Paris
deve originalmente seu nome e significado aos Parísios, um “povo gaulês
que habitava a região antes da chegada dos romanos”. Após conquistá-los, os
romanos rebatizaram seu assentamento como “Lutécia dos Parísios” (Lutetia
Parisiorum). Na história social e política do século IX, essa denominação,
aos poucos, deu lugar ao nome atual. Os Parísios também emprestaram seu nome a
algumas outras vilas da região, tais como Villeparisis, Cormeilles-en-Parisis e
Fontenay-en-Parisis. Paris é frequentemente chamada de La Ville Lumière, tanto
por conta de liderança durante o Iluminismo quanto mais literalmente porque
Paris foi uma das primeiras grandes cidades europeias a usar a iluminação
pública a gás em grande escala em seus bulevares e monumentos. Em 1829, luzes
de gás foram instaladas respectivamente na Place du Carrousel, Rue de Rivoli e
Place Vendôme. Mais do que isso. Em 1857, as grandes avenidas foram acesas e as
ruas de Paris na década de 1860, eram iluminadas por 56 mil lâmpadas de gás. A
população cresceu de cerca de 400 mil habitantes em 1640 para 650 mil em 1780.
Uma
nova avenida, a Champs-Élysées, estendeu a cidade a oeste de Étoile, enquanto o
bairro Faubourg Saint-Antoine, no Leste da cidade e habitado pela classe
trabalhadora, ficava cada vez mais lotado de trabalhadores pobres que migravam
de outras regiões da França. Paris foi o centro de uma explosão de atividades
filosófica e científica conhecida como Era do Iluminismo. Diderot e
d`Alembert publicaram sua Encyclopédie em 1751, e os Irmãos Montgolfier
lançaram o primeiro voo tripulado em um balão de ar quente em 1783, dos jardins
do Castelo de la Muette. Paris era a capital financeira da Europa continental,
o principal centro europeu de publicação de livros, de moda e de fabricação de
móveis finos e artigos de luxo. No verão de 1789, Paris se tornou o palco
central da Revolução Francesa. Em 14 de julho, uma multidão apreendeu o arsenal
des Invalides, adquirindo milhares de armas, e invadiu a Bastilha,
símbolo da autoridade real. A primeira Comuna de Paris, ou conselho da cidade,
reuniu-se no Hôtel de Ville e, em 15 de julho, elegeu prefeito, o astrônomo
Jean Sylvain Bailly.
O Iluminismo incluiu uma série de ideias centradas na razão como a principal fonte de autoridade e legitimidade e defendia ideais como liberdade, progresso, tolerância, fraternidade, governo constitucional e separação Igreja-Estado. Na França, as doutrinas centrais dos filósofos do Iluminismo eram a liberdade individual e a tolerância religiosa em oposição a uma monarquia absoluta e aos dogmas fixos da Igreja Católica Romana. O Iluminismo foi marcado por uma ênfase no método científico e no reducionismo, juntamente com o crescente questionamento da ortodoxia religiosa - uma atitude capturada pela frase Sapere Aude (em português: “Atreva-se a conhecer”). Os historiadores franceses tradicionalmente colocam o período do Iluminismo entre 1715 (o ano em que Luís XIV morreu) e 1789 (o início da Revolução Francesa). Alguns historiadores recentes, no entanto, defendem o período da década de 1620, com o início da Revolução Científica. Les philosophes do período circularam amplamente suas ideias através de encontros em academias científicas, lojas maçônicas, salões literários, cafés e em livros impressos e panfletos. As ideias do Iluminismo minaram a autoridade da monarquia e da Igreja e prepararam o caminho para as revoluções políticas dos séculos XVIII-XIX. Uma variedade de movimentos, incluindo o liberalismo e o neoclassicismo, rastreiam a sua herança intelectual ao Iluminismo.
A chamada Era da Iluminação foi precedida e estreitamente associada à Revolução
Científica. Filósofos anteriores cujo trabalho influenciaram o Iluminismo
incluíram Francis Bacon, René Descartes, John Locke e Baruch Spinoza. As
principais figuras do Iluminismo incluíram Cesare Beccaria, Voltaire, Denis
Diderot, Jean-Jacques Rousseau, David Hume, Adam Smith e Immanuel Kant. Alguns
governantes europeus, incluindo Catarina II da Rússia, José II da Áustria e
Frederico II da Prússia, tentaram aplicar o pensamento iluminista sobre a
tolerância religiosa e a política, o que se tornou conhecido como “absolutismo
esclarecido”. Benjamin Franklin visitou a Europa repetidamente e contribuiu
ativamente para os debates científicos e políticos e trouxe as novas ideias de
volta à Filadélfia. Thomas Jefferson seguiu de perto as ideias europeias e
depois incorporou alguns dos ideais do Iluminismo na Declaração da
Independência dos Estados Unidos (1776). James Madison,
incorporou esses ideais na Constituição dos Estados Unidos da América durante a sua
concepção em 1787.
A
publicação mais influente do Iluminismo foi Encyclopédie (Enciclopédia).
Publicado entre 1751 e 1772 em 35 volumes, foi compilado por Denis Diderot,
Jean le Rond d'Alembert (até 1759) e um grupo de 150 cientistas e filósofos.
Isto ajudou a espalhar as ideias do Iluminismo em toda a Europa e além.[15]
Outras publicações de referência foram o Dictionnaire Philosophique de Voltaire
(Dicionário filosófico, 1764) e Cartas Filosóficas (1733); Discurso sobre a
Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens de Rousseau (1754) e Do
Contrato Social (1762); A Riqueza das Nações de Adam Smith (1776); e O
Espírito das Leis de Montesquieu (1748). As ideias do Iluminismo
desempenharam um papel importante na inspiração da Revolução Francesa, que
começou em 1789. Após a Revolução, o Iluminismo foi seguido pelo movimento
intelectual conhecido como romantismo.
Luís
XVI e a família real foram trazidos para Paris e feitos prisioneiros no Palácio
das Tulherias. Em 1793, quando a revolução se tornou cada vez mais radical, o
rei, a rainha e o prefeito foram guilhotinados (executados) no Reino do Terror,
juntamente com mais de 16 mil pessoas em toda a França. A propriedade da
aristocracia e da igreja foi nacionalizada, e as igrejas da cidade foram
fechadas, vendidas ou demolidas. Uma sucessão de facções revolucionárias
governou Paris até 9 de novembro de 1799, quando Napoleão Bonaparte tomou o
poder como primeiro cônsul. A população de Paris havia diminuído 100 mil
habitantes durante a Revolução, mas entre 1799 e 1815 aumentou em 160 mil novos
residentes, chegando a 660 mil. Napoleão substituiu o governo eleito de Paris
“por um prefeito que reportava apenas a si próprio”. Também passou a erguer
monumentos para a glorificação militar, incluindo o Arco do Triunfo, e melhorou
a infraestrutura negligenciada da cidade com novas fontes, o Canal de l`Ourcq,
o Cemitério do Père-Lachaise e a primeira ponte metálica, a Pont des Arts.
Educação
na ditadura militar brasileira refere-se a políticas, processos e práticas
educacionais adotadas no Brasil durante o regime militar que durou de 1964 a
1985. A política educacional do governo João Goulart foi capitaneada por Darcy
Ribeiro, que deixou a reitoria da Universidade de Brasília (UnB), em que tinha
sido nomeado em 1961 e idealizou em 1959 naquele contexto da construção de
Brasília, para ir à frente do Ministério da Educação e Cultura de setembro de
1962 a janeiro de 1963, quando o gabinete era chefiado pelo primeiro-ministro
Hermes Lima, no modelo parlamentarista, e por Júlio Sambaqui, que ocupou a
pasta no período presidencialista, de outubro de 1963 até o golpe civil-militar
de 1° de abril de 1964. Houve uma ingerência ultraconservadora dos militares no
ensino brasileiro durante o período que se estende em torno de 20 anos de
controle da sociedade civil e do Estado. Para a historiografia, considerando a
censura, os exílios, assassinatos de lideranças civis, perseguições, há relatos
etnográficos pós-censura e fatos sociais e políticos do período de 21 anos ter
sido de tempos sombrios para a educação e a sociedade brasileira. O ensino
tinha um público alvo bem particular, adotando uma tendência mundial de
padronização taylorista-fordista técnico-científica.
Tampouco
há evidências sociais de que as atuais escolas cívico-militares tenham
resultados expressivamente superiores no Ideb – Índice de desenvolvimento na
educação básica, criado em 2007 reúne, em um só indicador, os resultados de
dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo
escolar e as médias de desempenho nas avaliações. Ele é calculado a partir dos
dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de
desempenho nas avaliações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) é uma autarquia federal vinculada ao
Ministério da Educação (MEC). Seu objetivo é promover estudos, pesquisas e
avaliações periódicas sobre o sistema educacional brasileiro, o Sistema de
Avaliação da Educação Básica para as unidades da federação e para a Prova
Brasil, particularmente para os municípios. Atuando em conjunto o Ideb
concentra os resultados das avaliações em larga escala do Inep a possibilidade
de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas
de qualidade educacional para os sistemas educacionais e de ensino. A Prova
Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb)
são avaliações para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm o
objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional
brasileiro a partir de testes padronizados e questionários socioeconômicos.
Nos
testes aplicados na quarta e oitava série (quinto e nono anos) do ensino fundamental,
os estudantes respondem a itens (questões) de língua portuguesa, com foco em
leitura, e matemática, com foco na resolução de problemas. No questionário
socioeconômico, os estudantes fornecem informações sobre fatores de contexto
que podem estar associados ao desempenho. Professores e diretores das turmas e
escolas avaliadas também respondem a questionários que coletam dados
demográficos, perfil profissional e de condições de trabalho. A partir das
informações do Saeb e da Prova Brasil, o MEC e as secretarias estaduais e
municipais de Educação podem definir ações voltadas ao aprimoramento da
qualidade da educação no país e a redução das desigualdades existentes,
promovendo, por exemplo, a correção de distorções e debilidades identificadas e
direcionando seus recursos técnicos e financeiros para áreas identificadas como
prioritárias. As médias de desempenho nessas avaliações também subsidiam o
cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ao lado das
taxas de aprovação nessas esferas. Além disso, os dados também estão
disponíveis para toda a sociedade que, a partir dos resultados, pode acompanhar
as políticas implementadas pelas diferentes esferas de governo. No caso da Prova
Brasil, ainda pode ser observado empiricamente o desempenho específico de
cada rede social de ensino e do sistema como um todo das escolas públicas
urbanas e rurais do país.
O
índice varia de Zero a 10 e a combinação entre fluxo e aprendizagem tem o
mérito de equilibrar as duas dimensões: se um sistema de ensino retiver seus
alunos para obter resultados de melhor qualidade no Saeb - Sistema de
Avaliação da Educação Básica ou Prova Brasil, o fator fluxo será
alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o
sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações
indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema. O Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) também é importante por ser
condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta
para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE) para a educação básica, que tem estabelecido, como meta, que
em 2022 o Ideb do Brasil seja 6,0 - média que corresponde a um sistema
educacional de qualidade comparável a dos países ditos desenvolvidos. O que
está em curso, é um sistema educacional perverso porque reprova
sistematicamente seus estudantes. Seus efeitos sociais vêm fazendo com que
grande parte deles abandone-a antes mesmo de completar a educação
básica. O que não é desejável, mesmo para os que concluem essa etapa de ensino
e atinjam elevadas pontuações nos exames padronizados.
Isto
é, um sistema de representação social em que todos os alunos concluem o
ensino médio no período correto não é de interesse caso os alunos aprendam
muito pouco na escola. Em suma, um sistema de ensino ideal seria aquele em que
todas as crianças e adolescentes tivessem acesso à escola, não desperdiçassem
tempo com repetências, não abandonassem a escola precocemente e, ao final de
tudo, aprendessem. A combinação entre fluxo e aprendizagem vai expressar em
valores o andamento dos sistemas de ensino, em âmbito nacional, nas unidades da
Federação e municípios. Temos o indicador objetivo para a verificação do
cumprimento das metas fixadas no Termo de Adesão ao Compromisso “Todos pela
Educação”, base do Plano de Desenvolvimento da Educação, do Ministério da
Educação, que trata da educação básica. Nesse âmbito é que se enquadra a ideia
das metas intermediárias para o Ideb. A lógica de funcionamento do
sistema é a de que para que o Brasil chegue à média 6,0 (seis) em 2021, em cada
sistema deve evoluir em aspectos distintos, inversamente daqueles
que partem em pior situação, com um objetivo implícito de redução da
desigualdade social.
LEJEUNE, Philippe, Le Pacte Autobiografique. Paris: Éditions Du Seuil, 1975; CERIZARA, Beatriz, Rousseau: A Educação na Infância. São Paulo: Editora Scipione, 1990; STAROBINSKI, Jean, Jean-Jacques Rousseau: A Transparência e o Obstáculo. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1991; BROSSE, Emilie, A Educação Segundo Rousseau. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 1997; CASSIRER, Ernest, A Questão Jean-Jacques Rousseau. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 1999; ROUSSEAU, Jean-Jacques, Émile ou de l’Éducation. Paris: Editeur Groupe Flammarion, 1966; Idem, Emílio ou da educação. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1968; Idem, Discurso sobre a Origem das Ciências e as Artes. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (Coleção os Pensadores); Idem, Emílio ou Da Educação. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2004; CASTRO, Luciana Xavier de, Religião em Rousseau: A Profissão de Fé do Vigário Saboiano. Dissertação de Mestrado. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2010; BRITO, Edson de Sousa, O Emílio e o Pensamento Político Pedagógico de Jean-Jacques Rousseau. Tese de Doutorado em Ciências Humanas. Goiânia: Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 2013; COSTA, Maria do Socorro Gonçalves da, Cultura e Educação em Rousseau: Uma Análise do Emílio. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação Cultura e Sociedade. São Luís: Universidade Federal do Maranhão, 2013; BARROS, Leonardo Canuto de, O Caráter Ambivalente da Música em Jean-Jacques Rousseau. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; SOUZA FILHO, Homero Santos, Educação e Desnaturação no Emílio de Rousseau. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015; entre outros.
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