“Os retratos ocupam um lugar preponderante nas exposições”. Antoine Lilti (2018: 93)
A
geração Y, também chamada “geração do milênio”, “geração da internet”, ou “milênicos”,
do inglês: Millennials, é um conceito em sociologia que se refere à
corte dos nascidos após o início da década de 1980 até, aproximadamente, o
final do século. Especificamente, o instituto de pesquisa Pew Research
Center classifica como geração Y os nascidos entre os anos 1981 e 1996, e
outros como os nascidos entre os anos de 1982 e 2004. A escritora
norte-americana Kathleen Shaputis descreveu os Millennials como “geração
boomerang”, ou “geração Peter Pan”, porque foi percebido neles uma tendência a
“demorar alguns ritos de passagem para a idade adulta por períodos mais
longos do que as gerações anteriores”. Essa referência é comparada também para
os membros desta geração, que tendem a viver com seus pais por períodos de tempo mais
longos do que gerações anteriores. Essa geração (cf. Mannheim, 1993) desenvolveu-se
com avanços tecnológicos e prosperidade, facilidade material, e
efetivamente, em ambiente altamente urbanizado, imediatamente após a
instauração do domínio da virtualidade como sistema de interação social e
midiática (cf. Durkheim, 2020), e em parte, no nível das relações de trabalho.
Se a geração X foi concebida na transição para o “novo mundo tecnológico”, a geração Y foi a primeira verdadeiramente nascida neste meio, mesmo que incipiente. É importante notar que não existe geração Y no campo, se a natureza da renda da família e da cidade estão relacionadas a um histórico de trabalhos braçais e tradicionais, rurais, ou tradicionais manufatureiras. Há uma diferença significativa entre as modalidades de prosperidade econômica e níveis de interação material mundiais, quando comparadas as duas gerações (X e Y). Na primeira, a quantidade de elementos lúdicos (cf. Mendonça, 2013), de brinquedos, artefatos e eletrodomésticos ou qualquer nível de produto na cadeia social é muito menor que na segunda, e em contrapartida, mais duradouro e predisposto à manutenção ao invés do descarte e a questão “atualização” (update). A dinâmica da “manutenção” e “reciclagem econômicas” foram dramaticamente alteradas na virada do milênio, encabeçadas por potências como o Japão, Tigres Asiáticos e Estados Unidos da América, onde o ciclos de descarte fazem parte da produção local.
A expressão sociológica Tigres Asiáticos e mormente Quatro Tigres Asiáticos referem-se às economias desenvolvidas dos países Hong Kong, Coreia do Sul, Singapura e República da China. Esses territórios e países localizados no sudeste da Ásia apresentaram grandes taxas de crescimento econômico e social e rápida industrialização entre as décadas chave de 1960 e 1990. A sua indústria de tecnologia desempenha ipso facto um papel-chave na economia global. A República da China é classificada como desenvolvida em termos de liberdade de imprensa, saúde, educação pública, liberdade econômica, entre outros indicadores socioeconômicos. A partir da década de 1980, alguns territórios do Pacífico malaio-asiáticos começaram a apresentar os “chamados altos índices de crescimento econômico” e importante influência no mercado mundial globalizado, sendo por isso designados metaforicamente tigres asiáticos. Lembram agressividade e essa a característica fundamental das quatro economias, ainda que Hong Kong não possa ser considerado um Estado Nacional, na esfera política, ainda que sua estrutura forme esse grupo. Eles se utilizaram de estratégias arrojadas para atrair capital estrangeiro, apoiada exploração da mão-de-obra disciplinada, na isenção de impostos e nos baixos custos de instalação de empresas. O país asiático que iniciou esse “ciclo” de crescimento econômico foi o Japão, “com uma bem sucedida reforma agrária, seguida de um aumento rápido da renda dos fazendeiros, que criou um mercado local para novas fábricas”.
A
Primeira Crise do Estreito de Taiwan (1954-1955) representou um eminente
conflito armado de curta duração que ocorreu entre os governos da República
Popular da China e a República da China (Taiwan). A China continental tomou para
si as Ilhas Yijiangshan, forçando Taiwan a abandonar as Ilhas Tachen. As
Marinhas dos Estados Unidos e de Taiwan uniram estratégias políticas
para esvaziar o pessoal militar e civil da República da China das Ilhas Tachen
para Taiwan. Embora as Ilhas Tachen mudassem de mãos na crise, os noticiários
estadunidenses centraram-se quase exclusivamente nas Ilhas Quemoy e Matsu, os
quais tornaram-se palcos de frequentes duelos de artilharia. A distância de
tais ilhas pra Taiwan é de cerca de 150 Km, enquanto que poucos
quilômetros de mar separam Quemoy de territórios controlados pela China na
cidade de Xiamen, enquanto Matsu é situada a distância similar de Fuzhou, que as torna visíveis do continente e alvos fáceis para peças
de artilharia.
A Segunda Crise do Estreito de Taiwan (1958) representou um conflito ocorrido entre os governos da República Popular da China (China comunista) e a República da China (Taiwan) em que a República Popular da China bombardeia as ilhas de Quemoy e Matsu no Estreito de Taiwan, na tentativa de tomá-las da República da China. Esta situação, continuou por 44 dias e custou cerca de 1.000 vidas. Foi uma continuação da Primeira Crise do Estreito de Taiwan, guardas as proporções belicistas, que teve início após a Guerra da Coreia (1950-1953). De novembro de 1954 a maio de 1955, a Primeira Crise do Estreito de Taiwan ocorre entre a China comunista e a República da China Nacionalista refugiada em Taiwan em decorrência da guerra civil chinesa. Pequim conseguiu capturar duas das ilhas próximas à costa que ainda estavam sob controle nacionalista, mas foi impedida pela ameaça de intervenção militar por parte dos Estados Unidos da América. A segunda crise começou em 23 de agosto de 1958, quando a artilharia do Exército de Libertação Popular passou a bombardear as ilhas de Quemoy e Matsu no Estreito de Taiwan e ameaçar invasão. Mao Tsé-Tung (1893-1976) não queria que a questão de Taiwan permanecesse nas sombras, pretendendo protestar contra o apoio dos Estados Unidos à República da China e Independência da União Soviética. Taiwan é uma ilha com 23 milhões de habitantes democrática, semipresidencialista. Localizada a 180 km da China, a ilha luta para que permaneça independente e não seja reconhecida como parte do território chinês.
Para garantir sua soberania contra um dos maiores impérios do mundo, Taiwan apostou na tecnologia e desenvolveu o Escudo de Silício, uma estratégia que evita o ataque dos vizinhos chineses. O termo foi criado por Craig Addison, um jornalista que escreve para o veículo jornalístico The South China Morning Post. O profissional lançou o livro: Silicon Shield: Taiwan`s Protection Against Chinese Attack (2001) e entrevista à BBC falando sobre o tema. O primeiro esclarecimento que o jornalista fez é que Taiwan não possui um escudo de verdade, como os antimísseis que Israel utiliza para evitar ataques aéreos da Palestina. As fabricantes do produto vêm tentando aumentar sua capacidade de produção e alterar os seus processos de fabricação. No caso, a terminologia funciona como uma estratégia da ilha, já que ela é líder mundial na fabricação de chips semicondutores. Os produtos, que são essenciais na fabricação de celulares, computadores, videogames e carros, são geralmente feitos de silício e acabam sustentando parte da economia moderna. Um ataque chinês ao país poderia, portanto, afetar a produção dos chips e causar um estrago não só na economia chinesa, mas mundial. - O “escudo de silício” é semelhante ao conceito de Destruição Mútua Assegurada (MAD) que teve sua progênie durante a Guerra Fria, de ação militar no estreito de Taiwan tão prejudicial à China quanto para as relações internacionais entre Taiwan e os Estados Unidos da América.
Seja
por necessidade econômica, necessidade de proteção ambiental ou de retorno
financeiro. Simultaneamente, a natureza da efemeridade dos programas
computacionais e a lógica pragmática da indústria de softwares induziram
também o ideário do conceito como é visto amplamente nos mass mídia de
descarte e atualização de mercadorias. De forma complementar, o desenvolvimento
da indústria automobilística entrou no patamar de configuração social dos
veículos, também por questões de reciclagem e descarte que
alimentariam a cadeia produtiva desde a fonte, em termos de reduzir a espessura
das latarias e materiais em função da absorção de impactos em colisões. Este
elemento, de origem investigativa com base em pesquisas de colisão, com modelos
e bonecos, por si só inseriu também em parte a necessidade de redução da
resistência mecânica e, portanto, durabilidade material das latarias, fato
perceptível no senso comum da população. Estas diferenças produziram uma
geração familiarizada com a baixa durabilidade e efemeridade dos produtos socialmente produzidos.
Neste ambiente volátil, por vezes hostil, onde assistimos à queda das
profissões e a relativização de outras, a lógica do trabalho então
reconhecida das profissões e novas carreiras adquiriram novo significado e grau
de comprometimento.
A geração Y foi desta forma superexposta a novo nível de informação, afastada dos trabalhos braçais e sobrecarregada de prêmios e facilidades materiais em troca de pouco, ou nenhum esforço físico. Em parte, este processo social ocorreu devido a uma aparente compensação inegável a partir dos pais, originários da geração X, possivelmente tentando compensar a lacuna material pelo qual podem ter passado, se comparadas às prosperidades econômicas da geração X com a da Y. Possivelmente tentando viver um nível de materialismo econômico através de seus filhos e netos. Eles cresceram vivendo em ação, estimulados por atividades técnico-científicas, fazendo por gosto tarefas múltiplas. Acostumados a conseguirem o que querem, talvez, sem esforço ou prazos consideráveis, não se sujeitam às tarefas subalternas de início de carreira e desejam salários ambiciosos cedo, em geral com a suposição de que conhecimento e currículo técnico tornam desnecessários outros atributos profissionais. É comum que os jovens dessa geração troquem de emprego com frequência em busca de oportunidades que ofereçam mais desafios e crescimento profissional, ou em função de uma evasão de cérebros e de dificuldades típicas de inúmeras novas carreiras. A discrepância na percepção sobre o trabalho e carreira é evidente em fóruns na internet. Observa-se o confronto de gerações e o discurso divergente, criticando a postura da geração Y como “sem interesse” e diversos outros adjetivos.
Uma característica básica que define esta geração é a utilidade de uso de aparelhos de tecnologia, como telefones celulares de última geração, os chamados smartphones (“telefones inteligentes”), para muitas outras finalidades além de apenas fazer e receber ligações como é característico das gerações anteriores. A geração Y, também reconhecida por “geração do milênio”, representava, em 2012, cerca de 20% da população global. Desenvolveram-se num mundo digital e estão familiarizados com dispositivos móveis e comunicação social dita em tempo real. Como tal são um tipo específico de consumidores, exigentes, bem informados e com peso na tomada de decisões de compra. São a primeira geração verdadeiramente globalizada. Cresceram com a tecnologia e usam-na desde a primeira infância. A rede internet é, para eles, uma necessidade essencial e, com base no seu acesso facilitado, desenvolveram uma grande capacidade em estabelecer e manter relações pessoais próximas que à distância. A tecnologia e os dispositivos móveis (tablets e smartphones) em particular, criaram condições de comunicação para a geração Y como nenhuma geração o tinha feito, permitindo partilhar experiências, trocar impressões, comparar, aconselhar, criar e divulgar “conteúdos”, o fundamento das redes sociais. Em 2016, dados estatísticos demonstram que esses Millennials, já estavam investindo mais tempo assistindo vídeos, em smartphones do que assistindo TV ao vivo.
A
geração do milênio tem a expectativa de obter informação e entretenimento
disponíveis em qualquer lugar e em qualquer altura. Afirma-se mesmo que eles
têm que sentir que controlam o ambiente em que estão inseridos, tendendo a
obter informação de forma fácil e rápida e ainda que estarem aptos a ter vidas
menos estruturadas. Enquanto grupo social crescente, tem se tornado o
público-alvo das ofertas de novos serviços e na difusão de tecnologias, muitas
vezes em função da velocidade e revenda de produtos praticamente idênticos,
através do imaginário da necessidade absoluta de atualização de software
e/ou hardware, como ícone de condição de inserção social e econômica. As
empresas desses segmentos visam a atender essa nova geração de consumidores,
que constitui um público exigente, atualizado e ávido por inovações.
Aparentemente e às vezes preocupados com o ambiente das cidades e as causas
sociais, têm um ponto de vista diferente das gerações anteriores, que viveram
épocas de guerras e grande desemprego.
Mas
se engana quem pensa que a geração Y é um “mar de rosas”. Nascidos de pós-utopias
e modificação de visões políticas e existenciais, a chamada Geração Y cresceu
em meio a um crescente individualismo, egoísmo e extremada competição. Não são
jovens que, comparativamente, têm a mesma consciência política das gerações da contracultura.
E também, como as informações aparecem numa progressão geométrica e circulam a
uma velocidade e tempo jamais vistos, o conhecimento tende a ser encarado com superficialidade.
A geração Y desenvolveu-se num contexto macroeconômico pós-guerra fria, onde as
dicotomias extremas foram em parte dissolvidas, ipso facto com
simbologia principal a queda do Muro de Berlim e os partidos políticos
multiplicaram-se e assimilaram características dos outros, tornando a percepção
desta geração, com relação a que posicionamento tomar, mais complexa e sem base
que a da geração X. A dinâmica sociopolítica e econômica e a efemeridade dos
elementos sociais produziram ideologias instáveis e
flexíveis, de forma que o partidarismo e o estímulo do liberalismo ao
consumo, abriram fendas pouco nítidas a esta geração.
Vale
lembrar para Edgar Morin, que seu primeiro livro: L`An Zéro de l`Allemagne,
publicado em 1946, no qual descreve a condição do povo alemão no pós-guerra,
sendo apreciado por Maurice Thorez, que o convida a escrever para a revista Lettres
françaises. A partir de 1949, distancia-se do Partido Comunista Francês
(PCF), do qual será excluído em 1951, por suas posições críticas. Aconselhado
por Georges Friedmann, que conheceu durante a ocupação e com o apoio de Maurice
Merleau-Ponty, de Vladimir Jankélévitch e Pierre George, entra para o Centre
National de la Recherche Scientifique (CNRS) em 1950. Começa a escrever L`Homme
et la Mort que será editado a seguir, em 1951. Em 1955 coordena um comitê
político contra a guerra da Argélia e defende particularmente Messali Hadj,
pioneiro da luta anticolonial e um dos próceres da Independência da Argélia. Em
1960, funda, na École des Hautes Études en Sciences Sociales - Sociologie,
Anthropologie, Histoire, o Centro de Estudos de Comunicação de Massa, com Georges Friedmann e Roland Barthes, com a intenção de adotar uma
abordagem transdisciplinar criam a revista Communications. Edgar Morin é também fundador da revista Arguments
(1957-1963). Em 1963, casa-se com a artista plástica de origem
quebecoise-caribenha Joahnne, com quem viaja ao Brasil diversas vezes. De 1975
a 1978, integrou o “Grupo dos Dez”, onde absorveu contatos sociais com
as três teorias que viriam fundamentar as suas ideias sobre a teoria da
complexidade, a saber: cibernética, teoria da informação e teoria dos sistemas.
Em 1973, publica o livro L`Paradigme Perdu: La Nature Humaine. O livro foi o ponto de partida para a construção do Método, e uma série de livros, onde Edgar Morin explica minuciosamente a sua teoria da complexidade. Nomeado diretor de pesquisa do extraordinário CNRS em 1970, será entre 1973 e 1989 um dos dirigentes do Centro de Estudos Transdisciplinares da EHESS, sucessor do CECMAS. Sua principal obra é a constituída por seis volumes, mas é em particular em La Méthode que o pensador propõe o conceito de complexidade, a ideia-chave do método, que foi escrita durante três décadas e meia. Trata-se de uma das maiores obras de epistemologia. Inicia seus primeiros manuscritos de La Méthode, em 1973, com a publicação do livro: O Paradigma Perdido: a Natureza Humana, uma transformação epistemológica por questionar o fechamento ideológico e paradigmático das ciências, além de apresentar uma alternativa à concepção de paradigma encontrada no pensamento de Thomas Kuhn. A razão cartesiana impôs um paradigma. Nos ensinou a separar a razão da des-razão. A religar o que a ciência cartesiana e as universidades através da divisão técnica do trabalho separaram. Ainda que as condições socioculturais sejam distintas das condições biocerebrais, estão ligadas por um nó górdio: as sociedades existem e as culturas só se formam, conservam, transmitem e desenvolvem através das interações cerebrais ou espirituais entre os indivíduos que se relacionam em sociedade.
A cultura que caracteriza as sociedades humanas é organizada e/ou organizadora via o veículo cognitivo da linguagem, a partir do “capital cognitivo coletivo” dos conhecimentos adquiridos, das competências aprendidas, das experiências vividas, da memória histórica, das crenças míticas de uma sociedade. E, dispondo de seu capital cognitivo, a cultura institui as regras/normas que organizam a sociedade e governam os comportamentos individuais. Estas regras in statu nascendi geram processos sociais que regeneram a complexidade social adquirida por essa mesma cultura. Assim, a cultura não deve ser compreendida pelas metáforas estruturais, que são termos impróprios em uma organização recursiva onde o que é produzido e gerado torna-se produtor e gerador daquilo que o produz ou gera. Entendemos que cultura & sociedade estão em relação geradora mútua; nessa relação, não podemos esquecer as interações entre indivíduos, eles próprios portadores ou transmissores de cultura, que regeneram a sociedade, a qual regenera a cultura. Daí a tese sociológica segundo a qual, é possível explicar que “se a cultura contém um saber coletivo acumulado em uma memória social, se é portadora de princípios, modelos, esquemas de conhecimento, se gera uma visão de mundo, se a linguagem e o mito são partes constitutivas da cultura, então a cultura não comporta somente uma dimensão cognitiva: é uma máquina cognitiva cuja práxis é cognitiva”.
É
neste sentido próprio de saber cognitivo que uma cultura abre e fecha as
potencialidades bioantropológicas do conhecimento. Ela as abre e
atualiza fornecendo aos indivíduos o seu saber acumulado, a sua linguagem, os
seus paradigmas, a sua lógica, os seus esquemas, os seus métodos de
aprendizagem, métodos de investigação, de verificação, etc., mas, ao mesmo
tempo, ela as fecha e inibe com as suas normas, regras, proibições, os seus tabus,
seu etnocentrismo, a sua autossacralização, a sua “ignorância de ignorância”.
Ainda aqui, o que abre o conhecimento é o que fecha o conhecimento. Desde o seu
nascimento, o ser humano conhece não só por si, para si, em função de si, mas,
também pela sua família, pela sua tribo, pela sua cultura, pela sua sociedade,
para elas, em função delas. Assim, o conhecimento de um indivíduo alimenta-se
de memória biológica e de memória cultural, associadas na própria memória, que
obedece a várias entidades de referência, diversamente presentes nela. Tudo o
que é linguagem, lógica, consciência, tudo o que é espírito e pensamento,
constitui-se na encruzilhada dialógica entre dois princípios de tradução, um
contínuo, o outro descontínuo (binário).
As
aptidões individuais organizadoras do nosso cérebro humano necessitam de
condições socioculturais para se atualizarem, as quais necessitam das aptidões
do espírito humano para se organizarem individual e socialmente. A cultura está
nos espíritos, vive nos espíritos, os quais estão na cultura, vivem na cultura.
Meu espírito conhece através da minha cultura, vivem na cultura. Meu espírito
conhece através da minha cultura, mas, em certo sentido, a minha cultura
conhece através do meu espírito. Assim, portanto, as instâncias produtoras do
conhecimento se coproduzem umas às outras; há uma unidade recursiva complexa
estabelecida entre produtores e produtos do conhecimento, ao mesmo tempo/espaço
em que há relação hologramática entre cada uma das instâncias, cada uma
contendo as outras e, nesse sentido, cada uma contendo “o todo enquanto todo”.
Falar em complexidade é sociologicamente falar em relação social de interação
simultaneamente complementar, concorrente, antagônica, recursiva e
hologramática entre essas instâncias cogeradoras do reconhecimento humano. Mas
não é apenas essa complexidade sob condições determinada que permitem
compreender a possível autonomia relativa do espírito – as faculdades
intelectuais - e no sentido técnico do cérebro individual.
Mas
é somente assim mesmo que o espírito individual pode autonomizar-se em relação à sua
determinação biológica. Recorrendo às suas fontes e recursos socioculturais. E
em relação à sua determinação cultural utilizando a sua aptidão
bioantropológicas para organizar o conhecimento. O espírito individual pode
alcançar a sua autonomia jogando com a dupla dependência que, ao mesmo tempo, o
constrange, limita e alimenta. Pode jogar, pois há margem, entre hiatos,
aberturas, defasagens. Entre o bioantropológico e o sociocultural, o ser
individual e a sociedade. Assim, a possibilidade de autonomia do espírito
individual está inscrita no princípio de seu conhecimento. E isso em nível de
seu conhecimento cotidiano, quanto em nível de pensamento filosófico ou
científico. A cultura fornece ao pensamento as suas condições sociais e
materiais de formação, de concepção, de conceptualização. Portanto, ela impregna,
modela e eventualmente governa os conhecimentos individuais. A cultura e, somente
pela via da cultura, a sociedade está no interior do conhecimento. Tese: O
conhecimento está na cultura e a cultura está na representação do conhecimento.
Um ato cognitivo per se é um elemento do complexo cultural coletivo que
se atualiza em um ato cognitivo individual.
A percepção da esfera social é submetida a novas categorizações, tanto quanto as formas de conceptualizações, taxinomias, que influenciarão o reconhecimento e a
identificação das cores, das formas, dos objetos. O conhecimento intelectual
organiza-se em função técnica de paradigmas que selecionam, hierarquizam,
rejeitam as ideias sociais e as informações técnicas, bem como em função de
significações mitológicas e de projeções imaginárias. Assim se opera a
“construção social da realidade”, ou antes, a “co-construção social da
realidade”, visto que a realidade se constrói também a partir de dispositivos
cerebrais, em que o real (imagem) se consubstancializa e se dissocia do irreal
(fantasia), a weltanschauung, que se concretiza em verdade, em
erro, na mentira. Para conceber a sociologia do conhecimento, é necessário,
conceber não só o enraizamento do conhecimento na sociedade e a interação
social do conhecimento na sociedade. Mas no anel recursivo no qual o
conhecimento é produto/produtor sociocultural que comporta uma dimensão própria
cognitiva.
Os
homens de uma cultura, pelo seu modo de conhecimento, produzem a cultura
que produz seu reconhecimento. A cultura gera os conhecimentos que regeneram a
cultura. Ao considerar-se a que ponto o conhecimento é produzido por uma
cultura, dependente de uma cultura, integrado a uma cultura, pode-se ter a
impressão de que nada seria capaz de poder libertá-lo. Mas isso seria,
sobretudo, ignorar as potencialidades de autonomia relativa, no interior de
todas aquelas culturas, dos espíritos individuais. Os indivíduos não são todos,
e nem sempre, mesmo nas condições culturais mais fechadas, máquinas triviais
obedecendo impecavelmente à ordem social e às injunções culturais. Isso seria
ignorar que toda cultura está vitalmente aberta ao mundo exterior, de onde retira
conhecimentos objetivos e que conhecimentos e ideias migram entre as culturas.
Seria ignorar que aquisição de uma informação, a descoberta de um saber, a
invenção de uma ideia, podem modificar e transformar uma sociedade, mudar o
curso da história. Assim, o conhecimento está ligado, por todos os lados, à
estrutura da cultura, à organização social, à práxis histórica. Sempre por toda
parte, o conhecimento científico transita pelos espíritos individuais, que
dispõem de autonomia potencial, a qual pode em certas condições sociais e
políticas atualizarem-se e tornar-se um pensamento pessoal crítico.
Nada, à primeira vista, parece tão fácil como determinar o papel da divisão do trabalho. Acaso seus esforços não são reconhecidos por todos? Por aumentar ao mesmo tempo social a força produtiva e a habilidade do trabalho, ela é condição necessária do desenvolvimento intelectual e material das sociedades; é a fonte da civilização. Por outro lado, como se presta de bom grado à civilização um valor absoluto, sequer se pensa em procurar outra função para a divisão do trabalho. Que ela tenha mesmo esse resultado, é o que não se pode pensar em discutir. Mas se ela não tivesse nenhum outro e não servisse a outra coisa, não se teria razão alguma para lhe atribuir um caráter moral. De fato, os serviços que ela presta assim são quase completamente estranhos à vida moral, ou, pelo menos, têm com ela apenas relações muito indiretas e distantes. Embora seja corrente responder às diatribes de J.-J. Rousseau (cf. Yasoshima, 2017) com diatribes em sentido inverso, não está em absoluto provado que a civilização seja uma coisa moral. Para solucionar a questão, não se pode referir a análises de conceitos, que são necessariamente subjetivos; seria necessário, conhecer um fato capaz de servir para medir o nível de moralidade média e observar em seguida como ele varia, à medida que a civilização progride. Infelizmente, falta-nos essa unidade de medida, mas possuímos uma para a imoralidade coletiva. Se aliás, analisarmos esse complexo mal-definido a que chamamos civilização, descobrimos que os elementos de que é composto são desprovidos de qualquer caráter moral. Este é o suposto de análise que sustentamos no presente ensaio.
O que nos interessa na filosofia da modernidade em J.-J. Rousseau é que a liberdade natural se caracteriza por ações civis tomadas pelo indivíduo com o objetivo de satisfazer seus instintos, isto é, com o objetivo de satisfazer suas necessidades. A transição do estado de natureza para a ordem civil transforma a liberdade do sujeito. Ocorre durante um período de “guerra de todos contra todos” que se iniciou com o estabelecimento da propriedade privada e da ausência de instituições políticas e de regras sociais que impedissem a exploração entre as pessoas. Não havia sido estabelecida a cidadania neste período pré-social do “contrato social” caracterizada por uma vida comum de disputas sociais e políticas pela propriedade privada e pela aquisição de riqueza social. Havia mais desacordo do que harmonia entre J.-J Rousseau e os outros pensadores iluministas que inspiraram os ideais da clássica Revolução Francesa: Voltaire, Diderot e seus pares exaltavam a razão e a cultura da história da humanidade, mas Rousseau defendia a questão crucial e humana: a primazia da emoção.
Afirmava
que a civilização havia afastado o ser humano da felicidade. Enquanto Diderot
na Enciclopédia, pretendia sistematizar todo o saber do mundo de uma
perspectiva iluminista, Rousseau pregava a experiência direta, a simplicidade e
a intuição em lugar da erudição - embora, mesmo assim, tenha se encarregado do
verbete sobre música na obra conjunta dos filósofos das luzes. Rousseau
rejeitava o racionalismo ateu e recomendava a religião natural, pela qual cada
um deve buscar Deus “em si mesmo e na natureza”. Com o tempo, as relações entre
Rousseau e seus contemporâneos chegou ao conflito aberto. Voltaire fez campanha
pública contra ele, divulgando o fato anárquico dele ter entregue os filhos à duvidosa
questão da chamada “adoção pública”. Em sua obra fundamental: Discours sur
l`Origine et les Fondements de l`Inégalité parmi les Hommes, publicada no
ano de 1755, ele descreve uma hipótese admitida para o “estado natural do homem”,
sugerindo que, apesar das diferenças determinadas pela natureza humana,
houve um determinado momento em que “os homens agiam como iguais”. Conviviam
separadamente uns dos outros e não eram dependentes de ninguém. Fugiam uns dos
outros como se fossem bichos bravos prestes a atacar sua própria espécie.
Mas
com relação à educação Rousseau acreditava na amabilidade produzida pela
natureza humana. Pela afabilidade que fosse incitada, a benevolência espontânea
do ser humano podia ser preservada da influência corrompida do meio em que
vivemos. Por conseguinte, a educação admitia dois semblantes diversos: a
expansão gradual das habilidades próprias da criança e o seu distanciamento dos
achaques sociais. O educador deve ensinar o aluno levando em conta suas
capacidades naturais. Para Rousseau a principal característica que não pode
faltar em um catedrático é a sua capacidade de educar o aluno para
transformá-lo em um homem de bem. Levando em conta esse ponto de vista o aluno
só estaria apto a fazer parte da sociedade quando se tornasse clara sua
disposição natural para a convivência real com as outras pessoas, durante a adolescência, quando já estaria apto a julgar, podendo compreender o que
é poder se tornar um indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um
Estado.
Para evitar as desigualdades sociais, advindas da propriedade privada e do poder que devido a ela os ricos proprietários passam a exercer sobre as outras pessoas, os pequenos proprietários e despossuídos, é firmado o contrato social. Na transição para a vida em sociedade Jean-Jacques Rousseau é claro em escrever que: - “O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e pode alcançar. O que com ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui”. Esta perda representa não apenas o desenvolvimento de faculdades racionais e emocionais do indivíduo como também abre os precedentes para toda a violação da liberdade, da segurança e da igualdade entre os sujeitos em coletividade, da consciência, da afetividade e dos desejos (sociais) de cada indivíduo quanto nas novas organizações e ações que se impõem aos sujeitos com advento da vida em sociedade.
Com maior razão, o mesmo vale para a arte, que é absolutamente refratária a tudo o que parece uma obrigação, porque é o domínio da liberdade. É um luxo e um adorno que talvez seja bonito ter, mas que não se pode ser obrigado a adquirir: o que é supérfluo não se impõe. Ao contrário, amoral é o mínimo indispensável, o estritamente necessário, o pão cotidiano sem o qual as sociedades civis não podem viver. A arte corresponde à necessidade de que temos de difundir nossa atividade social sem objetivo, pelo prazer de difundi-la, enquanto a moral nos obriga a seguir um caminho determinado em direção a um objetivo definido – e quem diz obrigação diz, com isso, coerção. Conquanto possa estar animada por essas ideias morais ou ver-se envolvida na evolução moral própria, a arte não é moral por si mesma. A observação estabelecida nos indivíduos, como nas sociedades, de um tal desenvolvimento intemperante das faculdades estéticas é um grave sintoma do ponto de vista da moralidade. Vale lembrar, segundo Durkheim (2010) que de todos os elementos da civilização, a ciência é o único que, em certas condições, apresenta um caráter moral. De fato, as sociedades tendem cada vez mais a considerar um dever para o indivíduo desenvolver sua inteligência, assimilando as verdades científicas que são estabelecidas. Há certo número de conhecimentos que todos devemos possuir. Ninguém é obrigado a se lançar no grande turbilhão industrial; ninguém é obrigado a ser artista; mas todo o mundo é obrigado a não ser ignorante. Essa obrigação é, inclusive, sentida com tamanha força que, em certas sociedades, não é apenas sancionada pela opinião pública, mas pela lei. Aliás, não é impossível entrever de onde vem esse privilégio especial da ciência. É que a ciência nada mais é do que a consciência levada a seu mais alto ponto de clareza. Ora, para que as sociedades possam viver nas condições de existência que lhe são dadas, é necessário que o campo da consciência, tanto individual como social, se estenda e se esclareça. Os meios em que elas vivem se torna cada vez mais complexos e, por conseguinte, cada vez mais móveis, para durar é preciso que elas mudem com frequência.
Por outro lado, sabemos o quanto mais obscura uma consciência, mais é refratária à mudança, porque não vê depressa o bastante que é necessário mudar, nem em que sentido é preciso mudar; ao contrário, uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança social. Eis porque é necessário que a inteligência guiada pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida coletiva. Mas a ciência que todo o mundo é assim chamado a possuir não merece ser designada por esse nome. Não é a ciência, é no máximo sua parte comum a mais geral. Ela se reduz a um pequeno número de conhecimentos indispensáveis, que só são exigidos de todos por estarem ao alcance de todos. A ciência supera infinitamente esse nível vulgar. Ela compreende o que é vergonhoso ignorar, o que é possível saber. Ela não supõe apenas, nos que a cultivam, essas faculdades médias que todos possuem, mas disposições especiais. Senão a uma elite, não é obrigatória; mas não é necessária a ponto de a sociedade reclamá-la imperativamente. É vantajoso estar munido dela; nada há de imoral em não a adquirir. Paris, a capital de D’Amour, foi palco de um extraordinário e concreto romance.
Pedro Abelardo, nascido de família nobre em 1079 deveria seguir a profissão das armas como seus irmãos. Mas desde cedo a convicção do jovem o fez escolher os estudos de Filosofia, Teologia e Letras e seguiu uma carreira na área de Pedagogia. A educação, no século XII, era monopólio da igreja católica que estabelecia normas aos seus professores e estudantes. Uma das férreas imposições era a de que os professores jamais poderiam envolver-se afetivamente com alunos. O desrespeito às regras era considerado crime, seguindo-se punições de acordo com a gravidade dos fatos sociais. Abelardo era um mestre reconhecido por seu grupo, por alunos, como erudito e sensível. Na sua maturidade intelectual, ele apresentou questionamentos e críticas aos pensamentos tradicionais, demonstrando afeição aos filósofos não cristãos. Aos 36 anos, Abelardo era um brilhante professor em teologia na Catedral Notre Dame de Paris. Canon Fulbert, um senhor abastado de Paris, era o responsável pelo aprimoramento intelectual da sobrinha Heloísa. Como tutor decidiu confiar a jovem ao renomado mestre Abelardo.
Heloísa é mais reconhecida pela sua relação afetiva com Pedro Abelardo. Ela era brilhante estudiosa de Latim, Grego e Hebraico, e tinha uma reputação de inteligência e perspicácia. Abelardo escreve que ela era nominatissima, “muito conhecida” por seu dom da escrita e leitura. Parece que era de uma classe social mais baixa que a de Abelardo, que era originalmente da nobreza, embora ele tivesse rejeitado fidalguia para se transformar num filósofo do povo. O que se sabe é que ela era a funcionária de seu tio, cônego em Paris chamado Fulbert. Nos manuscritos, Abelardo narra a história da sedução de Heloísa e sua posterior relação ilícita, que continuou até Heloísa ter um filho, a quem chamou Astrolabius (Astrolábio). Abelardo casou-se secretamente com Heloísa. Eles esconderam esse fato social, a fim de não prejudicar a carreira de Abelardo. A opinião aceita é que Fulbert, em sua ira, puniu Abelardo atacando-o enquanto dormia e castrando-o. Outra visão é que Fulbert divulgou o segredo do casamento e sua família procurou vingança, ordenando a castração de Abelardo. Após a castração, Abelardo tornou-se monge. No convento, Heloísa tomou o hábito e tornou-se abadessa. O nome Argenteuil é registrado pela primeira vez em uma carta real de 697 como Argentoialum, de uma raiz latina/gaulesa argento que significa “prata”, “prateado”, “brilhante”, talvez em referência à superfície brilhante do rio Sena, nas margens das quais Argenteuil está localizado, e de um sufixo da língua gaulesa -ialo, que significa “clareira” ou “lugar de”. Argenteuil foi fundado como um convento no século VII. O que surgiu do convento foi destruído durante a Revolução Francesa. Uma fuga rural para os parisienses, é um subúrbio de Paris. Os pintores tornaram Argenteuil famoso, Monet, Jean-Étienne Delacroix, Renoir, Gustave Caillebotte, Alfred Sisley e Georges Braque.
No período de convivência no convento, começou a correspondência entre os dois amantes. Após ter deixado a Abadia do Paracleto, Abelardo fugiu das perseguições, e escreveu sua História Calamitatum, explicando suas tribulações, tanto em sua juventude como um filósofo e posteriormente como simples monge. Heloísa respondeu-lhe tanto em nome da Paraclete e dela mesma. Nas cartas que se seguiram, Heloísa manifestou consternação pelos problemas morais e políticos enfrentados por Abelardo. Assim começou uma correspondência apaixonada entre ambos, mas tipicamente erudita. Heloísa incentivava Abelardo em sua obra filosófica e ele dedicou a sua profissão de fé a ela. Em um ponto, ela diz a ele para compartilhar cada detalhe de sua vida e para não a proteger de aborrecimento. O Problemata Heloissae (As “Perguntas” de Heloísa): Carta Prefatória, de Heloísa a Abelardo. Trata-se de uma coleção de 42 perguntas teológicas dirigidas de Heloísa a Abelardo no tempo em que ela era abadessa em Paraclete, e suas respostas a elas. Embora tenham se casado, o cônego Fulberto, tio e responsável da jovem, ficou furioso com a situação e ordenou com que Abelardo, na escuridão da noite, fosse castrado. Em 1118, além de ter ordenado Heloísa a se tornar monja, Abelardo também se abrigou no claustro monástico, por conta da “confusão da vergonha” do que “pela vocação de uma vida religiosa”. Tomou a abadia de S. Denis em Paris como refúgio, no entanto sua estadia foi conturbada.
Por
conta de diversos problemas com seus novos irmãos e uma condenação por heresia
no concílio de Soissons em 1121, Abelardo, com a ajuda de alguns amigos, fundou
o Paracleto, que significa “aquele que consola ou conforta; aquele que encoraja
e reanima; aquele que revive; aquele que intercede em nosso favor como um
defensor numa corte”. No cristianismo, a representação do termo é utilizada
para se referir ao Espírito Santo e o termo tem sido objeto de pensamento de longo
debate entre os teólogos, com diversas teorias sobre o assunto. um oratório
próximo ao Rio Ardusson, também em Paris. Sentindo-se pressionado por seus
críticos e temendo uma nova condenação, Abelardo abandonou o Paracleto para se
tornar abade do mosteiro de Gildas-Rhuys, na Bretanha, em c. 1127. O comportamento de seus novos irmãos não era
compatível ao de monges que eram per se, ao tentar corrigi-los, Abelardo
foi vítima de algumas tentativas claustrofóbicas de homicídio. Essas
informações biográficas são encontradas na História Calamitatum, carta
que Abelardo escrevera, por volta de 1132, a um amigo não nomeado.
A
recomendação de celibato clerical na igreja latina possui sua primeira
representação histórica pelo Concílio de Elvira (295-302), mas, como
este concílio era apenas um concílio provincial espanhol, pois Elvira era uma
cidade romana, junto a Granada, as suas decisões não foram cumpridas ipsis
litteris, por toda a Igreja cristã. O Concílio de Elvira assim
legislou: - “Bispos, presbíteros, diáconos e outros que ocupem uma posição no
ministério devem abster-se totalmente de relações sexuais com suas esposas e da
procriação de filhos. Se alguém desobedecer, seja ele privado do estado
clerical” (XXXIII cânon). O Primeiro Concílio de Niceia (323) decretou
apenas que “todos os membros do clero estão proibidos de morar com qualquer
mulher, com exceção da mãe, irmã ou tia” (III cânon). No final do século IV, a
Igreja Latina promulgou várias leis a favor do celibato. Foram bem aceites no
Ocidente no âmbito do pontificado de São Leão Magno (440-461), mas o Concílio
de Calcedônia (451) também “proibiu o casamento de monges e virgens
consagradas” (XVI cânon), impondo o celibato ao clero.
Em
troca dos ensinamentos feitos por Abelardo à sobrinha, Fulbert hospedou o
professor em sua residência em Paris. No início, o tio de Heloísa ficou
temeroso de deixar a bela jovem a sós com o professor. Com o passar do tempo, o
tio adquiriu confiança em Abelardo. Heloísa, nascida em 1100 e educada, por
assim dizer em “berço de ouro”, formosa e delicada, iniciou com 17 anos os seus
contatos com o professor Abelardo que quando conheceu a jovem Heloísa de
Argentuil, era conhecida “pela abundância dos conhecimentos literários”. Ela já
o conhecia de renome e o admirava por sua inteligência. Bastaram os
primeiros encontros para que nascesse entre os dois amor. Um amor real seria quase impossível a moralidade descrita pelas
regras sociais e políticas. Mas com o passar do tempo a paixão e o desejo não
puderam resistir e o casal iniciou a relação amorosa. Meses depois, Heloísa
ficou grávida e ambos se refugiaram na Bretanha, no norte da França, onde
nasceu Astrolábio.
É um campo de ação aberto à iniciativa de todos, mas em que ninguém é obrigado a entrar. Não se é mais obrigado a ser sábio do que um artista. A ciência está, pois, como a arte e a indústria, fora da moral. Enfim, se tantas controvérsias sociais se produziram acerca do caráter moral da civilização é porque, com demasiada frequência, os moralistas não têm critério objetivo para distinguir os fatos morais dos que não o são. Costuma-se qualificar de moral tudo o que tem alguma nobreza e algum preço, tudo que é objeto de aspirações um tanto elevadas, e é graças a essa excessiva abrangência da palavra que se fez a civilização entrar na moral. Porém, o domínio ético da solidariedade orgânica está longe de ser tão indeterminado, pois ele compreende todas as regras e métodos sociais de ação que se impõem imperativamente à conduta e a que está vinculada uma sanção. Mas devemos lembrar que não vai além disso. Por conseguinte, se nada há na civilização que apresente esse critério de moralidade, ela é moralmente indiferente. Se a divisão do trabalho social não tivesse outro papel além de tornar a civilização possível, ela participaria da mesma neutralidade moral. Foi por não se ter atribuído à divisão do trabalho outra função que as teorias propostas para ela são a tal ponto inconsistentes. De fato, supondo-se que exista uma zona neutra em moral, é impossível que a divisão do trabalho dela faça parte. Se ela não é boa, é ruim; se não é moral, é uma decadência moral.
Se ela em si não serve para outra coisa, cai-se em insolúveis antinomias, porque as vantagens econômicas que ela apresenta são compensadas por inconvenientes morais, e como é impossível subtrair uma da outra essas duas qualidades heterogêneas e incomparáveis, não se poderia dizer qual das duas leva a melhor sobre a outra; nem, por conseguinte tomar um partido. Invocar-se-á o primado da moral para condenar a divisão do trabalho. Mas não apenas essa última ratio é sempre um golpe de Estado científico, como a evidente necessidade da especialização torna tal posição impossível de ser sustentada. Há mais. Se a divisão do trabalho não cumpre outro papel, ela só não tem caráter moral, como não se percebe que razão possa ter. É por esta ser inseparável a um acréscimo de fadiga, que o homem é obrigado a procurar, como acréscimo de reparações, esses bens da civilização que, de outro modo, não teriam interesse para ele. Portanto, se não correspondesse a outras necessidades além destas, a divisão do trabalho, segundo Durkheim (2010) não teria outra função além de atenuar os efeitos que ela mesma produz, de pensar os ferimentos que faz. Poderia ser necessário, suportá-la, mas não haveria motivo para quere-la, pois se reduziriam a reparar as perdas que causa e nos convida a procurar função para a divisão do trabalho, da observação que irão nos colocar no caminho da solução.
Hermann Karl Hesse nasceu em Calw, Alemanha, no dia 2 de julho de 1877. Descendente de uma família de missionários pietistas, desde cedo foi preparado para seguir o caminho da liturgia. Em 1881, quando ele estava com 4 anos a família mudou-se para a Basileia, na Suíça, onde permaneceu por seis anos. De volta a Calw frequentou a Escola em Göppingen. Em 1891 entrou para o Seminário Teológico da Abadia de Maulbronn. Em sua permanência no Seminário escreveu algumas peças de teatro em latim, que apresentava junto com colegas. As cartas que enviava aos pais eram em forma de rimas e muitas em latim. Redigiu breves ensaios e traduziu poesia grega clássica para o alemão. Desconfiando da formação na religião, as dúvidas, anseios e aflições, mostrava-se um jovem rebelde. Depois de sete meses fugiu do Seminário, sendo encontrado depois de alguns dias perambulando pelo campo, confuso e destrambelhado. Começou uma jornada através de instituições e escolas. Atravessou intensos conflitos familiares com os pais. Após o tratamento, em 1893 concluiu a escolaridade. Aspirava ser poeta, mas começou um aprendizado em uma fábrica de relógios em Calw.
Em 1895 começou novo aprendizado em uma livraria em Tübingen. Em 1899, publicou seus primeiros trabalhos literários, Romantische Lieder e Eine Stunde Hinter Mitternacht. Publicou Poemas (1902) e Peter Camenzind (1904), um romance que narra a vida de um jovem que se rebela contra o sistema educacional de sua aldeia natal. Do êxito de Peter Camenzind, Hermann Hesse casa-se com a fotógrafa Maria Bernoulli e compra uma propriedade em Gaienhofen, às margens do Lago de Constanza, na divisa da Alemanha e Suíça, e passa a se dedicar à literatura. Em 1906 publicou Debaixo das Rodas, onde critica severamente “a educação que se concentra apenas no desempenho acadêmico dos alunos”. Na obra há também elementos autobiográficos. Em Gertrudes (1910), uma novela escrita na primeira pessoa, narra “os infortúnios de uma dolorosa experiência de amor”. O que não faz parte de nós, diz Hermann Hesse, não nos perturba. Entre 1905-1911 nasceram seus três filhos. Em 1911, pretendendo se aprofundar no estudo de religiões orientais, viaja para a Índia mantendo contato com a espiritualidade e a cultura dos antigos hindus, temas que exerceram grande influência em suas obras. A viagem se estende até a Indonésia e a China. Nesse período, Maria Bernoulli (1868-1963) é internada em um hospital psiquiátrico e os três filhos são entregues à tutela de parentes e amigos. Em 1912, Hermann Hesse deixa sua propriedade e muda-se para Berna, na Suíça.
Em
1913 publicou Rosshalde, romance no qual fala do “fracasso do casamento
de um casal de artistas”. A obra traz marcantes traços biográficos. Com o
violento início da 1ª guerra mundial (1914-18) escreveu denúncias contra o
militarismo e nacionalismo, engajando-se em projetos e serviços humanitários.
Um de seus trabalhos foi a criação de um grupo de trabalho que se ocupava com a
remessa de livros para presos em campo de concentração. Em 1919 publicou
O Regresso de Zaratustra dirigido aos jovens em formação. Muda-se para
Montagnola, no Tessino. Publica Demian, escrita em meio a profunda
depressão e influenciada por JB Lang, discípulo de Carl Jung, onde descreve o
processo de busca do indivíduo pela realização interior e autoconhecimento. Faz
amizade com a cantora Ruth Wenger, com quem se casa em 1924, mas o casamento
durou 3 anos. Hermann Hesse foi um laureado escritor alemão. Em 1923 se
naturalizou suíço. Em 1946, recebeu o Prêmio Goethe. E logo o prêmio Nobel
de Literatura “por seus escritos inspirados que, enquanto crescem em
audácia e penetração, exemplificam os ideais humanitários clássicos e as altas
qualidades de estilo”. Nascido em uma família religiosa, filho de pais
missionários protestantes pietistas, como é típico da Suábia, uma região
cultural, histórica e linguística do sudoeste da Alemanha. Seu nome deriva do
Ducado da Suábia (915-1313), um dos ducados raiz que configuravam o território
da Alemannia, cujos habitantes eram indiscriminadamente chamados alemanni
ou suebi. E o dialeto para eles é língua padrão. O dialeto falado em partes de Baden-Württemberg e da Baviera é usado pela
população e tem muitas variantes regionais. Mas comparativamente as diferenças
entre o suábio e o alemão padrão são enormes.
O dialeto tem não apenas centenas de palavras próprias, como também gramática e melodia peculiares. Metafonias como Ö e Ä praticamente não existem: König (rei) vira Keenich, schön (bonito) vira em seu alfabeto scheen. Ou seja, em vez de Ö se pronuncia E; e em vez de Ü se articula I: ein Stück Fleisch é ein Stick Fleisch (“um pedaço de carne”). De forma geral, a língua soa mais ampla e clara. Isso se deve aos vários ditongos gerados na fala dialetal: die Mutter ist müde (“a mãe está cansada”) é die muader isch miad. Além disso, muitas vogais são nasalizadas, o que é explicado para os linguistas como raro no alemão. Hermann estudou no Seminário de Maulbron em 1891, mas rompeu a fenda e não seguiu a carreira de pastor, como era a vontade dos pais. Embora fosse um estudante modelo, foi incapaz de se adaptar ao regime e saiu menos de um ano. Como ele explicaria mais tarde: - Eu era um bom aprendiz, bom em latim, apesar de justo em grego, mas não era um rapaz administrável e foi com dificuldade que me enquadrei na educação pietista que visava subjugar e quebrar a personalidade individual. Tendo recusado a religião cristã, com a família indo para a Suíça, em 1912, trabalhou como livreiro e operário, acumula sólida cultura e resolve dedicar-se à literatura.
Britney
Jean Spears nasceu em McComb, em 2 de dezembro de 1981, uma cidade localizada
no estado norte-americano de Mississippi, no Condado de Pike. Nascida no
Mississippi, mas criada em Kentwood, no estado de Louisiana, ela iniciou sua
carreira artística atuando em papeis em produções teatrais e programas de
televisão durante a infância, antes de assinar um contrato social com a Jive
Records em 1997. Seus dois primeiros álbuns: Baby One More Time (1999) e
Oops!... I Did It Again (2000), tornaram-se sucessos
internacionais, com o primeiro tornando-se o mais vendido por “uma artista solo
adolescente”. Mas sempre foi um nome controverso. Desde quando despontou
no Clube do Mickey, apostando na carreira musical com o hit
de estreia chamando a atenção do público principalmente pelo impacto de
comunicação visual, através da transformação de “adolescente angelical
para mulher madura” e apelo sexual. A excessiva “sexualização” a que foi levada
e a falta de de escolha imposta por sua equipe de empresários, são
apontados como os principais fatores sociais que “levaram a cantora a enfrentar
uma das piores crises pessoais no agitado mundo dos famosos”.
Sociologicamente compreendemos que sexualização é o processo de tornar “algo sexual em caráter ou qualidade ou tornar-se
consciente da sexualidade, especialmente em relação a homens e mulheres”. A
sexualização está ligada à objetificação sexual. Segundo a American
Psychological Association, a sexualização ocorre quando “os indivíduos são
considerados objetos sexuais e avaliados em termos das suas características
físicas e sensualidade”. - Em estudo após estudo, os resultados indicaram que
mulheres mais frequentemente do que homens, são retratadas de maneira sexual: por
exemplo, vestidas com roupas reveladoras, com posturas corporais ou expressões
faciais que implicam prontidão sexual e são objetivadas: por exemplo, usadas
como decoração, objeto, ou como partes do corpo, e não como uma pessoa inteira.
Um padrão estreito (e irrealista) de beleza física é enfatizado. Estes são os
modelos de feminilidade apresentados para as meninas estudarem e imitarem”.
Mulheres que abraçam os seus desejos sexuais são consideradas sexy e atraentes para homens que querem uma mulher apenas como um brinquedo sexual. Aos olhos dos homens, as mulheres que praticam esse comportamento servem ao puro propósito de proporcionar satisfação e mostrar a sua natureza humana. De acordo com a Killing Us Softly 4: Image of Women da Fundação para a Educação para os Média, a sexualização das mulheres nos mass média e a forma como as mulheres são retratadas na cultura dominante, são prejudiciais ao desenvolvimento das raparigas, pois elas desenvolvem a sua identidade e espelham-se como seres sexuais. Relatórios descobriram que a sexualização de crianças é cada vez mais comum em propagandas comerciais. Pesquisas relacionaram a sexualização de meninas a consequências negativas tanto para estas, como a sociedade num todo, descobrindo que a visualização de material sexualmente objetivador pode contribuir para a insatisfação corporal, distúrbios alimentares, falta de autoestima, depressão e efeitos depressivos. Pesquisadores de ciências médicas e sociais usualmente empregavam a categoria “sexualização” para se referir a uma zona liminar entre abuso sexual e vida familiar normal, na qual o relacionamento da criança com os pais era caracterizado por uma sexualidade excessiva e imprópria, mesmo sem formas reconhecíveis de abuso tivesse sido constatada. A American Psychological Association também argumenta que a sexualização de meninas, contribui para atitudes sexistas dentro da sociedade e uma tolerância social à violência sexual. O consumismo e a globalização levaram à sexualização das meninas em todas as chamadas “economias avançadas”, dos mass média e anúncios, às roupas e brinquedos comercializados para jovens mulheres.
-
“Sou a Senhorita Sonho Americano, desde os 17 anos. Não importa se eu
tentei aparecer ou fugir para as Filipinas. Eles ainda vão colocar fotos da
minha bunda na revista. Você quer um pedaço de mim?”. É com essa fala que
Britney Spears, cantora pop mundialmente conhecida, começa sua música “Piece of
Me”, um relato sobre como é a vida de quem está na frente dos holofotes
desde jovem - sendo assim, uma descrição da sua própria trajetória. A fama, status
social cobiçado por alguns, e todas as regalias que a acompanham, podem
funcionar como algo agridoce para boa parte das pessoas que alcançam o
estrelato. Seja perseguido por paparazzi, uma palavra derivada da língua
italiana utilizada para designar os repórteres que fotografam famosos sem a sua
autorização, expondo em público as suas atividades no seu cotidiano (cf. Miranda,
2018) ou tendo que lidar com a validação do público em todos os aspectos sociais
de suas vidas, as celebridades são vítimas das consequências negativas da
chamada questão tópica da superexposição. O poder globalizado da mídia
desempenha um papel social nessa problemática, que proporciona irradiação dos níveis de sociabilidade e metabolismo, pois ao mesmo tempo em que ela
eleva a imagem dos famosos e apresenta para a sociedade o trabalho deles, pode
destruir, assediar e intimidar através de fotos e manchetes. Britney Spears e
MC Melody são exemplos de casos concretos ou estudos de caso, daqueles que
tiveram suas vidas interferidas/interrompidas “devido à exposição excessiva
desde muito novas na vida social” (cf. Dias, Andrade e Batista, 2021).
O
reconhecimento do Teen pop ou “pop adolescente”, é um gênero da música
pop criado, comercializado e orientado para pré-adolescentes e adolescentes; no
entanto, pode atingir um público mais abrangente. O chamado teen pop
incorpora elementos de diversos gêneros, como pop, R&B, dance,
eletrônica, hip hop, country e rock, embora não possa ser “confundido
com nada além do pop mainstream”. As características típicas da música
pop adolescente incluem vocais auto-tunados, dança coreografada, ênfase no
apelo visual, letras em questões adolescentes como amor/relacionamentos,
encontros românticos, amizade, a chegada da idade adulta, independentemente da
idade do artista, encaixar-se em um determinado grupo, além de repetidas linhas
de refrão. O site AllMusic definiu-o como “essencialmente dance-pop,
pop e baladas urban que são comercializadas para adolescentes”. Ainda
de acordo com eles, a música feita para adolescentes já existe desde a indústria cultural de gravação moderna: o teen pop é a música
adolescente dos anos 1980 e 1990, quando grupos e artistas adolescentes “cavalgavam
para o estrelato com músicas lúdicas, cativantes, comerciais e dançantes, além
de baladas”.
Britney Spears citou suas principais influências positivas em sua carreira como sendo Madonna, Janet Jackson e Whitney Houston, suas “três artistas favoritas”, como quando criança a quem ela iria “cantar junto (...) dia e noite em (sua) sala de estar”; I Have Nothing, de Houston, foi a canção que usou para o teste de seu contrato com a gravadora Jive Records, uma gravadora estadunidense formada em 1981 e que atualmente é propriedade da Sony Music Entertainment. Anteriormente sediada na cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, a Jive Records tornou-se reconhecida por sua sequência de êxitos comerciais através de artistas do mundo musical hip hop nas décadas de 1980 e 1990, e também com artistas de teen pop no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. A partir de 2011, a gravadora foi extinta e suas operações passaram a ser absorvidas pela RCA Records. Durante sua carreira, Britney Spears tem atraído comparações frequentes para Madonna e Janet Jackson, em particular, em termos de voz, coreografia e presença de palco. De acordo com a própria Spears: - “Eu sei que quando eu era mais jovem, eu olhava para as pessoas... como, você sabe, Janet Jackson e Madonna. E elas foram grandes inspirações para mim. Mas eu também tive a minha própria identidade e eu sabia quem eu era, você sabe”. No livro Madonna Style (2002) de Carol Clerk, ela é citada dizendo:
- “Eu fui uma grande fã de Madonna desde que eu era uma menina. Ela é a pessoa que eu realmente olhei para cima para ser realmente, realmente gostaria de ser uma lenda como Madonna”. Depois de se encontrar pessoalmente com Britney Spears, Janet Jackson declarou: - “ela disse pra mim: Eu sou uma grande fã, eu realmente admiro você. Isso é tão lisonjeiro. Todos obtêm inspiração de algum lugar. E é incrível ver alguém vir acima de quem está dançando e cantando, e ver como todas essas crianças se relacionam com ela. Um monte de gente colocá-la para baixo, mas o que ela faz é uma coisa positiva”. Madonna falou sobre Spears no documentário Britney: For the Record: - “Eu admiro seu talento como artista (...). Há aspectos sobre ela que eu reconheço em mim mesma quando eu comecei na minha carreira”. Ela também nomeou o Rei do pop Michael Jackson (1958-2009), Mariah Carey, Céline Dion, Aerosmith, Sheryl Crow, Otis Redding, Shania Twain, Brandy, Natalie Imbruglia, Justin Timberlake, Bruno Mars e outros como fontes de inspiração em sua vida. Vale lembrar pela primeira vez, em 1989, ao dar um prêmio a Michael Jackson, a atriz Elizabeth Taylor, amiga dele, chamou-o de “Rei do Pop”, por esse apelido no mundo da arte etc..
O programa de televisão The Mickey Mouse Club norte-americano surgido em 1955, produzido pela Walt Disney Productions e exibido pela estação de televisão global dos Estados Unidos, American Broadcasting Company (ABC), foi apresentado por um elenco regular de crianças e adolescentes. O programa foi relançado e “reformatado” várias vezes. Essa foi a primeira produção merceológica da Walt Disney no segmento de séries de televisão. A outra era uma antologia de séries de televisão também da Walt Disney, inicialmente chamada Disneyland. Daí decorre a “utilidade de uso” para “ajudarem a financiar e promover a construção do parque temático da Disneylândia”. Ocupado com esse megaprojeto, Walt Disney passou o The Mickey Mouse Club para Bill Walsh, que “criou e desenvolveu o formato”. O resultado revelou um programa criativo e multivariado para crianças, um tipo específico de noticiário, um desenho animado, esquetes temáticos os mais diversos, além de música e piadas. Britney Spears criou um conceito mais tarde expandido por Shonda Rhimes, roteirista, cineasta e produtora de televisão norte-americana e criadora da produtora Shondaland.
Depois da estreia Britney Spears foi creditada por ter conduzido o renascimento do pop adolescente no final dos anos 1990. O jornal The Daily Yomiuri relatou que “críticos musicais a saudaram como a mais talentosa ídola do “pop adolescente” por muitos anos, mas Spears mirou um pouco mais alto, ela fixou como objetivo atingir o nível de estrelato que tem sido alcançado por Madonna e Janet Jackson”. Rob Sheffield da Rolling Stone escreveu: - “Britney Spears carrega consigo o arquétipo clássico da rainha do rock & roll adolescente, a dungaree doll, o bebê angelical que apenas tem que fazer uma cena”. Seguido o lançamento de estreia, Chuck Taylor da Billboard observou, “Spears tornou-se uma artista consumada, com movimentos de dança ásperos, uma voz clara real-embora bem jovem e funkdafied. “(You Drive Me) Crazy, seu terceiro single demonstra desenvolvimento próprio de Spears, provando que aos 17 anos de idade ela quer encontrar sua própria personalidade vocal após tantos meses de prática constante”.
A Classmates é considerada sociologicamente a primeira rede social da história, lançada em dezembro de 1995. O site era voltado para reunir estudantes de diversas escolas nos Estados Unidos e oferecia acesso a dezenas de arquivos de anuários desde a década de 1920 até os anos de 1980. A partir de então as redes sociais se popularizaram, com o surgimento das redes de música, como Last.FM, fotos como o Flickr e vídeo como o Vimeo. Embora as técnicas de Engenharia Social tenham surgido antes das plataformas sociais on-line, compreendemos a mudança de simbólica, com a chegada das redes sociais. Elas ganharam força na história das ideias e abriram novos caminhos do ponto de vista das relações de comunicação. É importante ter em mente é que, apesar de configurar suas opções de privacidade com publicação, você automaticamente perde o controle técnico e social sobre o que os outros podem fazer com a sua informação. O mesmo se aplica nesta ordem factual às restrições, as permissões dos aplicativos pelos usuários nos sites para filtrar quem pode ver suas atividades.
O
acesso à rede mundial de computadores (internet), possibilita que muitos
continuem a ter aulas, a manter atividades de trabalho, a participar de
atividades culturais e artísticas e acessar suas redes de apoio. Se levarmos em
conta que a maioria dos usuários geralmente usa mais de uma rede social, é
muito mais provável que um criminoso, ou reacionário lunático, possa construir
um perfil detalhado de um alvo de ataque, coletando apenas informações sobre
seus perfis e atividades em cada uma de suas contas das redes sociais. Sobressaturadas
de informações pessoais, as redes sociais se tornaram um território ideal para
alguns criminosos. Tendo usado esses sites como ferramentas de reconhecimento,
um “cibercriminoso” pode enviar uma “mensagem direcionada” (spearphishing)
na qual ele tenta fazer com que uma suposta vítima visite uma página falsa, mas
que parece ser legítima, com o objetivo de se apropriar de dados de acesso e
dinheiro. Eles podem manipulá-lo “para cair na armadilha de abrir um anexo
infectado”. Os droppers são um subtipo
de malware, mas que tem como propósito “liberar outro arquivo executável”.
Como um malware que atua como um dropper para outro malware,
capaz de fazer coisas na arena social, incluindo “o vazamento
de dados ou a gravação de tudo o que digitamos no computador” através de um keylogger.
Apesar
dos programas, propriamente ditos, serem legais, com muitos deles sendo
projetados para permitir que os empregadores supervisionem o uso de seus
computadores, os keyloggers costumam ser usados para roubar senhas e
informações confidenciais. O keylogging também pode ser usado para
estudar a interação homem-computador. Existem vários métodos de keylogging:
eles vão desde abordagens baseadas em hardware e software até análises
acústicas. Muitos casos de phishing, assim como outros tipos de “fraudes
virtuais”, se baseiam no uso de algum keylogger, instalado no computador
sem o conhecimento da vítima, que captura dados sensíveis e os envia a um hacker
que depois os utiliza para fraudes. Existem softwares apropriados para se
defender deste tipo social de ameaça. É sempre oportuno que um computador
conectado à internet “seja protegido através de um software antispyware de um firewall
e de um antivírus”. O keylogger é um programa utilizado por empresas
para monitorar seus funcionários em sua máquina, porém em muitos casos as
pessoas utilizam o programa de forma mal-intencionada. Mas os programas keylogger
também podem ser usados de maneira não fraudulenta, por exemplo, quando um
usuário instala o keylogger em seu próprio computador particular e tem o
hábito de digitar textos compridos, como livros, dissertações e teses de
doutorado.
Stephen Thomas Erlewine do Allmusic referiu-se a Britney Spears e sua música como uma “mistura de contagiante dance-pop inclinado ao rap e batida suave”. Oops!...I Did It Again e seus álbuns seguintes fizeram Spears trabalhar com vários produtores de R&B contemporâneo, levando “a uma combinação de bubblegum, urban soul, e raga”. Seu terceiro álbum de estúdio, Britney Spears, é derivado do “nicho pop” adolescente, “rítmica e melodicamente (...) mais nítido, mais resistente do que o que veio antes. Aquilo que costumava ser pegajoso descaradamente tem algum grão disco, sustentado por uma Spears autodeterminada e corajosa que ajuda a vender ganchos que já estão atrativos, em geral, do que aqueles que povoaram seus dois álbuns anteriores”. Desde In the Zone, Spears tem explorado e incorporado os gêneros de electropop e dance music, ou influências de urban e do hip hop presentes em In the Zone e Blackout. Ela tem experimentado outros gêneros como dubstep, na faixa “Freakshow”, para Blackout, e em “Hold It Against Me” para Femme Fatale.
Electropop é uma nova variante da música synth-pop que coloca uma maior ênfase num som eletrônico mais intenso e por vezes repetitivo, caracterizado por caixas de ritmos e sintetizadores proeminentes. O gênero musical tem visto um renascimento de sua popularidade e influência real e dinâmica, desde os anos 2000. Durante o início da década de 1980, artistas britânicos como Gary Numan, The Human League, Soft Cell, John Foxx e Visage ajudaram a criar um novo estilo synth-pop que se inspirou mais fortemente na música eletrônica e enfatizou na estruturação o uso primário de sintetizadores, enquanto o estilo electropop foi amplamente desenvolvido por Afrika Bambaataa, que foi amplamente influenciado pela Yellow Magic Orchestra e Kraftwerk, e por sua vez influenciou o estilo de música pop dos anos 1980 de Madonna. A mídia em 2009 publicou artigos de uma Nova Era, de estrelas do eletropop e, os tempos viram um aumento na popularidade de vários artistas do eletropop.
Na pesquisa Sound of 2009 com 130 especialistas em música conduzida para a BBC, dez dos quinze melhores artistas nomeados eram do gênero electropop. Lady Gaga teve grande sucesso comercial em 2008 e 2009 com seu álbum de estreia, The Fame. O escritor musical Simon Reynolds observou com razão que “tudo à volta de Gaga veio do electroclash, exceto a música, que não era particularmente dos anos 1980”. O “pop coreano” se tornou dominada e influenciada pelo electropop, particularmente com boy bands e grupos femininos como Super Junior, SHINee, f(x) e Girls` Generation. O cantor Michael Angelakos, do Passion Pit, disse em uma entrevista em 2009 que, embora tocar eletropop não fosse sua intenção, as limitações da vida no dormitório tornaram o gênero mais acessível. Em 2009, o tabloide sensacionalista britânico The Guardian citou James Oldham - chefe de artistas e repertório da A&M Records - dizendo: “Todos os departamentos de A&R têm dito a empresários e advogados: - Não nos dê mais bandas porque não vamos contratá-las e eles não vão vender discos. Portanto, tudo o que foi colocado em nós é de natureza eletrônica”.
Alguns
críticos de arte expressaram opiniões negativas a Crossroads, no entanto, eles
consideravam um esforço maior quando comparado com o filme de 2001 de Mariah
Carey, Glitter, um drama romântico musical norte-americano de 2001
estrelado por Mariah Carey e a rapper Da Brat, escrito por Kate Lanier e
dirigido por Vondie Curtis Hall. Apesar da resposta do filme dos críticos, foi
um sucesso moderado de bilheteria, arrecadando mais de $61.1 milhões de dólares
em todo o mundo em três meses. Britney Spears
lança o terceiro álbum de estúdio autointitulado, Britney, e desempenhou
o papel principal no filme Crossroads (2002), do gênero comédia
dramática e aventura, dirigido por Tamra Davis para a MTV Filmes. Escrito por
Shonda Rhimes, o filme tem no elenco Britney Spears, Anson Mount, Zoe Saldana,
Taryn Manning, Kim Cattrall e Dan Aykroyd, e gira em torno de três
adolescentes, à medida que fazem uma viagem pelo país, e encontrando a sua
amizade no processo comunicativo. Ela assumiu o “controle criativo” do quarto
álbum de estúdio: In the Zone (2003), com o single de sucesso
mundial “Toxic”. A música foi escrita com Janet Jackson em mente, mas
inicialmente oferecida a Kylie Minogue, que a recusou, sendo
gravada por Britney Spears no Murlyn Studios em Estocolmo, Suécia, e também na
Record Plant, em Los Angeles.
A
canção foi depois “misturada” por Niklas Flyckt em Khabang Studios em
Estocolmo; e ganhou o Grammy de 2004 de Melhor Gravação de Dança. Em
fevereiro de 2006, as imagens de Britney Spears dirigindo com seu filho Sean,
no colo, em vez de estar num assento do carro, vieram à tona na mídia.
Ativistas defensores da infância ficaram horrorizados “com as fotos da cantora
segurando o volante com uma mão e Sean com a outra”. Britney Spears afirmou que
a situação aconteceu por causa de um encontro assustador com os paparazzi,
e que “foi um erro da parte dela”. No mês seguinte, Britney Spears foi
convidada a estrelar o episódio “Buy, Buy Baby”, da sitcom Will & Grace
“interpretando a lésbica enrustida Amber Louise”. Ela anunciou que havia
deixado de estudar a cabala em junho de 2006, explicando: - “Meu bebê é minha
religião”. Dois meses depois, Spears posou nua para a capa da Harper`s
Bazaar. A imagem foi comparada com a de agosto de 1991 da Vanity Fair, uma
revista norte-americana sobre cultura pop, moda e política, publicada pela
editora Condé Nast Publications, que tinha a atriz Demi Moore. Em setembro de
2006, Britney deu à luz seu segundo filho, um menino. Em novembro de 2006 pediu
o divórcio de seu marido Kevin Federline, citando diferenças irreconciliáveis.
Seu divórcio foi finalizado em julho de 2007, quando o casal chegou a um acordo
global e ambos concordaram em compartilhar a guarda de seus filhos.
O Bhangra tem como representação social uma forma de música e dança originária do Punjab, região da Índia e Paquistão. O bhangra no processo social de comunicação surgiu “como um ritual para celebrar o início do festival de Vaisakhi, tradicional do Punjab; os movimentos específicos refletem a maneira que os moradores cuidam de sua terra”. Esta arte musical se tornou ainda mais sintetizado, após a divisão da Índia, quando os refugiados de diferentes partes do Punjab compartilhado suas danças folclóricas com os indivíduos que residiam nas regiões em que se estabeleceram. Estas danças híbridas culminaram com o Bhangra, começando a partir de apenas uma jogada e evoluindo mais tarde. Ela foi popularizada por artistas Punjabi das comunidades sikhs, com o qual agora é comumente associado. O Bhangra tradicional é uma forma de representação baseado: 1) em uma batida dhol chamado “cantando bhangra”; 2) que tem como escopo o movimento preciso das mãos e a batida do tambor dhol, e, 3) finalmente, um único instrumento de cordas chamado iktar Ektara, o tumbi e o chimta.
As
músicas que acompanham são pequenos dísticos escritos na língua Punjabi chamado
boli. Elas dizem respeito a questões atuais enfrentadas pelos cantores e
“o que eles realmente querem dizer”. Na música folclórica Punjabi, um
instrumento aparentado do dhol, o dholki, quase sempre foi usado
para fornecer a batida principal. Hoje em dia o dhol é usado com mais
frequência, com e sem o dholki. Percussões adicionais, incluindo a tabla,
são menos frequentemente utilizadas no bhangra como instrumentos solo, mas às
vezes são usadas para acompanhar o dhol e dholki. Considerando que a
dança bhangra e sua batida de acompanhamento dhol fazem parte do gênero
de música popular Punjabi, a música bhangra em si é um gênero que foi criado no
início dos anos 1980 por bandas no Reino Unido, que raramente ou nunca utilizam
instrumentos tradicionais Punjabi diferentes do dholki. As letras de inúmeras
músicas Bhangra refletem socialmente a longa e frequentemente turbulenta
história do Punjab, o reconhecimento da história social Punjabi oferece insights
importantes sobre o significado da música. Durante os últimos trinta anos, o
Bhangra teve popularidade no início dos anos 1980 até meados dos anos 1990,
quando foi substituído pelo “Punjabi música folk/folk remixes Punjabi”. No
final dos anos 1960 e 1970, vários cantores Punjabi do Reino Unido prepararam o
terreno para o Bhangra se tornar um fenômeno de massa. O sucesso de muitos
artistas Punjabi radicados no Reino Unido, criou uma base de fãs, inspirando
novos artistas, e encontrou grande apoio tanto no Oriente e Ocidente Punjab.
Estes artistas, alguns dos quais ainda estão ativos hoje, incluem, Heera
Group, Alaap banda, AS Kang e Apna Sangeet. Atualmente
alguns artistas que fazem sucesso são Aaja Nachle, Dahler Mehndi e Bally
Sagoo, com músicas como “Jayegee Balle Balle” “Bolo Ta Ra Ra” e “Ho”.
Do
ponto de vista técnico-metodológico Toxic, representa uma música dance-pop
e techno-pop clássica, com elementos da música bhangra. Possui
instrumentação variada, como bateria, sintetizador, violino e cordas agudas.
Contém guitarra de surf, que de acordo com editor-in-chief Caryn Ganz da
Spin, “empena e escora como se tivesse alimentado Matrix”. A música também foi
comparada às trilhas sonoras da série de filmes de James Bond. O gancho de Toxic
mostra uma parte de “Tere Mere Beech Mein” (“Entre você e eu”), da trilha
sonora do filme Hindi, de Ek Duuje Ke Liye (1981). No entanto,
não é retirado literalmente da partitura e mistura duas seções diferentes da
peça para a seção de introdução; mais tarde na música, a amostra cortada é
abandonada em favor de um arranjo de cordas regravado para melhorar a qualidade
da melodia, conforme evidenciado pelas gravações multitrack disponíveis.
Alguns dos refrões foram inspirados por peças de música clássica, tais como:
“Flight of the Bumblebee”, “Eine kleine Nachtmusik” e “Dumky Trio”. A New
Musical Express (NME), uma revista britânica historicamente especializada
na questão cultural e técnica da música e publicada semanalmente desde março de
1952, curiosamente descreveu a canção como apresentando “cordas penetrantes,
batidas de hip-hop, sabor oriental e uma escapada perigosa com a
tentação”.
Ek Duuje Ke Liye (traduzido de Made For Each Other) é um filme de tragédia romântica indiana Hindi de 1981 dirigido por K. Balachander. Um remake do filme télugo de Balachander, Maro Charitra, é estrelado por Kamal Haasan e Rati Agnihotri como um par de amantes de diferentes famílias que se opõem ao seu relacionamento e vão a extremos na tentativa de separá-los. Conta com a participação de Madhavi e Rakesh Bedi em papéis coadjuvantes. Ek Duuje Ke Liye foi lançado em 5 de junho de 1981 e arrecadou mais de ₹ 100 milhões (US $ 1,3 milhão) nas bilheterias, “tornando-se um dos filmes indianos de maior bilheteria de seu ano”. Ele recebeu críticas positivas dos críticos de cinema, que elogiaram a trilha sonora do filme - particularmente o single Tere Mere Beech Mein cantado por SP Balasubrahmanyam e escrito por Anand Bakshi - e as performances do elenco. No 28º National Film Awards, ganhou o prêmio de Melhor Cantor de Reprodução Masculino (Balasubrahmanyam). No 29º Filmfare Awards, foi indicado a 13 prêmios – incluindo Melhor Filme, obtendo três menções: Melhor Letrista (Bakshi), Melhor Roteiro (Balachander) e Edição. É um filme clássico no cinema hindi, e um dos melhores filmes em hindi de todos os tempos. Ela inspirou vários atores e atrizes, cantores indianos e pop como Britney Spears, que “sampleou instrumentos de Tere Mere Beech Main para seu single Toxic” (2004).
O
dicionário Oxford elegeu na primeira quinzena de novembro, como a palavra do
ano de 2018, um termo não muito animador do ângulo da diversidade e diferença:
“tóxico” e a segunda “masculinidade”. As duas juntas ficaram em terceiro lugar,
sendo assim classificada como a expressão comunicativa daquele ano.
Metodologicamente o verbete é selecionado devido ao seu potencial duradouro,
enquanto efeito de poder, e, claro, o significado cultural. A palavra ou
expressão que é julgada como um efeito de poder, especificamente relacionado ao
ethos, tem um potencial duradouro como termo de significado e representação no
âmbito da fenomenologia cultural. Etnograficamente “masculinidade
tóxica” representa uma descrição estreita e repressiva da masculinidade, que a
designa como definida por violência simbólica, sexo, status e em última análise
agressão. Ipso facto, é o ideal cultural de masculinidade, onde a força
bruta representa tudo, enquanto em contraposição, as emoções representam,
assim, uma fraqueza. Alguns dos efeitos sociais de poder da masculinidade
tóxica estão na supressão de sentimentos, como ocorre frequentemente na
política, com o encorajamento da violência, falta de incentivo em procurar
ajuda terapêutica, até questões mais graves como estupro.
A discussão sobre as relações sociais de gênero ditam que: Não há lei na arena (cf. Paglia, 1996: 57 e ss.) perpassou o campo fisiológico e chegou aos ditames das regras e papéis culturalmente estabelecidos pela sociedade de classes do século XIX. A identidade sexual e de gênero do homem/mulher vitoriano (a), estava intrinsecamente ligada à representação do seu papel na sociedade aristocrática e industrial. Os traços sociais e culturais que os descrevem, voltava-se para a forma de se vestir, a forma de andar, a maneira social de se comportar, a entonação de voz, etc., assim como era ressaltado a formação física, a musculatura, os contornos do corpo masculino, sua elegância, vigor físico e beleza, e por fim, as qualidades psicológicas do homem como a agilidade, a coragem, a distinção, a bravura, o heroísmo. A sociedade masculinista burguesa, dado essa premissa, construía, a outra imagem de homem, e como consequência vieram às duras provas pelas quais o homem deveria enfrentar, como as lutas, material e psíquica como um dos componentes do comportamento masculino. Exemplos de personagens másculos ecoavam através da progressiva arte vitoriana, representada, sobretudo na tríade literatura, pintura e escultura.
Nos círculos sociais ressaltavam-se com eloquência, quem representava a perfeição ideal
de beleza masculina, como o ideal de virilidade. A experiência e o
reconhecimento socialmente reproduzidos e acumulados historicamente pelas
gerações precedentes são apropriados pelos sujeitos através das relações
sociais que lhes fornecem as mediações complexas das ações humanas. A identidade
de gênero pode ser compreendida dentro deste dinamismo como uma das
particularidades da identidade do sujeito. No limite, a imaginação é
reduzida pelos autores àquela concepção de sensação de uma imagem remanescente
ou repetida e consecutiva do imaginário individual (o sonho) e coletivo
(os mitos, os ritos, os símbolos). Desvalorizado para explicar “conexões
imaginativas”, capaz de estimular a criatividade no âmbito da teoria social,
sem perder a conexão de sentido com o imaginário individual e coletivo, que
pode cometer o erro de reduzir a imaginação a um puzzle de significados
de um ponto de vista distorcido da realidade em que se encontra. Para adquirir
esta forma de visão é necessário analisar a sociedade onde vive de maneira
externa. Procurando diminuir a sua influência na análise uma vez que
consigo é carregado de valores culturais obtidos ao longo da história social de
sua vida. É olhar para as coisas de maneira diferente da que estamos
habituados na vida cotidiana.
Daí que deste ponto de vista, não estamos longe de admitir que o lugar de análise em que o raciocínio sociológico constrói suas pressuposições é diferente do espaço lógico do raciocínio experimental. O espírito, dizia Friedrich Hegel, não pode conhecer-se diretamente. É preciso que negue previamente, de certo modo, que saia de si e se torne “estranho a si mesmo”, exteriorizando-se e produzindo sucessivamente todas as formas do real – quadros do pensamento, natureza, história; e depois que reverta à origem, alcançando assim o conhecimento verdadeiro, a filosofia do espírito absoluto. Afastando-se de si, exteriorizando-se, para voltar depois a si mesma, a Ideia triunfa do que a limitava, afirmando-se na negação das suas negações sucessivas. Hegel definiu o princípio da realidade como uma Ideia lógica, fazendo do ser das coisas um ser puramente lógico e chegando assim a um panlogismo consequente que apresenta ainda, um elemento dinâmico-irracional, existente no que é próprio à dialética. O idealismo apresenta-se, para sermos breves, em duas formas principais: como idealismo subjetivo ou psicológico e como idealismo objetivo e lógico. Estas subjetividades no plano analítico movimentam-se no âmbito de uma concepção fundamental. Essa diferença da essência e o exemplo, entre a imediatez e a mediação, quem faz não somos nós apenas, mas a encontramos na própria certeza sensível; e deve ser tomada na forma em que nela se encontra, e não como nós acabamos de determina-la. Na certeza sensível, o abstrato é um momento posto como o essente simples e imediato, ou como a essência: o objeto na sua humanidade.
O
outro momento é posto como o inessencial e o mediatizado,
momento que nisso não é “em-si”, mas por meio do Outro: o Eu, um
saber, que sabe o objeto só porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o
objeto é o verdadeiro e a essência: ele é, tanto faz que seja conhecido ou não.
Permanece mesmo não sendo conhecido - enquanto o saber não é, se o objeto não
souber que pode ser, assim da singularidade de apreensão do objeto. O outro momento, porém, é posto como o
inessencial e o mediatizado, momento que nisso não é “em-si”, na démarche
da consciência, mas por meio de Outro: o Eu, um saber, que sabe o objeto só
porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o objeto é o verdadeiro e a
essência: ele é, tanto que seja conhecido ou não. Permanece mesmo não sendo
conhecido - enquanto o saber não é, se o objeto não é. Portanto, deve
ser examinado, para vermos se é de fato, na certeza sensível mesma, aquela
essência que ela lhe atribui; e se esse seu conceito abstrato de ser uma
essência, corresponde ao modo imediato de visibilidade como se encontra na
certeza sensível. Nós não temos de refletir sobre o objeto, nem indagar o que
possa ser em verdade; mas através da ideia de formação é possível
“considerá-lo como a certeza sensível o tem nela”.
O
tempo, como a unidade negativa do ser-fora-de-si, é igualmente um, sem
mais nem menos, abstrato, ideal. O tempo é como o espaço uma pura forma de
sensibilidade ou do intuir, é o sensível, mas, assim como a este espaço, também
ao tempo não diz respeito a diferença de objetividade e de uma consciência
subjetiva contra ela. Quando se aplicam estas determinações de espaço e tempo,
então seria aquele a objetividade abstrata, do tempo, porém a subjetividade
abstrata. O tempo é o mesmo princípio que o Eu=Eu da autoconsciência
pura; mas é o mesmo princípio ou o simples conceito ainda em sua total
exterioridade e abstração – como o mero vir-a-ser intuído, o puro ser-em-si
como simplesmente um vir-fora-de-si. O tempo é igualmente contínuo como
o espaço, pois ele é a negatividade abstratamente referindo-se a si e nesta
abstração ainda não há nenhuma diferença real. No tempo, diz-se, tudo surge e
tudo passa e perece, se se abstrai de tudo, do tempo e através do
entendimento o recheio do espaço, fica de resto o tempo vazio comparativamente
como o espaço vazio – isto é, são então postas e representadas estas abstrações
de exterioridade, como se elas fossem existentes por si.
Mas
não é o que no tempo surja e pereça tudo, porém o próprio tempo é este
vir-a-ser, surgir e perecer, o abstrair essente. O real de análise é bem
diverso do tempo, mas também essencialmente idêntico a ele. O real é limitado,
e o outro para esta negação está fora dele, a determinidade é assim nele
exterior a si, e daí a contradição de seu ser; a abstração opera nessa
exterioridade de sua contradição e a inquietação da mesma é o próprio tempo.
Por isso o finito é transitório e temporário, porque ele não é, como a
representação do conceito nele mesmo, a negatividade total, mas tem esta forma em
si, como sua essência universal, entretanto – diferentemente da mesma essência
– é unilateral, e se relaciona à mesma essência como à sua potência. Mas tais
conceitos, para Hegel, na sua identidade conseguem livremente existente para
si, Eu=Eu, é “em si” e “para si” a absoluta negatividade e liberdade.
Por isso o tempo não é potência dele, nem ele está no tempo nem é algo
temporal. Mas ele é muito mais a potência do tempo, como sendo este apenas esta
negatividade como exterioridade. Só o natural, é, enquanto é finito, sujeito ao
tempo; o verdadeiro, na constituição da ideia, o espírito que é eterno.
Historicamente durante a década de 1940 nos Estados Unidos, o estilo de música comercializado por artistas adolescentes era um subgênero do jazz chamado swing. Com o passar dos anos, cada “Era” do teen pop teve suas particularidades. Na década de 1960 e início dos anos 1970, o bubblegum pop era o estilo mais comercializado para o público teen. Nos anos 1980, o synthpop e dance-pop foram bastante explorados, e, na década seguinte, o R&B, hip hop e rock também foram incorporados ao pop adolescente. Desde o início dos anos 2000 o teen pop sofreu uma significativa queda de popularidade, quando os artistas adolescentes começaram a migrar para outros gêneros, como R&B, electropop, dance, pop rock, pop punk, pop-rap e country pop. A primeira grande onda de pop adolescente após a contracultura de 1960 e 1970 ocorreu em meados dos anos 1980, com artistas como Menudo, New Edition, Debbie Gibson, Tiffany, Martika e New Kids on the Block. No início da década de 1990, o teen pop dominou as paradas de sucesso; o estilo popularizou-se com a boyband Take That neste período, até meados de 1990, quando o Britpop se tornou a próxima grande onda no Reino Unido, eclipsando o estilo, semelhante ao que o grunge fez na América do Norte.
A introdução do cantor canadense Justin Bieber, um protegido de Usher, criou um ressurgimento do “interesse no pop adolescente”. No momento do lançamento do seu álbum de estreia estabeleceu recordes; ele foi o primeiro artista a colocar todas as músicas de um álbum na parada de singles Billboard Hot 100. Todavia semelhante aspecto ocorreu quando Britney Spears estabeleceu-se profissionalmente como um ícone pop e creditada por influenciar o renascimento do chamado “pop adolescente” durante o final dos anos 1990 tornando-se a “artista adolescente mais lucrativa de todos os tempos” e recebeu títulos honoríficos, incluindo o de Princesa do Pop. Seu trabalho artístico lhe rendeu inúmeros prêmios e honrarias, incluindo um Grammy Award, seis MTV Vídeo Music Awards, incluindo o Lifetime Achievement Award, nove Billboard Music Awards, e uma estrela na Hollywood Walk of Fame. Em 2009, a Billboard classificou-a como a oitava “Artista da Década”, e também a reconheceu como a artista feminina que mais vendeu na década de 2000, bem como a quinta colocação na classificação geral. A Recording Industry Association of America (RIAA) nomeou Spears como a oitava artista feminina que “mais vendeu nos Estados Unidos, com 34 milhões de álbuns certificados”.
Britney Spears já vendeu no processo merceológico mais de 100 milhões de álbuns em todo o mundo e mais de 100 milhões de singles, articulando música de trabalho & música de divulgação e fazendo dela “uma das artistas musicais mais lucrativas de todos os tempos”. De acordo com a Billboard Music, Spears já vendeu cerca de 22,38 milhões de singles em downloads digitais nos Estados Unidos da América e é a quarta artista feminina que mais vendeu desde que a Nielsen SoundScan, um sistema de informação criado pelos charás Mike Fine e Mike Shalett, da empresa Nielsen Company, que faz todos os levantamentos de vendas de música e produtos de vídeo em todo o território norte-americano e ainda canadiano. Os dados são recolhidos e disponibilizados semanalmente aos domingos aos assinantes, que incluem executivos de todos os tipos mais variados de empresas discográficas, empresas publicitárias, chamados “retalhistas” de música, promotores independentes, quando começou a contabilizar os dados estatísticos sobre o mercado da música pop.
Os assistentes de voz estão cada vez mais posicionados dentro do gosto dos usuários: Siri, Google Search e Alexa são usados para um grande número de tarefas, entre as quais buscas e compras. Estes pequenos dispositivos vão gradualmente ganhar toda a nossa atenção, mas sem ver muito no futuro, atualmente as compras com assistentes de voz já são uma realidade e uma pesquisa realizada pela NetElixir confirma isso. A revista Rolling Stone, por exemplo, reconheceu seu sucesso instantâneo incluindo-a na lista “Top 25 Teen Idol Breakout Moments”, enquanto o canal VH1 classificou-a em 11º lugar entre as “100 Maiores Mulheres na Música”, publicada em 2012, enquanto que a Billboard “nomeou-a como mulher mais sexy na música”. Em 2012, a revista Forbes informou que Britney Spears “era a artista musical feminina mais bem paga do ano, com ganhos de US$ 58 milhões, tendo aparecido no topo da mesma lista em 2002. Em 2021, novamente, “a revista Forbes informou que Spears tem uma fortuna líquida no valor de US$ 60 milhões”. Britney Spears estava no topo do mundo há 20 anos. Detinha uma temporada de 4 anos de álbuns de platina nº 1, um Grammy e uma série de turnês que lhe renderam dezenas de milhões de dólares. Em 2002, a Forbes a nomeou “a celebridade mais poderosa do mundo, com receita estimada em US$ 40 milhões antes dos impostos e taxas”.
Em termos de ganhos e efeitos sociais poder e utilidade de uso na economia, ela estava à frente de suas contemporâneas Jessica Simpson e Jennifer Lopez. E ainda hoje é possível dizer que ela vendeu mais ingressos para shows e álbuns do que qualquer uma das duas. Mas quando se trata de patrimônio líquido, a ex-rainha do pop ficou para trás. Britney, que já foi uma força dominante e ascendente na cultura pop, tem um patrimônio líquido de US$ 60 milhões. Jessica e Jennifer construíram fortunas de mais de US$ 100 milhões, segundo a Forbes. Beyoncé, que começou sua carreira solo alguns anos depois de Britney deixar o Mickey Mouse Club, tem uma fortuna sete vezes mais valiosa, sem incluir nenhuma riqueza do marido bilionário Jay-Z. Então, o que deu errado? Depois de vários anos sofrendo com o abuso da mídia, Britney sofreu “um colapso mental público e foi colocada sob tutela judicial em 2008”. As fotos de Britney Spears “raspando o cabelo em um salão de beleza de Los Angeles estamparam capas de revista ao redor do mundo em 2007”.
Os cliques foram feitos por paparazzi que a “perseguiam” constantemente, em meio à chamada “espetacularização da cultura”, e marcaram a época que foi definida como “o colapso da princesa do pop”. Depois de um divórcio conturbado, uma série de situações sociais tensas com paparazzi e internações em clínicas de reabilitação que quase encerraram a carreira de Britney, o pai, Jamie Spears, decidiu intervir na vida da cantora. Em 2008, ele conseguiu a tutela jurídica para controlar a carreira da filha por onze meses, de fevereiro a dezembro. Porém, o que estava previsto para durar um breve período de tempo, está em curso até estes dias de hoje. Treze anos depois do início da tutela, Britney Spears, aos 39, ainda “não tem autonomia legal para gerenciar seu próprio patrimônio nem tomar decisões profissionais”. O documentário “Framing Britney Spears”, lançado em fevereiro de 2021 pelo New York Times em parceria com os canais FX e FX on Hulu, revelou detalhes sobre o acordo judicial e o movimento popular “Free Britney”, que protesta pela liberdade de expressão da artista. Com cenas que vão desde a ascensão de Britney Spers, que começou no programa infantil O Clube do Mickey, aos 8 anos de idade, até os trâmites da tutela jurídica, o filme demonstra depoimentos de algumas pessoas muito próximas de Britney ao longo de sua carreira.
A
juíza entregou o controle de sua carreira e finanças a seu pai, James, que
agora é o vilão do movimento #FreeBritney,
um ato político que ocorre nas mídias sociais para “libertar” a cantora da
tutela. Esse cenário não teve impactos positivos em sua carreira e em seu
patrimônio. Depois que o pai de Britney Spears pediu para deixar a tutela que
administrou por 13 anos no início deste mês, o advogado da cantora declarou
vitória. Então a batalha legal de Britney Spears já terminou? Não exatamente. A
próxima audiência no caso está marcada para 29 de setembro no Tribunal Superior
de Los Angeles, onde se espera que a juíza Brenda Penny aceite o pedido de
Jamie Spears para encerrar a tutela. Outros membros da família poderiam se opor
ao término do acordo, mas isso parece improvável, pois Lynne Spears, a mãe da
cantora, declarou em um processo judicial no início deste verão que Britney
está “apta a cuidar de sua pessoa”. Nos últimos anos, Britney resistiu ao
controle de seu pai, ao mesmo tempo em que pagava milhões de dólares em taxas
legais vinculadas à tutela, que controla rigidamente seu estilo de vida
e a obriga a pagar uma pensão alimentícia a seu ex-marido Kevin Federline.
Documentos judiciais analisados pela Forbes no ano passado revelaram
que a maioria de seus ativos são mantidos em várias contas de corretagem,
imóveis e dinheiro.
A
fortuna da estrela pop não surgiu por falta de esforço: em 2008, ela lançou
cinco (5) discos de sucesso e embarcou em seis (6) grandes turnês. Na década seguinte,
ela entregou outros quatro (4) álbuns e quatro turnês mundiais, sendo uma delas em
Las Vegas, que durou de 2013 a 2017 e arrecadou US$ 137,7 milhões, segundo a Caesars
Entertainment. Mas as coisas começaram a ficar difíceis. Antes, a cantora
era uma escolha popular para parceria com empresas como Pepsi, Skechers
e Samsung, mas em 2015 ela parou de fazer comerciais de televisão.
Britney não lança novas músicas desde 2016, e parou de fazer turnês em 2018. No
ano seguinte, ela cancelou outra residência lucrativa em Las Vegas que a teria
feito arrecadar pelo menos US$ 350 mil por noite. - “Minha cliente me informou
que tem medo do pai”, disse o advogado de Britney, Samuel D. Ingham III, no tribunal
em novembro, segundo a Associated Press. “Ela não se apresentará novamente se
seu pai estiver encarregado de sua carreira”. Na audiência, a cantora esperava
destituir permanência do pai da posição de tutor. Vivian Lee Thoreen, advogada
de Jamie Spears, defendeu sua administração e disse que Britney estava em
dívida antes da tutela: - “Não acredito que existam evidências suficientes que
apoiem a suspensão do meu cliente”.
Um
juiz concordou em manter Jamie Spears como tutor, mas atendeu ao pedido de
Britney em nomear Bessemer Trust, uma fiduciária independente, como cotutora
permanente. Thoreen e Spears não comentaram o ocorrido. Enquanto enfrentava
dificuldades, vários de seus colegas astros prosperaram. Jennifer Lopez
continuou a trabalhar regularmente, produzindo novas músicas, viajando pelo
mundo e estrelando uma residência própria de dois anos em Las Vegas, enquanto
embolsava muito dinheiro como apresentadora do “American Idol”. No ano passado, enquanto Britney Spears seguia
esquecida, J-Lo ganhou US$ 47,5 milhões ao estrelar “As Golpistas”, fazer
turnês pelo mundo e ser patrocinada por marcas como L’Oreal, Kohl’s e Guess.
Dance Again World Tour, reconhecida simplesmente como Dance Again, foi a
primeira turnê mundial de Jennifer Lopez desde que começou sua carreira de
cantora. A turnê visitou a diversos países da América do Norte, Central, América do Sul, Ásia, Europa e Oceania. Começou em 14 de junho de 2012
na Cidade do Panamá, e se encerrou em 03 de fevereiro de 2013 em Osaka. A
última apresentação ocorreria em San Juan, em Porto Rico, porém em fevereiro de
2013, Jennifer apresentou pela última vez o show em Osaka, Japão.
A
turnê foi um grande sucesso, arrecadando mais de 52,6 milhões dólares nas
bilheterias. Foi classificado como a décima terceira turnê de maior bilheteria
do ano, a partir de seus encontros internacionais sozinhos. A turnê também
recebeu críticas positivas, a maioria elogiando Lopez em suas coreografias, voz
e físico. O show foi descrito como uma “explosão” de cor e som, que provou a
capacidade vocal de Lopez, ao mesmo tempo mantendo-se fiel à sua humilde
personalidade de “Jenny from the Block”. Em alguns países o show teve parceria
com o cantor espanhol Enrique Iglesias e a dupla porto-riquenha Wisin y Yandel.
Como artista, comparativamente, os ganhos de Jessica Simpson equivalem a uma
pequena fração da fortuna acumulada de Jennifer e Britney, mas ela “converteu
sua popularidade em uma participação acionária em uma empresa de roupas e
sapatos que leva o seu nome”. Em 2015, ela vendeu sua participação como
acionista em torno de 62,5% no empreendimento para o Sequential Brand Group
por cerca de US$ 120 milhões. Surgia uma nova geração de ícones
pop, incluindo o glamour das estrelas Katy Perry, Lady Gaga, Rihanna e
Taylor Swift.
Taylor
Swift realizou cinco turnês mundiais desde seu álbum de estreia em 2006 – sete
anos depois do lançamento nacional de Britney Spears. Em 2018, ela embarcou no Reputation
Stadium Tour 2018, que se tornou a turnê de maior bilheteria nos Estados
Unidos acumulando US$ 266,1 milhões através de 2 milhões em vendas de
ingressos. Suas casas, incluindo uma mansão em Rhode Island, duas em Beverly
Hills e uma cobertura em Manhattan, valem mais do que toda a fortuna de Britney
Spears, sem contar seus dois jatos Dassault particulares. Rihanna demonstrou
como ganhar muito dinheiro fora dos palcos ao converter seu sucesso na música,
em uma mistura surpreendente de empreendimentos empresariais. A Fenty Beauty,
sua linha de maquiagem com a gigante francesa de luxo LVMH Moët Hennessy Louis
Vuitton SE, ou simplesmente LVMH é uma holding francesa comercialmente especializada
em artigos de luxo. Foi formado pelas fusões dos grupos Moët et Chandon e
Hennessy e, posteriormente, do grupo resultante com a Louis Vuitton, acumulou
mais de US$ 600 milhões em vendas em 2019. Segundo estimativas da Forbes, a
participação de Rihanna na marca de cosméticos vale US$ 375 milhões. Sua
participação na linha de lingerie Savage x Fenty, que arrecadou US$ 115 milhões
em sua segunda rodada de investimentos, vale mais de US$ 80 milhões. Ninguém
sabe o que Britney Spears teria feito se estivesse no controle artístico
e comercial da fortuna. É difícil dizer se ela teria tornado as coisas piores do que
seu próprio papai.
Bibliografia
geral consultada.
REICH, Wilhelm, La Función del Orgasmo. Buenos Aires: Ediciones Paidós, 1974; Idem, O Combate Sexual da Juventude. 2ª edição. Lisboa: Editor Antídoto, 1978; CHAUÍ, Marilena de Souza, Repressão Sexual: Essa Nossa (Des)conhecida. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987; MANNHEIM, Karl, “El Problema de las Generaciones”. In: Revista Española de Investigaciones Sociológicas, n° 62, pp. 193-242; 1993; HERNÁNDEZ, Fernando, “¿ De qué Hablamos quando Hablamos de Cultura Visual?”. In: Educação & Realidade, 30 (2): 9-34, jul./dez. 2005; PEREIRA, Luciano, Depressão: Mobilização e Sofrimento Social. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010; DURKHEIM, Émile, Da Divisão do Trabalho Social. 4ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2010; BORGES, Bento Souza, Juventude, Trabalho e Educação Superior: A Geração Y em Análise. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Educação. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2014; FOUCAULT, Michel, Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. 42ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2014; AIELO, Carlos Henrique, Espelhamentos Miméticos nos Fenômenos Adultescentes e Infantescentes: A Glamorização da Juventude na Produção Publicitária. Tese de Doutorado em Comunicação. São Paulo: Universidade Paulista (UNIP), 2016; LILTI, Antoine, A Invenção da Celebridade (1750-1850). 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2018; MIRANDA, Rafael Tadeu, Diálogos com a Cultura Pop: Possibilidades de Relação entre a Cena e o Universo Jovem. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2018; COSTA, Sarah Moralejo, Fanworks de Fanworks: A Rede de Reprodução de Fãs. Tese de Doutorado em Comunicação. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2018; MASCARENHAS, Alan Mangabeira, “You Wanna a Piece of Me”: A Estética do Fã na Peregrinação ao Corpo Monumento da Diva Pop em las Vegas. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2019; BEAUREGARD, Luis Pablo, “Britney Spears desabafa perante a justiça: - Só quero recupear minha vida”: In: https://brasil.elpais.com/cultura/2021-06-24/; Artigo: “Britney Spears prepara retorno à música com disco feito como ato de vingança”. In: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/08/03; entre outros.
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