“Em última análise, precisamos amar para não adoecer”. Sigmund Freud
Chalet Girl representa um filme esportivo de comédia romântica de 2011 dirigido por Phil Traill, um diretor e roteirista de televisão estadunidense. O filme é estrelado por Felicity Jones & Ed Westwick nos papéis principais e também conta com as participações brilhantes no elenco com Ken Duken, Tamsin Egerton, Sophia Bush, Bill Bailey, Brooke Shields e Bill Nighy. Escrito por Tom Williams, o filme foi produzido por Pippa Cross, Harriet Rees, Dietmar Guentsche e Wolfgang Behr. Kim Mathews (Felicity Jones), de dezenove anos, é referenciada por uma Apresentadora de televisão (Miquita Oliver) como uma ex-campeã de skate cuja “mãe morreu em um acidente de carro”. Kim desiste do skate e começa a trabalhar em uma lanchonete fast-food para pagar as contas domésticas para ajudar seu pai (Bill Bailey). Quando ela e o pai precisam de mais dinheiro para pagar as contas, Kim procura um emprego “com melhor remuneração”. Sua amiga recomenda que ela trabalhe como atendente “garota de chalé” nos Alpes. Chalet Girl foi filmado em locações em Sankt Anton am Arlberg, na Áustria, e em Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha. Embora a reação da crítica analítica ao filme tenha sido mista, o desempenho de Jones foi elogiado. Economicamente com o sucesso globalizado do filme arrecadou US$ 5,5 milhões no mundo, contra um orçamento de US$ 13 milhões.
Quando ela e seu pai precisam de um pouco mais de dinheiro para pagar as contas, Kim procura um emprego com uma melhor remuneração. Sua amiga recomenda que ela trabalhe como “garota de chalé” nos Alpes. Kim é inicialmente rejeitada para o cargo, mas é aceita no último minuto, pois a atual garota do chalé quebrou a perna. Outra garota do chalé, Georgie (Tamsin Egerton), é enviada para ajudar Kim. Elas inicialmente não gostam uma da outra porque Kim “não é elegante, não sabe esquiar ou praticar snowboard e nunca esteve nos Alpes”. Kim é instantaneamente atraída por Jonny (Ed Westwick), o filho rico de Richard (Bill Nighy) e Caroline (Brooke Shields), embora Jonny esteja em um relacionamento com Chloe (Sophia Bush). Kim tenta aprender snowboard sozinha, mas acha difícil. Mikki (Ken Duken), vendo sua luta diária, ensina-a a praticar snowboard e a convence a tentar uma competição de snowboard para ganhar € 25.000 (US$ 35.000). Georgie e Kim desenvolvem sua amizade. Quer dizer, ela pode existir entre homens e mulheres, irmãos, namorados, maridos, parentes, e principalmente, com pessoas com diferentes vínculos psicoafetivos. Quando Georgie descobre que é aniversário de Kim, ela leva Kim a um clube onde eles ficam bêbados. Ela convence Kim a trazer a festa para o chalé enquanto a família está fora. Georgie, Kim, Mikki e Jules (Georgia King), amiga de Georgie, voltam ao chalé e relaxam nus na “banheira de hidromassagem”.
Em 1928, uma extraordinária expedição de clube aos Alpes foi organizada. Expedições subsequentes foram feitas a outras regiões de escalada no exterior, como o Cáucaso e Yosemite. Em 1955, o clube fez a primeira expedição de uma equipe exclusivamente feminina ao Himalaia, composta por Monica Jackson, Evelyn McNicol e Elizabeth Stark (1923-2000), onde foram as primeiras a escalar um pico de 22.000 pés no Himal Jugal, onde chamado Gyalzen Peak. Em 1958, o primeiro secretário fez um discurso no aniversário de 50 anos do clube como seu presidente. Mabel Jeffrey agora estava casada e levou seus netos para as celebrações no local da fundação do clube na rocha em Lix Toll. Em 2008, o centenário foi comemorado com uma festa de associados em traje de época em cima do Beuckle. A presidente Helen Steven lembrou-se da fundadora mais jovem: - “Eu conhecia Mabel e me lembro dela como uma pessoa muito calorosa, com as bochechas rosadas e receptivas - ela entrou em uma sala como um raio de Sol. Mas ela era dura como unhas velhas. Eram todos personagens”. Neste aspecto a biomatemática é ramo da biologia que emprega análises teóricas, modelos matemáticos e abstrações dos organismos para investigar os princípios que governam a estrutura, desenvolvimento e comportamento dos sistemas, em oposição à biologia experimental com a realização de experimentos para comprovar e validar as teorias científicas.
O
campo multidisciplinar é algumas vezes chamado de biologia matemática ou
biomatemática para enfatizar o lado técnico-científico matemático, ou biologia
teórica para enfatizar o lado biológico. Ipso facto,
biologia teórica se concentra mais do que nunca no desenvolvimento
programático de princípios teóricos para a biologia. Enquanto a biologia
matemática se concentra no uso de técnicas matemáticas para estudar
sistemas biológicos embora ambos sejam muitas vezes trocados. A biologia
matemática visa a representação matemática e modelagem de processos biológicos,
utilizando técnicas e procedimentos metodológicos da matemática aplicada. Pode
ser útil tanto em pesquisas teóricas e práticas. Descrever sistemas de maneira
quantitativa significa que seu comportamento pode ser melhor simulado e, podem
ser previstas propriedades que podem não ser evidentes para o experimentador.
Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de
repouso, seja de movimento, a não ser que uma força externa decisiva o
influencie. A massa é uma grandeza abstrata na interpretação da física
teórica que indica a medida da inércia, ou da resistência, neste aspecto de
“mobilidade” de um corpo de ter seu movimento acelerado. De uma forma geral,
podemos associar a massa à quantidade de partículas existentes na matéria.
Antropologicamente a humanidade
sempre atravessa estágios em que: a) opressão da individualidade é o
ponto de passagem obrigatório de seu livre desabrochar superior, em que a pura
exterioridade das condições de vida se torna a escola da interioridade, b) em
que a violência simbólica da modelagem produz uma acumulação de energia,
destinada, em seguida, a gerar toda a especificidade pessoal. Do alto desse
ideal abstrato é que, c) a individualidade plenamente desenvolvida, tais
períodos parecerão, é claro, grosseiros e indignos. Mas, para dizer a verdade,
além de semear os germes positivos do progresso humano vindouro, já é em si uma
manifestação do espírito exercendo uma dominação organizadora sobre a
matéria-prima das impressões flutuantes, uma aplicação das personalidades
especificamente humanas, procurando-as fixar suas normas de vida - do modo mais
brutal, exterior ou, estúpido que seja -, em vez de recebê-las das
simples forças da natureza física externa ao homem. A horda, uma estrutura
social e militar encontrada na estepe eurasiática “não protege mais a
moça e rompe suas relações com ela, porque nenhuma contrapartida foi obtida por
sua pessoa”.
Os indivíduos vivem em relações de cooperação, mas também de oposição, portanto, os conflitos são parte mesma da constituição da sociedade. É neste sentido que formam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia, vistos numa função positiva de superação das divergências. Fundamenta uma episteme em torno da ideia de movimento, da relação, da pluralidade, da inexorabilidade do conhecimento, de seu caráter construtivista, cuja dimensão central realça per se o fugidio, o fragmento e o imprevisto. Por isso, é que seu panteísmo estético, ancorado sob forma paradoxais de interpretação real, como episteme, no qual se entende que cada ponto, cada fragmento superficial e, fugaz é passível de significado estético absoluto, de compreender o sentido total, analisando os traços significativos, do fragmento à totalidade. O significado sociológico do “conflito”, em princípio, nunca foi contestado. É admitido por causar ou modificar grupos de interesse, unificações, organizações. Os fatores de dissociação entre pessoas e grupos, como ódio, inveja, necessidade, desejo, são as causas sociais e psíquicas da condenação, que irrompe em função deles. O conflito é destinado a resolver dualismos divergentes, a maneira de obter um tipo de unidade social, que seja através da aniquilação de uma das partes em litígio.
Uma forma de atividade generalizada que tomou lugar na vida social não pode, evidentemente, permanecer tão desregulamentada, em seu desempenho e atividade, sem que disso resulte os impactos sociais sobre a divisão do trabalho e as mais profundas perturbações. Mas sofrer no trabalho não é uma fatalidade. É, em particular, como decorre e testemunhamos, uma fonte de desmoralização geral real. Pois, precisamente porque as funções econômicas absorvem o maior número de cidadãos, para o pleno desenvolvimento da vida social, há uma “multidão de indivíduos”, como dizia Freud, cuja vida transcorre quase toda no meio industrial e comercial; a decorrência disso é que, como tal meio é pouco marcado pela moralidade, a maior parte da existência transcorre fora de toda e qualquer ação moral. A tese funcionalista na pena de Durkheim, como uma espécie de antídoto da civilização, e que o sentimento do dever cumprido se fixe fortemente em nós, é preciso que as próprias circunstâncias em que vivemos permanentemente desperto. A atividade de uma profissão só pode ser regulamentada eficazmente por “um grupo próximo o bastante dessa mesma profissão para conhecer bem seu funcionamento, para sentir todas as suas necessidades e poder seguir todas as variações destas”. O único grupo que corresponde a essas condições é o que seria formado por todos os agentes de uma mesma condição reunidos num mesmo corpo. E que a sociologia durkheimiana conceitua de corporação ou grupo profissional.
É na ordem econômica que o grupo profissional existe tanto quanto a moral profissional. Desde que, não sem razão, com a supressão das antigas corporações, não se fizeram mais do que tentativas fragmentárias e incompletas para reconstituí-las em novas bases sociais. Os únicos agrupamentos dotados de permanência são os que se chamam sindicatos, seja de patrões, seja de operários. Historicamente, temos aí in statu nascendi o começo e o princípio ético de uma organização profissional, mas ainda de forma rudimentar. Isto porque, em primeiro lugar, um sindicato é uma associação privada, sem autoridade legal, desprovida, por conseguinte, de qualquer poder regulamentador. O número deles é teoricamente ilimitado, mesmo no interior de uma categoria industrial; e, como cada um é independente dos outros, se não se constituem em federação e se unificam, não há neles nada que exprima a unidade da profissão em seu conjunto de práticas e saberes sociais. Não só os sindicatos de patrões e de empregados são distintos uns dos outros, o que é legítimo e necessário, como não há entre eles contatos regulares. Não existe organização comum que os aproxime sem fazê-los perder sua individualidade e na qual possam elaborar em comum uma regulamentação que, estabelecendo suas relações mútuas, imponha-se a ambas as partes com a mesma autoridade; por conseguinte, é sempre a “lei dos mais forte” que resolve os conflitos, e o estado de guerra subiste inteiro. Salvo no caso de seus atos pertencentes à esfera moral comum estão na mesma situação. A tese sociológica é a seguinte: para que uma moral e um direito profissionais possam se estabelecer nas diferentes profissões, é necessário, pois, que a corporação, em vez de permanecer um agregado confuso e sem unidade, se torne, ou antes, volte a ser, um grupo definido, organizado, uma instituição pública. A primeira observação familiar de Émile Durkheim, é que a corporação tem contra si seu próprio passado histórico.
De
fato, ela é tida como intimamente solidária do antigo regime político e, por
conseguinte, como incapaz de sobreviver a ele. Na história da filosofia, o que
permite considerar as corporações uma organização temporária, boa apenas para
uma época e uma civilização determinada, é, ao mesmo tempo, sua grande
antiguidade e a maneira como se desenvolveram na história. Se elas datassem
unicamente da Idade Média, poder-se-ia crer, de fato que, nascidas com um
sistema político, deviam necessariamente desaparecer com ele. Mas, na
realidade, têm uma origem bem mais antiga. Em geral, elas aparecem desde que as
profissões existem, isto é, desde que a atividade deixa de ser puramente
agrícola. Se não parecem ter sido conhecidas na Grécia, até o tempo da
conquista romana, é porque os ofícios, sendo desprezados, eram exercidos
exclusivamente por estrangeiros e, por isso mesmo, achavam-se excluídos da
organização legal da cidade. Mas em Roma, comparativamente, elas datam pelo
menos dos primeiros tempos da República; uma tradição chegava até a atribuir
sua criação ao rei Numa, um sabino escolhido como segundo rei de Roma. Sábio,
pacífico e religioso, dedicou-se a elaboração das primeiras leis de Roma, assim
como dos primeiros ofícios religiosos da cidade e do primeiro calendário. É
verdade que, por tempo, elas tiveram de levar uma existência bastante humilde,
pois os historiadores e os monumentos só raramente as mencionam; não sabemos
muito bem como eram organizadas. Desempenhavam funções oficiais; cada profissão
era vista como um serviço público, cujo encargo e cuja responsabilidade ante o
Estado cabiam à corporação correspondente. Foi a ruína da instituição. Porque,
segundo Durkheim, essa dependência em relação ao Estado não tardou a degenerar
numa servidão intolerável que os imperadores só puderam manter pela coerção.
Algumas sortes de procedimentos foram empregadas para impedir que os trabalhadores
escapassem das pesadas obrigações que resultavam, para eles, de sua própria
profissão. Evidentemente, tal sistema de trabalho só podia durar enquanto o
poder político fosse o bastante para impô-lo. É por isso que ele não sobreviveu
à dissolução do Império. Aliás, as guerras civis e as invasões haviam destruído
o comércio e a indústria; os artesãos aproveitaram essas circunstâncias para
fugir das cidades e se dispersar nos campos. Assim, os primeiros séculos de
nossa era viram produzir-se um fenômeno que devia se repetir tal qual no fim do
século XVII: a vida corporativa se extinguiu quase por completo. Mal
subsistiram alguns vestígios seus, na Gália e na Germânia, nas cidades de
origem romana. Naquele momento, um teórico tivesse tomado consciência
da situação, teria provavelmente concluído, como o fizeram mais tarde os
economistas, que as corporações não tinham, ou, em todo caso, não tinham mais
razão de ser, que haviam desaparecido irreversivelmente, e sem dúvida teria
tratado de retrógrada e irrealizável toda tentativa de reconstituí-las. Os
acontecimentos desmentiriam uma tal profecia. Após o “eclipse da
razão” de algum tempo para os nossos dias, as corporações
recomeçaram uma nova existência nas sociedades europeias.
Elas
renasceram por volta dos séculos XI e XII. Desde esse momento, diz Emile
Levasseur, “os artesãos começam a sentir a necessidade de se unir e formam suas
primeiras associações”. Em todo caso, no
século XII, elas estão outra vez florescentes e se desenvolvem até o dia em que
começa para elas uma nova decadência. Uma instituição tão persistente assim não
poderia depender de uma particularidade contingente e acidental; muito menos
ainda é possível admitir que tenha sido o produto de não sei que “aberração
coletiva”. Se, desde a origem da cidade até o apogeu do Império, desde o
alvorecer das sociedades cristãs aos tempos modernos, elas foram necessárias, é
porque correspondem a necessidades duradouras e profundas. Sobretudo, vale
lembrar que o próprio fato de que, depois de terem desaparecido uma primeira
vez, reconstituíram-se por si mesmas e sob uma nova forma, retira todo e
qualquer valor ao argumento que apresenta sua desaparição violenta no fim do
século passado como uma prova de que não estão mais em harmonia com as novas
condições de existência coletiva. A necessidade que todas as sociedades
civilizadas sentem de chamá-las de volta à vida é o seguro sintoma
evidente dessa supressão radical não era um remédio e de que a reforma de
Jacques Turgot requeria outra que não poderia ser indefinidamente adiada.
Mas nem toda organização corporativa é anacronismo histórico. Acreditamos que ela seria chamada a desempenhar, nas sociedades contemporâneas, menos pelo papel considerável que julgamos indispensável, por causa não dos serviços econômicos que ela poderia prestar, mas da influência moral que poderia ter. O que vemos antes de mais nada no grupo profissional é um poder moral capaz de conter os egoísmos individuais, de manter no coração dos trabalhadores um sentimento vivo de solidariedade comum, de impedir que a “lei do mais forte” se aplique de maneira brutal nas relações industriais e comerciais. Mas é preciso evitar estender a todo regime corporativo o que pode ter sido válido para certas corporações historicamente e durante um curto lapso de tempo de seu desenvolvimento. Longe de ser atingido por uma sorte de enfermidade moral devida à sua própria constituição, foi sobretudo um papel moral que ele representou e continua representando ainda, na maior parte de sua história social. Isso é particularmente evidente no caso das corporações romanas. Sem dúvida, a associação lhes dava mais forças para salvaguardar, se necessário, seus interesses comuns.
Mas era isso apenas um dos contragolpes úteis que a instituição produzia, lembra Durkheim: “não era sua razão de ser, sua função principal. Antes de mais nada, a corporação era um colégio religioso”. Cada uma religiosamente tinha seu Deus particular, cujo culto quando ela tinha meios, era celebrado num templo especial. Do mesmo modo que cada família tinha seu Lar familiaris, cada cidade seu Genius publicus, cada colégio tinha seu deus tutelar, Genius collegi. Naturalmente, o culto profissional não se realizava sem festas, que eram celebradas em comum sem sacrifícios e banquetes. Todas as espécies de circunstâncias serviam, aliás, de ocasião para alegres reuniões, além disso, distribuições de víveres ou de dinheiro ocorriam com frequência às expensas da comunidade. Indagou-se se a corporação tinha uma caixa de auxílio, se ela assistia regularmente seus membros necessitados, e as opiniões a esse respeito são divididas. Mas o que retira da discussão parte de seu interesse e de seu alcance é que esses banquetes comuns, mais ou menos periódicos, e as distribuições que os acompanharam serviam de auxílios e faziam não raro as vezes de uma assistência direta. Os infortunados sabiam que podiam contar com essa subvenção dissimulada. Como corolário do caráter religioso, o colégio de artesãos era, ao mesmo tempo, um colégio funerário. Unidos, como gentiles, num mesmo culto durante a vida, os membros da corporação queriam, como eles, dormir juntos seu derradeiro sono.
A
importância tão considerável que a religião tinha em sua vida, tanto em Roma
quanto na Idade Média, põe particularmente em evidência a verdadeira natureza
de suas funções; porque toda comunidade religiosa constituía, então, um
ambiente moral, do mesmo modo que toda disciplina moral tendia necessariamente
a adquirir uma forma religiosa. A partir do instante em que, no seio de uma
sociedade política, certo número de indivíduos tem em comum ideias, interesses,
sentimentos, ocupações que o resto da população não partilha com eles, é
inevitável que, sob a influência dessas similitudes eles sejam atraídos uns
para os outros, que se procurem, teçam relações, se associem e que se forme
assim, pouco a pouco, um grupo restrito, com sua fisionomia especial da sociedade
em geral. Porque é impossível que homens vivam juntos, estejam regularmente em
contato, sem adquirirem o sentimento do todo que formam por sua união, sem que
se apeguem a esse todo, se preocupem com seus interesses e o levem em conta em
sua conduta. Enfim, basta que esse sentimento se precise e se determine, que,
aplicando-se às circunstâncias mais ordinárias e mais importantes da vida, se
traduza em fórmulas definidas, para que se tenha um corpo de regras morais em
via de se constituir. Ao mesmo tempo que se produz por si mesmo e pela força
das coisas, esse resultado é útil e o sentimento de sua utilidade contribui
para confirma-lo. A vida em comum é atraente, ao mesmo tempo que coercitiva. Do
ponto de vista conservantista do método durkheimiano, a coerção é necessária
para levar o homem a se superar, a acrescentar à sua natureza física outra
natureza; mas, à medida que aprende a apreciar os encantos dessa nova
existência, ele contrai a sua necessidade e não há ordem de atividade que não
os busque com paixão.
A
moral doméstica não se formou de outro modo. Por causa do prestígio que a
família conserva ante nossos olhos, parece-nos que, se ela foi e é sempre uma
escola de dedicação e de abnegação, o foco por excelência da moralidade, é em
virtude de características bastante particulares que teria o privilégio e que
não se encontrariam em ouro lugar em nenhum grau. Costuma-se crer que exista na
consanguinidade uma causa excepcionalmente poderosa de aproximação moral. A
prova está em que, num sem-número de sociedades, os não-consanguíneos são
muitos no seio da família; o parentesco dito artificial se contrai então com
grande facilidade e exerce todos os efeitos do parentesco natural.
Inversamente, acontece com grande frequência consanguíneos bem próximos serem,
moral ou juridicamente, estranhos uns aos outros; é, por exemplo, o caso dos
cognatos na família romana. Portanto, a família não deve suas virtudes à
unidade de descendência: ela é, simplesmente, um grupo de indivíduos que foram
aproximados uns dos outros, no seio da sociedade política, por uma comunidade
mais particularmente estreita de ideias, sentimentos e interesses. A
consanguinidade pode ter facilitado essa concentração, pois ela tem por efeito
natural inclinar as consciências umas em relação às outras. Outros fatores
intervieram: a proximidade material, a solidariedade de interesses, a
necessidade de união contra um perigo comum, ou simplesmente de se unir, foram
causas muito mais poderosas de comunicação social no processo produtivo.
Mas, para dissipar todas as possíveis prevenções, adverte o filósofo Durkheim, para demonstrar bem que o sistema corporativo não é apenas uma instituição do passado, seria necessário mostrar que transformações ele deve e pode sofrer para se adaptar às sociedades modernas, pois é evidente que ele não pode ser o que era na Idade Média. Para tanto, seriam necessários estudos comparativos que não estão feitos e que não podemos fazer de passagem. Talvez, porém, não seja impossível perceber desde já, mas apenas em suas linhas mais gerais, o que foi esse desenvolvimento. O historiador que empreende resolver em seus elementos a organização política dos romanos não encontra, no decurso de sua análise, nenhum fato que possa adverti-lo da existência das corporações. Elas não entravam na constituição romana, na qualidade de unidades definidas e reconhecidas. Em nenhuma das assembleias eleitorais, em nenhuma das reuniões do exército, os artesãos se reuniam por colégios, em parte alguma o grupo profissional tomava parte, como tal, na vida pública, seja em corpo, seja por intermédio de representantes regulares. No máximo, a questão pode se colocar a propósito de três ou quatro colégios que se imaginou poder identificar com algumas das centúrias constituídas por Sérvio Túlio, a saber: tignari (construtores de casas), aerari (corporação clerical), tibicines (monumento funerário), corporações cornicínes (espécie de pizza enrolada), mas o fato não está bem estabelecido.
Quanto
às outras corporações, estavam certamente fora da organização oficial do povo
romano. Ora, por muito tempo os ofícios não foram mais do que uma forma de
representação acessória e secundária da atividade dos romanos. Roma era
essencialmente uma sociedade agrícola e guerreira. No primeiro era dividida em
gentes e em cúrias; a assembleia por centúrias refletia antes a organização
militar. Quanto às funções industriais, eram demasiado rudimentares para afetar
a estrutura política da cidade. Aliás, até um momento bem avançado da história
romana, os ofícios permaneceram marcados por um descrédito moral que não lhes
permitia ocupar uma posição regular no Estado. Sem dúvida, veio um tempo em que
sua condição social melhorou. Mas a própria maneira como foi obtida essa
melhora é significativa. Para conseguir fazer respeitar seus interesses e
desempenhar um papel na vida pública, os artesãos tiveram de recorrer a
procedimentos irregulares e extralegais. Só triunfaram sobre o desprezo de que
eram objeto por meios de intrigas, complôs, agitação clandestina. E, se, mais
tarde, acabaram sendo integrados ao Estado para se tornar engrenagens da
máquina administrativa, essa situação como foi, para eles, uma conquista gloriosa,
mas uma penosa dependência; se entraram então no Estado, não foi para nele
ocupar a posição a que seus serviços sociais podiam lhes dar direito, mas
simplesmente para poder ser mais bem vigiados pelo poder governamental.
A imagem está associada a conhecimentos pretéritos adquiridos e concernentes ao objeto que ela de fato representa. Ela não apreende nada além daquilo que nós podemos extrair da realidade durante o trabalho de percepção. A imagem não se relaciona com o mundo em si, ela só depende do processo de como podemos descobrir algo sobre ela. Portanto, se existe uma possibilidade de se observar o objeto através da imaginação, mesmo assim essa possibilidade ainda não nos permite apreender nada de novo em relação ao objeto. A imagem, ato da consciência imaginante, é um elemento, identificado como o primeiro e incomunicável, como produto de uma atividade consciente atravessada de um extremo ao outro por uma corrente de “vontade criadora”. Trata-se, de dar-lhe à sua própria consciência um conteúdo de sentido imaginante, próximo da analogia weberiana da interpretação do estatuto da ciência que recria para si os objetos afetivos espontaneamente ao seu redor: ela é criativa. Daí a importância social e afetiva de se compreender no campo da imagem, de sua produção, recepção, influência, de sua relação com o sonho, o devaneio, a criação e a ficção, a substituição das mediações pelos meios de comunicação, posto que contenha em si uma possibilidade de violência, a partir da constituição do novo regime de ficção que hoje afeta, contamina e penetra a vida social.
Ipso facto temos a sensação de sermos colonizados, mas sem saber precisamente por quem. Não é facilmente identificável e, a partir daí é normal questionar-se sobre o papel da cultura ou da ideia que fazemos dela. O etnólogo Marc Augé reitera que as etnociências se atribuem sempre dois objetivos, proposto por ele ao final em seu opúsculo La Guerre des Rêves (1997). Usado como prefixo, “etno” relativiza o termo que o segue e o faz depender da “etnia” ou da “cultura” que supõe ter práticas análogas às que chamamos “ciências”: medicina, botânica, zoologia etc. Desse ponto de vista, a etnociência tenta reconstituir o que serve de ciência aos outros, suas práticas sanitárias e do corpo, seus conhecimentos botânicos, mas também suas modalidades de classificação, de relacionamento etc. É claro que, a partir do momento em que se generaliza a etnociência muda de ponto de vista. Ela tenta emitir uma apreciação ideal típica sobre os modelos locais, indígenas, e compará-los a outros e, além disso, propor uma análise dos procedimentos cognitivos em ação num certo número de experiências. Ela leva então às vezes o nome de antropologia: fala-se assim em antropologia médica ou cognitiva.
Em
verdade, quando o etnólogo Marc Augé recoloca a questão: “que é nosso
imaginário, hoje?”, por outro lado, ele se indaga se nestes dias não estamos
assistindo a uma generalização do fenômeno de fascínio da consciência que nos
pareceu característico da situação colonial e de seus diferentes avatares?
Trata-se de “exercícios de etnoficção”, em analisar o estatuto da ficção ou as
condições etnológicas de seu surgimento numa sociedade, e ipso facto num
momento histórico particular, em analisar os diferentes gêneros que se irradiam
sob formas ficcionais, sua relação com o imaginário individual e coletivo, as
representações da morte etc., em diferentes sociedades ou conjunturas. Temos o
que fica reservado como lugar de representação do conhecimento, posto que bem
entendido o nível ao qual se aplica a pesquisa antropológica, ela tem por
objeto interpretar a interpretação que os outros fazem da categoria do outro,
nos diferentes níveis que situam o lugar dele e impõem sua necessidade. A
representação da etnia, tribo, aldeia, linhagem ou outro modo de agrupamento
até o átomo elementar de parentesco, do qual se sabe que submete a identidade
da filiação à necessidade da aliança, o individualismo, enfim; que todos os
sistemas rituais definem como compósito e pleno de alteridade, figura
impensável, como o são, em modalidades opostas, a do rei e a do feiticeiro.
É assim que ocorre do ponto de vista da organização social e técnica do trabalho a perda de autonomia profissional, pois, somente no interior de sua troca os produtos do trabalho adquirem uma objetividade de valor socialmente igual, separada de sua objetividade de uso, sensivelmente distinta. Essa cisão do produto do trabalho em coisa útil e coisa de valor só se realiza na prática quando a troca já conquistou um alcance e uma importância suficientes para que se produzam coisas úteis destinadas à troca e, portanto, o caráter de valor das coisas passou a ser considerado no próprio ato de sua produção. A partir desse momento, os trabalhos privados dos produtores assumem, um duplo caráter social: 1) como trabalhos úteis determinados, eles têm de satisfazer uma determinada necessidade social e, conservar a si mesmos como elos do trabalho total, do sistema natural-espontâneo da divisão social do trabalho. 2) por outro lado, eles só satisfazem as múltiplas necessidades de seus próprios produtores na medida em que cada trabalho privado e útil particular é permutável por qualquer outro tipo útil de trabalho privado, portanto, na medida em que lhe é equivalente. A igualdade toto coelo dos diferentes trabalhos só pode consistir numa abstração de sua desigualdade real, na redução desses trabalhos ao seu caráter comum como dispêndio de força humana de trabalho, como trabalho humano abstrato. Eles equiparam entre si seus diferentes trabalhos como trabalho humano. – “Eles não sabem disso, mas o fazem”, referia-se Marx, tomando de empréstimo a ideia de Friedrich Hegel. O interessante deste aspecto ocorre quando confundem na prática o cargo e profissão. Com a utilização do método de trabalho e emprego da técnica no trabalho denominando-o “coletivo” ou “comunidade”
A
sociologia, não confunde a prática dos rituais com seu sentido. Ipso facto,
admitimos o ponto de vista da análise abstrata, segundo o qual nem todos os
especialistas concordam em admitir que as comunidades vegetais apresentam
propriedades sociais. De fato, há requisitos da vida social entre os animais
que são inconcebíveis em sua analogia no mundo vegetal. Reações ou relações
baseadas na capacidade de locomoção, na plasticidade assegurada pelo sistema
nervoso, na interdependência dinâmica produzida pela divisão do trabalho, em
tendências mais ou menos conscientes de comportamento, etc., não comportam
condições de manifestação nas comunidades de plantas, por maior que seja o grau
de sociabilidade inerente aos seus padrões de organização interna. Isso não
impede que se reconheça que alguns tipos de relações comunitárias das plantas
possuem valor social definido no amplo e diversificado mercado mundial de
consumo de drogas. As dificuldades são de ordem descritiva. Raramente se assume
um estado de espírito que lhe permita considerar a vida social,
independentemente dos padrões mais complexos, que ela alcança a análise
comparada entre os animais e os dos homens. Os índios obrigaram-no a alargar
seu conhecimento das sociedades ditas primitivas, para poder entender,
descrever e explicar as estruturas e os dinamismos da sociedade tribal.
Descobriu que nenhum sociólogo é capaz de realizar seu ofício antes de
percorrer as fases de uma de investigação completa, na qual transmite do
levantamento dos dados à sua crítica e à análise e, em seguida, ao tratamento
interpretativo propriamente dito.
Os que repudiam o estudo de comunidade ou o estudo de caso com obstinação, ignoram esse lado pedagógico do treinamento pela pesquisa empírica sistemática. Nas comunidades de plantas de organização simples, os comensais são iguais; nas comunidades de plantas de organização complexa, os comensais são desiguais e concorrem, com suas necessidades diferentes, para uma utilização mais complexa de possibilidades do habitat comum. Do ponto de vista dinâmico, a sociabilidade das plantas é um produto direto da competição, que regula a distribuição dos indivíduos no espeço e o padrão daí resultante da relação deles entre si. No entanto, as variações no grau de sociabilidade podem afetar as condições gerais de interação das plantas. O aumento da sociabilidade, por exemplo, é útil às plantas em competição com outras espécies. A função social do meio não chega a sofrer uma diferenciação nítida; aparece como uma condição, às vezes mal perceptível, da interação dos organismos através da utilização dos recursos do habitat. É útil ter-se em mente que o sistema de notações dos botânicos não coincide com os dos sociólogos, pois as aglomerações vegetais não possuem, do ponto de vista sociológico, as propriedades específicas da associação propriamente dita. A polêmica, neste plano terreno e abstrato, relaciona-se com os modos de interpretação que correspondam a esses atributos sociais. Alguns biólogos, psicólogos e sociólogos pensam, ao contrário que as propriedades sociais das comunidades de animais, independentemente do grau técnico em que constituam produtos de mecanismos e de processos extra-sociais, possuem bastante objetividade científico-social para serem considerados isoladamente.
A utilização da força de trabalho é
o próprio trabalho. Segundo Marx (2013: 255), o comprador da força de trabalho
a consome fazendo com que seu vendedor trabalhe. Desse modo, este último se
torna actu aquilo que antes ele era apenas potentia, a saber,
força de trabalho em ação, trabalhador. Para incorporar seu trabalho em
mercadorias, ele tem de incorporá-lo, antes de mais nada, em valores de uso,
isto é, em coisas que sirvam à satisfação de necessidades de algum tipo. Assim,
o que o capitalista faz o trabalhador produzir é um valor de uso particular, um
artigo determinado. A produção de valores de uso ou de bens não sofre nenhuma
alteração em sua natureza pelo fato de ocorrer para o capitalista e sob seu
controle, razão pela qual devemos, de início, considerar o processo de trabalho
independentemente de qualquer forma social determinada. O trabalho,
conceitualmente, é antes de tudo, um processo entre o homem e a natureza,
processo este em que o homem, por sua própria ação, medeia, regula e controla
seu metabolismo com a natureza. Ele se confronta com a matéria natural como uma
“potência natural” [Naturmacht]. Afim de se apropriar da matéria natural
de uma forma útil para sua própria vida, ele põe em movimento as forças
naturais pertencentes a sua corporeidade: seus braços e pernas, cabeça e mãos.
Agindo sobre a natureza externa e modificando-a por meio desse movimento, ele
modifica ao tempo sua própria natureza.
Não se trata, aqui, das primeiras
formas instintivas, animalescas [tierartig], do trabalho. Um
incomensurável intervalo de tempo separa o estágio em que o trabalhador se
apresenta no mercado como vendedor de sua própria força de trabalho daquele em
que o trabalho humano ainda não se desvencilhou de sua forma instintiva.
Pressupomos o trabalho, afirma Marx, numa forma em que ele diz respeito
unicamente ao homem. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e
uma abelha envergonha muito arquitetos com a estrutura de sua colmeia. O que
desde o início distingue o pior arquiteto da melhor abelha é o fato de que o
primeiro tem a colmeia em sua mente antes de construí-la com a cera. No final
do processo de trabalho, chega-se a um resultado que já estava presente na
representação do trabalhador no início do processo, portanto, um resultado que
já existia idealmente. Além do esforço dos órgãos que trabalham, a atividade
laboral exige a vontade orientada a um fim, que se manifesta como atenção do
trabalhador durante a realização de sua tarefa, e isso tanto mais quanto menos
esse trabalho, seu próprio conteúdo e modo de sua execução, atrai o
trabalhador, portanto, quanto menos este usufrui dele como jogo suas
próprias forças físicas e mentais.
Os momentos simples do processo de trabalho são, em primeiro lugar, a atividade orientada a um fim, ou o trabalho propriamente dito; em segundo lugar, seu objeto e, em terceiro, seus meios. O meio de trabalho é uma coisa ou um complexo de coisas que o trabalhador interpõe entre si e o objeto de trabalho e que lhe serve de guia de sua atividade sobre esse objeto. Ele utiliza as propriedades mecânicas, físicas e químicas das coisas para fazê-las atuar sobre outras coisas, de acordo com o seu propósito. O objeto de que o trabalhador se apodera imediatamente – desconsiderando-se os meios de subsistência encontrados prontos na natureza, como as frutas, por exemplo, em cuja coleta seus órgãos corporais servem como únicos meios de trabalho – é não o objeto de trabalho, mas o meio de trabalho. É assim que o elemento natural se converte em órgão de sua atividade, um órgão que ele acrescenta a seus próprios órgãos corporais, prolongando sua forma natural, apesar daquilo que diz a Bíblia. Do mesmo modo como a terra é seu armazém original de meios de subsistência, ele é, ela é também seu arsenal originário de meios de trabalho. Ela fornece, por exemplo, a pedra, para que ele a arremesse, ou a use para moer, comprimir, cortar, etc. a própria terra é um meio de trabalho, mas pressupõe, para servir como tal na agricultura, toda uma série de outros meios de trabalho e um grau relativamente alto de desenvolvimento da força de trabalho. Mal o processo de trabalho começa a se desenvolver e ele já necessita de meios de trabalho previamente elaborados.
A
história social dos saltos ornamentais tem origem
na Grécia Antiga, praticada pelas comunidades litorâneas cujos habitantes
pulavam de rochedos, mergulhando para o fundo das águas. Naquela época, apenas
entrar no mar para banhar-se não era mais divertimento. Era preciso emoção,
barulho, mudança na forma calma de sempre. Para isso, começaram a se jogar,
mergulhar, ir até o fundo, subir em pedras e barrancos na busca de uma
plataforma, chegar até as galhadas das árvores para se impulsionar ainda mais
alto, e assim tornar o simples ato de entrar na água uma diversão de fato.
Recreativa, supõe-se que, sob a luz dos métodos indiciários arqueológicos, esta
brincadeira passou a ser preparatória quando migrou para o Norte da Europa, no
século XVII, ao que respectivamente suecos e alemães passaram a utilizar desta
prática para treinar a ginástica, já que em ambos os países este esporte era
bastante popular tanto como forma de expressão, quanto como preparação para treinamento
militar. Durante os verões europeus, a aparelhagem dos ginastas era
transportada à praia e montada em altas plataformas ou reconhecidos píeres,
visando a realização de seus movimentos acima da água. Entre os aparelhos com utilidade
de uso nas competições globalizadas o mais importante foi o trampolim,
que impulsionava os atletas ao salto, não somente à queda.
Aos
poucos, o que era exercício de ginástica começou a se tornar
verdadeiramente um esporte, que teve, em 1871, a primeira competição
documentada realizada: um torneio no qual os atletas saltavam de uma ponte, na
cidade de Londres, Inglaterra. Foi lá que, no século XIX, o esporte ganhou o
padrão moderno de disputas, tendo como precursoras das competições
regulamentadas, as provas em lagos turvos cheios de bandos de patos. Como
consequências desse início despreparado, os saltadores, que nem sempre conheciam
a profundidade das águas, por vezes traziam lixo depositado no fundo ou se
machucavam gravemente. Adiante, durante os verões desse mesmo século, os
ginastas suecos e alemães passaram a apresentar seus saltos e acrobacias nas
águas rasas do mar sob o olhar atento das plateias, que apreciavam a chamada
ginástica ornamental. Ao redor da Europa, as primeiras disputas foram em provas
amparadas de plataforma. Levado aos Estados Unidos da América já em
forma de esporte, começou a ser realizado no trampolim. Em 1901, foi
fundada a Associação Amadora de Saltos, o que deu definitivamente um
caráter esportivo. Com regras internacionais descritas da Federação Internacional de Natação, a prova de saltos foi incluída
nos Jogos Olímpicos de Saint Louis, de 1904, em uma disputa cujo
objetivo era nadar o maior tempo possível submerso na água após o mergulho à
distância.
Como não despertou o interesse do público, que não conseguia acompanhar o desempenho dos atletas, este evento ficou de fora de edição seguinte e acabou eliminado das demais. Em 1908, de fato regidos pela FINA, fundada em 19 de julho de 1908, os saltos ornamentais foram disputados nos Jogos de Londres como são modernamente conhecidos, embora apenas os homens tivessem o direito de participar. As modalidades disputadas foram a plataforma e o trampolim de três metros, cujos primeiros campeões foram o alemão Albert Zürner, vencedor do trampolim, e o sueco Hjalmar Johansson, medalhista de ouro na plataforma alta. Quatro anos mais tarde, foi a vez da estreia feminina, nas Olimpíadas de Estocolmo, com a disputa da plataforma, que teve como vitoriosa a sueca Margareta Johanson. Em decorrência da realização da 1ª grande guerra (1914-1918), as mulheres só estrearam no trampolim em 1920, na edição belga dos Jogos. Essa edição foi ainda marcada pela mudança nas regras: anteriormente, por ver-se a dificuldade das rotações devido a saída ereta, foi permitido aos atletas dobrarem seus joelhos para se lançarem, como faziam os amadores na antiga Grécia. Devido a essa atitude, começaram então a surgirem vários novos movimentos e saídas.
Em
1973, ganharam o primeiro campeonato mundial dedicado ao esporte. Com o passar
dos anos o desporto foi se modernizando, conquistando adeptos, melhorando as
técnicas de saltos e de segurança pública e nos anos 2000 ganharam as provas
olímpicas sincronizadas, tanto no trampolim quanto na plataforma. Em 2008, sua
popularidade fez lotar os ginásios para as disputas do pré-olímpico de Pequim.
Culturalmente, os saltos ornamentais estão presentes na vida das pessoas desde
que se tornou um meio de divertimento, fosse em um lago fosse em um clube. A
obra mais antiga em relação a esta prática chama-se: “La Tomba del Tuffatore”,
e conta com um conjunto de imagens, entre as quais aparece a de um homem nu
lançando-se à água de uma estrutura construída e não natural, como as árvores
ou penhascos. A obra como um todo reunia uma série de chapas nas paredes
internas de um túmulo e o saltador representava a passagem entre a vida e a
morte. Mais perto da era moderna, os saltos se aproximaram da cultura esportiva
de países como os EUA, nos quais contam com escolas preparatórias
de ensino e campeonatos regionais, além de divulgar os benefícios da prática,
principalmente para as crianças, promovendo um ambiente social e coletivo e o estímulo ao
exercício.
Na
Alemanha, um dos primeiros países a desenvolver os saltos, foi promovido um
campeonato mundial que, além de divulgar o esporte, inova, pois é também uma
fonte de divertimento, remontando ao passado inicial: os chamados saltos
malucos, totalmente fora das técnicas do desporto, possuem, inclusive, regras
próprias e uma mesa com seis jurados. Não somente na pintura e na divertida
competição figuram os saltos ornamentais. Em 1990, foi lançado o filme
norte-americano: “Diving In”, narrando a história de um jovem que precisava
dominar o medo de saltar da plataforma para fazer parte da equipe da escola e
competir. Quase vinte anos depois, em 2008, foi rodado no Japão um outro filme,
cuja base era também este esporte: Dive!! Que espetacularmente contou a
história social de um jovem que, fascinado por um ex-atleta, foi treinar no
clube que ele propriamente abriu. Lá, descobriu que a escola estava falindo e
que só a formação de um atleta olímpico era capaz de reergue-lo. Além disso, os
saltos aparecem ainda na publicação da FINA, a Aquatics World Magazine,
junto aos demais esportes aquáticos.
No
caso fílmico da Garota do Chalé, Georgie e Mikki começam a ficar juntos.
Quando Kim sai da banheira para tirar neve, a família volta para casa e a vê totalmente
nua. Georgie e Kim limpam a casa completamente e tentam reembolsar a
família por qualquer dano causado à casa. Enquanto isso, Kim continua a
aprimorar suas habilidades no snowboard e tenta vencer o medo de saltos altos,
que a lembram do acidente de carro que matou sua mãe. Kim e Jonny ficam mais
próximos. Depois de uma viagem de negócios ao chalé, Jonny decide ficar para
trás, provavelmente para passar mais tempo com Kim. Jonny se oferece disciplinarmente
com o objetivo de poder treinar e para pagá-la para ensiná-lo a praticar snowboard.
Depois de um dia tombando na neve, eles “se beijam brevemente e acabam fazendo
sexo”. Um espectador, Bernhard (Gregor Bloéb), os vê juntos e alerta a mãe de
Jonny, Caroline. Na manhã seguinte ao caso de apenas uma noite, Caroline os
pega em flagrante e “menciona que Jonny está noivo de Chloe”. Kim sai de casa
chateada porque Jonny mentiu para ela. Antes de ela partir, o pai de Kim
a convence a ficar para a competição, dizendo que seria o que a mãe
queria.
Enquanto isso, Jonny termina com Chloe “na festa de noivado” deles em Londres. Ela pergunta se ele está apaixonado por Kim, o que ele confirma. Depois de ouvir a notícia do rompimento, Kim parece não se importar mais com Jonny. Mikki e Kim começam a competição de snowboard. Mikki falha no salto em altura e quebra o braço. Kim se sai bem em todos os obstáculos até chegar ao “salto em altura”; ela para freando ao se lembrar do acidente de carro novamente. Ela fica em 21º lugar na competição, não ficando alta o suficiente para estar entre os 20 primeiros finalistas. No entanto, ela é a primeira reserva caso algum finalista desista. Só então, a campeã mundial Tara Dakides, como ela mesma, desiste e dá seu lugar para Kim que faz os obstáculos e saltos, e visualizando sua mãe torcendo por ela no meio da multidão, ela consegue o salto em altura e vence. Jonny, tendo voltado após terminar com Chloe, aparece atrás de Kim e pede desculpas. Os dois brincam antes de se beijarem. Richard e Caroline assistem à competição pela TV, onde a câmera captura Jonny e Kim se beijando. Caroline, vendo a felicidade do filho, concorda em aceitar Kim.
Do ponto de vista metodológico o filme Chalet Girl representou uma das várias
propostas de Tom Williams à produtora Harriet Rees no Festival Internacional
de Roteiristas de 2007. Williams já havia trabalhado na Working Title
Films como leitor de roteiro e se descreveu profissionalmente como
compartilhando sua “sensibilidade comercial”. Rees descreveu Chalet Girl como a
proposta que mais se destacou, e Williams começou a trabalhar em um roteiro. O
primeiro rascunho do roteiro foi entregue na véspera de Natal de 2007, com mais
123 versões criadas antes do final das filmagens. Rees conheceu o diretor Phil
Traill em Los Angeles enquanto trabalhava em um projeto diferente; após um
telefonema de Williams, que Traill conhecia desde sua época na Universidade de
Newcastle, é uma universidade localizada na cidade de Newcastle, no estado de
Nova Gales do Sul, Austrália. Foi fundada em 1965. O diretor foi atraído pelo desenvolvimento
do roteiro de Chalet Girl. A produtora estreante Rees se uniu a Pippa
Cross, que ela descreveu como mentora intelectual do projeto cinematográfico. Algumas mudanças estratégicas foram realizadas no roteiro durante o processo de desenvolvimento, incluindo
a remoção de um irmão mais novo do personagem Kim.
Devido
a restrições orçamentárias, várias cenas foram abandonadas ou tiveram locações
transferidas. Os figurinistas voaram para atender à disponibilidade dos
atores, inclusive para Nova York para se encontrar com Ed Westwick e Soho,
Londres, com Bill Nighy. Tanto Nighy quanto Shields usaram alguns de seus
próprios itens na tela para economizar racionalmente o orçamento do filme,
incluindo “o anel de noivado de Shields”. Foram realizadas viagens de pesquisa
à estância de Méribel e aos campeonatos de snowboard em Laax, uma comuna
da Suíça, no Cantão Grisões, com cerca de 1.218 habitantes. Traill brincou que,
por motivos de seguro, ele só tinha permissão para esquiar nessas viagens e,
portanto, fazia o maior número possível. A proibição de esquiar foi estendida a
ele mesmo, Ed Westwick e Joe Geary, o primeiro Assistente
de Direção, durante os estágios iniciais da produção. O filme foi em parte
financiado pelo UK Film Council, um órgão público não departamental
criado em 2000 para desenvolver e promover a indústria cinematográfica no Reino
Unido e que, ipso facto lhe concedeu uma doação de £ 800.000 (US$
1.280.000), e 10% do orçamento foi fornecido pelo Enterprise Investment
Scheme. Felicity Jones foi “escalada” para o papel principal de Kim. A
produtora Pippa Cross relembrou o momento em que eles se conheceram: - “Lembro-me
dela entrando na sala quando estávamos escalando o elenco e o diretor Phil
Traill olhou para mim e ergueu as sobrancelhas para mim e eu disse: ‘Essa é
Kim’ como aquilo”. Ela era reconhecida pela equipe de produção anteriormente,
após um período de dez anos em The Archers e na produção de That Face
no Royal Court Theatre.
Tamsin Egerton não tinha experiência em esqui ou snowboard e passou um tempo com um treinador. Embora ela tenha ficado “viciada” em esquiar, ela não é vista esquiando na versão final do filme, embora seja vista caindo no erro de gravação. As filmagens tiveram que ser interrompidas quando a montanha foi evacuada devido a uma tempestade de neve. As cenas da aldeia foram filmadas em Garmisch-Partenkirchen, no Sul da Alemanha, incluindo o uso do interior de uma cabana de madeira alemã para duplicar uma casa no Oeste de Londres. A cena do rompimento foi filmada no Grand Hotel Sonnenbichl, nos arredores de Garmisch, um município (Markt) da Alemanha, capital do distrito homônimo, localizado na região administrativa de Alta Baviera, estado de Baviera. Garmisch-Partenkirchen é uma estância de desportos de inverno e foi sede histórica dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1936. O estádio Große Olympiaschanze foi o local onde se realizaram as cerimônias de abertura e encerramento, além de sediar as disputas do salto de esqui e evento do combinado nórdico. Próximo da pista foram realizadas as provas do esqui cross-country. Era reconhecida como Partano (Parthanum) durante o período romano. Nighy filmou suas cenas durante um período de duas semanas, e desenvolveu uma rivalidade futebolística com Westwick enquanto os dois atores apoiavam o Manchester United e o Chelsea, respectivamente. Shields e Braun tornaram-se amigos durante as filmagens; Shields disse que “queria adotá-lo como meu irmão”.
Jones
Geary descreveu a atuação de sua personagem como uma “besta espirituosa e
espirituosa” e citou o processo colaborativo com Traill como a razão pela qual
ela aceitou o papel. Ed Westwick foi escalado como Jonny. Ele aceitou o papel
para uma mudança de gênero, porque gostou da ideia de interpretar um “cara
legal” e para praticar esqui. Ele disse sobre o filme: - “É um retorno a esse
tipo de comédia inglesa com a qual cresci. Tem elementos de Richard Curtis e
aquele humor inglês clássico, o que é ótimo”. Interpretando a personagem Georgie estava
Tamsin Egerton, que se juntou ao projeto por causa da qualidade do roteiro, em
especial as brincadeiras entre Georgie e Kim. Ela se apegou no início do
processo, pois estava ansiosa para trabalhar com Jones. Ela fez o teste um ano
antes do início das filmagens e presumiu que havia sido escalada. Sua única
preocupação era que Georgie fosse semelhante a Chelsea, o personagem que ela
interpretou em St Trinian`s e St Trinian`s 2: The Legend of Fritton`s
Gold. Brooke Shields se apegou ao projeto como Caroline cerca de um mês
antes do início das filmagens. Shields se descreveu como “honrada” por
trabalhar com Bill Nighy, que foi escalado como seu marido na tela, Richard. O
comediante Bill Bailey interpretou Bill, o pai de Kim. Ele foi abordado por
Traill, que morava perto, e o levou para tomar uma bebida no pub. Bailey ficou “encantado” ao conseguir o papel.
O
ator alemão Ken Duken conheceu os produtores no Festival Internacional de
Cinema de Berlim, e foi escalado para interpretar o personagem finlandês
Mikki após ser chamado para um teste. Tara Dakides, uma snowboarder
profissional, retratou-se no filme. Ela se envolveu pela primeira vez no verão
de 2009 e se sentiu “extremamente lisonjeada e também apavorada” por
interpretar a si mesma na tela. Além disso, Sophia Bush foi escalada como
Chloe, Nicholas Braun como Nigel e Georgia King como Jules. Vale lembrar que o
filme Chalet Girl (2011) foi filmado em locações em Sankt Anton am
Arlberg, no Tirol, Oeste da Áustria, ao longo de dois meses. Ed Westwick
começou a filmar como um esquiador já talentoso, tendo esquiado desde os 12
anos, mas não era treinado no snowboard, tendo tido apenas uma aula.
Felicity Jones só havia praticado pistas de “esqui secas” quando criança e
nunca havia praticado snowboard. Ela treinou seis horas por dia durante
quatro semanas para se tornar proficiente o suficiente para filmar. Ela disse: -
“Eu queria fazer o máximo possível do trabalho de base no conselho que Kim faz,
daí o treinamento rigoroso”. Jones também experimentou a vida como uma
verdadeira garota de chalé com a equipe da Flexiski, empresa que
oferece pausas de “esqui curtas” e flexíveis há mais de 30 anos para
orientá-lo, inspirá-lo e adaptar uma pausa de esqui às suas necessidades
específicas em termos de trabalho profissional.
A
divisão do trabalho não é específica do nível de análise econômico: podemos
observar sua influência crescente nas regiões mais distintas da sociedade. As
funções políticas, administrativas, judiciárias especializam-se cada vez mais.
O mesmo ocorre com as funções artísticas e científicas no âmbito das
universidades. As especulações filosóficas da biologia nos demonstraram, na
divisão do trabalho, um fato social de uma tal generalidade que os economistas,
que foram os primeiros a mencioná-lo, não haviam podido suspeitar. Não é mais
uma instituição social que tem sua fonte na inteligência e na vontade dos
homens. Mas um fenômeno de biologia geral, cujas condições, ao que parece,
precisam ser buscadas nas propriedades essenciais da disciplina organizada. A divisão
do trabalho social passa a aparecer apenas como uma forma particular desse
processo geral, e as sociedades, conformando-se a essa lei, parecem ceder a uma
corrente de pensamento que nasceu bem antes delas e que arrasta no mesmo
sentido todo o mundo vivo. Semelhante
fato não pode, evidentemente, produzir-se sem afetar profundamente nossa
constituição moral, pois o desenvolvimento do homem se fará em dois sentidos de
todo diferentes. Não é necessário demonstrar a gravidade desse problema
prático; qualquer que seja o juízo sobre a divisão do trabalho, todo o mundo
sabe que ela é e se torna cada vez mais uma das bases fundamentais da ordem
social tanto quanto política.
Bibliografia
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