos lugares que daí resulta ou
que as autorizam. Dessa maneira de ver, pode-se comparar a combinação dos
“percursos” e dos “mapas” nos relatos cotidianos com a maneira como são, há
quinhentos anos, imbricados, e depois lentamente dissociados nas representações
literárias e científicas do espaço. Em particular, tomando-se o “mapa” sob a
sua forma geográfica atual. Marcado pelo nascimento do discurso científico
moderno, aos poucos separados do itinerário que constituíam a sua condição de
possibilidade de interpretação real. O documento mapa fica só: as descrições de
percurso desaparecem. Os processos rituais do caminhar podem reportar-se em
mapas urbanos de maneira a transcrever-lhes seus traços e suas trajetórias. Mas
essas curvas em cheios ou em vazios remetem somente, como palavras, à ausência
daquilo que passou. Os destaques de percursos perdem o que foi seu próprio ato
de passar, mas também a operação de ir, vagar ou olhar as vitrines, noutras
palavras: a atividade corriqueira dos passantes é transposta em pontos que
compõem sobe o plano de uma linha totalizante e reversível. Visível, tem como
efeito tornar invisível a operação que a tornou possível, levando ao processo
de esquecimento.
O ato de caminhar está para o sistema urbano como a enunciação (“o speech act”) está comparativamente para a língua ou para os enunciados proferidos. O ato de caminhar parece encontrar uma primeira definição como espaço de enunciação. Considerada através desse prisma, a enunciação pedestre apresenta três características que de saída a distinguem do sistema espacial: o presente, o descontínuo, o “fático”. Uma atividade narrativa, mesmo quando seja multiforme e não mais unitária, continua, portanto se desenvolvendo onde se trata de fronteiras e de relações com o estrangeiro. Fragmentada e disseminada, ela não cessa de efetuar operações de demarcação. A caminhada, que sucessivamente persegue e faz ao andar, o perseguir, cria uma organicidade móvel do ambiente, uma sucessão de topoi fáticos. E se a função fática, esforço para assegurar a comunicação, já caracteriza a linguagem dos pedestres que se destaca assim de sua representação no papel social se poderiam analisar as modalidades, isto é, os tipos de ações sociais e de relação que mantém com os percursos (ou “enunciados”) atribuindo-lhes um valor de verdade, modalidades “aléticas” do necessário, do impossível, do possível ou do contingente, um valor cognitivo (modalidades epistêmicas do certo, do excluído, do plausível ou do contestável, ou enfim, um valor concernente a um dever-fazer (modalidades “deônticas”) do obrigatório, do proibido, do permitido ou do facultativo. Enfim, a caminhada afirma, emite suspeita, arrisca, transgride, respeita as trajetórias que falam sobre nós.
Todas as modalidades entram aí em jogo, mudando a cada passo, e repartidas em proporções, em sucessões, e com intensidades que variam conforme os momentos, os percursos e os próprios caminhantes. Indefinida diversidade social dessas operações enunciadoras. Não seria, portanto, possível reduzi-las apenas ao seu traçado gráfico. Um indício da relação que as práticas do espaço mantêm com essa ausência é precisamente fornecido por seus jogos sobre e com os nomes próprios. As relações de sentido da caminhada com o sentido das palavras situam duas espécies de movimentos aparentemente contrários, um de exterioridade (caminhar é sair); o outro, interior: uma mobilidade sob a estabilidade do significante. Nos espaços brutalmente iluminados por uma razão estranha, os nomes próprios cavam reservas de significações escondidas e familiares. Esses nomes criam um não-lugar abstrato nos lugares praticados: mudam-nos em passagens. O que eles soletram? Postas em constelações que hierarquizam e ordenam semanticamente a superfície da cidade, operam arranjos cronológicos e legitimações históricas, de grupos elitistas ou de classes sociais, suas palavras perdem aos poucos o seu valor gravado, como moedas gastas, mas a sua capacidade de significar sobrevive à sua determinação primeira. Ligando gestos e passos, abrindo rumos e direções, essas palavras operam ao mesmo título de um esvaziamento e de um desgaste do seu significado primário. O que as faz andar são relíquias de sentido e às vezes seus detritos, os restos invertidos de grandes ambições.
Os
relatos de lugares representam bricolagens. Tem-se assim a própria relação das
práticas do espaço com a ordem construída. Em sua superfície, esta ordem se
apresenta por toda a parte furada e cavada por elipses, variações e fugas de
sentido: é uma ordem-coador. As relíquias verbais de que se compõe o relato,
ligadas a histórias perdidas e a gestos opacos, segundo Michel de Certeau, fundamentando
uma fenomenologia, são justapostas numa colagem em que suas relações sociais não
são pensadas e formam, por esse fato, um conjunto simbólico. Elas se articulam
por lacunas. Pelos processos de disseminação que abrem, os relatos se opõem ao
boato, porque o boato é sempre injuntivo, instaurador e consequência de um
nivelamento do espaço, criador de movimentos comuns que reforçam uma ordem
social acrescentando um fazer-crer ao fazer-fazer. Os relatos diversificam, mas
os boatos totalizam, presente desde Aristóteles quando afirma: “o menor desvio
inicial da verdade multiplica-se ao infinito à medida que avança”. Se há sempre
oscilação de uns para os outros, que vigiam e expressam truques em determinada
espacialidade, parece que há estratificação, pois os relatos se privatizam e se
escondem nos cantos dos bairros, das famílias ou dos indivíduos. Ao passo que a
boataria dos meios, irradiadas pelos processos de comunicação, cobre tudo e,
sob a figura da Cidade, palavra-chave de uma lei anônima, e substituto dos
nomes próprios, que apaga ou combate as superstições culpadas, mas que ainda
lhes pode conter ou fazer resistir.
De fato, a memória é o
antimuseu, como ocorre com aqueles desprezados pela memória: ela não é
localizável. Dela saem clarões nas lendas. Os objetos também, e as palavras,
são ocos. Aí dorme um passado, como nos gestos cotidianos de caminhar, comer,
deitar-se, onde dormitam revoluções antigas. A lembrança é somente um príncipe
encantado de passagem, que desperta, um momento, a Bela-Adormecida-no-Bosque de
nossas histórias sem palavras. Os demonstrativos dizem do visível suas
invisíveis identidades. Constitui a própria definição do lugar, com efeito, ser
esta série de deslocamentos e de feitos entre os estratos partilhados que o
compõem e jogar com essas espessuras em movimento contínuo. Os lugares são
histórias fragmentárias e isoladas em si, dos passados roubados à legibilidade
por outro, tempos empilhados que podem se desdobrar, mas que estão ali antes
como histórias à espera e permanecem no estado de quebra-cabeças, enigmas,
enfim simbolizações enquistadas na dor ou no prazer do corpo. O memorável é
aquilo que se pode sonhar a respeito do lugar. Já nesse lugar palimpsesto, a
subjetividade se articula sobre a ausência que a estrutura como existência e a
faz “ser-aí” (Dasein). Aí se deve reconhecer a repetição, em metáforas
diversas, de uma experiência decisiva e originária. Aí se inaugura a
possibilidade do espaço e de uma localização do sujeito. Praticar o espaço é, portanto,
repetir a experiência jubilatória e silenciosa da infância. É, no lugar, ser
outro e passar ao outro.
Na
universidade o homem de certo modo habita e não habita. Se por habitar
entende-se simplesmente uma residência. Quando se fala em habitar,
representa-se costumeiramente um comportamento social que o homem cumpre e
realiza em meio a vários outros modos de comportamento. Não habitamos
simplesmente. Mas construir significa originariamente habitar. Mais que isso,
significa ao mesmo tempo: proteger e cultivar, a saber, cultivar o campo,
cultivar a vinha. Construir significa cuidar do crescimento que, por si mesmo,
dá tempo aos seus frutos. No sentido de proteger e cultivar, construir
não é o mesmo que produzir. Note bem, sociologicamente em oposição ao
cultivo, construir diz edificar. Ambos os modos de construir, seja construir,
como cultivar, em latim, cultura, e construir como edificar construções estão
contidos no sentido da palavra edificar. No sentido de habitar, ou construir,
permanece, para a experiência cotidiana do homem. Aquilo sempre é linguagem de
forma tão exclusiva e bela, habitual. Isto esclarece porque acontece um
construir por detrás dos múltiplos modos de habitar, por detrás das atividades
de cultivo e edificação. O sentido próprio de construir, a saber, habitar, cai
no esquecimento de tecnocratas enfadonhos. Em que medida construir pertence ao
habitar? Quando construir e pensar são indispensáveis para habitá-lo.
Ambos são, insuficientes para habitá-lo, se cada um se mantiver
isolado, distantes, cuidando do que é seu ao invés de escutar um ao outro. Ipso
facto é ineludível o fato social de que construir e pensar pertence ao espaço e lugar próprio para o habitar. Permanecem em seus limites.
Sabem, quando aprendemos a pensar, que tanto um como outro provém da longa experiência abstrata de trabalho, programática de convívio disciplinar e exercício incessante com propriedade intelectual de pensar.
Bibliografia geral consultada.
LÉVI-STRAUSS, Claude, Tristes Trópicos. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1996; TAYLOR, Charles, As Fontes do Self: A Construção da Identidade Contemporânea. São Paulo: Edições Loyola, 1997; ALLEGRO, Luís Guilherme Vieira, A Reabilitação dos Afetos: Uma Incursão no Pensamento Complexo de Edgar Morin. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007; FRACALOSSI, Ivanilde Aparecida Vieira Cardoso, A Universalidade Subjetiva do Juízo de Gosto em Kant. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008; VALENTINI, Luísa, Um Laboratório de Antropologia: O Encontro entre Mário de Andrade, Dina Dreyfus e Claude Lévi-Strauss (1935-1938). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010; DEJEAN, Joan, A Essência do Estilo: Como os Franceses Inventaram a Alta-costura, a Gastronomia, os Cafés Chiques, o Estilo, a Sofisticação e o Glamour. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2010; ELIAS, Norbert, O Processo Civilizador: Uma História dos Costumes. Volume 1. 2ª edição. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2011; MARX, Karl, Contribuição à Crítica da Economia Política. 4ª edição. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011; DÓRIA, Carlos Alberto, Formação da Culinária Brasileira. São Paulo: Editor Três Estrelas, 2014; SILVA, Nil Castro da, “Culinária e Alimentação em Gilberto Freyre”. In: Latin American Research Review. Volume 49, nº 3, 2014; MONDINI, Juliana Nazatto, Yudja Utaha: A Culinária Juruna no Parque Indígena Xingu – Uma Contribuição ao Dicionário Bilíngue Juruna-Português. Dissertação de Mestrado em Linguística e Língua Portuguesa. Faculdade de Ciências e Letras. Araraquara: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2014; CAVALCANTE, Messias, Comidas dos Nativos do Novo Mundo. Barueri (São Paulo): Sá Editora. 2014; RICCETTO, Luli Neri, Gastronomia Afetiva, Comunicação e Transformação. Dissertação de Mestrado. Programa de Mestrado em Comunicação. Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação. Brasília: Universidade Católica de Brasília, 2016; AGAMBEN, Giorgio, Gosto. 1ª edição. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017; ABEND, Lisa, Welcome to the Food Circus: Power, Publicity and Cooking. Fool Magazine. Julho, 2018; COCCIA, Emanuele, La Vita dele Piante. Metafisica della Mescolanza. Bologna: Il Mulino, 2018; CERTEAU, Michel de; GIARD, Luce; MAYOL, Pierre, A Invenção do Cotidiano. 2. Morar, Cozinhar. 12ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2018; BARBOSA, Isabela Maria Pereira, Entre o Ajeum e a Comida Afro-indígena: Mãe Neide Oyá e a Alimentação na Serra da Barriga, Alagoas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia. Aracaju: Universidade Federal de Sergipe, 2018; FREEDMAN, Paul, American Cuisine: And How it Got this Way. Editor Liveright Publishing Corporation, 2019; RODRIGUES, Ligia Coeli Silva, Olhar ao Redor: Pedagogia de Vídeos Esféricos para o Telejornalismo. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2021; entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário