sábado, 27 de junho de 2015

Miguel Paiva - Adolescente, Estereótipo & Famosa Charge Radical Chic.

Ubiracy de Souza Braga*

Avareza é guardar o amor que você tem para dar debaixo do colchão”. Radical Chic
                  

A palavra “estereótipo”, tem como imagem humana a ideia de “impressão sólida”. O termo nasceu no mundo da impressão criado pelo gráfico francês Firmin Didot em 1794 para referir-se ao tipo de impressão onde moldes recortados que eram usados para reproduzir duplicatas de placas metálicas que permitiam a impressão em massa de livros, jornais etc. Sua utilização com semântica nas ciências sociais se deve ao jornalista norte-americano Walter Lippmann (1889-1974) que aplicou o termo neste sentido pela primeira vez em 1922 em seu livro Opinião pública, para descrever a simplificação que fazemos do mundo e das pessoas a facilitar a nossa rede de compreensão. Assim, por intermédio da percepção, as vivências históricas e socioculturais se tornam presentes à formação de nossa consciência, gerando a afetividade abstrata e as ações que determinada experiência permite desenvolver. A realidade age sobre nós se for apreendida e internalizada. Define-se estereótipo social como crença individual e coletivamente compartilhada acerca de algum atributo humano, característica ou traço social, moral ou físico atribuído extensivamente a um agrupamento humano, formado mediante a aplicação de um ou mais critérios, como por exemplo, idade, sexo, inteligência, filiação religiosa e outros.

Walter Lippmann foi um escritor, jornalista e comentarista político famoso por ser um dos primeiros a introduzir o conceito da chamada Guerra Fria; cunhar o significado do termo “estereótipo” no sentido psicológico moderno e criticar a mídia e a democracia em sua coluna de jornal e em vários livros, em especial, Opinião Pública, de 1922. Lippmann também foi um autor notável para o Conselho de Relações Exteriores e desempenhou um papel significativo na Carta de Inquérito pós-guerra mundial de Woodrow Wilson (1913-1921), como seu diretor de pesquisa. Suas opiniões sobre o papel do jornalismo em uma democracia foram contrastadas com os escritos contemporâneos de John Dewey, no que foi posteriormente chamado de “debate Lippmann – Dewey”. Lippmann ganhou dois Prêmios Pulitzer, um para sua coluna de jornal “Today and Tomorrow” e um para sua entrevista de Nikita Kruschev, em 1961. Os estereótipos influenciam condutas e comportamentos em interações sociais quando são enquadrados por essa crença. Do ponto de vista da psicologia, estereótipos podem emergir sob aspectos diferentes que vão desde a sua formação até manifestação coletiva.

Quando associados a sentimentos, os estereótipos sociais passam a constituir estruturas de maior complexidade historicamente caracterizadas como atitudes e preconceitos que colonizam arbitrariamente o imaginário individual (sonho) e coletivo (mitos, ritos, símbolos). A articulação entre estereótipos sociais, favoráveis ou desfavoráveis, e sentimentos, de aceitação ou rejeição, dos grupos humanos visados, produz, na ocorrência combinada de crenças e sentimentos positivos, atitudes sociais que geram o preconceito social e consequentemente a discriminação. A discriminação social pode ser praticada particularmente por pessoas consideradas em sua individualidade, contudo ela tende alcançar o estudo de uma norma social implícita ou ser até mesmo uma prática institucionalizada. Sendo social, o estigma tem como representação tendência a uma desaprovação de características ou crenças pessoais, que per se vão contra normas culturais. Estigmas sociais frequentemente levam à marginalização. Para a Sociologia, num sentido contemporâneo, o estigma também pode ser conceituado como uma marca objetiva que recebe uma valoração social negativa. São exemplos de estigmas, sob o aspecto sociológico: pobreza, mulher com o estigma de gênero, religião e raça, deficiências, físicas ou comportamentos não convencionais. 

                      

No cristianismo, o pecado capital avareza não tem o significado real de avareza. O pecado avareza, na verdade é a ganância, que foi traduzido de forma incorreta para o idioma português como avareza. Uma pessoa avarenta acha que tudo e todos querem seus valores materiais ou financeiros, nada é verdadeiro tudo é interesse em suas posses. Avareza representa um dos sete pecados capitais, tendo como escopo da angústia o medo de perder algo afetivo que possui. Uma pessoa avarenta tem dificuldade de abrir mão do que tem mesmo que receba algo em troca, tem cuidado com seus pertences como uma pessoa egoísta. Prefere abrir mão do que tem menos valor e preservar o que é mais valioso. Acha que perder algo pode ser um desastre, apesar da falta de unanimidade da complexidade das relações cotidianas,  ocorre diariamente. Avareza é um dos sete “pecados capitais”, representando “o medo de perder algo que possui”. Ela prefere abrir mão do que tem menos valor e preservar o que é mais valioso. Acha que perder algo pode ser um desastre. Efeitos de poder, para lembrarmos de Foucault, podem levar à perda de identidade pessoal e profissional, de estruturas de apoio social, do senso de controle e autonomia, além de alimentar sentimentos de desamparo, medo e fatalismo.
           O que estabelece tal relação social, é sociologicamente, o que está por trás dessa relação e para o que nos interessa, é exatamente o que diz respeito ao fato de que ser adolescente é viver entre o “ser e não ser”. A liberdade dá ao homem o poder de escolha, mas está sujeita às limitações do próprio homem. Ipso facto, estas limitações não diminuem a liberdade, pelo contrário, são elas que tornam essa liberdade possível, porque determinam nossas possibilidades de escolha, e impõem, na verdade, uma liberdade de eleição da qual não pode escapar. Do ponto de vista conceitual e psicológico a adolescência representa uma das etapas do desenvolvimento humano que é caracterizada por alterações físicas, psíquicas e sociais, sendo que estas duas últimas recebem interpretações e significados diferentes dependendo da época e da cultura na qual está inserida. Daí per se os estereótipos: “Geração Paz & Amor”, “geração Coca-Cola”, “geração Xuxa”, “geração saúde” etc. A palavra geek teve seu primeiro registro etimológico em 1876, como sinônimo de fool (“bobo”) e posteriormente passou a designar artistas ambulantes que ganhavam a vida exibindo-se nos mafuás ou nas ruas.
Pensando assim, a tarefa da juventude, não só da juventude, mas de todos os seguimentos sociais: a) movimentos sociais e populares - associações comunitárias ou de moradores, movimentos por moradia, movimentos de luta por terra e demais entidades voltadas à questão do desenvolvimento urbano; b) trabalhadores representados por suas entidades sindicais - sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais de trabalhadores legalmente constituídos e vinculados às questões de desenvolvimento urbano, e finalmente, c) entidades profissionais, acadêmicas e de pesquisa - entidades representativas de associações de profissionais autônomos ou de empresas, profissionais representantes de entidades de ensino, profissionais atuantes em centros de pesquisas das diversas áreas do conhecimento e outras entidades vinculadas à questão do desenvolvimento urbano que tendem a defender e ampliar os direitos conquistados social e politicamente sob a sociedade global que vivemos nestes dias. 
Vale lembrar que o popular tabloide O Pasquim desse extraordinário período de nossa história cultural e política, sendo um semanário brasileiro editado entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de 1991, foi reconhecido por seu papel exemplar de oposição ao regime político-militar. De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, que a princípio parecia exagerada, o semanário que sempre se definia como um hebdomadário atingiu a marca de mais de 200 mil em seu auge, em meados dos anos 1970, se tornando um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro. A princípio uma publicação do tipo comportamental que falava sobre sexo, drogas, feminismo e divórcio, entre outros, O Pasquim foi se tornando mais politizado à medida que aumentava a repressão da ditadura militar golpista de 1° de abril de 1964, principalmente após a promulgação do repressivo ato AI-5. Os Atos Institucionais (AI) foram “diplomas legais” baixados pelo poder executivo no período de 1964 a 1969, durante a ditadura militar brasileira. Foram editados pelos Comandantes-em-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ou pelo Presidente da República, com o respaldo do Conselho de Defesa Nacional. Todas estas normas estavam acima de todas as outras e até mesmo da Constituição (1946 e 1967). Esses atos não estão mais em vigor desde o fim do Regime Militar. Os Atos Institucionais foram utilizados como mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas autoritárias dos militares, estabelecendo diversos poderes extra constitucionais.
Entre 1964 a 1969 foram decretados 17 Atos Institucionais, regulamentados por 105 atos complementares. O Pasquim passou a ser porta-voz da indignação social brasileira. O projeto nasceu no fim de 1968, após uma reunião entre o cartunista Jaguar e os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral; o trio buscava uma opção para substituir o tabloide humorístico A Carapuça, editado pelo escritor Sérgio Porto. O nome, que significa “jornal difamador, folheto injurioso”, foi sugestão de Jaguar: - “Terão de inventar outros nomes para nos xingar”, disse ele, já prevendo as críticas de que seriam alvo na imprensa, com Ziraldo, Millôr, Prósperi, Claudius e Fortuna, se juntaram ao time, e a primeira edição saiu em junho de 1969. Além de um grupo fixo de jornalistas, a publicação contava com a colaboração de nomes como Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Carlos Leonam e Sérgio Augusto, e também dos colaboradores eventuais Ruy Castro e Fausto Wolff. Como símbolo do jornal foi criado o ratinho “Sig” (de Sigmund Freud), desenhado por Jaguar, baseado na anedota daquele período que dizia que: “se Deus havia criado o sexo, Freud criou a sacanagem”. Tornou-se o principal tradutor de William Shakespeare no Brasil. Destacou-se pela crônica em revistas e por uma vasta produção teatral. Entre suas obras no teatro se destacam: “Um elefante no caos ou Jornal do Brasil”, ou, sobretudo, “Por que me ufano do meu país” (1962), “Pigmaleoa” (1965) e “Os órfãos de Jânio” (1979). Escreveu também em prosa com destaque: Todo homem é minha caça (1981), Humor nos tempos do Collor, com Luiz Fernando Veríssimo e Jô Soares (1992).
Gatão de Meia-Idade por Miguel Paiva.
A trajetória de Millôr se confunde com a história do jornalismo no Brasil. Seu “salto dialético” deu-se com a criação do jornal O Pasquim, em 1969, junto a Ziraldo e Sérgio Cabral. O cartunista e escritor Paulo Caruso define Millôr Fernandes “como um ídolo”. Segundo ele, o artista marcou a história da imprensa brasileira com seu inconformismo e pela liberdade que tinha de pensar e agir. “Tanto na área de artes gráficas, quanto artes plásticas, quanto literatura, tradução de textos de teatro e criação como dramaturgo”, lembra. O escritor Luís Fernando Verissimo lamentou a morte do amigo Millôr Fernandes. Segundo ele, Millôr era “uma das grandes cabeças do país. (…) Ele foi um grande intelectual, livre pensador, é um grande exemplo para o Brasil”, afirmou. “Ele soube pensar o Brasil, tinha posições sempre claras, sempre corajosas. Eu acho que, pelo fato de ser rotulado como humorista, talvez muita gente não tenha prestado atenção a esse outro lado dele”.
Miguel Paiva nascido no Rio de Janeiro em 19 de janeiro de 1950 é um cartunista, diretor de arte, escritor, autor de teatro, ilustrador, publicitário, diretor, roteirista e comentarista de televisão, roteirista de cinema e jornalista brasileiro. Começou a escrever aos dezesseis anos, para o Jornal dos Sports. Trabalhou no seminal jornal de humor carioca O Pasquim. Publicou inúmeros livros, tanto no Brasil quanto no exterior, como As Memórias de Casanova e livros de história do Brasil. Escrevera musicais em parceria com Zé Rodrix e fez vários cenários e figurinos para o teatro. Viveu na Itália de 1974 a 1980, criando e publicando seus personagens. De volta ao Brasil, morou durante nove anos em São Paulo, voltando para o Rio de Janeiro em 1992, onde vive até hoje. Publicou cinco livros em parceria com Luís Fernando Veríssimo, sobre as aventuras do detetive Ed Mort, um personagem criado por Luís Fernando Veríssimo em 1979, como paródia das histórias norte-americanas de detetives, principalmente as de Dashiell Hammett e Raymond Chandler. É um detetive particular trapalhão e sempre sem dinheiro, que se mete em todo o tipo de encrencas.
Miguel Paiva é o criador do ícone de uma geração especial de mulheres - aquela que insiste em ser feliz, “apesar dos sobressaltos do coração, dos problemas do mundo e das contas a pagar”. Sua Radical Chic nasceu em algum lugar entre Rio de Janeiro e São Paulo, há pouco mais de trinta anos. Uma mulher cheia de manias e verdades, apesar de insegura e indecisa. A Radical Chic conquistou o público com seu humor muito particular e antenado. Agora, suas melhores tiradas e pensamentos estão finalmente reunidos em um livro inteligente e bem-humorado. O livro de Pensamentos da Radical mostra a face reflexiva, filosófica, psicológica e de comportamento definitiva “de um ícone da nova geração feminina”. A Radical Chic, como a mulher moderna, sabe o que quer e impõe condições no relacionamento. Ela quer ter uma independência financeira e para isso trabalha fora, sem esperar ou até mesmo depender exclusivamente do seu marido ou companheiro, pois pensando assim ela “não tem medo de ir à luta e meter o bedelho nas questões que mais afligem sua faixa etária. Sexo, dietas, esportes são apenas alguns dos tópicos analisados por essa balzaquiana para lá de charmosa”. 
           Com a personagem Radical Chic, Miguel Paiva publicou Radical Chic (volume I e volume II), Almanaque da Radical Chic e o “Livro de Pensamentos da Radical Chic”; com o personagem “Gatão de Meia Idade” publicou os livros: Gatão de Meia- Idade (vol. I e II), e Cama de gato (Histórias de cama do Gatão de Meia-Idade). É também autor dos personagens Chiquinha, publicado em O Globo, e Bebel, a Top Model, publicado na revista Contigo. Miguel Paiva publicou ainda o livro: Sentimento masculino. Em 2009 Miguel Paiva trabalha na adaptação de Uma Rosa com Amor, do canal de televisão SBT. A personagem “Radical Chic” foi criada em 1982, publicada na última página da revista “Domingo” do Jornal do Brasil, onde ficou até novembro de 1996. Após esse período, passou a ser publicada no caderno “Ela”, e depois no caderno “Rio Show” do jornal O Globo. Foi publicada também, durante quatro anos, no jornal Folha de São Paulo em seguida é publicada no “Caderno de TV” do jornal O Estado de S. Paulo, no jornal O Povo e mensalmente na revista Nova. A Radical também aparece nas televisões do Brasil, em vinhetas da Rede Globo, e já proporcionou a interpretação de uma estrela de programa em 1993, na mesma emissora, onde era interpretada pela atriz Andréa Beltrão. Existem quatro livros da Radical Chic, dois pela L&PM, pela Editora Record e, o último, pela Editora Objetiva. 
           No ano de 2012, o “Gatão de Meia-Idade”, publicado comercialmente pelo jornal O Globo, garante: - “A bike tá na moda”. E o cartunista Miguel Paiva, obviamente, concorda com seu personagem. Ele, que diz pedalar quase todos os dias, torce para que a moda seja duradoura, com a criação da infraestrutura apropriada e o comportamento adequado de motoristas e ciclistas. Este é o ponto crítico no âmbito das cidades! Suas charges recentes no jornal O Globo dizem que “a bike tá na moda”. Acha que essa é uma moda passageira, como muitas outras, ou que veio para ficar? Espero que tenha vindo pra ficar. - “Tudo depende das condições da cidade para conviver com as bicicletas. Não sei como vão as obras das ciclovias, mas só com bicicletas não se cria um hábito. É preciso ter onde andar e que as pessoas saibam como se comportar: motoristas e ciclistas”. Mais de dez anos depois do primeiro programa de bicicletas compartilhadas começar a operar no Brasil, no Rio de Janeiro, os sistemas se espalharam e são parte do cotidiano de muitas cidades do país. Na maior cidade brasileira, as 117 estações do Bike Sampa disponibilizam à população 1.800 bicicletas que realizam mais de um milhão de viagens por mês. E os horários e estações mais procurados demonstram que a utilidade de uso das bicicletas, como meio de transporte urbano e de comunicação social são de fato utilizadas como meio de transporte. A estação com maior demanda em São Paulo é a do Largo da Batata, próxima a uma das principais estações do metrô e na qual 85% das viagens dos consumidores são realizadas nos dias de semana. Os horários de pico da manhã e do fim da tarde também registram as maiores taxas de uso. 

            Na modernidade, a bicicleta se tornou uma realidade. Novas empresas apostam na bicicleta como meio de comunicação e trabalho para atender às necessidades de transporte nas áreas urbanas e os programas de compartilhamento, públicos ou privados, mudam a maneira como passamos a enxergar as bikes: de opção de lazer a meio de transporte e evidente instrumento de trabalho. A sua charge de 2007 demonstrava um “gatão caretão” num jipe e um “gatão modernão” numa bicicleta. Como você se definiria? Tem pedalado muito? – “Pedalo quase todos os dias. Locomovo-me aqui pela Zona Sul do Rio de Janeiro de bicicleta nos bairros Lagoa, Gávea, Jardim Botânico e Leblon. Na Serra, nos finais de semana, faço percursos mais longos com um equipamento mais apropriado. Adoro pedalar”. - Qual é sua lembrança mais antiga com uma bicicleta? - “A primeira bicicleta que tive já menino, foi uma Phillips inglesa que herdei da minha prima. Era ótima, mas era uma bicicleta feminina, com o quadro próprio. Mas eu não ligava. Andava muito. Depois passei anos sem bike. Só fui comprar uma quando voltei do tempo em que vivi na Itália. Aí não parei mais”.  Enfim, a possibilidade de ficar com a bicicleta durante a noite já é realidade desde 2016 em Fortaleza. A capital foi pioneira ao implementar o modelo no Brasil, com um programa específico: o Bicicleta Integrada, operado pela Serttel. E representa uma mudança substancial na maneira como os programas de compartilhamento de bicicletas costumam ser estruturados. Contribui para serem utilizados como meio de comunicação, prático, sociável e respeitado pelas normas de tráfego no perímetro urbano internacional.
           O ciclismo surgiu a partir de 1890 e nos dez anos seguintes nasceram grandes provas, que ao longo dos anos se tornaram clássicos, alguns ainda existem como o “Liège-Bastogne-Liège”, frequentemente chamada de La Doyenne, é uma das cinco corridas clássicas monumentais do calendário de ciclismo de estrada profissional europeu e uma das 24 provas que atribuem pontos para o ranking mundial da UCI. A primeira edição era voltada para amadores e aconteceu em 1892. Em 1894 teve início a primeira edição voltada para os profissionais quando Leon Houa que também venceu a edição 1892 como amador, obteve a vitória. Ela acontece na região das Ardenas (Bélgica), largando de Liège, seguindo até Bastogne e retornando à cidade de partida. Em 1891 acontece a primeira grande prova de Audax, ou Randonneurs, entre Paris e Brest (na França), ida e volta, num total de 1200 km. A prova é a mais tradicional do ciclismo mundial e não tem caráter competitivo. Os participantes correm contra o tempo, com regras, para chegar ao final em longa prova de logística e superação. Para poder participar dos 1200 km, o ciclista deve conseguir realizar no ano, as provas de 200, 300, 400 e 600 km, obtendo o “brevet” para realizar os 1200 km.
        No Brasil essa prova é relativamente recente, realizada desde 2003 com autorização do Audax Club Parisien. Historicamente em 1893 foi realizado o primeiro Campeonato Mundial (CM), com provas de “sprints” e meio fundo, exclusivamente para o círculo os corredores amadores do mundo ocidental. Contudo, o ciclismo faz parte do programa olímpico desde a primeira edição moderna dos jogos de Atenas, em 1896, quando os eventos realizados eram apenas os considerados de Pista. Até os Jogos de 1984 em Los Angeles, Estados Unidos da América, teve apenas a participação masculina. Uma questão importante diz respeito ao fato de que as mulheres apenas começaram a participar dos eventos de estrada nas Olimpíadas de Seul, em 1988. Especialmente durante a primeira parte da década de 1990 o ciclismo em pista teve um personagem como Graeme Obree que rompeu os moldes. Pois à prova as regras da União Ciclista Internacional (UCI) com uma bicicleta construída por si mesmo, criando novas posições sociais para correr que causaram controvérsia do ponto de vista ergonômico e de design. Foi assim como amador que bateu em duas ocasiões o recorde mundial da exigente prova da hora e foi campeão do mundo em duas oportunidades. Todo isto convivendo com depressão, enfermidade que o levou a tentar suicidar-se em três ocasiões. Obree mantinha uma rivalidade com outro britânico: Chris Boardman, convertido em celebridade logo ao haver ganhado o Ouro Olímpico em Barcelona em 1992. Impulsionado por este logro de Boardman en 1993 se, pois, a trabalhar para bater a marca da hora, especialidade que leva ao limite psicofísico o ciclista. 
        Para termos ideia do duro que é Eddy Merckx, cinco vezes campeão do Tour de France, considerado um dos melhores da história, rompeu a marca em 1972, quando disse que nunca mais iria tenta-lo pois “não queria se submeter-se outra vez ao sofrimento a que se expôs”. Na Olimpíada de Atlanta, em 1996, participaram pela primeira vez ciclistas profissionais e introduziram o método de “cross-country” e o ciclismo de montanha ou “Mountain Bike”. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, foi adicionada outra modalidade desta disciplina “BMX SX”, ascendente do BMX Supercross que incorpora dificuldades de percurso de pista como rampa mais íngreme, saltos maiores e velocidade considerável. Nas competições de pista, do ponto de vista técnico-metodológico estas podem ser de concreto ou madeira. As provas são de velocidade, perseguição individual, perseguição por equipes, velocidade olímpica, corridas por pontos, km contra o relógio, “Madison” com uma hora de corrida para cada ciclista, sendo o vencedor aquele que fizer mais voltas e “keirin” com oito voltas na pista que os ciclistas devem acompanhar uma bicicleta motorizada. Elas não possuem freios, a inclinação das pistas de competição pode chegar a 42º e as competições realizadas de 4 km de extensão.
Bibliografia geral consultada.

SANDERSON, James, “Laser Sidearms and Radical Chic”.  In: Cinema. Canadá, nº 66 (June-July), 1980: 14-17; VIOLI, Patrizia, El Infinito Singular. Madrid: Catedra Ediciones, 1991; SIMMEL, Georg, Filosofia do Amor. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1993; AGOSTINHO, Aucione Torres, A Charge. Tese de Doutorado. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1993; BARCELLOS, Janice Primo, Radical Chic: Uma Mulher do Século XIX disfarçada em Século 20. Dissertação de Mestrado em Literatura. Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira. Florianópolis: Universidade Estadual de Santa Catarina, 1998; ROMUALDO, Edson Carlos, Charge Jornalística: Intertextualidade e Polifonia. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2000; JORGE, Marco Antônio Coutinho, “As Quatro Dimensões do Despertar - Sonho, Fantasia, Delírio, Ilusão”.  In: Ágora (RJ). Volume 8, nº 2, jul./dez., 2005; WOLFF, Tom, Radical Chic e o Novo Jornalismo. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2005; CALLIGARIS, Contardo, “O Voto Radical Chique”. Disponível em: https://www.1.folhauol.com.br/31/08/2006; MORAES, Érika de, A Representação Discursiva da Identidade Feminina em Quadros Humorísticos. Tese de Doutorado. Instituto de Estudos da Linguagem. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2008; BECKER, Howard, Falando da Sociedade. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2009; SOUZA JÚNIOR, Rivaldo Capistrano, Referenciação e Humor em Tiras do Gatão de Meia-idade Miguel Paiva. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Língua Portuguesa. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2012; LUCAS, Angela Christina, Justiça Organizacional de Gênero nas Empresas: Os Sentidos Atribuídos pelos Profissionais de Recursos Humanos. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Administração. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. Departamento de Administração. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015; GONÇALVES, Tamiris Machado, Vozes Sociais em Confronto: Sentidos Polêmicos Construídos Discursivamente na Produção e Recepção das Charges. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Letras. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2015; entre outros.

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Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências (USP) junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).

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