Lewis Allan “Lou” Reed nasceu no Brooklyn (Nova York), em 1942. Fã de doo-wop e dos primórdios do rock and roll, ele também foi inspirado pelo poeta Delmore Schwartz quando estudava na Syracuse University. Depois da faculdade, trabalhou como compositor contratado no selo Pickwick Records. Em meados dos anos 1960, ficou amigo do violinista clássico galês John Cale. Juntos formaram a banda chamada The Primitives, posteriormente renomeada The Warlocks. Depois de conhecerem o guitarrista Sterling Morrison e a baterista Maureen Tucker, tornaram-se o Velvet Underground. Com um som simples e visual sombrio, a banda chamou a atenção de Andy Warhol, que a incorporou ao show experimental dele, o Exploding Plastic Inevitable. - “Andy projetava os filmes dele na gente”, contou Reed. “Nós vestíamos preto para que os outros pudessem ver o filme. Mas andávamos sempre de preto de qualquer modo”. Produzido por Andy Warhol e recebido com total indiferença quando lançado no começo de 1967, o disco de estreia da banda, The Velvet Underground & Nico permanece como um marco musical no mesmo nível comparativamente de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles e Blonde on Blonde, de Bob Dylan.
A
famosa frase: - “No futuro, todos terão seus quinze minutos de fama”, como
profetizou certa vez o cineasta e pintor norte-americano Andy Warhol,
reconhecido pelos coloridos retratos da glamorosa Marilyn Monroe e Elvis
Presley tornou-se sua marca na modernidade. Mais do que isso, sua fama parece
ter se tornada eterna, como tem ocorrido no tempo e espaço quando é cada vez
mais celebrada. É o que garante o jornal norte-americano The New York Times.
No primeiro semestre de 2015, por exemplo, foram programadas pelo menos três
mostras com criações de Andy Warhol nos Estados Unidos da América. Em uma
extensa reportagem sobre o legado de um dos criadores e principal representante
da Pop Art, o jornal divulgou que nada menos que 40 exposições com obras do
artista, muitas delas até então inéditas para o público, “inundarão museus e
instituições de arte nos próximos cinco anos”. Isso porque a fundação que leva
o nome de Andy Warhol está na terceira fase de um projeto que visa popularizar
cada vez mais o trabalho do artista, morto em 1987. É neste sentido que a
fundação doou mais de 14 mil obras, sobretudo fotografias e gravuras, “com a
condição de que os museus as exibam no prazo de cinco anos”. Já foram
distribuídas, desde 1999, 52.786 obras do artista para 322 instituições
diversas, sobretudo nos Estados Unidos da América.
Neste
sentido, marca é a representação simbólica de uma entidade, qualquer que seja
ela, objeto/símbolo que permite identificá-la de um modo imediato como, por
exemplo, um sinal de presença, uma simples pegada. Na teoria da comunicação,
pode ser um signo, um símbolo ou um ícone. Uma simples palavra pode referir uma
marca. O termo é frequentemente usado hoje em dia como referência a uma
determinada empresa: um nome, uma marca verbal, imagens ou conceitos que
distinguem o produto, serviço ou a própria empresa. Quando se fala em marca, é
comum estar se referindo, na maioria das vezes, a uma representação gráfica no
âmbito e competência do designer, onde a marca pode ser representada
graficamente por uma composição de símbolo ou logotipo, tanto individualmente
quanto combinados. No entanto, o conceito de marca é bem mais abrangente que a
sua representação gráfica. Marca não é um conceito fácil de definir. A marca em
essência representa produção-consumo com uma série específica de atributos,
benefícios e serviços uniformes aos compradores. A garantia de qualidade surge
entre marcas, mas a marca é um símbolo mais complexo, pois em princípio, a
relação social entre complexo e símbolo, coincide em muitos aspectos do desejo,
comparativamente, pois ambos se enraízam num núcleo de significado
arquetípico.
Analogamente se referem sociologicamente enquanto um conjunto de práticas e saberes sociais a unidades de geração que desenvolvem perspectivas, reações e posições políticas e afetivas diferentes em relação a um mesmo mercado de consumo editorial. O nascimento em um contexto social idêntico, mas em um período específico, faz surgirem diversidades nas ações dos sujeitos. Outra característica é a adoção ou criação de estilos de vida distintos pelos indivíduos, mesmo vivendo em um mesmo nível social. A unidade geracional constitui uma adesão mais concreta em relação àquela estabelecida pela conexão geracional. Mas a forma como grupos sociais da mesma conexão geracional lida com os fatos históricos vividos, por sua geração, fará surgir distintas unidades geracionais no âmbito da mesma conexão geracional no conjunto da sociedade. Karl Mannheim não esconde sua preferência pela abordagem histórico-romântica alemã. E destaca que este é um exemplo bastante claro de como a forma de se colocar uma questão pode variar de país para país, assim como de uma época para outra.
Ipso facto, sociologicamente falando a relação social entendida por globalização representa um dos processos de aprofundamento da divisão internacional do trabalho, da integração econômica, social e política, em seus extremos que teria sido impulsionado pela redução dos meios sociais de comunicação dos países no final do século XX e início do século XXI. Embora vários estudiosos situem a origem da globalização em tempos modernos, Marx analisou a sua história social e econômica na gênese do industrial capitalista relacionado com os chamados descobrimentos do Novo Mundo pelos europeus. Um país com imprensa livre hoje pode ter acesso, algumas vezes por televisão por assinatura ou satélite, a emissoras de difusão de comunicação, desde a NHK do Japão a Cartoon Network norte-americana. A globalização é analisada por sociólogos, historiadores e cientistas políticos como o movimento social sob o qual se constrói o processo de hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. Esta nova dominação é constituída por redes assimétricas, e as relações de poder se dão mais pela via cultural e econômica do que pelo uso coercitivo de força.
As descrições prosaicas do submundo boêmio nova-iorquino feitas por Reed, repletas de alusões às drogas e S&M, foram além até dos momentos mais “sinistros” dos Rolling Stones, enquanto as altas doses de distorção e ruídos gratuitos revolucionaram a guitarra roqueira. Os três álbuns subsequentes – o ainda mais corrosivo White Light/White Heat (1968), o frágil e folk The Velvet Underground (1969) e Loaded (1970), que, apesar de ter sido gravado quando Reed estava deixando a banda, contém dois de seus maiores clássicos, “Rock & Roll” e “Sweet Jane” – foram igualmente ignorados pela crítica e consumo. Mas eles seriam adotados pelas gerações posteriores, consolidando o status do Velvet Underground como uma das bandas de rock mais influentes de todos os tempos. O talentoso musicista Lou Reed intermitentemente cultivou a fama de “pesadelo dos jornalistas” por não demostrar nenhuma paciência ou boa vontade ao conceder entrevistas e declarar sem hesitação “seu ódio por críticos musicais”. Era bastante comum ouvir respostas atravessadas e irônicas, silêncio ou mesmo agressões diretas ao fazer uma pergunta sobre um assunto do qual o cantor e instrumentista não quisesse falar. Uma das “vítimas” mais recentes foi um repórter da revista “Spin”, em novembro de 2010.
O lançamento nacional do songbook de Lou Reed reitera o “status poético” da obra do artista e reacende a discussão sobre as relações entre música e poesia. Discussão calorosa quando o assunto é delimitar a fronteira tênue entre o que é poesia e o que é letra de música. No caso de Reed, letras de puro rock como as reunidas no livro: “Atravessar o fogo”. Há quem sustente que os versos do compositor de músicas como “City lights” e “Dirty Blvd.” são moldados para o espetáculo do rock e que, sem o volume das guitarras distorcidas, perdem força, impacto social e poesia. Dizem isso de Reed. Mas dizem isso de Bob Dylan também. E o fato é que tanto Dylan como Reed - para citar somente dois sócios de um clube seleto no qual John Lennon foi “admitido”, por conta de sua obra solo inusitado e da parcela adulta do cancioneiro dos Beatles - alçaram as letras de rock a um patamar poético ainda hoje alcançado por muito poucos. Por isso, Reed nunca foi estranho no ninho literário. E, por isso, há tanta reverência, talvez justa - a “um roqueiro que sempre viu poesia nas sombras”.
Lou
Reed nasceu em 2 de março de 1942, em Nova York, nos EUA. Ele fundou em 1964,
com John Cale, o Velvet Underground, uma das bandas mais influentes da história
do rock. O disco mais conhecido da banda é The Velvet Underground and Nico,
de 1967. No final dos anos 1960, Lou Reed começou a carreira à frente do Velvet
Underground. Foram três discos naquela década, todos reconhecidos pela crítica
como importantes para o rock e influentes no surgimento do punk em Nova York e
do rock alternativo das décadas posteriores. Além da estreia de 1967, foram
lançados “White Light/White Heat”, do ano seguinte, e “The Velvet Underground”,
de 1969. A capa foi desenhada pelo artista Andy Warhol, que adotou a banda e
ajudou a divulgá-la. Ele também lançou discos solo cultuados, como Transformer,
de 1972, produzido por David Bowie, e Berlin, de 1973. A única música que Lou
Reed conseguiu transformar em sucesso nas rádios dos Estados Unidos da América
foi Walk on the wild side, de 1972.
Com
o Velvet, Lou Reed ajudou a colocar o experimentalismo e as narrativas
sobre o submundo urbano, drogas e perversões sexuais entre as matérias primas
do rock e do pop. Os anos 1970 foram os mais importantes da carreira solo. Os
discos mais lembrados deste período são Transformer, de 1972, e o
depressivo Berlin, de 1973. Ele também lançou, em 1975, o controverso Metal
Machine Music, com uma hora de ruído quase incessante. Nas décadas
seguintes, Lou Reed estabeleceu sua reputação como figura fundamental no rock,
apesar de diminuir o número de lançamentos importantes. Entre os trabalhos mais
reconhecidos estão Blue mask, de 1982, e New York, de 1989. O músico se
casou em 2008 com a artista Laurie Anderson, cujo trabalho abrange performance,
música pop e projetos multimídia. Com formação inicial em violino e escultura,
Anderson realizou uma série de projetos em Nova Iorque durante
os anos 1970, focando especialmente em linguagem, tecnologia e imagens.
O músico norte-americano Lou Reed, considerado um dos mais influentes do rock e morto em outubro aos 71 anos, deixou uma fortuna de R$ 66,5 milhões, informou o New York Post. De acordo com o jornal, Robert Gotterer, empresário do cantor e compositor, declarou em um tribunal de Manhattan na semana passada que seu cliente acumulou um total de R$ 44 milhões desde novembro de 2013. Foi a partir dali que Gotterer assumiu a supervisão do espólio do fundador do Velvet Underground. Esse valor adicional, descrito como “dinheiro e outras posses”, não inclui os cerca de R$ 22 milhões que Reed deixou no testamento para sua mulher, sua esposa e sua mãe. Também não entra na conta o seguro de vida. Segundo o New York Post, possivelmente se trata de rendimentos com direitos autorais, incluindo a obra de Reed como escritor. No testamento, Gotterer foi instruído “a cuidar de tudo como se fosse dele”. Lou Reed deixou para sua mulher, a artista Laurie Anderson, uma cobertura de R$ 15,5 milhões em Nova York e uma casa de praia de R$ 3,3 milhões, além de joias, roupas, obras de arte, carros, barcos e da empresa Sister Ray Enterprises. Também deixou R$ 1,1 milhão para sua única irmã, Margaret Reed Weiner, para que ela usa nas despesas com a mãe deles. Do dinheiro adicional informado por Gotterer, a viúva vai ficar com R$ 33,3 milhões. Margaret, com R$ 11 milhões.
O empresário, que começou a trabalhar com Reed em 1970, pediu R$ 487 mil em honorários. Já o advogado de Reed, James Purdy, entrou com uma ação dizendo que os executores do espólio vão apresentar um inventário completo em janeiro de 2015. Escrever que a música chora a morte de Lou Reed não é um exagero quando são tantas as homenagens prestadas. Dos mais novos aos mais velhos. Do rock, à folk music e ao pop. A controversa Miley Cyrus, os históricos The Who, Patrick Carney, baterista dos Black Keys, Flea, dos Red Hot Chilli Peppers, Morrissey, Jim James, as Warpaint, Alex Kapranos, dos Franz Ferdinand, Gary Numan, LL Cool J, Juliette Lewis, Tom Morello, dos Rage Against the Machine e dos Audioslave. Mas nem só da música vieram tais mensagens. Foram muitos os atores, realizadores, escritores e rostos conhecidos da mídia que também quiseram deixar umas palavras.
O “chef” norte-americano Anthony Bourdain escreveu no twitter uma parte da canção Sweet Jane: “Heavenly wine and roses… seem to whisper to me…when you smile”, enquanto o escritor britânico Salman Rushdie escreveu que o seu amigo Lou Reed, “chegou ao fim da sua canção”, fazendo referência a duas das mais icônicas músicas de Reed: “But hey, Lou, you`ll always take” a “walk on the wild side. Always a perfect day”. Enfim, curiosamente o presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, o cardeal Gianfranco Ravasi, fez uma homenagem inesperada em sua conta no Twitter ao fundador do “Velvet Underground”, Lou Reed. O cardeal italiano, um dos primeiros na Cúria e do Colégio de Cardeais a adotar as redes sociais, reproduziu o refrão de “Shuch a perfect day”, uma das mais conhecidas canções do cantor norte-americano: - “Oh, it`s such a perfect day/ I`m glad I spend it with you/Oh, such a perfect day/ You just keep me hanging on”. Em um segundo Twitter, ele explicou a escolha: - “Não se iludam. Tudo o que o homem semear, também colherá”. Essa passagem da Epístola aos Gálatas “foi citada por Lou Reed em Perfect Day”. Ravasi, escolhido pelo papa adepto ao fascismo Bento XVI para ser o Ministro da Cultura e mantido por seu sucessor o papa Francisco, tem uma “vasta cultura eclética” e nunca escondeu que ama o rock.
Bibliografia geral consultada.
ALMEIDA, Mauro Lauria de, EUA: Civilização Empacotada. São Paulo: Editor Fulgor, 1961; BELTRÃO, Luiz, A Imprensa Informativa. São Paulo: Editora Folco Musucci, 1969; MICELI, Sérgio, A Noite da Madrinha. São Paulo: Editora Perspectiva, 1972; CHOMSKY, Noam, USA: Mito, Realidad, Acracia. Barcelona: Editorial Ariel, 1978; FISCHER, Ernest, A Necessidade da Arte. 9ª edição. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983; GINZBURG, Carlo, Miti, Emblemi, Spie. Morfologia e Storia. Torino: Einaudi Editore, 1986; LISBOA, João, Superstars: Andy Warhol e os Velvet Underground. Lisboa: Editor Assírio & Alvim, 1992; DURAND, Gilbert, Mythe, Thèmes et Variations. Paris: Éditions Desclée de Brouwer, 2000; DOR, J., O Pai e sua função em psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991; CASTRO, Dana, La mort pour de faux et la mort pour de vrai. Paris: Albin Michel, 2000; LOPES, Pedro Alvim Leite, Heavy Metal no Rio de Janeiro e Dessacralização de Símbolos Religiosos: A Música do Demônio na Cidade de São Sebastião das Terras de Vera Cruz. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006; GRÜN, Anselm, A Sublime Arte de Envelhecer. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2007; REED, Lou, Atravessar o Fogo. Tradução de Christian Wartz e Caetano Galindo. Rio de Janeiro: Editora Contraponto, 2010; MERHEB, Rodrigo, O Som da Revolução: Uma História Cultural do Rock 1965-1969. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2012; Artigo: “Lou Reed, Velvet Underground Leader and Rock Pioneer, Dead at 71”. In: http://www.rollingstone.com/27/10/2013; CUNNINGHAM, David, “O Rock como Modernismo Minimalista”. In: Radical Philosophy, nº 183, jan.-fev., 2014; Artigo: “Aos 71 anos, Morre Guitarrista Lou Reed, Líder do Velvet Underground”. Disponível em: http://musica.terra.com.br/; Artigo: “Veja Repercussão da Morte do Cantor e Guitarrista Lou Reed”. In: http://g1.globo.com/musica/noticia/2013/10/; Artigo: “Ministro da Cultura do Papa homenageia Lou Reed no Twitter”. Disponível em: http://www.jb.com.br/2013/10/28/; Artigo: “Morre o Poeta das Trevas Urbanas aos 71 anos”. In: Diário do Nordeste. Fortaleza, 29/10/2013; BISCARO, Barbara, Vozes Nômades: Escutas e Escritas da Voz em Performance. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Teatro. Centro de Artes. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina, 2015; entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário