segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Veículos Automotores - Controle de Ruídos & Perda da Sensibilidade.

                                     O que me preocupa não é o barulho dos maus, mas sim o silêncio dos bons”. Albert Einstein                       

    

           Na física, essa passagem teve o aspecto de uma autêntica revolução. O sistema de Copérnico e sua teoria do heliocentrismo, que situou o Sol como o centro do Sistema Solar contrariando a vigente Teoria Geocêntrica que considerava a Terra como o centro do universo, é considerada como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia e a introdução do método experimental como argumento de prova, devida particularmente a Galileu, abalaram inexoravelmente a herança aristotélica dominante no pensamento filosófico até a Idade Média. As grandes conquistas da astronomia, que culminaram com a síntese newtoniana, resolveram em definitivo os problemas da navegação, que a ciência da etapa anterior foi incapaz de solucionar. A demolição do rígido e secularizado sistema filosófico-religioso herdado da cultura anterior, e os frutos práticos na área gozosa da navegação portuguesa e hispânica, principalmente, libertaram a ciência de sua posição teorética contemplativa, especulativa, e abriram as portas para uma concepção como instrumento de transformação. No Renascimento italiano criaram-se as primeiras universidades que deram margem a novas atividades intelectuais.  

          O físico Albert Einstein foi paradoxal para seus mestres, que nem sempre sabiam responder as suas perguntas nem refutar seus questionamentos tanto políticos quanto existenciais. A física, com as ciências da natureza, faz parte de um complexo integrado de instituições de importância na sociedade contemporânea, não só em função do vulto dos investimentos, como também do contingente humano, do número e da diversidade de organizações comprometidas com sua expansão. Os físicos constituem um grupo de profissionais socialmente prestigiados, formados em organizações próprias. Dispõem de enormes facilidades de trabalho, como laboratórios, bibliotecas, serviços de intercâmbio e divulgação de informações etc., os quais, em muitos aspectos sociais, têm superado as vantagens conquistadas por grupos profissionais mais tradicionais na cultura ocidental, como advogados e médicos. Como possuía caráter individualista e alheio à disciplina prussiana, acaba sendo expulso do Gymnasium. Aos 16 anos abandona a religião judaica que está na obediência espiritual aos mandamentos divinos estabelecidos nos livros sagrados, uma vez que para eles, isso é fazer a vontade de Deus e demonstrar respeito e amor pelo criador. O judaísmo é a religião monoteísta que possui o menor número de adeptos no mundo, tornando-se livre de qualquer tipo de imposição política ou demagógica em sua formação. Ainda que fosse de família judia, Einstein tinha um pensamento sobre religião que foi moldado em sua estada em Zurique, quando os livros do filósofo Baruch de Spinoza, caíram em suas mãos. O Deus de Spinoza era amorfo e impessoal, e per se para a ordem no universo. 

Embora dominadas até meados do século XIX pelas heranças filosóficas de inspiração aristotélico-tomista, abrigaram o trabalho de inúmeros contestadores, entre os quais Galileu. Foram também criadas as primeiras sociedades científicas, a Accademia dei Lincei (1603), em Roma, e a Accademia del Cimento (1651), em Florença. Esse movimento renasceu na Inglaterra, em 1662, com a criação da The Royal Society, logo seguida da França, com a Académie Royale des Sciences, em 1666, e rapidamente atingiu outros países. Outros embriões de organização que apareceram no século XVII foram a criação, em 1672, do Observatoire Royal, em Paris, e Royal Observatory, em Greenwich, em 1675. Foram as primeiras organizações dedicadas a setores da física patrocinadas pelo poder central, e sua criação dependeu em muito do crédito obtido na resolução de problemas astronômicos necessários ao desenvolvimento da camada no âmbito da Era da Navegação, a designação dada ao período da história que decorreu entre o século XV e o início do século XVII, durante o qual, inicialmente, portugueses, depois espanhóis e, posteriormente, alguns países europeus exploraram intensivamente o globo terrestre em busca de novas rotas de comércio. Os historiadores geralmente referem-se à “era dos descobrimentos” como as explorações marítimas pioneiras realizadas por portugueses e espanhóis entre os séculos XV e XVI, que estabeleceram relações com a África, América e Ásia, em busca de uma rota alternativa para as “Índias”, movidos pelo comércio de ouro, prata e especiarias. Também foram as primeiras organizações sociais, e muito tempo as únicas, a oferecerem um emprego regular a especialista. Em 1790, estimava-se em torno de 200 o número de academias.

Essas academias nasceram com o intuito de conferir à ciência um novo status. O esboço dos estatutos da Royal Society, redigido por Robert Hooke, em 1663, estabelece essas metas: O objetivo da Royal Society é aperfeiçoar o conhecimento das coisas da natureza e de todas as artes úteis, manufaturas e práticas mecânicas, engenhos e invenções por meio da experimentação. Apesar do impulso renovador e do embrião de organização em que consistiam, as sociedades científicas eram organizações muito fechadas, mantidas por seus membros, pessoas de renda própria e posição social. Não havia remuneração pelo trabalho científico, situação que perdurou até a segunda metade do século XIX, quando as universidades começaram a acolher institucionalmente a ciência. Somente a partir dessa conjuntura história e teórica o cientista contou com uma organização para a sua formação. Antes disso, todos foram na prática autodidatas. Privatdozent é um título universitário próprio das universidades de língua alemã na Europa. Serve para designar professores que receberam uma habilitação, mas que paradoxalmente, não receberam a cátedra de ensino ou de pesquisa. Por esta razão, o Privatdozent não recebe nenhuma remuneração por parte do governo. Porém, esta é uma passagem obrigatória por concurso público de provas e títulos antes de obter a cátedra. Física representa a ciência que estuda a natureza e seus fenômenos em seus aspectos mais gerais. Analisa suas relações e propriedades, além de descrever e explicar a maior parte de suas consequências. Tem como escopo a dinâmica e a compreensão científica dos comportamentos naturais e gerais do mundo em nosso torno, desde as partículas elementares até o universo como um todo. 

Com o amparo do método científico e da lógica, e tendo a matemática como linguagem natural, esta ciência descreve a natureza através da adoção de modelos científicos. É considerada a ciência fundamental, sinônimo de ciência natural, como a química e a biologia, têm raízes na física. Sua presença no cotidiano humano é muito ampla, sendo praticamente impossível uma completíssima descrição dos fenômenos físicos em nossa volta. A aplicação da física para o benefício humano contribuiu de uma forma inestimável para o desenvolvimento de toda a tecnologia moderna, desde o automóvel aos computadores quânticos. A física é uma ciência influente na sociedade e suas dinâmicas frequentemente traduzidas no desenvolvimento de novas tecnologias. O avanço nos conhecimentos em eletromagnetismo permitiu o desenvolvimento de tecnologias que certamente influenciam o cotidiano da sociedade moderna: o domínio da energia elétrica permitiu o desenvolvimento e construção dos aparelhos elétricos; o domínio sobre as radiações eletromagnéticas e o controle social refinado das correntes elétricas permitiu o surgimento da eletrônica e a consequente apropriação desenvolvimento das telecomunicações globais e da informática. Como ciência, a Física tem base social e não é estática. Físicos ainda trabalham para conseguir resolver problemas de ordem teórica, como a “catástrofe do vácuo”, gravitação quântica, termodinâmica de buracos negros, dimensões suplementares, flecha do tempo, inflação cósmica e o mecanismo de Higgs. Ainda existem fenômenos observados empírica e experimentalmente que ainda carecem de explicações científicas, como a possível existência da matéria escura, raios cósmicos com energias teoricamente muito altas e até mesmo observações cotidianas como a turbulência. Equipamentos sofisticados foram construídos, como o Large Hadron Collider, o maior acelerador de partículas atômicas, situado na Organização Europeia para a Investigação Nuclear.

         Neste contexto de socialização os procedimentos didáticos costumam se pautar  não apenas nos conteúdos a serem estudados, mas também em atividades práticas, que evoquem situações cotidianas de aprendizados importantes. É a partir daí que a escola deve desenvolver o ensino da Física nos primeiros anos de aprendizagem da vida escolar. Não há discordância em relação à idade ideal para a introdução do ensino da Matemática na educação. A partir dos seis meses de vida os bebês já identificam a diferença entre conjuntos de elementos que contenham quantidades diferentes. A partir dos três anos de idade, eles já entendem as operações básicas de adição e subtração. Na vida cotidiana a Matemática deve proporcionar, na prática, a exploração dos diversos preceitos gnosiológicos, abordando medidas, proporções e formas geométricas, de forma que os alunos desenvolvam e nutram prazer e curiosidade por esses procedimentos. Essa proposta deve trazer elementos do mundo real, utilizando-se de experiências da linguagem no desenvolvimento de didáticas que ampliem suas noções matemáticas. A Física é uma ciência fundamental para diferentes aspectos da vida contemporânea, desde os avanços tecnológicos a situações e necessidades da vida cotidiana nas esferas de ação social que vão desde a gravitação à esfera da ação política.

          Ipso facto o mapeamento sonoro urbano é importante socialmente para todas as regiões do país, de dimensões continentais, pois ajuda o poder público a planejar melhor a cidade e alocar empreendimento como escolas, hospitais, conjuntos de prédios residenciais distantes de fontes de ruído. O barulho em excesso pode causar, além da perda auditiva, alterações no sono, irritação, depressão, zumbido, agressividade, perda de desempenho cognitivo, entre outras doenças. As ações humanas no meio ambiente têm causado profundos impactos no comportamento da Terra. Entre os níveis de poluição, uma das piores é a sonora, que está em segundo lugar como maior causadora de doenças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), à frente da poluição da água e só atrás da poluição do ar.  O ruído em excesso com a utilização de veículos sonoros pode causar, além da perda auditiva, alterações no sono, irritação, depressão, zumbido, agressividade, perda de desempenho cognitivo, entre outras doenças. De acordo com o engenheiro Juan Frias, coordenador do Comitê Acústica Ambiental da ProAcústica, a prefeitura de São Paulo – que sancionou a Lei 16.499, em 2016 estabelece a obrigatoriedade do Mapa de Ruído Urbano. Na Europa os mapas de ruído são confeccionados, na maioria, a cada quinquênio. 

        As atualizações servem para comparar e interpretar o novo mapa com o anterior e para identificar mudanças nas paisagens sonoras das cidades. Momento que é verificado se determinadas áreas ou bairros estão melhorando ou piorando, estão mais ruidosos ou silenciosos e se as ações urbanísticas dão resultados. Organização Mundial da Saúde (OMS) representa uma agência especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas. Sua sede é em Genebra, na Suíça. O diretor-geral é, desde julho de 2017, o etíope Tedros Adhanom. A OMS tem suas origens nas guerras do fim do século XIX (México, Crimeia). Após a 1ª Grande Guerra (1914-1918), a SDN criou seu comitê de higiene, que foi o embrião da OMS. Segundo sua constituição tem por objetivo desenvolver o nível de saúde dos povos. A saúde sendo definida nesse mesmo documento como um “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade”. Além de coordenação dos esforços para controlar surtos de doenças, como a malária e a tuberculose, patrocina programas para prevenir e tratar tais doenças. A OMS apoia o desenvolvimento e distribuição de vacinas seguras e eficazes, diagnósticos farmacêuticos e medicamentos por meio do Programa Ampliado de Imunização

           Após mais de duas décadas de luta contra a varíola, a OMS declarou em 1980 que a doença havia sido erradicada. A primeira doença na história a ser erradicada pelo esforço humano. Eça tem como objetivo erradicar a pólio entre os próximos anos. Supervisiona a implementação do Regulamento Sanitário Internacional, e publica uma série de classificações médicas, incluindo a Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID), a Classificação Internacional de Funcionalidade, a Incapacidade e Saúde (CIF) e a Classificação Internacional de Intervenções em Saúde (ICHI). Publica regularmente um Relatório Mundial da Saúde, incluindo uma avaliação de especialistas sobre a saúde global. Além disso, a OMS realiza diversas campanhas de saúde - por exemplo, para aumentar o consumo de frutas e vegetais em todo o mundo e desencoraja o uso do tabaco. Cada ano, a organização escolhe o Dia Mundial da SaúdeO ruído ambiental representa o resultado da “poluição sonora” proveniente do exterior, causada por transportes, atividades industriais e recreativas. O efeito social do ruído é descrito como “som indesejado” e, nesse contexto, o ruído ambiental geralmente está presente de alguma forma nas áreas da atividade humana, animal ou ambiental. Não po acaso os efeitos sociais, e por que não dizer perversos, da exposição ao ruído ambiental em seres humanos, podem ser emocionais, fisiológicos e/ou psicológicos. 

        Do ponto de vista técnico-metodológico o ruído em níveis baixos não é necessariamente prejudicial; o ruído ambiental também pode transmitir uma sensação de prazer em um ambiente e, portanto, não é sempre considerado “indesejado”. No entanto, os efeitos adversos da exposição ao ruído, ou seja, de impacto social de poluição sonora, podem incluir sintomas auditivos: como perda auditiva temporária, ou permanente, zumbido, plenitude auricular, tontura e não auditivos: cefaleia, distúrbios gástricos, alterações transitórias na pressão arterial, problemas cardiovasculares relacionados ao ambiente social de estresse, ansiedade, além de distúrbios da visão, atenção e memória, do sono e do humor. Sendo assim, o ruído ambiental é estudado, regulado e monitorado por governos e instituições. A base das decisões é apoiada pela medição precisa do ruído. A normalização governamental e de instituições sociais cria várias recomendações e normas diferentes de controle social global. O ruído é medido em decibels (dB) usando um medidor de nível de pressão sonora. As medições são tipicamente realizadas ao longo de um período de semanas, em todas as condições meteorológicas.

O ruído do transporte é normalmente emitido pelo veículo, por exemplo, o motor ou o escapamento, e pelo ruído aerodinâmico da aeronave causado pela compressão e fricção no ar ao redor da embarcação durante o movimento. O ruído industrial e recreativo poderia ser gerado por uma multiplicidade de diferentes fontes sonoras ou atividades sociais. O ruído industrial pode ser gerado por empresas com a fabricação ou montagem de produtos, geração de energia de hidroeletricidade ou turbinas eólicas, atividades de construção ou instalações de processamento agrícola e de pecuária. Fontes de ruídos recreativos variam muito, mas podem incluir festivais de música, tiro ao alvo, eventos esportivos, corridas de carro, marcenaria, bares, atividades de lazer na rua etc. A propagação do som ao ar livre está sujeita a efeitos meteorológicos que afetam proporcionalmente a distância, velocidade e direção com que o ruído ambiental se propaga da fonte comunicativamente do emissor para o receptor. Novas soluções tecnológicas chegam para ajudar a combater o ruído urbano, entre o veículo mais poluente, segundo o trânsito de veículos automotores. Os motores elétricos mais silenciosos que os à combustão chegam, até onde parece, como uma solução eficiente para o problema das cidades. Segundo Juan Frias, para que essa mudança social e tecnológica seja significativa a presença de veículos com motores elétricos precisa ser alta, posto que o ruído de carros convencionais possuem três tipos essenciais.

Aos países-membros da Comunidade Europeia (CE), a Diretiva 2002/49/CE torna obrigatória a utilização de mapas e planos de ação para gestão da poluição sonora em aglomerados com mais de 250.000 habitantes. Países como a França e a Espanha estão à frente na implantação sistemática do mapeamento de ruído como ferramenta de avaliação sonora urbana capaz de auxiliar planos estratégicos de ação para controle do ruído ambiental. A informação dos mapas é disponibilizada à população em plataforma online para todo cidadão. Na França, a plataforma online constitui um meio pelo qual o cidadão pode acessar informações sobre o ruído em quaisquer localidades, bem como as ações concretas colocadas em prática pelo poder público para atenuação do incômodo ao ruído. Ainda que inexista uma política nacional efetiva de avaliação e gestão do ruído como na Europa, a recente iniciativa do poder público mostra que o tema do impacto ambiental sonoro nas grandes cidades brasileiras vem sendo objeto de notoriedade. O mapeamento acústico está sendo progressivamente utilizado no Brasil, deixando cada vez mais de estar restrito ao academicismo e ganhando destaque de forma sistemática pelas políticas públicas de planejamento urbano.  A cidade de Fortaleza, no Ceará, é um exemplo deste aspecto de controle técnico-científico, apresentando um programa de mapeamento sonoro realizado pela Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano.

O decibel teve origem nos métodos usados para quantificar a perda de sinal em circuitos telegráficos e telefônicos. Até meados da década de 1920, a unidade de perda era a designada Miles of Standard Cable (MSC), sendo que um 1 MSC correspondia à perda de potência que era medida quando o sinal percorria uma milha (aproximadamente 1,6 km) de cabo telefônico padrão a uma frequência de 5000 radianos por segundo (795,8 Hz). Tal valor correspondia sensivelmente à menor atenuação detectável por um ouvinte médio. Para este efeito específico, um cabo de telefone padrão representava “um cabo com resistência uniformemente distribuída de 88 ohms por loop-milha e shunt com capacitância uniformemente distribuída de 0,054 microfarads por milha” correspondendo aproximadamente a fio de bitola 19.  Em 1924, os membros do International Advisory Committee on Long Distance Telephony in Europe deram parecer favorável a uma proposta elaborada pelo Bell Telephone Laboratories visando uma nova definição de unidade de atenuação que substituísse o “Miles of Standard Cable” (MSC) a que deram inicialmente o nome de Unidade de Transmissão (Transmission Unit) ou TU. A nova unidade foi definida de forma que 1 Transmission Unit, fosse dez vezes o logaritmo de base 10 da razão entre a potência medida e uma de referência. Em 1928, o Sistema Bell renomeou o TU para “decibel”, considerando a nova unidade como um décimo de uma unidade recém-definida para o logaritmo de base 10 do rácio das potências a que, por sugestão do Comitê Consultivo Internacional em Telefonia de Longa Distância, deram o nome de “bel”.  Neste aspecto, a elaboração da Carta Acústica de Fortaleza, como ficou reconhecido o programa de mapeamento acústico da cidade, foi motivada pelas frequentes reclamações da população em relação à poluição sonora, e inspirada no mapeamento acústico de Lisboa, resultou de um trabalho da Secretaria do Meio Ambiente de Fortaleza e José Luis Bento Coelho, especialista em Acústica do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Portugal. 

O programa teve por objetivo diagnosticar a poluição sonora no município e propiciar as informações para melhoria da qualidade sonora da cidade e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. O viés participativo do programa foi preconizado, segundo Croce e Torres (2019) reforçando a importância do aspecto colaborativo e acessível do instrumento de avaliação sonora. Outra iniciativa de relevância foi a discussão recente sobre a incorporação do mapeamento de ruído no Plano Diretor da cidade de São Paulo. O Projeto de Lei 75/2013 previa a elaboração do mapa de ruído urbano enquanto instrumento para o Poder Público Municipal visando, dentre outros, conscientizar a população sobre os efeitos do ruído na saúde humana, identificar a diversidade de fontes emissoras de ruído, fomentar o uso de novas tecnologias para mitigar as emissões de ruído acima dos níveis estabelecidos pela legislação e normas vigentes, difundir campanhas educativas sobre as fontes de emissões de ruído e suas responsabilidades, elaborar o Plano de Ação para Redução de Ruídos, e realizar consultas públicas junto à população. A inviabilidade do projeto, contestada pelo então prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), foi justificada, dentre outros motivos, pelo prazo limitado para elaboração técnica dos mapas. Existe, porém, o Mapa de Ruído Urbano Piloto de São Paulo, elaborado pelo grupo de trabalho - GT Mapa de Ruído, do Comitê Acústica Ambiental que vem trabalhando na definição das diretrizes para melhorar o mapeamento acústico assim como a modelagem da área piloto. Os casos de Fortaleza e São Paulo demonstram a maior da incorporação sistemática dos processos de gestão do ruído ambiental pelas políticas de planejamento e ordenamento urbano no Brasil. Se avaliarmos a crescente notoriedade da área de acústica comparada no Brasil nos últimos anos, ainda que lenta e resguardada pelo tradicionalismo e limitações intrínsecas ao funcionamento do setor público, é possível estimar a tendência promissora de conquistas e casos de sucesso cada vez mais frequentes na área.

Historicamente o nome da unidade era uma homenagem ao pioneiro das telecomunicações Alexander Graham Bell (1847-1922), um cientista, inventor social e fonoaudiólogo britânico, naturalizado norte-americano, fundador da Bell Telephone Company, a empresa protagonista dos primeiros passos da implantação do telefone como meio de comunicação de massas à escala internacional. Embora historicamente Bell tenha sido considerado como o “inventor do telefone”, o italiano Antonio Meucci foi reconhecido como o seu verdadeiro inventor, em 11 de junho de 2002, pelo Congresso dos Estados Unidos, através da resolução n° 269. Meucci vendeu o protótipo do aparelho a Bell na década de 1870. Bell desenvolveu muitas outras invenções, entre elas a construção do hidrofólio e vários estudos de aeronáutica. O seu pai, avô e irmão desenvolveram trabalho em fonologia e locução, o que influenciou profundamente o interesse de Alexander Bell pela investigação em som, e as suas experiências em aparelhos auriculares. Em 1888, Bell foi um dos fundadores da National Geographic Society e em 7 de janeiro de 1898 assumiu a presidência da instituição. Além do trabalho como cientista e inventor social, Bell era “favorável à esterilização compulsiva, tendo liderado algumas organizações favoráveis à eugenia”. Bell patenteou o seu telefone nos Estados Unidos da América no início de 1876, e por estranha coincidência, Elisha Gray (1835-1901), um engenheiro eletricista que cofundou a Western Electric Manufacturing Company e submeteu no mesmo dia outra patente do mesmo gênero. O transmissor de Gray pode ter sido inspirado num dispositivo antigo, reconhecido como “telefone dos amantes”, no qual dois diafragmas são unidos por um fio esticado, e a voz é transmitida pela vibração mecânica do fio.

A patente de Graham Bell foi contestada com reivindicador para “a honra e recompensa de ser o inventor original do telefone”. O mais importante foi Antonio Meucci, um emigrante italiano, que demonstrou com forte evidência que em 1849, em Havana, Cuba, “tinha experimentado a transmissão de voz pela corrente elétrica”. Continuou a sua pesquisa entre os anos 1852 e 1853, e subsequentemente nos Estados Unidos, e em 1860 pediu a um amigo que visitava a Europa que procurasse pessoas interessadas na sua invenção. Em 1871, Meucci arquivou um requerimento no Gabinete de Patentes dos Estados Unidos, e tentou convencer o Sr. Grant, presidente da Companhia Telegráfica de Nova Iorque (EUA), a experimentar o instrumento. A doença e a pobreza, consequência de um ferimento devido a uma explosão a bordo de um barco, retardaram as suas experiências, e impediram que terminasse a sua patente. O instrumento experimental de Meucci foi exibido na Exposição de Filadélfia de 1884, e atraiu muita atenção do público, mas o modelo demonstrado não estava completo. No pedido de patente de 1872 diz que “eu emprego o bem conhecido efeito condutor dos condutores metálicos contínuos como meio para o som, e aumento o efeito eletricamente isolando o condutor e as partes que estão em comunicação. Isto dá forma a um telégrafo falador sem a necessidade de qualquer tubo oco”. Na conexão com o telefone usou um alarme elétrico.

Dada a sua maior adequação aos valores técnico-metodológicos geralmente medidos, o decibel representou a unidade de trabalho proposta, sendo por isso o item bel raramente usado. A origem da nomenclatura e a definição inicial do decibel são descritas no anuário de 1931 do National Institute of Standards and Technology ao tempo, o National Bureau of Standards (NBS), uma agência governamental não regulatória da administração de tecnologia do Departamento de Comércio dos Estados Unidos da seguinte forma: Desde os primeiros tempos do telefone, foi reconhecida a necessidade de uma unidade para medir a eficiência de transmissão das instalações telefônicas. A introdução do cabo em 1896 proporcionou uma base estável para uma unidade conveniente e a “milha de cabo padrão” entrou em uso geral pouco depois. Essa unidade foi empregada até 1923, quando uma nova unidade foi adotada mais adequada para o método de trabalho telefônico moderno. A nova unidade de transmissão é amplamente utilizada entre as organizações telefônicas estrangeiras e foi denominada “decibel” por sugestão do Comité Consultivo Internacional de Telefonia de Longa Distância. O decibel pode ser definido do ponto de vista técnico-científico quando “duas quantidades de potência diferem em 1 decibel quando estão na proporção de 100,1 e duas quantidades de potência diferem em N decibéis quando estão na proporção de 10N (0,1)”. Istoquer dizer que especificamente o número de unidades de transmissão que expressam a proporção de duas potências é dez vezes o logaritmo dessa proporção.

Este método de designar o ganho ou perda de potência em circuitos telefônicos permite a adição ou subtração direta das unidades que expressam a eficiência de diferentes partes do circuito. Em 1954, Joseph Warren Horton (1889-1967) do U.S. Navy Underwater Sound Laboratory argumentou que o uso do decibel como unidade para quantidades diferentes da perda de transmissão levara à confusão e sugeriu o nome logit para magnitudes padrão que se combinam por multiplicação, para contrastar com o termo unidade que seria reservado para magnitudes padrão que combinam por adição. Em abril de 2003, o Comitê Internacional de Pesos e Medidas considerou uma recomendação para a inclusão do decibel no Sistema Internacional de Unidades, mas decidiu contra a proposta. No entanto, o decibel é reconhecido por outros organismos internacionais, como a International Electrotechnical Commission (IEC) e a International Organization for Standardization (ISO). O IEC permite o uso do decibel com grandezas de potência-raiz e de potência e esta recomendação é seguida por muitos organismos de padronização nacionais, como o National Institute of Standards and Technology (NIST) dos Estados Unidos da América (EUA), o que justifica o uso do decibel para relações de voltagem. Apesar do seu uso muito difundido, a utilização de sufixos como referência a valores base (como em dBA ou dBV) não são reconhecidos pelo IEC nem pela ISO.

Inversamente a dosimetria de ruído foi desenvolvida de modo a identificar e qualificar a magnitude do risco físico ao ruído dentro dos ambientes ocupacionais. Ela é considerada uma análise de ruído e acontece através do dosímetro, um aparelho capaz de medir o nível de ruídos do ambiente. O aparelho é carregado pelo próprio funcionário durante um período a fim de coletar informações sobre o ambiente. Uma vez coletado, os dados registrados são capazes de identificar possíveis riscos e de exposição. Dessa forma os dados permitem também que a equipe de trabalho desenvolva ações para minimizá-los. Vale lembrar, que antes de fazer a medição é importante que a equipe de segurança do trabalho tenha em mente o objetivo da análise. Ou seja, realize para saber se pode evitar perdas auditivas ou transtornos psicológicos, assim como identificar a poluição sonora dentro do ambiente de trabalho. Antes de realizar a dosimetria de ruído também é importante regular o dosímetro através de um calibrador acústico para ter eficiência na aferição. Outro ponto importante é ficar atento ao tipo de padrão temporal do ruído, ou seja, se ele será realizado de forma contínua ou variável. As características do ambiente, onde as fontes dos ruídos, assim como os horários e a localização das pessoas passam a fazer parte da análise. Essas informações técnicas são importantes para avaliar os limites extrapolados e o que fazer para evitar a exposição. A perda auditiva no ambiente de trabalho corresponde a 30 a 35% dos casos de doenças ocupacionais segundo a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) e é per se que ela é importante. Ao analisar a exposição de seus colaboradores, as empresas obtêm ganhos na qualidade de vida das pessoas e no aumento da sua produtividade e diminuição dos afastamentos.

Os níveis de ruídos em excesso interferem na saúde auditiva e também na saúde mental, onde acidentes ocupacionais podem acontecer. Além disso, conforme a NR15 o máximo de ruído permitido dentro do ambiente de trabalho é 85 dB em uma jornada de trabalho de 8 horas, sendo assim a dosimetria de ruído é obrigatória para garantir a saúde coletiva do trabalhador. Os sons são de velocidades baixas, intermediárias e altas. No primeiro o som que prevalece é do motor, no segundo o da interação entre o pneu e o pavimento e, no terceiro, o ruído aerodinâmico. Se considerarmos as ruas de menor velocidade onde o volume de trânsito é alto e não permite atingir grandes velocidades, teríamos uma contribuição importante do ruído do motor e, consequentemente, dos motores elétricos na redução de ruído. - Em uma rua de baixa velocidade para se obter uma redução de 3 decibel (dB) é necessário ter a presença de 50% de veículos elétricos. Com 75% de motores elétricos, em tráfego lento, se consegue uma redução de até 6 (dB). As entregas feitas por motocicletas (cf. Forcetto, 2016) se tornaram uma fonte de poluição sonora muito significativa e com poucas ações de fiscalização sobre o barulho dos escapamentos.  Na maioria das cidades brasileiras em 2020, o tráfego urbano reduziu bastante, mas, ao mesmo tempo, aumentou a circulação de veículos de entrega de produtos e de refeições. Apesar de Salvador ter a maior população entre as capitais nordestinas, Fortaleza ocupa o primeiro lugar no ranking da quantidade de veículos. A capital cearense atingiu a marca de 1.182.684 veículos na frota total, somando carros, motos e motonetas. A frota de motocicletas e motonetas em Fortaleza, no estado do Ceará, chegou a 1,7 milhão, em 2021, segundo dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este número é 85% maior do que em 2011. Com a maior frota nordestina, Fortaleza, no Ceará, tem 352.157 veículos, 128.266 a mais que Teresina (PI), que ocupa a 2ª posição da região.

         Em 1828, os primeiros shoppings centers foram criados nos Estados Unidos, no estado de Rhode Island. A Galleria Vittorio Emanuele II, em Milão, cujo nome homenageou o então rei da Itália, foi criado na década de 1860. O primeiro shopping center brasileiro foi inaugurado em 1966, o Shopping Center Iguatemi na cidade de São Paulo e, quatro anos mais tarde, entrou em operação o segundo empreendimento deste tipo, o Conjunto Nacional Brasília, na Capital Federal. Contudo, foi a partir dos anos 1980 que o número de shopping centers no Brasil cresceu de forma acentuada, tendo praticamente dobrado a cada cinco anos até o final da década de 1990, quando começou a diminuir o ritmo de crescimento. O imóvel está localizado na Avenida Washington Soares, 85, bairro Edson Queiroz, município de Fortaleza, estado de Ceará. O empreendimento está situado na zona Leste da capital cearense. Além do logradouro oficial, apresenta acesso secundário pela Avenida Sebastião de Abreu. Como referência, o imóvel está situado a um raio de perímetro urbano de 1,5 km do Centro de Eventos do Ceará e Universidade de Fortaleza; 4,2 km do Shopping Rio Mar Fortaleza; 4,3 km do Shopping Aldeota; 5,0 km da Orla da Praia de Mucuripe e bairro Meireles, setor turístico de Fortaleza; 6,0 km do centro de Fortaleza; 6,4 km do Via Sul Shopping Mal. O Shopping Iguatemi está posicionado na entrada do bairro Edson Queiroz, logo após extensas áreas de preservação do Parque do Rio Cocó. A região é caracterizada pela ocupação residencial, de combinação arquitetônica com uma tipologia horizontal e vertical e construtivo variado entre médio a alto. O shopping conta com mais de 450 lojas e quiosques nos andares e um estacionamento que comporta até 6.700 veículos.

         Ao longo do corredor da Avenida Washington Soares, observa-se a presença de diversos imóveis comerciais e institucionais, com destaque para Leroy Merlin (vizinha), o Centro de Eventos do Ceará, Campus da Universidade de Fortaleza, Fórum Clovis Beviláqua, além de supermercados, concessionárias de veículos, malls e lojas de material de construção. O local é  servido por serviços públicos básicos: rede de abastecimento de água, de energia elétrica, de esgoto, de comunicações, galerias de água pluvial, conservação de vias públicas, limpeza pública, ruas pavimentadas, iluminação pública, coleta de lixo e entrega postal. Quanto a malha viária, o imóvel possui frente para as avenidas Washington Soares e Sebastião de Abreu, vias de ligação das regiões centrais (orla) e Leste, com a capital aos bairros nobres do município de Eusébio. Quanto ao transporte público urbano as linhas de ônibus ligam ao centro e outros pontos dos municípios de Fortaleza. Em relação ao transporte aéreo, o Aeroporto Internacional de Fortaleza fica a cerca de 10km do Shopping Iguatemi funcionando mormente com voos domésticos e internacionais.  

O grande número de inaugurações em torno de 200 empreendimentos em 10 anos elevou o estoque de “área bruta locável” (ABL) em mais de 160%, passando de pouco mais de 2 milhões para quase 6 milhões de m² locáveis. A estagnação dos investimentos institucionais no final dos anos 1990 levou a uma diminuição da liquidez deste produto e, consequentemente, à redução do número de novos empreendimentos nos inícios dos anos 2000. Colaboraram também para esta desaceleração o alerta surgido pelo insucesso de alguns empreendimentos mal planejados e a saturação do mercado dos grandes centros. A partir de 2005, o setor ganhou novo impulso em virtude do cenário macroeconômico de estabilidade e crescimento que começou a se apresentar, assim como pela demanda de grupos investidores estrangeiros em volume sem precedentes no segmento. Ocorreram aquisições de participações em diversos empreendimentos e foram apresentadas previsões de lançamento de uma série de novos projetos, além de expansões e reformas dos existentes. A partir do segundo semestre de 2008, com a deflagração da crise mundial, e durante o ano de 2009, muitos projetos de shopping centers foram “colocados em espera”. Apenas projetos que já haviam sido iniciados continuaram a ser desenvolvidos. Entretanto, muitos na escala dos projetos que estavam em espera foram retomados a partir do ano de 2010, assim como outros surgiram após essa data, culminando com a maior entrega de nova ABL já vista historicamente nos anos de 2011 a 2013. Entre o início de 2011 e 2013, o estoque de ABL no país cresceu cerca de 34%.  Com a sexta expansão do Shopping Iguatemi na Capital cearense, a grife Zara ocupará um espaço da maior loja da nova área de irradiação do centro comercial. 

Serão 2.800 m², distribuídos em dois andares, com roupas para os públicos masculino, feminino e infantil. - “A marca fala por si só. Da classe C à classe A, todos conhecem a Zara. Com presença global, a rede era a última que faltava no mix de lojas do Iguatemi Fortaleza, deixando-o mais atrativo”, destaca Gerardo Jereissati, vice-presidente da Jereissati Centros Comerciais, responsável pelo shopping. Outras 129 lojistas estão confirmadas na expansão do Iguatemi, que passará dos atuais 62 mil m² para 93 mil m² de área bruta locável (ABL). São 31 mil m² a mais, o que representará ao final da obra 450 lojas em funcionamento em todo o shopping center. Das lojas que vão ser inauguradas, 90% são novas marcas a compor o mix do local. Entre elas, grifes de peso nacional e internacional como as joias Swarovski e Pandora, os eletrônicos Samsung, Fastshop, a marca esportiva Adidas, de moda Guess e Ricardo Almeida e ainda a rede de restaurantes australiana Outback. Segundo Gerardo Jereissati, algumas das grifes de quiosques espalhados pelo shopping passarão ao status de loja com a ampliação. Uma delas é a marca de cosméticos MAC, assim como as já citadas Samsung e Pandora, por exemplo. Outro atrativo dessa expansão, aponta, são as áreas de alimentação. Conforme disse, além de uma praça de alimentação convencional, o Iguatemi terá uma área exclusiva para restaurantes, com pelo menos cinco grandes nomes compondo o local. Ao lado do Outback, estarão Tio Armênio, Santa Grelha, La Pasta Gialla e Sal e Brasa. Também merece destaque, elenca, a academia de ginástica Body Tech, que ocupará o último andar dos três que serão disponibilizados com a ampliação do centro de compras.

Com 2.600 m², ela será a segunda maior área locada dessa expansão. – “Será uma academia completa. Na verdade, uma academia clube, com piscina de raia e tudo o mais”, comemora Gerardo Jereissati. Ao mesmo tempo em que cresce a oferta de produtos e serviços para seus clientes, aumenta ainda o tamanho do estacionamento, que hoje disponibiliza 3.900 vagas, mas que terá 1.300 espaços para carros, somando 5.200 vagas ao todo. Neste cenário, principalmente lojas “satélites” não conseguiram absorver esta nova ABL na mesma velocidade em que novos empreendimentos iam sendo inaugurados, fazendo com que muitos desses novos shopping centers fossem obrigados a abrir suas portas com altas taxas de vacância. Em alguns casos, superior a 30% de suas ABLs. Por este motivo, muitos dos projetos anunciados para 2014 e 2015 foram postergados ou cancelados e, atualmente, a maior parte dos principais players de mercado estão focando seus esforços em ocupar as áreas vagas de seus shopping centers. Em 2017, a entrega de novos empreendimentos atingiu seu menor valor desde 2006, representando menos de 400.000 m² da chamada “área bruta locável” (ABL). Em 2018, observou-se o início da recuperação comercial do setor, com ABL entregue de 425.000 m². O extraordinário emprendimento Shopping Iguatemi (CE) foi inaugurado em abril de 1982 e passou por diversas formas de expansões, sendo a última inaugurada em outubro de 2017. De acordo com as informações coletadas, em setembro de 2019 o shopping apresentava um total de 433 lojas e “área bruta locável” de 88.073,70 m².

Nesta data 395 lojas estavam em operação, com 1 supermercado da bandeira Extra, 09 lojas âncoras, 10 megalojas, 1 cinema da bandeira  United Cinemas International (UCI), 5 operações de games/lazer, 75 lojas de alimentação/fastfood, e 293 satélites, representando 95% da ABL. UCI é uma marca de cinema, atualmente em operação na Alemanha, Itália, Portugal e Brasil, que pertence desde 2004 ao Grupo Odeon Cinemas , cujo proprietário é agora a AMC Theatre, com exceção da UCI Cinemas Brasil que é propriedade da National Amusements. A chegada da empresa no Brasil se deu em junho de 1996, sendo que seu primeiro complexo, detendo 10 salas e instalado no Estação Plaza Shopping da cidade de Curitiba (PR), foi inaugurado em novembro de 1997. A segunda unidade, de 11 salas, foi aberta na cidade de Ribeirão Preto (SP), em 20 de abril de 1998. O ano de 1998 foi o da consolidação das joint ventures, com a abertura em 11 de julho do UCI Orient Shopping da Bahia, na cidade de Salvador, com 12 salas, numa parceria com a Orient Cinemas, o primeiro multiplex da região Nordeste. A cidade do Recife (PE) ganharia dois cinemas da parceria UCI/Kinoplex, formada com o Grupo Severiano Ribeiro, instalado no Shopping Recife (PE), com 10 salas, em 17 de agosto daquele ano, e o segundo no Shopping Tacaruna, com 8 salas, no mês de setembro.

Em novembro de 1999 a UCI Cinemas inaugurou o maior cinema do Brasil em número de salas - 18 no total, no shopping New York City Center, localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, não tendo sido ultrapassado. Em março de 2002, a empesa já havia gasto no país R$ 107 milhões, detendo nove complexos e 99 salas nas cidades de Curitiba, Recife, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, São Paulo e Salvador, havendo a intenção de investir mais R$ 60 milhões nos cinco anos seguintes. Em novembro de 2005, a UCI Brasil foi adquirida pela empresa National Amusements que também é dona da multinacional Viacom, dona do estúdio Paramount Pictures), uma empresa gigante norte-americana no setor de entretenimento, fundada em 1936. Em julho de 2011 inaugurou a primeira sala IMAX no Brasil no complexo do New York City Center, do Rio de Janeiro. Ainda no mesmo ano, foi a primeira cadeia de cinemas no Brasil a adotar a resolução 4K, seguida pela Cinépolis. Entre os dias 20 e 27 de outubro de 2021, a UCI e a Cinépolis aderiram em todo o Brasil a iniciativa Cinema é 10 criada pela Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex realizada com apoio da Associação Brasileira de Shopping Centers que permitem que tais redes de entretenimento tenham ingressos no valor de dez reais, para incentivar do ponto de vista merceológico o retorno do público aos cinemas. No mês de novembro de 2021, a UCI criou a “Segunda Mania”, que permite que os  consumidores de São Paulo paguem meia-entrada nas segundas-feiras. 

O imóvel Iguatemi possui 6.200 vagas demarcadas para automóveis, o que representa uma relação de vagas por área bruta locável de cerca de 1:15. De acordo com as informações coletadas junto à Administração, a área bruta locável do empreendimento em setembro de 2019 estava distribuída da seguinte forma: Âncoras 32.482,04 (37%); Megalojas 7.053,63 (8%); Vestuário 12.669,29 (14%); Artigos do Lar 700,36 (1%); Artigos Diversos 7.406,24 (8%); Alimentação 11.606,92 (13%); Lazer 7.435,97 (8%); Conveniência/Serviços 4.712,93 (5%); Lojas Vagas 4.006,32 (5%) - Total 88.073,70 (100%). Os dados estatísticos referem-se ao período entre setembro de 2014 e agosto de 2019, e provêm do cruzamento das informações no Relatório de Valoração (2020) pela administração do Shopping Center e pelo empreendedor. Nos últimos 12 meses, a receita líquida mensal média está em torno de R$ 95,33/m² de área bruta locável total. Em valores corrigidos pela inflação, a distribuição corresponde a uma média de R$ 96,69/m² de área mês. A receita líquida, segundo o Relatório, distribuída representa o resultado financeiro final do empreendimento e à receita líquida operacional descontada dos valores pagos a título de comissão de locação de lojas e de investimentos realizados pelo empreendedor do shopping center. Nos últimos 12 meses, a receita líquida distribuída mensal média está em torno de R$ 90,05/m² de ABL total. Em valores corrigidos pela inflação, corresponde a uma média de R$ 91,34/m² de áreas bruta locável por mês.

          As paixões humanas só se detêm diante de uma força moral que elas respeitam. Se qualquer autoridade desse gênero inexiste, em tese é a “lei do mais forte” que reina e, latente ou agudo, o estado de guerra é necessariamente crônico.  Que tal anarquia seja um fenômeno sociológico mórbido, é mais que evidente, pois ela vai contra o próprio objetivo de toda a sociedade, que é suprimir ou, pelo menos, moderar a guerra entre os homens, subordinando a lei física do mais forte a uma mais alta em sua dimensão muscular. Para justificar esse estado de não-regulamentação, salienta-se que ele favorece o desenvolvimento da liberdade individual. Nada mais falso do que esse antagonismo que se quer estabelecer, com excessiva frequência, entre a autoridade da regra e a liberdade do indivíduo. Pelo contrário, a liberdade é, ela própria produto de uma regulamentação. É clássica a argumentação metafísica. Só posso ser livre na medida em que outrem é impedido de tirar proveito da superioridade física, econômica ou outra de para subjugar minha liberdade, e apenas a regra social pode erguer um obstáculo a esses abusos de poder. Sabe-se da regulamentação complexa é necessária para garantir aos indivíduos a independência econômica sem a qual sua liberdade pessoal não é mais que nominal. Somente as funções científicas estão em condições de disputar-lhes o lugar e, ainda assim, a ciência só tem prestígio social e político na medida em que pode servir à prática, isto é, em grande parte, às chamadas “profissões econômicas”. 

     Lembrava-nos Émile Durkheim, que se pode dizer de nossas sociedades na modernidade que, não sem alguma razão, que elas são ou tendem a ser essencialmente industriais com utilidade de uso das mais avançadas tecnologias. Uma tal forma de atividade que tomou determinado lugar na vida social não pode, evidentemente, permanecer tão desregulamentada, sem que disso no domínio da existência, resultem as mais profundas perturbações climáticas. Tudo que concorre em grandes mudanças tecnológicas implica perturbações nas profundezas dos oceanos, assim como em seus impactos na biosfera.  Dentre os principais impactos ambientais negativos causados pelo homem, podemos citar a diminuição dos mananciais, extinção de espécies, grandes inundações, erosões, como o caso exemplar da cratera Batagaika, poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, agravamento do efeito estufa e destruição de habitats. Ela representa uma cratera gigantesca, que se abriu na década de 1960 e não para de crescer em uma remota região da Sibéria, na Rússia, e tem dado aos cientistas pistas de como era o ecossistema do território há 200 mil anos. Reconhecida como “Porta do Inferno”, a região tem um tipo de solo chamado permafrost, que fica permanentemente congelado, está se derretendo gradativamente com o aumento do aquecimento global.

            Estudar os impactos das mudanças geológicas no clima na Sibéria pode ajudar os pesquisadores e cientistas da natureza a prever o que pode acontecer na atual fase de mudança climática pela qual ocorre no planeta. De acordo com os pesquisadores, raras combinações químicas, como as encontradas em minas, aterros ou fundições, provocaram a formação de novos minerais, como bluelizardite, fluckite ou kokinosite. A mineração é a principal causa da formação dos novos minerais, principalmente pela ação do fogo e da água em túneis subterrâneos. As composições foram formadas nos últimos 250 anos. - “Vivemos em uma era de diversificação de compostos inorgânicos sem paralelo”, relata o pesquisador Robert Hazen, que liderou o estudo publicado no periódico especializado American Mineralogist. A revista foi criada em 1916, com a primeira edição publicada em julho daquele ano, sob os auspícios da Philadelphia Mineralogical Society, do New York Mineralogical Club e da Mineral Collectors` Association. Em 30 de dezembro de 1919, a Sociedade Mineralógica da América foi formada e o Mineralogista norte-americano tornou-se o jornal como meio de divulgação das atividades científicas da sociedade. É reconhecida desde 1959 como organização sem fins lucrativos. É sediada em Chantilly, Virgínia, nos Estados Unidos da América. Os cientistas destacaram que as alterações geológicas causadas per se pela humanidade na diversidade ecológica e na distribuição dos minerais foi a mais profunda desde o aumento dos níveis de oxigênio na atmosfera há cerca de 2,2 bilhões de anos.

O estudo é o primeiro Catálogo Global de Minerais criados por atividades de intervenção humanas. Uma corrente da comunidade científica defende que as alterações provocadas pela humanidade na natureza já são suficientes para marcar uma nova era geológica, o Antropoceno. É um termo conceitual usado por cientistas para descrever o período na história tecnológica da Terra. Ainda não há data de início precisa e oficial apontada. Mas muitos consideram que começa no final do século XVIII, inclusive Michel Foucault quando as atividades humanas começaram a ter um impacto global significativo na sociedade europeia e sobre o conjunto no climatológico da Terra e no funcionamento dos seus ecossistemas. Um conjunto de fatores climáticos vai definir um tipo de clima de determinado lugar. Ressalta-se que esses fatores não podem ser estudados isoladamente para a definição de um clima, mas sim de forma integrada. Esta data coincide com a aprimoração técnica do vapor por James Watt em 1784. Outros cientistas consideram que o Antropoceno começa mais cedo, como no advento da agricultura. As tentativas de datação precisas revelam, porém, o problema do necessário distanciamento histórico na ponderação de eventos e grandezas relevantes de tempo geológico. Um observador distanciado milhões de anos no futuro poderá, munido de suficiente informação, melhor determinar uma data e uma tipologia para o Antropoceno. Perante o alcance das consequências da ação do Homem na evolução do Planeta Terra, o Antropoceno poderá ser reconhecido e classificado, por exemplo, como “um novo período ou era geológica”.

Nesta perspectiva, é plausível apontar o seu início a partir do surgimento do Homo sapiens. O biólogo Eugene F. Stoermer (1934-2012) originalmente cunhou o termo, mas foi o químico vencedor do Prêmio Nobel Paul Crutzen (1995) que independentemente o reinventou e popularizou. Era um professor de biologia da Escola de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Universidade de Michigan. Obteve seu bacharelado em Ciência em 1958 e seu doutorado em 1963, ambos na Universidade do Estado de Iowa. Stoermer escreveu: “eu comecei a usar o termo antropoceno na década de 1980, mas nunca formalizei até ser contatado pelo Paul”. Crutzen explicou, eu estava numa conferência onde alguém disse alguma coisa sobre o Holoceno. De repente, eu pensei que isso estava errado. O mundo mudou demais. Então eu disse: - Não, nós estamos no Antropoceno. Eu criei a palavra no calor do momento. Todos se chocaram. Mas ela parece ter ficado. O termo foi usado pela primeira vez em uma publicação em 2000 por Paul Crutzen & Eugene Stoermer em um informativo técnico-científico do importante Programa Internacional da Geosfera-Biosfera. Ainda em 1873, o geólogo italiano Antônio Stoppani (1824-1891), curiosamente um padre católico italiano, patriota, geólogo e paleontólogo. Ele estudou a geologia da região italiana e escreveu um tratado popular, reconhecido por Il Bel Paese, sobre o desenvolvimento da geologia e história natural. Ele reconheceu o aumento do poder e do efeito da humanidade nos sistemas da Terra e se referiu assim a uma “era antropozoica”.

Um termo similar, Homogenoceno, foi usado pela primeira vez por Michael Samways em seu primeiro artigo editorial no Journal of Insect Conservation (1999) intitulado: “Translocating fauna to Foreign lands: here comes the Homogenocene”.  Samways utilizou o termo para definir a geológica atual, na qual a biodiversidade está diminuindo e os ecossistemas ao redor do globo se tornaram mais similares uns aos outros, usado por John L. Curnutt em 2000 em Ecology, em uma lista intitulada: “A Guide to the Homogenocene”. Andrew Revkin cunhou o termo Antroceno em Global Warming: Understanding the Forecast (1992), no qual escreve, “nós estamos entrando em uma era que pode um dia ser referida como, poderia dizer, o Antroceno. No final das contas, é uma era geológica de nossa própria autoria”. O nome evoluiu para “Antropoceno”, que geralmente é considerado como um termo técnico mais apropriado no sentido global e inclusivo ao homem. Inúmeras espécies foram extintas devido ao ser humano. A maioria dos especialistas concorda que as atividades humanas têm acelerado progressivamente a taxa de extinção de inúmeras espécies. A taxa exata é controversa, sendo muitas vezes situada entre 100 a 1000 vezes a taxa considerada normal. Em 2010 um estudo publicado na Nature refere que o fitoplâncton declinou substancialmente nos oceanos do mundo ao longo do século XX. Desde a década 1950, a biomassa de algas diminuiu cerca de 40%, em resposta ao aquecimento do oceano, sendo que o declínio ganhou ritmo nos últimos anos. Alguns autores postulam que sem impactos atribuído no plano das atividades humanas a biodiversidade do planeta continuaria a crescer a um ritmo exponencial. Inseparável do declínio da biomassa, o problema da paz é central no pensamento de gurus como Jiddu Krishnamurti e o Dalai Lama. É também preocupação de Edgar Morin, essa pela primeira vez expressa no seu livro Terre-Patrie (1993), “a nossa casa e o nosso jardim”, pondo em destaque uma questão com implicações globais.

 Na edição aberta de 13 de julho de 2012 do jornal New York Times, o ecologista Roger Bradbury previu o fim da biodiversidade marinha, dizendo que os recifes de coral estão condenados, “os recifes de coral serão os primeiros, mas certamente não o último grande ecossistema, a sucumbir ao Antropoceno”. Este artigo gerou muita discussão entre os ambientalistas e foi aparentemente refutada no site da The Nature Conservancy, defendendo sua posição de proteger os recifes de coral, apesar de impactos humanos continuaram causando quedas de recife. Destaca-se uma mudança na variedade de animais, já que áreas onde várias espécies superiores viviam anteriormente foram modificadas para a criação de animais que servissem para a alimentação, diminuindo a diversidade da área em sua extensão geográfica; isto é especialmente verdade para pastos e fazendas marinhas. Alteração similar houve nas regiões urbanas, onde alguns animais foram expulsos de seus habitats, enquanto outros se adaptaram, tornando-se por vezes pragas. A diversidade de plantas comestíveis e não-comestíveis foi sensivelmente afetada pela seleção gradativa, que priorizou alguns poucos cultivares em detrimento de uma grande diversidade natural; enormes áreas povoadas com centenas de espécies vegetais diferentes são degradadas para originar plantações de um só ou de poucos espécimes de plantas, o que também afeta a fauna, em um outro plano biológico. Biomas inteiros são ameaçados, e processos como desertificação e savanização mudam de forma agressiva rapidamente. Oimiakon é uma localidade do Leste da Sibéria, junto ao Rio Indigirka, na República de Sakha e tem cerca de 500 habitantes.

O Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído é uma campanha global, voluntária e sem fins lucrativos, fundada em 1996 como International Noise Awareness Day (INAD) pelo Center for Hearing and Communication, com o objetivo de aumentar a “conscientização sobre os efeitos sonoros do ruído no bem-estar e na saúde das pessoas”. Ocorre anualmente, na última quarta-feira do mês de abril de cada ano. Uma das ações tipicamente realizadas é a promoção de “60 segundos de silêncio, às 14h15minutos, com o intuito de ressaltar o impacto do ruído na vida cotidiana e proporcionar aos participantes uma oportunidade de conscientização”. Além disso, entre outras atividades sociais foram desenvolvidas ao longo dos anos, como a confecção de cartazes, mensagens e atividades de promoção de saúde auditiva com a intenção de divulgar a causa, de defender a importância de mudanças na legislação e promover o desenvolvimento de tecnologias que suavizem a problemática da poluição sonora. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a poluição sonora “como um problema de saúde pública mundial”. Desse modo, o International Noise Awareness Day conquistou participantes em diversos países, ampliando sua rede de colaboradores em praticamente todos os continentes. 

          O Relatório Frontiers do ano de 2022 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) constatou que à medida proporcionalmente em que as cidades crescem, a exposição prolongada a altos níveis de ruído de estradas, ferrovias, aeroportos e indústria está prejudicando a saúde mental das pessoas ao perturbar o sono. Estima-se que na Europa, 22 milhões de pessoas sofrem de incômodo “sonoro crônico”, e 6,5 milhões são afetadas por “distúrbios do sono”. Os idosos, as mulheres grávidas e os trabalhadores por turnos são “os que correm maior risco”. O estudo destaca formas naturais de melhorar a saúde mental e mitigar os efeitos adversos da poluição sonora, como o plantio de vegetação em ambientes urbanos para absorver energia acústica, ruído difuso e reduzir a amplificação das ruas. Cinturões de árvores, arbustos, paredes verdes e telhados verdes podem ter efeitos visuais positivos e ajudar a ampliar os sons naturais, atraindo a vida selvagem urbana. Alguns sons  da natureza, trazem benefícios à saúde, pois podem sinalizar um ambiente seguro que reduz a ansiedade.

       A histórica preocupação com as problemáticas relacionadas ao ambiente ou o “despertar da consciência ecológica”, tem início na 2ª guerra mundial, em um dos artigos da Carta das Nações Unidas que definem a utilização de agências e programas especializadas como o meio de ação da Organização das Nações Unidas para chegar até a população. Mas esse processo só ganhou mais importância social e política durante a década de 1970, graças à organização parcial de Partidos Verdes na Europa. O presidente socialista francês François Mitterrand chegou a sugerir a criação de uma autoridade Ambiental Mundial, enquanto circulava a ideia de uma Cruz Verde. A Cruz Verde Internacional é uma Organização ambiental fundada em 1993 pelo estadista e político russo líder da União Soviética Mikhail Gorbachev (1931-2022), criada sobre um trabalho iniciado em 1992 pela Earth Summit realizado no Rio de Janeiro. A organização publica um newsletter, assim como uma publicação chamada “Antarctica: the Global Warning”. A organização está instalada em trinta e um países. As perspectivas ecológicas também tem início com o Clube de Roma, pois este “propunha uma mudança de rumo global destinada a formar uma condição de estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um futuro remoto”. Este também foi o responsável pela primeira versão ideológica do conceito de “desenvolvimento sustentável”. As preocupações ecológicas procederam de tal forma que no magnífico ano de 1972 foi realizada a I Conferência Internacional do Meio Ambiente, em Estocolmo, na Suécia, quando contou com a participação de cerca de 113 países e 250 Organizações Não-Governamentais.  

A Conferência teve como resultados a Declaração sobre o Ambiente Humano, que em suas 8 metas e 26 princípios defendem a importância do “meio ambiente”, o alerta sobre sua preservação e a responsabilidade dos países em preserva-lo, e por fim, a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Após a Conferência de Estocolmo em 1972, nasce uma comoção mundial em relação as preocupações ambientais. Como está em seu preâmbulo: “A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, reunida em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, atenta à necessidade de um critério e de princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente humano”. Torna-se necessário a criação de uma instituição que produza legislações ambientais e promova conscientização ambiental a nível mundial, garantindo a proteção e preservação do meio ambiente. O parágrafo 6 da Declaração da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (1972) é particularmente inspirador e usado para afirmar essa necessidade. A sede do PNUMA foi estabelecida em Nairóbi, no Quênia, como resultado da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, com equipe de 300 pessoas, sendo que 100 em vários campos e com um fundo de mais de 100 milhões US$ para cinco anos.

Naquela conjuntura 40 milhões US$ foram prometidos pelos Estados Unidos da América e o restante por outras 50 nações. O Programa é comandado por Diretores Executivos indicados diretamente pela Assembleia Geral da ONU, sem um período de mandato específico. Atualmente é chefiado por Erik Solheim, norueguês que também já foi ministro do meio ambiente em seu país. O atual diretor executivo do PNUMA, sucedeu o diretor anterior, Achim Steiner, em 2016. Como uma abordagem amigável aos meios de comunicação, o PNUMA frequentemente usa o termo “ONU Meio Ambiente”. A posição foi ocupada por 17 anos pelo Dr. Mostafa Kamal Tolba (1975-1992), que foi fundamental para trazer considerações ambientais à vanguarda do pensamento e ação global. Sob sua liderança, o sucesso mais aclamado da ONU Ambiental - o histórico acordo de 1987 para proteger a “camada de ozônio”, foi negociado com o Protocolo de Montreal. Em dezembro de 1972, a Assembleia Geral da ONU elegeu por unanimidade Maurice Frederick Strong (1929-2015) para chefiar o PNUMA. Também secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, de 1972, que lançou o movimento ambiental mundial e a Cúpula da Terra de 1992, foi uma conferência de chefes de estado organizada pelas Nações Unidas e realizada de 3 a 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. Seu objetivo foi debater os problemas ambientais mundiais e um papel fundamental na globalização do movimento ambiental.

Em 1992, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, representantes de 188 países do mundo reuniram-se para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações humanas. A intenção, nesse encontro, era introduzir a ideia do chamado “desenvolvimento sustentável”, um modelo provável de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. Os Encontros ocorreram no centro de convenções Riocentro. A diferença entre as conferências de 1972 e 1992 pode ser traduzida pela presença maciça de Chefes de Estado na segunda, fator político indicativo da importância atribuída à questão ambiental no início da década de 1990. As organizações não governamentais fizeram um encontro distinto no Aterro do Flamengo, chamado o Fórum Global. Esse evento paralelo teve como resultado a aprovação da Declaração do Rio de Janeiro, também chamada de Carta da TerraO principal documento produzido na RIO-92, o Agenda 21 é um “programa de ação que viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente racional”. Ele concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Este documento está estruturado em 4 seções subdivididas num total de 40 capítulos temáticos. 

Eles tratam dos temas conspícuos tais como apresentamos a seguir: Dimensões Econômicas e Sociais – tem como escopo as políticas internacionais que podem ajudar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, as estratégias de combate à pobreza e à miséria, as mudanças necessárias a serem introduzidas nos padrões de consumo, as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica, as propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria da qualidade dos assentamentos humanos; Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento – apresenta os diferentes enfoques para a proteção da atmosfera e para a viabilização da transição energética, a importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão ecocompatível dos recursos de água doce; a relevância do combate ao desmatamento, à desertificação e à proteção aos frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre diversidade biológica e medidas requeridas para a proteção e promoção de alguns dos segmentos sociais mais relevantes - analisa as ações que objetivam a melhoria dos níveis de educação da mulher, bem como sua participação, em condições de igualdade, em todas as atividades relativas ao desenvolvimento e à gestão ambiental.

Adicionalmente, são discutidas as medidas de proteção e promoção à juventude e aos povos indígenas, às ONG`s, aos trabalhadores e sindicatos, à comunidade científica e tecnológica, aos agricultores e ao comércio e a indústria. Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações propostas - discute os mecanismos financeiros e os instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais; a produção e oferta de tecnologias ecoconsistentes e de atividade científica, enquanto suportes essenciais à gestão da sustentabilidade; a educação e o treinamento como instrumentos da construção de uma consciência ambiental e da capacitação de quadros para o desenvolvimento sustentável; o fortalecimento das instituições e a melhoria das capacidades nacionais de coleta, processamento e análise dos dados relevantes para a chamada gestão da sustentabilidade. A aceitação do formato e conteúdo da Agenda - aprovada por todos os países presentes à Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, propiciou a criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, tem por objetivo acompanhar e cooperar com os países na elaboração e implementação das agendas nacionais e a elaboração de suas agendas nacionais. Dentre os de maior expressão política e econômica, somente a China terminou o processo de elaboração e iniciou a etapa de implementação. O PNUMA estabeleceu parceria com a Organização Meteorológica Mundial que criou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, objetivando sintetizar e divulgar o conhecimento avançado tecnologicamente sobre as mudanças climáticas que hoje afetam o mundo, especificamente o aquecimento global. 

Em 2007 o IPCC recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho em favor do ambiente e da humanidade. Outra parceria relevante foi formada com a GRID-Arendal, uma agência ambiental sediada na Noruega, que tem como objetivo produzir material informativo para não especialistas, a fim de fomentar a difusão do conhecimento e despertar a consciência da população e dos legisladores. O Programa é também uma das agências fundadoras da cooperação internacional Global Environment Facility, que financia várias iniciativas importantes, como a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, a Convenção de Estocolmo e a Convenção de Minamata sobre o Mercúrio. Entre as principais ações do PNUMA, constam estudos profundos sobre os temas pertinentes ao meio ambiente que são, posteriormente, transformados em relatórios. Em 2015 foi lançado em português o Panorama da Biodiversidade Global 4. O Relatório do PNUMA representou a avaliação técnica intermediária do programa “em respeito ao progresso rumo à implementação do Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020”. Segundo um Relatório do PNUMA em parceria com o organismo de Finanças de Nova Energia da Bloomberg e o Centro de Colaboração para o Clima e o Financiamento de Energia Sustentável da Escola de Frankfurt e da agência da Organização das Nações Unidas divulgado em 2016 com relação ao ano anterior, foi um dos dez maiores investidores em energia renovável do mundo. Foram calculados em torno de 7 bilhões de recursos injetados nesse período, sendo a maior parte dos investimentos destinada a produção energia eólica (5,7 bilhões). 

O PNUMA lança relatórios anuais sobre o progresso do programa na área ambiental. Em 2014, na publicação, foi possível perceber que existe uma recuperação da camada de ozônio, que pode voltar a níveis anteriores a 1980 até o meio do século e avanços significativos em investimentos em energias renováveis. Outro relatório de impacto lançado pelo programa foi o “Comércio Internacional em Recursos: Uma análise biofísica”, também em 2015.  O Relatório afirma que intensificação do uso de recursos gerados por trocas comerciais afetam nações consideradas “em desenvolvimento”, sendo necessária uma análise de energia, terra e água, entre outros, e seus impactos. Também trabalha com a conscientização da sociedade civil por meio de vídeos. Em 2018 ele lançou a campanha: “Não sou eu, é você”, pelo fim do relacionamento com plásticos descartáveis, no dia 14 de fevereiro. Outra ação do programa em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e outros parceiros foi o curso online sobre “Segurança Ambiental e Paz Sustentável” para aprofundar sobre os múltiplos papéis exercidos pelos recursos naturais e o meio ambiente nas fases de início, escalada, resolução e recuperação de conflitos violentos. Em janeiro de 2018 foi lançado o relatório “Trajetórias de mitigação e instrumentos de políticas públicas para o alcance das metas brasileiras no Acordo de Paris” que, de acordo com a ONU Meio Ambiente, analisou a forma como os principais setores nacionais como indústria, energia, transportes, domicílio, serviços, agricultura, florestas, gestão de resíduos, entre outros, podem ser peças fundamentais para o alcance das metas do Acordo de Paris no Brasil. O Relatório também afirmou que Brasil tem condições de reduzir até 48% das emissões até 2050. Suas parcerias incluem governos, empresas, instituições acadêmicas e da sociedade civil em todo o mundo em sua busca para fortalecer a capacidade da agência em lidar com desafios ambientais complexos.

Bibliografia geral consultada.

LE GOFF, Jacques, La Civilización del Ocidente Medieval. Bacelona: Editorial Juventud, 1969; HOFFMAN, Banesh, Albert Einstein: Créateur et Rebelle. Paris: Éditions du Seuil, 1975; OLIVEIRA, Leopoldo Pisanelli Rodrigues da, Controle Ativo de Ruído de Veículos e seu Impacto na Qualidade Sonora. Tese de Doutorado. Escola de Engenharia. São Carlos: Universidade de São Paulo, 2007; DURKHEIM, Émile, Da Divisão do Trabalho Social. 4ª edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2010; SANTOS, Jader de Oliveira, Fragilidade e Riscos Socioambientais em Fortaleza: Contribuições ao Ordenamento Territorial. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Geografia Física. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011; CAVALCANTE, Franciana; FERRITE, Silvia; MEIRA, Tatiane Costa, Exposição ao Ruído na Indústria de Transformação no Brasil. In: Revista CEFAC, vol. 15, pp. 1364-1370, 2013; CARVALHO JR., Edson Benício de, Quantificação do Incômodo Gerado pelo Ruído Aeronáutico por Meio de Modelos Dose-Resposta. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Transportes. Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. Brasília: Universidade de Brasília, 2015; BISTAFA, Sylvio Reynaldo, Acústica Aplicada ao Controle do Ruído. São Paulo: Editora Blucher, 2018; ADIAL, Lucas Mozelli, Investigação Numérica do Ruído Aerodinâmico Irradiado por Barras Prismáticas Transversais. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2021; STRINO, Claudio Luiz, O Impacto do Ruído Urbano: Estudo de Caso de Templos Religiosos na Cidade do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e Ambiental. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2021; MENDES FILHO, Daniel, Poluição Sonora e Perda Auditiva Podem Levar a Prejuízo Cognitivo e Quadros de Demência? Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Fisiologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, 2022; entre outros.

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