quinta-feira, 25 de abril de 2024

Crystal Rotaru – Imagens Perigosas & Indivíduos de Segurança Pública.

           Os homens efetivamente precisam de mitos, mas não para comandar sua vida social”. Norbert Elias                             


           A única oportunidade na vida em que os indivíduos têm de buscar sozinhos a realização dos anseios pessoais, predominantemente com base em suas próprias decisões, envolve um tipo especial de risco. O conceito de figuração, segundo Norbert Elias distingue-se de outros conceitos teóricos da sociologia por incluir expressamente os seres humanos em sua formação social. Contrasta, decididamente com um tipo dominante de formação de conceitos que se desenvolve sobretudo na investigação de objetos sem vida, portanto no campo da física e da filosofia para ela orientada. Há figurações de estrelas, per se como as de plantas e de animais. Mas apenas os seres humanos formam figurações uns com os outros. O modo de sua vida conjunta em grupos grandes e pequenos é, de certa maneira, singular e sempre co-determinado pela transmissão de conhecimento de uma geração a outra, por tanto por meio do ingresso singular do mundo simbólico específico de uma figuração sociológica já existente de seres humanos. Às quatro dimensões espaço-temporais indissoluvelmente ligadas se soma, no caso dos seres humanos, uma quinta, a dos símbolos socialmente apreendidos. Sem sua apropriação, sem, por exemplo, o aprendizado de uma determinada língua especificamente social, os seres humanos não seriam capazes de se orientar no seu mundo nem de se comunicar uns com os outros. Um ser humano adulto, que não teve acesso aos símbolos da língua e conhecimento de grupo permanece fora das figurações humanas, pois não é um humano; é um ser a-social (cf. Goldfarb, 2004). 

         Crystal Elysia Lorraine Rotaru é uma atriz canadense nascida em 9 de novembro de 1984 em Vancouver, Columbia Britânica. O nome da província foi escolhido pela Rainha Vitória, quando a Colônia da Colúmbia Britânica (1858-1866), ou seja, “o Continente”, tornou-se uma colônia britânica em 1858. O nome se refere ao Distrito de Columbia, o nome britânico para o território drenado pelo rio Columbia no Sudeste da Colúmbia Britânica, e que também é homônimo do Tratado Pré-Oregon. A Rainha Vitória escolheu o nome Colúmbia Britânica para distinguir o que era o setor britânico do Distrito de Columbia dos Estados Unidos da América (“Colúmbia Americana” ou “Colúmbia do Sul”), que se tornou o Território do Oregon em 8 de agosto de 1848, como resultado do Tratado. Em última análise, o “Colúmbia” no nome “Colúmbia Britânica” é derivado do Columbia Rediviva, um navio norte-americano que nomeou o rio Columbia e a região mais ampla. O “Columbia” no nome do navio Columbia Rediviva veio do nome Columbia para o chamado Novo Mundo ou partes dele, uma referência ao explorador Cristóvão Colombo. A Colúmbia Britânica, é uma das dez províncias do Canadá. É a província mais ocidental do Canadá, localizada entre o oceano Pacífico e as Montanhas Rochosas. É uma componente do Noroeste Pacífico e também da biorregião de Cascadia,  com os estados norte-americanos de Idaho, Oregon, Washington, Alasca e Oeste de Montana.

As diversas definições funcionalistas de controle social são demasiado amplas e vagas, e, portanto, seria legítimo indagar, escolhendo-as mais ou menos ao acaso, para inferir que resultam em termos de um controle, isto é, qualquer estímulo ou complexo de estímulos que provoca uma determinada reação. Assim, pois, todos os estímulos são controles, pois representam a direção do comportamento por influências grupais, estimulando ou inibindo a ação individualmente ou grupal. O controle social pode ser definido, portanto, como a soma total ou, antes, o conjunto de padrões culturais, símbolos sociais, signos coletivos, valores culturais, ideias e idealidades, comparativamente tanto como atos quanto como processos diretamente ligados a eles, pelo qual a sociedade inclusiva, cada grupo particular, e cada membro individual participante superam as tensões e os conflitos entre si, através do equilíbrio temporário, e se dispõem a novos esforços criativos. Ipso facto, em toda a dimensão da vida associativa deverá haver algum ajustamento de relações sociais tendentes a prevenir a interferência de direitos e privilégios entre os indivíduos. De maneira mais específica, são três as funções do que podem ser estabelecidas pelo meio de trabalho e de controle social: a obtenção e a manutenção da ordem social, da proteção social e da eficiência social.

O seu emprego na sociologia contribuiu consideravelmente para produzir uma simplificação do ponto de vista técnico-metodológica ou redução sociológica na análise dos problemas sociais, conseguida proporcionalmente, graças à compreensão positiva da integração das contradições correspondentes no sistema de organização das sociedades e da importância relativa de cada um deles, como e enquanto expressão do jogo social. Embora obscuro e equívoco, em seu significado corrente, o conceito de controle social é necessário à sociológica na modernidade, encontraram um sistema de referências propício à sua crítica analítica científica, seleção lógica e coordenação metódica. O crescimento de um jovem convivendo e habitando comum em figurações humanas, como processo social e experiência, assim como o conjunto do aprendizado de um determinado esquema de autorregulação na relação social com os seres humanos, é condição indispensável ao desenvolvimento rumo à humanidade. Neste sentido, socialização e individualização de um ser humano, são nomes diferentes para o processo. Cada ser humano assemelha-se aos outros, e é, ao mesmo tempo, diferente de todos os outros. O mais das vezes, as teorias sociológicas ou filosóficas deixam sem resolver o problema essencial humano da relação dialética entre indivíduo e sociedade.

Quando se fala que uma criança se torna um indivíduo humano por meio da integração em determinadas figurações, como, por exemplo, em famílias, em classes escolares, em comunidades aldeãs ou em Estados, assim como mediante a apropriação e reelaboração de um patrimônio simbólico social, conduz-se o pensamento por entre dois grandes perigos da teoria e das ciências humanas: o perigo de partir de um indivíduo a-social, portanto, como que de um agente que existe por si mesmo; e o perigo de postular um “sistema”, um “todo”, em suma, uma sociedade humana que existiria para além do ser humano singular, para além dos indivíduos. Embora não possuam um começo absoluto, não tendo nenhuma outra substância a não ser seres humanos gerados familiarmente por pais e mães, as sociedades humanas não são simplesmente um aglomerado cumulativo dessas pessoas. A crueldade da colonização europeia não foi um bom presságio para a população nativa remanescente da Colúmbia Britânica. Os oficiais coloniais consideraram que os colonos poderiam fazer melhor uso da terra do que os povos das Primeiras Nações, e assim o território seria propriedade dos colonos. Para garantir que os colonos pudessem se estabelecer adequadamente e fazer uso da terra, as Primeiras Nações foram realocadas à força para reservas, que muitas vezes eram pequenas demais para sustentar seu modo de vida. Na década de 1930, a Columbia Britânica tinha mais de 1 500 reservas indígenas. Assim, espalharam-se pelo mundo  reivindicando territórios e construindo o Império Britânico. 

Quando se fala que uma criança se torna um indivíduo humano por meio da integração em determinadas figurações, como, por exemplo, em famílias, em classes escolares, em comunidades aldeãs ou em Estados, assim como mediante a apropriação e reelaboração de um patrimônio simbólico social, conduz-se o pensamento por entre dois grandes perigos da teoria e das ciências humanas: o perigo de partir de um indivíduo a-social, portanto, como que de um agente que existe por si mesmo; e o perigo de postular um “sistema”, um “todo”, em suma, uma sociedade humana que existiria para além do ser humano singular, para além dos indivíduos. Embora não possuam um começo absoluto, não tendo nenhuma outra substância a não ser seres humanos gerados familiarmente por pais e mães, as sociedades humanas não são simplesmente um aglomerado cumulativo dessas pessoas. A crueldade da colonização europeia não foi um bom presságio para a população nativa remanescente da Colúmbia Britânica. Os oficiais coloniais consideraram que os colonos poderiam fazer melhor uso da terra do que os povos das Primeiras Nações, e assim o território seria propriedade dos colonos. Para garantir que os colonos pudessem se estabelecer adequadamente e fazer uso da terra, as Primeiras Nações foram realocadas à força para reservas, que muitas vezes eram pequenas demais para sustentar seu modo de vida. Na década de 1930, a Columbia Britânica tinha mais de 1 500 reservas indígenas. Durante o período colonial, espalharam-se pelo mundo reivindicando territórios e construindo o Império.    

Terras reconhecidas como parte da Colúmbia Britânica foram adicionadas ao império durante o século XIX. Originalmente estabelecida sob os auspícios da Companhia da Baía de Hudson, foram estabelecidas colônias na Ilha de Vancouver e no continente que foram fundidas e, em seguida, entraram na Confederação como Colúmbia Britânica em 1871 como parte do Domínio do Canadá. Durante a década de 1770, a varíola matou pelo menos 30% das Primeiras Nações do Pacífico Noroeste. Esta epidemia devastadora foi a primeira de uma série, onde a Grande Epidemia de Varíola de 1862 exterminou em torno de 50% da população nativa. É a terceira maior província do Canadá, tanto em área, desconsiderando os territórios, quanto em população, atrás somente do Ontário, a província mais populosa do país e do Quebec, a maior província do país em área. A Colúmbia Britânica é a única das treze subdivisões canadenses que é banhada pelo oceano Pacífico. A província é comumente chamada de BC, que é “a abreviação oficial de British Columbia”. Mais do que 60% da população da Colúmbia Britânica vive no Sudoeste da província, nas regiões metropolitanas de Vancouver e de Vitória. Vancouver é a maior cidade da Colúmbia Britânica, e a sua região metropolitana é a terceira mais populosa do Canadá. Já Vitória, localizada na Ilha de Vancouver, é a capital da província e a 15ª maior região metropolitana do país. A Colúmbia Britânica ecologicamente é reconhecida por suas belezas naturais. Nenhuma outra província canadense possui mais parques e reservas naturais do que a Colúmbia Britânica.

Vale lembrar que suas praias, montanhas e parques atraem milhões de turistas anualmente. A economia do Estado é baseada primariamente no turismo e nos transportes - Vancouver é o maior polo portuário e o segundo maior centro aeroportuário do Canadá, além de ser um importante polo ferroviário. A indústria madeireira e a agricultura também são fontes de renda primárias da Colúmbia Britânica - a província produz mais de 60% de toda a madeira produzida no país. Até 1846, a região de toda a Colúmbia Britânica fez parte, juntamente com os Estados norte-americanos de Oregon, Idaho e Washington, do Oregon Country, um território britânico controlado pela Companhia da Baía de Hudson. A expansão norte-americana em direção ao Oeste fez com que surgissem atritos entre os britânicos e os americanos. Um tratado realizado em 1848 dividiu o Oregon Country, usando o paralelo 49 como fronteira, com o Norte do Oregon Country sob controle britânico. Uma exceção político-administrativa ocorreu na Ilha Vancouver, que continuou administrada pelo Reino Unido segundo o Tratado, mesmo estando localizada ao Sul do Paralelo 49. Em 1870, a província foi admitida como a sexta província canadiana.

Historicamente a área reconhecida como Colúmbia Britânica é e foi o lar de vários grupos das Primeiras Nações que têm uma história longa e profunda e com um número significativo de línguas e culturas indígenas. Existem mais de 200 nações indígenas em BC. Antes do contato social com pessoas não-aborígenes, a história humana na área é reconhecida a partir de histórias orais de grupos das Primeiras Nações, investigações arqueológicas e de registros etnográficos iniciais de exploradores que encontraram sociedades humanas no início do período. A chegada dos paleoíndios de Beringia ocorreu estatisticamente entre 20 000 e 12 000 anos atrás. Famílias de caçadores-coletores foram a principal estrutura social historicamente de 10 000 a 5 000 anos atrás. A população nômade vivia em estruturas obviamente não-permanentes, buscando porcos, frutas e raízes comestíveis, enquanto caçava e capturava animais para comer e fazer vestimentas com as peles. Aproximadamente em torno de 5 000 anos, grupos individuais começaram a se concentrar nos recursos disponíveis para eles localmente. Assim, com o passar do tempo, há um padrão de crescente generalização regional com um estilo de vida mais sedentário. Essas populações com históricas tribos indígenas evoluíram ao longo dos próximos processos civilizatórios dos 5 000 anos em uma grande área em muitos grupos com tradições e costumes compartilhados.

A Noroeste da província estão os povos de línguas na-dene, que incluem os povos de línguas atabascanas e os Tlingit, que viviam nas ilhas do Sul do Alasca e do Norte da Colúmbia Britânica. Acredita-se que o grupo linguístico na-dene esteja ligado às línguas ienisseianas da Sibéria. Os povos dene do ártico ocidental pode representar uma onda distinta de migração da Ásia para a América do Norte. O Interior da Colúmbia Britânica era o lar de indígenas que falavam língua do grupo linguístico das línguas salishanas, como os grupos de língua shuswap, okanagan e atabascanas, principalmente os grupos de língua dakelh e o tsilhqot`in. As enseadas e vales da costa da Colúmbia Britânica abrigavam populações grandes e distintas, como os haida, os kwakwaka`wakw e os nuu-chah-nulth, sustentados por quantidades abundantes de salmão e marisco da região. Esses povos desenvolveram culturas complexas, dependentes da madeira do cedro vermelho ocidental, que usava para construir casas de madeira, baleeiros de mar, canoas de guerra, potlatches e totens elaboradamente esculpidos. O contato com os europeus trouxea série de epidemias e doenças devastadoras da Europa que os indígenas não tinham imunidade. O resultado foi um dramático colapso populacional, culminando no surto de varíola de 1862 em Vitória que se espalhou por toda a costa da província.

A invasão dos europeus no âmbito do processo civilizatório começou em meados do século XVIII, quando comerciantes de peles entraram na área para caçar lontras-marinhas. Enquanto se pensa na possibilidade de que Sir Francis Drake pode ter explorado a costa colombiana britânica em 1579, foi Juan Pérez quem completou a primeira viagem documentada, que ocorreu em 1774. Juan Francisco de La Bodega y Quadra explorou a costa em 1775. Ao fazê-lo Pérez e Quadra reafirmaram a reivindicação espanhola pela costa do Pacífico, feita pela primeira vez por Vasco Núñez de Balboa em 1513. As explorações de James Cook em 1778 e George Vancouver em 1792-93 estabeleceram a jurisdição britânica sobre a área costeira ao norte e oeste do rio Columbia. Em 1793, Sir Alexander Mackenzie foi o primeiro europeu a viajar pela América do Norte por terra até o Oceano Pacífico, inscrevendo em uma pedra para marcar a conquista na costa de Dean Channel, perto de Bella Coola. Sua expedição teoricamente estabeleceu a soberania britânica para o interior, e uma sucessão de outros exploradores de comércio de pele mapeou o labirinto de rios e cordilheiras entre as pradarias canadenses e o Pacífico. Mackenzie e outros exploradores, principalmente John Finlay, Simon Fraser, Samuel Black e David Thompson, estavam preocupados principalmente em estender o comércio de peles, em vez de considerações políticas. Em 1794, pelo terceiro de uma série de acordos como as Convenções Nootka, a Espanha concedeu sua exclusividade no Pacífico.

Politicamente abriu o caminho para reivindicações formais e colonização por outros poderes, incluindo a Grã-Bretanha, mas por causa geopolítica das Guerras Napoleônicas, houve pouca ação britânica sobre suas reivindicações na região até posteriormente. O estabelecimento de postos comerciais sob os auspícios da Companhia do Noroeste e da Companhia da Baía de Hudson (HBC), efetivamente estabeleceu uma presença britânica permanente na região. O Distrito de Columbia foi amplamente definido como sendo ao sul de 54°40' de latitude norte, (limite sul da América Russa), ao norte da Califórnia controlada pelo México e a Oeste das Montanhas Rochosas. Foi, pela Convenção Anglo-Americana de 1818, sob a “ocupação e uso conjunto” de cidadãos dos Estados Unidos e de súditos da Grã-Bretanha, isto é, as redes de comércio de peles. Com a fusão das “empresas de comércio de peles”, em 1821, a região que agora compreende a Colúmbia Britânica existia em três Departamentos de comércio de pele. A maior parte do interior central e Norte foi organizada no distrito da Nova Caledônia, administrado a partir do Forte St. James. O interior sul da bacia hidrográfica do rio Thompson e ao Norte da Columbia foi organizado no Distrito de Columbia, administrado a partir do Forte Vancouver, no baixo rio Columbia. O canto Nordeste da província a Leste das Montanhas Rochosas, reconhecido o Bloco do Rio da Paz anexado politicamente ao muito maior Distrito de Athabasca, com sede no Fort Chipewyan, na atual Alberta.

Esta co-ocupação terminou com o Tratado de Oregon de 1846. Até 1849, esses distritos eram uma área totalmente desorganizada da América do Norte Britânica sob a jurisdição de fato dos administradores da Companhia da Baía de Hudson. Diferentemente da Terra de Rupert, ao Norte e ao Leste, o território não era uma concessão para a empresa. Pelo contrário, foi simplesmente concedido o monopólio do comércio com os habitantes das Primeiras Nações. Tudo isso foi mudado com a extensão da exploração norte-americana para o Oeste e as concomitantes alegações de sobreposição de soberania territorial, especialmente na bacia do Sul de Columbia (atualmente Washington e Oregon). Em 1846, o Tratado de Oregon dividiu o território ao longo do Paralelo 49 ao Estreito de Geórgia, com a área ao Sul desta fronteira, mas excluindo a Ilha de Vancouver e as Ilhas do Golfo transferida para a única soberania norte-americana. A Colônia da Ilha de Vancouver foi criada em 1849, com Vitória designada como a capital. A Nova Caledônia, como todo o continente, e não apenas o Interior do Centro-norte veio a ser chamado, continuou a ser território desorganizado da América do Norte Britânica, “administrado” por gerentes individuais de postos de comércio da Companhia da Baía de Hudson, comumente referida como The Bay, é a mais antiga corporação do Canadá e uma das mais antigas do mundo ainda em atividade. A corporação foi fundada em 1670, e controlou muito do comércio de peles nas colônias britânicas na América do Norte por vários séculos, explorando grande parte regional do Norte da América do Norte.

A sede da empresa é na Torre Simpson em Toronto, Ontário, e é propriedade da companhia nova-iorquina NRDC Equity Partners. A região onde atualmente localizam-se as subdivisões canadenses de Alberta, Manitoba, Saskatchewan, Nunavut e os Territórios do Noroeste foram governadas pela Companhia da Baía de Hudson. Com o declínio do comércio de peles, a companhia cedeu seus territórios ao Canadá, e a companhia passou a ser uma vendedora de produtos vitais aos assentadores do oeste do Canadá. Atualmente, a companhia é uma das maiores redes comerciais do país, com lojas por todo o país, que vendem uma grande variedade de produtos. O faturamento estimado da companhia para 2005 é de sete bilhões de dólares canadenses. A companhia está sediada em Toronto, Ontário. Crystal Rotaru é uma atriz canadense reconhecida por interpretar Taiana Venediktov em Arrow. Taiana Venediktov, morta em 2011, foi uma prisioneira em Lian Yu, uma ex-instrutora de mergulho e a irmã do falecido Vlad Venediktov. Ela foi morta por seu bom amigo, Oliver Queen, depois quando ela ficou corrompida antropologicamente pelo poder de “um totem que concedeu seu poder com base nas mortes daqueles à sua volta”. Rotaru nasceu em Vancouver, filha de pais imigrantes russos, por quem fala com fluidez inglês e russo. Desde pequena tomou aulas de dança e esteve envolvida em obras de teatro escolar assim como recitais de piano. Matriculou-se na Universidade Simon Fraser para a carreira de Psicologia, mas em meio ao programa disciplinar mudou para Teatro, obtendo a licenciatura em Belas Artes com especialização em Teatro. Obteve um doutorado em Medicina Chinesa Tradicional.

Também reconhecida como medicina chinesa, é a denominação usualmente dada ao conjunto de práticas de medicina tradicional em uso na China, desenvolvidas no curso de sua história. É utilizada principalmente como medicina alternativa, com caráter integrativo e complementar - não substitutivo - à medicina alopática. Observe-se que é uma história que não corresponde exatamente a China que conhecemos, e sim através da história da Ásia, ao longo do desenvolvimento de milhares de anos, quando foram se consolidando as fronteiras dos atuais países e desenvolvendo uma civilização que reuniu mais da metade das descobertas e invenções tecnológicas do mundo moderno. A medicina chinesa pode ser considerada, portanto, uma “sistematização” das mais antigas formas de medicina oriental, abrangendo, para fins de estudo, as outras medicinas da Ásia, como os sistemas médicos tradicionais do Japão, Taiwan, da Coreia, do Tibete e da Mongólia. A medicina tradicional chinesa foi desenvolvida empiricamente a partir da experiência clínica, e documentada em muitos textos clássicos. Se fundamenta numa estrutura teórica sistemática e abrangente, de natureza filosófica. Ela inclui entre seus princípios o estudo da relação de yin/yang, da teoria dos cinco elementos e do sistema de circulação da energia pelos meridianos do corpo humano. O reconhecimento das Leis fundamentais que governam o funcionamento do organismo humano e sua interação com o ambiente segundo os ciclos da natureza, procura aplicar esta compreensão tanto ao tratamento das doenças quanto à manutenção da saúde através de diversos métodos.

Ela tem, por princípio básico, a teoria da energia vital do corpo (chi ou qi) que circula pelo corpo através de canais, chamados de meridianos, os quais teriam ramificações que os conectariam aos órgãos. Os conceitos de “corpo” e “doença” utilizados pela Medicina Tradicional Chinesa se baseiam em noções de uma cultura pré-científica, similar à teoria europeia dos humores (humorismo), em voga até o advento das pesquisas médicas modernas dos anos 1800. Pesquisas científicas não encontraram nenhuma “prova” fisiológica ou histológica dos conceitos tradicionais chineses, como qi, meridianos ou mesmo pontos de acupuntura. Roupa de xamã da região da Manchúria. Práticas xamanísticas dos “Wu” () antecedem comparativamente aos mitos da dinastia Shang, persistem como crenças populares e influenciaram os mitos dos imperadores Shennong e Huangdi associados aos primeiros escritos da medicina tradicional. A teoria e a prática não são baseadas em conhecimento científico, e seus praticantes discordam grandemente sobre os diagnósticos e os tratamentos dos pacientes. A eficácia da medicina fitoterápica chinesa continua pouco pesquisada e documentada. Pesquisas farmacêuticas têm explorado o potencial de criação de remédios em princípios ativos que poderiam ser encontrados em soluções da medicina tradicional chinesa.

A Universidade de Simon Fraser representa uma universidade pública canadense localizada na província da Colúmbia Britânica, com campus em Burnaby, Vancouver e Surrey. Crystal Rotaru estreou em 2008 como estrela convidada em um episódio da série USA Network Psych, e seguiu participações em séries de contos de televisão como Eureka de SyFy (2006) e Smallville (2001) e Supernatural de The CW (2005). Em 2010, Rotaru obteve um papel recorrente em Hellcats, onde foi interpretado por Betsy. Assim como participou do filme Diário de um Wimpy Kid 2: Rodrick Rules onde interpreta a vida social de Ingrid. Outros créditos de Crystal Rotaru incluem as séries de televisão Sanctuary, Fringe, Mr. Young e Rush, bem como participação nos curtas-metragens Turducken (2008), Deadweight (2015) e Crooked (2012). Também participou de filmes como Stan Helsing, Finding Mrs. Claus e GirlHouse. Rotaru também estrelou a curta-metragem Earthlickers, estreada no Whistler Film Festival em dezembro de 2014, assim como The Wall, curta-metragem estreada no Atlanta Horror Film Festival em 2015 e aquele que também funcionou como produtor. Em 2015 aparece como estrela convidada em Motive, a série de televisão transmitida pela CTV e em iZombie da cadeia The CW, dando vida a Tess com a voz da personagem de Sabine Wren em Lego Star Wars: Droid Tales de Disney XD (2015). Não por acaso em agosto de 2015, ele descobriu que Crystal Rotaru foi eleita para interpretar Taiana Venediktov, interessada no amor de Oliver Queen (Stephen Amell) nas sequências de flashback na série The CW Arrow.

O convívio dos seres humanos em sociedades tem sempre, mesmo no caos, na desintegração, na maior desordem social, uma forma absolutamente determinada. É isso que o conceito de figuração exprime. O processo de concentração física de força pública se acompanha de uma desmobilização da violência ordinária. A violência física só pode ser aplicada por um agrupamento especializado, especialmente mandatado para esse fim, claramente identificado no seio da sociedade pelo uniforme, portanto um agrupamento simbólico, centralizado e disciplinado. A noção de disciplina, sobre a qual Max Weber escreveu páginas magníficas, é capital: não se pode concentrar a força física sem, ao mesmo tempo, controla-la, do contrário é o desvio da violência física, e o desvio da violência física está para a violência física assim como o desvio de capitais está para a dimensão econômica: ou seja, é o equivalente da concussão. A violência física pode ser concentrada num corpo formado para esse fim, claramente identificado em nome da sociedade em si pelo uniforme simbólico, especializado e disciplinado, isto é, capaz de obedecer como um só homem a uma ordem central que, em si mesma, não é geradora de nenhuma ordem. O conjunto das instituições mandatadas para garantir a ordem, a saber, as forças públicas e de justiça, são separadas pouco a pouco do mundo social corrente. Essa concentração do capital físico se realiza num duplo aspecto e contexto social. Para uns, o desenvolvimento do exército profissional está ligado à guerra, assim como o imposto sobre o trabalho humanos e renda econômica e social; mas há também a guerra interior, a guerra civil, a arrecadação do imposto como uma espécie de guerra civil.

Revelações Perigosas tem como representação filme canadense, de 2023 dirigido por Joe Zanetti, socialmente de mistério e suspense que acompanha a trilha aberta pela jovem fotógrafa de pássaros Taylor Crane (Elysia Rotaru), que parte em uma viagem até o interior do Oregon para tirar algumas fotos. Porém, durante a viagem, Taylor acaba presa em uma floresta após seu carro parar de funcionar. Presa em um lugar desconhecido, ela sai em busca de ajuda, e vai parar na cabana de Riad Bishara (Stephen Lobo). Mas o homem está longe de ser alguém cordialmente que poderá ajudá-la: Riad é um fugitivo da Central Intelligence Agency (CIA) paranoico por teorias da conspiração, e acredita que Taylor trabalhe para o governo norte-americano decidindo mantê-la como sua refém. A agência CIA é reconhecida formalmente como uma Agência de espionagem. É um serviço civil com utilidade de “inteligência estrangeira” do governo federal dos Estados Unidos, oficialmente encarregado de coletar, processar e analisar informações de segurança nacional de todo o mundo, principalmente por meio do uso de inteligência humana e conduzir ações secretas por meio de sua Diretoria de Operações. Como membro principal da poderosa Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA, se reporta ao Diretor de Inteligência Nacional e está treinada principalmente em fornecer “inteligência” para o Presidente e para o Gabinete político dos Estados Unidos.

A Central Intelligence Agency expandiu cada vez mais seu papel político, incluindo “operações paramilitares secretas”. Uma de suas maiores divisões, o Information Operations Center (IOC), mudou oficialmente o alvo do contraterrorismo para operações cibernéticas ofensivas. A agência tem sido objeto de muitas controvérsias, incluindo violações de direitos humanos, escutas telefônicas domésticas, propaganda e denúncias de tráfico de drogas. O Diretor da Agência Central de Inteligência é nomeado pelo Presidente dos Estados Unidos com confirmação do Senado dos Estados Unidos e reporta diretamente ao Diretor de Inteligência Nacional (DNI); na prática, o diretor da CIA interage com o Diretor de Inteligência Nacional (DNI), o Congresso dos Estados Unidos e a Casa Branca, enquanto o vice-diretor (DD/CIA) é o executivo interno da CIA e o Diretor de operações, reconhecido como diretor executivo até 2017, lidera o trabalho diário como o terceiro posto mais alto da hierarquia da CIA. O vice-diretor é formalmente nomeado pelo diretor sem confirmação do Senado, mas como a opinião do presidente tem grande peso na decisão, o vice-diretor é geralmente considerado um cargo político, tornando o diretor de operações o cargo não político mais sênior para os oficiais de carreira da CIA. O Gabinete Executivo também apoia os militares dos Estados Unidos da América, fornecendo-lhes as informações que coleta, receber informações de organizações de inteligência militar e cooperar com atividades de campo. O vice-diretor associado da CIA é responsável pelas operações diárias da agência. Cada filial da agência tem seu próprio diretor. O Escritório de Assuntos Militares subordinado ao Vice-Diretor Associado, gerencia a CIA e os Comandos Unificados de Combate, que produzem à inteligência operacional e consomem inteligência nacional produzida pela CIA.

O Oregon é, tal como seu vizinho do Norte, Washington, reconhecido pelas suas florestas de perenifólias, que cobrem metade de todo o estado. Graças à abundância de florestas, o Oregon é um dos maiores produtores de madeira do país. O estado produz cerca de 10% de toda a madeira produzida nos Estados Unidos anualmente, mais do que qualquer outro estado americano com exceção de Washington. Outro aspecto geográfico marcante são as chuvas torrenciais comuns em todo o ano no Oregon. Tanto as florestas quanto as chuvas, porém, estão presentes no Oeste do Oregon, a Oeste da Cordilheira das Cascatas, uma grande cadeia de montanhas da parte ocidental da América do Norte, estendendo-se desde o sul da Colúmbia Britânica, no Canadá, até Washington, Óregon e o norte da Califórnia, nos Estados Unidos. Ela inclui tanto as montanhas não-vulcânica e como os vulcões notáveis​. A Leste, a maior parte do estado caracteriza-se pelo seu clima semiárido e seu terreno seco. As belezas naturais do Oregon - graças à sua grande diversidade e abundância de florestas, montanhas, rios e lagos que atraem milhões de turistas todos os anos para visitar o estado. Os habitantes do Oregon orgulham-se destas atrações naturais, e são reconhecidos nacionalmente por darem grande importância ao uso apropriado de seus recursos naturais. Apesar disto, o rápido crescimento populacional do estado é uma ameaça às suas atrações naturais. Prioritariamente, os habitantes do Oregon têm tentado balancear o desenvolvimento necessário para suportar esta população em crescimento, sem tornar o estado menos atrativo a novos habitantes. O Oregon é pioneiro em encontrar soluções alternativas para problemas ambientais, mas tem sofrido ecologicamente também pelo rápido desmatamento de suas florestas. 

Assim, os indivíduos vivem em relações sociais de cooperação, mas também de oposição, portanto, os conflitos são parte mesma da constituição da sociedade. É neste sentido que formam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia, vistos numa função positiva de superação das divergências. Fundamenta uma episteme em torno da ideia de movimento, da relação, da pluralidade, da inexorabilidade do conhecimento, de seu caráter construtivista, cuja dimensão central realça o fugidio, o fragmento e o imprevisto. Por isso, seu panteísmo estético, ancorado sob formas decerto paradoxais de interpretação real, como episteme, no qual se entende que cada ponto, cada fragmento superficial e, portanto, fugaz é passível de significado estético absoluto, de compreender o sentido total, os traços significativos, do fragmento à totalidade. O significado sociológico do “conflito”, em princípio, nunca foi contestado. Conflito é admitido por causar ou modificar grupos de interesse, unificações, organizações. Os fatores de dissociação entre pessoas e grupos, como ódio, inveja, necessidade, desejo, são as causas tanto sociais quanto psíquicas da condenação, que irrompe em função deles. Conflito é destinado a resolver dualismos divergentes, a obter um tipo de unidade social através da aniquilação de uma das partes em litígio. A imagem está associada a conhecimentos pretéritos adquiridos e concernentes ao objeto que ela de fato representa. Ela não apreende nada além daquilo possível de extrair durante o trabalho de percepção.

A imagem não se relaciona com o mundo em si, ela só depende do processo de como podemos descobrir algo sobre ela. Portanto, se existe uma possibilidade de se observar o objeto através da imaginação, mesmo assim essa possibilidade ainda não nos permite apreender nada de novo em relação ao objeto. A imagem, ato da consciência imaginante, é um elemento, identificado como o primeiro e incomunicável, como produto de uma atividade consciente atravessada de um extremo ao outro por uma corrente de “vontade criadora”. Trata-se, de dar-lhe à sua própria consciência um conteúdo de sentido imaginante, próximo da analogia weberiana da interpretação do estatuto da ciência que recria para si os objetos afetivos espontaneamente ao seu redor: ela é criativa.  Daí a importância social e afetiva de se compreender no campo da imagem, de sua produção, recepção, influência, de sua relação com o sonho, o devaneio, a criação e a ficção, a substituição das mediações pelos meios de comunicação, posto que contenha em si uma possibilidade de violência, a partir da constituição do novo regime de ficção que hoje afeta, contamina e penetra a vida social. Fora dos maniqueísmos de todo tipo de observação empírica, nem sempre temos a sensação de sermos colonizados, sem saber precisamente por quem. Não é identificável e, a partir daí é normal questionar-se o papel da cultura ou ideia geral que por associação fazemos. 

O descobrimento da primitiva gens do direito materno, como etapa anterior à gens de direito paterno dos povos civilizados, tem, para a história primitiva, a mesma importância que a teoria da evolução de Darwin para a biologia e a teoria da mais-valia, enunciada por Marx, para a economia política. Essa descoberta permitiu a Morgan esboçar, pela primeira vez, uma história da família, onde pelo menos as fases clássicas da sua evolução são provisoriamente estabelecidas, tanto quanto permitem o resgate dos dados estatísticos. Em torno da gens de direito materno, por exemplo, gravita, toda essa reveladora concepção de ciência. Desde seu descobrimento, sabe-se em que a direção encaminhar as pesquisas e o que precisamente estudar. Como e de que modo devem ser classificados os seus principais resultados. Reconstituindo a história da família, chega, de acordo com a maioria de seus colegas, à conclusão de que existiu uma época primitiva em que imperava, no seio da tribo, o comércio sexual promíscuo, de modo que cada mulher pertencia igualmente a todos os homens e cada homem a todas as mulheres. No século XIX havia feito menção a esse estado, evolutivo primitivo, mas apenas de modo geral; J. J. Bachofen foi o primeiro etnólogo - este é um dos seus maiores méritos – que o levou a sério e procurou seus vestígios nas tradições históricas e religiosas. Ipso facto a definição de híbrido em biologia pode referir-se à genética ou à taxonomia.

No contexto da genética, o termo híbrido tem vários significados, todos referentes à descendência geracional por reprodução sexual. Em geral, o híbrido é sinônimo de heterozigoto, constituindo o indivíduo no qual os alelos de um ou mais genes são diferentes qualquer prole resultante do cruzamento de dois indivíduos homozigotos, indivíduo no qual os alelos de um ou mais genes são idênticos diferentes.  A hibridação representa a junção de patrimônios genéticos diferentes a partir do cruzamento de indivíduos de populações diferentes. Esse fato pode ocorrer devido à existência de uma zona híbrida, através da migração ou dispersão de indivíduos ou pela inserção de espécies exóticas. A zona híbrida indica na natureza uma sobreposição de populações diferentes com uma ou mais características herdáveis diferentes que possuem capacidade de produzir proles viáveis e pelo menos parcialmente férteis. Este contato social reprodutivo proporciona aproximação genética entres as espécies como causa da diminuição do isolamento. E devido à heterose podem resultar em uma criação de indivíduos melhores em muitas características. Mas só ocorre quando existe certa proximidade evolutiva entre os indivíduos, pois, há uma diferença genética grande, pode ocorrer a esterilidade ou inviabilidade da prole podendo até prejudicar as populações.

A casa inteira, lembra Durand (1997), é mais do que para se viver, é um vivente. A casa redobra, sobredetermina a personalidade daquele que a habita. A casa constitui entre o microcosmo do corpo humano e o cosmo, um microcosmo secundário, um meio termo cuja configuração iconográfica é, por isso mesmo, muito importante no diagnóstico psicológico e psicossocial. Pode-se dizer: Dize-me que casa imaginas e dir-te-ei quem és. E as confidências sobre o habitat são mais fáceis de fazer do que sobre o corpo ou sobre um elemento objetivamente pessoal. Os poetas, os psicanalistas, a tradição católica ou a sabedoria dos dogon fazem coro para reconhecer no simbolismo da casa um enquanto duplicado microcosmo do corpo material e do corpo mental. A própria organização dos compartimentos, ou da choupana: canto onde se dorme, lugar onde se prepara a refeição, sala de jantar, quarto de dormir, dormitório, sala de estar, celeiro, casa da fruta, granja, sótão, todos estes elementos orgânicos trazem equivalentes anatômicos mais do que fantasias arquiteturais. A questão sobre a compreensão psicológica só em segundo lugar é determinada pelos odores do jardim, os horizontes da paisagem. Os cheiros da casa que constituem a intimidade: vapores da cozinha, perfumes de alcova, bafios de corredores, perfumes de benjoim ou de patchouli dos armários maternos. A intimidade vital de microcosmo vai redobrar-se e sobredeterminar-se como se quiser para viver.

O mundo da objetividade é polivalente para a projeção imaginária. A importância microscópica concedida à moradia indica já a primazia dada na constelação da intimidade às imagens do lugar praticado feliz. É um centro que pode muito bem situar-se no cimo de uma montanha, mas que na sua essência comporta sempre um antro, uma abóbada, uma caverna. Embora a noção de centro integre rapidamente elementos masculinos, é importante sublinhar as suas infraestruturas obstétricas e ginecológicas: o centro é umbigo, omphalos, do mundo. E mesmo as montanhas sagradas têm direito, como Gerizim e o tão justamente chamado Tabor, ao atributo de “umbigo da Terra”. É por essas razões uterinas que o que antes de tudo sacraliza um lugar é o seu fechamento: ilhas de simbolismo amniótico ou então floresta cujo horizonte se fecha por si mesmo. A floresta é centro de intimidade como o pode ser a casa, a gruta ou a catedral. A paisagem silvestre fechada é constitutiva do lugar sagrado. Todo lugar sagrado começa pelo “bosque sagrado”. O lugar sagrado é uma cosmicização maior que o microcosmo da morada, do arquétipo da intimidade feminóide.  O espaço circular é o do jardim, do fruto, do voo ou do ventre, e desloca o acento simbólico para as volúpias secretas da intimidade.

A sociologia, não confunde a prática dos rituais com seu sentido. Há requisitos da vida social entre estabelecidos através das relações entre e com os animais que são inconcebíveis em sua analogia no mundo vegetal. Reações ou relações baseadas na capacidade de locomoção, na plasticidade assegurada pelo sistema nervoso, na interdependência dinâmica produzida pela divisão do trabalho, em tendências mais ou menos conscientes de comportamento, etc., não comportam condições de manifestação nas comunidades de plantas, por maior que seja o grau de sociabilidade inerente aos seus padrões de organização interna. Isso não impede que se reconheça que alguns tipos de relações comunitárias das plantas possuem valor social definido no amplo e diversificado mercado mundial de consumo de drogas. As dificuldades são de ordem descritiva. Raramente se assume um estado de espírito que lhe permita considerar a vida social, independentemente dos padrões mais complexos, que ela alcança a análise comparada entre os animais e os dos homens. Nenhum sociólogo é capaz de realizar seu ofício antes de percorrer as fases da de investigação completa, na qual transmite do levantamento dos dados à sua crítica e à análise e, em seguida, ao tratamento interpretativo propriamente dito. Os que repudiam o estudo de comunidade ou de caso com obstinação, ignoram o lado pedagógico do treinamento pela pesquisa sistemática.

        O símbolo não sendo já de natureza linguística deixa de se desenvolver numa só dimensão. As motivações que ordenam os símbolos não apenas já não formam longas cadeias de razões, mas nem sequer cadeias. A explicação linear do tipo de dedução lógica ou narrativa introspectiva já não basta para o estudo das motivações simbólicas. A classificação dos grandes símbolos da imaginação em categorias motivacionais distintas apresenta, com efeito, pelo próprio fato da não linearidade e do semantismo das imagens, grandes dificuldades. Metodologicamente, se se parte dos objetos bem definidos pelos quadros da lógica dos utensílios, como faziam as clássicas “chaves dos sonhos”, segundo as estruturas antropológicas do imaginário, cai-se rapidamente, pela massificação das motivações, numa inextricável confusão. Parecem-nos mais sérias as tentativas para repartir os símbolos segundo os grandes centros de interesse de um pensamento, certamente perceptivo, mas ainda completamente impregnado de atitudes assimiladoras nas quais os acontecimentos perceptivos não passam de pretextos para os devaneios imaginários. Tais são as classificações profundas de analistas das motivações que ocorrem no âmbito do simbolismo religioso e imaginação social em geral literária.  

No prolongamento dos esquemas explicativos, arquétipos e simples símbolos modernos podem-se considerar o mito. Lembramos, todavia, que não estamos tomando este termo na concepção restrita que lhe dão os etnólogos, que fazem dele apenas o reverso representativo de um ato ritual. Entendemos por mito, “um sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob o impulso de um esquema, tende a compor-se na narrativa”. O mito é já um esboço de racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se resolvem em palavras e os arquétipos em ideias. O mito explicita um esquema ou um grupo de esquemas. Do mesmo modo que o arquétipo promovia a ideia e que o símbolo engendrava o nome, podemos dizer que o mito promove a doutrina religiosa, o sistema filosófico ou, como bem observou Émile Bréhier, a narrativa histórica e lendária. Seguidor dos estoicos, Bréhier era também um seguidor de Henri Bergson e herdou sua cátedra na Sorbonne e na Academia das Ciências Morais e Políticas, em 1941. Antes disso, Bréhier ensinou na Universidade do Cairo, em 1925, e na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1936. O método de convergência evidencia o mesmo isomorfismo na constelação e no mito. Enfim, para sermos breves, este isomorfismo dos esquemas, arquétipos e símbolos dos sistemas míticos ou de constelações estáticas pode levar-nos a verificar a existência de protocolos normativos das representações imaginárias, individuais e coletivas, definidos e estáveis, agrupados nos esquemas que antropologicamente a literatura refere estruturas sociais.

Na ciência os conceitos teóricos abstratos e os sistemas de referência não passam de concretizações de uma compreensão antecipada e estrategicamente eficaz, à qual é fixada temporariamente em vista da comparação analítica. A peculiar aporia do método de análise das ciências do espírito foi denominada de círculo hermenêutico. Mas, desde que se formule esse problema exclusivamente sob o ponto de vista lógico, como o termo sugere, não é fácil expor a justificação metodológica de tal infração da forma em termos plausíveis: o que faz com que o círculo hermenêutico seja “frutífero” e o distingue de um círculo vicioso? Em termos usuais a práxis da interpretação e a formação hermenêutica seriam circulares, caso se tratasse ou da análise exclusiva linguística ou de uma análise puramente empírica. A análise das relações entre símbolos ordenados, sistematicamente, serve-se de proposições metalinguísticas acerca da linguagem do objeto.  Se a tarefa social da hermenêutica consistisse apenas nisso, seria difícil perceber por que ela não devesse manter em separado os dois níveis interpretativos de linguagem, evitando assim uma relação recíproca circular entre conceitos analíticos e objetos linguísticos. Se os objetos da compreensão pudessem ser apreendidos não como objetos linguísticos, mas como dados da experiência, existiria, per se entre o plano teórico e os dados de realidade (prática) uma relação que, sob o visor lógico, não deixaria de ser também problemática.

O aparente círculo resulta unicamente, segundo Habermas (1987), do fato de os objetos das ciências do espírito usufruírem de um status duplo sui generis: os conteúdos semânticos, legados por tradição e objetivados em palavras e ações – as quais perfazem o objeto da compreensão hermenêutica – não são menos símbolos do que fatos. É por isso que a compreensão deve combinar a análise linguística e a experiência. Sem esta coação para tal combinação peculiar, o desenvolvimento circular do processo interpretativo permaneceria preso em um círculo vicioso. A explicação é a seguinte: a exegese de um texto depende de um efeito recíproco entre a interpretação das “partes” por um “todo”, antecipando de forma confusa, e a correção de tal conceito antecipatório por meio das partes por esse subsumidas.  As “partes” só podem exercer uma influência modificadora sobre o todo antecipado, sobre cujo pano de fundo elas são interpretadas, por já estarem interpretadas independentemente de tal antecipação hermenêutica. Não dúvida que o complexo da compreensão antecipada do teto todo possui o peso valorativo de um esquema exegético variável, ao qual os elementos individuais com o objetivo de torna-los compreensíveis. Mas o esquema só é capaz de tornar visíveis os elementos que engloba na medida em que ele próprio possa ser corrigido em função de tais dados.

Os elementos societários não se comportam frente ao esquema interpretativo nem como fatos em relação à teoria, nem como expressões semântico-objetivas em relação às expressões que interpretam uma metalinguagem. Em realidade o explicandum e o explicans fazem parte do mesmo sistema linguístico.  A conexão do esquema exegético e dos elementos, por ele contidos, apresenta-se para o intérprete como um conjunto imanente à linguagem, um conjunto que obedecer às regras gramaticais; mas nele articula-se em si, ao mesmo tempo, uma conexão vital num sentido individual não passível de ser dissolvido em categorias universais. Nesta medida a análise linguística torna acessível o conteúdo empírico de uma experiência vital, comunicada indiretamente. Os conjuntos simbólicos, visualizados pela compreensão hermenêutica de uma linguagem, definida em seu todo pelas regras da constituição metalinguística. Esta é a razão por que sua interpretação não pode ter a forma de uma reconstrução analiticamente inevitável pela aplicação de regras universais – ela também não é mensurável com tais critérios estandardizados. Em um sistema aberto da linguagem ordinária, à qual é também sua própria metalinguagem, escolhemos no início de cada interpretação um esquema exegético provisório, antecipando de saída o resultado do processo exegético em seu todo.

Na medida em que a interpretação é uma análise linguística, tal antecipação não possui conteúdo empírico em seu sentido estrito. O vínculo da hermenêutica com uma linguagem, ela mesma intimamente comprometida com a práxis, explica o duplo caráter de um método que explora nas estruturas gramaticais, simultaneamente, o conteúdo empírico das condições da vida individualizada. A integração dos símbolos disponíveis em um quadro de referência selecionado, portanto, o processo de sua aplicação é uma decifração do material e, ao mesmo tempo, um teste da chave interpretativa no próprio material: em suma, análise linguística e controle experimental num e no mesmo. Na medida em que a sobrevivência de indivíduos socializados está conectada a uma sólida intersubjetividade da compreensão, a hermenêutica possui razões “no trabalho da vida, próprio à geração das ideias”. A manifestação isolada da vida individual está inserida em um conjunto vital particular e é soletrada em uma linguagem com vigência intersubjetiva. As formas elementares da compreensão, no sentido metódico pressupõem implicitamente as formas superiores: estas visualizam, em termos hermenêuticos, a apreensão de um contexto a partir do qual um elemento individualizado torna-se compreensível. 

A função da compreensão na práxis da vida é análoga àquela problematização que emerge de expectativas frustradas; mas em um caso o critério da decepção é o fracasso de uma ação finalista-racional controlada pelo sucesso, no outro trata-se de embaraços de um consenso, isto é, da desconformidade de expectativas recíprocas entre, no mínimo, dois sujeitos agentes. As intenções das duas orientações de pesquisa distinguem-se de forma correspondente: no primeiro caso máximas comportamentais, as quais fracassaram frente à realidade, devem ser submetidas por regras técnicas comprovadas; no segundo caso trata-se de interpretar manifestações vitais incompreensíveis e que bloqueiam a reciprocidade de expectativas comportamentais. Enquanto o experimento eleva os controles pragmáticos cotidianos, aplicados às regras de uma atividade instrumental ao nível de uma forma metódica à verificação, a hermenêutica equivale à maneira científica do agir interpretativo do cotidiano. Não há dúvida que no exercício de tal habilidade, o domínio da arte hermenêutica permanece em menos graus dependente “do virtuosismo pessoal” do que esse é o caso do domínio de operações mensuráveis. A compreensão hermenêutica tem, de acordo com sua estrutura, o objetivo de assegurar, no seio das tradições culturais, uma autoconcepção dos indivíduos e dos grupos, suscetível de orientar a ação e o entendimento recíproco de diferentes grupos e indivíduos.

Bibliografia Geral Consultada.

KEMP, Tom, La Revolucion Industrial en la Europa del Siglo XIX. Barcelona: Libros de Confrontacion, 1976; HABERMAS, Jürgen, Conhecimento e Interesse. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987; ROMANO, Vicente, Desarrollo y Progreso: Por una Ecología de la Comunicación. Barcelona: Editorial Teide, 1993; AKAËS, René, El Grupo y el Sujeto del Grupo: Elementos para una Teoría Psicoanalítica del Grupo. Buenos Aires: Editora Amorrortu, 1993; LUHMANN, Niklas, Observaciones de la Modernidad: Racionalidad y Contigencia en la Sociedad Moderna. Buenos Aires: Ediciones Paidós, 1997; GOLDFARB, Dellia Catullo, Do Tempo da Memória ao Esquecimento da História: Um Estudo Psicanalítico das Demências. Tese de Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano. Instituto de Psicologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2004; RANCIERE, Jaques, A Partilha do Sensível: Estética e Política. São Paulo: Editora 34, 2005; TRINQUIER, Roger, La Guerre Moderne. Paris: Éditeur Economica, 2008; FABRIS, Annateresa, O Desafio do Olhar: Fotografia e Artes Visuais no Período das Vanguardas Históricas. Volume 1. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011; HARDING, Luke, Os Arquivos Snowden: A História Secreta do Homem Mais Procurado no Mundo. Rio de Janeiro: Editora Leya, 2014; PRATES, Francisco de Castilho, As Fronteiras da Liberdade de Expressão no Estado Democrático de Direito: O Desafio de Falas que Oprimem, de Discursos Que Silenciam. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Direito. Faculdade de Direito. Belo Horizonte. Universidade Federal de Minas Gerais, 2015; VIEIRA, Carlos, Depressão-Doença: O Grande Mal do Século XXI. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2016; MENEZES NETO, Elias Jacob, Surveillance, Democracia e Direitos Humanos: Os Limites do Estado na Era do Big Data. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Direito. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2016; FEENBERG, Andrew, Tecnologia, Modernidade e Democracia. Vila Nova de Gaia: Editor Inovatec, 2018; BARBI, Lorella Ferrarezi, Teorias da Conspiração: Falácias Lógicas da Nova Ordem Mundial e a Necessidade de Cultura Científica. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências. Instituto de Ciências Sociais. Instituto de Educação. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2023; entre outros.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Garota do Chalé – Trabalho, Snowboard & Medo de Saltos Altos.

                                                                  Em última análise, precisamos amar para não adoecer”. Sigmund Freud

            

           Chalet Girl representa um filme esportivo de comédia romântica de 2011 dirigido  por Phil Traill, um diretor e roteirista de televisão estadunidense. O filme é estrelado por Felicity Jones & Ed Westwick nos papéis principais e também conta com as participações brilhantes no elenco com Ken Duken, Tamsin Egerton, Sophia Bush, Bill Bailey, Brooke Shields e Bill Nighy. Escrito por Tom Williams, o filme foi produzido por Pippa Cross, Harriet Rees, Dietmar Guentsche e Wolfgang Behr. Kim Mathews (Felicity Jones), de dezenove anos, é referenciada por uma Apresentadora de televisão (Miquita Oliver) como uma ex-campeã de skate cuja “mãe morreu em um acidente de carro”. Kim desiste do skate e começa a trabalhar em uma lanchonete fast-food para pagar as contas domésticas para ajudar seu pai (Bill Bailey). Quando ela e o pai precisam de mais dinheiro para pagar as contas, Kim procura um emprego “com melhor remuneração”. Sua amiga recomenda que ela trabalhe como atendente “garota de chalé” nos Alpes. Chalet Girl foi filmado em locações em Sankt Anton am Arlberg, na Áustria, e em Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha. Embora a reação da crítica analítica ao filme tenha sido mista, o desempenho de Jones foi elogiado. Economicamente com o sucesso globalizado do filme arrecadou US$ 5,5 milhões no mundo, contra um orçamento de US$ 13 milhões.

         Quando ela e seu pai precisam de um pouco mais de dinheiro para pagar as contas, Kim procura um emprego com uma melhor remuneração. Sua amiga recomenda que ela trabalhe como “garota de chalé” nos Alpes. Kim é inicialmente rejeitada para o cargo, mas é aceita no último minuto, pois a atual garota do chalé quebrou a perna. Outra garota do chalé, Georgie (Tamsin Egerton), é enviada para ajudar Kim. Elas inicialmente não gostam uma da outra porque Kim “não é elegante, não sabe esquiar ou praticar snowboard e nunca esteve nos Alpes”. Kim é instantaneamente atraída por Jonny (Ed Westwick), o filho rico de Richard (Bill Nighy) e Caroline (Brooke Shields), embora Jonny esteja em um relacionamento com Chloe (Sophia Bush). Kim tenta aprender snowboard sozinha, mas acha difícil. Mikki (Ken Duken), vendo sua luta diária, ensina-a a praticar snowboard e a convence a tentar uma competição de snowboard para ganhar € 25.000 (US$ 35.000). Georgie e Kim desenvolvem sua amizade. Quer dizer, ela pode existir entre homens e mulheres, irmãos, namorados, maridos, parentes, e principalmente, com pessoas com diferentes vínculos psicoafetivos. Quando Georgie descobre que é aniversário de Kim, ela leva Kim a um clube onde eles ficam bêbados. Ela convence Kim a trazer a festa para o chalé enquanto a família está fora. Georgie, Kim, Mikki e Jules (Georgia King), amiga de Georgie, voltam ao chalé e relaxam nus na “banheira de hidromassagem”.

          Em 1928, uma extraordinária expedição de clube aos Alpes foi organizada. Expedições subsequentes foram feitas a outras regiões de escalada no exterior, como o Cáucaso e Yosemite. Em 1955, o clube fez a primeira expedição de uma equipe exclusivamente feminina ao Himalaia, composta por Monica Jackson, Evelyn McNicol e Elizabeth Stark (1923-2000), onde foram as primeiras a escalar um pico de 22.000 pés no Himal Jugal, onde chamado Gyalzen Peak. Em 1958, o primeiro secretário fez um discurso no aniversário de 50 anos do clube como seu presidente. Mabel Jeffrey agora estava casada e levou seus netos para as celebrações no local da fundação do clube na rocha em Lix Toll. Em 2008, o centenário foi comemorado com uma festa de associados em traje de época em cima do Beuckle. A presidente Helen Steven lembrou-se da fundadora mais jovem: - “Eu conhecia Mabel e me lembro dela como uma pessoa muito calorosa, com as bochechas rosadas e receptivas - ela entrou em uma sala como um raio de Sol. Mas ela era dura como unhas velhas. Eram todos personagens”. Neste aspecto a biomatemática é ramo da biologia que emprega análises teóricas, modelos matemáticos e abstrações dos organismos para investigar os princípios que governam a estrutura, desenvolvimento e comportamento dos sistemas, em oposição à biologia experimental com a realização de experimentos para comprovar e validar as teorias científicas.

O campo multidisciplinar é algumas vezes chamado de biologia matemática ou biomatemática para enfatizar o lado técnico-científico matemático, ou biologia teórica para enfatizar o lado biológico. Ipso facto, biologia teórica se concentra mais do que nunca no desenvolvimento programático de princípios teóricos para a biologia. Enquanto a biologia matemática se concentra no uso de técnicas matemáticas para estudar sistemas biológicos embora ambos sejam muitas vezes trocados. A biologia matemática visa a representação matemática e modelagem de processos biológicos, utilizando técnicas e procedimentos metodológicos da matemática aplicada. Pode ser útil tanto em pesquisas teóricas e práticas. Descrever sistemas de maneira quantitativa significa que seu comportamento pode ser melhor simulado e, podem ser previstas propriedades que podem não ser evidentes para o experimentador. Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de repouso, seja de movimento, a não ser que uma força externa decisiva o influencie. A massa é uma grandeza abstrata na interpretação da física teórica que indica a medida da inércia, ou da resistência, neste aspecto de “mobilidade” de um corpo de ter seu movimento acelerado. De uma forma geral, podemos associar a massa à quantidade de partículas existentes na matéria.  

          Antropologicamente a humanidade sempre atravessa estágios em que: a) opressão da individualidade é o ponto de passagem obrigatório de seu livre desabrochar superior, em que a pura exterioridade das condições de vida se torna a escola da interioridade, b) em que a violência simbólica da modelagem produz uma acumulação de energia, destinada, em seguida, a gerar toda a especificidade pessoal. Do alto desse ideal abstrato é que, c) a individualidade plenamente desenvolvida, tais períodos parecerão, é claro, grosseiros e indignos. Mas, para dizer a verdade, além de semear os germes positivos do progresso humano vindouro, já é em si uma manifestação do espírito exercendo uma dominação organizadora sobre a matéria-prima das impressões flutuantes, uma aplicação das personalidades especificamente humanas, procurando-as fixar suas normas de vida - do modo mais brutal, exterior ou, estúpido que seja -, em vez de recebê-las das simples forças da natureza física externa ao homem. A horda, uma estrutura social e militar encontrada na estepe eurasiática “não protege mais a moça e rompe suas relações com ela, porque nenhuma contrapartida foi obtida por sua pessoa”.   

Os indivíduos vivem em relações de cooperação, mas também de oposição, portanto, os conflitos são parte mesma da constituição da sociedade. É neste sentido que formam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia, vistos numa função positiva de superação das divergências. Fundamenta uma episteme em torno da ideia de movimento, da relação, da pluralidade, da inexorabilidade do conhecimento, de seu caráter construtivista, cuja dimensão central realça per se o fugidio, o fragmento e o imprevisto. Por isso, é que seu panteísmo estético, ancorado sob forma paradoxais de interpretação real, como episteme, no qual se entende que cada ponto, cada fragmento superficial e, fugaz é passível de significado estético absoluto, de compreender o sentido total, analisando os traços significativos, do fragmento à totalidade. O significado sociológico do “conflito”, em princípio, nunca foi contestado. É admitido por causar ou modificar grupos de interesse, unificações, organizações. Os fatores de dissociação entre pessoas e grupos, como ódio, inveja, necessidade, desejo, são as causas sociais e psíquicas da condenação, que irrompe em função deles. O conflito é destinado a resolver dualismos divergentes, a maneira de obter um tipo de unidade social, que seja através da aniquilação de uma das partes em litígio.

Uma forma de atividade generalizada que tomou lugar na vida social não pode, evidentemente, permanecer tão desregulamentada, em seu desempenho e atividade, sem que disso resulte os impactos sociais sobre a divisão do trabalho e as mais profundas perturbações. Mas sofrer no trabalho não é uma fatalidade. É, em particular, como decorre e testemunhamos, uma fonte de desmoralização geral real. Pois, precisamente porque as funções econômicas absorvem o maior número de cidadãos, para o pleno desenvolvimento da vida social, há uma “multidão de indivíduos”, como dizia Freud, cuja vida transcorre quase toda no meio industrial e comercial; a decorrência disso é que, como tal meio é pouco marcado pela moralidade, a maior parte da existência transcorre fora de toda e qualquer ação moral. A tese funcionalista na pena de Durkheim, como uma espécie de antídoto da civilização, e que o sentimento do dever cumprido se fixe fortemente em nós, é preciso que as próprias circunstâncias em que vivemos permanentemente desperto. A atividade de uma profissão só pode ser regulamentada eficazmente por “um grupo próximo o bastante dessa mesma profissão para conhecer bem seu funcionamento, para sentir todas as suas necessidades e poder seguir todas as variações destas”. O único grupo que corresponde a essas condições é o que seria formado por todos os agentes de uma mesma condição reunidos num mesmo corpo. E que a sociologia durkheimiana conceitua de corporação ou grupo profissional. 

É na ordem econômica que o grupo profissional existe tanto quanto a moral profissional. Desde que, não sem razão, com a supressão das antigas corporações, não se fizeram mais do que tentativas fragmentárias e incompletas para reconstituí-las em novas bases sociais. Os únicos agrupamentos dotados de permanência são os que se chamam sindicatos, seja de patrões, seja de operários. Historicamente, temos aí in statu nascendi o começo e o princípio ético de uma organização profissional, mas ainda de forma rudimentar. Isto porque, em primeiro lugar, um sindicato é uma associação privada, sem autoridade legal, desprovida, por conseguinte, de qualquer poder regulamentador. O número deles é teoricamente ilimitado, mesmo no interior de uma categoria industrial; e, como cada um é independente dos outros, se não se constituem em federação e se unificam, não há neles nada que exprima a unidade da profissão em seu conjunto de práticas e saberes sociais. Não só os sindicatos de patrões e de empregados são distintos uns dos outros, o que é legítimo e necessário, como não há entre eles contatos regulares. Não existe organização comum que os aproxime sem fazê-los perder sua individualidade e na qual possam elaborar em comum uma regulamentação que, estabelecendo suas relações mútuas, imponha-se a ambas as partes com a mesma autoridade; por conseguinte, é sempre a “lei dos mais forte” que resolve os conflitos, e o estado de guerra subiste inteiro. Salvo no caso de seus atos pertencentes à esfera moral comum estão na mesma situação. A tese sociológica é a seguinte: para que uma moral e um direito profissionais possam se estabelecer nas diferentes profissões, é necessário, pois, que a corporação, em vez de permanecer um agregado confuso e sem unidade, se torne, ou antes, volte a ser, um grupo definido, organizado, uma instituição pública. A primeira observação familiar de Émile Durkheim, é que a corporação tem contra si seu próprio passado histórico.

De fato, ela é tida como intimamente solidária do antigo regime político e, por conseguinte, como incapaz de sobreviver a ele. Na história da filosofia, o que permite considerar as corporações uma organização temporária, boa apenas para uma época e uma civilização determinada, é, ao mesmo tempo, sua grande antiguidade e a maneira como se desenvolveram na história. Se elas datassem unicamente da Idade Média, poder-se-ia crer, de fato que, nascidas com um sistema político, deviam necessariamente desaparecer com ele. Mas, na realidade, têm uma origem bem mais antiga. Em geral, elas aparecem desde que as profissões existem, isto é, desde que a atividade deixa de ser puramente agrícola. Se não parecem ter sido conhecidas na Grécia, até o tempo da conquista romana, é porque os ofícios, sendo desprezados, eram exercidos exclusivamente por estrangeiros e, por isso mesmo, achavam-se excluídos da organização legal da cidade. Mas em Roma, comparativamente, elas datam pelo menos dos primeiros tempos da República; uma tradição chegava até a atribuir sua criação ao rei Numa, um sabino escolhido como segundo rei de Roma. Sábio, pacífico e religioso, dedicou-se a elaboração das primeiras leis de Roma, assim como dos primeiros ofícios religiosos da cidade e do primeiro calendário. É verdade que, por tempo, elas tiveram de levar uma existência bastante humilde, pois os historiadores e os monumentos só raramente as mencionam; não sabemos muito bem como eram organizadas. Desempenhavam funções oficiais; cada profissão era vista como um serviço público, cujo encargo e cuja responsabilidade ante o Estado cabiam à corporação correspondente. Foi a ruína da instituição. Porque, segundo Durkheim, essa dependência em relação ao Estado não tardou a degenerar numa servidão intolerável que os imperadores só puderam manter pela coerção.

Algumas sortes de procedimentos foram empregadas para impedir que os trabalhadores escapassem das pesadas obrigações que resultavam, para eles, de sua própria profissão. Evidentemente, tal sistema de trabalho só podia durar enquanto o poder político fosse o bastante para impô-lo. É por isso que ele não sobreviveu à dissolução do Império. Aliás, as guerras civis e as invasões haviam destruído o comércio e a indústria; os artesãos aproveitaram essas circunstâncias para fugir das cidades e se dispersar nos campos. Assim, os primeiros séculos de nossa era viram produzir-se um fenômeno que devia se repetir tal qual no fim do século XVII: a vida corporativa se extinguiu quase por completo. Mal subsistiram alguns vestígios seus, na Gália e na Germânia, nas cidades de origem romana. Naquele momento, um teórico tivesse tomado consciência da situação, teria provavelmente concluído, como o fizeram mais tarde os economistas, que as corporações não tinham, ou, em todo caso, não tinham mais razão de ser, que haviam desaparecido irreversivelmente, e sem dúvida teria tratado de retrógrada e irrealizável toda tentativa de reconstituí-las. Os acontecimentos desmentiriam uma tal profecia. Após o “eclipse da razão” de algum tempo para os nossos dias, as corporações recomeçaram uma nova existência nas sociedades europeias.

Elas renasceram por volta dos séculos XI e XII. Desde esse momento, diz Emile Levasseur, “os artesãos começam a sentir a necessidade de se unir e formam suas primeiras associações”.  Em todo caso, no século XII, elas estão outra vez florescentes e se desenvolvem até o dia em que começa para elas uma nova decadência. Uma instituição tão persistente assim não poderia depender de uma particularidade contingente e acidental; muito menos ainda é possível admitir que tenha sido o produto de não sei que “aberração coletiva”. Se, desde a origem da cidade até o apogeu do Império, desde o alvorecer das sociedades cristãs aos tempos modernos, elas foram necessárias, é porque correspondem a necessidades duradouras e profundas. Sobretudo, vale lembrar que o próprio fato de que, depois de terem desaparecido uma primeira vez, reconstituíram-se por si mesmas e sob uma nova forma, retira todo e qualquer valor ao argumento que apresenta sua desaparição violenta no fim do século passado como uma prova de que não estão mais em harmonia com as novas condições de existência coletiva. A necessidade que todas as sociedades civilizadas sentem de chamá-las de volta à vida é o seguro sintoma evidente dessa supressão radical não era um remédio e de que a reforma de Jacques Turgot requeria outra que não poderia ser indefinidamente adiada.

Mas nem toda organização corporativa é anacronismo histórico. Acreditamos que ela seria chamada a desempenhar, nas sociedades contemporâneas, menos pelo papel considerável que julgamos indispensável, por causa não dos serviços econômicos que ela poderia prestar, mas da influência moral que poderia ter.  O que vemos antes de mais nada no grupo profissional é um poder moral capaz de conter os egoísmos individuais, de manter no coração dos trabalhadores um sentimento vivo de solidariedade comum, de impedir que a “lei do mais forte” se aplique de maneira brutal nas relações industriais e comerciais. Mas é preciso evitar estender a todo regime corporativo o que pode ter sido válido para certas corporações historicamente e durante um curto lapso de tempo de seu desenvolvimento. Longe de ser atingido por uma sorte de enfermidade moral devida à sua própria constituição, foi sobretudo um papel moral que ele representou e continua representando ainda, na maior parte de sua história social. Isso é particularmente evidente no caso das corporações romanas. Sem dúvida, a associação lhes dava mais forças para salvaguardar, se necessário, seus interesses comuns. 

Mas era isso apenas um dos contragolpes úteis que a instituição produzia, lembra Durkheim: “não era sua razão de ser, sua função principal. Antes de mais nada, a corporação era um colégio religioso”. Cada uma religiosamente tinha seu Deus particular, cujo culto quando ela tinha meios, era celebrado num templo especial. Do mesmo modo que cada família tinha seu Lar familiaris, cada cidade seu Genius publicus, cada colégio tinha seu deus tutelar, Genius collegi. Naturalmente, o culto profissional não se realizava sem festas, que eram celebradas em comum sem sacrifícios e banquetes. Todas as espécies de circunstâncias serviam, aliás, de ocasião para alegres reuniões, além disso, distribuições de víveres ou de dinheiro ocorriam com frequência às expensas da comunidade. Indagou-se se a corporação tinha uma caixa de auxílio, se ela assistia regularmente seus membros necessitados, e as opiniões a esse respeito são divididas. Mas o que retira da discussão parte de seu interesse e de seu alcance é que esses banquetes comuns, mais ou menos periódicos, e as distribuições que os acompanharam serviam de auxílios e faziam não raro as vezes de uma assistência direta. Os infortunados sabiam que podiam contar com essa subvenção dissimulada. Como corolário do caráter religioso, o colégio de artesãos era, ao mesmo tempo, um colégio funerário. Unidos, como gentiles, num mesmo culto durante a vida, os membros da corporação queriam, como eles, dormir juntos seu derradeiro sono. 

A importância tão considerável que a religião tinha em sua vida, tanto em Roma quanto na Idade Média, põe particularmente em evidência a verdadeira natureza de suas funções; porque toda comunidade religiosa constituía, então, um ambiente moral, do mesmo modo que toda disciplina moral tendia necessariamente a adquirir uma forma religiosa. A partir do instante em que, no seio de uma sociedade política, certo número de indivíduos tem em comum ideias, interesses, sentimentos, ocupações que o resto da população não partilha com eles, é inevitável que, sob a influência dessas similitudes eles sejam atraídos uns para os outros, que se procurem, teçam relações, se associem e que se forme assim, pouco a pouco, um grupo restrito, com sua fisionomia especial da sociedade em geral. Porque é impossível que homens vivam juntos, estejam regularmente em contato, sem adquirirem o sentimento do todo que formam por sua união, sem que se apeguem a esse todo, se preocupem com seus interesses e o levem em conta em sua conduta. Enfim, basta que esse sentimento se precise e se determine, que, aplicando-se às circunstâncias mais ordinárias e mais importantes da vida, se traduza em fórmulas definidas, para que se tenha um corpo de regras morais em via de se constituir. Ao mesmo tempo que se produz por si mesmo e pela força das coisas, esse resultado é útil e o sentimento de sua utilidade contribui para confirma-lo. A vida em comum é atraente, ao mesmo tempo que coercitiva. Do ponto de vista conservantista do método durkheimiano, a coerção é necessária para levar o homem a se superar, a acrescentar à sua natureza física outra natureza; mas, à medida que aprende a apreciar os encantos dessa nova existência, ele contrai a sua necessidade e não há ordem de atividade que não os busque com paixão.

A moral doméstica não se formou de outro modo. Por causa do prestígio que a família conserva ante nossos olhos, parece-nos que, se ela foi e é sempre uma escola de dedicação e de abnegação, o foco por excelência da moralidade, é em virtude de características bastante particulares que teria o privilégio e que não se encontrariam em ouro lugar em nenhum grau. Costuma-se crer que exista na consanguinidade uma causa excepcionalmente poderosa de aproximação moral. A prova está em que, num sem-número de sociedades, os não-consanguíneos são muitos no seio da família; o parentesco dito artificial se contrai então com grande facilidade e exerce todos os efeitos do parentesco natural. Inversamente, acontece com grande frequência consanguíneos bem próximos serem, moral ou juridicamente, estranhos uns aos outros; é, por exemplo, o caso dos cognatos na família romana. Portanto, a família não deve suas virtudes à unidade de descendência: ela é, simplesmente, um grupo de indivíduos que foram aproximados uns dos outros, no seio da sociedade política, por uma comunidade mais particularmente estreita de ideias, sentimentos e interesses. A consanguinidade pode ter facilitado essa concentração, pois ela tem por efeito natural inclinar as consciências umas em relação às outras. Outros fatores intervieram: a proximidade material, a solidariedade de interesses, a necessidade de união contra um perigo comum, ou simplesmente de se unir, foram causas muito mais poderosas de comunicação social no processo produtivo.

Mas, para dissipar todas as possíveis prevenções, adverte o filósofo Durkheim, para demonstrar bem que o sistema corporativo não é apenas uma instituição do passado, seria necessário mostrar que transformações ele deve e pode sofrer para se adaptar às sociedades modernas, pois é evidente que ele não pode ser o que era na Idade Média. Para tanto, seriam necessários estudos comparativos que não estão feitos e que não podemos fazer de passagem. Talvez, porém, não seja impossível perceber desde já, mas apenas em suas linhas mais gerais, o que foi esse desenvolvimento. O historiador que empreende resolver em seus elementos a organização política dos romanos não encontra, no decurso de sua análise, nenhum fato que possa adverti-lo da existência das corporações. Elas não entravam na constituição romana, na qualidade de unidades definidas e reconhecidas. Em nenhuma das assembleias eleitorais, em nenhuma das reuniões do exército, os artesãos se reuniam por colégios, em parte alguma o grupo profissional tomava parte, como tal, na vida pública, seja em corpo, seja por intermédio de representantes regulares. No máximo, a questão pode se colocar a propósito de três ou quatro colégios que se imaginou poder identificar com algumas das centúrias constituídas por Sérvio Túlio, a saber: tignari (construtores de casas), aerari (corporação clerical), tibicines (monumento funerário), corporações cornicínes (espécie de pizza enrolada), mas o fato não está bem estabelecido.

Quanto às outras corporações, estavam certamente fora da organização oficial do povo romano. Ora, por muito tempo os ofícios não foram mais do que uma forma de representação acessória e secundária da atividade dos romanos. Roma era essencialmente uma sociedade agrícola e guerreira. No primeiro era dividida em gentes e em cúrias; a assembleia por centúrias refletia antes a organização militar. Quanto às funções industriais, eram demasiado rudimentares para afetar a estrutura política da cidade. Aliás, até um momento bem avançado da história romana, os ofícios permaneceram marcados por um descrédito moral que não lhes permitia ocupar uma posição regular no Estado. Sem dúvida, veio um tempo em que sua condição social melhorou. Mas a própria maneira como foi obtida essa melhora é significativa. Para conseguir fazer respeitar seus interesses e desempenhar um papel na vida pública, os artesãos tiveram de recorrer a procedimentos irregulares e extralegais. Só triunfaram sobre o desprezo de que eram objeto por meios de intrigas, complôs, agitação clandestina. E, se, mais tarde, acabaram sendo integrados ao Estado para se tornar engrenagens da máquina administrativa, essa situação como foi, para eles, uma conquista gloriosa, mas uma penosa dependência; se entraram então no Estado, não foi para nele ocupar a posição a que seus serviços sociais podiam lhes dar direito, mas simplesmente para poder ser mais bem vigiados pelo poder governamental.

A imagem está associada a conhecimentos pretéritos adquiridos e concernentes ao objeto que ela de fato representa. Ela não apreende nada além daquilo que nós podemos extrair da realidade durante o trabalho de percepção. A imagem não se relaciona com o mundo em si, ela só depende do processo de como podemos descobrir algo sobre ela. Portanto, se existe uma possibilidade de se observar o objeto através da imaginação, mesmo assim essa possibilidade ainda não nos permite apreender nada de novo em relação ao objeto. A imagem, ato da consciência imaginante, é um elemento, identificado como o primeiro e incomunicável, como produto de uma atividade consciente atravessada de um extremo ao outro por uma corrente de “vontade criadora”. Trata-se, de dar-lhe à sua própria consciência um conteúdo de sentido imaginante, próximo da analogia weberiana da interpretação do estatuto da ciência que recria para si os objetos afetivos espontaneamente ao seu redor: ela é criativa.  Daí a importância social e afetiva de se compreender no campo da imagem, de sua produção, recepção, influência, de sua relação com o sonho, o devaneio, a criação e a ficção, a substituição das mediações pelos meios de comunicação, posto que contenha em si uma possibilidade de violência, a partir da constituição do novo regime de ficção que hoje afeta, contamina e penetra a vida social. 

Ipso facto temos a sensação de sermos colonizados, mas sem saber precisamente por quem. Não é facilmente identificável e, a partir daí é normal questionar-se sobre o papel da cultura ou da ideia que fazemos dela. O etnólogo Marc Augé reitera que as etnociências se atribuem sempre dois objetivos, proposto por ele ao final em seu opúsculo La Guerre des Rêves (1997). Usado como prefixo, “etno” relativiza o termo que o segue e o faz depender da “etnia” ou da “cultura” que supõe ter práticas análogas às que chamamos “ciências”: medicina, botânica, zoologia etc. Desse ponto de vista, a etnociência tenta reconstituir o que serve de ciência aos outros, suas práticas sanitárias e do corpo, seus conhecimentos botânicos, mas também suas modalidades de classificação, de relacionamento etc. É claro que, a partir do momento em que se generaliza a etnociência muda de ponto de vista. Ela tenta emitir uma apreciação ideal típica sobre os modelos locais, indígenas, e compará-los a outros e, além disso, propor uma análise dos procedimentos cognitivos em ação num certo número de experiências. Ela leva então às vezes o nome de antropologia: fala-se assim em antropologia médica ou cognitiva.

Em verdade, quando o etnólogo Marc Augé recoloca a questão: “que é nosso imaginário, hoje?”, por outro lado, ele se indaga se nestes dias não estamos assistindo a uma generalização do fenômeno de fascínio da consciência que nos pareceu característico da situação colonial e de seus diferentes avatares? Trata-se de “exercícios de etnoficção”, em analisar o estatuto da ficção ou as condições etnológicas de seu surgimento numa sociedade, e ipso facto num momento histórico particular, em analisar os diferentes gêneros que se irradiam sob formas ficcionais, sua relação com o imaginário individual e coletivo, as representações da morte etc., em diferentes sociedades ou conjunturas. Temos o que fica reservado como lugar de representação do conhecimento, posto que bem entendido o nível ao qual se aplica a pesquisa antropológica, ela tem por objeto interpretar a interpretação que os outros fazem da categoria do outro, nos diferentes níveis que situam o lugar dele e impõem sua necessidade. A representação da etnia, tribo, aldeia, linhagem ou outro modo de agrupamento até o átomo elementar de parentesco, do qual se sabe que submete a identidade da filiação à necessidade da aliança, o individualismo, enfim; que todos os sistemas rituais definem como compósito e pleno de alteridade, figura impensável, como o são, em modalidades opostas, a do rei e a do feiticeiro.

É assim que ocorre do ponto de vista da organização social e técnica do trabalho a perda de autonomia profissional, pois, somente no interior de sua troca os produtos do trabalho adquirem uma objetividade de valor socialmente igual, separada de sua objetividade de uso, sensivelmente distinta. Essa cisão do produto do trabalho em coisa útil e coisa de valor só se realiza na prática quando a troca já conquistou um alcance e uma importância suficientes para que se produzam coisas úteis destinadas à troca e, portanto, o caráter de valor das coisas passou a ser considerado no próprio ato de sua produção. A partir desse momento, os trabalhos privados dos produtores assumem, um duplo caráter social: 1) como trabalhos úteis determinados, eles têm de satisfazer uma determinada necessidade social e, conservar a si mesmos como elos do trabalho total, do sistema natural-espontâneo da divisão social do trabalho. 2) por outro lado, eles só satisfazem as múltiplas necessidades de seus próprios produtores na medida em que cada trabalho privado e útil particular é permutável por qualquer outro tipo útil de trabalho privado, portanto, na medida em que lhe é equivalente. A igualdade toto coelo dos diferentes trabalhos só pode consistir numa abstração de sua desigualdade real, na redução desses trabalhos ao seu caráter comum como dispêndio de força humana de trabalho, como trabalho humano abstrato. Eles equiparam entre si seus diferentes trabalhos como trabalho humano. – “Eles não sabem disso, mas o fazem”, referia-se Marx, tomando de empréstimo a ideia de Friedrich Hegel. O interessante deste aspecto ocorre quando confundem na prática o cargo e profissão. Com a utilização do método de trabalho e emprego da técnica no trabalho denominando-o “coletivo” ou “comunidade”

A sociologia, não confunde a prática dos rituais com seu sentido. Ipso facto, admitimos o ponto de vista da análise abstrata, segundo o qual nem todos os especialistas concordam em admitir que as comunidades vegetais apresentam propriedades sociais. De fato, há requisitos da vida social entre os animais que são inconcebíveis em sua analogia no mundo vegetal. Reações ou relações baseadas na capacidade de locomoção, na plasticidade assegurada pelo sistema nervoso, na interdependência dinâmica produzida pela divisão do trabalho, em tendências mais ou menos conscientes de comportamento, etc., não comportam condições de manifestação nas comunidades de plantas, por maior que seja o grau de sociabilidade inerente aos seus padrões de organização interna. Isso não impede que se reconheça que alguns tipos de relações comunitárias das plantas possuem valor social definido no amplo e diversificado mercado mundial de consumo de drogas. As dificuldades são de ordem descritiva. Raramente se assume um estado de espírito que lhe permita considerar a vida social, independentemente dos padrões mais complexos, que ela alcança a análise comparada entre os animais e os dos homens. Os índios obrigaram-no a alargar seu conhecimento das sociedades ditas primitivas, para poder entender, descrever e explicar as estruturas e os dinamismos da sociedade tribal. Descobriu que nenhum sociólogo é capaz de realizar seu ofício antes de percorrer as fases de uma de investigação completa, na qual transmite do levantamento dos dados à sua crítica e à análise e, em seguida, ao tratamento interpretativo propriamente dito.

Os que repudiam o estudo de comunidade ou o estudo de caso com obstinação, ignoram esse lado pedagógico do treinamento pela pesquisa empírica sistemática. Nas comunidades de plantas de organização simples, os comensais são iguais; nas comunidades de plantas de organização complexa, os comensais são desiguais e concorrem, com suas necessidades diferentes, para uma utilização mais complexa de possibilidades do habitat comum. Do ponto de vista dinâmico, a sociabilidade das plantas é um produto direto da competição, que regula a distribuição dos indivíduos no espeço e o padrão daí resultante da relação deles entre si. No entanto, as variações no grau de sociabilidade podem afetar as condições gerais de interação das plantas. O aumento da sociabilidade, por exemplo, é útil às plantas em competição com outras espécies. A função social do meio não chega a sofrer uma diferenciação nítida; aparece como uma condição, às vezes mal perceptível, da interação dos organismos através da utilização dos recursos do habitat.  É útil ter-se em mente que o sistema de notações dos botânicos não coincide com os dos sociólogos, pois as aglomerações vegetais não possuem, do ponto de vista sociológico, as propriedades específicas da associação propriamente dita. A polêmica, neste plano terreno e abstrato, relaciona-se com os modos de interpretação que correspondam a esses atributos sociais. Alguns biólogos, psicólogos e sociólogos pensam, ao contrário que as propriedades sociais das comunidades de animais, independentemente do grau técnico em que constituam produtos de mecanismos e de processos extra-sociais, possuem bastante objetividade científico-social para serem considerados isoladamente.

            A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. Segundo Marx (2013: 255), o comprador da força de trabalho a consome fazendo com que seu vendedor trabalhe. Desse modo, este último se torna actu aquilo que antes ele era apenas potentia, a saber, força de trabalho em ação, trabalhador. Para incorporar seu trabalho em mercadorias, ele tem de incorporá-lo, antes de mais nada, em valores de uso, isto é, em coisas que sirvam à satisfação de necessidades de algum tipo. Assim, o que o capitalista faz o trabalhador produzir é um valor de uso particular, um artigo determinado. A produção de valores de uso ou de bens não sofre nenhuma alteração em sua natureza pelo fato de ocorrer para o capitalista e sob seu controle, razão pela qual devemos, de início, considerar o processo de trabalho independentemente de qualquer forma social determinada. O trabalho, conceitualmente, é antes de tudo, um processo entre o homem e a natureza, processo este em que o homem, por sua própria ação, medeia, regula e controla seu metabolismo com a natureza. Ele se confronta com a matéria natural como uma “potência natural” [Naturmacht]. Afim de se apropriar da matéria natural de uma forma útil para sua própria vida, ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporeidade: seus braços e pernas, cabeça e mãos. Agindo sobre a natureza externa e modificando-a por meio desse movimento, ele modifica ao tempo sua própria natureza.

            Não se trata, aqui, das primeiras formas instintivas, animalescas [tierartig], do trabalho. Um incomensurável intervalo de tempo separa o estágio em que o trabalhador se apresenta no mercado como vendedor de sua própria força de trabalho daquele em que o trabalho humano ainda não se desvencilhou de sua forma instintiva. Pressupomos o trabalho, afirma Marx, numa forma em que ele diz respeito unicamente ao homem. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e uma abelha envergonha muito arquitetos com a estrutura de sua colmeia. O que desde o início distingue o pior arquiteto da melhor abelha é o fato de que o primeiro tem a colmeia em sua mente antes de construí-la com a cera. No final do processo de trabalho, chega-se a um resultado que já estava presente na representação do trabalhador no início do processo, portanto, um resultado que já existia idealmente. Além do esforço dos órgãos que trabalham, a atividade laboral exige a vontade orientada a um fim, que se manifesta como atenção do trabalhador durante a realização de sua tarefa, e isso tanto mais quanto menos esse trabalho, seu próprio conteúdo e modo de sua execução, atrai o trabalhador, portanto, quanto menos este usufrui dele como jogo suas próprias forças físicas e mentais.

Os momentos simples do processo de trabalho são, em primeiro lugar, a atividade orientada a um fim, ou o trabalho propriamente dito; em segundo lugar, seu objeto e, em terceiro, seus meios. O meio de trabalho é uma coisa ou um complexo de coisas que o trabalhador interpõe entre si e o objeto de trabalho e que lhe serve de guia de sua atividade sobre esse objeto. Ele utiliza as propriedades mecânicas, físicas e químicas das coisas para fazê-las atuar sobre outras coisas, de acordo com o seu propósito. O objeto de que o trabalhador se apodera imediatamente – desconsiderando-se os meios de subsistência encontrados prontos na natureza, como as frutas, por exemplo, em cuja coleta seus órgãos corporais servem como únicos meios de trabalho – é não o objeto de trabalho, mas o meio de trabalho. É assim que o elemento natural se converte em órgão de sua atividade, um órgão que ele acrescenta a seus próprios órgãos corporais, prolongando sua forma natural, apesar daquilo que diz a Bíblia. Do mesmo modo como a terra é seu armazém original de meios de subsistência, ele é, ela é também seu arsenal originário de meios de trabalho. Ela fornece, por exemplo, a pedra, para que ele a arremesse, ou a use para moer, comprimir, cortar, etc. a própria terra é um meio de trabalho, mas pressupõe, para servir como tal na agricultura, toda uma série de outros meios de trabalho e um grau relativamente alto de desenvolvimento da força de trabalho. Mal o processo de trabalho começa a se desenvolver e ele já necessita de meios de trabalho previamente elaborados.

A história social dos saltos ornamentais tem origem na Grécia Antiga, praticada pelas comunidades litorâneas cujos habitantes pulavam de rochedos, mergulhando para o fundo das águas. Naquela época, apenas entrar no mar para banhar-se não era mais divertimento. Era preciso emoção, barulho, mudança na forma calma de sempre. Para isso, começaram a se jogar, mergulhar, ir até o fundo, subir em pedras e barrancos na busca de uma plataforma, chegar até as galhadas das árvores para se impulsionar ainda mais alto, e assim tornar o simples ato de entrar na água uma diversão de fato. Recreativa, supõe-se que, sob a luz dos métodos indiciários arqueológicos, esta brincadeira passou a ser preparatória quando migrou para o Norte da Europa, no século XVII, ao que respectivamente suecos e alemães passaram a utilizar desta prática para treinar a ginástica, já que em ambos os países este esporte era bastante popular tanto como forma de expressão, quanto como preparação para treinamento militar. Durante os verões europeus, a aparelhagem dos ginastas era transportada à praia e montada em altas plataformas ou reconhecidos píeres, visando a realização de seus movimentos acima da água. Entre os aparelhos com utilidade de uso nas competições globalizadas o mais importante foi o trampolim, que impulsionava os atletas ao salto, não somente à queda.

Aos poucos, o que era exercício de ginástica começou a se tornar verdadeiramente um esporte, que teve, em 1871, a primeira competição documentada realizada: um torneio no qual os atletas saltavam de uma ponte, na cidade de Londres, Inglaterra. Foi lá que, no século XIX, o esporte ganhou o padrão moderno de disputas, tendo como precursoras das competições regulamentadas, as provas em lagos turvos cheios de bandos de patos. Como consequências desse início despreparado, os saltadores, que nem sempre conheciam a profundidade das águas, por vezes traziam lixo depositado no fundo ou se machucavam gravemente. Adiante, durante os verões desse mesmo século, os ginastas suecos e alemães passaram a apresentar seus saltos e acrobacias nas águas rasas do mar sob o olhar atento das plateias, que apreciavam a chamada ginástica ornamental. Ao redor da Europa, as primeiras disputas foram em provas amparadas de plataforma. Levado aos Estados Unidos da América já em forma de esporte, começou a ser realizado no trampolim. Em 1901, foi fundada a Associação Amadora de Saltos, o que deu definitivamente um caráter esportivo. Com regras internacionais descritas da Federação Internacional de Natação, a prova de saltos foi incluída nos Jogos Olímpicos de Saint Louis, de 1904, em uma disputa cujo objetivo era nadar o maior tempo possível submerso na água após o mergulho à distância.

Como não despertou o interesse do público, que não conseguia acompanhar o desempenho dos atletas, este evento ficou de fora de edição seguinte e acabou eliminado das demais. Em 1908, de fato regidos pela FINA, fundada em 19 de julho de 1908, os saltos ornamentais foram disputados nos Jogos de Londres como são modernamente conhecidos, embora apenas os homens tivessem o direito de participar. As modalidades disputadas foram a plataforma e o trampolim de três metros, cujos primeiros campeões foram o alemão Albert Zürner, vencedor do trampolim, e o sueco Hjalmar Johansson, medalhista de ouro na plataforma alta. Quatro anos mais tarde, foi a vez da estreia feminina, nas Olimpíadas de Estocolmo, com a disputa da plataforma, que teve como vitoriosa a sueca Margareta Johanson. Em decorrência da realização da 1ª grande guerra (1914-1918), as mulheres só estrearam no trampolim em 1920, na edição belga dos Jogos. Essa edição foi ainda marcada pela mudança nas regras: anteriormente, por ver-se a dificuldade das rotações devido a saída ereta, foi permitido aos atletas dobrarem seus joelhos para se lançarem, como faziam os amadores na antiga Grécia. Devido a essa atitude, começaram então a surgirem vários novos movimentos e saídas.

Em 1973, ganharam o primeiro campeonato mundial dedicado ao esporte. Com o passar dos anos o desporto foi se modernizando, conquistando adeptos, melhorando as técnicas de saltos e de segurança pública e nos anos 2000 ganharam as provas olímpicas sincronizadas, tanto no trampolim quanto na plataforma. Em 2008, sua popularidade fez lotar os ginásios para as disputas do pré-olímpico de Pequim. Culturalmente, os saltos ornamentais estão presentes na vida das pessoas desde que se tornou um meio de divertimento, fosse em um lago fosse em um clube. A obra mais antiga em relação a esta prática chama-se: “La Tomba del Tuffatore”, e conta com um conjunto de imagens, entre as quais aparece a de um homem nu lançando-se à água de uma estrutura construída e não natural, como as árvores ou penhascos. A obra como um todo reunia uma série de chapas nas paredes internas de um túmulo e o saltador representava a passagem entre a vida e a morte. Mais perto da era moderna, os saltos se aproximaram da cultura esportiva de países como os EUA, nos quais contam com escolas preparatórias de ensino e campeonatos regionais, além de divulgar os benefícios da prática, principalmente para as crianças, promovendo um ambiente social e coletivo e o estímulo ao exercício.

Na Alemanha, um dos primeiros países a desenvolver os saltos, foi promovido um campeonato mundial que, além de divulgar o esporte, inova, pois é também uma fonte de divertimento, remontando ao passado inicial: os chamados saltos malucos, totalmente fora das técnicas do desporto, possuem, inclusive, regras próprias e uma mesa com seis jurados. Não somente na pintura e na divertida competição figuram os saltos ornamentais. Em 1990, foi lançado o filme norte-americano: “Diving In”, narrando a história de um jovem que precisava dominar o medo de saltar da plataforma para fazer parte da equipe da escola e competir. Quase vinte anos depois, em 2008, foi rodado no Japão um outro filme, cuja base era também este esporte: Dive!! Que espetacularmente contou a história social de um jovem que, fascinado por um ex-atleta, foi treinar no clube que ele propriamente abriu. Lá, descobriu que a escola estava falindo e que só a formação de um atleta olímpico era capaz de reergue-lo. Além disso, os saltos aparecem ainda na publicação da FINA, a Aquatics World Magazine, junto aos demais esportes aquáticos.

No caso fílmico da Garota do Chalé, Georgie e Mikki começam a ficar juntos. Quando Kim sai da banheira para tirar neve, a família volta para casa e a vê totalmente nua. Georgie e Kim limpam a casa completamente e tentam reembolsar a família por qualquer dano causado à casa. Enquanto isso, Kim continua a aprimorar suas habilidades no snowboard e tenta vencer o medo de saltos altos, que a lembram do acidente de carro que matou sua mãe. Kim e Jonny ficam mais próximos. Depois de uma viagem de negócios ao chalé, Jonny decide ficar para trás, provavelmente para passar mais tempo com Kim. Jonny se oferece disciplinarmente com o objetivo de poder treinar e para pagá-la para ensiná-lo a praticar snowboard. Depois de um dia tombando na neve, eles “se beijam brevemente e acabam fazendo sexo”. Um espectador, Bernhard (Gregor Bloéb), os vê juntos e alerta a mãe de Jonny, Caroline. Na manhã seguinte ao caso de apenas uma noite, Caroline os pega em flagrante e “menciona que Jonny está noivo de Chloe”. Kim sai de casa chateada porque Jonny mentiu para ela. Antes de ela partir, o pai de Kim a convence a ficar para a competição, dizendo que seria o que a mãe queria.

Enquanto isso, Jonny termina com Chloe “na festa de noivado” deles em Londres. Ela pergunta se ele está apaixonado por Kim, o que ele confirma. Depois de ouvir a notícia do rompimento, Kim parece não se importar mais com Jonny. Mikki e Kim começam a competição de snowboard. Mikki falha no salto em altura e quebra o braço. Kim se sai bem em todos os obstáculos até chegar ao “salto em altura”; ela para freando ao se lembrar do acidente de carro novamente. Ela fica em 21º lugar na competição, não ficando alta o suficiente para estar entre os 20 primeiros finalistas. No entanto, ela é a primeira reserva caso algum finalista desista. Só então, a campeã mundial Tara Dakides, como ela mesma, desiste e dá seu lugar para Kim que faz os obstáculos e saltos, e visualizando sua mãe torcendo por ela no meio da multidão, ela consegue o salto em altura e vence. Jonny, tendo voltado após terminar com Chloe, aparece atrás de Kim e pede desculpas. Os dois brincam antes de se beijarem. Richard e Caroline assistem à competição pela TV, onde a câmera captura Jonny e Kim se beijando. Caroline, vendo a felicidade do filho, concorda em aceitar Kim.

     Do ponto de vista metodológico o filme Chalet Girl representou uma das várias propostas de Tom Williams à produtora Harriet Rees no Festival Internacional de Roteiristas de 2007. Williams já havia trabalhado na Working Title Films como leitor de roteiro e se descreveu profissionalmente como compartilhando sua “sensibilidade comercial”. Rees descreveu Chalet Girl como a proposta que mais se destacou, e Williams começou a trabalhar em um roteiro. O primeiro rascunho do roteiro foi entregue na véspera de Natal de 2007, com mais 123 versões criadas antes do final das filmagens. Rees conheceu o diretor Phil Traill em Los Angeles enquanto trabalhava em um projeto diferente; após um telefonema de Williams, que Traill conhecia desde sua época na Universidade de Newcastle, é uma universidade localizada na cidade de Newcastle, no estado de Nova Gales do Sul, Austrália. Foi fundada em 1965. O diretor foi atraído pelo desenvolvimento do roteiro de Chalet Girl. A produtora estreante Rees se uniu a Pippa Cross, que ela descreveu como mentora intelectual do projeto cinematográfico.  Algumas mudanças estratégicas foram realizadas no roteiro durante o processo de desenvolvimento, incluindo a remoção de um irmão mais novo do personagem Kim.

Devido a restrições orçamentárias, várias cenas foram abandonadas ou tiveram locações transferidas. Os figurinistas voaram para atender à disponibilidade dos atores, inclusive para Nova York para se encontrar com Ed Westwick e Soho, Londres, com Bill Nighy. Tanto Nighy quanto Shields usaram alguns de seus próprios itens na tela para economizar racionalmente o orçamento do filme, incluindo “o anel de noivado de Shields”. Foram realizadas viagens de pesquisa à estância de Méribel e aos campeonatos de snowboard em Laax, uma comuna da Suíça, no Cantão Grisões, com cerca de 1.218 habitantes. Traill brincou que, por motivos de seguro, ele só tinha permissão para esquiar nessas viagens e, portanto, fazia o maior número possível. A proibição de esquiar foi estendida a ele mesmo, Ed Westwick e Joe Geary, o primeiro Assistente de Direção, durante os estágios iniciais da produção. O filme foi em parte financiado pelo UK Film Council, um órgão público não departamental criado em 2000 para desenvolver e promover a indústria cinematográfica no Reino Unido e que, ipso facto lhe concedeu uma doação de £ 800.000 (US$ 1.280.000), e 10% do orçamento foi fornecido pelo Enterprise Investment Scheme. Felicity Jones foi “escalada” para o papel principal de Kim. A produtora Pippa Cross relembrou o momento em que eles se conheceram: - “Lembro-me dela entrando na sala quando estávamos escalando o elenco e o diretor Phil Traill olhou para mim e ergueu as sobrancelhas para mim e eu disse: ‘Essa é Kim’ como aquilo”. Ela era reconhecida pela equipe de produção anteriormente, após um período de dez anos em The Archers e na produção de That Face no Royal Court Theatre.

Tamsin Egerton não tinha experiência em esqui ou snowboard e passou um tempo com um treinador. Embora ela tenha ficado “viciada” em esquiar, ela não é vista esquiando na versão final do filme, embora seja vista caindo no erro de gravação.  As filmagens tiveram que ser interrompidas quando a montanha foi evacuada devido a uma tempestade de neve. As cenas da aldeia foram filmadas em Garmisch-Partenkirchen, no Sul da Alemanha, incluindo o uso do interior de uma cabana de madeira alemã para duplicar uma casa no Oeste de Londres. A cena do rompimento foi filmada no Grand Hotel Sonnenbichl, nos arredores de Garmisch, um município (Markt) da Alemanha, capital do distrito homônimo, localizado na região administrativa de Alta Baviera, estado de Baviera. Garmisch-Partenkirchen é uma estância de desportos de inverno e foi sede histórica dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1936. O estádio Große Olympiaschanze foi o local onde se realizaram as cerimônias de abertura e encerramento, além de sediar as disputas do salto de esqui e evento do combinado nórdico. Próximo da pista foram realizadas as provas do esqui cross-country. Era reconhecida como Partano (Parthanum) durante o período romano. Nighy filmou suas cenas durante um período de duas semanas, e desenvolveu uma rivalidade futebolística com Westwick enquanto os dois atores apoiavam o Manchester United e o Chelsea, respectivamente. Shields e Braun tornaram-se amigos durante as filmagens; Shields disse que “queria adotá-lo como meu irmão”.

Jones Geary descreveu a atuação de sua personagem como uma “besta espirituosa e espirituosa” e citou o processo colaborativo com Traill como a razão pela qual ela aceitou o papel. Ed Westwick foi escalado como Jonny. Ele aceitou o papel para uma mudança de gênero, porque gostou da ideia de interpretar um “cara legal” e para praticar esqui. Ele disse sobre o filme: - “É um retorno a esse tipo de comédia inglesa com a qual cresci. Tem elementos de Richard Curtis e aquele humor inglês clássico, o que é ótimo”.  Interpretando a personagem Georgie estava Tamsin Egerton, que se juntou ao projeto por causa da qualidade do roteiro, em especial as brincadeiras entre Georgie e Kim. Ela se apegou no início do processo, pois estava ansiosa para trabalhar com Jones. Ela fez o teste um ano antes do início das filmagens e presumiu que havia sido escalada. Sua única preocupação era que Georgie fosse semelhante a Chelsea, o personagem que ela interpretou em St Trinian`s e St Trinian`s 2: The Legend of Fritton`s Gold. Brooke Shields se apegou ao projeto como Caroline cerca de um mês antes do início das filmagens. Shields se descreveu como “honrada” por trabalhar com Bill Nighy, que foi escalado como seu marido na tela, Richard. O comediante Bill Bailey interpretou Bill, o pai de Kim. Ele foi abordado por Traill, que morava perto, e o levou para tomar uma bebida no pub. Bailey ficou “encantado” ao conseguir o papel.

O ator alemão Ken Duken conheceu os produtores no Festival Internacional de Cinema de Berlim, e foi escalado para interpretar o personagem finlandês Mikki após ser chamado para um teste. Tara Dakides, uma snowboarder profissional, retratou-se no filme. Ela se envolveu pela primeira vez no verão de 2009 e se sentiu “extremamente lisonjeada e também apavorada” por interpretar a si mesma na tela. Além disso, Sophia Bush foi escalada como Chloe, Nicholas Braun como Nigel e Georgia King como Jules. Vale lembrar que o filme Chalet Girl (2011) foi filmado em locações em Sankt Anton am Arlberg, no Tirol, Oeste da Áustria, ao longo de dois meses. Ed Westwick começou a filmar como um esquiador já talentoso, tendo esquiado desde os 12 anos, mas não era treinado no snowboard, tendo tido apenas uma aula. Felicity Jones só havia praticado pistas de “esqui secas” quando criança e nunca havia praticado snowboard. Ela treinou seis horas por dia durante quatro semanas para se tornar proficiente o suficiente para filmar. Ela disse: - “Eu queria fazer o máximo possível do trabalho de base no conselho que Kim faz, daí o treinamento rigoroso”. Jones também experimentou a vida como uma verdadeira garota de chalé com a equipe da Flexiski, empresa que oferece pausas de “esqui curtas” e flexíveis há mais de 30 anos para orientá-lo, inspirá-lo e adaptar uma pausa de esqui às suas necessidades específicas em termos de trabalho profissional.

A divisão do trabalho não é específica do nível de análise econômico: podemos observar sua influência crescente nas regiões mais distintas da sociedade. As funções políticas, administrativas, judiciárias especializam-se cada vez mais. O mesmo ocorre com as funções artísticas e científicas no âmbito das universidades. As especulações filosóficas da biologia nos demonstraram, na divisão do trabalho, um fato social de uma tal generalidade que os economistas, que foram os primeiros a mencioná-lo, não haviam podido suspeitar. Não é mais uma instituição social que tem sua fonte na inteligência e na vontade dos homens. Mas um fenômeno de biologia geral, cujas condições, ao que parece, precisam ser buscadas nas propriedades essenciais da disciplina organizada. A divisão do trabalho social passa a aparecer apenas como uma forma particular desse processo geral, e as sociedades, conformando-se a essa lei, parecem ceder a uma corrente de pensamento que nasceu bem antes delas e que arrasta no mesmo sentido todo o mundo vivo. Semelhante fato não pode, evidentemente, produzir-se sem afetar profundamente nossa constituição moral, pois o desenvolvimento do homem se fará em dois sentidos de todo diferentes. Não é necessário demonstrar a gravidade desse problema prático; qualquer que seja o juízo sobre a divisão do trabalho, todo o mundo sabe que ela é e se torna cada vez mais uma das bases fundamentais da ordem social tanto quanto política.   

Bibliografia Geral Consultada.

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