Miguel Paiva - Adolescente, Estereótipo & Famosa Charge Radical Chic.
Ubiracy
de Souza Braga*
“Avareza é guardar o amor que você tem para
dar debaixo do colchão”. Radical Chic
A
palavra “estereótipo”, tem como imagem humana a ideia de “impressão sólida”. O
termo nasceu no mundo da impressão criado pelo gráfico francês Firmin Didot em
1794 para referir-se ao tipo de impressão onde moldes recortados que eram
usados para reproduzir duplicatas de placas metálicas que permitiam a impressão
em massa de livros, jornais etc. Sua utilização com semântica nas ciências
sociais se deve ao jornalista norte-americano Walter Lippmann (1889-1974) que
aplicou o termo neste sentido pela primeira vez em 1922 em seu livro Opinião
pública, para descrever a simplificação que fazemos do mundo e das pessoas
a facilitar a nossa rede de compreensão. Assim, por intermédio da percepção, as
vivências históricas e socioculturais se tornam presentes à formação de nossa
consciência, gerando a afetividade abstrata e as ações que determinada
experiência permite desenvolver. A realidade age sobre nós se for apreendida e
internalizada. Define-se estereótipo social como crença individual e coletivamente
compartilhada acerca de algum atributo humano, característica ou traço social,
moral ou físico atribuído extensivamente a um agrupamento humano, formado
mediante a aplicação de um ou mais critérios, como por exemplo, idade, sexo,
inteligência, filiação religiosa e outros.
Walter
Lippmann foi um escritor, jornalista e comentarista político famoso por ser um
dos primeiros a introduzir o conceito da chamada Guerra Fria; cunhar o
significado do termo “estereótipo” no sentido psicológico moderno e criticar a
mídia e a democracia em sua coluna de jornal e em vários livros, em especial, Opinião
Pública, de 1922. Lippmann também foi um autor notável para o Conselho de
Relações Exteriores e desempenhou um papel significativo na Carta de Inquérito
pós-guerra mundial de Woodrow Wilson (1913-1921), como seu diretor de pesquisa.
Suas opiniões sobre o papel do jornalismo em uma democracia foram contrastadas
com os escritos contemporâneos de John Dewey, no que foi posteriormente chamado
de “debate Lippmann – Dewey”. Lippmann ganhou dois Prêmios Pulitzer, um para
sua coluna de jornal “Today and Tomorrow” e um para sua entrevista de Nikita Kruschev,
em 1961. Os estereótipos influenciam condutas e comportamentos em interações
sociais quando são enquadrados por essa crença. Do ponto de vista da
psicologia, estereótipos podem emergir sob aspectos diferentes que vão
desde a sua formação até manifestação coletiva.
Quando
associados a sentimentos, os estereótipos sociais passam a constituir
estruturas de maior complexidade historicamente caracterizadas como atitudes e preconceitos
que colonizam arbitrariamente o imaginário individual (sonho) e coletivo (mitos, ritos, símbolos). A articulação entre estereótipos sociais,
favoráveis ou desfavoráveis, e sentimentos, de aceitação ou rejeição, dos
grupos humanos visados, produz, na ocorrência combinada de crenças e
sentimentos positivos, atitudes sociais que geram o preconceito social e consequentemente
a discriminação. A discriminação social pode ser praticada particularmente por
pessoas consideradas em sua individualidade, contudo ela tende alcançar o
estudo de uma norma social implícita ou ser até mesmo uma prática
institucionalizada. Sendo social, o estigma tem como representação tendência a
uma desaprovação de características ou crenças pessoais, que per se vão
contra normas culturais. Estigmas sociais frequentemente levam à
marginalização. Para a Sociologia, num sentido contemporâneo, o estigma também
pode ser conceituado como uma marca objetiva que recebe uma valoração social
negativa. São exemplos de estigmas, sob o aspecto sociológico: pobreza, mulher com
o estigma de gênero, religião e raça, deficiências, físicas ou comportamentos
não convencionais.
No
cristianismo, o pecado capital avareza
não tem o significado real de avareza. O pecado avareza, na verdade é a ganância, que foi traduzido de forma
incorreta para o idioma português como avareza. Uma pessoa avarenta acha que tudo e todos
querem seus valores materiais ou financeiros, nada é verdadeiro tudo é
interesse em suas posses. Avareza representa um dos sete pecados capitais, tendo como escopo da angústia
o medo de perder algo afetivo que possui. Uma pessoa avarenta tem dificuldade de abrir
mão do que tem mesmo que receba algo em troca, tem cuidado com seus pertences
como uma pessoa egoísta. Prefere abrir mão do que tem menos valor e preservar o
que é mais valioso. Acha que perder algo pode ser um desastre, apesar da falta de unanimidade da complexidade das relações cotidianas, ocorre diariamente. Avareza é um dos
sete “pecados capitais”, representando “o medo de perder algo que possui”. Ela prefere abrir mão do que tem menos valor e preservar o que é mais valioso. Acha que perder algo pode ser um desastre. Efeitos de poder, para lembrarmos de Foucault, podem levar à perda de identidade pessoal e profissional, de estruturas de apoio social, do senso de controle e autonomia, além de alimentar sentimentos de desamparo, medo e fatalismo. O que estabelece tal relação social, é sociologicamente, o que está por trás dessa relação e para o que nos interessa,
é exatamente o que diz respeito ao fato de que ser adolescente é viver entre o “ser e não ser”. A
liberdade dá ao homem o poder de escolha, mas está sujeita às limitações do
próprio homem. Ipso facto, estas limitações
não diminuem a liberdade, pelo contrário, são elas que tornam essa liberdade
possível, porque determinam nossas possibilidades de escolha, e impõem, na
verdade, uma liberdade de eleição da qual não pode escapar. Do ponto de vista conceitual e psicológico a adolescência
representa uma das etapas do desenvolvimento humano que é caracterizada por
alterações físicas, psíquicas e sociais, sendo que estas duas últimas recebem
interpretações e significados diferentes dependendo da época e da cultura na
qual está inserida. Daí per se os estereótipos: “Geração Paz & Amor”,
“geração Coca-Cola”, “geração Xuxa”, “geração saúde” etc. A palavra geek teve seu primeiro registro
etimológico em 1876, como sinônimo de fool
(“bobo”) e posteriormente passou a designar artistas ambulantes que ganhavam a
vida exibindo-se nos mafuás ou nas ruas.
Pensando assim, a tarefa da juventude, não só da juventude, mas de todos os seguimentos sociais:
a) movimentos sociais e populares - associações comunitárias ou de moradores,
movimentos por moradia, movimentos de luta por terra e demais entidades
voltadas à questão do desenvolvimento urbano; b) trabalhadores representados
por suas entidades sindicais - sindicatos, federações, confederações e centrais
sindicais de trabalhadores legalmente constituídos e vinculados às questões de
desenvolvimento urbano, e finalmente, c) entidades profissionais, acadêmicas e
de pesquisa - entidades representativas de associações de profissionais
autônomos ou de empresas, profissionais representantes de entidades de ensino,
profissionais atuantes em centros de pesquisas das diversas áreas do
conhecimento e outras entidades vinculadas à questão do desenvolvimento urbano
que tendem a defender e ampliar os direitos conquistados social e politicamente
sob a sociedade global que vivemos nestes dias.
Vale
lembrar que o popular tabloide O Pasquim desse
extraordinário período de nossa história cultural e política, sendo um
semanário brasileiro editado entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de
1991, foi reconhecido por seu papel exemplar de oposição ao regime
político-militar. De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, que a princípio
parecia exagerada, o semanário que sempre se definia como um hebdomadário atingiu a marca de mais de 200 mil em seu auge, em meados dos anos 1970, se
tornando um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro. A princípio
uma publicação do tipo comportamental que falava sobre sexo, drogas, feminismo
e divórcio, entre outros, O Pasquim foi se tornando mais politizado à medida
que aumentava a repressão da ditadura militar golpista de 1° de abril de 1964,
principalmente após a promulgação do repressivo ato AI-5. Os
Atos Institucionais (AI) foram “diplomas legais” baixados pelo poder
executivo no período de 1964 a 1969, durante a ditadura militar brasileira.
Foram editados pelos Comandantes-em-Chefe do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica ou pelo Presidente da República, com o respaldo do Conselho de
Defesa Nacional. Todas estas normas estavam acima de todas as outras e até
mesmo da Constituição (1946 e 1967). Esses atos não estão mais em vigor desde o
fim do Regime Militar. Os Atos Institucionais foram utilizados como mecanismos
de legitimação e legalização das ações políticas autoritárias dos militares,
estabelecendo diversos poderes extra constitucionais.
Entre 1964 a 1969 foram
decretados 17 Atos Institucionais, regulamentados por 105 atos complementares. O Pasquim passou a ser porta-voz da indignação social brasileira. O projeto nasceu no fim
de 1968, após uma reunião entre o cartunista Jaguar e os jornalistas Tarso de
Castro e Sérgio Cabral; o trio buscava uma opção para substituir o tabloide
humorístico A Carapuça, editado pelo escritor Sérgio Porto. O nome, que significa “jornal difamador,
folheto injurioso”, foi sugestão de Jaguar: - “Terão de inventar outros nomes
para nos xingar”, disse ele, já prevendo as críticas de que seriam alvo na
imprensa, com Ziraldo, Millôr, Prósperi, Claudius e Fortuna, se
juntaram ao time, e a primeira edição saiu em junho de 1969. Além
de um grupo fixo de jornalistas, a publicação contava com a colaboração de
nomes como Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Carlos Leonam e Sérgio Augusto, e
também dos colaboradores eventuais Ruy Castro e Fausto Wolff. Como símbolo do
jornal foi criado o ratinho “Sig” (de Sigmund Freud), desenhado por Jaguar,
baseado na anedota daquele período que dizia que: “se Deus havia criado o sexo, Freud
criou a sacanagem”. Tornou-se o principal tradutor de William Shakespeare no
Brasil. Destacou-se pela crônica em revistas e por uma vasta produção teatral.
Entre suas obras no teatro se destacam: “Um elefante no caos ou Jornal do Brasil”, ou, sobretudo, “Por
que me ufano do meu país” (1962), “Pigmaleoa” (1965) e “Os órfãos de Jânio”
(1979). Escreveu também em prosa com destaque: Todo homem é minha caça (1981), Humor nos tempos do Collor, com Luiz Fernando Veríssimo e Jô Soares
(1992).
Gatão de Meia-Idade por Miguel Paiva.
A
trajetória de Millôr se confunde com a história do jornalismo no Brasil. Seu
“salto dialético” deu-se com a criação do jornal O Pasquim, em 1969, junto a Ziraldo e Sérgio Cabral. O cartunista e
escritor Paulo Caruso define Millôr Fernandes “como um ídolo”. Segundo ele, o
artista marcou a história da imprensa brasileira com seu inconformismo e pela
liberdade que tinha de pensar e agir. “Tanto na área de artes gráficas, quanto
artes plásticas, quanto literatura, tradução de textos de teatro e criação como
dramaturgo”, lembra. O escritor Luís Fernando Verissimo lamentou a morte do
amigo Millôr Fernandes. Segundo ele, Millôr era “uma das grandes cabeças do
país. (…) Ele foi um grande intelectual, livre pensador, é um grande exemplo
para o Brasil”, afirmou. “Ele soube pensar o Brasil, tinha posições sempre
claras, sempre corajosas. Eu acho que, pelo fato de ser rotulado como
humorista, talvez muita gente não tenha prestado atenção a esse outro lado
dele”.
Miguel
Paiva nascido no Rio de Janeiro em 19 de janeiro de 1950 é um cartunista,
diretor de arte, escritor, autor de teatro, ilustrador, publicitário, diretor,
roteirista e comentarista de televisão, roteirista de cinema e jornalista
brasileiro. Começou a escrever aos dezesseis anos, para o Jornal dos Sports. Trabalhou no seminal jornal de humor carioca O Pasquim. Publicou inúmeros livros,
tanto no Brasil quanto no exterior, como As
Memórias de Casanova e livros de história do Brasil. Escrevera musicais em
parceria com Zé Rodrix e fez vários cenários e figurinos para o teatro. Viveu
na Itália de 1974 a 1980, criando e publicando seus personagens. De volta ao
Brasil, morou durante nove anos em São Paulo, voltando para o Rio de Janeiro em
1992, onde vive até hoje. Publicou cinco livros em parceria com Luís Fernando
Veríssimo, sobre as aventuras do detetive Ed Mort, um personagem criado por Luís Fernando Veríssimo em 1979, como paródia das histórias norte-americanas de detetives, principalmente as de Dashiell Hammett e Raymond Chandler. É um detetive particular trapalhão e sempre sem dinheiro, que se mete em todo o tipo de encrencas.
Miguel
Paiva é o criador do ícone de uma geração especial de mulheres - aquela que
insiste em ser feliz, “apesar dos sobressaltos do coração, dos problemas do
mundo e das contas a pagar”. Sua Radical
Chic nasceu em algum lugar entre Rio de Janeiro e São Paulo, há pouco mais
de trinta anos. Uma mulher cheia de manias e verdades, apesar de insegura e
indecisa. A Radical Chic conquistou o
público com seu humor muito particular e antenado. Agora, suas melhores tiradas
e pensamentos estão finalmente reunidos em um livro inteligente e bem-humorado.
O livro de Pensamentos da Radical mostra a face reflexiva, filosófica,
psicológica e de comportamento definitiva “de um ícone da nova geração
feminina”. A Radical Chic, como a mulher moderna, sabe o que quer e impõe condições no relacionamento. Ela quer ter uma independência financeira e para isso trabalha fora, sem esperar ou até mesmo depender exclusivamente do seu marido ou companheiro, pois pensando assim ela “não tem medo de ir à luta e meter
o bedelho nas questões que mais afligem sua faixa etária. Sexo, dietas,
esportes são apenas alguns dos tópicos analisados por essa balzaquiana para lá
de charmosa”.
Com a personagem Radical Chic, Miguel Paiva publicou Radical Chic (volume I e volume II), Almanaque
da Radical Chic e o “Livro de Pensamentos da Radical Chic”; com o
personagem “Gatão de Meia Idade” publicou os livros: Gatão de Meia- Idade (vol. I e II), e Cama de gato (Histórias de cama do Gatão de Meia-Idade). É também
autor dos personagens Chiquinha, publicado em O Globo, e Bebel, a Top Model, publicado na revista Contigo. Miguel Paiva publicou ainda o
livro: Sentimento masculino. Em 2009
Miguel Paiva trabalha na adaptação de Uma
Rosa com Amor, do canal de televisão SBT. A personagem “Radical Chic” foi
criada em 1982, publicada na última página da revista “Domingo” do Jornal do Brasil, onde ficou até
novembro de 1996. Após esse período, passou a ser publicada no caderno “Ela”, e
depois no caderno “Rio Show” do jornal O
Globo. Foi publicada também, durante quatro anos, no jornal Folha de São Paulo em seguida é
publicada no “Caderno de TV” do jornal O
Estado de S. Paulo, no jornal O Povo
e mensalmente na revista Nova. A
Radical também aparece nas televisões do Brasil, em vinhetas da Rede Globo, e já proporcionou a interpretação de uma estrela de programa em 1993, na mesma emissora, onde era interpretada pela
atriz Andréa Beltrão. Existem quatro livros da Radical Chic, dois pela L&PM, pela
Editora Record e, o último, pela Editora Objetiva.
No ano de 2012, o “Gatão de Meia-Idade”,
publicado comercialmente pelo jornal O Globo,
garante: - “A bike tá na moda”. E o
cartunista Miguel Paiva, obviamente, concorda com seu personagem.
Ele, que diz pedalar quase todos os dias, torce para que a moda seja duradoura,
com a criação da infraestrutura apropriada e o comportamento adequado de
motoristas e ciclistas. Este é o ponto crítico no âmbito das cidades! Suas
charges recentes no jornal O Globo
dizem que “a bike tá na moda”. Acha
que essa é uma moda passageira, como muitas outras, ou que veio para ficar? Espero
que tenha vindo pra ficar. - “Tudo depende das condições da cidade para
conviver com as bicicletas. Não sei como vão as obras das ciclovias, mas só com
bicicletas não se cria um hábito. É preciso ter onde andar e que as pessoas
saibam como se comportar: motoristas e ciclistas”. Mais de dez anos depois do primeiro programa de bicicletas compartilhadas começar a operar no Brasil, no Rio de Janeiro, os sistemas se espalharam e são parte do cotidiano de muitas cidades do país. Na maior cidade brasileira, as 117 estações do Bike Sampa disponibilizam à população 1.800 bicicletas que realizam mais de um milhão de viagens por mês. E os horários e estações mais procurados demonstram que a utilidade de uso das bicicletas, como meio de transporte urbano e de comunicação social são de fato utilizadas como meio de transporte. A estação com maior demanda em São Paulo é a do Largo da Batata, próxima a uma das principais estações do metrô e na qual 85% das viagens dos consumidores são realizadas nos dias de semana. Os horários de pico da manhã e do fim da tarde também registram as maiores taxas de uso.
Na modernidade, a bicicleta se tornou uma realidade. Novas empresas apostam na bicicleta como meio de comunicação e trabalho para atender às necessidades de transporte nas áreas urbanas e os programas de compartilhamento, públicos ou privados, mudam a maneira como passamos a enxergar as bikes: de opção de lazer a meio de transporte e evidente instrumento de trabalho. A sua charge de 2007 demonstrava
um “gatão caretão” num jipe e um “gatão modernão” numa bicicleta. Como você se
definiria? Tem pedalado muito? – “Pedalo quase todos os dias. Locomovo-me aqui
pela Zona Sul do Rio de Janeiro de bicicleta nos bairros Lagoa, Gávea, Jardim
Botânico e Leblon. Na Serra, nos finais de semana, faço percursos mais longos
com um equipamento mais apropriado. Adoro pedalar”. - Qual é sua lembrança mais
antiga com uma bicicleta? - “A primeira bicicleta que tive já menino, foi uma Phillips inglesa que herdei da minha
prima. Era ótima, mas era uma bicicleta feminina, com o quadro próprio. Mas eu
não ligava. Andava muito. Depois passei anos sem bike. Só fui comprar uma quando voltei do tempo em que vivi na
Itália. Aí não parei mais”. Enfim, a possibilidade de ficar com a bicicleta durante a noite já é realidade desde 2016 em Fortaleza. A capital foi pioneira ao implementar o modelo no Brasil, com um programa específico: o Bicicleta Integrada, operado pela Serttel. E representa uma mudança substancial na maneira como os programas de compartilhamento de bicicletas costumam ser estruturados. Contribui para serem utilizados como meio de comunicação, prático, sociável e respeitado pelas normas de tráfego no perímetro urbano internacional.
O
ciclismo surgiu a partir de 1890 e nos dez anos seguintes nasceram grandes
provas, que ao longo dos anos se tornaram clássicos, alguns ainda existem como
o “Liège-Bastogne-Liège”, frequentemente chamada de La Doyenne, é uma das cinco
corridas clássicas monumentais do calendário de ciclismo de estrada
profissional europeu e uma das 24 provas que atribuem pontos para o ranking
mundial da UCI. A primeira edição era voltada para amadores e aconteceu em
1892. Em 1894 teve início a primeira edição voltada para os profissionais
quando Leon Houa que também venceu a edição 1892 como amador, obteve a vitória.
Ela acontece na região das Ardenas (Bélgica), largando de Liège, seguindo até
Bastogne e retornando à cidade de partida. Em 1891 acontece a primeira grande
prova de Audax, ou Randonneurs, entre Paris e Brest (na França),
ida e volta, num total de 1200 km. A prova é a mais tradicional do ciclismo
mundial e não tem caráter competitivo. Os participantes correm contra o tempo,
com regras, para chegar ao final em longa prova de logística e
superação. Para poder participar dos 1200 km, o ciclista deve
conseguir realizar no ano, as provas de 200, 300, 400 e 600 km, obtendo o “brevet” para realizar os 1200 km.
No
Brasil essa prova é relativamente recente, realizada desde 2003 com autorização
do Audax Club Parisien. Historicamente em 1893 foi realizado o primeiro
Campeonato Mundial (CM), com provas de “sprints” e meio fundo, exclusivamente
para o círculo os corredores amadores do mundo ocidental. Contudo, o ciclismo
faz parte do programa olímpico desde a primeira edição moderna dos jogos de
Atenas, em 1896, quando os eventos realizados eram apenas os considerados de
Pista. Até os Jogos de 1984 em Los Angeles, Estados Unidos da América, teve
apenas a participação masculina. Uma questão importante diz respeito ao fato de
que as mulheres apenas começaram a participar dos eventos de estrada nas
Olimpíadas de Seul, em 1988.Especialmente
durante a primeira parte da década de 1990 o ciclismo em pista teve um
personagem como Graeme Obree que rompeu os moldes. Pois à prova as regras da União
Ciclista Internacional (UCI) com uma bicicleta construída por si mesmo,
criando novas posições sociais para correr que causaram controvérsia do ponto
de vista ergonômico e de design. Foi assim como amador que bateu
em duas ocasiões o recorde mundial da exigente prova da hora e foi campeão do
mundo em duas oportunidades. Todo isto convivendo com depressão, enfermidade
que o levou a tentar suicidar-se em três ocasiões. Obree mantinha uma
rivalidade com outro britânico: Chris Boardman, convertido em celebridade logo
ao haver ganhado o Ouro Olímpico em Barcelona em 1992. Impulsionado por este
logro de Boardman en 1993 se, pois, a trabalhar para bater a marca da hora,
especialidade que leva ao limite psicofísico o ciclista.
Para termos ideia do
duro que é Eddy Merckx, cinco vezes campeão do Tour de France, considerado um
dos melhores da história, rompeu a marca em 1972, quando disse que nunca mais
iria tenta-lo pois “não queria se submeter-se outra vez ao sofrimento a que se
expôs”. Na Olimpíada de Atlanta, em 1996,
participaram pela primeira vez ciclistas profissionais e introduziram o método
de “cross-country” e o ciclismo de montanha ou “Mountain Bike”. Nos Jogos
Olímpicos de Pequim, em 2008, foi adicionada outra modalidade desta
disciplina “BMX SX”, ascendente do BMX Supercross que incorpora dificuldades de
percurso de pista como rampa mais íngreme, saltos maiores e velocidade
considerável. Nas competições de pista, do ponto de vista técnico-metodológico
estas podem ser de concreto ou madeira. As provas são de velocidade,
perseguição individual, perseguição por equipes, velocidade olímpica, corridas
por pontos, km contra o relógio, “Madison” com uma hora de corrida para cada
ciclista, sendo o vencedor aquele que fizer mais voltas e “keirin” com oito
voltas na pista que os ciclistas devem acompanhar uma bicicleta motorizada. Elas não possuem freios, a inclinação das pistas de competição pode
chegar a 42º e as competições realizadas de 4 km de extensão.
Bibliografia geral consultada.
SANDERSON, James, “Laser Sidearms and Radical
Chic”. In: Cinema. Canadá, nº 66
(June-July), 1980: 14-17; VIOLI, Patrizia, El Infinito Singular.
Madrid: Catedra Ediciones, 1991; SIMMEL, Georg, Filosofia do Amor. São
Paulo: Editora Martins Fontes, 1993; AGOSTINHO, Aucione Torres, A Charge.
Tese de Doutorado. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de
São Paulo, 1993; BARCELLOS, Janice Primo, Radical Chic: Uma Mulher do Século
XIX disfarçada em Século 20. Dissertação de Mestrado em Literatura.
Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira. Florianópolis: Universidade
Estadual de Santa Catarina, 1998; ROMUALDO, Edson Carlos, Charge Jornalística:
Intertextualidade e Polifonia. Maringá: Universidade Estadual de Maringá,
2000; JORGE, Marco Antônio Coutinho, “As Quatro Dimensões do Despertar - Sonho,
Fantasia, Delírio, Ilusão”. In: Ágora
(RJ). Volume 8, nº 2, jul./dez., 2005; WOLFF, Tom, Radical Chic e o Novo
Jornalismo. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2005; CALLIGARIS,
Contardo, “O Voto Radical Chique”. Disponível em: https://www.1.folhauol.com.br/31/08/2006;
MORAES, Érika de, A Representação Discursiva da Identidade Feminina em
Quadros Humorísticos. Tese de Doutorado. Instituto de Estudos da Linguagem.
Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2008; BECKER, Howard, Falando
da Sociedade. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2009; SOUZA JÚNIOR, Rivaldo
Capistrano, Referenciação e Humor em Tiras do Gatão de Meia-idade Miguel
Paiva. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Língua Portuguesa.
São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2012; LUCAS, Angela Christina, Justiça Organizacional de Gênero nas Empresas: Os Sentidos Atribuídos pelos Profissionais de Recursos Humanos. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Administração. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. Departamento de Administração. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015; GONÇALVES,
Tamiris Machado, Vozes Sociais em Confronto: Sentidos Polêmicos Construídos
Discursivamente na Produção e Recepção das Charges. Dissertação de
Mestrado. Faculdade de Letras. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul, 2015; entre outros.
________________
* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências (USP) junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).
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