quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Paulo Freire – Saberes Diferentes, Locução para a Vida Social.

                                                                                                    Ubiracy de Souza Braga*
                                                                        À amada sogra e maravilhosa educadora Maria Leurimar de Alencar.
                      “Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”. Paulo Freire

                        
Paulo Reglus Neves Freire ingressou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito, mas também se dedicou aos estudos de Filosofia da Linguagem. Apesar disso, nunca exerceu a profissão e preferiu trabalhar como professor numa escola de 2º grau lecionando Língua Portuguesa. Em 1946, Paulo Freire foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco, onde iniciou o trabalho com analfabetos pobres, fato social e político que levou para o resto de sua vida. Em 1961 tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, no mesmo ano, realizou junto com sua equipe as primeiras experiências da chamada “alfabetização popular” que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo de trabalho foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana num tempo recorde de apenas 45 dias, pois  resgatava neles a coragem, a vontade e a capacidade intelectual transformadora para participarem do mundo de forma crítica e consciente. Esse brasileiro foi Paulo Freire, educador pernambucano, filósofo, escritor, político e militante de causas sociais. - “Ele elaborou uma teoria do conhecimento e procurou o sentido da educação, centrando suas análises na relação social entre educação e vida, reagindo às pedagogias tecnicistas. A educação, para ser transformadora, precisa estar centrada na vida.
Em resposta aos eficazes resultados, o governo brasileiro que, sob a popularidade revolucionária do presidente João Goulart, empenhava-se na realização das reformas de base aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências através do Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos, reconhecidos como os “círculos de cultura” pelo país. Em 1964, meses depois de iniciada a implantação do Plano Nacional de Alfabetização, ocorre a reação elitista através do golpe político-militar de 1° de abril de 1964 que extinguiu essa iniciativa democrático-popular. O educador Paulo Freire foi “encarcerado como traidor da nação por 70 dias”. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia e trabalhou no Chile por cinco anos para o “Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã” e para a “Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação”. Em 1967, durante o exílio chileno, publicou no Brasil seu primeiro livro: “Educação como Prática da Liberdade”, baseado fundamentalmente na tese “Educação e Atualidade Brasileira”, com a qual concorrera, em 1959, à cadeira de História e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade do Recife, capital de Pernambuco.  




         O seu livro foi bem recebido, e Paulo Freire foi convidado para ser professor Visitante da Universidade de Harvard em 1969. No ano anterior, ele havia concluído a redação de seu mais famoso livro: “Pedagogia do Oprimido”, que foi publicado em várias línguas como o espanhol, o inglês (em 1970), inclusive em hebraico (em 1981). Em razão do preconceito político entre o pensamento obscuro da ditadura militar e o socialismo cristão de Paulo Freire, sua publicação foi postergada no Brasil até 1974, quando o general Geisel assumiu a presidência do país e iniciou o lento processo de abertura política. Depois de um ano em Cambridge, Freire mudou-se para Genebra, na Suíça, trabalhando como consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas. Durante esse tempo, atuou como consultor em reforma educacional em diversas colônias portuguesas na África, particularmente na Guiné-Bissau e em Moçambique. A Guerra Ultramar tornou-se reconhecida como o conflito pró-Independência entre as colônias portuguesas Angola, Guiné-Bissau e Moçambique e a metrópole Portugal. Após a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, as colônias passaram a reivindicar a independência política e econômica dos seus países. A partir da década de 1960, ocorreram movimentos sociais a favor da Independência das colônias. Criaram-se em Angola três grupos armados que lutariam para libertar o país da exploração colonial.
            Cada grupo mantinha diferentes posições políticas entre eles, porém todos tinham em comum a luta pela independência de Angola e as divergências quanto a qual dos três grupos iria assumir o poder. O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) constituiu um desses grupos. A proposta política do grupo era de orientação marxista e a luta armada era o único meio para abolir os laços coloniais de Angola. O segundo grupo era a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita): liderada por Jonas Savimbi, o grupo tinha uma proposta política anticomunista. Em 1972, surgiu o terceiro grupo chamado de Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA): com Holden Roberto como principal líder, este grupo tinha o apoio financeiro dos Estados Unidos da América (EUA). No ano de 1965, Guiné-Bissau também iniciou o processo de luta contra a política colonial portuguesa. Surgiu então o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), liderado por Amílcar Cabral. Em Moçambique, no ano de 1962, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) iniciou a luta pela independência do país.
           Os movimentos de Independência das colônias portuguesas africanas ganharam força a partir do fim da ditadura Salazarista em Portugal (1932-1968), que mantinha uma forte política colonial. Com a Revolução dos Cravos (derrubada da ditadura Salazarista), a política colonial portuguesa tomou outros rumos e Guiné-Bissau conquistou sua independência em 1974. Moçambique se tornou Independente em 1975. Com a Anistia em 1979, Paulo Freire pôde retornar ao Brasil, mas só o fez em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Quando o Partido dos Trabalhadores (PT) venceu as eleições municipais paulistanas de 1988, iniciando-se a gestão de Luiza Erundina (1989-1993), Freire foi nomeado secretário de Educação da cidade de São Paulo. Exerceu esse cargo de 1989 a 1991. Dentre as marcas positivas de sua passagem e administração pela secretaria municipal de Educação está a criação do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA), um modelo democrático de programa público de apoio comunitário de Educação de Jovens e Adultos adotado por prefeituras e instâncias de governos regionais no Brasil.
 

  Paulo Freire foi um dos mais completos e célebres educadores brasileiros de todos os tempos, mormente o antropólogo Darcy Ribeiro, ambos com atuação e reconhecimento internacionais pelo conjunto de sua obra. Conhecido principalmente pelo método de reflexão para a alfabetização de adultos, ele desenvolveu e dissimulou um pensamento pedagógico assumidamente político (cf. Jorge, 1979; Monteiro, 1986). Para Freire, o objetivo primacial da educação é de fato poder conscientizar o aluno. Daí seu significado em relação às grandes parcelas de homens e mulheres desfavorecidas da sociedade. Poder levá-las a compreender, sentir e revelar sua situação política de oprimidas e agir em favor da sua libertação. O principal livro de Freire intitula-se justamente “Pedagogia do Oprimido”. Ipso facto para o leitor atento suas categorias e conceitos sustentam o conjunto de sua obra. Na “Pedagogia do Oprimido” encontramos hic et nunc vários aspectos que remetem diretamente à Phänomenologie des Geistes (1807),  de Hegel, na homologia representada pela relação dialética entre senhor e escravo (cf. Kowarzik, 1983) exposta no âmbito do desenvolvimento fenomenológico.
Contudo, é comum associar três aspectos no âmbito da formação de Paulo Freire. Foi influenciado por três correntes de pensamento contemporâneo: o personalismo, o marxismo e o catolicismo. Inicialmente ele adota um pensamento personalista até uma proposição que dialoga com o marxismo. Sob a influência personalista, a liberdade para Freire é definida como “o ligar-se ao Criador”. Todavia, o exílio aproxima Paulo Freire do marxismo ocidental, e sua ideia tradicional de ligação-individual com o Criador é substituída pela ideia de que a ligação indivíduo-Criador tem que ser necessariamente mediatizada pelo coletivo dos homens. No livro: “Pedagogia do Oprimido”, propõe um método de alfabetização dialético, se diferenciando do chamado “vanguardismo” na esfera de influência dos intelectuais tradicionais da educação da década de 1950. Sempre defendeu o diálogo com os mais simples, não só como método. Como um modo de ser e pensar realmente democrático.
Sua prática e didática fundamentavam-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada “educação bancária”', tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado, mas conhecido como “Método Paulo Freire”, que aproxima o aluno do conteúdo, pela utilização de palavras conhecidas pelo mesmo. Propõe e estimula a inserção do adulto iletrado no seu contexto social e político, na sua realidade, promovendo o despertar para a cidadania plena e transformação social. É a leitura da palavra, proporcionando a leitura do mundo. Suas ideias nasceram no contexto do nordeste brasileiro a partir da década de 1950, onde metade dos seus 30 milhões de habitantes eram analfabetos, com predomínio do colonialismo e todas as vivências impostas por uma realidade de opressão, imposição, limitações e muitas necessidades. Inicialmente o método só era usado na alfabetização, mas logo se estendeu para outras áreas. Avalia-se que o método exprimia ideais cristãos.
        Foi o brasileiro mais homenageado da história social e política: obteve 29 títulos de doutor honoris causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986.  Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a lei 12.612 que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. Vale lembrar que o marxismo ocidental refere-se ao conjunto de análises produzidas por vários teóricos marxistas e críticos do marxismo oficial - a interpretação vigente na União Soviética e nos países do Leste Europeu. O uso do termo “ocidental”, para distinguir uma vertente do marxismo, aparece pela primeira vez no ensaio: “Estado atual do problema de Marxismo e Filosofia”, mais conhecido como "Anticrítica", de Karl Korsch, no qual o autor delimita um grupo de comunistas partidários da Terceira Internacional, dentre os quais são nomeados expressamente apenas György Lukács e ele próprio. O texto responde às críticas que Karl Korsch recebera dos marxistas  tanto da vertente leninista como da referida vertente “ocidental” - ao seu ensaio, intitulado: “Marxismo e Filosofia”, publicado em 1923. A expressão “marxismo ocidental” seria recuperada bem mais tarde, por Maurice Merleau-Ponty, no título de um dos capítulos do seu livro: “Les Aventures de la Dialectique”, de 1955. Merleau-Ponty, entende que essa dimensão do marxismo começa com “Marxismus und Philosophie”, de Korsch, e de “Geschichte und Klassbewusstsein”, de Gyorgy Lukács, também de 1923.
 Somente Hegel, insistimos neste aspecto, definiu o princípio da realidade como uma Ideia lógica, realizando a interpretação do ser das coisas um ser puramente lógico e chegando assim a um panlogismo consequente que apresenta ainda, um elemento dinâmico-irracional, existente no método dialético. Nisto se distingue o panlogismo hegeliano do neokantismo, que eliminou este elemento e instituiu assim um puro panlogismo. O idealismo apresenta-se, para sermos breves, em duas formas principais: como idealismo subjetivo ou psicológico e como idealismo objetivo e lógico. Mas estas diversidades no plano analítico movimentam-se no âmbito de uma concepção fundamental. Esta é justamente a tese idealista de que o objeto do conhecimento não é “menos que nada”, mas algo ideal, se quisermos concordar com a tese idealista na interpretação sociológica de Slavoj Žižek. A ideia de um objeto independente da consciência é contraditória, pois, no momento em que pensamos no amor, fazemos dele um conteúdo de nossa consciência. Porém, se analiticamente afirmamos que o objeto existe fora da nossa consciência, contradizemo-nos com isso a nós próprios. Portanto não há objetos reais extra-conscientes, mas a experiência sobre a realidade acha-se contida na consciência.
 
 Queremos dizer com isso que se levarmos a sério a percepção central da dialética hegeliana de que toda reflexão, e isso significa também toda investigação científica do objeto, no campo da filosofia e da realidade pressupõe inevitavelmente categorias lógicas. Não poderemos deixar de reconhecer que a Fenomenologia do Espírito implica uma grande descoberta, numa forma típica de lógica, a qual se legitima a si mesma, e que pressupõe aquelas outras formas de consciência e sua destruição em um sentido histórico-psicológico. Assim como objeto histórico-sociológico, não em um sentido teórico de validade para Hegel, segundo o qual “o objetivo de uma introdução à filosofia só poderia aclarar esses pontos de vistas objetivo da filosofia”. A filosofia também tem a tarefa de conduzir a consciência ainda não formada filosoficamente pelo caminho que a ela conduz, e lhe facilitar o elemento, que não lhe é dado imediatamente, no qual ela se movimenta como ciência pura, em que a forma pronta da filosofia hegeliana está dada com a “Lógica” e a “Enciclopédia”. Somente aqui ausência de pressupostos, fundamentação última do método foram realizados de maneira pura.   
Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda atividade, não possui nenhum outro interesse além do aquilo que “é em si”, no interior, manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente. Nesta diferença se descobre toda a diferença na história do mundo. Os homens são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem. O europeu sabe de si, é objeto de si mesmo. A determinação que ele conhece é a liberdade. Ele se conhece a si mesmo como livre. O homem considera a liberdade como sua substância. Se os homens “falam mal de conhecer é porque não sabem o que fazem”. Conhecer-se, converter-se a si mesmo no objeto (do conhecer próprio) e o fazem relativamente poucos. O homem é livre somente se sabe que o é. Pode-se também em geral falar mal do saber, mas somente este saber libera o homem. O conhecer-se é no espírito a existência.
O saber que, de início ou imediatamente, é nosso objeto teórico, não pode ser nenhum outro senão o saber que é também imediato: - saber do imediato ou do assente. Devemos proceder também de forma imediata ou receptiva, nada mudando assim na maneira como ele se oferece e afastando-se de nosso apreender conceitual. O conteúdo concreto da certeza sensível faz aparecer imediatamente essa certeza como o mais rico conhecimento e até como um conhecimento de riqueza infinda, para o qual é impossível achar limite; nem fora, se percorrermos o espaço e o tempo onde se expande, nem dentro, se penetrarmos nele pela divisão no interior de um fragmento tomado dessa plenitude. Entrementes, a certeza sensível como a mais verdadeira, pois do objeto nada ainda (Hegel-Žižek) deixou de lado, mas o tem em toda a sua plenitude, diante de si.
Ao afirmar a simultaneidade entre o mundo e a consciência, Paulo Freire está se referindo ao mundo humano. Sendo o jogo dialético das relações homem-mundo o ponto de partida da reflexão freireana acerca da consciência, somente pode ser nessa ação dialética que ocorre a tomada de consciência do mundo pelo homem. Pode voltar-se sobre si mesma e ser consciente de sua consciência, não se constituindo simples reflexo da realidade, mas tendo a possibilidade de se constituir reflexão crítica sobre seus próprios atos e na superação de suas contradições. O homem pode assim transcender a sua atividade dando sentido ao mundo. O homem, em verdade, se projeta pela síntese da relação dialética consciência-mundo, uma relação complexa na qual a realidade vivenciada pelo homem tem o poder de condicioná-lo, mas não determiná-lo, tendo a possibilidade de, refletindo criticamente, atuar sobre essa realidade e modificá-la, terminando por modificar a si mesmo através da própria consciência.
No entanto, há relações sociais ainda em jogo, se bem atendemos no puro ser que constitui a essência dessa certeza, e que ela enuncia como sua verdade. Uma certeza sensível efetiva não é apenas essa pura imediatez, mas é um exemplo da mesma. Entre as diferenças sem conta que ali evidenciam, achamos em toda parte a diferença-capital, a saber: que nessa certeza ressaltam logo para fora do puro ser dos dois “estes”, analisados e já mencionados: um este, como Eu; outro, como um este imaginário objeto de pensamento prenhe de uma explicação histórica, teórica e metodológica.  Refletindo sobre essa diferença, resulta tanto um como outro não estão na certeza sensível apenas de modo imediato, mas, mediatizados. Portanto, Eu tenho a certeza por meio de outro, da coisa; e essa está igualmente na certeza mediante outro, mediante o Eu. Essa diferença entre a essência e o exemplo, entre a imediatez e a mediação, quem faz não somos nós apenas, mas a encontramos na própria certeza sensível; e deve ser tomada na forma em que nela se encontra, e não como nós acabamos de determina-la. Na certeza sensível, um momento é oposto como o “essente” simples e imediato, ou como a essência: o objeto. O outro momento, porém, é posto como o “inessencial” e o mediatizado, momento que nisso não é “em-si”, mas por meio do Outro: o Eu, um saber, que sabe o objeto só porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o objeto é o verdadeiro e a essência: ele é, tanto faz que seja conhecido ou não. Permanece mesmo não sendo conhecido – enquanto o saber não é, se o objeto não souber que pode ser. Trata-se assim da singularidade imediata de apreensão do objeto concreto do saber. 
O tempo hegeliano é igualmente contínuo comparativamente como o espaço, pois ele é a negatividade abstratamente referindo-se a si e nesta abstração ainda não há nenhuma diferença real. No tempo, diz-se, tudo surge e [tudo passa] perece, se se abstrai de tudo, a saber, do recheio do tempo e igualmente do recheio do espaço, fica de resto o tempo vazio como o espaço vazio – isto é, são então postas e representadas estas abstrações de exterioridade, como se elas fossem por si. Mas não é o que no tempo surja e pereça tudo, porém o próprio tempo é este vir-a-ser, surgir e perecer, o abstrair essente, o Kronos que tudo pare, e que seu parto destrói [devora]. – O real é bem diverso do tempo, mas também essencialmente idêntico a ele nesta relação. Ipso facto, a dimensão do real é limitado, e o outro para esta negação está fora dele, a determinidade é assim nele exterior a si, e daí a contradição de seu ser; a abstração opera nessa exterioridade de sua contradição e a inquietação da mesma é o próprio tempo. Por isso o finito é transitório e temporário, porque ele não é, como o conceito nele mesmo, a negatividade total, mas tem esta em si, como sua essência universal, entretanto – diferentemente da mesma essência – é unilateral, e se relaciona à mesma [essência] como à sua potência.
Bibliografia geral consultada.
JORGE, Jacintho Simões, A Ideologia de Paulo Freire. São Paulo: Editora Loyola, 1979; PAIVA, Vanilda, Paulo Freire y el Nacionalismo Desarrollista. 1ª edición. México: Ediciones Extemporáneos, 1982; SCHMIED-KOWARZIK, Wolfdietrich, “A Dialética do Diálogo Libertador de Freire”. In: Pedagogia Dialética: de Aristóteles a Paulo Freire. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983; FREIRE, Paulo, A Importância do Ato de Ler: Em três artigos que se completam. São Paulo: Editora Cortez, 1989; CINTRA, Benedito Eliseu Leite, Paulo Freire entre o Grego e o Semita: Educação: Filosofia e Comunhão. Tese Doutorado. Campinas: Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas, 1992; OLIVEIRA, Paulo César de, Conscientização e Liberdade na Filosofia da Educação de Paulo Freire. Tese de Doutorado em Filosofia. Roma: Pontifícia Università San Tommaso D`Aquino de Roma, 2002; FREIRE, Ana Maria Araújo, Paulo Freire: Uma História de Vida. Indaiatuba: Villa das Letras, 2006; PELANDRÉ, Nilcea Lemos, Ensinar e Aprender com Paulo Freire: 40 horas 40 anos depois. 3ª edição. Florianópolis: Editora da Universidade Federal de Santa Catarina, 2009; LEMOS, Silvania Donadio Villela, A Atualidade do Pensamento de Paulo Freire na Educação de Jovens e Adultos no Século XXI. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2010; STRECK, Danilo, REDIN, Euclides, ZITKOSKI, Jaime José (Orgs.), Dicionário Paulo Freire. 2ª edição rev. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2010; FERREIRA, Geraldo da Aparecida, Entre a Memória e a Autobiografia: Narrativas de Cyro dos Anjos e de Darcy Ribeiro. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários. Faculdade de Letras. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2013;  GADOTTI, Moacir, Alfabetizar e Conscientizar: Paulo Freire. 50 Anos de Angicos. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2014; MARINHO, Andrea Rodrigues Barbosa, Paulo Freire e a Conscientização. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade Nove de Julho, 2015; DICKMANN, Ivo, A Formação de Educadores Ambientais: Contribuições de Paulo Freire. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2015;  entre outros.
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* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE). 

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