segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

A Lenda de Rita – Cinebiografia & Crítica Política do Estado.

Cada ser humano assemelha-se aos outros, e é, ao mesmo tempo, diferente de todos os outros”. Norbert Elias                       

     

        O conceito de figuração distingue-se de outros conceitos teóricos da sociologia por incluir expressamente os seres humanos em sua formação social. Contrasta, portanto, decididamente com um tipo amplamente dominante de formação de conceitos que se desenvolve sobretudo na investigação de objetos sem vida, portanto no campo da física e da filosofia para ela orientada. Há figurações de estrelas, assim como de plantas e de animais. Mas apenas os seres humanos formam figurações uns com os outros. O modo de sua vida conjunta em grupos grandes e pequenos é, de certa maneira, singular e sempre co-determinado pela transmissão de conhecimento de uma geração a outra, por tanto por meio do ingresso singular do mundo simbólico específico de uma figuração já existente de seres humanos. Às quatro dimensões espaço-temporais indissoluvelmente ligadas se soma, no caso dos seres humanos, uma quinta, a dos símbolos socialmente apreendidos. Sem sua apropriação, sem, por exemplo, o aprendizado de uma determinada língua especificamente social, os seres humanos não seriam capazes de se orientar no seu mundo nem de se comunicar uns com os outros. Um ser humano adulto, que não teve acesso aos símbolos da língua e do conhecimento de determinado grupo permanece fora de todas as figurações humanas, pois não é um ser humano.

          As definições de controle social são demasiado amplas e vagas, e, portanto, seria legítimo indagar, escolhendo-as mais ou menos ao acaso, para inferir que resultam em termos de um controle, isto é, qualquer estímulo ou complexo de estímulos que provoca uma determinada reação. Assim, pois, todos os estímulos são controles, pois representam a direção do comportamento por influências grupais, estimulando ou inibindo a ação individual ou grupal. O controle social pode ser definido como a soma total ou, antes, o conjunto de padrões culturais, símbolos sociais, signos coletivos, valores culturais, ideias e idealidades, tanto como atos quanto como processos diretamente ligados a eles, pelo qual a sociedade inclusiva, cada grupo particular, e cada membro individual participante superam as tensões e os conflitos entre si, através do equilíbrio temporário, e se dispõem a novos esforços criativos. Ipso facto, em toda a dimensão da vida associativa deverá haver algum ajustamento de relações sociais tendentes a prevenir a interferência de direitos e privilégios entre os indivíduos. De maneira mais específica, são três as funções do estabelecidas pelo controle social: a obtenção e a manutenção da ordem social, da proteção social e da eficiência social. O seu emprego hic et nunc na investigação sociológica contribuiu consideravelmente para produzir uma simplificação ou redução na análise dos problemas sociais, conseguida proporcionalmente, graças à compreensão positiva da integração das contradições correspondentes no sistema de organização das sociedades e da importância relativa de cada um deles, como e enquanto expressão do jogo social.  Embora obscuro e equívoco, em seu significado corrrente, o conceito de controle social é necessário à investigação sociológica na modernidade, encontraram um sistema de referências propício à sua crítica científica, seleção lógica e coordenação metódica.   

 O crescimento de um jovem convivendo e habitando comum em figurações humanas, como processo social e experiência, assim como o aprendizado de um determinado esquema de autorregulação na relação com os seres humanos, é condição indispensável ao desenvolvimento rumo à humanidade. Socialização e individualização de um ser humano, são nomes diferentes para o processo. Cada ser humano assemelha-se aos outros, e é, ao mesmo tempo, diferente de todos os outros. O mais das vezes, as teorias sociológicas deixam sem resolver o problema da relação entre indivíduo e sociedade. Quando se fala que uma criança se torna um indivíduo humano por meio da integração em determinadas figurações, como, por exemplo, em famílias, em classes escolares, em comunidades aldeãs ou em Estados, assim como mediante a apropriação e reelaboração de um patrimônio simbólico social, conduz-se o pensamento por entre dois grandes perigos da teoria e das ciências humanas: o perigo de partir de um indivíduo a-social, portanto como que de um agente que existe por si mesmo; e o perigo de postular um “sistema”, um “todo”, em suma, uma sociedade humana que existiria para além do ser humano singular, para além dos indivíduos. Embora não possuam um começo absoluto, não tendo nenhuma outra substância a não ser seres humanos gerados familiarmente por pais e mães, as sociedades humanas não são simplesmente um aglomerado cumulativo dessas pessoas. O convívio dos seres humanos em sociedades tem sempre, mesmo no caos, na desintegração, na maior desordem social, uma forma absolutamente determinada. É isso que o conceito de figuração exprime.

O processo de concentração física de força pública se acompanha de uma desmobilização da violência ordinária. A violência física só pode ser aplicada por um agrupamento especializado, especialmente mandatado para esse fim, claramente identificado no seio da sociedade pelo uniforme, portanto um agrupamento simbólico, centralizado e disciplinado. A noção de disciplina, sobre a qual Max Weber escreveu páginas magníficas, é capital: não se pode concentrar a força física sem, ao mesmo tempo, controla-la, do contrário é o desvio da violência física, e o desvio da violência física está para a violência física assim como o desvio de capitais está para a dimensão econômica: é o equivalente da concussão. A violência física pode ser concentrada num corpo formado para esse fim, claramente identificado em nome da sociedade pelo uniforme simbólico, especializado e disciplinado, isto é, capaz de obedecer como um só homem a uma ordem central que, em si mesma, não é geradora de nenhuma ordem. O conjunto das instituições mandatadas para garantir a ordem, a saber, as forças públicas e de justiça, são, portanto, separadas pouco a pouco do mundo social corrente. Essa concentração do capital físico se realiza em um duplo contexto. Para uns, o desenvolvimento do exército profissional está ligado à guerra, assim como o imposto; mas há também a guerra interior, a guerra civil, a arrecadação do imposto como uma espécie de guerra civil.  

A estratégia do passado que visava organizar novos espaços urbanos transformou-se meramente em artifícios políticos e muito pouco em torno de reabilitação de patrimônios. Depois de haver inconscientemente projetado a cidade futura, torna-se uma cidade frequentada por sua estranheza, muito mais elevada aos excessos que reduzem o presente, a nada mais que simples escombros como caixas d`água que deixam escapar seu domínio do tempo. Mas os técnicos se denunciam já no quadriculamento que atrapalhavam os planejadores funcionalistas que deviam fazer tábula rasa das opacidades contidas nos projetos de cidades transparentes. Afinal qual o urbanismo que não descontroem mais do que uma guerra a questão da memória e da história aldeã, operária, com casas desfiguradas, fábricas desativadas, universidades sem vida, cacos de histórias naufragadas que hoje formam as ruínas de uma cidade fantasma ou fantasmas da cidade, antes modernista, cidade de massa, homogênea, como os lapsos de uma linguagem que se desconhece, quem sabe inconsciente. Mas elas surpreendem. O imaginário individual (sonho) e coletivo (os mitos, os ritos, os símbolos), em primeiro lugar, são as coisas que o soletram. Eles têm uma função social que consiste em abrir uma profundidade no presente, mas não têm mais o conteúdo que provê de sentido a estranheza do passado. Suas histórias políticas deixam de ser pedagógicas para inferir um final claramente trágico.  

O Estado se constitui, portanto, em relação à forma de governo um duplo contexto: de um lado, efeitos de poder político em relação a outros Estados, atuais ou potenciais, isto é, os princípios concorrentes – portanto, precisa concentrar “capital de força física” para travar a guerra pela terra, pelos territórios; de outro lado, em relação a um contexto interno, a contrapoderes, isto é, príncipes concorrentes ou classes dominadas que resistem à arrecadação do imposto ou ao recrutamento de soldados. Esses dois fatores favorecem a criação de exércitos poderosos dentro dos quais se distinguem progressivamente forças propriamente militares e forças propriamente policiais destinadas à manutenção da ordem interna. Essa distinção exército/polícia, evidente hoje, tem uma genealogia extremamente lenta, as duas forças têm sido por muito tempo confundido. O desenvolvimento do imposto está ligado às despesas de guerra. O nascimento do imposto é simultâneo a uma acumulação extraordinária de capital detido pelos profissionais da gestão burocrática e à cumulação de um imenso capital informacional. É o vínculo institucional entre Estado e estatística: o Estado está associado a um conhecimento racional do mundo social e governamental. A estatística em como representação o campo da matemática que relaciona fatos sociais e números em que há um conjunto de métodos que nos possibilita coletar dados e analisá-los, assim sendo possível realizar alguma interpretação deles.

A institucionalização do imposto é o desfecho de uma espécie de guerra interior travada pelos agentes do Estado contra as resistências dos sujeitos investidos de cultura. Os historiadores se perguntam, com muita razão, em que momento aparece o sentimento de pertencer a um Estado, que não é necessariamente o que se chama de patriotismo, o sentimento de ser um dos sujeitos do Estado. A experiência de pertencimento a uma unidade definida está muito ligada à experiência da tributação. Nós nos descobrimos como sujeitos descobrindo-nos como tributáveis, contribuintes. Há uma invenção extraordinária de medidas jurídico-policiais destinadas a fazer pagarem os maus pagadores, que são a ordem de prisão e a responsabilidade in solidum. Enfim, a metáfora de Norbert Elias dizendo que o Estado não passa de uma “extorsão legítima” é mais que uma metáfora. Tendo em vista que se trata de criar um corpo de agentes encarregados da coleta e capazes de operá-la sem desviá-la em proveito próprio. Não queremos  perder de vista  o que é factual na Alemanha dos anos 1970: uma conjuntura política e econômica marcada pelo espírito anárquico e rebelde, a jovem Rita Vogt é atraída para o movimento político terrorista, motivada pelo seu sentimento de justiça e amor por Andi, líder do grupo de ativistas revolucionários. 

A fascinante história real de Rita Vogt, é interpretada de forma magnífica por Bibiana Beglau, com a guerra de posição no terreno político”, de uma terrorista da Alemanha Ocidental dos anos 1970 que foge para o Leste com a ajuda da Stasi. Título original: The Legends of Rita (1999; 101 minutos). Direção: Volker Schlöndorfd. Roteiro: Wolfgang Kohlhaase. Fotografia: Andreas Höfer. Montagem: Karl-Heinz Staamann. Elenco: Bibiana Beglau, Martin Wuttke, Nadja Uhl, Harald Schrott, Alexander Beyer, Jenny Schily. Produtor: Dr. Arthur Hofer. Ela vive com medo constante de ter seu disfarce descoberto, até que isso inevitavelmente acontece após a reunificação alemã. Volker Schlöndorfd Nasceu em Wiesbaden, Alemanha, em 1939. Mudou-se para a França em 1956. Estudou política e foi assistente de Louis Malle, Jean-Pierre Melville e Alain Renais. Dirigiu O Jovem Törless (1965), tomando o início do século passado, na Áustria, quando o jovem estudante Törless, tímido e inteligente observava o comportamento sádico de seus amigos da escola, e não toma nenhuma providência, quando estes escolhem como vítima um colega da sala de aula, até que a tortura vai longe demais, inferindo sobre um conjunto de práticas e sabres sociais sobre a natureza humana na sociedade moderna. Adaptação do aclamado livro, intitulado Young Törless de Robert Musil, esta obra prima, deu internacionalidade ao movimento do Cinema Novo Alemão, e ganhou em 1996 no Festival de Cannes, o Prêmio da Crítica Internacional para o premiado diretor, Volker Schlondorff; A Honra Perdida de Katharina Blum (1975) ou: Como a violência se desenvolve e onde ela pode levar é um filme de drama político alemão, baseado no romance homônimo de 1974 de Heinrich Böll, escrito e dirigido por Volker Schlöndorff e Margarethe von Trota. 

A Stasi, forma abreviada de Ministerium für Staatssicherheit (Ministério para a Segurança do Estado) representava a principal organização política de polícia secreta e inteligência da República Democrática Alemã (RDA). Criada em 8 de fevereiro de 1950, centrava suas operações de espionagem terrorista na capital comunista, Berlim Oriental, onde mantinha um extenso complexo em Lichtenberg e outros menores dispersos pela cidade. Um filme biográfico ou cinebiografia, também reconhecido no jargão cinematográfico sob o anglicismo biopic, tendo como contração a expressão inglesa: biographical motion picture, é um filme que dramatiza a vida política de uma personalidade real. Na maioria das vezes, relata etnograficamente a vida de um personagem do passado, sem que necessariamente se trate de uma figura de importância histórica. Esses filmes demonstram uma personagem histórica e o nome verdadeiro do protagonista às vezes é usado. A Stasi é reconhecida como um dos serviços de inteligência mais efetivos do mundo globalizado. Seu principal objetivo era espionagem política sobre a população da Alemanha Oriental comunista, majoritariamente via uma enorme rede de espionagem de civis-informantes.

A repressão política representava uma dentre as prioridades, combatendo a oposição através de tortura psicológica de dissidentes, num método chamado Zersetzung, que é traduzido como “decomposição”. No total, mais de 250 000 alemães foram presos por razões políticas pela Stasi durante os 40 anos de sua existência. A antiga sede da Stasi em Berlim é o Stasimuseum, um museu onde realmente os visitantes podem inteirar-se das atividades. A partir de 1990, vários funcionários da Stasi foram levados a julgamento por crimes cometidos contra a população. Após a reunificação da Alemanha, qualquer cidadão pode acessar seus dados coletados pela agência durante sua existência. A Zersetzung era um método de tortura psicológica usada pela inteligência da Alemanha Oriental. Era aplicada em opositores do governo do país entre 1970 a 1980. Métodos eram definidos a Zersetzung, uma delas era a manipulação e o controle abusivo para prevenir atividades antigovernamentais. A Stasi usou psicologia operacional em sua extensa rede dentre 170 mil agentes e mais de 500 mil “colaboradores informais” (inoffizielle Mitarbeiter) para lançar ataques psicológicos planejados contra alvos para prejudicar sua saúde mental e reduzir as chances de ação hostil contra o Estado. Entre os “colaboradores” estavam jovens de até 14 anos.

A Zersetzung foi aprovada durante uma diretiva para revisar as ações finalistas do Ministério da Segurança do Estado. A diretiva nº 1/76, listava a Zersetzung, como “ação legalizada pela República Democrática Alemã” (RDA). A Diretiva nº 1/76 sobre o desenvolvimento e revisão dos procedimentos técnico-metodológicos operacionais, realizada em janeiro de 1976, delineava o Zersetzung como prática comum com utilidade de uso do Ministério da Segurança do Estado (Stasi). De acordo com os arquivos e dados estatísticos oficializados pela Stasi após o Wende, cerca de 10 mil pessoas foram vitimizadas e 5.000 tiveram danos irreversíveis, no qual desestabilizaram sua saúde psicológica, recebendo as pensões para o tratamento das vítimas do chamado Zersetzung. O número de solicitações para consultar os arquivos do Ministério da Segurança do Estado desde 1991 soma impressionantes 7.353.885. Quase a metade (46%) veio de pessoas que queriam saber o que a polícia secreta da Alemanha Oriental, popularmente conhecida como Stasi, sabia sobre elas, sua vida privada, suas opiniões políticas e até mesmo planos de fuga do país. Tudo isso e muito mais pode ser encontrado nos relatórios dos informantes, que em 40 anos de República Democrática Alemã (RDA) somam 111 km de arquivos.

Sociologicamente falando o Zersetzung representou uma técnica de guerra psicológica usada pelo Ministério da Segurança do Estado (Stasi) para reprimir oponentes políticos na Alemanha Oriental durante as décadas de 1970 e 1980. Zersetzung serviu para combater dissidentes alegados e reais por meios secretos, usando métodos secretos de controle abusivo e manipulação psicológica para impedir atividades antigovernamentais. As pessoas eram comumente visadas de forma preventiva e preventiva para limitar ou interromper atividades politicamente incorretas que poderiam ter cometido, e não com base em crimes que realmente cometeram. Os métodos de Zersetzung foram projetados para quebrar, minar e paralisar as pessoas por trás de “uma fachada de normalidade social” em uma forma de “repressão silenciosa”. A sucessão de Erich Honecker (1912-1994) a Walter Ulbricht (1893-1973) como Primeiro Secretário do Partido de Unidade Socialista da Alemanha (SED) em maio de 1971 viu uma evolução dos “procedimentos operacionais” (“Operative Vorgänge”) conduzidos pela Stasi longe do terror aberto da era Ulbricht em direção ao que veio a ser reconhecido como Zersetzung (“Anwendung von Maßnahmen der Zersetzung”), que foi praticamente formalizado pela Diretiva nº 1/76 sobre o chamado “Desenvolvimento e Revisão de Procedimentos Operacionais” em janeiro de 1976.  

Erich Honecker foi um político alemão, que serviu como presidente da Alemanha Oriental de 1976 até 1989. Em 1971 substituiu Willi Stoph no cargo de secretário-geral do Partido Socialista Unificado da Alemanha (PSUA) e Walter Ulbricht no cargo do Presidente do Conselho Nacional de Defesa. Walter Ulbricht foi um político alemão, membro do Partido Comunista da Alemanha (KPD) e depois secretário-geral do Partido Socialista Unificado (SED), que resultou da fusão forçada pelos soviéticos do Partido Social-Democrata da Alemanha (SDP) com o Partido Comunista da Alemanha (KDP), na República Democrática Alemã. Ocupou o cargo de Presidente do Conselho de Estado da República Democrática Alemã entre 12 de setembro de 1960 e 1º de agosto de 1973. Foi o responsável por mandar construir o Muro de Berlim, embora dois meses antes tivesse negado tal intenção. Apoiou a intervenção soviética na Checoslováquia, durante a Primavera de Praga, mandando inclusive tropas da RDA para pôr fim ao levantamento liberal na Checoslováquia. Em 29 de outubro de 1976 foi eleito Presidente do Conselho de Estado pelo parlamento da República Democrática Alemã (RDA). Seu governo foi marcado por reformas econômicas e melhorias nas relações internacionais do país, incluindo uma aproximação com a República Alemã Ocidental, embora o Estado policial, encabeçado pela Stasi, tenha sido ampliado para suprimir a oposição política interna.

A partir da década de 1980, mesmo com o começo do colapso dos regimes comunistas na Europa Oriental e as reformas liberais na União Soviética, reconhecidas como perestroika e glasnost lideradas por Gorbachev (1931-2022), Honecker permaneceu irredutível e se recusava a realizar reformas políticas, mantendo um sistema totalitário de orientação stalinista. Os protestos pedindo democracia e liberdade econômica se alastraram pela Alemanha Oriental. Honecker chegou a pedir para Gorbachev para intervir militarmente na Alemanha a fim de reprimir as manifestações anticomunistas, mas o premier soviético se recusou. Em outubro de 1989, Honecker perdeu apoio do Politburo alemão e foi forçado a renunciar pela liderança do partido. Menos de um ano após sua saída do poder, o regime comunista da Alemanha Oriental entraria em colapso. Em novembro de 1990, um mês após a reunificação da Alemanha, foi iniciado um inquérito oficial. Honecker foi preso por um dia e refugiou-se, depois de estadias num hospital militar das forças armadas soviéticas perto de Berlim, em Moscou, na União Soviética, em 13 de março de 1991. Devido à ordem de prisão existente, foi extraditado de volta para o território alemão em 29 de julho de 1992, onde foi preso e julgado por ser um dos responsáveis do Schießbefehl, a “ordem de atirar em todas as pessoas que tentavam cruzar o Muro de Berlim e a fronteira fortificada entre a Alemanha Ocidental e a Oriental”. Devido a sofrer de câncer terminal, foi solto em 27 de agosto de 1993 e morreu no exílio, no Chile, em 29 de maio de 1994. 

Rita Vogt representa uma terrorista radical da Alemanha Ocidental que abandona a revolução e se instala na Alemanha Oriental, com uma nova identidade fornecida pelo serviço secreto daquele país. Ela vive em constante medo de ter seu disfarce descoberto, o que inevitavelmente acontece após a reunificação da Alemanha cuja mediação ocorre com o processo de 1990, em que a República Democrática Alemã foi anexada pela República Federal da Alemanha, ao reunificar a nação da Alemanha e a cidade de Berlim, como previsto pelo Artigo 23 da Lei Fundamental da República Federal da Alemanha. Nestga década dos anos 1970, época marcada pelo espírito anárquico e rebelde, a jovem Rita Vogt é atraída politicamente para o movimento terrorista, motivada pelo seu sentimento de justiça e por seu amor por Andi, líder do grupo da guerra de guerrilha. Alguns anos depois, ao perceber que o movimento político está em declínio, ela decide se refugiar na Alemanha Oriental. Com a ajuda de um agente da polícia secreta, Rita assume uma nova identidade e vai trabalhar como operária numa fábrica. Faz amizade com uma colega de trabalho, Tatjana, que sonha com a possibilidade de viver no lado Ocidental. As duas estabelecem forte amizade e enamoramento, que é bruscamente rompido quando “um noticiário da TV ocidental revela o disfarce de Rita”. Uma vez mais ela precisa desaparecer, mas agora o novo nome e a nova cidade lhe trazem sorte. Trabalhando num acampamento de verão no Mar Báltico, Rita conhece Jochen, um estudante universitário que trabalha temporariamente como salva-vidasEle a convida para ir a Moscou, onde poderão se casar e formar uma família.

Mesmo assim Rita terá de acertar contas com o seu passado. Em 1989, com a queda do Muro de Berlim, a República Democrática termina e, com ela, a sua nova vida. Criada em 8 de fevereiro de 1950, centrava suas operações na capital comunista, Berlim Oriental, onde mantinha um extenso complexo em Lichtenberg, uma cidade da Alemanha, localizado no distrito de Holf, no estado de Baviera e outros menores dispersos pela cidade. A Stasi é reconhecida como um dos serviços de inteligência mais efetivos do mundo. Seu principal objetivo era espionar a população da Alemanha Oriental, majoritariamente via uma enorme rede de espionagem de civis-informantes. A repressão política era uma das prioridades, combatendo a oposição através de tortura psicológica de dissidentes, num método chamado Zersetzung, que é traduzido como “decomposição”. No total, mais de 250 000 alemães foram presos por razões políticas pela Stasi durante os 40 anos de sua existência. A antiga sede da Stasi em Berlim representa o Stasimuseum, um museu onde “os visitantes podem inteirar-se das atividades”. A partir de 1990, vários funcionários da Stasi foram levados a julgamento por crimes cometidos contra a população. Após a reunificação da Alemanha, ocorrida no final década de 1980, com a queda do Muro de Berlim e a crise do regime socialista, chamada por Habermas (1990) de Revolução retificada (Rectying Revolution), pode-se acessar dados coletados pela agência durante sua existência.

Nunca é demais repetir a distinção apontada por Jürgen Habermas do ponto de vista da sociedade capitalista, quando estuda as relações entre “técnica e ciência como ideologias”. Isto é importante. Diz Habermas, “quero distinguir entre 1) enquadramento institucional de uma sociedade ou de um mundo vital sociocultural, e, 2) os subsistemas de ação racional relativa a fins que incrustam nesse enquadramento. Na medida em que as ações são determinadas pelo marco institucional são ao mesmo tempo dirigidas e exigidas mediante expectativas de comportamento, sancionadas e recíprocas. Na medida em que são determinadas pelos subsistemas de ação racional teleológica, regulam-se por modelos de ação instrumental ou estratégica. A garantia de que elas sejam com suficiente probabilidade determinadas regras técnicas e as estratégias esperadas só pode obter-se mediante a institucionalização, e com isto obtém-se a distinção do conceito weberiano de racionalização”.  Neste sentido, a superioridade do modo de produção capitalista sobre os anteriores, funda-se nas duas questões seguintes: a) na instauração de um mecanismo econômico que garante em longo prazo a ampliação dos subsistemas de ação racional teleológica, e b) na criação de uma legitimação econômica sob a qual o sistema de dominação pode adaptar-se às novas exigências de racionalidade desses subsistemas progressivos. Max Weber concebe esse processo de adaptação como “racionalização” e em 1904/05 afirmava o seguinte: - Ninguém sabe ainda a quem caberá no futuro viver nessa prisão ou se, um vigoroso renascimento de velhos pensamentos e ideias, ou ainda se nenhuma dessas duas – a eventualidade de uma petrificação mecanizada caracterizada por esta convulsora espécie de autojustificação. Estes últimos poderiam ser designados como “especialistas sem espírito, sensualistas sem coração, nulidades que imaginam ter atingido um nível de civilização nunca antes alcançado”.

Habermas distingue ainda duas tendências, uma racionalização “partir de baixo” e uma racionalização “a partir de cima”. No primeiro caso, surge uma permanente pressão adaptativa logo que, com a institucionalização de um intercâmbio territorial de bens e da força de trabalho, por um lado, e da empresa capitalista, por outro, se impõe à nova forma de produção. No sistema de trabalho social, fica assegurado o progresso cumulativo das forças produtivas e, assim, uma expansão horizontal dos subsistemas de ação racional teleológica – sem dúvida, à custa de crimes econômicos.  Por este meio, as formas tradicionais sujeitam-se cada vez mais às condições da racionalidade instrumental ou estratégica: a organização do trabalho e do tráfico econômico, a rede de transportes, de notícias e de comunicação, as instituições do Direito privado e, partindo da administração das finanças, a burocracia estatal. Surge deste modo, a infraestrutura de uma sociedade sob a coação à modernização. Ela apodera-se, pouco a pouco de todas as esferas vitais: da defesa do sistema escolar, da saúde e até da família, e impõe tanto na cidade como no campo uma urbanização da forma de vida, i, é, subculturas que ensinam o indivíduo a poder “deslocar-se” em qualquer momento de um contexto de interação para a ação racional teleológica. À pressão para a racionalização a partir de cima, pois, as tradições que legitimam a dominação e orientam a ação, em especial as interpretações cosmológicas do mundo, perdem o seu caráter vinculante com a imposição dos novos critérios da racionalidade teleológica. 

Assim, as legitimações enfraquecidas são substituídas por outras novas que, por seu turno, nascem da crítica à dogmática das interpretações tradicionais do mundo e pretendem possuir um caráter científico, e que por outro lado, mantém funções legitimadoras e subtraem as relações de poder existentes tanto à análise como à consciência pública. Só assim surge ideologias em sentido estrito. Substituem as legitimações tradicionais da dominação, ao apresentarem-se com a pretensão da ciência moderna e ao justificarem-se a partir da crítica às ideologias. O pensador alemão tem como escopo de sua análise os chamados “países capitalistas avançados” que desde o último quartel do século XIX apresentam duas tendências evolutivas: 1) um incremento da atividade intervencionista do Estado, que deve assegurar a estabilidade do sistema e, 2) uma crescente interdependência de investigação técnica, que transformou as ciências na primeira força produtiva. Ambas as tendências destroem aquela constelação de marco institucional e subsistemas de ação racional dirigida a fins, pela qual se caracteriza o capitalismo de tipo liberal. Por isso mesmo, é que não se cumprem, assim, condições relevantes de aplicação para a economia política na versão que Marx, com razão, lhe dera relativamente ao capitalismo liberal, ou seja, já não pode também desenvolver-se uma teoria crítica da sociedade na “forma exclusiva de uma crítica da economia política”. Na medida em que a atividade estatal visa à estabilidade e o crescimento do sistema econômico, a política assume um peculiar caráter negativo: orienta-se para a prevenção das disfuncionalidades e para o evitamento dos riscos que possam ameaçar o sistema; portanto, a política visa não a realização de fins práticos, mas a resolução de questões técnicas.

A solução de tarefas técnicas não está referida à discussão pública. As discussões públicas poderiam antes problematizar as condições marginais do sistema, dentro dos quais as tarefas da atividade estatal se apresentam como técnicas. A nova política do intervencionismo estatal exige, por isso, uma despolitização da “massa da população”. Assim, o marco institucional da sociedade continua a ser uma questão de práxis ligada à comunicação e não apenas técnica.  O grupo foi responsável por uma série de ações políticas armadas: assaltos a bancos, sequestros e mortes na Alemanha, na década de 1970. Seu pai era o historiador Berndt Philipp Baader, que, em 1945, durante a 2ª guerra mundial, servia o exército alemão quando foi feito prisioneiro pelas forças russas, e posteriormente dado pela intelligentsia como desaparecido. Sua mãe, Anneliese Baader não voltou a se casar. Andreas Baader foi criado com carinho pela mãe, com a avó e uma tia. Na opinião dos seus professores, era criança inteligente, mas também voluntariosa, um tanto imprevisível, e não se empenhava nos estudos quando a disciplina historiográfica não o atraía. Ao mesmo tempo que era generoso, capaz de tirar seu próprio agasalho e dá-lo a alguém que estivesse com frio, ou capaz de furtar, se precisasse de dinheiro. 

Também se envolvia em brigas, nem sempre em defesa dos interesses. Andreas Bernd Baader (1943-1977) foi um dos líderes do grupo guerrilheiro de esquerda alemão Fração do Exército Vermelho, denominado pelo governo e pela imprensa de Baader-MeinhofNa adolescência fora considerado como um jovem “desajustado” socialmente, na conservadora sociedade alemã de após guerra. No final dos anos 1960 Baader gravitou para o movimento estudantil de esquerda e para os protestos contra o capitalismo globalizado, a pobreza no chamado 3º Mundo, a questão nuclear a ocupação norte-americana do país, que agitavam a Alemanha Ocidental na conjuntura, embora ele próprio não fosse estudante universitário. No dia 2 de abril de 1968 Baader e Gudrun Ensslin incendiaram dois estabelecimentos comerciais em Frankfurt, que não provocaram nenhuma morte. De acordo com Gudrun, o ato seria uma forma de protesto contra a Guerra do Vietnã (1959-1975). No mesmo ano, Baader foi condenado a quatro anos de prisão. Baader foi depois julgado e condenado, naquele que foi um dos julgamentos mais caros da história da justiça alemã. Na noite de 8 para 9 de maio de 1976, a jornalista, escritora,ativista e guerrilheira alemã, reconhecida como fundadora e integrante da organziação armada de exstrema-esquerda Ulrike Meinhof (1934-1976) da Fração do Exército Vermelho “foi encontrada morta em sua cela”. A versão oficial de aparelho de Estado sobre a morte de Meinhof é que ela cometeu suicídio (provavelmente, altruísta segundo a sociologia durkheiminana) por enforcamento, mas há discordâncias sobre o tema, havendo alegações de que ela foi assassinada.

Em 5 de setembro, membros da Fração do Exército Vermelho sequestraram o presidente da confederação da indústria alemã e, a seguir, militantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram um avião da Lufthansa, com passageiros a bordo, e levaram-no para Mogadíscio, a capital e maior cidade da Somália. As autoridades alemãs não aceitaram a troca e, em 18 de outubro, uma operação da GSG 9 libertou os passageiros e executou os militantes palestinos. Sociologicamente uma abreviatura em alemão para Grenzschutzgruppe 9, ou Grupo 9 da Guarda de Fronteira, é a unidade de resposta contraterrorista da Policia Federal Alemã (Bundespolizei), considerada uma das mais eficientes do mundo. Depois da falha histórica da polícia alemã que deu origem ao Massacre de Munique, houve uma reforma na organização baseada nos modelos das forças operacionais especiais britânicas como o SAS, mas principalmente nas forças especiais israelenses, Sayeret Matkal no início, que originaram então o grupo, que seria designado para lidar com situações semelhantes, vindo a ser atualmente uma das forças-tarefa policiais mais eficientes e reconhecidas do mundo. O Special Air Service Regiment, ou simplesmente SASR, confundido pela sigla SAS da força especial da qual se originou, é o Regimento das Forças Especiais do Exército da Austrália. Era parte do 22 SAS do Reino Unido e, após a Guerra na Malásia, dividiu-se por causa do tamanho.

A conexão criada nesse período de treinamentos com os israelenses foi tão forte que se mantém atualmente. Por exemplo, a Unidade Especial de Polícia da Guarda de Fronteira Israelense (Yamam/Magav) uma unidade tática experiente que raramente treinam com unidades estrangeiras, mantém um estreito intercâmbio de treinamento com a GSG 9. Muitos grupos de operações especiais do mundo, foram inspirados no SAS Britânico temos: Força Delta, Sayeret Matkal de Israel, GSG 9, Special Air Service Regiment, o KSK, Comando de Forças Especiais (Kommando Spezialkräfte), uma unidade de operações especiais das Bundeswehr da Alemanha, melhor dizendo, o Groupe d`Intervention de la Gendarmerie Nationale (GIGN), representando uma força especial de intervenção da França, ligada à polícia nacional, Grupo de Operações Especiais (GOE), uma unidade de recursos especiais do Departamento de Polícia Judiciária da Capital da Polícia Civil do Estado de São Paulo, formalmente criado com a publicação da Portaria DECAP n° 11, de 6 de novembro de 1998, o GROM, Grupa Reagowania Operacyjno-Manewrowego (Grupo de Resposta de Manobra Operacional), também reconhecido como Jednostka Wojskowa (GROM), é um grupo tático/estratégico pertencente à Polônia, Special Frontier Force-Special Group (SFF-SG) e a Índia.

A seguir, Andreas Baader, Jan-Carl Raspe e Gudrun Ensslin foram encontrados mortos em suas celas de máxima segurança - os dois primeiros com tiros na nuca à distância, com pistolas comumente usadas nas forças armadas da Alemanha. O Estado alemão não reconheceu o caso “como execução dos prisioneiros”. Na Alemanha dos anos 1970, conjuntura política e econômica marcada pelo espírito anárquico e rebelde, a jovem Rita Vogt é atraída para o movimento terrorista, motivada pelo seu sentimento de justiça e amor por Andi, líder do grupo. A fascinante história real de Rita Vogt (Bibiana Beglau), uma terrorista da Alemanha Ocidental dos anos 1970 que foge para o Leste com a ajuda da Stasi. Ela vive com medo constante de ter seu disfarce descoberto, até que isso inevitavelmente acontece após a reunificação alemã. A Stasi, forma abreviada de Ministerium für Staatssicherheit (Ministério para a Segurança do Estado) era organização de polícia secreta e inteligência da República Democrática Alemã (RDA). Enfim, seguindo as pegadas metodológicas de Norbert Elias (2006), o conceito de processo social refere-se às transformações amplas, contínuas, de longa duração, ou seja, segundo sua análise teórica e histórica em geral não aquém de três gerações, de figurações formadas de seres humanos, ou de seus aspectos, em uma de duas direções opostas. Uma delas tem, geralmente, o caráter de uma ascensão, a outra o caráter de um declínio. Em ambos os casos, os critérios são puramente objetivos. 

Eles independem do fato de o respectivo observador os considerar bons ou ruis, Exemplos disso são: a diferenciação crescente e decrescente de funções sociais do saber, do nível de controle humano sobre a natureza não-humanas ou da compaixão por outros homens, pertença eles ao grupo que for. Logo, é inerente às particularidades dos processos sociais que sejam bipolares. Diferentemente do processo biológico de evolução, os processos sociais são reversíveis. Surtos em uma direção podem dar lugar a surtos contrários e ambos podem ocorrer simultaneamente. Um deles podem tornar-se dominante, ou caber ao outro manter o equilíbrio. Assim, segundo Elias, um processo dominante, direcionado a uma maior integração, pode, por exemplo, andar de par com uma desintegração parcial. Inversamente, um processo dominante de desintegração social, como o processo de feudalização, pode conduzir a uma reintegração sob novas bases, a princípio parcial e a seguir dominante, a um novo processo de formação do Estado.  Analogamente, os instrumentos conceituais para a determinação e a investigação de processos sociais são pares conceituais como integração e desintegração, engajamento e distanciamento, civilização e descivilização, ascensão e declínio.  Pares conceituais desse tipo indicam a direção dos processos sociais. 

Com isso, o emprego desses conceitos sociológicos de direção, distingue-se, nuca é demais repetir, de modo característico, do emprego de conceitos históricos, que são especificados na apreensão de detalhes únicos não- direcionados da vida em conjunto dos seres humanos no passado. A integração posterior, reconstruída, no espaço europeu central e ocidental oferece exemplos dos tipos mais variados para processos de longa duração de formação do Estado e para o incremento da divisão de funções, intimamente ligado a ele. Esses processos caminhavam paralelamente a um deslocamento gradual de poder, desfavorável a grupos humanos estruturados segundo forças centrífugas (a nobreza feudal) e favorável aos senhores em posição central (príncipes territoriais, reis) e às cidades inicialmente autônomas e fortificadas. Todos esses são exemplos de processos sociais não-planejados, com uma dinâmica imanente de lutas pelo poder específicas, lutas essas que determinam direções. Vê-los como tais é um exemplo para uma síntese em um plano mais elevado que o histórico. Uma teoria sociológica dos processos sociais tem de levar em conta, por exemplo, a afinidade estrutural de processos de formação do Estado, em curso nas épocas mais recentes, na África, ao Sul do Saara. Em comparação com os chefes de Estado ou de tribo centralizadores e seu aparato de dominação, outras tribos se contrapõem ali a crescente integração estatal. Elas encontram seu equivalente, no plano continental, na Europa, onde o amplo surto de integração, do registro do Estado nacional centrífugo para o registro do Estado continental centrípeto, em detrimento desse último, ainda está em suspenso.    

Bibliografia geral consultada.

TRONTI, Mario, Operai e Capitale. Turim: Einaudi Editore, 1966; MORIN, Edgar, “La Commune Étudiante”. In: Mai 1968: La Brèche - Premières Réflexions sur les Événements. Paris: Éditions Fayard, 1968; ROSSANDA, Rossana, “Thèses sur l`enseignement”. In: Il Manifesto: Analyses et Thèses de la Nouvelle Extrême-gauche Italienne. Paris: Éditions du Seuil, 1971; ROSZAK, Theodore, A Contracultura: Reflexões sobre a Sociedade Tecnocrática e a Oposição Juvenil. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1972; BOUDON, Raymond, Effets Pervers et Ordre Social. Paris: Presses Universitaires de France, 1977; THOMPSON, Edward Palmer, Tradición, Revuelta y Consciencia de Clase: Estudios sobre la Crisis de la Sociedad Preindustrial. Barcelona: Editorial Crítica, 1979; HABERMAS, Jürgen, What Does Socialism Mean Today? The Rectfying Revolution and the Need for New Thinking on the Left. In: New Left Reviewnº 183, September/October, 1990; MOLYNEUX, Maxine, A Questão da Mulher na Era da Perestroika. In: New Left Reviewnº 183, September/October, 1990; AUGÉ, Marc, La Guerre des Rêves. Exercices d’Ethno-Fiction. Paris: Éditions du Seuil, 1997; SAINT-PIERRE, Héctor Luís, A Política Armada: Fundamentos da Guerra Revolucionária. São Paulo: Editora Unesp, 2000; SILVA, Marcos Paulo do Nascimento, A Problemática do Mal em O Mal-Estar na Civilização. Dissertação de Mestrado. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2004; ELIAS, Norbert, Escritos & Ensaios (I): Estado, Processo, Opinião Pública. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006; AUST, Stefan, Baader-Meinhof, the Inside Story of the R.A.F. Londres: The Bodley Head. The Random House, 2008; GOIANA, Francisco Daniel Iris, Instinto e Civilização: A Sociologia Processual de Norbert Elias e Seu Encontro com a Psicanálise Freudiana. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2014; BISI, Adriana de Oliveira Gonzaga, (In) Justiça de Segurança Nacional: A Criminalização do Comunismo no Brasil entre 1935-1945. Tese de Doutorado em Direitos e Garantias Fundamentais. Vitória: Faculdade de Direito, 2016; PASQUALINO, Beatriz Buschel, A Rádio Rebelde como Arma de Guerrilha na Revolução Cubana. Dissertação de Mestrado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2016; LONGO, Ivan, “Filmes e Séries que Retratam a Alemanha Dividida e o Muro de Berlim”. In: https://revistaforum.com.br/cultura/2022/11/10/; entre outros.

sábado, 14 de janeiro de 2023

Operação Sófia – Cinema, Ação & Personalidade de Fantasia.

                                               O sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito”. Émile Zola (1840-1902)

           

           Sófia é uma das capitais mais antigas da Europa, sua história remonta ao século VIII a.C., quando os trácios estabeleceram um assentamento na região. A cidade mais antiga da Europa estabeleceu humanos por mais de 8 mil anos e foi conquistada por trácios, macedônios, romanos, bizantinos, turcos otomanos, persas, eslavos, hunos, celtas e búlgaros. Durante a 2ª guerra mundial, devido a aliança da Bulgária com o Terceiro Reich, a cidade foi objeto de bombardeios aéreos dos aviões britânicos e americanos. Posteriormente, com a mudança do curso da guerra contra o Wehrmacht, o Exército Vermelho soviético entrou na Bulgária e Sófia em 1944, enquanto acontecia uma mudança de governo, passando a Bulgária a unir-se aos Aliados, contra sua antiga aliada a Alemanha nazi. O desenvolvimento de Sófia como um assentamento significativo se deve em grande parte a sua posição de região central nos Balcãs. Está situada a Oeste da Bulgária, aos pés do Monte Vitosha, no Vale de Sófia, o maior do país representando uma área de 1186 km² e uma altitude média de 550 metros. Três passos de montanha conduzem à proximidade da cidade, e tem sido rotas chaves comerciais e de migração desde a Antiguidade, comunicando-se com o Mar Adriático e a Europa Central com os mares Negro e Egeu. O mar Negro, originalmente chamado Ponto Euxino, é um mar interior situado entre a Europa, a Anatólia e o Cáucaso, ligado ao oceano Atlântico através dos mares Mediterrâneo e Egeu e por diversos estreitos. O Bósforo o liga ao mar de Mármara, e o estreito de Dardanelos o conecta à região do Egeu.

          Sófia teve vários nomes em diferentes períodos, e pode-se ver remanescentes da milenária história da cidade ao lado dos atrativos turísticos modernos. É a terceira capital mais antiga, pois é habitada desde tempos remotos e possui uma história de mais de 7000 anos. Sofia, também escrita Sophia, é um nome feminino, do grego Σοφία, Sophía, Sabedoria. As formas diminutas incluem Sophie e Sofie. O nome remonta a partir do século IV. É um nome feminino comum nos países ortodoxos orientais. Tornou-se muito popular no Ocidente a partir do final dos anos 1990 e se tornou um dos nomes de meninas mais populares no mundo ocidental durante os anos 2010. O nome era relativamente comum na Europa continental no período medieval e no início da era moderna. Foi popularizado na Grã-Bretanha pela Casa de Hanôver da Alemanha, no século XVIII. Foi popularizado repetidamente entre a população em geral, com o nome de uma personagem do romance Tom Jones (1794) de Henry Fielding, em The Vicar of Wakefield (1766) de Oliver Goldsmith e nos anos 1960 pela atriz italiana Sophia Loren. Durante as décadas de 1990 a 2010, a popularidade do nome aumentou em muitos países do mundo ocidental. As influências sugeridas para essa tendência incluem Sofía Vergara e Sofia Coppola também popular no final dos anos 1990 e Sofia Hellqvist que foi muito popular nos anos 2000. Sophia foi o nome feminino mais popular dado nos Estados Unidos da América durante 2011-2013. A forma Sofia raramente era dada nos Estados Unidos antes dos anos 1970; também aumentou acentuadamente em popularidade nas décadas de 1990 a 2000 e atingiu o 12º lugar em 2012. O Safiye turco é do Safiyya árabe não relacionado ( صفية puro). Sofia persa (persa: صوفیا) é de Sufi não relacionada, uma seita do Islã.  

A história registrada na Antiguidade começa com a invenção da escrita. Há uns 50 mil anos, os seres humanos lançaram-se à conquista do planeta em diferentes rumos desde África. Uma escrita sistematizada aparece somente por volta de 3500 a.C., quando os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme na Mesopotâmia. Os registros cotidianos, econômicos e políticos da época eram feitos na argila, com símbolos formados por cones. Nesse mesmo momento, surgem os hieróglifos no Egito. Um rumo alcançou a Austrália. A outra chegou a Ásia Central, para logo se dividir em dois, uma a Europa, e a outra caminhou até cruzar o Estreito de Bering e chegou à América do Norte. As últimas áreas a ser colonizadas foram as ilhas da Polinésia, durante o primeiro milênio. Os neandertais eram robustos, com um cérebro grande, e viviam na Europa e Oeste da Ásia. Sobreviveram até 24 mil anos atrás e coexistiram com os modernos Homo sapiens. A origem dos Homo Sapiens atuais é bastante discutida. Mas a maioria dos cientistas apoia a teoria da Eva Mitocondrial, apoiada por testes genéticos. Em vez da teoria evolução multirregional que defende que os seres humanos modernos evoluíram em todo o mundo, ao mesmo tempo a partir das espécies Homo lá existentes e que se reproduziram entre si entre as várias migrações que supostamente fizeram. A teoria da Eva Mitocondrial se baseia no estudo das mitocôndrias transmitida da mãe à prole. Cada mitocôndria contém ADN (ácido desoxirribonucleico) mitocondrial e a comparação das sequências deste ADN revela uma filogenia molecular. 

        A Eva mitocondrial recebe seu nome da Eva que é relatada no livro de Gênesis da Bíblia. A tradição judaico-cristã atribui a autoria do texto a Moisés, enquanto a crítica literária moderna prefere descrevê-lo como compilado de texto de diversas mãos. Pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) concluíram que todos os humanos eram descendentes de um grupo relativamente pequeno de mulheres que viveram na África há cerca de 200 mil anos, que denominaram de Eva MitocondrialNa genética humana, a Eva mitocondrial é o ancestral comum matrilinear mais recente (MRCA) de todos os seres humanos vivos. Em outras palavras, ela é definida como a mulher mais recente de quem todos os seres humanos vivos descendem em uma linha ininterrupta puramente através de suas mães e através das mães dessas mães, de volta até que todas as linhas convergem para uma mulher. Eles se basearam na análise do DNA (ácido desoxirribonucleicoretirado das mitocôndrias, que difere do DNA do núcleo da célula e é transmitido apenas pela linhagem feminina. Ele sofre mutações em rápidas proporções. Comparando o DNA mitocondrial de mulheres de vários grupos étnicos, eles puderam estimar quanto tempo se passou para que cada grupo assumisse características distintas a partir de um ancestral comum. De fato, eles construíram uma árvore genealógica para o gênero humano, na base da qual estavam a Eva Mitocondrial, a grande avó de todos os humanos. Isto não significa que ela foi a única mulher existente, mas que um pequeno grupo fundador possuía o mesmo DNA Mitocondrial e produziram uma linhagem direta por linha feminina que persiste até a presente data. é um tipo de ácido nucleico que possui destaque por armazenar a informação genética da grande maioria dos seres vivos.

            Na periodização das épocas históricas da humanidade se estende desde a invenção da escrita até à queda do Império Romano do Ocidente. Embora o critério da invenção da escrita como balizador entre o fim da Pré-história e o começo da História seja o mais comum, estudiosos que dão mais ênfase à importância da cultura material das sociedades têm procurado repensar essa divisão recentemente. Também não há entre os historiadores um consenso sobre quando se deu o verdadeiro fim do Império Romano e início da Idade Média, por considerarem que processos sociais e econômicos não podem ser datados com a mesma precisão dos fatos políticos. Também deve-se levar em conta que essa periodização está relacionada à História da Europa e também do Oriente Próximo como precursor das civilizações que se desenvolveram no Mediterrâneo, culminando com Roma. Essa visão se consolidou com a historiografia positivista que surgiu no século XIX, que fez da escrita da história uma ciência e uma disciplina acadêmica. Se repensarmos os critérios que definem o que é a Antiguidade no resto do mundo, é possível pensar em outros critérios e datas balizadoras. No caso da Europa e do Oriente Próximo, diversos povos que se comunicam desenvolveram-se na Idade Antiga. Os sumérios, na Mesopotâmia, foram a civilização que originou a escrita e a urbanização, mais ou menos quando surgia a civilização egípcia. Depois disso, já no Primeiro milénio a.C., os persas foram os primeiros a constituir um grande império, que foi posteriormente conquistado por Alexandre, o Grande. As civilizações clássicas da Grécia e de Roma são consideradas as maiores formadoras da civilização ocidental contemporânea. Destacam-se os hebreus, com a primeira civilização monoteísta, os fenícios, considerados os senhores do mar e do comércio e os inventores do alfabeto, além dos celtas, etruscos e outros. 

        O próprio estudo da história começou nesse período, com Heródoto e Tucídides, gregos que começaram a questionar o mito, a lenda e a ficção do fato histórico, narrando as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso respectivamente. Os primeiros fósseis humanos foram encontrados na Etiópia e datam de aproximadamente 160 mil anos. Há cerca de 35 mil anos surgiu a arte paleolítica na Europa. Consistia em pinturas nas paredes internas das grutas, e pequenas esculturas eram feitas em madeira ou geralmente em pedra, representado várias vezes símbolos de fertilidade. A representação da fantasia em psicologia é um mecanismo de defesa que consiste na criação de um sistema de vida paralelo. Mas existe apenas na imaginação de quem o cria, com o objetivo de proporcionar uma satisfação ilusória, que não é ou não pode ser obtida através da convivência na vida real. Autoridade nesse campo Sigmund Freud tinha uma visão positiva da fantasia, considerando-a um mecanismo de defesa. – “Nós simplesmente não podemos prescindir de construções auxiliares”, como Theodor Fontane, escritor alemão, considerado por muitos pesquisadores o mais importante do realismo alemão, disse uma vez residir “em desejos imaginários de realização”. À medida em que a adaptação da infância ao princípio de realidade se desenvolve, também concorre uma espécie de atividade humana do pensamento que se divide; essa parte foi mantida livre de testes de realidade e permanece subordinada ao princípio único de prazer: o “sonhar acordado, à maneira como uma reserva natural preserva seu estado original, no que é inútil e mesmo nocivo, pode crescer e proliferar como quiser. 

        Na história comparada entre norte-americanos e europeus, sem temor a erro, Hollywood é a mais antiga promissora “indústria cultural” onde os estúdios de cinema e empresas de produção de dramaturgia cinematográfica surgiram. Mas também é o berço cinematográfico de vários gêneros de cinema, entre os quais a comédia, drama, ação, musical, romance, horror e ficção científica, constituindo um exemplo para outras indústrias cinematográficas nacionais. O cinema dos Estados Unidos da América (EUA), muitas vezes chamado metonimicamente (“ao sucesso com”) Hollywood, teve um grande efeito na indústria cinematográfica em geral desde o início do século XX. Seu estilo dominante é o cinema clássico de Hollywood, que se desenvolveu de 1917 a 1960 e caracteriza a maioria dos filmes realizados. Enquanto os franceses Auguste e Louis Lumière são geralmente creditados com o nascimento do cinema moderno, o cinema norte-americano logo veio a ser uma força estratégica dominante na indústria in statu nascendi. Produz o maior número de filmes de qualquer cinema nacional de língua única, com mais de 700 filmes em inglês comercializados em média todos os anos. Enquanto os cinemas do Reino Unido (299), Canadá (206), Austrália e Nova Zelândia também produzem filmes na mesma língua, eles “não são considerados parte do sistema de Hollywood que também é considerado um cinema transnacional”. Hollywood clássica produziu versões em idiomas de títulos em espanhol ou francês. Produção contemporânea de offshores, ou seja, sociedades ou contas bancárias, abertas em países ou territórios que oferecem benefícios fiscais e políticas de privacidade e confidencialidade aos investidores de Hollywood para o Canadá, Austrália, Nova Zelândia e assim sucessivamente.

        A ausência de autoridade requeria a “intervenção do Estado sobre a religião e acarretava na impossibilidade de usar a Bíblia como lei”. É preciso haver um único governante, do contrário se origina a facção e a guerra civil, entre a Igreja e o Estado, entre os espiritualistas e os temporalistas, entre a espada da justiça e o escudo da fé. E o que é mais desastroso ainda, no próprio coração de cada cristão, entre o cristão e o homem. Chamam-se pastores, os doutores da igreja, bem como os soberanos civis. É um título conferido por uma variedade de igrejas cristãs a indivíduos de reconhecida importância, particularmente nos campos da teologia ou doutrina católica. Os detalhes sobre o título “Doutor da Igreja” variam de uma igreja particular para outra. As obras destes Doutores variam consideravelmente nos temas e na forma. Alguns doutores, como Gregório ou de Ambrósio, são proeminentes por suas epístolas e tratados curtos. Catarina de Siena e João da Cruz escreveram sobre teologia mística. Agostinho e Belarmino defenderam a Igreja católica contra a questão secular das heresias. A história eclesiástica do Povo Inglês de Beda representa uma obra que fornece uma riqueza incomparável de informações sobre a Inglaterra no início da Idade Média. É um livro escrito por São Beda, para narrar a história do cristianismo e dos ingleses. Acredita-se que foi completado em 731 d.C., quando Beda tinha 60 anos de idade. É o primeiro livro a ter notas de rodapé. A teologia sistêmica inclui os filósofos escolásticos Anselmo (1033-1109), Alberto Magno (1193-1280) e Tomás de Aquino (1125-1274). Se entre os pastores não houver alguma subordinação, de forma que haja um chefe dos pastores, serão ministrados aos homens doutrinas contrárias, que poderão ser pretensiosamente falsas e necessariamente o será. O soberano civil na história política do pensamento ocidental, o chefe dos pastores segundo a lei natural. Embora o poder do Estado e religião estivesse com os reis, não deixaram de ser fiscalizado em utilidade de uso, quando eram bem quistos por suas capacidades ou por sua fortuna de bens. 

          Essas fantasias da vida cotidiana própria do desempenho vital contêm grande parte representada da essência constitucional de uma personalidade, e que o homem energético “é aquele que consegue através de seus esforços, transformar suas desejosas fantasias em realidade” e, comparativamente, o artista “pode transformar suas fantasias em criações artísticas” em vez de sintomas condensado no destino da neurose. Controle mental é um termo genérico para diversas teorias que propõem que os pensamentos de um indivíduo, bem como seu comportamento, emoções e decisões, possam estar sujeitos à manipulação de fontes externas ou não voluntárias. Basicamente, o controle da mente é o controle bem-sucedido dos pensamentos e ações de outro sem o seu consentimento. O termo também pode ser usado em teorias controversas de manipulação arbitrária do pensamento de um indivíduo, como na “lavagem cerebral” do inglês brainwashing. A possibilidade do controle da mente e os métodos para assumi-la, de forma direta ou sutil, são temas para discussões entre psicólogos, neurocientistas e sociólogos. A definição exata de controle mental e a extensão de sua influência sobre o indivíduo também são debatidos. A questão de controle mental tem sido discutida em conjunto com religião, política, prisioneiros de guerra, totalitarismo, manipulação de células neurais, cultos, terrorismo, tortura e alienação paternal. Os diferentes pontos de vista sobre o assunto possuem implicações legais. Controle mental foi o tema do caso judicial de Patty Hearst e de julgamentos envolvendo novos movimentos religiosos.

O conceito surgiu após um assalto a banco ocorrido em 1973 em Estocolmo, na Suécia. Quatro vítimas, sendo três mulheres, tornaram-se reféns de assaltantes durante seis dias e, como defesas contra a ameaça de violência que pudesse resultar de atos de confrontação aos sequestradores, passaram a se solidarizar com eles. A tal ponto que em tais circunstâncias sociais concretas haverem-se recusado a testemunhar no julgamento subsequentemente realizado, e ainda, terem levantado recursos financeiros para a sua defesa. Uma das vítimas teria ficado “noiva” de um dos sequestradores quando cumpria pena, segundo relatos. Não são todas as vítimas que desenvolvem traumas após o fim da situação. E neste sentido, síndrome de Oslo comparativamente, é um estado psicológico que se desenvolve em pessoas que enfrentam uma situação de grande perigo ou ameaça. Consiste essencialmente num autoengano sobre as verdadeiras intenções da ameaça. Pode passar pela “desculpabilização” do agressor, sendo uma forma de síndrome de Estocolmo ou, inversamente, de auto-culpabilização pela situação. Neste caso a vítima tende a considerar que, de alguma forma, merece aquele determinado castigo.   

O caso mais famoso e característico etnograficamente do quadro sintomatológico da doença é reconhecido através de Patty Hearst, que desenvolveu a síndrome em 1974, após ser sequestrada durante um assalto ao banco realizado pela organização político-militar Exército de Libertação Simbionesa. Depois de libertada do cativeiro, Patty Hearst juntou-se aos seus raptores, indo viver com eles e sendo cúmplice em assalto a bancos. A síndrome pode se desenvolver esquematicamente: a) em vítimas de sequestro, b) em cenários de guerra, c) sobreviventes de campos de concentração, d) pessoas que são submetidas à prisão domiciliar por familiares, e) também em vítimas de abusos pessoais externos (ruas etc.), f) finalmente, como pessoas submetidas à violência física doméstica e familiar em que a vítima é agredida pelo cônjuge, continua a amá-lo e defendê-lo como se as agressões fossem normais. A síndrome de Estocolmo pode muito bem ser identificada na literatura infantil. Ocorre no clássico conto francês, escrito por Jeanne-Marie Leprince de Beaumont (1711-1776), por ter escrito A Bela e a Fera, que narra a história de uma garota bonita e inteligente que é vítima de “cárcere privado” por uma Fera, e por fim desenvolve um relacionamento afetivo e se casa com ela.

Na série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo escrita pelo norte-americano George Raymond Richard Martin, mas reconhecido como George R. R. Martin, assim como na sua adaptação para a televisão, o Game of Thrones, Theon Greyjoy desenvolve uma forma de amor por seu raptor e torturador, Ramsay Snow, que o transformou em seu “brinquedo” após castrá-lo e amputá-lo. Na literatura policial, podemos citar o exemplo do livro Stolen. É o romance de estreia da autora Lucy Christopher. Foi publicado no Reino Unido em 2009 e é a história de Gemma Toombs, uma garota de 16 anos que é sequestrada por um homem de 27 anos chamado Ty e levada para o meio do Great Sandy Desert no Outback australiano. Nele o personagem, Gemma, é sequestrada por Tyler, o qual a leva para o deserto australiano. A garota tenta escapar em vão. A administração do tempo no encadeamento da relação com o opressor Gemma sente afeto por Tyler, e realmente pode amá-lo. Há correlação da síndrome com dois personagens centrais de Jogos Mortais. A jovem ex-drogada Amanda (Shawnee Smith) após ter conseguido concluir uma das provas do cientista e escritor Jigsaw (John Kramer), conquistou a admiração dele por lutar por sua vida e passou a trabalhar para ele, “dando continuidade à sua série de matanças”. No imaginário individual (sonho) e coletivo do filme Paranoia (2007), um suspense que não assusta, mas diverte, o personagem Ronnie (Aaron Yoo) fala para Ashley (Sarah Roemer) sobre a síndrome de Estocolmo, após Ashley ter conversado com o assassino da vizinhança, e tê-la convencido de que não era um assassino, achando que Ashley estava apaixonada pelo assassino.

No cinema o filme espanhol Atame! (1990) de Pedro Almodóvar, a protagonista Marina se apaixona pelo raptor Ricky e volta a procurá-lo depois de ser libertada para casar-se com ele. A síndrome está presente no filme The World Is Not Enough, da franquia James Bond, a personagem Elektra King (Sophie Marceau), sequestrada por um terrorista internacional de planos maquiavélicos. Na série de TV Homeland, a personagem de Damian Lewis, Nicholas Brody, durante os 8 anos em que ficou preso, desenvolve uma relação afetiva com seu captor, Abu Nazir, devido a pequenos gestos, em meio a torturas físicas e psicológicas. Homeland segue Carrie Mathison, oficial de operações da Agência Central de Inteligência (CIA) que conduziu uma operação não autorizada no Iraque, é colocada em liberdade condicional e transferida para o Centro Contraterrorista em Langley, Virgínia. Enquanto conduzia a sua operação no Iraque, Carrie foi avisada por uma fonte que um prisioneiro de guerra norte-americano passou para o lado da Al-Qaeda. A Central Intelligence Agency (CIA) ou Agência Central de Inteligência, é uma agência de inteligência civil do governo dos Estados Unidos da América responsável por investigar e fornecer informações de segurança nacional para o Presidente e seu gabinete. 

O centro de missão antiterrorismo da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos está sendo despojada de dinheiro e pessoal e redirecionada para o novo centro de missão na China, relatou a agência norte-americana Associated Press (AP). Assim, David Cohen, vice-diretor da CIA, informou altos funcionários do Centro de Contraterrorismo em uma reunião realizada em julho que, embora o combate à Al-Qaeda que é interpretada como organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países e outros extremistas continuaria sendo uma prioridade, os recursos seriam transferidos para o centro da China em busca de formas de “entender” e “combater” Pequim melhor, segundo fontes da agência norte-americana Associated Press (AP). O seu trabalho não é pouco complicado quando o seu chefe, David Estes, a chama junto com seus colegas para uma reunião de emergência. Nela, Carrie descobre que Nicholas Brody, um sargento dos Fuzileiros Navais que desapareceu durante o serviço em 2003, foi resgatado durante uma incursão da Delta Force, a principal força estratégica contraterrorista e de operações especiais do Exército dos Estados Unidos, num complexo pertencente a Abu Nazir. Carrie passa a acreditar que Brody é o prisioneiro de guerra que sua fonte tinha falado. O governo federal e seus superiores consideraram Nicholas Brody como a representção social de um herói.

O presidente eleito dos Estados Unidos da América, Joe Biden, nomeou nesta sexta-feira o ex-vice-diretor da CIA David Cohen para retomar sua função na agência de inteligência dos EUA. Cohen atuou anteriormente como vice-diretor da Agência Central de Inteligência de 2015 a 2017, sob o ex-presidente democrata Barack Obama, quando Biden era vice-presidente. Ele vai trabalhar com o diplomata de carreira William Burns, nomeado de Biden para diretor da CIA. – “Cohen é um especialista em segurança nacional, finanças e direito”, informou a equipe de transição de Biden em um comunicado, ao ressaltar seu trabalho liderando “projetos especiais em novas tecnologias e a melhor forma de trabalhar com empresas para promover a missão da CIA”. O advogado também atuou como subsecretário para Terrorismo e Inteligência Financeira no Departamento do Tesouro dos EUA, onde lidou com financiamento do terrorismo e supervisionou sanções contra países como Irã, Rússia e Coreia do Norte.

A equipe de transição confirmou que a coordenadora de emergências da cidade de Nova York, Deanne Criswell, chefiará a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências, que supervisiona a resposta do governo federal a incêndios florestais, furacões e outros desastres. Na série de TV norte-americana, “Criminal Minds” a síndrome é inúmeras vezes referidas numa arquetipologia no sentido antropológicos de sequestros, como no episódio “The Company” (Ep. 20 Temporada 7), onde a prima do policial Derek Morgan é submetida à síndrome, devido a ter passado 8 anos submissa ao seu agressor. Na música, a banda de rock Muse tem canção intitulada: “Stockholm Syndrome”. Entre letras opacas, é perceptível “a influência real da síndrome na discussão lírica proposta pela música e mesmo pela interpretação da mesma”. A banda de punk rock Blink-182 também tem uma música chamada “Stockholm Syndrome”. Além destas, a banda de rock The Who possui uma música chamada “Black Widow`s Eyes”, que tem a síndrome como tema central. A banda inglês-irlandesa, One Direction, também tem música chamada “Stockholm Syndrome”, que faz parte de gravação de estúdio intitulado “Four”. Na música percebe-se a “descrição da síndrome de Estocolmo do ponto de vista da vítima”.

Homeland segue Carrie Mathison, oficial de operações da CIA que, depois de conduzir uma operação não autorizada no Iraque, é colocada em liberdade condicional e transferida para o Centro Contraterrorista da CIA em Langley, Virgínia. Enquanto conduzia a sua operação no Iraque, Carrie foi avisada por uma fonte que um prisioneiro de guerra americano passou para o lado da Al-Qaeda. O seu trabalho é complicado quando o seu chefe, David Estes, a chama junto com seus colegas para uma reunião de emergência. Nela, Carrie descobre que Nicholas Brody, um sargento dos Fuzileiros Navais que desapareceu durante o serviço em 2003, foi resgatado durante uma incursão do Delta Force num complexo pertencente a Abu Nazir. Carrie passa a acreditar que Brody é o prisioneiro de guerra que sua fonte tinha falado. Entretanto, o governo federal e seus superiores consideraram Nicholas Brody como um herói. Percebendo que seria quase impossível convencer Estes a colocar Brody sob vigilância, Carrie pede ajuda da única pessoa que ela pode confiar, Saul Berenson. Os dois começam a trabalhar juntos para investigar Brody e impedir um novo ataque em solo norte-americano. 

De acordo com o verbete do dicionário de psicologia da American Psychological Association, esse conjunto de sintomas é caracterizado por uma resposta tanto mental quanto emocional em que um prisioneiro – um refém, por exemplo – “apresenta lealdade, e até mesmo afeto, pelo seu próprio captor”. A partir disso, pode existir uma visão distorcida daqueles que oferecem ajuda, sendo estes tomados exemplarmente como inimigos, já que a percepção da realidade está confusa. Nestes casos, sendo o captor aquele que detém o poder de “vida ou morte” do prisioneiro, para lembramos de monsieur Michel Foucault, este acaba por desenvolver uma dependência do primeiro, como forma de sobrevivência. Mas se, inicialmente, existia o caráter de defesa, com a progressão da crise ele torna-se uma reação de cópia e de costume. Ou seja, numa relação interindividual que já coloca um em papel social de submissão ao outro, o detentor do poder opta por manter a vida do indivíduo, criando, assim, a percepção de gratidão, fidelidade e até mesmo de carinho pelo captor. É um processo social de comunicação que se dá no nível psíquico (mental) e físico (cativeiro) de adaptação, mas pari passu de autodefesa, de sobrevivência humana, em que a vítima “seduz” o agressor para eliminar ou reduzir ameaças externas resultantes da ação que a faz vítima por determinada duração de tempo e produção de confinamento espacial. 

A consciência está ligada à ação. Esse pressuposto é fundamental na interpretação de Henri Bergson, pois que permite que se propague a consciência pela cadeia dos seres vivos. - “Então, a rigor, tudo o que é vivo poderia ser consciente: em princípio, a consciência é coextensiva à vida”. A vida, portanto, implica movimento. Do fato de que o movimento autônomo dos seres vivos implica certa sobrevivência do passado. No presente e a antecipação do futuro, poder-se-ia dizer que o movimento implica memória. E memória implica consciência. A consciência aparece não como uma instância metafísica, mas como o que se da a partir do movimento animado como sua condição e ao mesmo tempo de recurso produzido. Enfim, é importante compreender analiticamente a síndrome de Estocolmo nos dias de hoje porque apresenta relevância cotidiana para milhares de pessoas que vivam relações afetivas em que são feitas vítimas por opressores: a) no âmbito do Estado corporativo, fascista, nazista, stalinista, putinista etc. b) na empresa privada em que podem ser chefes, ou trabalhadores corporativos que, principalmente em sociedades patriarcais, praticam atos abusivos e/ou terrorismo psicológicos, diante de greves legais no setor público, ou, c) violência física contra pessoas que estão em uma relação de dependência em relação àqueles. A vítima só consegue a libertação psíquica do ponto de vista abstrato de seu algoz com ajuda da psicologia e da prática associativa da terapia. Questões sobre controle mental são levantadas em debates éticos relacionados ao assunto do livre-arbítrio.

Enquanto o controle mental continua sendo um assunto controverso, a principal possibilidade de suas influências sobre um indivíduo por métodos como publicidade, manipulação da mídia, propaganda, dinâmicas de grupo e pressão pública são bem pesquisados pela psicologia social são indisputados. Manipulação eletromagnética de neurônios, desde que foi descoberto que células neurais podem ser queimadas sob o estabelecimento de uma voltagem potencial ao redor da membrana da célula, por volta da década de 1930, foi sugerida como uma tecnologia empregada como hipnose em vítimas insuspeitas por agentes do governo americano. Esse tipo de hipnose era empregado durante o sono da pessoa, quando ela desconhece totalmente o que está havendo. O fato de a vítima estar inconsciente disto e, portanto, incapaz de impedir o que está sendo feito faz, deste, o único método onde a hipnose é considerada controle mental propriamente.

A crença de que alguém esteja sendo manipulado ou controlado por forças externas também é reconhecida como um dos principais sintomas do complexo de paranoia, entre outras psicoses. Geralmente, essas sensações são de invasão ou controle total por entidades diversas como satélites governamentais em órbita, agentes do governo, aparelhos de televisão, animais, alienígenas, ou anjos e demônios. Os que sofrem desse tipo de complexo podem chegar a extremos mesmo com uma total falta de evidências sobre o que poderia estar controlando-as. Terapia psiquiátrica com medicamentos antipsicóticos muitas vezes pode dar fim à paranoia ou pelo menos “minimiza-la”. Em alguns casos, no entanto, especialmente em casos de internação, a pessoa pode ver o tratamento como outra forma de controle mental. A crença de uma pessoa de estar sob controle mental é um indicador da psicose, mas somente quando a realidade se torna uma fixação obsessiva. Em 2016, pesquisadores relataram que eles acreditam ser o primeiro esforço bem-sucedido para mexer os dedos individualmente e independente um do outro usando um braço artificialmente controlado para controlar o movimento.    

O que vemos só vale – só vive – em nossos olhos pelos que nos olha. Inelutável é a cisão que separa dentro de nós o que vemos daquilo que olha. Seria preciso partir de novo desse paradoxo, segundo Didi-Huberman (1998) em que o ato de ver só se manifesta ao abrir-se em dois. Inelutável paradoxo, Joyce disse-o bem, num famoso parágrafo do capítulo em que se abre a trama gigantesca de Ulysses: “Inelutável modalidade do visível. Se se pode pôr os cinco dedos através, é porque é uma grade, se não uma porta. Fecha os olhos e vê”.  Na língua, o que imporia a nossos olhares a inelutável modalidade do visível: inelutável e paradoxal, paradoxal porque inelutável. Joyce nos fornece o pensamento, mas o que é pensado aí só surgirá como uma travessia física, algo que passa através dos olhos como uma mão não passaria através de uma grade. Ao lutar com as palavras, e ao reinventá-las, Joyce começa por falar da inelutável modalidade do visível: o olhar não é apenas um gesto, o resultado de sinapses na fisiologia humana, muito menos, o ato de formas apreendidas, é um ato físico que precisa superar a volumetria do real diante daquilo que se dá a ver, que se põe diante dos nossos olhos.

Isaac Florentine nascido em 28 de joho de 1958 é um diretor de cinema israelense. Ele é reconhecido pelas artes marciais e filmes de ação e por lançar a carreira do ator britânico Scott Adkins. Florentino completou sua graduação em Cinema e Televisão pela Universidade de Tel Aviv. O filme Operação Sofia (2012) tem como background o dilema “Sofia” mãe polonesa, filha de antissemita, presa num campo de concentração durante a 2ª guerra mundial e que é forçada por um soldado nazi a escolher “um de seus dois filhos para ser morto”. Se ela se recusasse a escolher, ambos seriam mortos. Quando um vigilante decide assassinar um a um os terroristas mais procurados do mundo, o FBI decide enviar um agente para descobrir e revelar a identidade dessa pessoa. Um ex-agente Robert Diggs é recrutado pelo embaixador dos Estados Unidos (Donald Sutherland) para descobrir a identidade de um assassino que está matando os terroristas mais procurados pelos EUA e Europa. É parte do projeto Sofia, um programa secreto que foi encerrado. Robert Diggs aceita o cargo para escapar da lembrança da morte da sua esposa, a qual ele se sente culpado. Mas encontrar esse vigilante misterioso e implacável não vai ser nada fácil, praticamente, e Robert vai descobrir e poder associar a uma complexa rede de “controle de mentes” por trás de tudo isso.

O livro narra a história de Sofia Zawistowka, uma mulher polonesa radicada nos Estados Unidos que passou pela tormenta da segregação racial e, para sobreviver, teve que optar entre duas soluções terríveis. Após sofrer um ataque terrorista, Vicki Deneve sofre uma grande perda e nada mais é como antes. Ele tem vagas lembranças do que aconteceu e um forte desejo de vingança, o que faz dele o candidato principal para ser recrutado pelo governo como um assassino de terroristas. Mas ele passa a ser manipulado pelo “controle da mente”, tendo sua personalidade alterada, o que o torna um assassino implacável. Tudo corre bem, até que a “personalidade fantasia” emerge socialmente, atrapalhando o controle instalado em sua mente e provocando uma falha que não só ameaça a missão, mas sua própria vida. A personalidade propensa à fantasia é uma disposição ou traço da personalidade onde o acometido vivencia envolvimento com a fantasia profunda, persistente e duradoura. Esse traço é uma tentativa, ao menos em partes, de melhor descrever uma “imaginação hiperativa” ou uma “vivência no mundo dos sonhos”. Algumas pessoas clinicamente podem ter dificuldades em diferenciar realidade concreta e fantasia, podendo ter alucinações, outros sintomas psicossomáticos auto-sugeridos e construções psicológicas fortemente correlatas incluindo devaneios, absorção e memória eidética.

Controle mental é um termo genérico para diversas teorias que propõem que os pensamentos de um indivíduo, bem como seu comportamento, emoções e decisões, possam estar sujeitos à manipulação de fontes externas ou não voluntárias. Basicamente, o controle da mente é o controle bem-sucedido dos pensamentos e ações de outro sem o seu consentimento. O termo também pode ser usado em teorias controversas de manipulação arbitrária do pensamento de um indivíduo, como na “lavagem cerebral” do inglês brainwashing. A possibilidade do controle da mente e os métodos para assumi-la, de forma direta ou sutil, são temas para discussões entre psicólogos, neurocientistas e sociólogos. A definição exata de controle mental e a extensão de sua influência sobre o indivíduo também são debatidos. A questão de controle mental tem sido discutida em conjunto com religião, política, prisioneiros de guerra, totalitarismo, manipulação de células neurais, cultos, terrorismo, tortura e alienação paternal, melhor dizendo, como toda interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos pais, pelos avós, ou por qualquer adulto que tenha a criança ou o adolescente sob a batuta de sua autoridade, guarda ou vigilância per se.

Os diferentes pontos de vista sobre o assunto possuem implicações legais. Controle mental foi o tema do caso judicial de Patty Hearst e de julgamentos envolvendo novos movimentos religiosos. O conceito abstrato surgiu após um assalto a banco à mão armada ocorrido em 1973 em Estocolmo, na Suécia. Quatro vítimas, sendo três mulheres, tornaram-se reféns de assaltantes durante seis dias e, como defesas contra a ameaça de violência que pudesse resultar de atos de confrontação aos sequestradores, passaram a se solidarizar com eles. A tal ponto que em tais circunstâncias haverem-se recusado a testemunhar no julgamento subsequentemente realizado, e ainda, terem levantado recursos financeiros para a sua defesa. Uma das vítimas teria ficado “noiva” de um dos sequestradores quando cumpria pena, segundo relatos. Não são todas as vítimas que desenvolvem traumas após o fim da situação, mesmo considerando, a ideia pragmática weberiana de que fim, é a representação de uma causa que se converte em ação social. E neste sentido, a questão psicológica contida na síndrome de Oslo, comparativamente, per se é um estado psicológico que se desenvolve em pessoas que enfrentam uma situação de grande perigo ou ameaça. Consiste essencialmente num autoengano sobre as verdadeiras intenções da ameaça. Pode passar pela “desculpabilização” do agressor, sendo uma forma de síndrome de Estocolmo ou, inversamente, de auto-culpabilização pela situação. Neste caso a vítima tende a considerar que, de alguma forma, merece aquele determinado castigo, antevisto na história crítica penal de Michel Foucault, d`acord!     

 As origens do Exército Simbionês de Libertação encontram-se no trabalho desenvolvido pela Black Cultural Association, um grupo de apoio a presidiários negros ativo na prisão de Vacaville em finais da década de 1960 e inícios da década de 1970. Este grupo era da responsabilidade de um professor de Universidade da Califórnia em Berkeley e era integrado por estudantes brancos da classe média partidários de ideais de esquerda, que davam apoio e formação aos presidiários negros. No contexto das suas visitas estes jovens vão propagar entre os presidiários ideais do marxismo. Uma corporação municipal é o termo utilizado juridicamente, especialmente nos países de cultura anglófona ou germânica, para um órgão de governo local, incluindo (mas não necessariamente limitado a) cidades, condados, vilas, townships, charter townships, aldeias e burgos. O termo também pode ser usado para descrever uma empresa de propriedade municipal. A Corporação de Chennai é a mais antiga Corporação Municipal do mundo fora do Reino Unido. O título “corporação” foi usado em burgos logo após a conquista normanda até a Lei do governo local de 2001. De acordo com a lei de 2001, os distritos do condado foram renomeados como cidades e suas corporações passaram a ser conselhos municipais; outras corporações de bairro foram renomeadas como conselhos distritais. Após a Partição da Irlanda, as corporações no Estado Livre da Irlanda eram Dublin, Cork, Limerick e Waterford (distritos municipais) e Drogheda, Kilkenny, Sligo, Clonmel e Wexford (distritos não condados). Dún Laoghaire ganhou o status de distrito em 1930 como The Corporation of Dun Laoghaire. O status de distrito de Galway, perdido em 1840, restaurado em 1937; foi denominado “o prefeito, vereadores e burgueses do bairro de Galway”, mas referida como “a Corporação”.

O New Zealand Constitution Act 1852 permitiu que corporações municipais fossem estabelecidas nas novas Províncias da Nova Zelândia. O termo caiu em desuso após a abolição das Províncias em 1876. De acordo com o significado empresarial do termo, corporações municipais são “organizações com status corporativo independente, administradas por um conselho executivo nomeado principalmente por funcionários do governo local e com propriedade pública majoritária”. A empresa municipal segue um processo técnico de externalização que exige novas competências e orientações dos respectivos governos locais e regionais e seguem mudanças comuns no panorama institucional dos serviços públicos. Eles são considerados talvez mais eficientes do que a burocracia, mas têm taxas de insucesso mais elevadas devido à sua autonomia jurídica e gerencial. Entre os jovens estudantes que participavam neste projeto encontravam-se futuros membros do Exército Simbionês de Libertação, como William Wolfe, Russel Little, Joe Remiro e Nancy Ling Perry. Para alguns dos estudantes, os presidiários eram vítimas de um sistema niridamente racista enraizado na sociedade norte-americana. Em março de 1973 Donald DeFreeze, condenado por assalto e detido primeiro em Vacaville e depois transferido para a prisão de Soledad consegue escapar. DeFreeze tinha sido dinamizador na cadeia de um grupo chamado “Unsight”, no qual William Wolfe e Russell Little participaram.

Ajudado por estes fixa residência em Berkeley, com as ativistas Nancy Ling Perry e Patricia Soltysik, tornando-se namorado desta última. Poucos meses antes tinham chegado a Berkeley, vindos do Indiana, Bill Harris, um veterano da guerra do Vietname e pacifista e a sua esposa, Emily Harris. O casal foi acompanhado por dois amigos, Gary e Angela Atwood. Estes jovens juntam-se a grupos radicais e conhecem DeFreeze e os seus companheiros. No final do Verão de 1973 estas pessoas decidem fundar o Exército de Libertação Simbionês. O Exército Simbionês de Libertação inspirava-se no marxismo, incluindo entre os seus objetivos de luta acabar com o racismo, a monogamia e o sistema penitenciário. A organização advogava igualmente a formação no interior do território dos Estados Unidos de “lares” para as minorias étnicas. Para alcançar os seus objetivos o grupo adotou a tática de propaganda urbana de Régis Debray, que consistia em praticar uma série de ações selecionadas, como assaltos e homicídios, cujo resultado seria um grande impacto na mídia; estas ações proporcionariam publicidade e em última instância provocariam a revolta popular e a adesão às propostas da organização.        

Talvez o caso mais famoso e mais característico do quadro sintomatológico da doença é o que tem sido reconhecido através de Patty Hearst, que desenvolveu a síndrome em 1974, após ser sequestrado durante um assalto a banco realizado pela organização político-militar Exército de Libertação Simbionesa. Depois de libertada do cativeiro, Patty Hearst juntou-se aos seus raptores, indo viver com eles e sendo cúmplice em assalto a bancos. A síndrome pode se desenvolver: a) em vítimas de sequestro, b) em cenários de guerra, c) sobreviventes de campos de concentração, d) pessoas que são submetidas à prisão domiciliar por familiares, e) também em vítimas de abusos pessoais externos (ruas etc.), f) finalmente, como pessoas submetidas à violência física doméstica (e familiar) em que a vítima é agredida pelo cônjuge, todavia continua a amá-lo e defendê-lo, como se as agressões fossem normais. A síndrome de Estocolmo, comparativamente, pode muito bem ser identificada na literatura infantil. Ocorre no clássico conto francês, escrito por Marie Leprince de Beaumont, nascida Marie-Barbe, com a A Bela e a Fera, a narrativa da história de uma garota bonita e inteligente que é vítima de “cárcere privado” por uma Fera, e por fim desenvolve um relacionamento afetivo e se casa com ela.

Na série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo escrita pelo norte-americano George R. R. Martin, assim como na sua adaptação para a televisão, Game of Thrones, Theon Greyjoy desenvolve um amor por seu raptor e torturador, Ramsay Snow, que o transformou em seu “brinquedo” após castrá-lo e amputá-lo. Na literatura policial, podemos citar o exemplo do livro Stolen, de Lucy Christopher. Nele o personagem, Gemma, é sequestrada por Tyler, o qual a leva para o deserto australiano. A garota tenta escapar em vão. A administração do tempo no encadeamento da relação com o opressor Gemma sente afeto por Tyler, e realmente pode amá-lo. Há correlação da síndrome com dois personagens centrais de “Jogos Mortais”. A jovem ex-drogada Amanda (Shawnee Smith) após ter conseguido concluir uma das provas do cientista e escritor Jigsaw (John Kramer), conquistou a admiração dele por lutar por sua vida e passou a trabalhar para ele, “dando continuidade à sua série de matanças”. No filme “Paranoia”, o personagem Ronnie (Aaron Yoo) fala para Ashley (Sarah Roemer) sobre a síndrome de Estocolmo, após Ashley ter conversado com o assassino da vizinhança, e tê-la convencido de que não era um assassino, achando que Ashley estava apaixonada pelo assassino.

No filme Atame! de Pedro Almodóvar, a protagonista Marina se apaixona pelo raptor Ricky e volta a procurá-lo depois de ser libertada, e numa cena aparentemente inusitada, para casar-se com ele. A síndrome também está presente no filme The World Is Not Enough, da franquia James Bond, a personagem Elektra King (Sophie Marceau), sequestrada por um terrorista internacional de planos maquiavélicos. Na série de TV Homeland, a personagem de Damian Lewis, Nicholas Brody, durante os 8 anos em que ficou preso, desenvolve uma relação afetiva com seu captor, Abu Nazir, devido a pequenos gestos por parte deste, em meio a torturas físicas e psicológicas. Homeland segue Carrie Mathison, oficial de operações da CIA que, depois de conduzir uma operação não autorizada no Iraque, é colocada em liberdade condicional e transferida para o Centro Contraterrorista da CIA em Langley, Virgínia. Enquanto conduzia a sua operação no Iraque, Carrie foi avisada por uma fonte que um prisioneiro de guerra norte-americano passou para o lado da Al-Qaeda. O seu trabalho é complicado quando o seu chefe, David Estes, a chama junto com seus colegas para uma reunião de emergência. Nela, Carrie descobre que Nicholas Brody, um sargento dos Fuzileiros Navais que desapareceu durante o serviço em 2003, foi resgatado numa incursão da Delta Force num complexo pertencente a Abu Nazir. Carrie passa a acreditar que Brody é o prisioneiro de guerra que sua fonte tinha falado. O governo federal e superiores consideraram Nicholas Brody do ponto de vista da corporação como um herói.

Nas explorações da série de TV norte-americana, Criminal Minds a síndrome é inúmeras vezes referidas numa arquetipologia no sentido antropológico de sequestros, como no episódio “The Company” (Episódio 20, Temporada 7), onde a prima do policial Derek Morgan é submetida à síndrome, devido a ter passado 8 anos submissa ao seu agressor. Na música, a banda de rock Muse tem canção intitulada: “Stockholm Syndrome”. Entre letras opacas, é perceptível “a influência real da síndrome na discussão lírica proposta pela música e mesmo pela interpretação da mesma”. A banda de punk rock Blink-182 também tem uma música chamada “Stockholm Syndrome”. Além destas, a banda de rock clássico The Who possui uma música chamada “Black Widow`s Eyes”, que tem a síndrome como tema central. A banda inglês-irlandesa, One Direction, também tem uma música chamada “Stockholm Syndrome”, que faz parte de seu álbum de gravação de estúdio intitulado “Four”. Na música percebe-se a “descrição da síndrome de Estocolmo do ponto de vista da vítima”. Homeland segue Carrie Mathison, oficial de operações da CIA que, depois de conduzir uma operação não autorizada no Iraque, é colocada em liberdade condicional e transferida para o Centro Contraterrorista em Langley, Virgínia. Enquanto conduzia a sua operação geopolítica no Iraque, Carrie foi avisada por uma fonte que um prisioneiro de guerra norte-americano passou para o lado político terrorista da Al-Qaeda

O seu trabalho é complicado quando o seu chefe, David Estes, a chama junto com seus colegas para uma reunião de emergência. Nela, Carrie descobre que Nicholas Brody, um sargento dos Fuzileiros Navais que desapareceu durante o serviço em 2003, foi resgatado durante uma incursão do Delta Force num complexo pertencente a Abu Nazir. Carrie passa a acreditar que Brody é o prisioneiro de guerra que sua fonte tinha falado. Entretanto, o governo federal e seus superiores consideraram Nicholas Brody como um herói. Percebendo que seria quase impossível convencer Estes a colocar Brody sob vigilância, Carrie pede ajuda da única pessoa que ela pode confiar, Saul Berenson. Os dois começam a trabalhar juntos para investigar Brody e impedir um novo ataque em solo norte-americano. A crença de que alguém esteja sendo manipulado ou controlado por forças externas também é reconhecida como um dos principais sintomas do complexo de paranoia, entre outras psicoses. Geralmente, essas sensações são de invasão ou controle total por entidades diversas como satélites governamentais em órbita, agentes do governo, aparelhos de televisão, animais, alienígenas, ou anjos e demônios. Os que sofrem desse tipo de complexo podem chegar a extremos mesmo com uma total falta de evidências sobre o que poderia estar controlando-as. 

Terapia psiquiátrica com medicamentos antipsicóticos pode dar fim à paranoia ou pelo menos minimiza-la. Em alguns casos, no entanto, especialmente em casos de internação, a pessoa pode ver o tratamento como outra forma de controle mental. A crença de uma pessoa de estar sob controle mental é um indicador da psicose apenas quando isto se torna uma fixação obsessiva. Em 2016, pesquisadores relataram que eles acreditam ser o primeiro esforço bem-sucedido para mexer os dedos individualmente e independentemente um do outro usando um braço artificialmente controlado para controlar o movimento. De acordo com o verbete do dicionário de psicologia da American Psychological Association, esse conjunto de sintomas é caracterizado por uma resposta tanto mental quanto emocional em que um prisioneiro – podendo ser um refém, por exemplo – “apresenta lealdade, e até mesmo afeto, pelo seu próprio captor”. Mas, pode existir uma visão distorcida daqueles que oferecem ajuda, sendo estes tomados como inimigos, já que a percepção da realidade está confusa. Sendo o captor aquele que detém o poder de “vida ou morte” do prisioneiro, este acaba por desenvolver uma dependência do primeiro, como forma de sobrevivência. Mas se existia o caráter de defesa, com a progressão da crise ele torna-se uma reação de cópia e de costume. 

Melhor dizendo, numa relação interindividual que já coloca um em papel social de submissão ao outro, o detentor do poder opta por manter a vida do indivíduo, criando, assim, a percepção de gratidão, fidelidade e até mesmo de carinho pelo captor. É um processo social de comunicação que se dá simultaneamente no nível psíquico (mental) e sobretudo físico (cativeiro) de adaptação, mas pari passu de autodefesa, de sobrevivência humana, em que a vítima “seduz” o agressor para eliminar ou reduzir ameaças externas resultantes da ação que a faz vítima por determinada duração de tempo e produção de confinamento espacial. Na praxis a questão da consciência está ligada à ação. Esse pressuposto é fundamental na interpretação de Henri Bérgson, pois que permite que se propague a consciência pela cadeia dos seres vivos. - “Então, a rigor, tudo o que é vivo poderia ser consciente: em princípio, a consciência é coextensiva à vida”. A vida, portanto, implica movimento. Do fato de que o movimento autônomo dos seres vivos implica certa sobrevivência do passado. No presente e a antecipação do futuro, poder-se-ia dizer que o movimento implica memória. E memória implica consciência. A consciência aparece não como metafísica, mas como o que se dá a partir do movimento animado como sua condição e ao mesmo tempo de recurso produzido.

É importante compreender a síndrome de Estocolmo nos dias de hoje porque apresenta relevância cotidiana para milhares de pessoas que vivam relações afetivas em que são feitas vítimas por opressores: a) no âmbito do Estado corporativo, fascista, nazista, stalinista, putinista etc. b) na empresa privada em que podem ser chefes, ou trabalhadores corporativos que, principalmente em sociedades patriarcais, praticam atos abusivos e/ou terrorismo psicológicos, diante de greves legais no setor público, ou, c) violência física contra pessoas que estão em uma relação de dependência em relação àqueles. Neste aspecto social e político a vítima só consegue a libertação psíquica de seu algoz com ajuda da psicologia e da prática associativa da terapia. Questões sobre controle mental são levantadas em debates éticos relacionados ao assunto do livre-arbítrio.  Enquanto o controle mental continua sendo um assunto controverso, a principal possibilidade de suas influências sobre um indivíduo por métodos como publicidade, manipulação da mídia, propaganda, dinâmicas de grupo e pressão pública são bem pesquisados pela psicologia social são indisputados. Manipulação eletromagnética de neurônios, desde que foi descoberto que células neurais podem ser queimadas sob o estabelecimento de uma voltagem potencial ao redor da membrana da célula, por volta da década de 1930, foi sugerida como uma tecnologia empregada como hipnose em vítimas insuspeitas por agentes do governo americano. Esse tipo de hipnose era empregado durante o sono, quando ela desconhece totalmente o que está havendo. O fato de a vítima estar inconsciente disto e, incapaz de impedir o que está sendo feito faz, deste, o único método onde a hipnose, caracterizada por uma maior capacidade de resposta à sugestão, é considerada técnica de controle mental propriamente dito.

Bibliografia geral consultada.

BERLINCK, Manoel Tosta (Organizador), Obsessiva Neurose. São Paulo: Editora Escuta, 2005; DELAGE, Christian, La Verité par l`Image. De Nuremberg au Procès Milosevic. Paris: Éditions Denoël, 2006; SILVA, Roberto Romano da, O Nome do Ódio. São Paulo: Editora Perspectiva, 2009; ABEL, Marcos Chedid, “Verdade e Fantasia em Freud”. In: Ágora (Rio Janeiro) 14 (1) – junho de 2011; DIDI-HUBERMAN, Georges, Peuples Exposés, Peuples Figurants: L`Oeil de l`Histoire 4. Paris: Les Éditions Minuit, 2012; ASSUMPÇÃO, Luís Filipe Bantim, Discurso e Representação sobre as Práticas Rituais dos Esparciatas e dos seus Basileus na Lacedemônia do Século V a. C. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2014; ALVES, José Augusto Lindgren, Os Novos Balcãs. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2014; LIU, Emiliano Palmada, O Conceito de Sobredetermnação em Louis Althusser: Análise Crítica de uma Abordagem sobre a Questão do Método no Marxismo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Guarulhos: Universidade Federal do Estado de São Paulo, 2016;  BACHVAROVA, Elitza Lubenova, Os Arquivos Policiais e a Estruturação da Responsabilização Política na Transição para Regimes Democráticos: A Trajetória do Processo de Abertura dos Dossiês da Polícia Secreta na Bulgária 1989-2007. Tese de Doutorado em História. Programa de Doutorado em História Comparada. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016; MAGER, Juliana Muylaert, É Tudo Verdade? Cinema, Memória e Usos Públicos da História. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História. Faculdade de Educação. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2019; SALGADO, Vitória Totti, Fortaleza Europa? A Securitização dos Fluxos Migratórios nas Fronteiras com o Mediterrâneo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais. Faculdade de Filosofia e Ciências. Marília: Universidade Estadual Paulista 2021; MEDEIROS, Maria Carolina El-Huhaik de, Essa Fez Social: Narrativas de Etiqueta, Socialização Feminina e Aperfeiçoamento Social da Mulher. Tese de Doutorado. Departamento de Comunicação Social. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2022; TEODORO, Elizabeth Fátima; CHAVES, Wilson Camilo; SILVA, Mardem Leandro, “O Feminino na Fantasia: Entre a Dialética do Desejo em Lacan e a Fantasia Social em Žižek”. In: Tempo Psicanalítico. Rio de Janeiro, vol. 55, pp. 6-31, 2023; entre outros.