terça-feira, 31 de maio de 2022

Wimbledon - Grupo de Tenistas, Cinema & Reconhecimento Social.

                     Perder no es mi enemigo. El miedo a perder es mi enemigo”. Rafael Nadal (2012)

          Rafael Nadal Parera é um tenista profissional espanhol. É considerado um dos maiores tenistas de todos os tempos, junto à Roger Federer, Rod Laver, Novak Djokovic e Pete Sampras. Foi o primeiro tenista masculino a conquistar 21 Grand Slams e é o atual titular do recorde. Conquistou 102 títulos nível ATP, 91 dos quais foram em simples e 11 em duplas. É o atual 4° colocado do ranking mundial. Primeiro tenista masculino a vencer vinte e um (21) títulos individuais de Grand Slam - treze (13) foram no Aberto da França, dois nos torneios de Wimbledon de 2008 e 2010, quatro no Open dos Estados Unidos da América (EUA)  de 2010, 2013, 2017 e 2019, e dois no Open da Austrália de 2009 e 2022. Ganhou também duas medalhas de ouro olímpicas, a primeira em simples nas Olimpíadas de 2008 em Pequim, a segunda nas duplas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016. Conquistou ainda 38 títulos de torneios ATP World Tour Masters 1000, sendo que 35 desses foram em simples e 3 em duplas. Um dos quatro tenistas a conquistar no mínimo duas vezes cada um dos Grand Slams. Foi o sétimo tenista da história social do torneios a conquistar todos os quatro Grand Slams, e o mais novo na fabulosa Era Open, a realizar tal feito desportivo. Também é o segundo jogador masculino a completar o Golden Slam, ou seja, vencer os quatro Grand Slam e também os Jogos Olímpicos, depois apenas de Andre Agassi. 

        Mas é o único tenista masculino a ter realizado o fato notável de vencer pelo ao menos um dos torneios do Grand Slam em simples durante dez temporadas seguidas (Década Slam), e também o único a vencer, no mesmo ano de 2010, três Grand Slam nas três superfícies atuais. No Grand Slam do Open da França, de 102 partidas que disputou, venceu 100, tendo uma porcentagem de 98% em vitórias no torneio, um recorde até os dias de hoje. Na Era Aberta, é o segundo tenista a conseguir ao menos dois títulos em cada Grand Slam, ao lado de Novak Djokovic, um tenista profissional sérvio. Na final de 2022, consagrou-se campeão frente a Daniil Medvedev, um importante tenista russo, após uma final de mais de cinco horas de duração da partida. Tenis é um esporte de origem inglesa, disputado em quadras geralmente abertas e de superfícies sintéticas, cimento, saibro ou relva. Participam no jogo dois oponentes ou duas duplas de oponentes, podendo ser mistas ou não (homens e mulheres). A quadra é dividida em duas meia-quadras por uma rede, e o objetivo do jogo é rebater uma pequena bola para além da rede (para a meia-quadra adversária) com ajuda de uma raquete. Para marcar um ponto é preciso que a bola toque no solo, mas dentro da quadra adversária incluindo as linhas que demarcam o campo do oponente, fazendo com que o adversário não consiga devolver a bola antes do segundo toque, ou que a devolva para fora dos limites da outra meia-quadra. 

         O desporto assim possui aspectos comuns em oposição de ataque, como rebater bem a bola, dificultando a devolução do adversário, e defesa, o golpe que deve ser executado com muita regularidade e eficiência, golpe que deve ser executado com muita regularidade e eficiência com o bom posicionamento em quadra, antecipação do lance adversário etc. O tênis possui um intricado sistema de pontuação, que subdivide o jogo em games/jogos e sets/partidas. Grosso modo, um game representa um conjunto de pontos (15-30-40-game) e um set é um conjunto de games (1-2-3-4-5-set). Cada game tem um jogador responsável por recolocar a bola em jogo: “fazer o serviço ou sacar”. No tênis de competição, é comum que o jogador que serve fature o game, já que tem a vantagem do ataque e dita o ritmo do jogo. Desta forma, uma das estratégias de jogo é tentar inverter esta vantagem durante a troca de bola, ou durante a defesa fazer com que o adversário, através de erros, perca os games em que está sacando. Ganha o jogo/encontro aquele que atingir número de sets pré-definido, geralmente considerados 2 sets, sendo de 3 sets para os grandes torneios ou temporadas de jogos de tênis masculinos. A palavra função sociologicamente é empregada de duas maneiras distintas. Ora designa um sistema de movimentos vitais, fazendo-se abstração das suas consequências, ora exprime a relação de correspondência entre esses movimentos e algumas necessidades sociais.

Um exemplo limite encontra-se no personagem dramático de Peter Colt, um tenista inglês que vive a ilusão do 11° melhor do ranking, não tem mais possibilidade de classificação suficiente para participar do torneio de Wimbledon. Mas ele é convidado pelos organizadores para a disputa, que será seu último torneio profissional, antes de se aposentar. Na trama durante uma confusão com a distribuição de quartos, em Wimbledon, Peter por engano entra no quarto de Lizzie Bradbury, uma nova estrela do tênis feminino. A visibilidade é uma armadilha, na expressão consagrada de Michel Foucault. E assim surge uma paixão que o levará à disputa pelo título. Trata-se de uma comédia romântica ambientada no universo do tênis profissional. A primeira reação que esta imediata descrição pode provocar no espectador é a de que Wimbledon tem tudo para ser um emocionante filme. Escrito por Adam Brooks, Jennifer Flackett e Mark Levin, Wimbledon traz Paul Bettany como Peter Colt, um tenista britânico cuja melhor colocação no ranking internacional ocorreu quando ele ficou em 11º lugar durante boa parte do ano. Percebendo que já está ficando velho no quadro histórico de pensamento para o jogo profissional de tênis, ele decide se aposentar, mas encetando logo após sua participação no torneio de Wimbledon. Porém, depois de conhecer e se envolver com a polêmica jogadora norte-americana Lizzie Bradbury, Colt ganha nova determinação e passa a se sair bem melhor do que o esperado em seus jogos. A tenista, assessorada por seu técnico-pai-empresário, parece experimentar a perda de concentração nas partidas.

Assumindo os papéis que em outras circunstâncias certamente seriam oferecidos a Hugh Grant e Renée Zellweger, Paul Bettany, Kirsten Dunst, estabelecem uma relação dialética entre seus personagens. Enquanto a atriz consegue interpretar o temperamento  disciplinar, forte e a relativa frieza de Lizzie sem que se torne uma figura antipática, o cineasta Richard Loncraine, investe na insegurança de Peter, que mal consegue acreditar que uma jovem em ascensão como a namorada possa realmente se interessar por um competidor velho, na escala full-time do tenista (cf. Cortela, 2018) com uma carreira medíocre como a dele. E, apesar de falhar ao não incluir mais sequências em que vemos Lizzie jogando, o que em tese seria relevante para que compreendêssemos por que ela é considerada tão brilhante e disponível para as estratégias disciplinares do pai-empresário, o cineasta Richard Loncraine faz um ace em cena cirúrgica ao ilustrar o nervosismo de Paul durante as partidas, quando este esforça-se para manter a concentração. Por outro lado, os personagens secundários jamais se revelam tão interessantes como aqueles ambientados: o irmão de Peter, por exemplo, ocupa um tempo precioso da projeção exatamente para que mereça tal distinção, já que é engraçado, mas sem ser excêntrico o bastante, talvez um ator social mais audacioso. 

Neste ínterim, os pais do protagonista se salvam graças às atuações competentes de Bernard Hill e Eleanor Brom. Jon Favreau transforma o agente de Peter em uma figura caricata e relativamente irritante, destoando da forma centrada com que os demais integrantes do elenco assumem seus papéis. Na realidade, entre os coadjuvantes é Sam Neill, que evita transformar o pai de Lizzie em um mero vilão atípico das cenas desportivas e consegue revelar ao espectador um lado mais justo e humano do técnico-pai-empresário da tenista. O roteiro de Wimbledon demonstra que há um motivo para que a história seja ambientada durante um Grand Slam, além de uma simples tentativa de fazer algo aparentemente diferente: os personagens no filme vivem para o jogo. Através de Peter, conseguimos compreender por que um profissional que se encontra na 99ª ou na 157ª posição do ranking insiste em se manter ativo. É claro que estes atletas poderiam se aposentar sem que o mundo sequer se desse conta. Mas é a esperança de conseguir um destaque em um renomado torneio que os mantém trabalhando. Aliás, outro momento inspirado do longa-metragem é aquele em que os locutores da partida debatem o que pode levar um jogador brilhante a perder para outro tecnicamente inferior: da superstição ao acaso, tudo pode pesar durante uma partida.

            É nesta acepção pragmática do ponto de vista sociológico que entendemos a palavra. Perguntar-se qual é a função da divisão social do trabalho é, portanto, procurar a que necessidade ela corresponde; quando tivermos resolvido essa questão, poderemos ver se essa necessidade é da mesma natureza que aquelas a que correspondem outras regras de conduta cujo caráter moral não é discutido. Deste ponto de vista abstrato, se escolhemos esse termo, é porque qualquer outro seria inexato ou equívoco. Não podemos empregar o de objetivo ou de objeto e falar da divisão do trabalho, porque seria supor que a divisão do trabalho existe tendo em vista os resultados que vamos determinar. Ou de efeitos tampouco poderia satisfazer-nos, porque não desperta nenhuma ideia de correspondência. O que nos importa é saber se ela existe e em que consiste, metodologicamente, pois nada parece à primeira vista tão fácil de determinar como o papel da divisão do trabalho. Em primeiro lugar, de todos os elementos da civilização, a ciência é o único que, em certas condições, apresenta um caráter moral.

De fato, as sociedades tendem cada vez mais a considerar um dever para o indivíduo desenvolver sua inteligência, assimilando as verdades científicas que são estabelecidas. Há, desde já, certo número de conhecimentos a se lançar no grande turbilhão pós-industrial; ninguém é obrigado a ser artista; mas todo o mundo, agora, é obrigado a não ser ignorante. Essa obrigação é, inclusive, sentida com tamanha força que, em certas sociedades, não é apenas sancionada pela opinião pública, mas pela lei. Aliás, não é impossível entrever de onde vem, segundo Durkheim (2015), esse privilégio especial da ciência. Para o fundador da sociologia, a ciência nada mais é que a consciência levada a seu mais alto ponto de clareza. E para que as sociedades possam viver nas condições de existência que lhes são dadas, é necessário que o campo da consciência, tanto individual como social, se estenda e se esclareça. Os meios em que elas vivem se tornam cada vez mais complexos e, per se cada vez mais móveis, para durar é preciso que elas mudem com frequência. Quanto mais obscura uma consciência, mais é refratária à mudança, porque não vê depressa o bastante que é necessário mudar, nem em que sentido; ao contrário, uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança. Eis porque a inteligência guiada pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida social e coletiva.

            Mas a ciência que todo o mundo é assim chamado a possuir não merece ser designada por esse nome. Não é a ciência, é no máximo sua parte comum e mais geral como veremos adiante. De fato, ela se reduz a um pequeno número de conhecimentos indispensáveis, que só são exigidos de todos por estarem ao alcance de todos. A ciência propriamente dita supera infinitamente esse nível vulgar. Ela não compreende apenas, nos que a cultivam, essas faculdades médias que todos os homens em tese possuem, mas disposições especiais. Por conseguinte, não sendo de acesso senão a uma elite, não é obrigatória; é uma coisa útil e bela, mas não é necessária a ponto de a sociedade reclamá-la imperativamente. É vantajoso estar munido dela; nada há de imoral em não a adquirir. É um campo de ação aberto à iniciativa de todos, mas que ninguém é obrigado a entrar. Não se é mais obrigado a um ser sábio do que um artista. A ciência está como a arte e a indústria fora da moral. Se tantas controvérsias se produziram acerca do caráter moral da civilização é porque, com demasiada frequência, os moralistas não têm critério objetivo para distinguir os fatos morais dos fatos que não o são. Por conseguinte, já que nada há na civilização que apresente esse critério de moralidade, ela é moralmente indiferente.  

            Se a divisão do trabalho não tivesse outro papel além de tornar a civilização possível, ela participaria da mesma neutralidade da moral. Por não se ter geralmente atribuído à divisão do trabalho outra função que as teorias propostas para ela são a tal ponto inconsistentes. De fato, supondo-se, segundo a sociologia normativa de Durkheim, que exista uma zona neutra em moral, é impossível que a divisão do trabalho dela faça parte. Se ela não é boa, é ruim; se não é moral, é uma decadência moral. Portanto, se ela não serve para outra coisa, cai-se em insolúveis antinomias, porque as vantagens econômicas que ela apresenta são compensadas por inconvenientes morais, e como é impossível subtrair uma da outra essas duas quantidades heterogêneas e incomparáveis, não se poderia dizer qual das duas leva a melhor sobre a outra, nem, por conseguinte, tomar um partido. Invocar-se-á o primado da moral para condenar radicalmente a divisão do trabalho. Mas não apenas a última ratio é sempre um golpe de Estado científico, como a evidente necessidade da especialização torna tal posição impossível de ser sustentada. 

            Em todos os exemplos examinados entre os povos cultos, a mulher leva uma existência totalmente diferente da do homem. Dir-se-ia que as duas grandes funções da vida psíquica como que se dissociaram, que um dos sexos monopolizou as funções afetivas e o outro as funções intelectuais. Vendo-se, em certas classes, as mulheres se dedicarem à arte e à literatura como os homens poder-se-ia crer, é verdade, que as ocupações dos dois sexos tendem a se tornar homogêneas. Mas, mesmo nessa esfera de ação, a mulher traz sua natureza própria, e seu papel permanece muito especial, bem diferente do papel do homem. Além disso, enquanto a arte e as letras começam a se tornar coisas femininas, o outro sexo parece deixa-las de lado para se dedicar especialmente à ciência. Portanto, poderia muito bem acontecer que essa aparente volta à homogeneidade primitiva nada mais fosse que o começo em sua progênie de uma nova diferenciação.

Por sinal, essas diferenças funcionais no âmbito da divisão social são tornadas materialmente sensíveis pelas diferenças morfológicas que determinaram. Não só a estatura, o peso, as formas gerais são muito dessemelhantes entre o homem e a mulher, mas dentre inúmeros exemplos, o mais notável efeito da divisão do trabalho não é aumentar o rendimento das funções divididas, mas torna-las solidárias. Seu papel, em todos os casos, não é simplesmente embelezar ou melhorar sociedades existentes, mas tornar possíveis sociedades que, sem elas, não existiriam. Façam a divisão do trabalho sexual regredir além de um certo ponto, diz Durkheim, e a sociedade conjugal desaparece, deixando subsistir apenas relações sexuais eminentemente efêmeras; mesmo se os sexos não fossem em nada separados, toda uma forma da vida social sequer teria nascido. É possível que a utilidade econômica da divisão do trabalho tenha algo a ver com esse resultado, mas, em todo caso, ele supera infinitamente a esfera dos interesses puramente econômicos, pois consiste no estabelecimento de uma ordem social e moral sui generis.

                No mundo globalizado do tênis chama-se de saibro ou “terra batida”, um dentre os três principais tipos de superfícies que se utilizam nas quadras, ou mais lento de todos. Este tipo de areia é uma pedra preparada, com mistura de piso e argila preparada para uso de outras substâncias, como o chamado “hard-tru”, uma espécie saibro ou que contém mais particular, utilizado em alguns torneios estadenses, ou o saibro de origem de última data e azul que foi utilizado pela primeira vez no Masters 1000. Vale sobressalto que esse saibro azul foi tingido, e tinha a função de sobressalto a marca da Mutua Madrileña, o banco comercial que é o principal patrocinador do evento. O saibro tradicional tem por característica proporcionar jogos mais lentos e disputados do que em uma quadra de grama ou asfalto e também é uma rocha sedimentar. O torneio de Roland Garros se joga nesse saibro e é o único dos 4 Grand Slams a ser disputado na superfície dos eventos mais importantes do tênis: Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open.

            Do ponto de vista técnico metodológico da divisão do trabalho internacional o  ATP Tour é um circuito mundial integrado de tênis masculino de primeira linha organizado pela Association of Tennis Professionals. O segundo nível é o ATP Challenger Tour e o terceiro nível é o ITF Men`s World Tennis Tour. A organização feminina equivalente é o WTA Tour. O ATP Tour compreende ATP Masters 1000, ATP 500 e ATP 250 e a ATP Cup. A ATP também supervisiona o ATP Challenger Tour, um nível abaixo do ATP Tour, e o ATP Champions Tour para seniores. Os torneios Grand Slam, o torneio olímpico de tênis, a Copa Davis e o ITF World Tennis Tour de nível básico não se enquadram na alçada da ATP, mas são supervisionados pela Federação Internacional de Tênis (ITF) e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para as Olimpíadas. Nesses eventos, no entanto, são atribuídos pontos no ranking ATP, com exceção das Olimpíadas. Jogadores e equipes de duplas com mais pontos no ranking coletados durante o ano civil, jogam no final da temporada ATP Finals, que, de 2000 a 2008, foi realizado em conjunto com a ITF. Os motivos sociais que fazem com que estes sejam os campeonatos mais importantes do circuito mundial incluem: sua duração, posto que são normalmente são os mais longos; sua pontuação para os rankings mundiais, pois são os que valem mais pontos nos rankings ATP e WTA. E o valor das premiações pagas pela competição, que são as mais significativas dentre todos os torneios anuais.

Um dos fatos mais interessantes a respeito dos Grand Slams é que as competições têm diferenças fundamentais entre si, como vimos, a começar pelo tipo de quadra, que varia de acordo com o campeonato. Na prática, isso acaba exigindo diferentes facetas dos atletas, tornando as partidas ainda mais interessantes. As quadras de saibro desaceleram a bola e produzem uma bola alta, quando comparadas a outras superfícies planas. Tenistas que jogam no fundo da quadra levam vantagem, fazendo-se difícil para tenistas de outros estilos dominarem o piso. Pete Sampras, ganhador de 14 Grand Slams, nunca teve oportunidade de ganhar o torneio, chegando ao máximo em semifinal. Muitos tenistas de Slams ganharam o torneio, a saber: John McEnroe, Frank Sedgman, John Newcombe, Venus Williams, Stefan Edberg, Jimmy Connors, Louise Brough, Martina Hingis e Virginia Wade. De outro parte, inúmeros tenistas são bem adaptados ao formato do piso, como ocorrem com as escolas espanholas e sul-americanas, em que temos por exemplo: Rafael Nadal, Björn Borg, Ivan Lendl, Gustavo Kuerten, Mats Wilander, Justine Henin e Chris Evert, que fizeram sucesso no torneio. Na chamada Era aberta, os únicos tenistas que ganharam Roland Garros e Wimbledon até o presente foram: Rod Laver, Jan Kodeš, Björn Borg, Andre Agassi, Rafael Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic. No tênis começou em 1968, quando os torneios do Grand Slam, como o Torneio de Wimbledon, abandonaram as regras de amadorismo e permitiram a participação de profissionais.

A Association of Tennis Professionals foi criada em 1972 para defender os interesses em torno dos jogadores masculinos de tênis. Em 1990, a Associação começou a organizar os principais torneios mundiais da modalidade, atualmente reconhecidos como Torneios da ATP. As jogadoras femininas de tênis constituíram a Associação de Tênis Feminino (WTA) no ano seguinte com o mesmo objetivo desportivo. Torneios Satélite de quatro semanas e “Torneios Futuro” de uma semana constituem-se em eventos da Federação Internacional de Tênis (ITF). Apesar de eles representarem um nível inicial de torneios profissionais, seus resultados contam para a Classificação para o acesso de Entrada da ATP. Mas os torneios satélites foram extintos depois da temporada 2006. Jogadores e times de duplas que obtêm mais pontos disputam o Tennis Masters Cup no final da temporada, que se chama ATP World Tour Finals. O circuito ATP inclui o World Team Cup (Copa Mundial de Times), que é disputada no mês de maio em Düsseldorf. 

            O Torneio de Roland Garros de tênis é realizado em Paris. Tem seu nome em homenagem a Roland Garros (1888-1918), francês pioneiro da aviação. Iniciou sua carreira de piloto em 1909, pilotando um Demoiselle, “avião que só voava bem se o piloto fosse pequeno e leve”. Em 1911 Garros tornou-se qualificado para pilotar monoplanos Bleriot e disputou na Europa uma série de corridas aéreas neste tipo de aeronave. Em 9 de Março de 1912, juntamente com Eduardo Pacheco Chaves, cada qual pilotando seu próprio avião, realizou a primeira viagem aérea São Paulo-Santos-São Paulo. Na ocasião o governo do estado oferecia um prêmio de 30 mil réis ao primeiro piloto que conseguisse esta façanha. Antes da partida a aeronave de Roland Garros apresentou defeito. Mesmo sendo seu competidor, Eduardo Pacheco Chaves ajudou-o a repará-la. Retornaram juntos no avião. Em 1913 passou a voar em um Morane-Saulnier, mais aperfeiçoado que o Bleriot. Ficou famoso pela primeira travessia aérea sem escalas do Mediterrâneo em 7h53m, apesar de um motor ter avariado sobre a Córsega. Partiu da cidade de Fréjus (FR). Restavam-lhe cinco litros de combustível quando pousou em Bizerte, na Tunísia.

Com o Australian Open, o Torneio de Wimbledon e o US Open, o torneio de Roland Garros compõe os quatro torneios do Grand Slam de tênis. É disputado em quadra de saibro, em melhor de 5 sets para os homens e 3 sets para as mulheres. Mas para o tenista britânico Andy Murray, ter formatos iguais no masculino e feminino em Majors comprovaria razão para premiações igualitárias no circuito. Em 1968, o torneio foi o primeiro do Grand Slam a ser aberto, permitindo a participação tanto de amadores como de profissionais. O campeonato foi disputado no Stade Français em 1925 e 1927, no Racing club de France em 1926 e no estádio de Roland Garros desde 1928. Antes de 1925, o torneio masculino era reservado aos membros de clubes franceses de tênis, assim como o das damas antes de 1920. Esta superfície, lenta, e a ausência de tie-break no último set podem levar a partidas com duração de várias horas e com escores elevados, como ocorreu entre os franceses Fabrice Santoro e Arnaud Clément, disputada dia 25 de maio de 2004, que durou 6 horas e 22 minutos, com um resultado de 16/14 no 5º set.

Na modalidade simples, o recorde de títulos é de Rafael Nadal, que venceu o torneio treze vezes, em 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2017, 2018, 2019 e 2020. É o maior vencedor da competição desde o início do evento, estando à frente de Max Decugis (8 títulos) e Björn Borg (6 títulos). É também recordista de títulos consecutivos, com 5 vitórias entre 2010 e 2014 e a maior série invicta, com 39 vitórias entre 2010 e 2015. A transmissão ocorreu pela Rede Manchete nos anos 1990, pela TV Record nos anos 2000 e posteriormente veio a ser transmitida pelo SporTV, um canal por assinatura brasileiro. Foi lançado nacionalmente em 10 de novembro de 1991 sob o nome de Top Sport, alterado para o atual em 1994. Tem dois canais similares, o SporTV 2 e SporTV 3. É o líder de audiência nos canais esportivos do Brasil, ficando à frente do Fox Sports, da ESPN Brasil e do BandSports. Transmite mais de dois mil eventos por ano de todas as importantes modalidades. 

Sociologicamente todo estado forte de consciência, segundo Durkheim (2015), é um fator essencial de nossa vitalidade geral. Por conseguinte, tudo o que tende a enfraquece-lo nos diminui e nos deprime; resulta daí uma impressão de confusão e de mal-estar análoga à que sentimos quando uma função importante é suspensa ou retardada. É, inevitável, pois, que reajamos energicamente contra a causa que nos ameaça com tal diminuição, que nos esforcemos por afastá-la, a fim de mantermos a integridade de nossa consciência. No primeiro plano de causas que produzem esse resultado, devemos colocar a representação de um estado contrário. Uma representação não é, com efeito uma simples imagem da realidade, uma sombra inerte projetada em nós pelas coisas, mas uma força que ergue a seu redor todo um turbilhão, repetimos, de fenômenos orgânicos e psíquicos. Não somente a corrente nervosa que acompanha a ideação se irradia nos centros corticais em torno do ponto que se originou a passa de um plexo a outro, mas ressoa nos centros motores, onde determina movimentos, nos centros sensoriais, onde desperta imagens, excita por vezes começos de ilusões e pode até afetar as funções vegetativas; esse ressoar é tanto mais considerável quanto mais intensa for a própria representação, quanto mais desenvolvido for o seu elemento emocional. Assim, a representação de um sentimento contrário ao nosso age em nós no mesmo sentido e da mesma maneira que o sentimento que ela substitui; é como ele mesmo tivesse entrado de fato em nossa consciência.

Ela tem, portanto, as mesmas afinidades eletivas, embora menos vivas; ela tende a despertar as mesmas ideias, os mesmos movimentos, as mesmas emoções. Ela opõe, pois, uma resistência, ao jogo de nosso sentimento pessoal, e, por conseguinte, o debilita, atraindo numa direção contrária toda uma parte de nossa energia. É como se uma força estranha se houvesse introduzido em nós, de modo a desconcertar o livre funcionamento de nossa vida psíquica. Eis porque uma convicção oposta à nossas não pode se manifestar em nossa presença sem nos perturbar: é que, ao mesmo tempo, ela penetra em nós e, encontrando-se em antagonismo com tudo o que em nós encontra, determina verdadeiras desordens. Sem dúvida, enquanto o conflito só se manifesta entre ideias abstratas, nada há de muito doloroso, pois nada há de muito profundo. A região dessas ideias é, ao mesmo tempo, a mais elevada e a mais superficial da consciência, e as mudanças que nela sobrevêm, não tendo repercussões extensas, afetam-nos apenas debilmente. No entanto, quando se trata de uma crença que nos é cara, não permitimos a não podemos permitir que seja impunemente ofendida. Toda ofensa rígida contra ela suscita uma reação emocional, mais ou menos violenta, que se volta contra o ofensor. Nos arrebatamos, nos indignamos contra ele, ficamos com raiva e os sentimentos provocados não poderiam se traduzir por atos; fugimos dele, mantemo-lo à distância, banimo-lo de nossa companhia.

Fora de dúvida, não pretendemos que toda convicção forte seja necessariamente intolerante; a observação corrente basta para demonstrar o contrário. Mas isso porque as causas externas neutralizam, então, aquelas cujos efeitos acabamos de analisar un passant. Por exemplo, pode haver entre os adversários uma simpatia geral que contenha seu antagonismo e o atenue. Mas é preciso que essa simpatia seja mais forte do que esse antagonismo, de outro modo não sobrevive a ele. Ou, então, as duas partes em presença renunciam à luta, quando fica claro que esta é incapaz de levar ao que quer que seja, e se contentam com manter suas respectivas situações, toleram-se mutuamente, não podendo entredestruir-se. A tolerância recíproca que por vezes encerra as guerras religiosas costuma ser dessa natureza. Em todos esses casos, se o conflito dos sentimentos não engendra suas consequências naturais, não é porque não as contenha, é porque é impedido de produzi-las. Aliás, elas são úteis ao mesmo tempo que necessárias. No estado de paz, se assim podemos falar, esse sentimento não se encontra suficientemente armado para a luta e poderia, portanto, sucumbir, se reservas passionais não entrassem em ação no momento necessário, a cólera nada mais é do que uma mobilização dessas reservas. Pode até acontecer que, se o socorro assim evocado supera as necessidades, a discussão tenha por efeito fortalecer-nos ainda mais em nossas convicções, longe de nos abalar.   

Se trocarmos a expressão convicção, por outra expressão cara às instituições educacionais e partidos políticos, segundo Mészáros (2004), enquanto “poder da ideologia”, não é ilusão nem superstição religiosa de indivíduos mal-orientados, mas uma forma específica de consciência social, materialmente ancorada e sustentada. Como tal, não pode ser superada nas sociedades de classe. Sua persistência se deve ao fato de ela ser constituída objetivamente (e constantemente reconstituída) como consciência prática inevitável das sociedades de classe, relacionada com a articulação de conjuntos de valores e estratégias rivais que tentam controlar o metabolismo social em todos os seus principais aspectos. Os interesses sociais que se desenvolvem ao longo da história e se entrelaçam conflituosamente manifestam-se, no plano de consciência social, na grande diversidade de discursos ideológicos relativamente autônomos (mas, é claro, de modo algum independentes), que se exercem forte influência sobre os processos materiais mais tangíveis do metabolismo social. Uma vez que as sociedades em questão são elas próprias internamente divididas, as ideologias mais importantes  devem definir suas respetivas posições tanto como “totalizadoras” em suas explicações e, de outro, como alternativas estratégicas umas às outras. As ideologias conflitantes de qualquer período histórico constituem a consciência prática necessária em termos da qual as principais classes da sociedade se inter-relacionam e até se confrontam, de modo mais, ou menos, aberto, articulando sua visão da ordem social correta e apropriada como um todo abrangente. 

O primeiro Grand Slam disputado no ano é o Australian Open, que ocorre no mês de janeiro. Como seu próprio nome sugere, ele é realizado na Austrália, na cidade de Melbourne. Uma das principais características do campeonato é que ele se realiza em quadra dura com uma superfície baseada em acrílico, que deixa o jogo mais rápido. Sua premiação é uma das mais significativas entre todos os Grand Slams, premiando com um total de 4,2 milhões de dólares australiano os vencedores que, além do dinheiro, também recebem 2 mil pontos nos rankings da ATP (masculino) e WTA (feminino). Em seguida, entre os meses de maio e junho, ocorre o Roland Garros, provavelmente o Grand Slam mais reconhecido pelo povo brasileiro. Afinal, foi neste campeonato que o maior tenista da história do Brasil, Gustavo Kuerten, obteve reconhecimento mundial - consagrando-se vencedor em três oportunidades (1997, 2000 e 2001). Seu grande diferencial é a quadra de saibro, que, apesar de ser a mais comum do mundo, não é utilizada em nenhum outro Grand Slam. Ela é reconhecida por provocar quiques mais altos, trocas mais longas e permitir que os atletas deslizem no chão para golpear a bola. Disputado em Paris, o campeonato também conta com uma grande premiação em dinheiro para os campeões, com valor total de 2,2 milhões de euros - além, é claro, dos 2 mil pontos nos rankings.

Ainda que todos os Grand Slams sejam competições de altíssimo nível e prestígio, nenhum deles é tão considerado e respeitado quanto Wimbledon — o torneio mais clássico do esporte. Isso acontece porque ele também é o mais antigo, sendo disputado desde 1877. Outro diferencial também está no tipo de quadra; entre todos os Grand Slams, é o único que é disputado na grama. Ao contrário do saibro de Roland Garros, as quadras de grama do Wimbledon provocam pouco atrito com a bola, ajudando a acelerar a partida. Por ser disputado em Londres, a premiação é em libras esterlinas, totalizando 1,7 milhão. Assim como os outros dois torneios citados anteriormente, o vencedor também ganha 2 mil pontos nos rankings. Por fim, o último torneio do Grand Slam é o US Open, realizado em Nova Iorque entre os meses de agosto e setembro. Assim como acontece no Australian Open, as partidas são disputadas em quadras duras, proporcionando um jogo mais rápido que em outros tipos de quadra. O US Open é um dos torneios de tênis mais antigos do mundo, sendo disputado desde 1881. Sua premiação também é extremamente atrativa, com 3,85 milhões de dólares em prêmios pagos aos vencedores. Seguindo o padrão dos outros Grand Slams, os campeões também ganham 2 mil pontos nos rankings.

A edição de 2022 de Wimbledon não valerá pontos para o ranking mundial de tênis. A decisão foi oficializada pela ATP (Associação de Tenistas Profissionais) e WTA (Associação do Tênis Feminino) pelo fato do Grand Slam britânico não aceitar tenistas russos e bielorrussos aparentemente por conta da guerra na Ucrânia. O início da competição está marcado para o dia 26 de junho. - “A decisão de Wimbledon de proibir jogadores russos e bielorrussos de competir no Reino Unido mina o princípio da não discriminação a integridade do sistema de classificação ATP. Sem uma mudança nas circunstâncias, é com grande pesar e relutância que não vemos outra opção a não ser remover os pontos de Wimbledon para 2022”, disse a ATP em comunicado oficial.

Com a decisão de proibir a participação de atletas de origem russa ou bielorrussa na edição de 2022, Wimbledon não poderá contar com o russo Daniil Medvedev, atual número 2 do mundo, e Aryna Sabalenka, sétima colocada no ranking mundial feminino. Alguns dos melhores tenistas do mundo, como Rafael Nadal e Novak Djokovic, já haviam se posicionado contra a decisão da organização de Wimbledon e declarado apoio aos atletas russos e bielorrussos. Os quatro torneios classificados como Grand Slam no tênis valem dois mil pontos para o ranking da ATP e também da WTA, que são as entidades responsáveis pela organização e classificação do ranqueamento dos tenistas no mundo. Contudo, Wimbledon possuí uma organização independente, que é realizada pela All England Lawn Tennis Club (AELTC). Foi a responsável por organizar o torneio britânico que politicamente decidiu banir os atletas russos e bielorrussos. Não é uma medida definitiva, pois no comunicado oficial a decisão de tirar a pontuação de Wimbledon pode ser revista caso o Grand Slam interprete a questão dos atletas barrados.

Bibliografia geral consultada.

GIDDENS, Anthony, As Consequências da Modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1991; KAY, Tess, “Sporting Excellence: A Family Affair?”. In: European Physical Education Review, vol. 6, nº 2, pp. 151-169, 2000; LE GOFF, Jacques, História e Memória. 5ª edição. Campinas: Universidade de Campinas, 2003, pp. 419-476; DURKHEIM, Émile, Da Divisão do Trabalho Social. 4ª edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2010; COSTA E FONSECA, Ana Carolina da, Uma Leitura Nietzscheana da Questão da Responsabilidade Moral. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010; MELLO, Selma Ferraz Motta, Comunicação e Organização na Sociedade em Rede. Novas Tensões, Mediações e Paradigmas. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação. Escola de Comunicação. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010; NADAL, Rafael, Rafael Nadal com John Carlin. Tradução de Marcello Lino. Rio de Janeiro: Editor Sextante, 2012; CORTELA, Caio Corrêa, Desenvolvimento Profissional de Treinadores de Tênis: Um Olhar sobre as Situações e Contextos de Aprendizagem. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2018; MIRANDA, João Marcelo de Queiroz, Efeito de Nove Semanas de Treinamento de Força Periodizado Linear e Ondulatório no Rendimento Esportivo de Tenistas Adolescentes. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. São Paulo: Universidade São Judas Tadeu, 2018; JIMÉNEZ, Adolfo Emmanuel Nandayapa, Construção de Catálogo de Meios para Registrar e Analisar as Cargas de Treinamento em Tenistas de Elite Através do Modelo de Planejamento, Registro e Análise de Carga de Treinamento (Practe). Dissertação de Mestrado. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2020; Artigo: “Tênis: ATP e WTA oficializam que Wimbledon 2022 não valerá pontos para o ranking mundial”. Disponível em: https://www.espn.com.br/tenis/artigo/20/05/2022; entre outros.

domingo, 29 de maio de 2022

Nobreza do Cobre – Energia, Utilidade de Uso & Transição Industrial.


                     O metal é somente em si diverso do outro; no conceito do metal está o outro”. Friedrich Hegel  

          A aceleração na transição social para as chamadas “energias limpas” irá demandar cada vez mais recursos minerais imprescindíveis na fabricação de turbinas eólicas, painéis solares, baterias e veículos elétricos. A volatilidade de preços e a alta concentração da produção dessas matérias-primas em poucos países hegemônicos podem colocar um freio no desenvolvimento das energias renováveis. A publicação do relatório da International Energy Agency (AIE) demonstra que somente a demanda por lítio, por exemplo, deve crescer mais 40 vezes nas próximas duas décadas. A AIE é uma organização internacional sediada em Paris ligada a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Atua como a orientadora política de assuntos energéticos para o conglomerado de 30 países membros. Os seus esforços econômicos e políticos tentam assegurar serem confiáveis, e acessíveis para uma energia limpa para os seus cidadãos. Foi fundada durante a crise mundial do petróleo de 1973 1974. O papel inicial da AIE ocorreu a fim de coordenar as medidas a serem tomadas em tempos da crise do petróleo. Tal como os mercados da energia terem sido alterados, de modo a ter AIE como moderador. O seu mandato foi alargado para incorporar o equilíbrio da política energética: segurança energética, o desenvolvimento econômico e a proteção do ambiente. O trabalho corrente tem como escopo as políticas públicas e questões das alterações climáticas, mercado de reformas, tecnologias energéticas e a colaboração e proximidade com o resto do mundo, especialmente grandes consumidores e produtores de energia, tais como a China, Índia, Rússia e demais países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). 

          Com uma equipe de cerca de 190 colaboradores, principalmente especialistas na área da Energia entre os 29 países membros, a AIE realiza um amplo programa de investigação energética, compilação de dados, publicações e divulgação pública da política energética, análises técnicas e recomendações sobre as boas práticas. A deputada federal Aline Sleutjes apresentou projeto de Lei Federal nº 3410/2021 que tem por objetivo a aplicação de medidas administrativas de prevenção e combate ao roubo, furto e receptação de cabos, fios metálicos, geradores, baterias, transformadores e placas metálicas. O Projeto de Lei tem a finalidade de quebrar a cadeia ilícita referente à comercialização de cabos, fios e materiais metálicos obtidos por meio ilícito (roubo, furto e receptação) além de impor obrigações adicionais aos comerciantes de sucatas metálicas e sanções para os que as desrespeitem. A pessoa física ou jurídica que armazenar, trocar ou comercializar, esse tipo de fio que sejam comprovadamente produto de crime ou não tenham procedência lícita comprovada, enfrentarão sansões administrativas como multa de no mínimo R$ 5 mil podendo chegar até R$ 50 mil e cancelamento da inscrição no cadastro de ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços da pessoa jurídica ou de seu conglomerado econômico, com aplicação de multa ou não aos seus sócios e suspensão da prerrogativa da pessoa física ou jurídica, bem como seus sócios, envolvidos na atividade ilícita, de constituir empresa para os fins vedados por esta Lei, pelo período mínimo de 05 anos, em todo território. 

Este é um crime de difícil combate, mas que é cada vez mais comum. Afeta desde órgãos públicos até empresas privadas, residências e espaços comunitários, com o furto e/ou roubo de materiais metálicos, principalmente os fios de cobre. Nos últimos anos os valores desse material dobraram de preço, chamando atenção de indivíduos que roubam ou furtam e vão até sucatas e ferros velhos vender esses produtos por preços irrisórios. O fio de cobre é um material de fácil comércio e apesar de ter uma regulamentação própria, muitos acabam adquirindo este cobre sem saber a procedência. - “A comercialização do produto deve ser apurada de uma forma mais rígida, pois está criando uma janela para o crime, deixando muitas vítimas. É muito difícil pegar a pessoa que furta, precisamos chegar ao receptador e esse PL tem esse objetivo” afirmou Aline Sleutjes autora do projeto. Os casos de furto de cabos de rede de telecomunicações para extração de fios de cobre causaram falhas ou interrupções dos serviços da rede internet, telefonia e TV por assinatura de mais de 6,6 milhões de pessoas em 2020. Os dados foram divulgados no relatório do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel, Celular e Pessoal, a Conexis. Em estados de três regiões (NE, CO, SE) tais como: Pernambuco, Paraná, Mato Grosso e Distrito Federal (DF), a Polícia Civil tem realizado operações para tentar minimizar os efeitos danosos à população e “notícias de recuperação de toneladas de fios de cobre são cada vez mais comuns”.

Para dar mais segurança jurídica, melhor dizendo, para que a sociedade esteja de acordo com o princípio de previsibilidade e coerência na aplicação das leis sobre os ambientes de negócios garantindo aos investidores e empresas um cenário mais previsível, razoável e estável para maior segurança entre as relações de negócios, a prática do crime de receptação de fios de cobre deve ser firmemente punida. Segundo o Jornal Bem Paraná, em matéria veiculada no dia 05 de outubro de 2021, a Polícia Civil do Paraná fez uma grande operação e apreendeu 1 tonelada de fios de cobre em um depósito de material de reciclagem, no bairro Xaxim em Curitiba, dois homens foram presos em flagrante. Se o projeto político e social de iniciativa da parlamentar já fosse lei em todo o território nacional, além da prisão, esses dois indivíduos também teriam que pagar multa e sofreriam outras sanções administrativas, servindo como exemplo. Segundo Aline Sleutjes “se punirmos os receptadores de forma mais rígida, os bandidos que furtam esses fios não terão para quem vender e a prática se tornará cada vez mais escassa, portanto, além das medidas penais, estamos propondo que o receptador não possa trabalhar no ramo por um período de 5 anos e multa. Precisamos dar segurança à população de bem, aos espaços públicos e aos geradores de emprego e renda deste País”.

O procurador da República Oscar Costa Filho, do Ministério Público Federal do Ceará (MPF-CE), encaminhou nesta sexta-feira (26/09/2014), recomendação à Prefeitura de Fortaleza para que seja restaurada a estátua de Iracema, na Lagoa de Messejana, eliminando a coloração verde do monumento. A recomendação foi feita durante reunião realizada com representantes da Secretaria Executiva Regional VI, da Prefeitura de Fortaleza. De acordo com o Ministério Público Federal, a reunião foi motivada por “reclamações de comunidades indígenas sobre a pintura realizada em 2012, que provoca discriminação e descaracterização étnica devido à cor verde da estátua da índia Iracema”. Inquérito instaurado no MPF aponta diversas representações realizadas por integrantes de comunidades indígenas. Durante a reunião, foi sugerido que a empresa responsável pela “pintura” procedesse as alterações, adequando a cor da estátua à coloração natural da pele, como era a estátua originalmente. Como resposta, a Regional VI não se opôs a mudar a coloração da estátua, desde que a tinta seja antipichação, e se comprometeu consultar a empresa responsável pela restauração.

            O conceito de condutividade elétrica é usado para especificar o caráter elétrico de  um determinado material. A condutividade é simplesmente o recíproco da resistividade, ou seja, inversamente proporcionais e é indicativa da facilidade com a qual um material determinado é capaz de conduzir uma corrente elétrica. Materiais sólidos exibem tecnologicamente uma espantosa faixa de condutividades. De fato, uma maneira de classificar materiais sólidos é de acordo com a facilidade com a qual conduzem uma corrente elétrica; dentro deste esquematismo de classificação existem três grupamentos: condutores, semicondutores e isolantes. No outro extremo estão os materiais com muito baixas condutividades, estes são os isolantes elétricos. Materiais com condutividades intermediárias, são denominados semicondutores. No Sistema Internacional de Unidades, é medida em Siemens por metro. Constitui engano achar que o ouro é o melhor condutor elétrico. Na temperatura ambiente, no planeta Terra, o material melhor condutor elétrico ainda é a prata. Relativamente, a prata tem condutividade elétrica de 108%; o cobre 100%; o ouro 70%; o alumínio 60% e o titânio apenas 1%.  A base de comparação é o cobre.  

O ouro, em qualquer comparação, do ponto de vista técnico e social, seja ela no mesmo volume, ou na mesma massa, no tempo e no espaço, sempre perde em condutividade elétrica ou condutividade térmica para o cobre. Entretanto, para conexões elétricas, em que a corrente elétrica deve passar de uma superfície para outra, o ouro leva muita vantagem sobre os demais materiais, pois sua oxidação ao ar livre é extremamente baixa, resultando numa elevada durabilidade na manutenção do bom contato elétrico. Entre os citados, o alumínio seria o pior material para as conexões elétricas, devido à facilidade de oxidação e à baixa condutividade elétrica da superfície oxidada. Assim, um cabo condutor de cobre com os plugues de contatos dourados leva vantagens sobre outros metais. Uma conexão entre superfícies de cobre, soldada com prata constitui a melhor combinação para a condução da eletricidade ou do calor entre condutores distintos. Num condutor sólido existe uma nuvem muito densa de elétrons de condução, que não estão ligados a nenhum átomo em particular. Por exemplo, os átomos de cobre no seu estado neutro têm 29 elétrons à volta do núcleo; 28 deles estão ligados ao átomo, enquanto que o último elétron encontra-se numa órbita mais distante do núcleo e “sai” com maior facilidade para a nuvem de elétrons de condução.

A medição da qualidade do ouro em quilates surgiu historicamente na era medieval. A moeda utilizada, o marco, pesava exatamente 24 quilates. Pelo fato de o ouro puro ser considerado muito amolecido para a utilização, misturavam-se outros materiais. As pedras preciosas deveriam pesar o mesmo que uma semente de árvore coral, que correspondia a um quilate. Assim, para medir o valor desta moeda, media-se a quantidade de quilates de ouro que ela possuía, e não o peso dela em si. Os quilates servem como uma forma de medição da pureza do ouro ou outras joias. Basicamente, é o peso total do material dividido por 24. Nestas 24 partes, são consideradas as parcelas que formam outro material. Assim, é possível avaliar a relação entre a quantidade de ouro e a quantidade de outros elementos. Um elemento puro, isto é, sem a presença de outros metais, corresponde a 24 quilates. Por outro lado, se houver 10 partes de outro material, a joia corresponderia a 14 quilates, por exemplo. Desta maneira, ocorre a utilidade de uso da proporcionalidade: quanto maior a quantidade de partes de ouro puro no material, por exemplo, mais valioso é considerado. Este processo também vale para diamantes e outras pedras preciosas.

Um pequeno deslocamento da nuvem de elétrons de condução faz acumular um excesso de cargas negativas num extremo e cargas positivas no extremo oposto. As cargas positivas são átomos com um elétron a menos em relação ao número de protões. Quando se liga um fio condutor aos elétrodos de uma pilha, a nuvem eletrônica é atraída pelo elétrodo positivo e repelida pelo elétrodo negativo; estabelece-se no condutor um fluxo contínuo de elétrons desde o eletrodo negativo para o positivo. Os semicondutores são materiais semelhantes aos isoladores, sem cargas de condução, mas que podem adquirir cargas de condução passando a ser condutores, através de diversos mecanismos: aumento da temperatura, incidência de luz, presença de cargas elétricas externas ou existência de impurezas dentro do próprio material. Atualmente os semicondutores são construídos a partir de silício ou germânio. Os átomos de silício e de germânio têm 4 elétrons de valência. Num cristal de silício ou germânio, os átomos estão colocados numa rede uniforme, como a que aparece na figura abaixo: os 4 elétrons de valência ligam cada átomo aos átomos na sua vizinhança. Os átomos de arsênio têm 5 elétrons de valência. Se forem introduzidos alguns átomos de arsênio num cristal de silício, cada um deles estará ligado aos átomos de silício na rede por meio de 4 dos seus elétrons de valência; o quinto elétron de valência ficará livre contribuindo para uma nuvem de elétrons de condução. Obtém-se um semicondutor tipo N, capaz de conduzir cargas de um lado para outro, através do mesmo mecanismo que nos condutores ou de nuvem de elétron de condução.

O cobre quando permanece em contato com o ar atmosférico, perde lentamente elétrons e cria uma superfície de cor verde escura que é a famosa oxidação; mas essa camada também é reconhecida como azinhavre. O zinabre ou azinhavre representa o resultado da oxidação do cobre ou ligas metálicas com esse elemento químico, como latão e bronze. Ao serem expostas à umidade, os componentes com essa matéria criam lentamente uma espécie de “ferrugem” com a ideia de coloração verde. Zinabre nada mais é do que a oxidação do cobre ou de ligas metálicas que possuem cobre, por exemplo o latão. O cobre a as ligas metálicas que contêm cobre, como o latão ou o bronze, quando expostas ao ar úmido contendo gás carbônico, lentamente se oxidam, ficando cobertas por uma pátina, um composto químico que se forma na superfície de um metal de cor azul esverdeada. A reação química que forma o zinabre ocorre quando o ácido sulfúrico do eletrólito, presente no interior das baterias, é derramado sobre polos e conectores. Isso ocorre por três razões: por excesso de eletrólito, por porosidade do metal ou existência de espaços vazios entre a bucha e o polo de uso da bateria. Depois que o zinabre se forma ele interrompe a passagem da corrente elétrica, comprometendo, neste caso, o desempenho da bateria, promovendo falhas no carregamento, aquecimento dos cabos, falhas no funcionamento de sistemas eletrônicos e problemas na partida.

            Durante o ano de 2021 foram furtados, ou roubados 4,12 milhões de metros de cabos de telecomunicações, segundo a Conexis Brasil Digital, sindicato nacional das operadoras de telecomunicações. O equivalente a populações de países como Nova Zelândia, Panamá, Kuwait, Croácia ou Moldávia, por exemplo.  Nas contas das “teles”, isso significou que “mais de 6 milhões de clientes ficaram sem acesso a serviços de comunicação”. Segundo a empresa, estatisticamente o volume de cabos roubados é 11% menor que o registrado, comparativamente, em 2020, quando foram furtados ou roubados 4,6 milhões de metros. Segundo as empresas, o resultado está ligado a um “maior diálogo do setor com autoridades federais, estaduais e municipais para a promoção de ações de combate ao furto, roubo e vandalismo de cabos e equipamentos”.  São Paulo segue sendo o estado que mais sofre com o roubo e furto de cabos de telecomunicações. Neste período do ano passado foram furtados em torno de 1,081milhão de metros. Em segundo lugar ficou o estado do Paraná, com 608,5 mil metros de cabos furtados ou roubados, seguido pelo Rio de Janeiro, com 504,1 mil metros. No Rio Grande do Sul, estado que ocupou a quarta posição, a quantidade de cabos furtados aumentou de 75% em 2021 na comparação com 2020, passando de 187.676 metros para 328.959 metros.

– “O furto, o roubo e a receptação de cabos e equipamentos causam prejuízo direto para os consumidores, que ficam sem acesso a serviços que se mostraram essenciais durante a pandemia, e para as empresas, que precisam repor esses equipamentos. As ações criminosas comprometem ainda os serviços de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas”. O setor de fabricação e comercialização industrial defende a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes. Ipso facto, também defende a punição de empresas que compram equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime. Além do furto e roubo, as “teles” reclamam dos casos de bloqueio de acesso das equipes das prestadoras para a manutenção de seus equipamentos, usados para a prestação do serviço. – “As operadoras ficam sem acesso aos equipamentos e impedidas de dar a manutenção necessária à prestação do serviço, assim como para a eventual substituição dos itens roubados. Já os consumidores ficam reféns, privados dos serviços ou obrigados a contratá-los de empresas ilegais, controladas pelo crime organizado, sem quaisquer direitos, garantias e sujeitos a preços abusivos”.

O cobre representa um elemento químico de símbolo Cu (Cuprum), número atômico 29 e de massa atómica 63,54 u. O cobre é um metal que é encontrado na natureza, principalmente nos minerais calcocita, calcopirita e malaquita, além de também estar presente no mineral turquesa. Seu nome vem da palavra romana cuprum, que por sua vez é derivado de cyprium, que é o nome utilizado para Chipre, que tinha sido a principal exportadora deste metal. A palavra cobre assemelha-se mais com copper, que é cobre em inglês. À temperatura ambiente o cobre encontra-se no estado sólido. O uso do bronze predominou de tal maneira durante a Era do Bronze, um período de uso intenso de metais e de redes de desenvolvimento econômico do comércio. Foi provavelmente o primeiro metal minerado e trabalhado pela capacidade manual (cf. Leroi-Gourhan, 2004) dos homens, obtido como mineral nativo e posteriormente através da fundição de minérios. Desde a pré-história, mas também com a démarche da Antiguidade que o cobre é utilizado para a produção de materiais condutores de eletricidade transformados em fios e cabos e em ligas metálicas, como latão e bronze. Classificado como metal de transição, seu símbolo pertence ao grupo 11 da classificação dos elementos. É um dos metais mais importantes para a indústria metalúrgica. Sua natureza concorre para a transformação social de metais em produtos com valor de uso, em matéria-prima e peças para produção, de coloração avermelhada, dúctil, maleável e bom condutor de eletricidade industrial.

 Príncipe de Lagash. Foto: Adam Figel.

            Os povos da Mesopotâmia acreditavam na existência de vários deuses, ou seja, eram politeístas, e suas divindades estavam ligadas a natureza, ou seja, ao Sol, a Lua, a chuva, ou ao vento, etc. Sendo assim, suas produções artísticas também estavam relacionadas a religião, como era de costume entre os povos da antiguidade. De modo geral, a arte desse gênero é necessariamente anônima, pois o artista é sobretudo um artesão, que não tinha o interesse em deixar seu nome em suas criações nem em caracterizar de maneira singular sua obra. Em geral essas produções eram confeccionadas para a decoração de templos e túmulos e poucos exemplares sobreviveram a ação do tempo. A estatuária talvez seja a categoria artística de maior evidência no mundo mesopotâmico. As esculturas podiam ser tridimensionais como em alto-relevo em pedra, embora algumas fossem feitas em argila ou madeira, esses povos ainda trabalhavam muito bem tanto o ouro, o cobre e prata. Representavam especialmente seres humanos, seres mitológicos, animais ou deuses fabulosos em posições em pé, ou sentados, e tinham como característica mais evidente a ausência de movimento, prezando por figuras estáticas. Além disso, os sumérios e os acádios tinham uma tendência a simetria e a precisão, especialmente na pintura. As esculturas mais antigas datam em torno de 2400 a.C.

Um conjunto dessas estátuas e fragmentos, em nome dos sumérios, pode ser encontrado no Museu do Louvre em Paris, como por exemplo a “Estátua do governador Gudea” de Lagash. O soberano é representado com características cuneiformes entalhadas na parte inferior da veste. Outro exemplo é “Cabeça de Touro” feito em bronze. Sociologicamente a utilidade de uma coisa faz dela um valor de uso. Mas essa utilidade não flutua no ar. Condicionada pelas propriedades do corpo da mercadoria, como ferro, cobre, é um valor de uso trigo, diamante etc., ou um bem. Esse seu caráter não depende do fato de a apropriação de suas qualidades úteis custar muito ou pouco trabalho aos homens. Na consideração do valor de uso será sempre pressuposta sua determinidade quantitativa, como uma dúzia de relógios, 1 braça de linho, 1 tonelada de ferro etc. Os valores de uso das mercadorias fornecem o material para a merceologia. O valor de uso se efetiva apenas no uso ou no consumo. Os valores de uso formam o conteúdo material da riqueza, qualquer que seja a forma social desta. Na forma de sociedade, eles constituem ao mesmo tempo, os suportes materiais do valor de troca. 

O valor de troca aparece inicialmente como a relação quantitativa, a proporção na qual valores de uso de um tipo são trocados por valores de uso de outros tipo, uma relação que se altera constantemente no tempo e no espaço. Por isso, o valor de troca parece algo acidental e puramente relativo, um valor de troca intrínseco, imanente à mercadoria; uma contradictio in adjecto. Um simples exemplo geométrico aparentemente ilustra isso. Marx, neste aspecto, reitera que esse algo comum não pode ser uma propriedade geométrica, física, química ou qualquer outra propriedade natural das mercadorias. Suas propriedades físicas importam apenas na medida em que conferem utilidade às mercadorias, isto é, fazem delas valores de uso. Por outro lado, parece claro que a abstração dos seus valores de uso é justamente o que caracteriza a relação de troca das mercadorias. Nessa relação, um valor de uso vale tanto quanto outro desde que esteja disponível em proporção adequada. Como valores de uso, as mercadorias, são, antes de tudo, de diferente qualidade; como valores de troca, elas podem ser apenas de uma quantidade diferente, sem conter, portanto, nenhum átomo de valor de uso. Prescindindo do valor de uso dos corpos das mercadorias, resta nelas uma única propriedade; a de serem produtos do trabalho. Mas o produto do trabalho, como vimos, já se transformou em nossas mãos.                                   

A bolsa de valores do Brasil, inaugurou a escultura Touro de Ouro, um símbolo do mercado financeiro e que está presente em outras bolsas do mundo, como o Charging Bull, localizado em Wall Street, de Nova York, nos Estados Unidos da América. A escultura está instalada em frente à sede da B3, no centro histórico de São Paulo. O touro tem 5,1 metros de comprimento, 3 metros de altura e 2 metros de largura. A escultura é do artista plástico e arquiteto Rafael Brancatelli e foi executada em parceria com o economista Pablo Spyer. - “O Touro de Ouro representa a força e a resiliência do povo brasileiro. A B3 está trazendo esse novo símbolo para valorizar não apenas o centro de São Paulo, mas o desenvolvimento do mercado de capitais do Brasil, que passa pela própria história da bolsa”, afirmou Gilson Finkelsztain, CEO da B3, em nota divulgada pela bolsa. No mês de outubro, a B3 atingiu a marca histórica de 4 milhões de contas de pessoas físicas em renda variável. No universo do mercado financeiro, o animal representa otimismo e prosperidade. Em Nova York, o Charging Bull foi inaugurado em 1989, pelo artista plástico Arturo Di Modica, após “um colapso de ações em 1987”. A atração forma filas na metrópole devido a uma superstição de que quem passar a mão no chifre ou nos testículos do animal terá prosperidade financeira e ganhará muito dinheiro. O Charging Bull simboliza uma metáfora do mercado de ações quando está em alta, pois o touro ataca de baixo para cima com seus chifres. Na Alemanha, na cidade de Frankfurt, sede do maior centro financeiro da Europa, há “uma imagem de um touro e de um urso em frente à bolsa de valores”. A estátua dos animais foi inaugurada em 1985, como parte da celebração do 400° aniversário da bolsa alemã.

Queremos dizer com isso, do ponto de vista metodológico, que se abstrairmos seu valor de uso, abstraímos também os componentes e formas corpóreas que fazem dele um valor de uso. O produto não é mais uma mesa, uma casa, ou um fio de qualquer outra coisa útil. Todas as suas qualidades sensíveis foram apagadas. E também já não é mais o produto do carpinteiro, como na religião, do pedreiro como na construção civil, do fiandeiro na indústria têxtil ou de qualquer outro trabalho produtivo determinado. Com o caráter útil dos produtos do trabalho desaparece o caráter útil dos trabalhos neles representados e, portanto, também as diferentes formas concretas, que não mais se distinguem uns dos outros, sendo todos reduzidos a trabalho humano igual, a trabalho humano abstrato. A continuação dialética da investigação nos levará de volta ao valor de troca como om modo necessário de expressão ou forma de manifestação do valor, mas este valor tem de ser, por ora, considerado independentemente dessa forma. Assim, um valor de uso ou bem só possui valor porque nele está objetivado ou materializado trabalho abstrato. Como medir a grandeza de seu valor? Por meio da quantidade de “substância formadora de valor”, isto é, da quantidade de trabalho nele contida.   

No entanto, o trabalho que constitui a substância dos valores é trabalho humano igual, dispêndio da mesma força de trabalho humano. Se o processo de reprodução social do trabalho ocorre desta forma, que lições poderemos tirar deste metabolismo social, ou seja, a dinâmica envolvendo a sociedade e o meio ambiente natural reconhecida e caracterizada pela relação de apropriação dos bens naturais pela sociedade com a finalidade de transformá-los em produtos consumíveis. A força de trabalho conjunta da sociedade, que se apresenta nos valores do mundo das mercadorias, vale aqui como uma única força de trabalho humana, embora consista em inumeráveis forças de trabalho individuais. Cada uma dessas forças de trabalho individuais é a mesma força de trabalho humana que a outra, na medida em que possui o caráter de uma força de trabalho social média e atua como tal força de trabalho social média; portanto, na medida em que, para a produção de uma mercadoria, ela só precisa do tempo de trabalho em média necessário ou tempo de trabalho socialmente necessário. Tempo de trabalho socialmente necessário é aquele requerido para produzir um valor de uso qualquer sob as condições normais para uma dada sociedade e com o grau social médio de destreza e intensidade do trabalho. Falando novamente em fios, após a introdução do tear a vapor na Inglaterra, por exemplo, passou a ser possível transformar uma dada quantidade de fio em tecido empregando cerca da metade do trabalho de antes. Na verdade, o tecelão manual inglês continuava a precisar do mesmo tempo de trabalho para essa produção, mas agora o produto de sua hora de trabalho individual representava apena a metade da hora de trabalho social e, por isso, seu valor caiu para a metade do dispêndio da capacidade de trabalho anterior.

A tese de Marx, resumidamente, apresenta-se da seguinte forma: é unicamente a quantidade de trabalho socialmente necessário ou o tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de um valor de uso que determina a grandeza de seu valor. A mercadoria individual vale aqui somente como exemplar médio de sua espécie. Por essa razão, mercadorias em que estão contidas quantidades iguais de trabalho ou que podem ser produzidas no mesmo tempo de trabalho têm a mesma grandeza de valor. O valor de uma mercadoria está para o valor de qualquer está para o valor de qualquer outra mercadoria assim como o tempo de trabalho necessário para a produção de uma está para o tempo de trabalho necessário para a produção de outra. Isto é, a sua representação como valores, incidem em todas as mercadorias que são apensa medidas determinadas de tempo de trabalho cristalizado, pois assim, a grandeza de valor de uma mercadoria permanece constante se permanece igualmente constante o tempo de trabalho requerido para sua produção. Essa força produtiva do trabalho é determinada por múltiplas circunstâncias, dentre outras pelo grau médio de destreza dos trabalhadores, o grau de desenvolvimento da ciência e de sua aplicabilidade tecnológica, a organização social do processo de produção, o volume e a eficácia dos meios de produção e as condições naturais.

            Quando Marx (2013) afirma que o nome de algo é totalmente exterior à sua natureza, ele quer dizer que não sabe nada de um homem quando sabe apenas que ele se chama Jacó. Do mesmo modo, nas denominações monetárias libra, táler, franco, ducado etc. desaparece todo sinal da relação de valor. A confusão sociológica sobre o sentido oculto desses símbolos cabalísticos é tanto maior porque as denominações monetárias expressam o valor das mercadorias e, ao mesmo tempo, partes das alíquotas de um peso metálico, do padrão monetário. Por outro lado, é necessário que o valor, em contraste com os variados corpos do mundo das mercadorias, desenvolva-se nessa forma material, desprovida de conceito, mas também simplesmente social. O preço é a denominação monetária do trabalho objetivado na mercadoria. A equivalência entre a mercadoria e a quantidade de dinheiro, cujo nome é seu preço, é uma tautologia, como a expressão relativa de valor é sempre a expressão da equivalência entre duas mercadorias.                

Mas se considerarmos que o preço, como equivalente da grandeza de valor da mercadoria, é exponente de sua relação de troca com o dinheiro, disso não se conclui a relação inversa, isto é, que o oponente de sua relação social de troca com o dinheiro seja necessariamente o exponente de sua grandeza material de valor. A grandeza de valor da mercadoria expressa, portanto, uma relação necessária e imanente ao seu processo constitutivo com o tempo de trabalho social. Com a transformação da grandeza de valor em preço, essa relação necessária aparece como relação de troca entre uma mercadoria e a mercadoria-dinheiro existente fora dela. Nessa relação, porém, é igualmente possível que se expresse a grandeza de valor da mercadoria, como o mais ou menos pelo qual ela vendável sob dadas circunstâncias. A possibilidade de uma incongruência quantitativa entre preço e grandeza de valor, ou o desvio do preço e relação à grandeza de valor, portanto, na própria formação-preço. Isso não é nenhum defeito dessa forma, mas, ao contrário, aquilo que faz dela a forma adequada a um modo de produção em que a regra só se pode impor como lei média do desregramento que se aplica cegamente.  

A divisão do trabalho converte o produto do trabalho em mercadorias e, com isso, torna necessária sua metamorfose em dinheiro. Ao mesmo tempo, ela transforma o sucesso ou insucesso dessa transubstanciação em algo acidental. No entanto, o fenômeno que se deve ser considerado em sua pureza, razão pela qual pressupomos o seu curso normal. Além disso, quando ele enfim se processa, quando a mercadoria não é invendável, sua mudança de forma ocorre sempre, ainda que, nessa mudança de forma, possa ocorrer um acréscimo ou uma diminuição anormal de substância – de grandeza de valor. A alienação da forma original da mercadoria se consuma mediante a venda da mercadoria, isto é, no momento em que seu valor de uso atrai efetivamente o ouro que, em seu preço, era apenas representado. A realização do preço ou da forma de valor apenas ideal das mercadorias é, ao mesmo tempo e inversamente, a realização do valor de uso apenas ideal do dinheiro, a conversão de mercadoria em dinheiro e, simultaneamente, de dinheiro em mercadoria. Trata-se de um processo bilateral que apresenta a relação social polo do possuidor de mercadorias que é venda; e também do polo do possuidor de dinheiro, compra. Venda é compra, como possuidor de dinheiro, porque seu produto possui, por natureza, a forma-dinheiro é material-dinheiro ouro etc., ou porque sua própria mercadoria muda de pele, despojando-se de sua forma original.     

            Uma vez que muitas técnicas inovadoras estejam sendo colocadas em prática na produção, juntamente com os procedimentos de controle de custos, fica mais fácil para as empresas fabricarem seus produtos. O metal de cobre é convertido em fios de diversas formas, bem como através de processos que envolvem muitas máquinas, mas que permitem a manufatura de fios de cobre de todos os tamanhos e espessuras. Da mesma forma, os fabricantes de tiras de cobre e outras empresas que estão fabricando dispositivos elétricos de metal de cobre se esforçam para dar uma grande precisão da engenharia aos produtos. Esta estratégia de qualidade voltada para o consumo de forma eficaz ajuda a manter os padrões em todo o processo de produção dos produtos de cobre. O processo industrial tem necessidades diferentes de utilizar inúmeros tipos de cabos para satisfazer a todos os requisitos. Alguns fabricantes de cobre também produzem fios de cobre personalizados, que seguirão uma padronização orientada para a indústria.

          O cobre ocupa a mesma família na tabela periódica que a prata e o ouro. O ouro é um metal de coloração dourada, de aspecto brilhante, resistente à corrosão, dúctil e maleável. Sua beleza fez desse metal um dos mais cobiçados ao longo da história da humanidade, seja por importância econômica, seja por questões religiosas e esotéricas. É considerado o mais nobre dos metais, embora não seja o mais caro nas cotações atuais. O ouro é um metal imutável, uma vez que sua inércia química permite que sua aparência permaneça inalterada por milênios, como é o caso do ouro presente na máscara do faraó Tutancâmon, a qual se mantém como se tivesse sido confeccionada há pouco tempo. A magnífica máscara da morte é a grande atração do Museu do Egito no Cairo, é feita em ouro puro e decorada com pedras preciosas, mede 54cm de altura, 39.3cm de largura e pesa 11kg, o seu valor é incalculável. O ouro está amplamente disperso no mundo e, por isso, foi descoberto por vários grupos sociais distintos em muitos locais, regiões, países e continentes em épocas diferentes, estando atrelado à cultura e história de diversas sociedades e nações. Entre os metais, o ouro é o mais maleável e dúctil, podendo um grama ser laminado em uma extensão de, aproximadamente, um metro quadrado.  

Outro destaque no âmbito da economia e produtividade social provém de sua utilidade de uso com alta condutividade elétrica, sendo o terceiro metal com maior condutividade da Tabela Periódica, ficando atrás de dois metais de seu grupo: a prata, a maior condutora de todos eles, e o cobre, o segundo maior condutor de eletricidade. Em termos de estrutura eletrônica, o cobre tem um elétron orbital (abstrato) em cima de uma cheia escudo do elétron que faz ligações metálicas. A prata e o ouro são semelhantes. O cobre é normalmente fornecido, como quase todos os metais de uso industrial e comercial, em um grão fino de formulário policristalino. Metais policristalinos tem mais força do que formas monocristalinas, e a diferença é maior para o menor grão (de cristal) em tamanho. É facilmente trabalhado, sendo que ele tem ambas as propriedades de dúctil e maleável. A facilidade com que pode ser levado a cabo o torna útil para trabalhos elétricos, assim como sua alta condutividade elétrica. O cobre tem um tom avermelhado, alaranjado ou cor acastanhada devido a uma fina camada de manchas (incluindo óxidos). O cobre puro é rosa ou cor de pêssego. Cobre e ósmio (azulada), césio e de ouro (tanto amarelo) são os únicos quatro metais com uma cor natural que não o cinza ou prata. Cobre resultados cor característica de sua configuração eletrônica.

Não se sabe exatamente quando esse metal foi descoberto. Mas a primeira menção dele foi feita no livro bíblico de Gênesis 4:22, no qual se relata que Tubalcaim, filho de Zilá com Lameque, era “mestre (ou forjador) de toda a obra de cobre e ferro”. Tubalcaim é um personagem bíblico do Antigo Testamento, mencionado no livro de Gênesis como um dos filhos do perverso Lameque e de Zilá, fazendo parte da descendência de Caim. Foi irmão de Naamá e meio-irmão de Jubal e Jabal. Ele é um mestre na forja de objetos feitos de ferro e cobre. Mas, o cobre ganhou maior destaque a cerca de 7000 anos atrás, por volta de 3000 a. C. quando se descobriu que com ele podia-se formar ligas metálicas. Os povos do Egito, Mesopotâmia e dos vales hindus já estavam familiarizados com ele. O acréscimo de estanho ao cobre forma uma liga de maior resistência frente à cor­rosão pela água e pelo ar, que é o próprio bronze. Também quando se adiciona zinco ao cobre, forma-se o latão que, assim como o bronze, é mais durável que o metal puro. Hoje em dia, existem mais de mil tipos de ligas com o elemento cobre. O cobre com o ouro e a prata, era a base das moedas de circulação no mundo antigo. Ele era o menos valioso destes três. Atualmente, ele ainda é usado na fabricação de moedas, mas geralmente na forma de liga monetária ou liga metálica, formada por 75% de cobre e 25% de níquel.

            O cobre é um mineral considerado essencial para o organismo. Ele é um oligoelemento, elemento químico essencial para os seres vivos encontrado em baixa concentração nos organismos, porém de fundamental importância biológica. O corpo humano não consegue produzir o cobre, ele é obtido por meio da alimentação. O cobre ajuda na formação de algumas células sanguíneas, hormônios e enzimas antioxidantes, também contribui para a síntese de neurotransmissores, formação da bainha de mielina e regulação da expressão gênica. O cobre ainda ajuda a regular a quantidade de ferro no organismo e na formação de tecidos conjuntivos. Ele está presente em nosso corpo em pequena quantidade. Considerando um peso de 70 kg, a pessoa possuirá 72 mg de cobre, concentrando-se principalmente no fígado e ossos. Sua função biológica em nosso corpo é a de auxiliar as enzimas envolvidas na utilização de oxigênio. Não existe perigo se não obtermos esse metal em quantidades suficientes em nossa alimentação. O cobre é um mineral que se encontra no sangue, no fígado, cérebro, coração e no rim para várias funções do corpo, como produzir energia, formação dos glóbulos vermelhos, formação dos ossos. É antioxidante, o que ajuda a proteger a forma das células de possíveis danos, evitando envelhecimento precoce e até o aparecimento de doenças graves como câncer.

A deficiência de cobre no organismo é rara, pois a quantidade de cobre encontrada nos alimentos é suficiente para atingir as necessidades de cobre o suficiente que o corpo precisa interna e externamente. Em alguns casos, pode até acontecer o acúmulo excessivo de cobre no corpo, o que pode provocar diarreia ou gosto metálico na boca, por exemplo. Ele é facilmente ingerido, pois está presente em diversos alimentos, além da água que é transportada por canos de cobre. O cobre ainda ajuda a regular a quantidade de ferro no organismo e na formação de tecidos conjuntivos. O cobre é bom para a manutenção da pele por alguns motivos essenciais. Ele é importante para a formação de melanina, que desempenha um papel na pigmentação da pele, cabelos e olhos, impedindo, por exemplo, a formação de manchas de pele, melasma. A lisil oxidase, é uma enzima dependente de cobre responsável pela ligação cruzada de colágeno e elastina, que são essenciais para a formação biológica de tecido conjuntivo forte e flexível. A ação antioxidante que o cobre proporciona por meio das enzimas antioxidantes também irá contribuir primordialmente na composição orgânica para a obtenção de uma pele mais saudável e bonita.

Muitas cuproenzimas, enzimas dependentes de cobre, são responsáveis por diversas reações essenciais para a função normal do cérebro e do sistema nervoso. Estas enzimas dependentes de cobre são responsáveis pela síntese de neurotransmissores, se faz a partir de um precursor como a tirosina, triptofano, colina e outros alfa-aminoácidos que, vindo do meio externo para o interior do neurônio, atravessa a membrana do corpo celular da estrutura neuronal por intermédio de mecanismos especializados. Além disso, a formação e manutenção da bainha de mielina, bainha protetora que cobre os nervos, é feita de fosfolipídios cuja síntese depende da atividade do citocromo c oxidase, enzima dependente de cobre. A forte ação antioxidante que o cobre proporciona indiretamente também irá prevenir possíveis doenças cerebrais degenerativas. O cobre é essencial para que as pessoas tenham um bom aproveitamento da propalada vitamina C. Esta vitamina aumenta a produção de glóbulos brancos, células que fazem parte do sistema imunológico e que tem a função primordial de combater microrganismo e estruturas estranhas ao corpo. A vitamina C também aumenta os níveis de anticorpos no organismo. Ela ajuda a fortalecer o sistema imunológico, deixando o corpo menos suscetível a doenças. A poderosa ação antioxidante indiretamente também age de forma positiva na imunidade.

A circulação de mercadorias, para Marx, distingue-se da troca direta de produtos não só formalmente, mas também essencialmente. Lancemos um olhar retrospectivo sobre o percurso. O tecelão de linho trocou incondicionalmente o linho pela Bíblia, a mercadoria própria por uma mercadoria alheia. Mas esse fenômeno só é verdadeiro para ele. O vendedor de Bíblias, que prefere o quente ao frio, não pensou em trocar a Bíblia por linho, assim como o tecelão de linho não sabe que seu linho foi trocado por trigo etc. O tecelão só pode vender o linho porque o camponês já vendeu o trigo, o esquentado só pode vender a Bíblia porque o tecelão já vendeu o linho, o destilador só pode vender a aguardente porque o outro já vendeu a água da vida eterna. Por isso, diferentemente da troca direta de produtos, o processo de circulação não se extingue com a mudança de lugar ou de mãos dos valores de uso. O dinheiro não desaparece pelo fato de, no final, ficar de fora da série de metamorfoses da mercadoria. Ele sempre se precipita em algum lugar da circulação deixado desocupado pelas mercadorias. Por exemplo, na metamorfose completa do linho, linho-dinheiro-Bíblia, é o linho que primeiro sai de circulação, entrando o dinheiro em seu lugar, e então a Bíblia sai de circulação e o dinheiro toma o seu lugar. A substituição de uma mercadoria por outra faz com que o dinheiro acabe nas mãos de um terceiro. A circulação é um meio que transpira dinheiro por todos os poros.  

Nada poderá ser mais tolo do que o dogma de que a circulação de mercadorias provoca um equilíbrio necessário de vendas e compra, uma vez que cada venda é uma compra e vice-versa. Se isso significa que o número de vendas efetivamente realizadas é o mesmo das compras, trata-se de pura tautologia. Mas ele pretende provar que o vendedor leva seu próprio comprador ao mercado. Venda e compra são ato idêntico como relação mútua entre duas pessoas situadas em polos contrário: o possuidor de mercadorias e o possuidor de dinheiro. Como ações da mesma pessoa, eles constituem dois atos frontalmente opostos. A identidade de compra e venda implica que a mercadoria se torna inútil se, uma vez lançada na retorta alquímica da circulação, ela não resulta desse processo como dinheiro, se não é vendida pelo possuidor de mercadorias, e, portanto, não é comprada pelo possuidor de dinheiro.  Comprado tem a mercadoria, o vendedor tem o dinheiro, isto é, uma mercadoria é uma relação social que conserva a forma adequada à circulação independentemente se cedo ou tarde ela volta a aparecer no mercado. Ninguém pode vender sem que o outro compre. Mas ninguém precisa comprar apenas pelo fato de ele mesmo ter vendido. A circulação rompe as barreiras temporais, locais e individuais da troca de produtos. Precisamente porque provoca uma cisão na identidade imediata aqui existente: entre valor de uso do próprio produto do trabalho e o receber em valor o produto do trabalho alheio, transformando essa identidade na antítese entre compra e venda.

            Durante o ano de 2021 foram furtados ou roubados 4,12 milhões de metros de cabos de telecomunicações, segundo a Conexis Brasil Digital, sindicato nacional das operadoras de telecomunicações. Nas contas das teles, isso significou que mais de 6 milhões de clientes ficaram se acesso a serviços de comunicação. O volume de cabos roubados é 11% menor que o registrado em 2020, quando foram furtados ou roubados 4,6 milhões de metros. Segundo as empresas, o resultado está ligado a um maior diálogo do setor com autoridades federais, estaduais e municipais para a promoção de ações de combate ao furto, roubo e vandalismo de cabos e equipamentos. São Paulo é o estado que mais sofre com o roubo e furto de cabos de telecomunicações. Durante o ano de 2021 foram furtados 1,081milhão de metros. Em segundo lugar ficou o estado do Paraná, com 608,5 mil metros de cabos furtados ou roubados, seguido pelo Rio de Janeiro, com 504,1 mil metros. No Rio Grande do Sul, estado que ocupou a quarta posição, a quantidade de cabos furtados aumentou 75% em 2021 na comparação com 2020, passando de 187.676 metros para 328.959 metros. – “O furto, o roubo e a receptação de cabos e equipamentos causam prejuízo direto para os consumidores, que ficam sem acesso a serviços que se mostraram essenciais durante a pandemia, e para as empresas, que precisam repor esses equipamentos. As ações criminosas comprometem ainda os serviços de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas”, sustentam as operadoras.

O setor defende a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes. E também defende a punição de empresas que compram equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime. Além do furto e roubo, as teles reclamam dos bloqueios de acesso das equipes das prestadoras para a manutenção de equipamentos, usados para a prestação do serviço. – “As operadoras ficam sem acesso aos equipamentos e impedidas de dar a manutenção necessária à prestação do serviço, assim como para a eventual substituição dos itens roubados. Já os consumidores ficam reféns, privados dos serviços ou obrigados a contratá-los de empresas ilegais, controladas pelo crime organizado, sem quaisquer direitos, garantias e sujeitos a preços abusivos”.

A deputada federal Aline Sleutjes apresentou projeto de lei federal nº 3410/2021 que tem por objetivo a aplicação de medidas administrativas de prevenção e combate ao roubo, furto e receptação de cabos, fios metálicos, geradores, baterias, transformadores e placas metálicas. O Projeto de Lei tem a finalidade de quebrar a cadeia ilícita referente à comercialização de cabos, fios e materiais metálicos obtidos por meio ilícito: roubo, furto e receptação, além de impor obrigações adicionais aos comerciantes de sucatas metálicas e sanções para os que as desrespeitem. A pessoa física ou jurídica que armazenar, trocar ou comercializar, esse tipo de fio que sejam comprovadamente produto de crime ou não tenham procedência lícita comprovada, enfrentarão sansões administrativas como multa de no mínimo R$ 5 mil podendo chegar até R$ 50 mil e cancelamento da inscrição no cadastro de ICMS, da pessoa jurídica ou de seu conglomerado econômico, com aplicação de multa ou não aos seus sócios e suspensão da prerrogativa da pessoa física ou jurídica, bem como seus sócios, envolvidos na atividade ilícita, de constituir empresa para os fins vedados por esta Lei, por um período mínimo de 5 anos, em todo território brasileiro.

            Historicamente estimativas iniciais da descoberta do cobre sugerem em torno de 9000 a.C. no Oriente Médio. Foi o mais importante dos materiais da humanidade durante a chamada Era do Cobre e Bronze. Objetos de cobre de 6000 a.C. foram encontrados em Çatal Höyük, Anatolia. Em 5000 a.C. já se realizava comercialmente a fusão e refinação do cobre a partir de óxidos como a malaquita e azurita. Os primeiros indícios de utilização do ouro não foram vislumbrados até 4000 a.C. Descobriram-se moedas, armas, utensílios domésticos sumérios de cobre e bronze de 3000 a.C., comparativamente como egípcios da mesma época, inclusive tubos de cobre. Os egípcios também descobriram que a adição de pequenas quantidades de estanho facilitava a fusão do metal e aperfeiçoaram os métodos de obtenção do bronze; ao observarem a durabilidade do material representaram o cobre com o Ankh, símbolo da vida eterna. Na antiga China o uso do cobre é reconhecido desde 2000 anos antes da nossa Era, e em 1200 a.C. já se fabricavam bronzes de excelente qualidade estabelecendo um manifesto domínio na metalurgia sem comparação com a do Ocidente. Na Europa o homem de gelo encontrado no Tirol, na Itália, em 1991, cujos restos têm uma idade de 5300 anos, estava acompanhado de um machado de cobre com pureza de 99,7%, e os elevados índices de arsênico encontrados em seu cabelo “levam a supor que fundiu o metal para a fabricação da ferramenta”.

O cobre é um metal de transição avermelhado, que apresenta alta condutibilidade elétrica e térmica, só superada pela da prata. É possível que o cobre tenha sido o metal mais antigo a ser utilizado entre os gentios, pois se têm encontrado objetos de cobre de 8700 a.C. Pode ser encontrado em diversos minerais e pode ser encontrado nativo, na forma metálica, em alguns lugares. Fenícios importaram o cobre da Grécia, não tardando em explorar as minas do seu território, como atestam os nomes das cidades Calce, Calcis e Calcitis (de χαλκος, bronze), ainda que tenha sido Chipre, a meio caminho entre Grécia e Egito, por muito tempo reconhecido o país do cobre por excelência, ao ponto de os romanos chamarem o metal de aes cyprium, ou simplesmente cyprium e cuprum, donde provém o seu nome. Além disso, o cobre foi representado com o mesmo signo que Vênus, a afrodite, pois Chipre estava consagrada a deusa da beleza e os espelhos eram fabricados com este metal. O símbolo, espelho de Vênus da mitologia e da alquimia, modificação do egípcio Ankh, foi adotado por Carl Linné (1707-1778) para simbolizar o gênero feminino. O período de transição entre o neolítico e a Idade do Bronze foi denominado período calcolítico que marca a passagem do ponto de vista abstrato da pré-história para a história.

Carl Nilsson Linnæus foi um botânico, zoólogo e médico sueco, responsável por popularizar a nomenclatura binomial criada pelo naturalista Gaspard Bauhin (1560-1624) e a classificação científica, sendo assim considerado o “pai da taxonomia moderna”. Carlos Lineu foi um dos fundadores da Academia Real das Ciências da Suécia. Participou também no desenvolvimento da escala Celsius de temperatura, invertendo a escala que Anders Celsius havia proposto, passando o valor de 0° para o ponto de fusão da água e 100° para o ponto de ebulição que pertence a uma escala que tem cem graus: grau centígrado. As denominações graus centígrados e termômetro centígrado tornaram-se obsoletas depois da Conferência Geral de Pesos e Medidas de 1948, tendo preferência as formas graus Celsius, termômetro Celsius.  Carl Lineu era o botânico mais reconhecido de seu tempo, sendo também reconhecido pela compreensão dos literários. O filósofo Jean-Jacques Rousseau enviou-lhe a mensagem: - “Diga-lhe que não conheço maior homem no mundo”; o escritor Johann Wolfgang von Goethe escreveu: - “Além de Shakespeare e Spinoza, não conheço ninguém entre os que já não se encontram entre nós que me tenha influenciado mais”. O escritor August Strindberg escreveu: - “Lineu era na realidade um poeta que por acaso se tornou um naturalista”. É ainda o cientista da área das ciências naturais mais famoso da Suécia e como reconhecimento histórico e factual a sua figura humana esteve presente nas notas suecas de 100 coroas entre 1985 e 2016.

Bibliografia geral consultada.

HEGEL, Friedrich, Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio: 1830. Volume II. A Filosofia da Natureza. São Paulo: Editora Loyola, 1997; FERNANDEZ, Oscar Jesus Choque, Microquímica e Mineralogia de Processos do Cobre de Salobro, Carajás. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica. Centro de Geociências. Belém: Universidade Federal do Pará, 2002; GUINCHARD, Vincent; PERRIN, Franck, L´Aristocratie Celte à la Fin de l´Age du Fer. (du II Siècle avant J.-C. au I Siècle Après J.-C.). Glux-en-Glenne: Éditions Collection Bibracte 5, 2002; LUFTI, Mansur, Os Ferrados e os Cromados: Produção Social e Apropriação Privada do Conhecimento Químico. 2ª edição. Ijuí: Editora da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, 2005; YUBA, Andrea Nagulssa, Análise da Pluridimensionalidade da Cadeia Produtiva de Componentes Construtivos de Madeira de Plantios Florestais. Tese de Doutorado. Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo, 2005; ARAÚJO, Antônio Carlos Marques, Perdas e Inadimplência na Atividade de Distribuição de Energia Elétrica no Brasil. Tese de Doutorado. Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007; FOIATTO, Noara, Sistematização do Reconhecimento de Irregularidades que Caracterizam Fraude em Medidores de Energia Elétrica. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009; MARX, Karl, O Capital: Crítica da Economia Política. Livro I. O Processo de Produção do Capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013; SANTOS, Carlos Orlando Pereira dos, Sistema de Distribuição Aéreo de Energia Elétrica sem Rede de Baixa Tensão para Eliminar Furto e Fraude. Dissertação de Mestrado. Programa de Planejamento Energético. Itajubá: Universidade Federal de Itajubá, 2018; SILVA, Alfredo José Ferreira, Adsorção dos Íons de Cobre Usando Pó da Palha da Carnaúba e Bentonita: Estudo Cinético, Termodinâmico e de Equilíbrio. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química. Centro de Tecnologia. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019; VIEIRA, Andrea Mara Ribeiro da Silva, Natureza da Ciência e a Educação Científica: Compreendendo a Dimensão Histórica e o Papel da Historicidade. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Faculdade de Educação. Brasília: Universidade de Brasília, 2020; Artigo: “Combate ao Roubo de Cabos de Telecom e a Reforma Tributária estão entre as Prioridades Legislativas para 2022”. Disponível em: https://conexis.org.br/02/02/2022/; entre outros.