“Se os triângulos tivessem um Deus, ele teria três lados”. Charles Louis de Secondat
O pensamento de Montesquieu representa um certo “paradoxo de consequências” não intencionais, entre a questão abstrata do novo e a representação do tema mais tradicional. Os efeitos sociais não intencionais da ação humana, ou efeitos não antecipados da ação intencional, têm sido um tema abordado com mais frequência entre os economistas do que entre os sociólogos. Porém, assim como nunca na globalidade, resulta ser um problema crucial para a pesquisa empírica e a teoria social. Múltipla e guiada por uma espécie de curiosidade universal, parece estar em continuidade direta com os ensaístas na história que o precederam sobre os usos e costumes dos diversos povos. Com traços de Enciclopedismo, várias disciplinas lhe atribuem o caráter referencial de precursor, ora aparecendo como pai da sociologia, ora como inspirador do chamado “determinismo geográfico”, e quase sempre como aquele que, na ciência política, desenvolveu a teoria dos três poderes, que ainda permanece como uma das condições de funcionamento do Estado de direito. Dentro da história do pensamento também ocupa posição paradoxal. Sua obra trata da questão do funcionamento dos regimes políticos, questão que encara na “ótica liberal”, ambas as problemáticas consideradas típicas de um período posterior. Na ciência política, a noção de regime político, é o nome que se dá ao conjunto de práticas e saberes sociais de instituições políticas que, por meio das quais um Estado se organiza de maneira a exercer seus efeitos de poder sobre uma sociedade determinada. Esta definição abrangente é válida mesmo que a forma de governo alcançado na esfera política seja considerado ilegítimo.
No
plano das ideias é uma teoria vinculada à questão climática de Montesquieu, um
membro da nobreza que não tem como objeto de reflexão política a restauração do
poder de classe, mas sim como tirar partido de certas características do poder
nos regimes monárquicos, para dotar de maior estabilidade os regimes que viriam
a resultar das revoluções democráticas. Símbolo de alternativas sociais e
políticas, o Dia da Bastilha celebrado a 14 Juillet em
memória ao histórico da Tomada da Bastilha, em 1789, quando teve início
o caráter popular da Revolução Francesa, amplifica com maior impacto do que a
Declaração da Independência dos Estados Unidos da América demonstrando a
possibilidade de emancipação vista com medo em toda a aristocracia
europeia, enquanto partidários das mudanças revolucionárias esperavam remover
as barreiras que tolhiam a burguesia e o livre desenvolvimento das forças
produtivas do capital. Os princípios da liberdade, igualdade e fraternidade
foram os conceitos utilizados pelo liberalismo social para justificar
teoricamente o desenvolvimento do capitalismo na Europa. A forma diversa como
essas ideias vieram para o solo norte-americano também são indispensáveis para
a compreensão da estrutura piramidal social que é majoritária. Essas análises tendo como referência histórica e teórica a obra de Montesquieu permitem
formular os principais problemas de teoria no âmbito geral da sociologia.
De acordo com Clinton Heylin que escreveu extensamente sobre música popular e o trabalho de Bob Dylan, todas as canções de John Wesley Harding, o oitavo álbum de estúdio de Dylan, foram escritas e gravadas durante um período de seis semanas no final de 1967. A versão final da canção All Along the Watchtower resultou de duas tomadas diferentes durante a segunda das três sessões de John Wesley Hardin. Coberto por vários artistas, All Along the Watchtower é exemplarmente identificado com a interpretação que Jimi Hendrix gravou com o fabuloso álbum Jimi Hendrix: Experience para seu terceiro de álbum estúdio, Electric Ladyland (1968). A versão de Hendrix (1942-1970), lançada seis meses após a gravação original de Dylan, tornou-se um single no Top 20 em 1968, recebeu o prêmio Grammy Hall of Fame (2001), como premiação especial estabelecida desde 1973 e ficou em 48º lugar na lista das 500 melhores canções de todos os tempos da especializada revista Rolling Stone (2004). Ela se caracteriza por uma utilização de parábolas e notável influência da Bíblia no trabalho do músico, consolidada no final da década de 1970 com discos como Slow Train Coming que traz sua conversão ao cristianismo. Dylan tocou a música pela primeira em um show na turnê Bob Dylan and the Band (1974), sua primeira turnê desde 1966. Suas apresentações ao vivo foram influenciadas pela realização do cover de Jimi Hendrix, morto em 1970, a ponto de serem chamadas per se de “covers de um cover”. O extraordinário cantor bisou-a mais que outras obras com mais de 2.250 recitais.
A
sessão começou com cinco tomadas da música, a terceira e a quinta das quais
foram unidas para criar a faixa do álbum. De acordo com Gray, como a maioria
das seleções do álbum, a música é um trabalho escuro e esparso que contrasta
fortemente com as gravações anteriores de Dylan em meados da década de 1960. Com
um filho nascido em no início de 1966 e outro em meados de 1967, Dylan havia se
estabelecido na vida familiar. A novidade é que Dylan afirmou que pensou na
música durante uma tempestade. Ele gravou “All Along the Watchtower” exatamente
em 6 de novembro de 1967, no Columbia Studio A em Nashville, Tennessee, Estados
Unidos da América, o mesmo estúdio onde havia concluído Blonde on Blonde
no ano anterior. Acompanhando Dylan, que
tocava violão e gaita, estavam dois veteranos de Nashville das sessões de
Blonde on Blonde: Charlie McCoy no baixo e Kenneth Buttrey na bateria. O
produtor foi o texano Bob Johnston(1932-2015), que produziu os dois álbuns anteriores de Dylan, Highway
61 Revisited, em 1965 e Blonde on Blonde, em 1966, e o engenheiro de
som foi Charlie Bragg. A letra original tem apenas 12 versos, que o escritor do
Financial Times Dan Einac comentou, tornando-a “semelhante a um soneto
truncado”. A letra apresenta uma
conversa entre um curinga e um ladrão, enquanto eles cavalgam em direção a uma
torre de vigia. O estudioso Timothy Hampton comenta que a dupla está “oprimida
pelas circunstâncias”. Os revisores apontaram que a letra de All Along the
Watchtower ecoa as linhas do Livro de Isaías, capítulo 21, versículos 5–9. É
No último show que realizou na carreira quase meteórica, Jimi Hendrix foi incompreensivelmente vaiado. Aconteceu em 6 de setembro de 1970, 12 dias antes de sua morte, em um festival chamado Peace and Love, na ilha de Fehmarn, na Alemanha. O evento teve duração de três dias tumultuados, com chuvas incansáveis, frio, lama, condições ruins e segurança precária, o que enfureceu o público presente. O local estava cheio de membros da mais violenta gangue de motociclistas, os Hells` Angels. Nos Estados Unidos da América e Canadá, os Hells` Angels são associados como o Hells Angels Motorcycle Corporation. Choveu muito, e o público fez fogueiras para combater o frio. O fato social é que ninguém ali tinha muito ânimo para defender o lema do festival: “paz e amor”. À hora prevista para Hendrix subir ao palco, um vendaval o impediu. O show não pôde acontecer. Os Hells` Angels não levaram na esportiva. Ouviram-se alguns tiros. A apresentação foi remarcada para o dia seguinte, às 12 horas. Quando Hendrix pisou no palco, começaram as vaias: pessoas trêmulas de frio, irritadas com o atraso, motoqueiros com vontade de continuar suas manifestações. “Vai pra casa”, ouviu-se. O músico se aproximou do microfone: - “Paz, de todos os modos, paz”. As vozes de desaprovação continuaram. “Se forem vaiar, pelo menos que seja afinado”, usou a boa ironia o guitarrista, que iniciou uma extraordinária versão de Killing Floor, tema do blueseiro Howlin` Wolf. Os protestos diminuíram, dando lugar a um dilúvio. Hendrix levava choques quando se aproximava do microfone. Tudo era desagradável e violento. Acabou o show com a boa interpretação de Voodoo Child (cf. Marcos, 2020).
Quando
foi embora, os motoqueiros subiram no palco e botaram para quebrar. - “Não foi
feliz na etapa final da sua vida”, conta por telefone, de Londres, o escritor
Harry Shapiro, certamente a pessoa que mais longe chegou na investigação sobre
a morte do mito, refletida no livro Jimi Hendrix: Electric Gypsy. - “Todo
mundo queria um pedaço de Jimi Hendrix: gravadoras, empresários, groupies,
imprensa… Estava sempre na primeira linha. E isso é extremamente nocivo para qualquer
um, ainda mais se for uma pessoa tão criativa como ele. As pessoas não queriam
escutar novas canções. Queriam sempre as mesmas, que ele tocasse com os dentes,
que quebrasse a guitarra… Jimi estava cansado e muito frustrado de tudo isso”,
afirma Shapiro. Em um ano e meio (de maio de 1967 a outubro de 1968), Jimi
Hendrix editou seus únicos três discos de estúdio: Are You Experienced, Axis:
Bold as Love e Electric Ladyland, este último um álbum duplo. Foram
trabalhos que mudaram o rock para sempre. Diz Shapiro: - “Ele está no mais alto
da história do rock. A guitarra elétrica e o blues nunca mais foram os mesmos
depois de Hendrix. Ele mudou tudo o que os brancos sabiam da guitarra. Até a
chegada dele, a eletricidade só servia para fazer a guitarra tocar mais alto.
Com ele a eletricidade passou a ser parte da música”. Charles R. Cross, intérprete do músico, autor de Jimi Hendrix – A Biografia,
acrescenta, de Seattle: - “Dá-se toda a importância à sua faceta como
guitarrista, mas era muito mais: cantor, compositor, líder de banda… Sua música
tinha profundidade e vida além dos sucessos radiofônicos”.
O primeiro deles tem a ver com a inserção da sociologia política na sociologia do conjunto das sociedades. A questão é comparável à que se colocam a propósito do marxismo, quando se quer passar de seu aspecto privilegiado – para a compreensão do todo. O segundo problema é o da relação entre o fato e valor, entre a compreensão das instituições e a determinação do regime desejável ou bom. Assim, de que modo se pode ao mesmo tempo apresentar certas instituições como determinadas, isto é, impostas à vontade dos homens e fazer julgamentos políticos sobre elas? Será possível, para um sociólogo, afirmar que um regime que ele considera, como inevitável, contrariar a natureza humana? O terceiro problema é o que institui no plano de análise política as relações entre o universalismo racional e as particularidades históricas concretas. Existem em Montesquieu, implícita ou explicitamente, duas ideias de síntese possíveis. Uma seria a influência predominante do regime político, e a outra, o espírito geral de uma nação. Em relação à primeira, a influência predominante das instituições políticas, pode-se hesitar entre duas interpretações. Trata-se da influência predominante causal do termo ou de uma influência predominante com relação ao que interessa ao analista, com relação aos valores, com relação à hierarquia da importância que estabelecemos entre diferentes aspectos da vida coletiva.
O espírito geral de uma
nação não pode ser comparado à vontade criadora de uma pessoa ou coletividade.
Para analisar esses problemas, será melhor tomar como ponto de partida uma
noção central de L`Esprit des Lois, a própria noção de Lei. Afinal, a
grande obra de Montesquieu e é na análise das noções de Lei que encontramos a
resposta para os problemas que formulamos da política à sociologia. Montesquieu
introduz o conceito de lei no início de sua obra fundamental, O Espírito das Leis, para escapar a uma discussão viciada que dentro da tradição jurídica de
seu período, ficaria limitada a discutir as instituições e as leis quanto à
legitimidade de sua origem, sua adequabilidade à ordem natural e a
perfeição de seus fins. Uma discussão fadada a confundir, nas leis, concepções
de natureza política, moral e religiosa. Definindo lei como “relações
necessárias que derivam da natureza das coisas”, ele estabelece uma mediação complexa com as ciências empíricas, rompendo com a submissão da política à
teologia de análise comparativa, que é possível uniformidade,
constâncias na variação dos comportamentos e formas de organizar os homens,
assim como é possível encontra-las nas relações de interação social entre os
corpos físicos.
Também as leis que regem os costumes e as instituições são relações que derivam da natureza das coisas que sustentam as bases da tipologia analítica na interpretação do fato à política e sociologia para Montesquieu. Para o que nos interessa é com o conceito de lei, que Montesquieu traz a política para fora do campo da teologia e da crônica, e a insere num campo propriamente teórico. Estabelece uma regra de imanência que incorpora a teoria política ao campo das ciências: as instituições políticas são regidas por leis que derivam das relações políticas. As leis que regem as instituições políticas são relações próprias entre as diversas classes em que se divide a população, as formas de organização econômica, as formas de distribuição do poder etc. Mas o objeto de pensamento de Montesquieu não são as leis que regem as relações entre os homens em geral, mas as leis positivas, isto é, as leis e instituições criadas pelos homens para reger as relações determinadas entre os homens. Ele observa que, ao contrário dos outros seres, os homens têm a capacidade de se furtar às leis da razão que deveriam reger suas relações, adotam leis escritas e costumes destinados a reger os comportamentos humanos.
E têm também a capacidade de se furtar igualmente às leis e instituições. O objetivo é o espírito das leis, isto é, as relações entre as leis (positivas) e “diversas coisas”, tais como o clima, as dimensões do Estado, a organização do comércio, as relações entre as classes etc., quando tenta explicar as leis e instituições humanas, sua permanência e modificações, a partir de leis da ciência política. Os pensadores políticos que precedem Montesquieu (1689-1855) e J.-J. Rousseau (1712-1755), que o sucede são teóricos do Contrato Social ou do chamado Pacto Social, estão fundamentalmente preocupados com a natureza do poder político, e tendem a reduzir a questão da estabilidade do poder à sua natureza. Ao romper com o estado de natureza, onde a ameaça de guerra de “todos contra todos” põe em risco a sobrevivência da humanidade, o pacto que institui o estado de sociedade deve ser tal que garanta a estabilidade contra “o risco de anarquia ou de despotismo”. O que deve ser investigado em tese não é, portanto, a existência de instituições propriamente políticas, mas sim a maneira como elas funcionam em sociedade. Assim ele vai considerar duas dimensões do funcionamento político das instituições: a natureza e o princípio de governo. Sua natureza diz respeito a quem detém o poder: na monarquia, um só governa, através de leis fixas e instituições; na República, governa o povo no todo ou em parte nas repúblicas aristocráticas; no despotismo, governa a vontade de um só. As análises históricas sobre as “leis relativas à natureza do governo” deixam claro que se trata de relações entre as instâncias de poder e a forma como o poder se distribui, entre os modus operandi de diferentes grupos sociais.
Friedrich Hegel, dialeticamente percebe que a certeza sensível não se apossa do verdadeiro, já que a verdade dela é o universal, mas a certeza sensível quer captar o isto. A percepção ao contrário, toma como universal o que para ela é o essente. Como a universalidade é seu princípio, assim também são universais seus momentos, que nela distinguem imediatamente; o Eu é um universal, e o objeto é um universal. Esse princípio emergiu; por isso nosso apreender da percepção não é mais um aprender aparente, como da “certeza sensível”, mas sim um aprender necessário. No emergir do princípio, ao mesmo tempo vieram-a-ser os dois momentos que em sua aparição apenas ocorriam fora, a saber, - um, o movimento do indicar; outro, o mesmo movimento, mas como algo simples: o primeiro, o perceber; o segundo o objeto, conforme a essência, é o mesmo que o movimento: este é um desdobramento e a diferenciação dos momentos, enquanto o objeto abstrato da totalidade é seu Ser-reunido-num-só. O universal como princípio é a essência da percepção, e frente a essa abstração os dois momentos diferenciados – o percebente e o percebido – são o inessencial. Por serem ambos o universal ou a essência, os dois são essenciais. Mas se relacionam como movimentos opostos um ao outro, somente um pode ser o essencial na relação; e repartir entre eles a distinção entre o essencial e o inessencial.
Um, determinado como o simples – o objeto – é a essência, indiferente a ser ou não percebida; mas o perceber, como movimento, é o inconsistente, que pode ser ou não ser, e é o inessencial. O princípio do objeto – o universal – é em sua simplicidade um mediatizado; assim, tem de exprimir isso nele, como sua natureza: por conseguinte se mostra como a coisa de muitas propriedades. Pertence à percepção a riqueza do saber sensível, e não á certeza imediata, na qual só estava presente como algo em-jogo-ao-lado. Com efeito, só a percepção tem a negação, a diferença, ou a múltipla variedade em sua essência. Assim, o isto é oposto como não isto, ou como suprassumido; e, portanto, não como nada, e sim como um nada determinado, ou um nada de um conteúdo, isto é, uma nada disto. Em consequência ainda está presente o sensível mesmo, mas não como devia estar na certeza imediata – como um singular visado -, e sim como universal, ou como o que será determinado como propriedade. O suprassumir apresenta sua dupla significação verdadeira no negativo: é ao mesmo tempo um negar e um conservar. O nada, como nada disto, conserva imediatez e é ele próprio, sensível; porém é uma imediatez universal.
Uma qualidade da obra posterior de Marx, é que o todo, na forma em que aparece no espírito como um todo-de-pensamento, é um produto do cérebro pensante, que se apropria do mundo do único modo que lhe é possível, de um modo que difere da apropriação desse mundo visionário pela arte, pela religião, in statu nascendi pelo espírito prático. Antes como depois, o objeto real conserva a sua independência fora do espírito; e isso durante o tempo em que o espírito tiver uma atividade meramente especulativa, meramente teórica. Por consequência, também no emprego do método teórico é necessário que o objeto de pensamento, a sociedade, esteja constantemente presente no espírito como dado primeiro. Mas as categorias simples não terão também uma existência independente, de caráter histórico ou natural, anterior às categorias mais concretas? Depende. Hegel, por exemplo, tem razão em começar a filosofia do direito pelo estudo da posse, constituindo esta a relação jurídica mais simples do problema. Mas não existe posse antes de existir a família ou as relações entre senhores e escravos, que são relações muito mais concretas. Pelo contrário, seria correto dizer que existem famílias, comunidades de tribos, que estão ainda apenas no estágio da posse e não da propriedade. Em relação à propriedade, a categoria mais simples surge, pois, como a relação de comunidades simples de famílias ou de tribos. Na sociedade num estágio superior, entre a civilização e a barbárie ela aparece aos olhos nus, em sua aparência, como a relação mais simples de uma organização mais desenvolvida.
Mas pressupõe-se sempre o substrato concreto que se exprime por uma relação de posse. Podemos imaginar um selvagem isolado que possua. Mas a posse não constitui neste caso uma relação jurídica. Não é exato que historicamente a posse evolua até a forma familiar. Pelo contrário, ela supõe sempre a existência dessa “categoria jurídica mais concreta”. Ipso facto, diz Marx, o dinheiro pode existir e existiu historicamente “antes de existir o capital, os bancos, o trabalho assalariado”, etc. Neste sentido, podemos dizer que a categoria social mais simples pode exprimir relações dominantes de um todo menos desenvolvido ou, pelo contrário, relações subordinadas de um todo mesmo desenvolvido, relações que existiam já antes que o todo se desenvolvesse no sentido que encontra a sua expressão numa categoria mais concreta. A evolução do pensamento abstrato, que se eleva do mais simples ao mais complexo, corresponde ao processo histórico real. A abstração mais simples, que a economia política moderna coloca em primeiro lugar e que exprime uma relação antiga e válida para todas as formas de sociedades, só aparece, no entanto, sob esta forma abstrata como verdade prática enquanto categoria da sociedade mais moderna. Por causa de sua natureza abstrata – para todas as épocas, não são menos, sob a forma determinada desta abstração, o produto de condições históricas e sociais globais só se conservam válidas nestas condições e no quadro destas em seu curso.
Reconhecemos
a longa história do conceito de Lei: um legislador e seus súditos. A lei
possuía assim a estrutura da ação humana consciente: tinha um objetivo,
designava uma finalidade, ao mesmo tempo de exigia uma espera. Para os sujeitos
que viviam sob a lei, oferecia o equívoco do constrangimento e do ideal. A
ideia de que a natureza podia ter leis que não eram ordens, levou tempo
a libertar-se desta herança. Este longo esforço consegue, no século XVIII,
encontrar um domínio próprio para o novo sentido de lei: o da natureza, o da Física.
Ao abrigo decerto de Deus, que lá pelas alturas protegia ainda a antiga forma
da lei, salvando as aparências, desenvolvia uma nova forma de lei, que a pouco
e pouco, passando de René Descartes a Sir Isaac Newton, tomou a forma
que Montesquieu enuncia: Uma relação constantemente estabelecida entre termos
variáveis, e tal que cada diversidade é uniformidade, cada transformação,
constância. O antigo domínio da lei, ordem e fim enunciados por um
senhor, conservava posições de origem: o domínio da lei moral ou
natural, o domínio das leis humanas.
Montesquieu propõe que se rejeite a antiga acepção histórica da palavra lei, dos domínios em que ela consideravelmente imperava. E que se consagre para a totalidade dos seres, de Deus à pedra, o reino da definição moderna: a lei-relação. Neste sentido, todos os seres têm as suas leis: a divindade tem as suas leis, o mundo material tem as suas leis, as inteligências superiores ao homem têm as suas leis, os animais têm as suas leis, o homem tem as suas leis. O melhor meio para aniquilar o adversário é colocarmo-nos ao lado dele. Perscrutar os antigos domínios. Ei-los abertos diante de Montesquieu, e a sua interptreação das leis na história, para começar o mundo inteiro da existência dos homens nas suas cidades e na sua história. Finalmente, vai poder impor-lhes a sua lei. No momento da descoberta será apenas a hipótese metodológica e só se tornará princípio se verificada. Curiosa paixão que tem três modalidades: o princípio da monarquia é a honra; o da república é a virtude; e o do despotismo é o medo. Esta é a única paixão propriamente dita, o único móvel psicológico dos comportamentos políticos, razão por que o regime que lhe corresponde é um regime que se situa no limiar do fazimento da ação política: o despotismo seria menos do que um regime político, quase uma extensão do estado de violência bruta da natureza, onde os homens atuam movidos pelos instintos e orientados para a sobrevivência. A honra é uma paixão social. Ela corresponde a um sentimento afetivo de classe, a paixão da desigualdade, o amor aos privilégios e prerrogativas que caracterizam a nobreza.
Navio desaparecido há cerca de 95 anos no Triângulo das Bermudas é fotografado. O Triângulo das Bermudas é formado por 1,1 milhão e meio de quilômetros quadrados em alto mar dentro de um triângulo equilátero (daí seu nome) formado pelos extremos das ilhas das Bermudas, Porto Rico e Miami, na Flórida, Estados Unidos da América (EUA). Este triângulo imaginário guarda um segredo: centenas de navios desapareceram desde que há registro etnográfico deste lugar, quase uma centena de aviões – que se conheçam – e milhares de pessoas. Estão todos no fundo do mar? Estão em outra dimensão do espaço sideral? Estão afundados com a cidade perdida da Atlântida? Provavelmente não, mas os humanos sempre gostaram de incluir um pouco de lenda e mistério aos fenômenos que não conseguiram comprovar. Ano 1945 é uma data que marca o início deste mistério. Tripulações de cinco aviões da Marinha dos Estados Unidos que sobrevoavam a área atlântica desapareceram. Até mesmo uma sexta aeronave desapareceu, um avião de emergência Martin Mariner que tinha ido em socorro das outras tripulações. No total, 27 pessoas desapareceram sem deixar rastro. Na última comunicação social com eles, um de seus membros afirmou que estavam completamente perdidos e sem saber em que direção continuar. Depois disso, nada!
O
primeiro relato escrito deste mistério data de 1950, realizado pelo jornalista
sensacionalista Edward Van Winkler Jones, que escreveu no jornal Miami
Herald sobre o estranho desaparecimento de um grande número de barcos nas
costas das Bahamas. sobre o “estranho desaparecimento” de um número enorme de
barcos na costa das Bahamas. Em 1964, a revista de ficção Argosy Magazine
publicou um artigo chamado: “O Triângulo Mortal das Bermudas”, no qual
mencionava desaparecimentos estranhos e até fenômenos paranormais. Reconhecido
também outrossim “Triângulo do Diabo”, é considerada uma região de passagem
rápida de navios e aviões entre a América do Norte e a Europa. Na verdade, é
uma espécie de atalho. Dois anos depois, o escritor George Sand (1804-1876) contribuiu
com o debate das ideias afirmando que havia inexplicáveis desaparecimentos
marítimos nessa área. Mas por que aquele lugar? Porque era e ainda é um ponto
de passagem muito frequentado por navios e aviões que viajam do
continente americano para o europeu. Seus fortes ventos e as correntes do Golfo
tornam mais rápida a navegação e os voos através da área. É uma espécie de “atalho”
ou “rota rápida” de navegação para a Europa. E como sabemos, quanto mais barcos
ou aviões passarem por este “lugar praticado”, maiores serão as probabilidades
de que aconteça algo incomum. Existem várias teorias, porém nenhuma comprovada,
que tentam explicar o fenômeno que ocorre nesta região sendo algumas das mais
surpreendentes: Embora seja verdade que existem “buracos negros” e toda uma
teoria desenvolvida por numerosos cientistas, incluído o famoso físico inglês Stephen
Hawking (1942-2018), responsável por grandes contribuições para a astrofísica moderna, é improvável que exista nesta área. Por quê? Porque um buraco negro é
uma região finita do espaço na qual a massa concentrada é tão poderosa que nada
escapa de seu controle. Em outras palavras, se houvesse um buraco negro na água
ou no firmamento (céu) tudo o que passasse por ele desapareceria sem
exceção.
Em minutos o dia na Terra dura 1440 minutos, em segundos dura 86 400. O dia sideral (rotação) utiliza as estrelas como referência para a determinação do tempo. Devido ao movimento de translação da Terra ao redor do Sol, a duração do dia sideral não coincide com a do dia solar. Entre uma noite e outra o planeta Terra percorre a orbita em torno do Sol. O dia sideral é consequência do movimento de translação. Se, em um ano corresponde, um dia solar se deve ao movimento de rotação da Terra, contido em um dia sideral, 0.274% dele se deverá ao movimento de translação. Considerando-se um dia solar de 24 horas, ou 1440 minutos, 3,94 minutos seriam consequência do movimento de translação e 23 horas, 56 minutos e 4 segundos consequência do movimento de rotação. A rotação (dia sideral) tem duração menor que a duração de um dia solar. Uma estrela observada numa linha perpendicular ao eixo de rotação da Terra às 00:00 de uma noite será observada, na mesma linha perpendicular às 23:56:04 na noite seguinte, após uma nova rotação. Durante esta rotação a Terra terá deslocado um pouco na sua órbita ao redor do Sol, esta é a diferença entre o que se explica sobre o dia solar e o dia sideral.
O
dia sideral médio, considerando as variações elípticas da órbita da Terra, é de
23 horas, 56 minutos e 4 segundos. O dia sideral médio pondera diferenças que
ocorrem durante o afélio da Terra, é o ponto da órbita em que um planeta, ou um
corpo menor do sistema solar está mais afastado do Sol, onde o dia sideral é
maior, a velocidade angular de translação da Terra é menor, e vice-versa,
quando um corpo se encontra no periélio, ele tem a maior velocidade de
translação de toda a sua órbita. Quando
o corpo em questão estiver orbitando outro objeto celeste que não o Sol,
utiliza-se o periastro para identificar esse ponto. Quando a Terra está mais
próxima do Sol, e a velocidade angular de translação é maior. Moléculas de água
congelada foram descobertas à sombra de uma cratera na Lua. Isto é importante. Administração
Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA), a agência espacial
norte-americana, anunciou recentemente o Observatório Estratosférico de
Astronomia Infravermelha (SOFIA) que detectou moléculas de água congelada
na Cratera Clavius, uma enorme e antiga cratera existente nas terras altas
perto do polo sul lunar, numa região acidentada e montanhosa, crivada de
antigas crateras de impacto, situada no hemisfério Sul da Lua, para o astrônomo
Cássio Barbosa, do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana
Padre Sabóia de Medeiros (FEI), uma instituição de ensino superior católica
jesuíta. Foi uma das fundadoras da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP) em 1946. Sally Ride (1951-2012) foi uma das 8 mil mulheres que
se inscreveram para concorrerem num programa da NASA para ser a primeira
astronauta do programa espacial norte-americano em 1978.
Em 18 de junho de 1983, tornou-se a primeira norte-americana a subir ao espaço na tripulação do Challenger, missão STS-7. A missão colocou em órbita dois satélites e recolheu um avariado. Diversos países, incluindo os Estados Unidos da América, Canadá, Luxemburgo, África do Sul e China têm planos de colonizar o satélite natural da Terra nas próximas décadas, isto é, “instalar bases científicas para exploração de minérios e outros recursos”. - Além do fato de que a água poderá ser consumida pelos astronautas e cumpre papel no resfriamento e controle de temperatura, ao decompor a substância, obtém-se hidrogênio e oxigênio. Duília Fernandes de Mello, astrônoma e astrofísica brasileira que descobriu a Supernova SN 1997D, no Chile em 14 de janeiro de 1997. Participou da descoberta das “bolhas azuis”, reconhecidas como “orfanatos de estrelas” por darem origem a estrelas foras das galáxias. Tornou-se pesquisadora associada do Goddard Space Flight Center em 2003 e da Universidade Católica da América, nos Estados Unidos em 2008.– “Fazia um bom tempo que os cientistas especulavam sobre a existência de água na Lua”, diz o coordenador do Observatório Didático de Astronomia da Universidade Estadual Paulista, do município de Bauru, a 326 km do estado de São Paulo, professor Rodolfo Langhi. - “A descoberta indica que o universo ainda esconde muitos mistérios a serem desvendados, mesmo tão próximos de nós”. Segundo Langhi, as moléculas foram observadas e indiretamente capturadas por meio da mensagem chamada espectroscopia. – “Utiliza-se um espectroscópio, que separa a luz branca em todas as cores, como ocorre mais ou menos no arco íris. Aparecem algumas linhas semelhantes a um código de barras numéerico. Acontece que cada elemento químico apresenta um conjunto de linhas próprias em posições bem específicas, então é como se cada elemento químico tivesse seu próprio código de barras, ou impressão digital, na natureza”.
A Lua é o único corpo celeste para além da Terra no qual os seres humanos já pisaram. O Programa Luna, da União Soviética comunista (URSS), foi o primeiro a atingir a Lua com sondas não tripuladas em 1959. O Programa Apollo, do governo imperialista dos Estados Unidos da América (EUA), permitiu a realização das únicas missões tripuladas até hoje ao satélite, desde a primeira viagem tripulada em 1968 pela Apollo 8, até seis alunagens tripuladas entre 1969 e 1972, a primeira das quais a Apollo 11. Estas missões recolheram mais de 380 kg de rochas lunares que têm sido usadas no estudo sobre a origem, história geológica e estrutura interna da Lua. Após a missão Apollo 17, em 1972, a Lua foi visitada por naves espaciais não tripuladas, pela última sonda do programa soviético Lunokhod. Mas desde 2004, Japão, China, Índia, Estados Unidos da América (EUA) e a Agence Apatiale Européenne enviaram sondas espaciais ao satélite. Estas naves espaciais têm contribuído para confirmar a descoberta de água gelada em crateras lunares escuras nos polos e vinculada ao regolito lunar. Missões tripuladas para a Lua foram planejadas, através de esforços pragmáticos de governos e financiamento privado. A Lua permanece, conforme acordado no Tratado do Espaço Exterior, livre para todas as nações democráticas que queiram explorar o satélite para fins evidentemente reconhecidos pacíficos
Equador é a linha abstrata ao redor do meio de um planeta ou outro significativo corpo celeste. Está a meio caminho entre o Polo Norte e o Polo Sul, a 0° graus de latitude. Através dos paralelos é possível localizar a Latitude, que é a distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até a linha do equador. A sua medida varia de 0 a 90 graus, sendo que a linha do equador corresponde a 0°. Um equador divide o planeta em hemisfério norte e hemisfério sul. A Terra é esférica mais larga no seu equador, com uma circunferência de 40. 075 quilômetros. Seu diâmetro equatorial, de cerca de 12. 756 quilômetros, também é mais largo ali, criando o fenômeno chamado de “protuberância equatorial”. O empuxo gravitacional da Terra é ligeiramente mais fraco no equador devido a sua protuberância equatorial. Por sua atração gravitacional ser levemente mais fraca, o equador é ideal para lançamentos de foguetes espaciais, pois os mesmos consomem menos energia ao serem lançados em baixa gravidade. Duas vezes ao ano, nos equinócios da primavera e outono, o Sol passa diretamente sobre o equador. Mesmo no resto do ano, as regiões equatoriais geralmente experimentam um clima quente e úmido com pouca variação sazonal. A estação úmida ou chuvosa geralmente dura mais tempo a maior parte do ano. A longa e quente estação chuvosa cria extraordinárias florestas tropicais. Seu clima úmido faz com que as regiões equatoriais não sejam as mais quentes do mundo, e também algumas regiões, como o monte Quilimanjaro na Tanzânia e a Cordilheira dos Andes na América do Sul, não são quentes e úmidas.
Yuri
Gagarin (1934-1968) e Valentina Tereshkova, o primeiro homem e primeira mulher
no espaço, fotografados com suas medalhas, que indica a concessão tanto de um Prêmio
quanto de uma Ordem ou Condecoração. Em 1960 foi um dos vinte pilotos selecionados, após rigorosos
testes físicos e psicológicos, para o programa espacial soviético, e acabou por
ser escolhido para ser o primeiro a ir ao espaço, pelo seu excelente desempenho
no treinamento, sua origem camponesa que contava pontos no sistema comunista,
sua personalidade magnética e esfuziante e, principalmente, devido às suas
características físicas: ele tinha 1,57 metros de altura e 69 kg – já que a
nave programada para a viagem pioneira em órbita, a espaçonave Vostok, tinha um
espaço mínimo para o piloto. Gagarin foi um cosmonauta soviético e o primeiro
ser humano a viajar pelo espaço. Esta espaçonave possuía dois módulos: o de
equipamentos, com instrumentos, antenas, tanques e combustível para os
retrofoguetes, e a cápsula onde ficou o cosmonauta. Valentina Tereshkova
completou 48 revoluções na espaçonave Vostok 6, de 16 de junho a 19 de junho de
1963. Transformada em uma heroína nacional após o sucesso de sua missão,
condecorada por líderes soviéticos, russos e estrangeiros de várias nações, nos
anos seguintes se tornou proeminente na sociedade e na política do país,
primeiro na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e depois de 1991 na
Rússia.
É
a única mulher a ter realizado um voo solo ao espaço. Aos 24 anos, em 1961,
começou a estudar para se qualificar como cosmonauta, no mesmo ano em que o
diretor do programa espacial soviético, Sergei Korolev, considerou enviar
mulheres ao espaço, numa forma de colocar a primeira mulher em órbita na frente
dos Estados Unidos da América (EUA), durante a corrida espacial entre as duas
superpotências. Em 1962, ela foi admitida como cosmonauta, junto a mais quatro
mulheres – das quais apenas ela acabou indo ao espaço – sendo a menos preparada
de todas, sem educação universitária, mas uma paraquedista experiente, o que
era uma considerada uma condição fundamental para o voo, já que a nave Vostok
operava automaticamente, dispensando pilotagem. Os postulantes as cosmonautas
deviam ter menos de 30 anos, menos de 1,70 metros, menos de 70 kg, saúde
perfeita, ideologia pura e ao menos seis meses de experiência em paraquedismo.
Ela cumpria todas as exigências. Ao final dos meses que incluíram aprendizagem
de pilotagem de jatos, testes em centrífugas e isolamento completo, ela e outra
candidata, Valentina Ponomaryova, foram as finalistas. Foi Nikita Khrushchov
(1894-1971) quem decidiu finalmente por Tereshkova, e a idealizou como a “Nova
Mulher Soviética”: uma comunista devotada, trabalhadora humilde de fábrica de
tecidos – Ponomaryova era piloto, cientista, engenheira, feminista, desbocada e
fumava – filha de um herói de guerra e basicamente “uma boa menina”. Para
questões de propaganda, Khrushchov achava que Valentina era a mais bonita
delas. Irina Soloviyova, a terceira candidata melhor avaliada, ficou como
cosmonauta-reserva. Nikolai Kamanin, piloto herói de guerra soviético e então
chefe do departamento de treinamento de cosmonautas do programa espacial
soviético, depois chamaria Tereshkova de “Gagarin de saias”.
O
relógio biológico humano adapta-se com a referência da luz solar regida pelo
período de 24 horas. Apesar de no âmbito comum ser algumas vezes frequente
considerar que a duração do tempo de dia e a duração da noite têm períodos
iguais de 12 horas, essa característica somente acontece na Linha do Equador,
em todas as estações do ano, e no Equinócio, que ocorre 2 vezes por ano, onde
os dias e as noites têm períodos iguais em todas as regiões do planeta Terra.
Para regiões afastadas da Linha do Equador e em datas afastadas do Equinócio, a
variação da duração dos dias e das noites é significativa ao longo do decorrer
do ano. Os solstícios de inverno e verão podem ser definidos a partir dos dias
mais curtos e dias mais longos, respectivamente. Os equinócios e solstícios
demarcam o início das quatro bem demarcadas estações do ano: verão, outono,
inverno e primavera, e podem ser obtidos através da duração do dia solar,
medido a partir do momento em que metade do Sol cruza o horizonte na nascente e
o momento igualmente que cruza o poente, à exceção se o observador estiver na
linha do equador.
A cosmologia muitas vezes é confundida com a astrofísica, que é o ramo da astronomia que estuda a estrutura e as propriedades dos objetos celestes e o universo como meio de trabalho, através da física teórica, abstrata. A confusão aparente ocorre porque ambas seguem caminhos paralelos na investigação sob alguns aspectos, muitas vezes considerados redundantes, embora certamente não o sejam. Na Antiguidade a observação empírica dos astros e a interpretação “religiosa” mantiveram uma ligação praticamente una. Os povos primitivos são os que têm um modo primitivo de procura da alimentação. As formas mais simples da produção consistem na caça e na colheita de vegetais, utilizando símbolos representando os corpos celestes nas manifestações de arte rupestre. No antigo Egito e outras civilizações de seu tempo histórico, acreditava-se que a Terra “fosse plana” (cf. Randless, 1980), e os astros “lâmpadas fixas numa abóbada móvel”. Em muitas civilizações existiam crenças onde se acreditava que o Sol nascia a cada amanhecer para morrer ao anoitecer, tornando-se a base de religiões antigas. Os gregos, sobretudo os seguidores ou discípulos de Pitágoras, dos quais se destacam: Temistocleia, uma filósofa, matemática e alta profetisa de Delfos. Temistocleia foi uma profetisa de Delfos, um dos mais importantes oráculos da Antiguidade grega.
De
acordo com as fontes documentas, disponíveis, ela é considerada a mestre de Pitágoras, além
da possibilidade de ter sido sua irmã; Filolau de Crotona, um filósofo
pré-socrático pitagórico que tradicionalmente se aceita que este filósofo tenha
escrito um livro em que expunha a doutrina pitagórica, que era secreta e
reservada apenas aos seus discípulos; Arquitas de Tarento, é o representante
talvez mais ilustre dos matemáticos pitagóricos. Acredita-se ter sido discípulo
de Filolau de Crotona e também amigo de Platão. Fundou a mecânica matemática e
influenciou a concepção matemática de Euclides. Foi o primeiro a usar o cubo em
geometria e a restringir as matemáticas às disciplinas técnicas como a
geometria, aritmética, astronomia e acústica. Embora inúmeras obras sobre
mecânica e geometria lhe sejam historicamente atribuídas, restaram-lhe
fragmentos cuja preocupação central é a Matemática e a Música; Alcmeão, foi um
filósofo pré-socrático e médico grego de Crotona, o principal centro de estudo
e divulgação do pensamento pitagórico, atualmente representado na Itália, e um
dos mais importantes discípulos de Pitágoras.
Dedicado
à medicina e às investigações das ciências naturais, realizou a primeira
dissecação de um cadáver humano e desenvolveu uma teoria acerca da origem e dos
processos fisiológicos das sensações, sugerindo que os sentidos estariam
ligados ao cérebro, sendo a vida psíquica uma mera função cerebral; e Melissa,
uma ninfa que descobriu e ensinou o uso do mel, e de quem se acredita que as
abelhas receberam seu nome, melissas. As abelhas parecem ter sido o símbolo das
ninfas, pelo que elas, às vezes, se chamavam Melissas, e às vezes dizem ter
sido metamorfoseadas em abelhas. Daí também se diz que as ninfas na forma de
abelhas guiaram colonos que foram ao Éfeso; e as ninfas que cuidavam do bebê
Zeus eram as Melissas ou Mélias, acreditavam que os corpos celestes tinham seus
movimentos regidos rigorosamente pelas leis naturais, na esfericidade da Terra
e na harmonia dos mundos; já os seguidores de Aristóteles consideravam a teoria
geocêntrica, onde a Terra era o centro do universo. A teoria do universo
geocêntrico ou geocentrismo é o modelo de análise cosmológico mais antigo. Na
Antiguidade era raro quem discordasse dessa visão; e entre os filósofos que
defendiam esta teoria, o mais conhecido era Aristóteles. Foi o matemático e
astrônomo grego de Alexandria Ptolomeu (90-168 d.C.) que, na sua obra Almagesto,
deu a forma final a esta teoria abstrata, que se baseia na hipótese de que “o
planeta Terra estaria fixo no centro do Universo com os corpos celestes”,
inclusive o Sol, girando ao seu redor.
A
obra, escrita em grego, adota o modelo geocêntrico para o sistema solar, além
de conter um extenso catálogo estelar. É um dos textos científicos mais
influentes de todos os tempos, tendo sido considerado autoridade no assunto
desde a antiguidade, irradiado no império bizantino, no chamado “mundo árabe”,
do oceano Atlântico, a oeste, até o mar Arábico, a leste, e do mar
Mediterrâneo, a norte do Corno de África, até o noroeste do oceano Índico e na
Europa ocidental ao longo do percurso histórico e social da idade Média e
Renascença até meados do século XVI, com o heliocentrismo e a tese de
Copérnico. O geocentrismo antigo não se confunde com um perspectivismo, pois a
“antiga crença não envolvia apenas um mero ponto de observação equidistante,
mas a ideia que o universo era relativamente limitado, tendo ao seu centro o
Planeta Terra”. A visão geocêntrica predominou no pensamento humano até o
resgate, feito pelo astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico
(1473-1543), de uma hipótese igual antiga, a hipótese heliocêntrica, criada pelo
astrônomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.).
Na
cidade egípcia de Alexandria no século III a.C., Eratóstenes, lendo um papiro,
observou que havia uma descrição etnográfica de que uma localidade ao Sul da
antiga cidade egípcia de Suenet reconhecida na Grécia como Siena, e nos dias
atuais como Assuão, localizada no Trópico de Câncer era atravessada pelo Sol a
pino no último dia do solstício de verão. Nesse, ao meio dia, em 21 de junho,
eram colocadas “duas varetas perfeitamente em prumo e estas não produziam
sombra”. Sabia-se também que nesse momento a luz do Sol no solstício de verão
refletia diretamente no fundo de um poço profundo e que as colunas dos templos
não produziam sombra. Comparando em localidades diferentes as sombras ao meio
dia de 21 de junho, descobriu que no solstício de verão de Alexandria a
projeção do Sol era de formas bastante pronunciadas, em torno de sete graus.
Eratóstenes imaginou que se a Terra fosse plana as varetas não haveriam de
projetar sombra em nenhuma das duas localidades. E se numa delas havia esta
projeção e em outra não, é porque a Terra não era plana e curva; num exercício
de lógica matemática, após deduzir a defasagem de sete graus entre Siena e
Alexandria, pagou para um de seus auxiliares medir a distância em passos entre
as duas localidades, chegando à conclusão que esta seria em torno de 800 km.
Como a defasagem angular é, ou gira em torno preciso de 7 graus e a
circunferência é 360 graus, dividindo 360 por 7, encontrou aproximadamente 50,
que multiplicado por oitocentos resultou numa circunferência exatamente de 40
mil km. Isto é, apenas um aspecto demonstrado pela sabedoria humana há aproximadamente dois mil e duzentos anos passados.
Bibliografia geral consultada.
BERGER, Peter Ludwig, Um Rumor dos Anjos: A Sociedade Moderna e a Redescoberta do Sobrenatural. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1973; LANGBAUM, Robert, Poetry of Experience: The Dramatic Monologue in Modern Literary Tradition. Londres: Editor Penguin Books, 1974; KUSCHE, Lawrence David, The Bermuda Triangle Mystery - Solved. New York: Editor Harper & Row, 1975; ALTHUSSER, Louis, Del Espiritu de las Leyes. Buenos Aires: Editorial Claridad, 1977; RANDLES, William Graham Lister, De la Terre Plate au Globe Terrestre: Une Mutation Épistémologique Rapide, 1480-1520. Paris: Editeur Armand Colin, 1980; MONDOLFO, Rodolfo, La Comprensión del Sujeto Humano en la Cultura Antigua. Buenos Aires: Editorial Universitária de Buenos Aires, 1978; MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas, Atlas Celeste. 3ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1982; MARÍAS, Julián, A Perspectiva Cristã. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000; GLEISER, Marcelo, O Fim da Terra e do Céu: O Apocalipse na Ciência e na Religião. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2001; HAWKING, Stephen William, O Universo numa Casca de Noz. São Paulo: Editora Arx, 2006; MOSCATELI, Renato, Rousseau Frente ao Legado de Montesquieu: Imaginação Histórica e Teorização Política. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2009; MIRANDA NETO, Affonso Celso de, Eram Deuses os Guitarristas? Heróis e Mitos no Imaginário Social da Cultura Massiva. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017; SANTOS, Cristiano Rodrigues, Buracos Negros e a Conjectura da Censura Cósmica, Palestra e Estudo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Matemática em Rede Nacional - Sociedade Brasileira de Matemática (RJ). Jataí: Universidade Federal de Goiás, 2019; MARCOS, Carlos, “Os últimos dias de Jimi Hendrix, 50 anos após a sua ainda misteriosa morte”. Disponível em: https://brasil.elpais.com/cultura/2020-09-18; MENEZES, Filipe Henrique de Castro, Termodinâmica de Buracos Negros. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Física. Instituto de Ciências Exatas. Departamento de Física. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2021; NOGUEIRA, Matheus Nilton Vidal, Buracos de Minhoca do Tipo Schwarzschold na Teoria Assintoticamente Segura da Gravidade. Tese de Doutorado. Departamento de Física. Centro de Ciências. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2022; entre outros.
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