quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Guardiães da Razão - Política, “Verdade” & Presidência Dilmista.

Ubiracy de Souza Braga*
 
A estudante Dilma Rousseff participava de trabalhos denominados de agitação de massas”. Jorge Nahas

                                                                                                      
   Em outubro de 1968, o Serviço Nacional de Informações (SNI) produziu um documento de 140 páginas sobre o estado da “guerra revolucionária no país”. Entre os militantes aparece Dilma Vana Rousseff Linhares, descrita como “esposa de Cláudio Galeno de Magalhães Linhares”. É estudante da Faculdade de Ciências Econômicas da URGS e seus antecedentes estão sendo levantados. Dilma Rousseff e o Aparelho de Estado da ditadura militar começavam a se conhecer. Durante os cinco anos em que o Aparelho Repressivo de Estado funcionou com “rotinização”, de 1967 a 1972, a ex-militante Dilma Vana Rousseff ou seus codinomes políticos: “Estela”, ou “Wanda”, ou “Luiza”, ou “Marina”, e finalmente “Maria Lúcia”, viveu mais experiências do que a maioria das mulheres brasileiras terá em toda a sua vida. Ela se casou duas vezes, militou em duas organizações políticas clandestinas. Mudou de casa frequentemente para fugir da perseguição da polícia política e do Exército. Esteve nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Adotou nomes e usou habilmente documentos falsos. Manteve encontros secretos, dignos de filmes de espionagem. Participou de discussões político-ideológicas trancada em “aparelhos”, foi presa, torturada, processada e encarou 28 meses de cadeia.
Dilma Rousseff nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Iniciou sua vocação política aos 16 anos, ingressando na luta armada contra a ditadura militar golpista de 1964. Foi presa em 1970 por quase três anos e submetida à tortura. Após a prisão, mudou-se para Porto Alegre formando-se em Economia pela Universidade do Rio Grande do Sul, posteriormente Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na década de 1980, participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista, permanecendo filiada até 2001, quando entrou para o Partido dos Trabalhadores. Durante a campanha de 2002 com Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, pelo Partido dos Trabalhadores (PT) ganhou destaque na equipe responsável pela campanha e na formulação do plano de governo na área energética da pasta de Minas e Energia em 2003. Permaneceu no cargo até 2005, quando substituiu José Dirceu, tingido pelo escândalo do Mensalão, na Casa Civil. Em 2009, revelou que se submetera a tratamento contra um linfoma. Meses depois, teve sua candidatura à Presidência oficializada pelo PT. Comandou uma extensa campanha pelo País, tendo Lula como sua legenda eleitoral. Dilma confirmou seu favoritismo nas eleições tornando-se a 1ª mulher presidente da República Federativa do Brasil. A tv O Povo recebeu o sociólogo Ubiracy Braga no programa O Povo Quer Saber para analisar temas ligados ao desgaste da presidente, a crise do PT e a participação feminina na política.


   
A revista Forbes de negócios e economia norte-americana apresenta artigos e reportagens originais sobre finanças, indústria, investimento e marketing reconhecidos por suas listas, principalmente nas quais faz um ranking das pessoas mais ricas do mundo. Além de outras, como das chamadas celebridades mais bem-pagas e das mulheres mais poderosas, situando a presidente Dilma Rousseff como a sétima mulher mais poderosa do mundo ocidental em 2015.  Também é conhecida por suas listas, nas quais faz um ranking das pessoas mais ricas dos Estados Unidos, conhecida como “Forbes 400” e do mundo ocidental. Além de outras personalidades como é o fato das celebridades mais bem-pagas, como Yuri Villas e Gabriel Persico. Tem sede na cidade de Nova Iorque e foi fundada em 1917 por Bertie Charles Forbes um jornalista financeiro e autor de origem escocesa, que fundou a reconhecida revista norte-americana Forbes em 1917. A Forbes é a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Foi fundada em 1917 por Bertie Charles Forbes, e tem como editor chefe, Steve Forbes. A Forbes tem como slogan “The Capitalist Tool”.Em abril de 2007, Dilma Rousseff já era vista pela mídia como candidata à presidência da República na eleição de 2010.  
        Naquele mesmo ano, o presidente Lula passou a dar destaque a então ministra com o objetivo de testar seu potencial como candidata. Em abril de 2009, Lula afirmou que “Todo mundo sabe que tenho intenção de fazer com que Dilma seja candidata do PT e dos partidos, mas se ela vai ganhar vai depender de cada brasileiro”. Para cumprir com a lei eleitoral de desincompatibilização, Dilma deixou o Ministério da Casa-Civil em 31 de março de 2010, sendo sucedida por Erenice Guerra. A Convenção Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizada em Brasília no dia 13 de junho de 2010, oficializou Dilma como a candidata do partido à presidência, bem como oficializou o então presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PSDB) como seu vice-presidente. A coligação de Dilma Rousseff de 2010 foi apoiada pela coligação eleitoral de centro-esquerda Para o Brasil seguir mudando, que foi formada ao redor do Partido dos Trabalhadores (PT) para disputar à eleição presidencial de 2010 no Brasil. Foi composta por na mais do que dez partidos políticos: PT, PMDB, PCdoB, PDT, PRB, PR, PSB, PSC, PTC e PTN. Em 14 de outubro de 2010, o PP se juntou não-oficialmente à coligação. Dilma Rousseff, teve como vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Durante seu discurso de aceitação como candidata, declarou: - “Não é por acaso que depois desse grande homem o Brasil possa ser governado por uma mulher, uma mulher que vai continuar o Brasil de Lula, mas que fará o Brasil de Lula com alma e coração de mulher”. O mote da campanha petista foi a continuidade do governo Lula. Até então desconhecida por grande parte do eleitorado, Dilma Rousseff passou a liderar a corrida pela sucessão presidencial. Como é natural, ela foi beneficiada pela aprovação recorde do governo Lula, que atingiu patamares superiores aos 80%. O presidente engajou-se pessoalmente na campanha, participando de vários comícios, gravando para a propaganda eleitoral e declarando apoio à candidata repetidas vezes. O conservador Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interpretou algumas dessas declarações como propaganda eleitoral antecipada, multando-os diversas vezes. A finalidade jurídica da proibição da propaganda extemporânea é evitar o desequilíbrio político e, em tese, a ausência  de isonomia nas campanhas eleitorais. Os candidatos devem ser tratados igualmente. Perante a legislação eleitoral, não é aceitável divulgar suas propagandas antes que outros tenham se registrado como candidatos. Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 1 de janeiro de 2011.
Algumas pesquisas de opinião indicavam que Dilma Rousseff poderia vencer a eleição já no primeiro turno. Ela chegou a atingir mais de 30% de diferença em relação ao candidato José Serra,  do PSDB. Após a divulgação pela imprensa das suspeitas de tráfico de influência no Ministério da Casa-Civil envolvendo a ministra Erenice Guerra, as pesquisas passaram a indicar uma migração de votos da então petista para Marina Silva. Também contribuiu para sua queda nas pesquisas a questão da descriminalização do aborto, em que seus opositores afirmavam que Dilma seria favorável ao aborto, embora ela tenha negado ter esta posição. Em 3 de outubro, Dilma obteve 46,91% dos votos válidos, classificando-se para o 2° turno com Serra, que atingiu 32,61%. Marina Silva, candidata do Partido Verde, conquistou 19,33% dos votos, tirando da petista a vantagem que a elegeria no 1° turno, como tinha sido previsto inicialmente pelos institutos técnicos de pesquisas.                       
No 2° turno, Marina Silva errou em sua estratégia quando optou “por não declarar apoio a nenhum dos dois candidatos”. Dilma manteve a vantagem sobre Serra nas pesquisas de opinião. Em 31 de outubro, ela obteve 55 752 529 votos (56,05%), elegendo-se a 1ª mulher presidente do Brasil. Em seu discurso de vitória, destacou o papel das mulheres e agradeceu o apoio do presidente Lula. Sua vitória teve grande repercussão na imprensa internacional, que destacou “o ineditismo por ser a primeira presidente e o peso de seu padrinho político”. Dilma foi empossada como a 36ª presidente do Brasil em 1º de janeiro de 2011. Em seu discurso de posse, prometeu  erradicar a pobreza e mudar o sistema tributário. Antes mesmo de assumir o cargo, afirmou preferir ser tratada como presidenta, mas desde sua eleição não houve posicionamento oficial a respeito do tema, o que gerou certa confusão. Os meios de comunicação não respeitaram a solicitação da presidenta da República. Sem estabelecer qualquer padronização, têm utilizado tanto “a presidente”, quanto “a presidenta”.
Em 14 de janeiro de 2011, Dilma visitou as áreas atingidas pelas enchentes e deslizamentos de terra no Rio de Janeiro. Seu governo liberou R$ 100 milhões para ações de socorro e assistência social. No início de fevereiro, fez a primeira viagem internacional, escolhendo a Argentina como destino político. No mesmo mês, anunciou um corte de R$ 50 bilhões nas despesas previstas pelo Orçamento Geral da União para 2011. Fez seu primeiro pronunciamento transmitido em rede nacional de rádio e televisão. Em março, recebeu a visita do presidente norte-americano Barack Obama, assinando acordos de cooperação. Em abril, decretou luto oficial de três dias pelo Massacre de Realengo (RJ) e declarou que o país estava unido em repúdio à violência. Massacre de Realengo refere-se à chacina ocorrida em 7 de abril de 2011, por volta das 8h30min da manhã (UTC-3), na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, no município do Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres disparando contra os alunos presentes, sendo que matou doze deles, com idade entre 13 e 16 anos, e deixou mais de 22 feridos. Foi interceptado por policiais, mas cometeu suicídio antes de ser detido
Em seu discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas em 21 de setembro, defendeu o Estado Palestino ao dizer que “chegou o momento” daquele país se tornar um membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU). Também exaltou o papel das mulheres na política, declarando: - “Pela primeira vez na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o debate geral: é a voz da democracia”. Em novembro, sancionou a lei que instituiu a chamada “Comissão Nacional da Verdade” (CNV), um colegiado instituído pelo governo do Brasil para investigar as graves violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. As violações aconteceram no Brasil e no exterior, praticadas por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado brasileiro. A comissão foi composta de sete membros nomeados pela presidente do Brasil, Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT) que foram auxiliados por assessores, consultores e pesquisadores e a Lei de Acesso à Informação, regulamentando o direito do acesso às informações públicas. Em seu 1° anos de mandato, sete ministros foram substituídos. Irritado, Nelson Jobim, ministro da Defesa, pediu demissão, após classificar o governo Dilma como “atrapalhado”. Em fevereiro de 2012, o governo federal leiloou os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. As concessionárias vencedoras irão administrar os aeroportos durante o prazo de concessão, que varia de vinte a até trinta anos. O governo arrecadou R$ 24 bilhões com os leilões. Também foram concessionados para a iniciativa privada trechos de rodovias e ferrovias federais. Dilma discursa durante abertura do “Rio+20”, 20 de junho de 2012. Dilma desfila no Rolls Royce com sua filha Paula na posse do 2° mandato como presidenta do Brasil.
Em maio de 2012, anunciou, em rede nacional de televisão, a criação do programa “Brasil Carinhoso”, com o objetivo de “tirar da miséria absoluta todas as famílias com integrantes de até quinze anos”. No mês seguinte, sancionou a Lei nº 12 677, criando mais de 70 mil cargos a serem preenchidos até 2014 na área educacional e, em agosto sancionou a lei que destina metade das vagas em universidades federais para estudantes de escolas públicas. Dilma manteve um alto índice de aprovação nos dois primeiros anos de seu mandato. A aprovação do governo nunca foi inferior a 48% de “ótimo” ou “bom” e sua avaliação pessoal atingiu a casa dos 70% diversas vezes. Estes índices deram-lhe melhor aprovação do que comparativamente ao mesmo período dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Em seu primeiro pronunciamento rede nacional de rádio e televisão em 2013, anunciou uma redução na conta de luz e declarou que “ao mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia e ela irá crescer ainda nos próximos anos”. Em março, anunciou a desoneração de impostos federais sobre a cesta básica para “reaquecer” a economia.
Em junho de 2013, em meio à “onda de protestos” da população estimulada pelos meios massivos de comunicação que se espalharam por todo País sobre insatisfação relacionada aos Poderes Executivo e Legislativo, aliada a questões sobre condições de saúde, educação e segurança, geraram a maior queda na popularidade de Dilma Rousseff , que obteve queda maciça de 55% para 31%. A onda de protestos também atingiu negativamente a popularidade de governadores, prefeitos, deputados e da maioria dos partidos políticos do país. Em 21 de junho de 2013, um dia após a maior manifestação registrada nessa onda estimulada de protestos, Dilma cancelou uma viagem que faria ao Japão e convocou uma reunião de emergência. No mesmo dia, foi gravado um pronunciamento presidencial em que Dilma Rousseff anunciou a criação de cinco pactos e uma proposta de plebiscito para abertura de uma Constituinte para encaminhamento da Reforma Política. Em setembro de 2013, documentos do governo dos Estados Unidos da América (EUA) revelaram que Dilma e seus assessores, além de grandes empresas estatais como a Petrobrás - Petróleo Brasileiro S/A, foram espionados pelo governo norte-americano. Novos documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) vazados pelo ex-analista da agência Edward Snowden indicam que a Petrobras também teria sido espionada pelos estrategistas de petróleo norte-americanos.
Em 17 de setembro, Dilma cancelou a viagem oficial que faria aos EUA naquele ano. Em 24 de setembro, a presidente discursou na Assembleia Geral da ONU, onde declarou que “a espionagem fere a soberania e o direito internacional”. Ela classificou as denúncias como uma “grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis” e uma “afronta aos princípios que devem guiar as relações entre os países”. Em fevereiro de 2015, uma reportagem do The New York Times denunciou que os programas de espionagem da NSA no Brasil e no México continuaram mesmo após as revelações ao público e o estremecimento das relações bilaterais. Em 21 de outubro de 2013, foi leiloado o “Campo de Libra”, considerado o maior campo de petróleo da Camada pré-sal. Naquele mesmo dia, a presidenta fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão negando que o leilão significava a privatização do petróleo brasileiro. Segundo ela, “o Brasil é – e continuará sendo – um país aberto ao investimento, nacional ou estrangeiro, que respeita contratos e que preserva sua soberania. Por tudo isso, o leilão de Libra representa um marco na história do Brasil”.
Em 27 de abril de 2014, sancionou o Marco Civil da Internet, que estabeleceu obrigações e direitos dos provedores de internet. Dilma discursou no fórum global NET mundial, realizado naquele mês, afirmando: - “Esse foi um processo virtuoso que nós levamos no Brasil. O nosso “Marco Civil” também foi valorizado pelo processo de sua construção. Por isso, gostaria de lembrar que ele estabelece princípios, garantias e direitos dos usuários”.  Em 10 de junho de 2014, dois dias antes do início da Copa do Mundo FIFA, Dilma pronunciou-se em rede nacional de televisão sobre o evento. No pronunciamento, a presidente defendeu o legado da Copa, declarando: - “No jogo, que começa agora, os pessimistas já entram perdendo. Foram derrotados pela capacidade de trabalho e a determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca”. Entre junho de 2013 até a realização da Copa, vários protestos ocorreram contra a realização do evento no país. Dilma também foi alvo dos protestos estratégicos em pelo menos, duas vezes: 1) em seu Discurso de Abertura da Copa das Confederações pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) de 2013, recebeu muitas vaias da plateia, e, ; 2)  ao entregar a taça de campeã para a Alemanha, então vaiada pela torcida.
Vale lembrar que nascida em 27 de março de 1976, em Porto Alegre, Paula Rousseff é a única filha de Dilma e de seu ex-marido, Carlos Araújo. Paula graduou-se em Direito e é funcionária pública federal concursada ocupando o cargo de Procuradora do Trabalho em sua cidade natal. Casada, 39 anos, mãe e procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Essa é Paula Rousseff Araújo, que, como o sobrenome famoso já entrega, é filha da presidente Dilma Rousseff. Ela é discreta, evita se expor publicamente e, em geral, só é vista em algumas solenidades oficiais da mãe, como no primeiro dia do ano, quando desfilou em carro aberto com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato da presidente. Paula Rousseff entrou no Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio Grande do Sul em 2003, por meio de concurso público de provas e títulos e exerce a função em Porto Alegre. Funcionários do ministério evitam dar detalhes sobre o comportamento da colega de trabalho, muito menos se atrevem a confirmar se a filha herdou o comportamento disciplinado reconhecido da mãe. - “Ela tem fama de ser uma procuradora muito competente”, destaca uma fonte sigilosa ouvida pela reportagem do R7. Ela é casada, desde 2008, com o administrador de empresas Rafael Covolo. Em 9 de setembro de 2010, Paula deu à luz o primeiro neto de Dilma, Gabriel Rousseff Covolo, nascido em Porto Alegre, enquanto  e a avó em campanha presidencial. No primeiro turno, após o último debate entre os quatro principais candidatos, em 30 de setembro, na cidade do Rio de Janeiro, Dilma viajou para Porto Alegre para o batismo de Gabriel em 1° de outubro de 2010. Presidente Dilma Rousseff discursa na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas.
É considerada dona de temperamento explosivo, é acusada por parte da imprensa de ter “destratado colegas de sua pasta”, nomeadamente o ministro Paulo Bernardo, na frente dos governadores tucanos José Serra e Aécio Neves. Oh! é acusada de “ter feito chorar” o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, depois de uma reprimenda, pasmem, “via telefone”. Segundo o parcial jornal carioca O Globo, o secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Luiz Antônio Eira, teria pedido demissão devido a um desentendimento com ela, em que teria se sentido humilhado; Dilma, porém, nega que o tenha destratado, afirmando: “Sou uma mulher dura cercada por ministros meigos”. As supostas atitudes agressivas de Dilma, porém, garantiriam seu prestígio diante de Lula, que pondera que seu comportamento mais ajuda do que atrapalha: seu temperamento se convertia na eficiência para resolver problemas sem soluções, inclusive alguns vindos da gestão de José Dirceu. O vice-presidente da República considerava o temperamento da ministra dedicado e sério, assim como bravo. Foi senador pelo estado de Minas Gerais de 1999 a 2002.
            José Alencar Gomes da Silva foi um empresário e político brasileiro. Foi o 23° Vice-presidente do Brasil, de 1 de janeiro de 2003 até 1 de janeiro de 2011. . Elegeu-se vice-presidente da República Federativa do Brasil na chapa do candidato do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, conseguindo a reeleição em 2006, assegurando, portanto, a permanência no cargo até o final de 2010. Para ele, profundo conhecedor do eleitorado brasileiro, veria nesse temperamento de Dilma Rousseff, muito das  qualidades excepcionais que necessitamos para o comando do país. Sobre seu temperamento, Dilma Rousseff responde: - “O difícil não é meu temperamento, mas minha função. Eu tenho de resolver problemas e conflitos. Não tenho descanso. Não sou criticada porque sou dura, mas porque sou mulher. Sou uma mulher dura cercada por ministros meigos”.
          Enfim, a expressão “América Latina” foi utilizada pela primeira vez em 1856, pelo filósofo chileno Francisco Bilbao e, no mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo; e aproveitada pelo imperador francês Napoleão III durante sua invasão francesa no México como forma de incluir a França - e excluir os anglo-saxões - entre os países com influência na América, citando também a Indochina como área de expansão da França na segunda metade do século XIX. Deve-se também observar que na mesma época foi criado o conceito de “Europa Latina”, que englobaria as regiões de predomínio de línguas românicas. Pesquisas etnográficas sobre a origem da expressão conduzem, ainda, a Michel Chevalier, que mencionou o termo “América Latina” em 1836, durante uma missão diplomática feita aos Estados Unidos e ao México. As antigas colônias neerlandesas e, atualmente, países constituintes do Reino dos Países Baixos, Curaçao, Aruba e São Martinho não são habitualmente consideradas partes integrantes da América Latina, embora a sua língua mais falada seja o “papiamento”, língua de influência ibérica, embora não considerada latina.
A 1ª mulher eleita na América Latina foi Violeta Barros, em 1990, na Nicarágua. Apesar da importância da eleição, ela é conhecida como Violeta Chamorro, sobrenome do marido - pela maioria das pessoas e é lembrada como viúva do jornalista Pedro Joaquín Chamorro, assassinado pela ditadura que assolava o país. Ou seja, a primeira mulher eleita para uma Presidência na América Latina “precisa ter a memória vinculada a um homem”. A 2ª mulher a presidir um país latino-americano foi Mireya Moscoso, que governou o Panamá entre 1999 e 2004. Em todas as biografias, Mireya “é descrita como esposa do Presidente Arnulfo Arias Madrid”. Michelle Bachelet foi eleita em 2006 para governar o Chile. Ela é a 1ª mulher a presidir o Chile pela segunda vez, desde a ditadura do general Augusto Pinochet. As referências de “esposa” e “viúva” também são usadas para Cristina Kirchner, que governa a Argentina desde 2007. O mandato termina em 2015 e ela não poderá se candidatar novamente, de acordo com Constituição do país. A 5ª Presidenta eleita na América Latina venceu as eleições de 2010, assim como Dilma Rousseff. Laura Chinchilla presidiu a Costa Rica até maio deste ano. Antes de ocupar o cargo, ela já havia sido vice de Óscar Arias Sanchez. Dilma Rousseff é a 1ª mulher a governar o Brasil, vencendo as eleições de 2010 e 2014, sucessivamente. Lembra-nos os versos de Cora Coralina quando afirma: - “Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir”.
Bibliografia geral consultada.            

ALTHUSSER, Louis, “Idéologie et Appareils Idéologiques d`Etat. Notes pour une Recherché”. In: La Pensée, n° 151, 1970; TVARDOVSKAIA, Valentina, El Populismo Russo. México, Siglo XXI Editores, 1972; ALBUQUERQUE, José Augusto Guilhon, Instituições e Poder. A Análise Concreta das Relações de Poder nas Instituições. Tese de Livre Docência. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1980; CORREA, Mariza et alii, Colcha de Retalhos. Estudos sobre a Família no Brasil. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982; LÉVI-STRAUSS, Claude, Mito e Significado. Lisboa; Edições 70, 1989; BATISTA, Nilo, Punidos e Mal Pagos. Rio de Janeiro: Editor Revan, 1990; MARTOCCIA, María, Corpos Frágeis, Mulheres Poderosas. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003; COTRIM, Lívia Cristina de Aguiar, Marx: Política e Emancipação Humana 1848-1871. Tese de Doutorado.  Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais. São Paulo. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007; BERNARDES, Walkyria Wetter, A Constituição Identitária Feminina no Cenário Político Brasileiro pelo Discurso Midiático Globalizado: Uma Abordagem Discursiva Crítica. Tese de Doutorado. Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas. Brasília: Universidade de Brasília, 2009; MENDONÇA, Alba Valéria, Dilma admite erro em currículo e diz que cumpriu créditos de pós-graduação. In: https://g1.globo.com/Noticias/07/07/2009; DURKHEIM, Émile, Da Divisão do Trabalho Social.  edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2010; MENSPIVA, Otávio, Presidencialismo Sem Coalizão: A Ruptura do Modelo de Relacionamento entre Poderes no Governo Collor. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2010; OLIVEIRA, Elza Aparecida de; RUGGI, Lenita, “Batom na Primeira Página: A Vitória de Dilma Rousseff noticiada pelos Jornais Brasileiros”. In: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2011; MESQUITA, Lucas Ribeiro, Itamaraty, Partidos Políticos e Política Externa Brasileira: Institucionalização de Projetos Partidários nos Governos FHC e Lula. Dissertação de Mestrado em Ciência Política. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2013; DANTAS, Fernanda Argolo, Dilma Rousseff: Trajetória e Imagem da Mulher no Poder. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2014; Artigo: “Golpe de Estado em Burkina Faso deixa 10 mortos e mais de 100 feridos”. Dispopnível em: https://g1.globo.com/mundo/2015/09/; entre outros.

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* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).  

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