terça-feira, 14 de julho de 2015

Jean-Jacques Rousseau – Educação & Leve Anarquia de um Pai.

Ubiracy de Souza Braga
 
A educação do homem começa no momento do seu nascimento”. Jean-Jacques Rousseau
                        
    
O que nos interessa na filosofia da modernidade em J.-J. Rousseau é que a liberdade natural caracteriza-se por ações civis tomadas pelo indivíduo com o objetivo de satisfazer seus instintos, isto é, com o objetivo de satisfazer suas necessidades. A transição do estado de natureza para a ordem civil transforma a liberdade do sujeito. Ocorre durante um período de “guerra de todos contra todos” que se iniciou com o estabelecimento da propriedade privada e da ausência de instituições políticas e de regras sociais que impedissem a exploração entre as pessoas. Não havia sido estabelecida a cidadania neste período pré-social do “contrato social” caracterizada por uma vida comum de disputas sociais e políticas pela propriedade privada e pela riqueza. Essa noção de contrato traz implícito que as pessoas abrem mão de certos direitos para um governo ou outra autoridade a fim de obter as vantagens da ordem social. Nesse aspecto  filosófico o contrato social seria um acordo entre os membros da sociedade, pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante.

Havia mais desacordo do que harmonia entre Rousseau e os outros pensadores iluministas que inspiraram os ideais da Revolução Francesa. Voltaire, Denis Diderot e seus pares exaltavam a razão e a cultura da história da humanidade, mas Rousseau defendia a primazia da emoção. Afirmava que a civilização havia afastado o ser humano da felicidade. Enquanto Diderot  na Enciclopédia, pretendia sistematizar todo o saber do mundo de uma perspectiva iluminista, Rousseau pregava a experiência direta, a simplicidade e a intuição em lugar da erudição - embora, mesmo assim, tenha se encarregado do verbete sobre música na obra conjunta dos filósofos das luzes. Rousseau rejeitava o racionalismo ateu e recomendava a religião natural, pela qual cada um deve buscar Deus “em si mesmo e na natureza”. Com o tempo, as relações entre Rousseau e seus contemporâneos chegou ao conflito aberto. Voltaire fez campanha pública contra ele, divulgando o fato anárquico dele ter entregado os filhos à adoção pública.   
               

Em sua obra fundamental “Discours sur l`origine et les fondements de l`inégalité parmi les hommes”, publicada no ano de 1755, ele descreve uma hipótese admitida para o estado natural do homem, sugerindo que, apesar das diferenças determinadas pela natureza humana, houve um determinado momento em que os homens agiam como iguais. Conviviam separadamente uns dos outros e não eram dependentes de ninguém. Fugiam uns dos outros como se fossem bichos bravos prestes a atacar sua própria espécie. Mas com relação à educação Rousseau acreditava na amabilidade produzida pela natureza humana. Pela afabilidade que fosse incitada, a benevolência espontânea do ser humano podia ser preservada da influência corrompida do meio em que vivemos.
Por conseguinte, a educação admitia dois semblantes diversos: a expansão gradual das habilidades próprias da criança e o seu distanciamento dos achaques sociais. O educador deve ensinar o aluno levando em conta suas capacidades naturais. Para Rousseau a principal característica que não pode faltar em um catedrático é a sua capacidade de educar o aluno para transformá-lo em um homem de bem. Levando em conta esse ponto de vista o aluno só estaria apto a fazer parte da sociedade quando se tornasse clara sua disposição natural para a convivência com as outras pessoas, durante a sua adolescência, quando então já estaria apto a julgar, podendo compreender o que é poder se tornar um indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado.
Para evitar as desigualdades sociais, advindas da propriedade privada e do poder que devido a ela os ricos proprietários passam a exercer sobre as outras pessoas, os pequenos proprietários e despossuídos, é firmado o contrato social. Na transição para a vida em sociedade Jean-Jacques Rousseau é claro em escrever que: “O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e pode alcançar. O que com ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui”. Esta perda representa não apenas o desenvolvimento de faculdades racionais e emocionais do indivíduo como também abre os precedentes para toda a violação da liberdade, da segurança e da igualdade entre os sujeitos em coletividade, da consciência, da afetividade e desejos de cada indivíduo quanto nas novas organizações e ações que se impõem aos sujeitos com advento da vida em sociedade.            

        
Portanto, as leis estabelecidas no contrato social asseguram a liberdade civil através dos direitos e deveres de cada cidadão no corpo político da sociedade. Mas para isso, cada cidadão deve “doar-se” completamente, submetendo-se ao padrão coletivo. Vale ressaltar que o fator limitante da liberdade civil é a “vontade geral”, pois a liberdade no estado civil não se dá apenas pelos interesses particulares, mas pelos interesses da política. Assim, o contrato social não apenas iguala todos os cidadãos, como também fortalece a liberdade de cada indivíduo, a partir de seus interesses particulares. Uma vez que um dos principais objetivos do contrato social é garantir a segurança e a liberdade de cada indivíduo, ainda que a última seja limitada por normas.
            A obra filosófica sobre a natureza do homem, “Emílio, ou Da Educação” escrita por Jean-Jacques Rousseau em 1762, onde afirma que o “Emílio foi o melhor e mais importante de todas minhas obras” aborda temas políticos e filosóficos referentes à relação do indivíduo com a sociedade. Metodologicamente o texto se divide em cinco livros, sendo os três primeiros dedicados à infância de Emílio, o quarto à sua adolescência, e o quinto à educação de Sofia a mulher ideal e futura esposa de Emílio, e à vida doméstica e civil deste, incluindo a formação política. A reflexão filosófica sobre a educação foi proibida e queimada em Paris e em Genebra, devido ao fragmento sobre a “Profissão de fé do vigário Savoiano”. Porém, a questão-chave como causa ideológica de sua reputação rapidamente se converteu num dos livros mais lidos na Europa. Durante a revolução clássica francesa serviu como símbolo educativo nacional.
       É bem verdade que no século XVIII quando Jean-Jacques Rousseau publicou “Emílio, ou da Educação”, em primeiro lugar que se trata de um romance pedagógico, contando a educação de Emílio. Metodologicamente Rousseau partia do pressuposto de que o homem nascia naturalmente bom e que a sociedade é quem o corrompia, tornando-o mau. Seu principal objetivo é evitar que a criança se torne má e fazer com seja um adulto bom. Na época em que Rousseau vivia não se tinha a ideia de criança, apenas de que essas eram “pequenos” adultos; a punição era a mesma para ambos. De acordo com seu texto, não se conhecia a infância, “eles (homens) procuram o homem na criança, sem ao menos pensar no que ela é antes de ser homem”. Para ele, a criança deveria ser entendida em sua complexidade, ou seja, por suas próprias características. Sob esta perspectiva  quem separa o adulto da criança é a educação.

Seu principal escopo é a valorização social da “criança como criança” e, para ele, a educação representa o principal meio de valoriza-la. Ela deve ser tratada como criança em sua historicidade não em excesso. Particularmente explica como o indivíduo pode conservar sua “bondade natural”, enquanto participa de uma sociedade inevitavelmente violenta. No “Emílio”, J.-J. Rousseau propõe, mediante a descrição do homem, um sistema educativo que permita ao “homem natural” conviver com essa sociedade perversa. Rousseau acompanha o tratado de uma história social do jovem Emílio e seu tutor, como educar o cidadão ideal. O “Emílio” não é um guia detalhado, ainda sim inclui alguns conselhos sobre como educar as crianças. Durante a revolução clássica francesa serviu como símbolo educativo nacional. Passados quase três séculos rememora o primeiro tratado sobre filosofia da educação no mundo ocidental. 

Paris deve originalmente seu nome e significado aos Parísios, um “povo gaulês que habitava a região antes da chegada dos romanos”. Após conquistá-los, os romanos rebatizaram seu assentamento como “Lutécia dos Parísios” (Lutetia Parisiorum). Na história social e política do século IX, essa denominação, aos poucos, deu lugar ao nome atual. Os Parísios também emprestaram seu nome a algumas outras vilas da região, tais como Villeparisis, Cormeilles-en-Parisis e Fontenay-en-Parisis. Paris é frequentemente chamada de La Ville Lumière, tanto por conta de liderança durante o Iluminismo quanto mais literalmente porque Paris foi uma das primeiras grandes cidades europeias a usar a iluminação pública a gás em grande escala em seus bulevares e monumentos. Em 1829, luzes de gás foram instaladas respectivamente na Place du Carrousel, Rue de Rivoli e Place Vendôme. Mais do que isso. Em 1857, as grandes avenidas foram acesas e as ruas de Paris na década de 1860, eram iluminadas por 56 mil lâmpadas de gás. A população cresceu de cerca de 400 mil habitantes em 1640 para 650 mil em 1780.

Uma nova avenida, a Champs-Élysées, estendeu a cidade a oeste de Étoile, enquanto o bairro Faubourg Saint-Antoine, no Leste da cidade e habitado pela classe trabalhadora, ficava cada vez mais lotado de trabalhadores pobres que migravam de outras regiões da França. Paris foi o centro de uma explosão de atividades filosófica e científica conhecida como Era do Iluminismo. Diderot e d`Alembert publicaram sua Encyclopédie em 1751, e os Irmãos Montgolfier lançaram o primeiro voo tripulado em um balão de ar quente em 1783, dos jardins do Castelo de la Muette. Paris era a capital financeira da Europa continental, o principal centro europeu de publicação de livros, de moda e de fabricação de móveis finos e artigos de luxo. No verão de 1789, Paris se tornou o palco central da Revolução Francesa. Em 14 de julho, uma multidão apreendeu o arsenal des Invalides, adquirindo milhares de armas, e invadiu a Bastilha, símbolo da autoridade real. A primeira Comuna de Paris, ou conselho da cidade, reuniu-se no Hôtel de Ville e, em 15 de julho, elegeu prefeito, o astrônomo Jean Sylvain Bailly.

O Iluminismo incluiu uma série de ideias centradas na razão como a principal fonte de autoridade e legitimidade e defendia ideais como liberdade, progresso, tolerância, fraternidade, governo constitucional e separação Igreja-Estado. Na França, as doutrinas centrais dos filósofos do Iluminismo eram a liberdade individual e a tolerância religiosa em oposição a uma monarquia absoluta e aos dogmas fixos da Igreja Católica Romana. O Iluminismo foi marcado por uma ênfase no método científico e no reducionismo, juntamente com o crescente questionamento da ortodoxia religiosa - uma atitude capturada pela frase Sapere Aude (em português: “Atreva-se a conhecer”). Os historiadores franceses tradicionalmente colocam o período do Iluminismo entre 1715 (o ano em que Luís XIV morreu) e 1789 (o início da Revolução Francesa). Alguns historiadores recentes, no entanto, defendem o período da década de 1620, com o início da Revolução Científica. Les philosophes do período circularam amplamente suas ideias através de encontros em academias científicas, lojas maçônicas, salões literários, cafés e em livros impressos e panfletos. As ideias do Iluminismo minaram a autoridade da monarquia e da Igreja e prepararam o caminho para as revoluções políticas dos séculos XVIII-XIX. Uma variedade de movimentos, incluindo o liberalismo e o neoclassicismo, rastreiam a sua herança intelectual ao Iluminismo.

A chamada Era da Iluminação foi precedida e estreitamente associada à Revolução Científica. Filósofos anteriores cujo trabalho influenciaram o Iluminismo incluíram Francis Bacon, René Descartes, John Locke e Baruch Spinoza. As principais figuras do Iluminismo incluíram Cesare Beccaria, Voltaire, Denis Diderot, Jean-Jacques Rousseau, David Hume, Adam Smith e Immanuel Kant. Alguns governantes europeus, incluindo Catarina II da Rússia, José II da Áustria e Frederico II da Prússia, tentaram aplicar o pensamento iluminista sobre a tolerância religiosa e a política, o que se tornou conhecido como “absolutismo esclarecido”. Benjamin Franklin visitou a Europa repetidamente e contribuiu ativamente para os debates científicos e políticos e trouxe as novas ideias de volta à Filadélfia. Thomas Jefferson seguiu de perto as ideias europeias e depois incorporou alguns dos ideais do Iluminismo na Declaração da Independência dos Estados Unidos (1776). James Madison, incorporou esses ideais na Constituição dos Estados Unidos da América durante a sua concepção em 1787.

A publicação mais influente do Iluminismo foi Encyclopédie (Enciclopédia). Publicado entre 1751 e 1772 em 35 volumes, foi compilado por Denis Diderot, Jean le Rond d'Alembert (até 1759) e um grupo de 150 cientistas e filósofos. Isto ajudou a espalhar as ideias do Iluminismo em toda a Europa e além.[15] Outras publicações de referência foram o Dictionnaire Philosophique de Voltaire (Dicionário filosófico, 1764) e Cartas Filosóficas (1733); Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens de Rousseau (1754) e Do Contrato Social (1762); A Riqueza das Nações de Adam Smith (1776); e O Espírito das Leis de Montesquieu (1748). As ideias do Iluminismo desempenharam um papel importante na inspiração da Revolução Francesa, que começou em 1789. Após a Revolução, o Iluminismo foi seguido pelo movimento intelectual conhecido como romantismo.

Luís XVI e a família real foram trazidos para Paris e feitos prisioneiros no Palácio das Tulherias. Em 1793, quando a revolução se tornou cada vez mais radical, o rei, a rainha e o prefeito foram guilhotinados (executados) no Reino do Terror, juntamente com mais de 16 mil pessoas em toda a França. A propriedade da aristocracia e da igreja foi nacionalizada, e as igrejas da cidade foram fechadas, vendidas ou demolidas. Uma sucessão de facções revolucionárias governou Paris até 9 de novembro de 1799, quando Napoleão Bonaparte tomou o poder como primeiro cônsul. A população de Paris havia diminuído 100 mil habitantes durante a Revolução, mas entre 1799 e 1815 aumentou em 160 mil novos residentes, chegando a 660 mil. Napoleão substituiu o governo eleito de Paris “por um prefeito que reportava apenas a si próprio”. Também passou a erguer monumentos para a glorificação militar, incluindo o Arco do Triunfo, e melhorou a infraestrutura negligenciada da cidade com novas fontes, o Canal de l`Ourcq, o Cemitério do Père-Lachaise e a primeira ponte metálica, a Pont des Arts.

 Em pouco tempo e com poucas palavras, o lema repercutiu nas sociedades. O “Brasil, Pátria Educadora” novo slogan do governo federal, foi anunciado pela presidenta eleita Dilma Rousseff em seu discurso de posse no Congresso Nacional. O discurso veio também com a promessa de que a educação será a “prioridade das prioridades” nos próximos quatro anos. Ainda pouco estruturada, a ideia da “Pátria Educadora” gira em torno das prioridades apontadas no discurso da presidenta. Procurados pela reportagem, tanto o Ministério da Educação (MEC) quanto a Presidência da República disseram não ter mais informações sobre o que consiste o lema. Em seu pronunciamento, Dilma Rousseff apenas tergiversou sobre tais desafios que persistem há séculos no Brasil, como a universalização do ensino e a alfabetização na idade certa, e também demandas latentes como a reformulação do que se chama tecnoburocraticamente Ensino Médio.
Enfim, no Brasil, o Ensino Médio, anteriormente chamado de Ensino de Segundo Grau, corresponde desde 1996 à etapa do sistema de ensino equivalente à última fase da educação básica, cuja finalidade é o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, bem como a formação do cidadão para etapas posteriores da vida. A Lei nº 9394, de 31 de dezembro de 1996, denominada Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), estabelece sua regulamentação específica e uma composição curricular mínima obrigatória. Os estudantes devem ter concluído o ensino fundamental antes de serem autorizados a inscrever-se no ensino médio. O ensino médio dura três anos. O mínimo é de 2200 horas de aula ao longo de três anos. A grade curricular do ensino médio compreende as disciplinas de português (incluindo o idioma português e as literaturas portuguesa e brasileira), língua estrangeira (inglês geralmente, também espanhol e, hoje muito raramente, francês.), história, geografia, arte, matemática, física, química, educação física e biologia. Recentemente, filosofia e sociologia, que foram proibidos durante a ditadura militar (1964-1985), tornaram-se obrigatórios novamente. Segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2013, cujo resultado foi divulgado em setembro de 2014, o ensino médio no Brasil atingiu nota 3,7, abaixo da meta do Governo do Brasil e da média dos países desenvolvidos (6,0). A taxa de reprovação e abandono beira os 30% no 1º ano. 1,7 milhão de jovens entre 15 a 17 anos – correspondente à faixa etária regular do ensino médio – estão fora da escola.

Educação na ditadura militar brasileira refere-se a políticas, processos e práticas educacionais adotadas no Brasil durante o regime militar que durou de 1964 a 1985. A política educacional do governo João Goulart foi capitaneada por Darcy Ribeiro, que deixou a reitoria da Universidade de Brasília (UnB), em que tinha sido nomeado em 1961 e idealizou em 1959 naquele contexto da construção de Brasília, para ir à frente do Ministério da Educação e Cultura de setembro de 1962 a janeiro de 1963, quando o gabinete era chefiado pelo primeiro-ministro Hermes Lima, no modelo parlamentarista, e por Júlio Sambaqui, que ocupou a pasta no período presidencialista, de outubro de 1963 até o golpe civil-militar de 1° de abril de 1964. Houve uma ingerência ultraconservadora dos militares no ensino brasileiro durante o período que se estende em torno de 20 anos de controle da sociedade civil e do Estado. Para a historiografia, considerando a censura, os exílios, assassinatos de lideranças civis, perseguições, há relatos etnográficos pós-censura e fatos sociais e políticos do período de 21 anos ter sido de tempos sombrios para a educação e a sociedade brasileira. O ensino tinha um público alvo bem particular, adotando uma tendência mundial de padronização taylorista-fordista técnico-científica.  

Tampouco há evidências sociais de que as atuais escolas cívico-militares tenham resultados expressivamente superiores no Ideb – Índice de desenvolvimento na educação básica, criado em 2007 reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. Ele é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho nas avaliações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC). Seu objetivo é promover estudos, pesquisas e avaliações periódicas sobre o sistema educacional brasileiro, o Sistema de Avaliação da Educação Básica para as unidades da federação e para a Prova Brasil, particularmente para os municípios. Atuando em conjunto o Ideb concentra os resultados das avaliações em larga escala do Inep a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas educacionais e de ensino. A Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) são avaliações para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes padronizados e questionários socioeconômicos.

Nos testes aplicados na quarta e oitava série (quinto e nono anos) do ensino fundamental, os estudantes respondem a itens (questões) de língua portuguesa, com foco em leitura, e matemática, com foco na resolução de problemas. No questionário socioeconômico, os estudantes fornecem informações sobre fatores de contexto que podem estar associados ao desempenho. Professores e diretores das turmas e escolas avaliadas também respondem a questionários que coletam dados demográficos, perfil profissional e de condições de trabalho. A partir das informações do Saeb e da Prova Brasil, o MEC e as secretarias estaduais e municipais de Educação podem definir ações voltadas ao aprimoramento da qualidade da educação no país e a redução das desigualdades existentes, promovendo, por exemplo, a correção de distorções e debilidades identificadas e direcionando seus recursos técnicos e financeiros para áreas identificadas como prioritárias. As médias de desempenho nessas avaliações também subsidiam o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ao lado das taxas de aprovação nessas esferas. Além disso, os dados também estão disponíveis para toda a sociedade que, a partir dos resultados, pode acompanhar as políticas implementadas pelas diferentes esferas de governo. No caso da Prova Brasil, ainda pode ser observado empiricamente o desempenho específico de cada rede social de ensino e do sistema como um todo das escolas públicas urbanas e rurais do país.    

O índice varia de Zero a 10 e a combinação entre fluxo e aprendizagem tem o mérito de equilibrar as duas dimensões: se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter resultados de melhor qualidade no Saeb - Sistema de Avaliação da Educação Básica ou Prova Brasil, o fator fluxo será alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) também é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a educação básica, que tem estabelecido, como meta, que em 2022 o Ideb do Brasil seja 6,0 - média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável a dos países ditos desenvolvidos. O que está em curso, é um sistema educacional perverso porque reprova sistematicamente seus estudantes. Seus efeitos sociais vêm fazendo com que grande parte deles abandone-a antes mesmo de completar a educação básica. O que não é desejável, mesmo para os que concluem essa etapa de ensino e atinjam elevadas pontuações nos exames padronizados.

Isto é, um sistema de representação social em que todos os alunos concluem o ensino médio no período correto não é de interesse caso os alunos aprendam muito pouco na escola. Em suma, um sistema de ensino ideal seria aquele em que todas as crianças e adolescentes tivessem acesso à escola, não desperdiçassem tempo com repetências, não abandonassem a escola precocemente e, ao final de tudo, aprendessem. A combinação entre fluxo e aprendizagem vai expressar em valores o andamento dos sistemas de ensino, em âmbito nacional, nas unidades da Federação e municípios. Temos o indicador objetivo para a verificação do cumprimento das metas fixadas no Termo de Adesão ao Compromisso “Todos pela Educação”, base do Plano de Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Educação, que trata da educação básica. Nesse âmbito é que se enquadra a ideia das metas intermediárias para o Ideb. A lógica de funcionamento do sistema é a de que para que o Brasil chegue à média 6,0 (seis) em 2021, em cada sistema deve evoluir em aspectos distintos, inversamente daqueles que partem em pior situação, com um objetivo implícito de redução da desigualdade social.

Bibliografia geral consultada.

LEJEUNE, Philippe, Le Pacte Autobiografique. Paris: Éditions Du Seuil, 1975; CERIZARA, Beatriz, Rousseau: A Educação na Infância. São Paulo: Editora Scipione, 1990; STAROBINSKI, Jean, Jean-Jacques Rousseau: A Transparência e o Obstáculo. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1991; BROSSE, Emilie, A Educação Segundo Rousseau. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 1997; CASSIRER, Ernest, A Questão Jean-Jacques Rousseau. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 1999; ROUSSEAU, Jean-Jacques, Émile ou de l’Éducation. Paris: Editeur Groupe Flammarion, 1966; Idem, Emílio ou da educação. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1968; Idem, Discurso sobre a Origem das Ciências e as Artes. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (Coleção os Pensadores); Idem, Emílio ou Da Educação. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2004; CASTRO, Luciana Xavier de, Religião em Rousseau: A Profissão de Fé do Vigário Saboiano. Dissertação de Mestrado. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2010; BRITO, Edson de Sousa, O Emílio e o Pensamento Político Pedagógico de Jean-Jacques Rousseau. Tese de Doutorado em Ciências Humanas. Goiânia: Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 2013; COSTA, Maria do Socorro Gonçalves da, Cultura e Educação em Rousseau: Uma Análise do Emílio. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação Cultura e Sociedade. São Luís: Universidade Federal do Maranhão, 2013; BARROS, Leonardo Canuto de, O Caráter Ambivalente da Música em Jean-Jacques Rousseau. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; SOUZA FILHO, Homero Santos, Educação e Desnaturação no Emílio de Rousseau. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015; entre outros. 

______________

* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Nenhum comentário:

Postar um comentário