terça-feira, 31 de outubro de 2017

Uber versus Táxi - Mercado, Trabalho & Carona Paga

                                                                                                        Ubiracy de Souza Braga


O amor é passageiro, o coração é o motorista, um pensamento errado e você sai da pista”. Vinício Delarmelina

                                       
Os táxis de Nova Iorque caracteristicamente amarelos representam um símbolo mundialmente conhecido da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Os táxis são operados por empresas particulares e licenciados por um órgão municipal chamado New York City Taxi and Limousine Comission, responsável pelos mais de 13 mil táxis que rodam na cidade. O órgão também é responsável pelo controle dos mais de 40 mil carros de aluguel disponíveis em Nova Iorque, incluindo as vans. Os táxis amarelos são os únicos veículos com permissão de pegar passageiros em Nova Iorque em resposta a um aceno na rua. O modelo mais usado é o Ford Crown Victoria. O número diário de deslocamentos nos táxis amarelos caiu em mais de 100 mil em alguns meses desde 2010, à medida que novos aplicativos vêm ganhando mais usuários. Há mais de 47,5 mil carros ligados a essas bases e operados por aplicativos próprios, dos quais mais de 46 mil estão ligados ao Uber, embora também possam ser usados por outras empresas. A título de comparativo, há atualmente apenas 13.857 táxis amarelos em Nova York.
Os táxis são operados por empresas particulares e licenciados por um órgão municipal chamado New York City Taxi and Limousine Comission, responsável pelos mais de 13 mil táxis que rodam na cidade. O órgão também é responsável pelo controle dos mais de 40 mil carros de aluguel disponíveis em Nova Iorque, incluindo as vans. Os táxis amarelos são os únicos veículos com permissão de pegar passageiros em Nova Iorque em resposta a um aceno na rua. O modelo mais usado é o Ford Crown Victoria. Sendo uma tradição mais que centenária, os táxis nova-iorquinos começaram a sua história no ano de 1907, quando o primeiro automóvel movido a combustível começou a oferecer esse tipo de serviço. Na década de 1970, esse veículo ficou imortalizado pelo filme “Taxi Driver”, em que o ator Robert De Niro interpreta o lendário Travis Bickle.


Trata-se de um jovem taxista frustrado com a vida que enlouquece em meio ao submundo que só aqueles motoristas conheciam. Na análise comparada o táxi amarelo pode ser tão sinônimo de Nova York quanto a pizza, a Broadway e o edifício Empire State, mas cada vez mais, vem deixando de ser a preferência de transporte das pessoas. Esse símbolo da vida na cidade, elemento da cultura popular presente em filmes como “Taxi Driver” e o seriado de TV “Taxi”, foi no passado recente a principal alternativa urbana ao metrô e ao ônibus sendo utilizado tanto por ricos quanto pobres. Os taxistas eram os “embaixadores da rua”, acolhendo recém-chegados à cidade, distribuindo informações e conselhos mesmo quando não eram pedidos. Mas o táxi amarelo vem perdendo espaço para uma frota crescente de automóveis pretos chamados por aplicativos com nomes curtos e usuários fiéis: Uber, Lyft, Via, Juno, Gett. 
Uber é uma empresa multinacional norte-americana, prestadora de serviços eletrônicos na área do transporte privado urbano, através de um aplicativo e-hailing que oferece um serviço semelhante ao táxi tradicional, conhecido popularmente como serviços de “carona remunerada”. E-hailing é o ato de se requisitar um táxi através de um dispositivo eletrônico, geralmente um celular ou smartphone. Ele substitui métodos tradicionais para se chamar táxis, como ligações telefônicas ou simplesmente esperar ou ir à busca de um táxi na rua. Cerca de cinco anos após sua fundação a empresa foi avaliada em 18,2 bilhões de dólares, em junho de 2014, contando com investidores como a empresa Google e Goldman Sachs. Fundada em 2009 por Garrett Camp e Travis Kalanick, a proposta inicial do Uber era “ser um serviço semelhante a um táxi de luxo, oferecendo carros como Mercedes S550 e Escalade na cidade de São Francisco”, nos Estados Unidos. A Lyft foi fundada no verão de 2012 por Logan Green e John Zimmer como uma categoria de serviços do Zimride, “uma empresa de carona solidária” que ambos haviam fundado em 2007.
           O Zimride oferecia caronas solidárias entre longas distâncias, sempre entre duas cidades, e conectava motoristas e passageiros por meio de uma conexão no Facebook. A empresa se tornou pouco tempo, “após o lançamento o maior programa de caronas solidárias dos Estados Unidos”. Logan Green criou o Zimride após dividir o carro com outros estudantes em uma viagem da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara até Los Angeles para visitar a namorada. Ele usou um fórum no “Craigslist”, mas a intenção era eliminar toda ansiedade em não conhecer o motorista ou o passageiro. Os dois fundadores da empresa foram apresentados por meio de amigos em comum e inicialmente se conheceram na rede comercial Facebook. O nome da empresa veio do país Zimbábue, onde durante uma viagem em 2005, Green observou habitantes locais compartilhando minivans como táxis com esse nome. Em entrevista, afirmou: - “Voltei aos Estados Unidos inspirados para criar a mesma forma de transporte aqui”. Se   matriculou em cursos de programação e desenvolveu o site 4 meses depois. A versão de testes foi lançada inicialmente na Universidade Cornell, onde após seis meses, tinha mais de 20% de potenciais clientes do campus cadastrado. Usando as informações do perfil do Facebook, motoristas e passageiros podiam ter informações uns dos outros. Travis Bickle (Robert De Niro) é um motorista de táxi de Nova York que sofre de insônia e trabalha longas horas todas as noites, na tentativa evitar que sua personalidade paranoica e solitária se torne cada vez mais instável.


      Cansado da decadência da cidade e após ter levado um fora da assistente de campanha do senador Charles Palatine, Betsy (Cybill Shepherd), ele decide que é hora de mudar. Em 1975, ano de produção do extraordinário “Taxi Driver”, esta sensação já existia, ainda mais em uma Nova York suja e movimentada de viciados, criminosos e prostitutas. Logo no primeiro plano - um close no olhar do solitário taxista, seguido por imagens das ruas de Nova York - a obra-prima dirigida por Martin Scorsese demonstra de forma sutil que o efeito social e psicológico do ambiente no indivíduo será o fio condutor da narrativa. O veterano da dolorosa e fracassada guerra norte-americana contra o regime político do Vietnã Travis Bickle (Robert De Niro) decide se tornar taxista para ocupar seu tempo e sua memória, já que não consegue dormir normalmente.
Encarnando com perfeição o taxista solitário, ele é competente ao transmitir o aumento gradual da revolta no personagem. Em seu primeiro diálogo, quando consegue o emprego de taxista, responde as perguntas com um sorriso irônico no rosto, pois a alegria ainda estava presente em sua vida. Travis Bickle, porém, é alguém com enorme dificuldade para conviver em sociedade, como podemos perceber no diálogo com a atendente do cinema. Ele não sabe seguir as regras criadas para se comportar em público, chegando a ser ingênuo. Mas uma pequena esperança floresce quando conhece a bela Betsy. Seu modo direto de falar encanta a garota, que topa sair com ele. De Niro faz um gesto com o braço quando diz que vai protegê-la. Quando Betsy, por razões óbvias, o abandona na porta do cinema pornô, a desilusão se torna o estopim de sua eminente revolta: - “Ei, imundos, aqui tem alguém que não aguenta mais. Sou um revoltado!”. Observe-se, por exemplo, como ele encara um viciado na rua sem piscar os olhos, demostrando sua indiferença por aquele mundo social sujo e sua enorme vontade de fazer “justiça com as próprias mãos”, quando não hesitou em matar um assaltante.

Assim como o Uber, a Cabify considera os motoristas como parceiros em vez de funcionários. No entanto, a empresa ainda não revelou a divisão das porcentagens que ficarão com o aplicativo em cada categoria, o que já causou até greve entre motoristas do Uber que acusam a empresa norte-americana de ficar com um valor muito alto da corrida - o Uber fica com 25% no Uber X e 20% no Uber Black, que é mais caro. Além de ser aberta aos táxis, a Cabify possui uma diferença importante em relação aos rivais: a forma como calcula o preço da corrida. A empresa faz o cálculo do preço com base apenas na distância espacial, sem levar em conta o tempo do percurso. Questionado se isso poderia causar irritação entre os motoristas da empresa em São Paulo, cidade conhecida pelo trânsito caótico, o executivo afirmou que a empresa acredita muito nessa modalidade. - “A modalidade é muito boa porque é transparente com o usuário e permite que o motorista consiga se planejar melhor”. Outra reclamação recente entre os motoristas do Uber é que a empresa estaria aceitando muitos novos motoristas, o que estaria aparentemente diminuindo suas corridas e, consequentemente, os seus ganhos com os aplicativos. A Cabify afirma que, dependendo da situação concreta de trabalho, pode sim considerar trabalhar com um número limite de motoristas parceiros na cidade.
O aplicativo foi lançado em 2010 para Android e iphone. Ele foi um dos pioneiros no conceito de E-hailing. Em 2010 e 2011, o Uber recebeu quase 50 milhões de dólares em investimentos feitos por “investidores-anjo” e “venture capitalists”, e em 2012 a empresa expandiu os serviços para Londres e iniciou testes de incluir a requisição de táxis convencionais através do aplicativo em Chicago. No mesmo ano, passou a oferecer táxi aéreo por helicóptero entre a cidade de Nova Iorque e Hamptons por 3000 dólares. Em 2015 o Uber recebeu uma nova rodada de investimento, da qual a Microsoft fez parte, o que fez seu valor de mercado subir a US$ 51 bilhões. Por oferecer um serviço análogo aos táxis, mas ao cobrar menos que uma empresa estabelecida no mercado com frota de táxi tradicional, o Uber despertou críticas da indústria de táxis ao redor do mundo, pois agindo assim, individualiza um nível relacional de mercado.
Em maio de 2011, a empresa recebeu uma notificação judicial do departamento de trânsito da cidade de São Francisco com essa mesma acusação. Em 2012, um órgão do estado da Califórnia multou o Uber e outras empresas do ramo em 20 mil dólares cada. Episódios semelhantes ocorreram em vários locais nos Estados Unidos, como a cidade de Nova Iorque e o estado da Virgínia. À medida que a rede do Uber se expande, problemas análogos ocorrem ao redor do mundo. Em maio de 2014, vários motoristas Uber da Austrália foram multados por não ter a licença de táxi, e no Canadá o Uber foi acusado de “violar 25 leis municipais no final de 2012”. Na cidade do México a empresa será obrigada a pagar impostos de licenciamento de veículos, e os motoristas não poderão receber a corrida diretamente dos passageiros, mas através de uma central.
A indústria argumenta que “o Uber estaria agindo de maneira ilegal ao cobrar por corridas sem ter a licença apropriada para tal”. É comum que o trabalho de taxista seja regulamentado por algum órgão específico do governo, com licenças que podem custar caro ao trabalhador. No caso do Brasil, pelo número de licenças serem limitado e a demanda ser alta existem um mercado informal de aluguel de licenças que movimenta atualmente muito dinheiro. Os sindicatos de taxistas alegam que a empresa estaria violando a legislação nacional que regulamenta a profissão e preparam protestos contra a empresa. Com a chegada do aplicativo, os atuais locatários das placas poderiam simplesmente se cadastrar no serviço sem ter que pagar mais este valor mensal. Segundo a própria empresa, o aplicativo vem prometendo gerar 30 mil novos empregos no Brasil até o final de 2016. Em 2015, o Uber contava com 5 mil profissionais credenciados. À medida que a rede do Uber se expande, problemas análogos ocorrem ao redor do mundo. Uma das polêmicas quanto à diferença entre Uber e táxis é que para ser um motorista, bastaria cadastrar-se seguindo uma lista de exigências de segurança.
O Uber chegou ao ponto de ter superado em número os táxis amarelos que percorrem as avenidas de Nova York, uma das imagens mais típicas da cidade dos arranha-céus e uma das que mais bem definem seu frenesi. Como disse um dos meios de comunicação locais, “o preto é o novo amarelo” em Manhattan. O surgimento do serviço, em maio de 2011, provocou, além disso, o colapso do valor pago pela licença para operar um táxi. A concorrência do Uber teve impacto no preço da licença para operar um táxi amarelo. O “distintivo” era até um ano e meio atrás um dos investimentos mais seguros em Nova York. Em novembro de 2013 chegou a ser pago o valor de 2,52 milhões de dólares (oito milhões de reais) por essas chapas, para dois táxis especiais para deficientes – e elas costumam ser mais baratas que as dos táxis amarelos normais. As licenças agora estão cerca de 20% mais baratas. O que ainda não se vê com a invasão mercadológica do sistema de táxis Uber é algum efeito na rentabilidade dos táxis amarelos. A Medallion Financial calcula que os proprietários desses carros tenham tido lucro 22% maior no último trimestre de 2014. O prejuízo, dizem nessa empresa que presta serviços financeiros aos operadores de táxis, vem sendo “relativo”, mesmo admitindo que o Uber é um “bom produto”, que aumenta a concorrência.
Seguindo nesta direção o UberEats é um aplicativo autônomo, e também o primeiro da empresa após o tradicional do Uber. Disponível na App Store e na Google Play, o serviço de entrega de comida é disponibilizado em algumas cidades selecionadas pela empresa, com presença em todos continentes. Nova York é a maior delas, sendo seguida por Los Angeles, Chicago, Austin, Washington, San Francisco, Atlanta, Houston, Seattle e Dalas. Com o aplicativo dedicado ao serviço, os usuários tem uma lista com uma série de restaurantes locais que fazem parte do programa, e a comida é entregue por um motorista tradicional da Uber ou por motoboys cadastrados na plataforma Uber apenas para essa especifica função. Esta não é a primeira vez que a empresa investe em um serviço concorrente e diferente do comum, e também não é a primeira empresa a ter esta brilhante ideia no mercado globalizado. A Uber utilizará seus motoristas tradicionais para fazer as entregas e que também transportam as pessoas, o que pode ser caracterizado com grande vantagem em relação à concorrência. 

A primeira cidade a receber o Uber no Brasil, foi na cidade do Rio de Janeiro, em maio de 2014, seguido da cidade de São Paulo, no eixo histórico industrial do país, no final de junho do mesmo ano, onde foi inaugurada pela famosa modelo brasileira Alessandra Ambrósio. Em seguida, foi a vez de Belo Horizonte receber o Uber, em setembro de 2014. Em janeiro de 2016 o Uber começou a operar em na próspera Campinas, sendo a primeira cidade do interior a receber esse serviço, seguida pela Baixada Santista que opera desde fevereiro de 2016. Em 29 de janeiro de 2016 passou a operar também em Goiânia. Em 18 de março o Uber chegou a Curitiba. No dia 28 de abril de 2015 a Justiça de São Paulo determinou a suspensão liminar do aplicativo Uber no Brasil, contudo em 04 de maio de 2015 a liminar foi revogada. Voltando a ser novamente suspensa pela Câmara de São Paulo no dia 30/06/2015. Em 10 de maio de 2016, o prefeito Fernando Haddad do Partido dos Trabalhadores (PT) assinou um decreto regularizando o Uber na Capital.
Até outubro de 2016, o Uber estava presente nas cidades de Natal, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Maceió, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Grande São Paulo, Jundiaí, Londrina, Uberlândia, Vitória, Sorocaba. Em 10 de novembro de 2016, começou a operar em Juiz de Fora e, em 25 de novembro de 2016, em Cuiabá. O mês comercial de dezembro foi marcado pelo inicio das operações em várias cidades, como Campos dos Goytacazes (RJ), Montes Claros (MG), Joinville, Blumenau (SC), Aracaju (SE), Uberaba (MG) e Região dos Lagos (RJ). Na Região Norte do Brasil o serviço chegou primeiro em Belém, no dia 08/02/2017. Em Manaus, o serviço foi disponibilizado oficialmente, em seguida, em 12/04/2017. Em Pelotas e em Rio Grande cidades do sul do Rio Grande do Sul o serviço foi disponibilizado às 14hs do dia 18 de agosto de 2017. A mobilidade urbana passa por uma profunda transformação devido ao surgimento do  serviço de transporte individual privado intermediado por tecnologia. Esta modalidade de transporte urbano tem previsão na Política Nacional de Mobilidade Urbana através da Lei Federal 12.587/2012 e foi regulamentada nacionalmente com a Lei Federal 13.640/2018.
          Aplicativos como Uber, 99 e Cabify já transportam quase 750 mil passageiros por dia no Rio contra pouco mais de 233 mil dos táxis. Uma das explicações para essa diferença está no bolso do usuário: em muitos casos, já é mais barato se deslocar fazendo uso desses serviços prestados por veículos particulares do que pelo transporte público, seja por ônibus (R$ 4,05), trens ou metrô (ambos a R$ 4,60). As conclusões são de um estudo do Núcleo de Pesquisas em Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ. - Em deslocamentos curtos, em viagens que levam até 15 minutos, uma corrida por aplicativo, se for dividida por pelo menos três pessoas, custa menos que se a opção for o transporte de massa. Esse crescimento dos aplicativos tem vários fatores, inclusive a falta de uma política efetiva que integre os transportes públicos - disse o professor Marcelino Araújo Vieira da Silva, que coordenou o levantamento. A norma ténica, resultado de um intenso debate no Congresso Nacional, organiza a atividade dos motoristas parceiros de aplicativos e delega aos municípios a competência para regular e fiscalizar o transporte individual privado, mas nunca proibi-lo.                
         Durante a discussão no Congresso, foram afastadas restrições que poderiam inviabilizar o modelo – por exemplo, placas vermelhas, autorização prévia para seu funcionamento, necessidade de emplacamento dos veículos no município em que desempenham a atividade ou restrição do número de motoristas por veículo – que não devem fazer parte das regras municipais. Em estudo publicado após a lei entrar em vigor, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considera que a regulação federal “foi cautelosa ao incluir normas de segurança e não impor grandes barreiras regulatórias à entrada nem restrições à liberdade tarifária”. Segundo o órgão, “os entes municipais também devem evitar medidas que dificultem a operação desses serviços quando regulamentarem o uso desses aplicativos”, sob risco de causar efeitos negativos para os consumidores. No Brasil, mais de 20 municípios já entenderam o impacto positivo que os aplicativos de mobilidade trouxeram tanto para as cidades quanto para as pessoas, e decidiram detalhar as regras localmente para garantir o direito de usuários escolherem como querem se deslocar, e o de motoristas parceiros de gerar renda dignamente.
Bibliografia geral consultada.

MOTTA, Fernando Cláudio Prestes, As Empresas e a Transmissão da Ideologia. In: Revista de Administração de Empresas, vol. 24, n° 3, pp. 19-24, 1984; MIRANDA, Dimas Felipe de, Geometria Táxi. Uma Métrica para os Espaços Geográficos e Urbanos uma Análise Exploratória. Dissertação de Mestrado em Tratamento da Informação Espacial. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 1999; VISCO COMANDINI, Vincenzo; GORI, Stefano; VIOLATI, Flaminia, “Le Licenze dei Taxi: Abolizione, Regolazione o Libero Scambio di Diritti?”. In: Conference at Pavia University, 2003; Idem, “Le Licenze dei Taxi: Abolizione, Regolazione o Libero Scambio dei Diritti?”. In: Mercato Concorrenza Regole, n° 3; 2004; BERGANTINO, Angela, BOITANI, Andrea, “Taxi: Un Mercato Molto Particolare”. In: www.Lavoce.info, 28/01/2003; DIAS, Flavio Augusto de Oliveira Passos, Serviços de Táxi: Elementos para um Novo Modelo Regulatório. Brasília: Dissertação de Mestrado em Ciências. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. Brasília: Universidade de Brasília, 2007; LÉVY, Jacques, Os Novos Espaços da Mobilidade. In: Geographia, vol. 3, n° 6, pp. 7-17, 2009; DARBÉRA, Richard, “Problématique du Taxi”. In: Institut pour la Ville en Mouvement. Lisboa: Festival Taxi, 2007; ROCHA NETO, Osvaldo Assis, Mobilidade Urbana e Cultural do Automóvel na Singularidade da Metrópole Modernista brasileira. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Brasília: Universidade de Brasília, 2012; LOPES, Alan de Oliveira, Identificação de Fatores de Influência na Aceitação de Tarifas de Pedágio Rodoviário: Um Estudo de Caso entre as Cidades de Brasília e Goiânia. Dissertação de Mestrado em Transportes. Faculdade de Tecnologia. Brasília: Universidade de Brasília, 2014; POZZI, Sandro, “Uber Ultrapassa Táxis Amarelos de Nova Yorque”. In: https://brasil.elpais.com/2015/03/18/; MACHADO, Gabriel Costeira; OLIVEIRA, Cristiano Aguiar de, “Alguns (bons) Motivos para Acreditar que Motoristas de Táxi Odeiam a Uber sem qualquer Motivo”. In: http://mercadopopular.org/2017/07/12; entre outros. 

domingo, 29 de outubro de 2017

Composições - Técnica, Imagem & Sociabilidade da Profanidade.

                                                                                                     Ubiracy de Souza Braga

A propaganda representa para a democracia o que o cassetete é para o Estado totalitário”. Noam Chomsky

     .

Avram Noam Chomsky é linguista, filósofo, cientista cognitivo, comentarista e ativista político norte-americano, reverenciado em âmbito acadêmico como “o pai da linguística moderna”, também é uma das mais renomadas figuras no campo da filosofia analítica. É Emérito em Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts - MIT, e teve seu nome associado à criação da gramática ge(ne)rativa transformacional. É autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, tendo seu nome associado à chamada “hierarquia de Chomsky”. Seus trabalhos de pesquisa combinando uma abordagem matemática da linguagem com uma crítica do behaviorismo, nos quais a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribui para a formação da psicologia cognitiva, no domínio das ciências humanas. Além da pesquisa e ensino da linguística, Chomsky é também conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos. Na esfera da política descreve-se como um “socialista libertário”. Identifica-se com aquilo que é compreendido como “anarcossindicalismo”, havendo também quem o associe ao “anarcocomunismo” ou ao “comunismo de conselhos”.

Em 1979, Paul Robinson escreveu no New York Times Book Review que “pelo poder, alcance, inovação e influência de [representação] de suas ideias, Noam Chomsky é indiscutivelmente o mais importante intelectual vivo, hoje”. Contudo, Robinson continua o artigo dizendo que os trabalhos de Chomsky sobre Política são “terrivelmente simplistas”. Chomsky observa que “se não fosse por esta segunda afirmação, eu era capaz de pensar que estava fazendo algo errado… é verdade que o imperador está nu, mas o imperador não gosta que digam isto a ele, e os cachorrinhos-de-colo do imperador como o The New York Times não vai gostar da experiência se você o fizer”. A revista Rolling Stone escreveu que Chomsky “está no nível de Thoreau e Emerson no campo da literatura da rebelião”. A Village Voice comentou favoravelmente que “com que perspicácia (Chomsky) não fica enrolando e realmente diz alguma coisa!”. Uma resenha no The Nation tinha a seguinte observação: - “Não ler (Chomsky)… é cortejar a genuína ignorância”. Vale lembrar que “Avram” é outra forma de “Abraão”. Na vida tem como amigos Edward Said, Eqbal Ahmad, Stephen Jay Gould, Alexander Cockburn, Salvador Luria, Robert Fisk, Morris Halle, Norman Finkelstein, Howard Zinn e outros.        

Noam Chomsky tem refutado o “desconstrucionismo” e as críticas do pós-modernismo à Ciência: - “Tenho passado muito tempo da minha vida a trabalhar em questões como estas, a utilizar os únicos métodos que conheço e que são condenados aqui como “ciência”, “racionalidade”, “lógica” e assim por diante”. Portanto, leio esses artigos com certa esperança de que eles me ajudassem a “transcender” estas limitações, ou talvez me sugerissem um caminho inteiramente diferente. Temo ter me desapontado. Reconheço que isso pode se dever às minhas próprias limitações. Muito frequentemente meus olhos se esgazeiam quando leio discursos polissilábicos de autores do pós-estruturalismo e do pós-modernismo. Penso que tais textos são, em grande parte, feitos de truísmos ou de erros, mas isso é apenas um pequeno pedaço dessa coisa toda.  É verdade que há muitas outras coisas que eu não entendo: artigos nas edições atuais dos periódicos de Matemática e de Física, por exemplo. Ninguém parece ser capaz de me explicar que o último artigo “pós-isto-e-pós-aquilo” não seja (em sua maior parte) outra coisa que não truísmos, erros ou balbucios, de maneira que eu não sei o que fazer para prosseguir com eles. As críticas à “ciência masculina branca” são semelhantes aos ataques antissemitas e politicamente motivados contra a “Física judaica” usada pelos nazistas para minimizar a pesquisa feita pelos cientistas judeus durante o movimento Deutsche Physics: - “O mesmo é verdade para o problema de o trabalho ser feito em sala de aula, no escritório, ou em qualquer outro lugar. Eu duvido que os estudantes não-masculinos, não-brancos, amigos e colegas com quem que trabalho não ficassem deveras impressionados com a doutrina de que seu pensamento e sua compreensão das coisas seriam diferentes da ciência masculina branca por causa de sua “cultura ou gênero ou raça”.

                       

Aliás, afirma Chomsky, devo dizer que meus próprios textos políticos costumam ser denunciados, tanto pela esquerda quanto pela direita, por serem não teóricos - e isso está absolutamente certo. Mas são exatamente tão teóricos quanto os de qualquer outra pessoa, eu só não os chamo de “teóricos”, eu os chamo de “triviais” - que é o que eles são, de fato. Isto é, não é que algumas dessas pessoas cujo material é considerado “teoria profunda” e assim não tenham coisas muito interessantes a dizer. É frequente terem coisas muito interessantes a dizer. Mas não é nada que não se pudesse dizer no nível de um aluno do ensino médio e nem nada que um aluno do ensino médio não pudesse perceber, se tivesse tempo, apoio e um pouquinho de preparo. – “Então, marxismo, freudianismo: qualquer uma destas coisas é, eu acho, um culto irracional. Elas são teologia, portanto são o que for que vocês acharem de teologia; eu não acho que seja grande coisa. Para ele “essa é exatamente a analogia certa: noções como marxismo e freudianismo pertencem à história da religião organizada”.

Esta imagem é realmente profana: um bebê supostamente com desejo de comer um sanduíche desta empresa. A McDonald`s Corporation representa a maior cadeia mundial de restaurantes de fast food de hambúrguer no planeta Terra, servindo cerca de 68 milhões de clientes por dia em 119 países através de 37 mil pontos comerciais de venda. Com sede nos Estados Unidos, a empresa começou em 1940 como uma churrascaria operada por Richard e Maurice McDonald. Em 1948, eles reorganizaram seus negócios como uma hamburgueria que usava os princípios de uma linha de produção. O empresário Ray Kroc ingressou na empresa como franquiado em 1955. Em seguida, ele comprou a cadeia de restaurantes dos irmãos McDonald e expandiu a rede de estabelecimentos comerciais para o mundo. Um McDonald é operado por franqueado, filial ou pela corporação. A receita da McDonald`s Corporation condiz com as atividades para as quais a empresa foi constituída, seu contrato social, ou da venda e serviços, antes de qualquer dedução, assim como do aluguel, royalties e honorários pagos pelos franqueados, com as vendas em restaurantes operados pela empresa ao redor do mundo capitalizado. 

Em 2012, a corporação teve uma receita anual de 27,5 bilhões de dólares e lucros de 5,5 bilhões. De acordo com um relatório de 2012 da BBC, o McDonald's é o segundo maior empregador privado do mundo, atrás apenas do Walmart, com 1,9 milhão de empregados, sendo que 1,5 milhão trabalha para franquias. O McDonald`s vende principalmente hambúrgueres, cheeseburgers, frango, batatas fritas, itens de café, refrigerantes, milk shakes e sobremesas. Em resposta à evolução dos gostos dos consumidores, a empresa ampliou o seu menu para incluir saladas, peixes, wraps, smoothies e frutas. A maior parte dos restaurantes oferece os serviços de balcão e Drive-Thru, com mesas em locais abertos ou espaços cobertos do próprio estabelecimento. O Drive-Thru, Auto-Mac, ou McDrive como é reconhecido, frequentemente tem cabines separadas para pedir, pagar e pegar os produtos. Em alguns países os “McDrive” perto de autoestradas não oferecem serviço de balcão ou mesas. Mas, lugares com alta densidade populacional frequentemente não têm o serviço de Drive-Thru

Também, há alguns restaurantes localizados, a maioria em regiões comerciais, que oferecem o serviço de Walk-Thru no lugar do Drive-Thru. Restaurantes temáticos também existem, como os restaurantes Rock-and-Roll McDonald`s 1950 e o restaurante Mc Movie, em Porto Alegre, em nosso país. Alguns McDonald`s em áreas suburbanas e certas cidades têm grandes playgrounds fechados ou ao “ar livre”, chamados McDonald`s PlayPlace ou Playland. Estes foram criados principalmente na década de 1970 e 1980 nos Estados Unidos da América, e mais tarde, internacionalmente. O modelo de negócio da McDonald's Corporation é um pouco diferente da maioria das outras cadeias de fast-food. Além das taxas normais de franquia, recursos, e porcentagem das vendas, McDonald's também recebe aluguel, parcialmente ligado às vendas. Como uma condição do acordo de franquia, a corporação é dona da propriedade nas quais a maioria das franquias se instalam. No entanto, no Reino Unido, o modelo não é de tanta concorrência como o modelo global, e menos de 30% dos restaurantes são da franquia, sendo assim, a maioria das unidades são de propriedade da companhia. O McDonald`s treina seus franqueados e outros na Hamburger University em Oak Brook, Illinois. De acordo com o Fast Food Nation de Eric Schlosser (2001), cerca de um (1) em cada dez (10) trabalhadores nos Estados Unidos foi - em algum momento - empregado pelo McDonald`s. O livro também afirma que o McDonald`s é o maior operador privado de playgrounds nos Estados Unidos. Também, o maior comprador de carne bovina, carne de porco, batatas e maçãs do mundo globalizado. 

Já se disse alhures que as regras do método são para a ciência o que as regras do direito são para o comportamento; elas dirigem o pensamento daqueles que cultivam a sabedoria como estas governam as ações dos homens. Se cada ciência tem seu método de interpretação da realidade, a ordem que ela realiza é absolutamente interna. Ela coordena as investigações sociais dos grupos de cientistas que cultivam uma mesma ciência, não são suas relações externas. Existem, em verdade, poucas disciplinas que coordenam os esforços de diferentes ciências em vista de um fim comum. Isto é verdade sobretudo para as ciências morais e sociais; visto que as ciências matemáticas, físico-químicas e biológicas não parece ser a tal ponto estranhas umas das outras.  Mas o jurista, o psicólogo, o antropólogo, o economista, o estatístico, o linguista, o historiador procedem em suas investigações como se as diversas ordens de fato que eles estudam, formassem outros tantos mundos independentes. Contudo, na realidade, eles se penetram por todas as partes; em consequência, o mesmo deveria ocorrer com as ciências respectivas. Eis de onde vem a anarquia que se assinalou, não sem exagero aliás, na ciência em geral, mas que é sobretudo verdadeira nessas determinadas ciências. Elas oferecem o espetáculo de uma agregação de partes distintas que não cooperam entre si. Se elas formam pois um todo sem unidade, não porque não tenham uma compreensão suficiente de suas semelhanças; é que elas não são organizadas. São variedades de uma mesma espécie; em todo os casos, se a divisão do trabalho não produz a solidariedade é que as relações sociais dos órgãos de trabalho não são regulamentadas.  

Quanto mais acentuado seja o tipo segmentar, os mercados econômicos serão mais ou menos correspondentes aos vários segmentos; consequentemente, cada um deles será muito limitado. Os produtores, estando muito próximos dos consumidores, podem colocar-se mais facilmente a par das necessidade a serem satisfeitas. O equilíbrio se estabelece portanto sem dificuldade e a produção regula-se por si mesma. Ao contrário, na medida em que o tipo de organização de desenvolve, a fusão dos diversos segmentos conduz os mercados a serem um só, que abrange quase toda a sociedade. Ele se estende além mesmo e tende a se tornar universal; pois as fronteiras que separam os povos se reduzem, ao mesmo tempo que aquelas que separavam os segmentos uns dos outros. Resulta que cada indústria produz para consumidores que estão espalhados sobre toda a superfície dos país ou mesmo do mundo globalizado inteiro. O simples contato não é mais suficiente. O produtor não pode mais abranger o mercado pelo olhar, nem mesmo pelo pensamento; ele não pode mais fazer representar  seus limites, pois o mercado é por assim dizer ilimitado. Em consequência a produção não tem ferio nem regra; ela só pode tatear ao acaso e, nos curso desses tateamentos, é inevitável que as medidas sejam ultrapassadas, tanto num sentido como no outro. Daí essas crises cíclicas que perturbam periodicamente as funções econômicas. O crescimento destas crises locais e restritas que são as falências é certamente um efeito social específico dessa mesma causa. O operário é colocado sob regulamentos, afastado o dia  de sua família; vive separado daquele que o emprega, como ocorre particularmente com a atividade unissexual do homem diante do mar, com as rotas das navegações ou mesmo traineiras.

                  

Avram Noam Chomsky nasceu na Filadélfia, em 7 de dezembro de 1928. É um linguista, filósofo, sociólogo, cientista cognitivo, comentarista e ativista político norte-americano, reverenciado em âmbito acadêmico como “o pai da linguística moderna”, também é uma das mais renomadas figuras no campo da filosofia analítica. É Professor Emérito em Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e teve seu nome associado à “criação da gramática gerativa transformacional”. É também o autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, tendo seu nome associado à chamada Hierarquia de Chomsky, é a classificação de gramáticas formais descrita em 1959 por Noam Chomsky.  Depois do doutoramento, Chomsky leciona no MIT há mais de 40 anos consecutivos, nomeado para a Cátedra de Línguas Modernas e Linguística Ferrari P. Ward. Noam Chomsky tornou-se publicamente muito empenhado no ativismo político e, a partir de 1964, protestou ativamente contra o envolvimento norte-americano na Guerra do Vietnã, entre 1959 e 1975.

Esta classificação possui quatro níveis, sendo que os dois últimos níveis (os níveis 2 e 3) são amplamente utilizados na descrição de linguagem de programação de dados e na implementação de interpretadores e compiladores. Mais especificamente, o nível 2 é muito utilizado em análise sintática (computação) e o nível 3 em análise léxica.  Seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenômenos da linguagem com uma crítica ao behaviorismo, nos quais a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para a formação da psicologia cognitiva, no domínio das ciências humanas. Além da sua investigação e ensino no âmbito da linguística, é também reconhecido pelas suas posições políticas associadas aos temas de esquerda e pela sua crítica à política externa dos Estados Unidos. Como pensador Chomsky descreve-se como “um socialista libertário”. Identificando-se com aquilo que é modernamente compreendido como “anarcossindicalismo”, havendo também quem o associe ao “anarcocomunismo” ou ao “comunismo de conselhos”. Em 1969, publicou o livro American Power and the New Mandarins, um livro de ensaios sobre essa guerra. Desde então, tornou-se mundialmente conhecido pelas suas ideias políticas, dando palestras por todo o mundo e publicando inúmeras obras. A sua ideologia política, classificada como socialismo libertário, rendeu inúmeros seguidores dentro do campo da esquerda, mas também muitos detratores no outro extremo do espectro político. Neste tempo, continuou a pesquisar, escrever e ensinar, contribuindo de forma regular com propostas teóricas que virtualmente definiram os problemas e questões centrais da investigação linguística nos últimos 50 anos.

Embora usados como sinônimos, para o que nos interessa, os termos publicidade e propaganda, para alguns pesquisadores da comunicação social, não significam rigorosamente a mesma coisa embora sejam semelhantes na sua essência. Para alguns analistas sociais, publicidade significa o ato de vulgarizar, de tornar público uma mensagem, enquanto a palavra propaganda, mais abrangente que publicidade, estaria relacionada à mensagem política e religiosa e compreende a ideia de implantar, de incluir uma crença na mente da massa, enquanto momento tardio no processo de modernização. Propaganda é definida como propagação de princípios e teorias. Deriva do latim “propagare”, por sua vez, deriva de “pangere”, que quer dizer “enterrar, mergulhar, plantar”. A expressão foi traduzida pelo papa Clemente VII, em 1597, quando fundou a “Congregação da Propaganda”, com o fim de propagar a fé católica pelo mundo. No Brasil, as palavras publicidade e propaganda são usadas indistintamente, e para diferenciar os diversos tipos de publicidade, são usadas adjetivações, tais como “publicidade comercial”, “publicidade editorial”, “propaganda política”, “propaganda de utilidade pública” etc. Reconhecido por Palazzo di Propaganda Fide ou Palácio da Propagação da Fé é uma das propriedades extraterritoriais da Santa Sé nos rios Trevi e Colonna de Roma, Itália, localizado na Piazza di Spagna, de frente para a via di Propaganda. Este edifício foi a primeira sede da Pontifícia Universidade Urbaniana, cujo objetivo é formar missionários católicos, fundado pelo papa Urbano VIII, e foi ampliado pelo seu irmão, o cardeal Antônio Barberini, depois de sua morte em 1644. O palácio ainda pertence à congregação, mas a maior parte de suas atividades é realizada no Nuovo Collegio Urbano De Propaganda Fide. Cedo serviu como sede da Sagrada Congregação para Propagação da Fé (Propaganda Fide), fundada em 1622 através da bula “Inscrutabili divinae” do papa Gregório XV.
   Os judeus, disse uma vez Léon Poliakov, são franceses que, ao invés de não irem mais à igreja, não vão mais à sinagoga. Na tradução humorística de Hagadah, essa piada designava crenças no passado que deixaram de organizar práticas. As convicções políticas parecem, hoje, seguir o mesmo caminho. Alguém seria socialista por que foi, sem ir às manifestações, sem reunião, sem palavra e sem contribuição financeira, em suma, sem pagar. Mas reverencial que identificatória, a pertença só se marcaria por aquilo que se chama uma voz. Este resto de palavra, como o voto de quatro em quatro anos. Uma técnica bastante simples manteria o teatro de operações desse crédito. Basta que as sondagens abordem outro ponto que não aquilo que liga diretamente os adeptos ao partido, mas aquilo que não os engaja alhures, não a energia das convicções, mas a sua inércia. Os resultados da operação contam então com restos da adesão. Fazem cálculos até mesmo com o desgaste de toda convicção. Pois esses restos, esses cacos, como insinua o teólogo Leonardo Boff, indicam ao mesmo tempo o refluxo daquilo em que os interrogados creram na ausência de uma credibilidade mais forte que os leva para outro lugar. Ora, a capacidade de crer parece estar em recessão em todo o campo político. A tática é a arte do fraco. O poder se acha amarrado à sua visibilidade. Mas a vontade de “fazer crer”, de que vive a instituição, fornecia nos dois casos um fiador a uma busca de amor e/ou de identidade. Importa então interrogar-se sobre os avatares do crer em nossas sociedades e sobre as práticas originadas a partir desses deslocamentos. Durante séculos, supunha-se que fossem indefinidas as reservas de crença.           
Aos poucos a crença se poluiu, como o ar e a água. Percebe-se ao mesmo tempo não se saber o que ela é. Tantas polêmicas e reflexões sobre os conteúdos ideológicos em torno do voto e os enquadramentos institucionais para lhe fornecer não foram acompanhadas de uma elucidação acerca da natureza do ato de crer. Os poderes antigos geriam habilmente a autoridade. Hoje são os sistemas administrativos, sem autoridade, que dispõem de mais força em seus “aparelhos” e menos de autoridade legislativa. O primeiro encarregado das obras foi Gianlorenzo Bernini (1598-1680), que foi substituído, em 1644, por Francesco Borromini (1599-1667), preferido do papa Inocêncio X (1574-1655), de n° 236 na história da Igreja Católica. A fachada, de Borromini, está organizada em torno de poderosas pilastras entre as quais se abrem janelas laterais, côncavas, em contraste com a central, que é convexa. Uma pronunciada cornija separa o piano nobile do sótão. A sua porção central é côncava. Por causa deste contínuo movimento entre formas côncavas e convexas na fachada, este palácio é considerado um dos mais importantes exemplos da arquitetura barroca de Roma. O palácio, que abrigava a coleção etnográfica missionária do Museu Bórgio, que depois foi levada para o Vaticano, é visitado através de apontamento prévio. No interior está a Cappella dei Re Magi, também de Borromini. 
O termo propaganda tem a sua origem no gerúndio do verbo latim “propagare”, equivalente ao português propagar, significando o ato de difundir algo, originalmente referindo-se à prática agrícola de plantio usada para propagar plantas como a vinha. O uso da palavra “propaganda” no sentido contemporâneo é uma cunhagem inglesa do século XVIII, nascida da abreviação de Congregatio de Propaganda Fide de cardeais estabelecida em 1633 pelo Papa Urbano VIII para supervisionar “a propagação da fé cristã nas missões estrangeiras”. Originalmente o termo não era “ideologia” porque a palavra foi criada por Antoine-Louis-Claude Destutt, o conde de Tracy, filósofo e soldado no tempo da Revolução Francesa, com o significado de ciência das ideias, tomando-se ideias no sentido de “estados de consciência”. Militar de carreira aderiu à Revolução, destacando-se como deputado. Fez parte do “grupo dos sensualistas”, com orientação nos pensamentos republicanos do Marquês de Condorcet que entraram em conflito com os partidários de Bonaparte, que os acusaram de “idéologues”.
Decorrido cerca de uma década da queda da Bastilha, o filósofo exilado em Bruxelas, começou a publicar Eléments D`Ideologie (1801-1815), em 4 volumes, postulando a fundação de um original campo destinado a formar a base de todas as ciências, denominada por ele a “ciência das ideias”. Etimologicamente a confusão entre os termos “propaganda” e “publicidade” refere-se ao problema de distorção ideológica aplicada à tradução dos originais da língua inglesa. Propaganda é um modo especificamente sistemático de persuadir visando influenciar com fins ideológicos ou políticos, as emoções, atitudes, opiniões ou ações do público alvo. As traduções dentro da área de negócios, administração e marketing utilizam propaganda para o termo “advertising” e publicidade para o termo “publicity”. Seu uso primário no contexto político refere-se geralmente à persuasão patrocinada na esfera pública e política. A propaganda pode ser usada como forma de luta política, por associação com sua utilização ideológica, embora a propaganda em seu sentido original represente neutralidade axiológica, do ponto de vista sociológico, podendo se referir a usos benignos ou inócuos, como por exemplo: recomendações de saúde pública, campanhas para participar de censo ou eleição, ou mensagens para estimular as pessoas a denunciar crimes à autoridade, entre outros.
 A propaganda possui várias técnicas metodológicas em conjunto com a publicidade, podendo ser usada tanto para promover um produto comercial quanto para divulgar crenças e ideias religiosas, políticas ou ideológicas. Exemplos de propaganda são panfletos e programas falados ou escritos, preparados para a audiência do inimigo durante as guerras convencionais e a maior parte das publicidades nos partidos e campanhas políticas. A propaganda é também um dos métodos usados primordialmente na guerra psicológica pelos Estados Unidos da América. Neste sentido estrito e mais comum do termo, a propaganda usada na guerra psicológica se refere à informação deliberadamente falsa ou incompleta, que apoia uma causa política ou os interesses meramente midiáticos daqueles que visam a propaganda comercial ou dos que querem o poder. O publicitário procura mudar a forma como as pessoas entendem uma situação ou problema, com o objetivo de mudar suas ações e expectativas para a direção que interessa ao publicitário. Nesse sentido, a propaganda serve como corolário à censura, na qual o mesmo objetivo é obtido, não por colocar falsas informações nas mentes das pessoas, mas fazendo com que estas não se interessem pela informação dita verdadeira.  
O que diferencia a propaganda como arma psicológica de outras formas de argumentação é o desejo do publicitário em mudar o entendimento das pessoas através do logro e da confusão, mais do que pela persuasão e entendimento. Esse tipo de propaganda é muito comum em campanhas eleitorais e religiosas, com o propósito de embutir uma ideia na cabeça das pessoas e causar repulsa por informações novas, gerando preconceito e intolerância como efeito prático. A propaganda é, também, uma poderosa arma na guerra. Constitui-se como ideologia, ou seja, enquanto ilusão/alusão em relação á realidade social. Mas a ideologia nem é exclusivamente falsidade, assim como não é exclusivamente verdade. Mas a sua função pode ter a prevalência repressiva de desumanizar e criar aversão contra um grupo em especial. A técnica é criar uma imagem falsa desse grupo. Isso pode ser feito usando-se palavras específicas, lacunas de palavras ou afirmando-se que o inimigo é responsável por certas coisas que nunca fez.
A propaganda é uma atividade humana tão antiga quanto os registros de que algo acontece ou aconteceu. Em política, tem o objetivo de divulgar um candidato, legenda ou coligação partidária. Mesmo que a mensagem traga informação verdadeira, é possível que esta seja partidária, não apresentando um quadro completo e balanceado de seu escopo. Seu uso primário advém de contexto político, referindo-se geralmente aos esforços patrocinados por governos e partidos políticos. Uma manipulação ideológica semelhante de informações é bem conhecida, a publicidade, mas normalmente não é chamada de propaganda. As técnicas de propaganda foram ideologicamente organizadas e aplicadas primeiramente pelo jornalista e ideólogo Walter Lippman e pelo psicólogo Edward Bernays, não por acaso, sobrinho de Sigmund Freud, no início do século XX.
Durante a guerra europeia de 1914-18, Lippman e Bernays foram contratados pelo presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, para influenciar a opinião pública para entrar na guerra formando um “consórcio” ao lado da Inglaterra. A campanha de propaganda de guerra de Lippman e Bernays produziu, em seis meses, uma histeria coletiva anti-alemã tão intensa que marcou definitivamente os negócios estadunidenses, e o sanguinário Adolf Hitler e outros, com o potencial da propaganda de larga escala em controlar a opinião pública. Edward Bernays cunhou os termos “mente coletiva” e “consenso fabricado”, como categorias usadas na prática da propaganda. As relações públicas é uma derivação direta do trabalho de Lippman e Bernays e continua a ser usada pelo governo dos Estados Unidos. Durante a metade do século XX, os próprios Bernays e Lippman tiveram uma bem-sucedida empresa de relações públicas. A propaganda e publicidade na Alemanha nazista foram produzidas pelo chamado Ministério da Conscientização Pública e Propaganda. Joseph Goebbels foi encarregado desse ministério logo após a ascensão e tomada do poder por Hitler, em 1933.
No seu primeiro ano à frente do governo do Terceiro Reich, Hitler fez cerca de 50 comunicados via rádio, número que é referido quer no estudo de David Welch, quer no do espanhol Alejandro Quintero. Este autor refere ainda que muitos destes discursos eram realizados em pleno horário de trabalho, o que obrigava a que todos os trabalhadores suspendessem as suas funções para ouvirem as palavras do Führer. O esforço de Goebbels para consolidar o poder da rádio era enorme. David Welch faz referência a um discurso do Ministro da Propaganda onde este tece elogios à rádio e aos seus ouvintes. Quando havia discursos de importantes personalidades do regime transmitidos via rádio, várias colunas eram espalhadas pelos vários jardins e espaços públicos, fábricas, escritórios e escolas. Momentos antes de o discurso começar soavam sirenes que serviam de alarme para que todos parassem suas atividades, e ouvissem a transmissão, numa perspectiva para promover a união do cidadão comum com a Nação.
A rádio, desde cedo se tornou o principal meio de difusão da propaganda do Estado nacional-socialista e de criação e formação de uma única opinião pública. De forma a personalizar as transmissões, as rádios alemãs associavam aos diferentes dirigentes nazis e aos seus discursos, diferentes estilos musicais, de acordo com as suas preferências. Alejandro Pizarroso Quintero também faz referência a esta questão, tal como o faz David Welch. O teórico norte-americano refere, a título meramente exemplificativo, que os discursos do Führer eram precedidos pela sua marcha preferida, a “Baden Weiller”, o discurso anual que Goebbels fazia em honra de Hitler pela ocasião do seu aniversário era iniciado após ser transmitido o “Meistersinger” de Wagner. Diz Welch que Goebbels, com o seu objetivo de alcançar uma só opinião em toda a sociedade alemã, uma só opinião pública, sempre manteve que era imperativo que a rádio ou, a “arma espiritual do Estado totalitário”, gozasse da confiança do público, já que com ele “destruímos o espírito de rebelião”, dizia o Ministro da Propaganda.                    
Os jornalistas, escritores e artistas foram convocados para registrarem-se em uma das câmaras subordinadas ao ministério: imprensa, artes, música, teatro, cinema, literatura ou rádio. Até o final da Batalha de Stalingrado, em 4 de fevereiro de 1943, a propaganda alemã enfatizava cuidadosamente o progresso das tropas alemãs e a humanidade dos soldados alemães para com os povos das nações e nacionalidades dos territórios ocupados. Em comparação, os ingleses e aliados eram descritos como assassinos covardes, e os estadunidenses em particular como sendo bandidos comparativamente como fora considerado Al Capone, Nos estados Unidos. Ao mesmo tempo, a propaganda alemã procurou afastar os estadunidenses e os ingleses uns dos outros, e ambos dos soviéticos.  Depois de Stalingrado, o tema principal da propaganda mudou para afirmar a Alemanha como a única defensora da cultura ocidental Europeia contra as “hordas bolchevistas”. Enfatizou-se a criação das “armas de vingança” V-1 e V-2 para convencer os bretões da inutilidade em tentar vencer a Alemanha. Na historiografia consta que Goebbels cometeu suicídio logo após Adolf Hitler em 30 de abril de 1945. Em seu lugar, fora substituído por Hans Fritzsche, que havia sido o executivo da Câmara do Rádio, foi julgado e absolvido pelos Tribunais de Nuremberg. A rejeição da totalidade expressiva hegeliana, que nos marxistas anteriores significava categorias sociais como “determinação e dominância” só do plano de análise reducionista econômico, ganha assim estatuto teórico e respeitabilidade na análise social. 
O filósofo Louis Althusser interpreta o político dominando historicamente sobre (às vezes até contra) o econômico na sociedade. Isto é importante do ponto de vista analítico e opera uma distinção no âmbito da formação de uma Teoria das Ideologias. Seu ensaio mais conhecido é “Idéologie et Appareils Idéologiques d'État”(1970), onde precisa: a) o conceito de ideologia, e, b) relaciona o marxismo com a psicanálise. A ideologia, deriva dos conceitos do inconsciente e da “fase do espelho” de Freud e Lacan, respectivamente, e, c) descrevendo as estruturas e sistemas sociais que permitem um conceito significativo do Eu. São tanto agentes sociais de repressão quanto são inevitáveis - é impossível escapar das ideologias ou não ser-lhes subjugado: a) pela interpelação, b) pelo reconhecimento, c) pela sujeição e d) os Aparelhos Ideológicos de Estado (AIE), são quatro categorias básicas da teoria.
 Portanto, em seu discurso sobre a Ideologia é patente sua preocupação em encontrar o lugar da “submissão espontânea”, o seu funcionamento e suas consequências lógicas para o movimento social, conforme a representação abaixo de sua teoria e prática. A “dominação burguesa” só se estabiliza pela autonomia dos aparelhos de produção e reprodução isolados. O mito do Estado, como entidade incorporada pelos cidadãos e como instituição “acima da sociedade”, aparece também no estruturalismo marxista de Althusser sob a forma de “a instituição além das classes e soberana”. Os “Aparelhos Ideológicos do Estado” (AIE) são vistas como a espinha dorsal de sua teoria em que se descreve uma visão monolítica e de organização social, onde tudo é rigidamente organizado, planejado e definido pelo Estado, de tal sorte que não sobra mais nada para os cidadãos. Não há mais nenhuma alternativa a não ser a resignação weberiana do Estado onipresente e dominante nas sociedades contemporâneas.
A visão aparentemente simplista dos aparelhos ideológicos como meros agentes para garantir o desempenho do Estado e da ideologia atraiu para Althusser as frequentes críticas de funcionalismo de  Merton à Niklas Luhmann. Isto se deve ao fato social de que ele não inclui nas suas preocupações, questionamentos sobre o surgimento desses aparelhos ideológicos e sobre sua lógica historicista. Não há a noção de continuidade histórica e cada fase é uma fase “em si”, no sentido hegeliano, dentro da qual as diferentes instituições se articulam, sempre de forma relativa. Assim a igreja - ou a religião -, por exemplo, não é o resultado de uma sedimentação histórico-cultural de ideias e visões do mundo, trabalho de séculos dos organizadores da cultura; não! A igreja é a instituição e seu funcionamento só é captado dentro da lógica respectiva do momento conjuntural analisado. A dimensão, portanto, da “la tradition de toutes les générations mortes pèse comme un cauchemar le cerveau de la vie” desaparece.
Tanto os Estados Unidos como a União Soviética, utilizaram amplamente a propaganda durante a Guerra Fria. Os dois lados usaram filmes, programas de televisão e de rádio para influenciar seus próprios cidadãos, o outro e as nações do chamado “Terceiro Mundo”. A Agência de Informação dos Estados Unidos operava a Voz da América como uma estação oficial do governo. A Rádio Free Europe e a Rádio Liberty, em parte apoiadas pela Central Intelligence Agency, emitiam propaganda cinza nas notícias e entretenimento na Europa Ocidental e União Soviética respetivamente. A disputa ideológica e de fronteira entre a União Soviética e a República Popular da China resultou em inúmeras operações pós-fronteira. Uma técnica de propaganda efetivamente desenvolvida durante esse período era a transmissão “ao contrário”, na qual o programa de rádio era gravado e transmitido “de trás para frente”.
O homem que foi o maior símbolo ideológico do terrorismo internacional durante a chamada Guerra Fria nasceu Illich Ramírez Sánchez em Caracas, em 1949. O pai, um advogado comunista, deu aos três filhos os nomes de Lenine - os dois irmãos mais novos de Carlos foram batizados Lenine e Vladimir, apesar do pedido da mãe para poupar o mais velho. Illich juntou-se à Juventude Comunista do PC venezuelano aos dez anos e, na década de 1960, terá frequentado um campo de férias em Cuba onde ensinavam técnicas de guerrilha. Era, portanto,  uma lenda do terrorismo internacional. Durante mais de duas décadas, Carlos, o “Chacal” foi o homem mais procurado pelas polícias secretas dos países imperialistas ocidentais, comparativamente como Osama bin Laden, depois dos ataques fatais às duas torres gêmeas (2001). Acusado de envolvimento em mais de 80 mortes violentas nas décadas de 1970 e 1980 e em alguns dos mais espetaculares atentados do período da guerra fria, acabou sendo detido, julgado e condenado à prisão perpétua pelas autoridades francesas. 
A decisão da Justiça francesa de condená-lo à prisão perpétua por um atentado em 1974 no centro de Paris praticamente não alterou Illich Ramírez Sánchez, caracterizado pelo jornalismo Carlos, o Chacal. Afinal, seriam necessárias várias vidas para cumprir todas as sentenças que acumula por atos terroristas cometidos nas décadas de 1970 e 1980, uma época em que a mera menção de seu nome causava calafrios na direita. Autodenominado ativista da causa palestina, Chacal foi durante anos um dos terroristas mais procurados do mundo, responsável por dezenas de mortes e feridos. Uma figura retratada em livros, filmes e que cultivou uma imagem de vilão glamoroso; seu apelido vem do terrorista criado por Frederick Forsyth no livro: O Dia do Chacal (1971).  A República Cuba serviu como a maior fonte e objeto de propaganda por estações tanto “negras” como “brancas”, operadas pela CIA e grupos cubanos exilados. A Rádio Havana Cuba, por sua vez, difundia propaganda produzida pela Coreia do Norte, Vietnã do Norte e União Soviética. Entre 1961 e 1965, a Rádio Free Dixie foi transmitida de Havana para o leste dos Estados Unidos pregando a luta contra o racismo. Os livros de George Orwell “Animal Farm” (1945) e “Nineteen Eighty-Four” (1948) são exemplos do uso da propaganda. 
Embora não ambientados na União Soviética, seus personagens vivem em regimes autoritários nos quais a linguagem é constantemente corrompida para propósitos políticos. Essas obras foram utilizadas como propaganda explícita. A CIA, por exemplo, financiou secretamente uma adaptação para cinema de animação do livro “Animal Farm”, nos anos 1950. Há várias técnicas de propagandas que são utilizadas para criar mensagens que sejam persuasivas, sejam verdadeiras ou falsas. Muitas dessas técnicas podem ser baseadas em falácias, já que os publicitários usam argumentos que, embora às vezes sejam convincentes, não são necessariamente válidos. Entende-se por “propaganda enganosa” a que induz a um erro, ao mostrar características e vantagens que um produto não tem. É importante distinguir a propaganda enganosa abusiva. Esta é mais grave porque tem a função de induzir o consumidor a um comportamento prejudicial, incitando à violência, explorando o medo, entre outros. Grosso modo, pode-se afirmar que a propaganda se refere à “mensagem” a ser veiculada (“conteúdo”), enquanto a publicidade se refere aos “meios” (o “como”) essa mensagem será veiculada nos diferentes meios. 
Identificar a mensagem da propaganda é um pré-requisito para estudar os métodos utilizados para divulgação desta mensagem. Métodos usuais para transmitir mensagens de propaganda incluem noticiários, comunicações oficiais, revistas, comerciais, livros, folhetos, filmes de propaganda, rádio, televisão e pôsteres, que relacionem o produto/serviço oferecido às suas características e custos-benefícios. No caso da divulgação de uma ideia, categoria ou conceito, o meio utilizado deve corresponder socialmente ao público-alvo da campanha e acompanhado da linha de pensamento ideológico ou político do seu criador, a fim de instigar, no público-alvo, o interesse e a aderência à ideia, categoria ou conceito. Basicamente, diferenciar os termos publicidade e propaganda não é simples. Publicidade é tornarmos público uma ideia, sem que isso implique necessariamente em persuasão de quem recebe essa ideia. Como? A propaganda busca divulgar um produto ou serviço para que o consumidor o conheça e objetiva induzir o consumidor a comprar o produto ou serviço. A propaganda atua através dos meios sociais de comunicação veiculando mensagens sobre produtos ou serviços para diversos nichos do mercado. Publicidade é uma técnica de comunicação em massa cuja finalidade precípua é fornecer informações sobre produtos ou serviços com fins lucrativos e comerciais. É, sobretudo, um meio de comunicação massificado com o propósito de condicioná-lo para o ato da compra no mercado de bens simbólicos. A publicidade além de estimular a ação de compra, estabelecendo a relação emissor-receptor tem o propósito de identificar  um produto ou à empresa; torna os benefícios do produto e aumenta a convicção racional ou emocional do consumidor em relação ao produto ou mercadoria.
Bibliografia geral consultada.

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