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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Will & Ariel Durant - Excelência e Experiência nas Lições da História.


                                                                                                     Ubiracy de Souza Braga

 Somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”. Will Durant


  

William James Durant (1885-1981) foi um filósofo, historiador e escritor norte-americano, reconhecido por sua autoria e coautoria, junto à sua esposa Ariel Durant, da coleção A História da Civilização. Durant concebeu a filosofia como perspectiva total, ou seja, uma visão das coisas sub specie totius, expressão inspirada pelo sub specie aeternitatis de Spinoza. Procurou em sua obra unificar e humanizar o grande corpo de conhecimento histórico - que havia se tornado muito volumoso e se fragmentado em especializações com terminologias esotéricas, para aplicação contemporânea. Dotado de um talentoso estilo narrativo de prosa e considerado um excelente contador de histórias, Durant ganhou grande número de leitores, em parte por causa da natureza e da excelência da sua escrita, que, em contraste com a linguagem acadêmica, é animada, inteligente, carismática, colorida, ornamentada, epigramática, em suma, humanizada. Max Schuster, co-fundador da editora Simon & Schuster, comentou que a prosa de Durant “implora para ser lida em voz alta”. John Little, que fundou a Will Durant Foundation dedicando muito esforço de trabalho abstrato para popularizar as obras do autor no século XXI, ecoa a admiração de Schuster em palavras que o próprio Durant se utilizou muitas vezes para descrever algumas das melhores obras da Antiguidade Clássica: “prosa tão bonita rivaliza com a poesia”. Will e Ariel Durant foram agraciados com o Prêmio Pulitzer de Não Ficção Geral em 1968, e com a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977.

Durant nasceu em 5 de novembro de 1885 na cidade de North Adams, no estado de Massachusetts, com seus pais franco-canadenses que tiveram parte na emigração quebequiana aos Estados Unidos da América. Estes se chamavam Joseph Durant e Marry Allard. Em 1900, com quinze anos, foi admitido na Saint Peter`s Academy e mais tarde no Saint Peter`s College sendo educado por jesuítas, na cidade de Jersey no estado de New Jersey. Em 1905 após graduar-se, mudou-se para a cidade de Nova Iorque onde teve contato com os círculos libertários a partir de contatos com intelectuais da época. Em 1907 passou a trabalhar como repórter para o periódico New York Evening ganhando dez dólares a semana. Neste jornal escreveu diversos artigos denunciando práticas de abuso sexual. Também em 1907 passou a lecionar Latim, Francês, Inglês e Geometria na universidade Setton Hall, na cidade de South Orange, New Jersey. Nesta mesma instituição atuou como bibliotecário organizando o acervo desta universidade. Devido a desentendimentos ideológicos com a direção da universidade deixa o emprego em 1911, ano em que passa a atuar na recém inaugurada Escola Moderna de Nova Iorque (Ferrer Modern School conhecida como Ferrer Institute) na qualidade de diretor e professor. O empreendimento baseado nos ideais pedagógicos do catalão Francisco Ferrer contou com o apoio financeiro de Alden Freeman, que patrocinou também uma viagem de Will Durant para a Europa. Esta mesma viagem nunca o fazer esquecer Freeman, fato evidenciado nas demonstrações de gratidão presentes no prefácio de sua A História da Filosofia. Entre 1911 e 1912 a revista Modern School passou a ser editada pela instituição. Na capa de sua primeira Edição Will Durant apareceu junto à sua turma de jovens estudantes em uma foto tirada na porta da Escola Moderna de Nova Iorque. 

Lecionando na Escola Moderna, Durant apaixonou-se por uma de suas alunas e casou-se com a mesma. A menina Ida Kaufmann, apelidada Ariel por Will, torna-se sua companheira por toda a vida. Juntos o casal tivera uma filha que recebeu o nome de Ethel, e um filho, chamado Louis. Ariel contribuiu substancialmente em todos os volumes de A História da Civilização, seu nome, no entanto, só foi creditado na capa de apenas um dos livros, o volume VII, A Era da Razão. Este fato só se verifica na tiragem da primeira edição. Em 1913, Durant deixa o cargo de professor da escola moderna e para conseguir recursos passa a fazer palestras sobre história em uma igreja presbiteriana, por uma remuneração de 5 e 10 dólares. Parte do material destas palestras posteriormente serviu de ponto de partida para sua obra maior: A História da Civilização. Passa a trabalhar também como professor auxiliar na Universidade de Columbia. Em 1917, trabalhando em sua tese de doutorado em filosofia, Will escreveu seu primeiro livro Filosofia e o problema social. Nele defendeu a tese de que a Filosofia havia deixado de se desenvolver por evitar os problemas sociais atuais. Durant concluiu sua tese de doutorado e recebeu o título de doutor ainda em 1917. Sua primeira obra de peso, A História da Filosofia, foi inicialmente publicada no formato de pequenos livretos azuis, que na época era o formato de materiais educacionais destinados aos trabalhadores nos Estados Unidos. Estes livros acabaram sendo tão populares que foram republicados no ano de 1926 pela editora Simon & Schuster, tornando-se imediatamente um bestseller, e dando aos pesquisadores Durant a independência financeira que lhes permitiu viajar pelo mundo várias vezes e passarem os próximos quarenta anos escrevendo A História da Civilização. 

William James Durant (1885-1981) foi um filósofo, historiador e escritor norte-americano, reconhecido por sua autoria e coautoria, junto à sua esposa Ariel Durant (1898-1981), da coleção A História da Civilização. Durant concebeu a filosofia como perspectiva total, ou seja, uma visão das coisas sub specie totius, expressão inspirada pelo sub specie aeternitatis de Spinoza. Procurou em sua obra unificar e humanizar o grande corpo de conhecimento histórico - que havia se tornado muito volumoso e se fragmentado em especializações com terminologias esotéricas, para aplicação contemporânea. Dotado de um talentoso estilo narrativo de prosa e considerado um excelente contador de histórias, Durant ganhou grande número de leitores, em parte por causa da natureza e da excelência da sua escrita, que, em contraste com o academicismo, é animada, inteligente, carismática, colorida, ornamentada, epigramática, em suma, humanizada. Max Schuster, co-fundador da editora Simon & Schuster, comentou que a prosa de Durant “implora para ser lida em voz alta”. John Little, que fundou a Will Durant Foundation dedicando muito esforço de trabalho abstrato para popularizar as obras do autor no século XXI, ecoa a admiração de Schuster em palavras que o próprio Durant se utilizou muitas vezes para descrever algumas das melhores obras da Antiguidade Clássica: “prosa tão bonita rivaliza com a poesia”. Will e Ariel Durant agraciados com o Prêmio Pulitzer de Não Ficção Geral em 1968, por Rousseau e a Revolução, o 10 volume d`A História da Civilização. Em 1977, eles foram agraciados com Medalha Presidencial da Liberdade de Gerald Ford, e Ariel eleita “Mulher do Ano” por Los Angeles. Os Durant’s receberam o Golden Plate Award da American Academy of Achievement em 1976.

Will Durant nasceu em 5 de novembro de 1885 na cidade de North Adams, no estado de Massachusetts, com seus pais franco-canadenses que tiveram parte na emigração quebequiana aos Estados Unidos da América. Estes se chamavam Joseph Durant e Marry Allard. Em 1900, com quinze anos, foi admitido na Saint Peter`s Academy e mais tarde no Saint Peter`s College sendo educado por jesuítas, na cidade de Jersey no estado de New Jersey. Em 1905 após graduar-se, mudou-se para a cidade de Nova Iorque onde teve contato com os círculos libertários a partir de contatos com intelectuais da época. Em 1907 passou a trabalhar como repórter para o periódico New York Evening ganhando dez dólares a semana. Neste jornal escreveu diversos artigos denunciando práticas de abuso sexual. Também em 1907 passou a lecionar Latim, Francês, Inglês e Geometria na universidade Setton Hall, na cidade de South Orange, New Jersey. Nesta mesma instituição atuou como bibliotecário organizando o acervo desta universidade. Devido a cotidiana e de desentendimentos ideológicos com a direção da universidade deixa o emprego em 1911, quando passa a atuar na inaugurada Escola Moderna de Nova Iorque (Ferrer Modern School conhecida como Ferrer Institute) na qualidade de diretor e professor.

O empreendimento baseado nos ideais pedagógicos do catalão Francisco Ferrer contou com o apoio financeiro de Alden Freeman, que patrocinou também uma viagem de Will Durant para a Europa. Esta mesma viagem nunca o fazer esquecer Freeman, fato evidenciado nas demonstrações de gratidão presentes no prefácio de sua A História da Filosofia. Entre 1911 e 1912 a revista Modern School passou a ser editada pela instituição. Na capa de sua primeira Edição Will Durant apareceu junto à sua turma de jovens estudantes em uma foto tirada na porta da Escola Moderna de Nova Iorque. Lecionando na Escola Moderna, Durant apaixonou-se por uma de suas alunas e casou-se com a mesma. A menina Ida Kaufmann, apelidada Ariel por Will, torna-se sua companheira por toda a vida. Juntos o casal tivera uma filha que recebeu o nome de Ethel, e um filho, chamado Louis. Ariel contribuiu substancialmente em todos os volumes de A História da Civilização, seu nome, no entanto, só foi creditado na capa de apenas um dos livros, o volume VII, A Era da Razão. Este fato só se verifica na tiragem da primeira edição.

Em 1913, Durant deixa o cargo de professor da escola moderna e para conseguir recursos passa a fazer palestras sobre história em uma igreja presbiteriana, por uma remuneração de 5 e 10 dólares. Parte do material destas palestras posteriormente serviu de ponto de partida para sua obra maior: A História da Civilização. Passa a trabalhar também como professor auxiliar na Universidade de Columbia. Em 1917, trabalhando em sua tese de doutorado em filosofia, Will escreveu seu primeiro livro Filosofia e o problema social. Nele defendeu a tese de que a Filosofia havia deixado de se desenvolver por evitar os problemas sociais atuais. Durant concluiu sua tese de doutorado e recebeu o título de doutor ainda em 1917. Sua primeira obra de peso, A História da Filosofia, foi inicialmente publicada no formato de pequenos livretos azuis, que na época era o formato de materiais educacionais destinados aos trabalhadores nos Estados Unidos. Estes livros acabaram sendo tão populares que foram republicados no ano de 1926 pela editora Simon & Schuster, tornando-se imediatamente um bestseller, e dando aos pesquisadores Durant a independência financeira que lhes permitiu viajar pelo mundo várias vezes e passarem os próximos quarenta anos escrevendo A História da Civilização. 

Numa época em que, nos Estados Unidos das América, ser dona de casa e mãe era a principal ocupação social aprovada para as mulheres, Ariel Durant demostrou uma maneira de romper essa tradicional e conservadora relação social. Envolvida em um relacionamento de amor e trabalho ao longo da vida com o apaixonado marido, Will Durant, e com a filha, Ethel, Ariel Durant primeiro tornou-se assistente de pesquisa e, em seguida, uma coautora séria e disciplinada com seu prolífico marido, filósofo e escritor. Intelectual ativa e consciente dos direitos da mulher, Ariel Durant foi capaz de compartilhar da fama e das realizações pessoais do esposo. Mas com sua personalidade e ambição autoral, ela provavelmente teria preferido um reconhecimento independente para seu talento e engajamento como mulher. Ariel Durant nasceu com o nome Chaya Kaufmann, sendo seu nome Ida Kaufmann, em Proskurov, Rússia, hoje Khmelnytskyi, Ucrânia, em 10 de maio de 1898. Era filha dos judeus Ethel Appel Kaufmann e Joseph Kaufmann, que emigrou para a América do Norte, trazendo sua família, em 1901. O início da vida de Chaya/Ida foi agitado: os pais eram pobres, vendedores de jornais, e sua mãe acabou afastando-se da atenção à família para ser militante anarquista  que tem sua origem em um contexto particular da segunda metade do século XIX.  
Em sua autobiografia, Ariel se identifica com a “personalidade completa e intensa” da mãe, e descreve os sofrimentos da Sra. Kaufmann com pungência simpática. Quando tinha 14 anos, Chaya foi transferida das escolas públicas de Nova York, que tinha frequentado esporadicamente, para a Modern School, de inspiração anarquista. Um de seus professores era o historiador Will Durant. Chaya seria apelidada de “Puck”, o personagem travesso de “Sonho de uma noite de verão”, de William Shakespeare. Mais tarde seu apelido foi mudado para Ariel, o duende de “A Tempestade”, porque ela era “forte e valente como um menino, e rápida e travessa como um elfo”. Marido e mulher tinham personalidades opostas. Ele era tímido e reservado, e ela era extrovertida, alegre  e sociável. Ele ofereceu-lhe os meios de satisfazer sua curiosidade intelectual e ela o apresentou ao mundo dos artistas, poetas, filósofos e artistas com quem conviveram em Nova York e Los Angeles. Durante sua vida, eles conheceram figuras notáveis da ciência, da arte e da política, como Albert Einstein, Franklin D. Roosevelt, Chaplin e outros. Ariel desenvolveu uma conversação brilhante e debatedora afiada, sob a aparente tutela do homem que ela chamava de “professor, amante, mentor e amigo”. Will apreciava especialmente o entusiasmo de Ariel em falar de suas ideias, sua divertida e apaixonada valorização da vida, e sua defesa dos direitos das mulheres. 


Em torno de 1912, Will Durant imaginou escrever uma História da Civilização em cinco partes, descrevendo a narrativa através das histórias de pessoas famosas de cada época. Esta foi uma abordagem muito diferente da pesquisa histórica como era feita em seu tempo. Fez uma História legível para o público em geral, e os volumes foram bem recebidos por uma nação beligerante que se recuperava da guerra mundial, embora alguns acadêmicos rigorosos tenham sido críticos severos de A História da Civilização. De qualquer forma, tornou-se uma obra de 11 volumes, publicados entre 1935 e 1975. Ariel começou a ajudar Will com este grande projeto, metodologicamente ao classificar e organizar suas anotações. Como sua assistente literária, ela trabalhou ao seu lado em relativo anonimato por muitos anos. Ariel começou a ajudar Will com este grandioso projeto ao classificar e organizar suas anotações. Como sua assistente literária, ela trabalhou ao seu lado em relativo anonimato por muitos anos. Mais tarde, ela começou a completar e complementar a pesquisa de Will, e logo se tornou uma crítica e uma colaboradora. Ariel realizou grande parte da própria pesquisa para o volume 4, quando Will já estava em seus setenta anos de idade. Em 1961, quanto o sétimo volume foi publicado, Ariel Durant recebeu o crédito como coautora para este e os quatro volumes restantes. Seu interesse nas mulheres, na França e na Inglaterra teve um impacto social e político, nas questões de gênero, sobre o conteúdo da série.

As lições de vida e de amor de Will & Ariel Durant integram-se historicamente na lenda medieval do bravo Tristão, um dos Cavaleiros da Távola Redonda que cai de amores pela princesa irlandesa Isolda, esposa prometida para eu tio, o Rei Marcos da Cornualha. A lenda tornou-se a célebre ópera de Richard Wagner. O mais famoso casal da América Latina, María Eva Duarte e Juan Perón inscreveram a mulher na história da América, famosa na política, mas também pela sua elegância e carisma. Provavelmente a história de amor mais famosa de todos os tempos, a tragédia escrita por William Shakespeare, Romeu & Julieta, não cessa de inspirar versões e releituras para o teatro, cinema e televisão. A história de amor de Victor Hugo e Juliette Drouet é digna de um de seus romances. Eles se conheceram em Paris, quando Juliette ainda era uma atriz. Apaixonaram-se e ele pede que ela deixe sua vida artística para acompanhá-lo e ser sua musa inspiradora durante quase meio século incluindo seu exílio em Guernsey. Na modernidade, o indivíduo, ator, identidade, grupo social, classe social, etnia, minoria, movimento social, partido político, corrente de opinião pública, poder estatal, todas estas “manifestações de vida”, não mais se esgotam no âmbito da sociedade nacional, o que nos faz admitir que a diferenciação em comunidades locais, tribos, clãs, grupos étnicos, nações e Estados, perderam seu significado anterior em seu interior. 
William James Durant foi historiador e escritor norte-americano reconhecido por  sua autoria e coautoria, junto à sua esposa Ariel Durant, da coleção A História da Civilização (1926). De talentoso estilo de prosa e considerado um excelente narrador, Will Durant enredou um grande número de leitores, em parte por causa da natureza e da excelência da sua escrita, que comparativamente com a linguagem rígida acadêmica, é animada, inteligente, carismática, ornamentada, epigramática, em suma, humanizada. Max Schuster, cofundador da editora Simon & Schuster, admite que a prosa de Durant “implora para ser lida em voz alta”. John Little, que fundou e dirigiu a Will Durant Foundation, dedicando-se muito para popularizar as obras do autor no século XXI, ecoa a admiração de Schuster em palavras que Durant se utilizou vezes para descrever algumas das melhores obras da Antiguidade Clássica que uma “prosa tão bonita rivaliza com a poesia”. Will e Ariel Durant foram agraciados com o Prémio Pulitzer de não ficção, em 1968, e com a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977. De Buda a Confúcio, de Jesus a Martinho Lutero, de Péricles a Aristóteles, de Nero a Alexandre.
 A história narrada a partir da vida de seus grandes homens foi o inestimável legado do historiador norte-americano Will Durant. Descobertos pelo editor John Little vinte anos após a morte de Durant (1885-1981), os originais de Heróis da História constituem uma síntese perfeita do grandioso trabalho de uma vida. Desde a publicação de A História da Filosofia (1926), notabilizou-se por traduzir aquilo que estava restrito à academia para o grande público. Foi essa a ideia que permeou a escrita de A História da Civilização. Ao longo de cinco décadas e com a parceria de sua esposa, escreveu um dos maiores e mais abrangentes estudos sobre a humanidade, premiado com o Pulitzer em 1968: nos onze volumes d`A História da Civilização, o autor interpreta acontecimentos e personagens com um estilo de narrativa apaixonante e único em sua clareza, características que fazem de sua obra uma leitura fascinante. A área editorial estava mudando o processo de trabalho e social de comunicação. Leitores que preferiam livros maiores queriam informação e diversão mais concisa, buscavam formas mais eficientes de entretenimento e educação.
      Will Durant decidiu, assim, no âmbito de um projeto inovador elaborar uma série de minipalestras. Melhor dizendo: conferências em áudio concentradas em figuras e acontecimentos-chave da história humana. Durant gostou da ideia e Ethel conseguiu que fossem gravadas; porém, numa carta à filha, datada de 7 de março de 1977, com a tenra idade de 92 anos, Durant manifestou uma certa hesitação quanto à sua capacidade de completar a tarefa: - Vejo com cuidado o programa que tracei para uma dupla de camicases intelectuais, e percebo que está além da minha capacidade física, mesmo com a ajuda de Ariel, compor e recitar tarefa tão ambiciosa. Acho que a ceifadora afinal nos descobriu, pois deixou o seu cartão sob a forma de falhas de memória, com certa instabilidade no andar e uma nova rigidez nas pernas. Essas intimidações da mortalidade não me entristecem; eu ficaria envergonhado de viver mais do que o meu tempo útil; em todo caso, não devo permitir que você ou a Paramount invistam energia ou dinheiro na minha permanência.        
Quatro anos antes de sua morte, Will Durant, vencedor do Prêmio Pulitzer, começou a trabalhar intensamente naquele que seria o seu último livro. O Pulitzer é um prêmio norte-americano outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição musical. É administrado pela Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. Foi criado em 1917 por desejo de Joseph Pulitzer que, na altura da sua morte, deixou dinheiro à universidade. Parte do dinheiro foi usada para começar o curso de jornalismo na universidade em 1912. O primeiro Prêmio Pulitzer foi obtido em 4 de junho de 1917, mas é anunciado sempre em abril. Os indicados são escolhidos por uma banca examinadora independente, ao contrário das universidades, onde em geral há um conchavo para a formação de bancas em qualquer nível de exame. Apenas matérias e fotografias publicadas por jornais nos Estados Unidos são elegíveis pelo prêmio de jornalismo. No Brasil o equivalente ao prêmio Pulitzer é o Prêmio Esso.
O culto social da indiferença representa o hábito de estupidez de uma sociedade que perdeu o sentido de comunidade. O consumo é o leitmotiv do progresso que faz da cidade um lugar passageiro. Onde tudo pode ser destruído e reconstruído a qualquer momento, onde as histórias são substituídas por outras sem perspectiva de futuro. A forma do urbano, sua razão suprema, a saber, a simultaneidade e o encontro aparente não podem desaparecer. A cidade é fora de dúvida a maior vitrine, onde os episódios cotidianos da existência material são vividos e observados na indiferença da reprodução do capital. A ocupação divertida do urbano, por uma população sonhadora movida pelo acaso de viver o imprevisível, é descartada pela cidade contemporânea. A cidade é o palco da reprodução do “capital cultural”, onde tudo se descobre ou se reinventa, e se apaga na mesma velocidade. Quase tudo é vivido na condição de espetáculo como se a vida fosse um conjunto de cenas de teatro. A favela é fruto da falta de observação de que o operário existe na construção civil irradiada pela visão civil de Chico Buarque.
O projeto nasceu do desejo que ele compartilhava com a esposa e a filha de apresentar uma versão sucinta da muito festejada série de livros intitulada A História da Civilização. Nesse empreendimento, que demorou cerca de cinquenta anos para ser concluído, Durant apresentou em onze volumes, com a colaboração da esposa, Ariel, uma visão integrada de mais de 110 séculos. Durant tinha perfeita consciência do cenário em transformação que se revelava no mundo da mídia e da comunicação de massa. As gravações em áudio, a televisão e o cinema competiam em busca da atenção das plateias modernas. Ao contrário, quando o primeiro volume de A História da Civilização foi publicado, em 1935, a literatura competia apenas com o cinema e com o rádio, criação relativamente recente. Em 1977, Ethel, filha de Durant, na esperança de ampliar o público consumidor para o ensinamento dos pais, contatou os estúdios da empresa cinematográfica Paramount visando à criação da minissérie para a televisão baseada em A História da Civilização e recebeu do estúdio notícias animadoras. Os historiadores usam várias fontes de documentação para reconstruir a sucessão de processos históricos, como escritos, gravações, entrevistas e achados arqueológicos. Algumas abordagens são mais frequentes em certos períodos do que em outros e o estudo da história também acaba apresentando costumes e modismos, pois o historiador procura, no presente, respostas sobre o passado, ou seja, é influenciado pelo presente.
Durant formulou uma lista experimental de figuras da história que considerava interessantes e proveitosas para a leitura de um público moderno. A lista ia de Confúcio e Li Po a Abraham Lincoln e Walt Whitman. Essa concepção se revelaria importante por motivos além da mera apresentação, pois permitiria que uma pessoa conhecesse as realizações e as vidas de grandes homens e mulheres da história, diretamente através de da interpretação de Will e Ariel Durant. Com a magia do gravador de fita k-7 seria possível ouvir dois iluminados historiadores norte-americanos comentando o profundo significado de poetas, artistas, estadistas e filósofos que enalteceram a paisagem da história humana. Na verdade, as fitas acabariam transformando-se em aulas com o casal Durant, que poderiam ser ouvidas repetidas vezes, propiciando assim um meio social de educação contínua, na opinião de Durant, compartilhada por lorde Bolingbroke, Henry St John, de que “história é filosofia ensinada através de exemplos”. Entusiasmado com a tarefa, Durant foi atingido por uma rajada de criatividade e entrou num dos períodos mais criativos e produtivos da sua vida. Ele criara dezenove roteiros para esse empreendimento e, com Ariel, gravara boa parte em fitas k-7. Nessa ocasião, ocorreu-lhe a ideia de que, aperfeiçoado tecnologicamente, o áudio dos roteiros dessas conferências poderia se transformar num livro de leitura muito agradável.  
Sua démarche e formação como historiador é pródiga. Com quinze anos, em 1900, foi admitido na Saint Peter`s Academy e mais tarde no Saint Peter`s College sendo educado por jesuítas, na cidade de Jersey no estado de New Jersey. Após graduar-se, em 1905, mudou-se para a cidade de Nova Iorque onde manteve contato com os círculos libertários de seu tempo. Em 1907 passou a trabalhar como repórter para o jornal New York Evening ganhando dez dólares a semana quando escreveu diversos artigos denunciando práticas de abuso sexual. Também neste ano passou a lecionar Latim, Francês, Inglês e Geometria na universidade Setton Hall, na cidade de South Orange, New Jersey. Nesta mesma instituição atuou como bibliotecário organizando o acervo desta universidade. Devido a desentendimentos ideológicos com a direção da universidade deixa o emprego em 1911, ano em que passa a atuar na recém-inaugurada Ferrer Modern School (Ferrer Institute), na qualidade de diretor e professor. 
        Em 1911 e 1912 a revista Modern School passou a ser editada pela instituição. Na capa de sua primeira edição Will Durant apareceu junto à sua turma de jovens estudantes em uma foto tirada na porta da Escola Moderna de Nova Iorque. O empreendimento baseado nos ideais pedagógicos do catalão Francisco Ferrer contou com o apoio financeiro de Alden Freeman, que patrocinou também uma viagem de Will Durant para a Europa. Esta viagem rememora Freeman, fato social evidenciado com gratidão presente no prefácio de sua oba A História da Filosofia. Lecionando na Escola Moderna, Durant apaixonou-se por uma de suas alunas, e claro, casando-se com ela. A menina Ida Kaufmann, apelidada Ariel, por Will, torna-se sua companheira por toda a vida. Juntos o casal teve uma filha que recebeu o nome de Ethel, e um filho, chamado Louis. Ariel contribuiu substancialmente em todos os volumes de A História da Civilização, seu nome, injustamente, só foi creditado na capa de apenas um dos livros, o volume VII, A Era da Razão. Este fato só se verifica na tiragem da primeira edição.
Em 1913, Will Durant deixa o cargo de professor Auxiliar da Escola Moderna e para conseguir recursos passa a fazer palestras sobre história social em uma igreja presbiteriana, por uma remuneração variando entre 5 e 10 dólares. Pari passu trabalha como professor Auxiliar na Universidade de Columbia. Em 1917, trabalhando em sua tese de doutorado em filosofia, escreveu seu primeiro livro: “Filosofia e o Problema Social”. Argumentou a tese segundo a qual a Filosofia havia deixado de se desenvolver por evitar os problemas sociais atuais. Durant concluiu sua tese de doutorado e recebeu o título de doutor ainda em 1917. Parte do material destas palestras posteriormente serviu como referência e ponto de partida para sua obra de fôlego A História da Civilização, inicialmente publicada no formato de pequenos livros azuis, seguindo o padrão de materiais educacionais destinados aos trabalhadores norte-americanos. Estes livros acabaram tornando-se tão populares que foram republicados no ano de 1926, pela editora Simon & Schuster, e imediatamente um best-seller, dando aos Durant a independência financeira que lhes permitiu viajar pelo mundo várias vezes e passar os próximos quarenta anos escrevendo a grande obra A História da Civilização.
Tanto Will Durant quanto Ariel empenharam-se em dar forma ao que chamavam de história integral. Ambos se opunham à exacerbação da especialização histórica, ou seja, uma rejeição que anteviu em décadas o que mais tarde seria chamado “culto ao especialista”. Sua História da Civilização pretende ser uma biografia detalhada da civilização ocidental. Seu objetivo é ampliar o entendimento sobre a existência humana, tanto do ponto de vista de suas fraquezas, como de sua perversidade. Durant reprovava a estreiteza da vertente histórico-social que é reconhecida por eurocêntrica e etnocêntrica, comentando e identificando em seu livro: “Nossa herança Oriental” que a Europa foi apenas uma parte irregularmente projetada da Ásia, ou seja, a Europa foi uma colônia sociocultural da Ásia, e sua veracidade confere, pois desde o período clássico, cidades como Atenas foram colônias culturais da Ásia Menor. Will queixou-se especialmente com relação ao provincialismo de nossas tradições históricas que começaram com a Grécia e preteriam a Ásia, resumindo sua história social em apenas uma linha, demonstrando que este foi um dos maiores erros de nossa perspectiva e inteligência.

       Daí o fato histórico-cultural que reitera o etnocentrismo quando interpretamos que toda cultura opera assim uma di-visão entre ela mesma, que se afirma como representação por excelência do humano, e os outros, que participam da humanidade apenas em grau menor. O discurso que as sociedades primitivas fazem sobre si mesmas, discurso condensado nos nomes que elas se dão, é, portanto etnocêntrico de uma ponta á outra: afirmação da superioridade de sua existência cultural, recusa de reconhecer os outros como iguais. O etnocentrismo aparece então como a “coisa” do mundo social mais bem distribuída e, desse ponto de vista pelo menos, a cultura do Ocidente não se distingue das outras. Convém mesmo, salientar, aprofundando um pouco mais a análise, pensar o etnocentrismo como uma propriedade formal de toda formação cultural, como imanente à própria cultura. Pertence à essência da cultura ser etnocêntrica, na medida exata em que toda cultura em seu conjunto se considera como a cultura por excelência. Em outras palavras, a alteridade cultural nunca é apreendida como diferença positiva, mas sempre como inferioridade segundo uma interpretação cultural hierárquica.
O casal Will e Ariel Durant seguiu se envolvendo em diversas causas políticas e sociais com um viés crítico e libertário. Por muitos anos lutaram pelo sufrágio feminino, por salários igualitários para ambos os gêneros e por melhores condições de trabalho para o operariado estadunidense. Não apenas escreveram sobre muitos assuntos, mas se esforçaram por suas ideias socialistas libertárias em prática. Will é particularmente lembrado por seu esforço permanente por facilitar o acesso à história e à filosofia ao homem comum, tanto na linguagem adotada como também nos meios escolhidos por ele - de artigos de revista a panfletos publicados em série. Também foi Will um dos intelectuais pioneiros no ativismo em favor dos direitos civis, ainda no início de 1940, sendo, portanto, anterior ao surgimento do movimento por direitos civis em seu país. Exemplo conspícuo refere-se ao tratamento do tema “orientalismo”, utilizado para definir o estudo constituído por todas as sociedades fora do contexto histórico, teórico e ideológico ocidental, da cultura global europeia em curso.  
Por duas razões correlatas à filosofia pós-moderna. Trata-se de um eclético e elusivo movimento social caracterizado por sua crítica à filosofia ocidental. Começando como um movimento de crítica da filosofia Continental, foi influenciada fortemente pela fenomenologia, pelo estruturalismo e pelo existencialismo, incluindo Kierkegaard e Heidegger. Sofreu influências também associado ao positivismo da filosofia analítica de  Wittgenstein. Para a maior parte dos pensadores, a filosofia pós-moderna reproduz a volumosa literatura da teoria crítica. O que seria então esse Orientalismo cuja definição permite afirmar que o “Oriente é uma invenção do Ocidente”? Esse conceito tem diversos significados, mas que de modo geral descreve a forma específica pela qual o Ocidente europeu reproporiam ao nível ideológico e cultural a designação do que é o Oriente. Neste sentido o orientalismo não estabelece necessariamente uma relação dialética e real de identificação  com o Oriente e sim, inversamente é a ideia que, ideologicamente, o Ocidente faz dele. O Oriente ajudou a definir a Europa ou o Ocidente de forma transcendente com sua imagem, ideia, personalidade e experiência contrastantes. O Oriente na visão do Orientalismo é o lugar praticado do exótico. Precisamos tornar do ponto de vista teórico, prático e afetivo o exótico em familiar.
Bibliografia geral consultada.

VOVELLE, Michel, Ideologies et Mentalités. Paris: Éditions François Maspéro, 1982; FURET, François, A Oficina da História. Lisboa: Editora Gradiva, 1991; DURAND, Gilbert, De la Mitocritica al Mitoanálisis: Figuras Míticas y Aspectos de la Obra. Barcelona: Éditions Anthropos, 1993; CHARTIER, Roger, A Aventura do Livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Editora UNESP, 1999; DURANT, Will, História da Filosofia: Vida e Idéias dos Grandes Filósofos. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1942; Idem, Nossa Herança Oriental. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1944; Idem, La Civilización de la India. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1960; Idem, A Era de Luís XIV. Rio de Janeiro: Editora Record, 1994; Idem, A História da Filosofia. São Paulo: Editora Nova Cultural. 1996; SANDES, Noé Freire, 1930: entre a memória e a história. In: História Revista, 8 (1/2); jan./dez.; 2003; HAY, Louis, A Literatura dos Escritores. Questões de Crítica Genética. Belo Horizonte: Editora da Universidade Federal de Minas Gerais, 2007; BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes, Ensino de História: Fundamentos e Métodos3ª edição. São Paulo: Editora Cortez, 2009; DURANT, Will; DURANT, Ariel, The Lessons of History. Estados Unidos: Editora Simon & Schuster, 2010; PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA, Tania Regina de (Orgs.), O Historiador e suas Fontes. São Paulo: Editor Contexto, 2011; DURANT, Will, Heróis da História. Uma Breve História da Civilização da Antiguidade ao Alvorecer da Era Moderna. Porto Alegre: L&PM Editores, 2012; LIMA, Marta Margarida de Andrade, As Tessituras da História Ensinada nos Anos Iniciais: Pelos Fios da Experiência e dos Saberes DocentesTese de Doutorado. Faculdade de Educação. Campinas:  Universidade Estadual de Campinas, 2013; OLIVEIRA, Everton de, “Em Memória de Ariel”. In: http://favoravento.blogspot.com/2014/05/; SANTOS, Samuel Nunes dos, Concepção de Passado, Presente e Futuro na I Apologia de Justino Mártir: Uma Visão do Tempo Histórico no Século II d. c. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História. Faculdade de História. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2017; BALBINOT, Giovani, Detratores e Defensores da Imigração Italiana para o Brasil: O Decreto Prinetti de 1902 e a Exposição Mundial de 1906. In: SaeculumJoão Pessoa: Revista de História, 2018; entre outros.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Paulo Freire – Educação & Saberes Diferentes, Locução na Vida Social.

                                                                                                    Ubiracy de Souza Braga*
                                                                                              À Maria Leurimar de Alencar
                      “Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”. Paulo Freire

                        
Paulo Reglus Neves Freire ingressou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito, mas também se dedicou aos estudos de Filosofia da Linguagem. Apesar disso, nunca exerceu a profissão e preferiu trabalhar como professor numa escola de 2º grau lecionando Língua Portuguesa. Em 1946, Paulo Freire foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco, onde iniciou o trabalho com analfabetos pobres, fato social e político que levou para o resto de sua vida. Em 1961 tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, no mesmo ano, realizou junto com sua equipe as primeiras experiências da chamada “alfabetização popular” que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo de trabalho foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana num tempo recorde de apenas 45 dias, pois  resgatava neles a coragem, a vontade e a capacidade intelectual transformadora para participarem do mundo de forma crítica e consciente. Esse brasileiro foi Paulo Freire, educador pernambucano, filósofo, escritor, político e militante de causas sociais. - “Ele elaborou uma teoria do conhecimento e procurou o sentido da educação, centrando suas análises na relação social entre educação e vida, reagindo às pedagogias tecnicistas. A educação, para ser transformadora, precisa estar centrada na vida.
Em resposta aos eficazes resultados, o governo brasileiro que, sob a popularidade revolucionária do presidente João Goulart, empenhava-se na realização das reformas de base aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências através do Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos, reconhecidos como os “círculos de cultura” pelo país. Em 1964, meses depois de iniciada a implantação do Plano Nacional de Alfabetização, ocorre a reação elitista através do golpe político-militar de 1° de abril de 1964 que extinguiu essa iniciativa democrático-popular. O educador Paulo Freire foi “encarcerado como traidor da nação por 70 dias”. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia e trabalhou no Chile por cinco anos para o “Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã” e para a “Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação”. Em 1967, durante o exílio chileno, publicou no Brasil seu primeiro livro: “Educação como Prática da Liberdade”, baseado fundamentalmente na tese “Educação e Atualidade Brasileira”, com a qual concorrera, em 1959, à cadeira de História e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade do Recife, capital de Pernambuco.  




         O seu livro foi bem recebido, e Paulo Freire foi convidado para ser professor Visitante da Universidade de Harvard em 1969. No ano anterior, ele havia concluído a redação de seu mais famoso livro: “Pedagogia do Oprimido”, que foi publicado em várias línguas como o espanhol, o inglês (em 1970), inclusive em hebraico (em 1981). Em razão do preconceito político entre o pensamento obscuro da ditadura militar e o socialismo cristão de Paulo Freire, sua publicação foi postergada no Brasil até 1974, quando o general Geisel assumiu a presidência do país e iniciou o lento processo de abertura política. Depois de um ano em Cambridge, Freire mudou-se para Genebra, na Suíça, trabalhando como consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas. Durante esse tempo, atuou como consultor em reforma educacional em diversas colônias portuguesas na África, particularmente na Guiné-Bissau e em Moçambique. A Guerra Ultramar tornou-se reconhecida como o conflito pró-Independência entre as colônias portuguesas Angola, Guiné-Bissau e Moçambique e a metrópole Portugal. Após a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, as colônias passaram a reivindicar a independência política e econômica dos seus países. A partir da década de 1960, ocorreram movimentos sociais a favor da Independência das colônias. Criaram-se em Angola três grupos armados que lutariam para libertar o país da exploração colonial.
            Cada grupo mantinha diferentes posições políticas entre eles, porém todos tinham em comum a luta pela independência de Angola e as divergências quanto a qual dos três grupos iria assumir o poder. O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) constituiu um desses grupos. A proposta política do grupo era de orientação marxista e a luta armada era o único meio para abolir os laços coloniais de Angola. O segundo grupo era a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita): liderada por Jonas Savimbi, o grupo tinha uma proposta política anticomunista. Em 1972, surgiu o terceiro grupo chamado de Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA): com Holden Roberto como principal líder, este grupo tinha o apoio financeiro dos Estados Unidos da América (EUA). No ano de 1965, Guiné-Bissau também iniciou o processo de luta contra a política colonial portuguesa. Surgiu então o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), liderado por Amílcar Cabral. Em Moçambique, no ano de 1962, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) iniciou a luta pela independência do país.
           Os movimentos de Independência das colônias portuguesas africanas ganharam força a partir do fim da ditadura Salazarista em Portugal (1932-1968), que mantinha uma forte política colonial. Com a Revolução dos Cravos (derrubada da ditadura Salazarista), a política colonial portuguesa tomou outros rumos e Guiné-Bissau conquistou sua independência em 1974. Moçambique se tornou Independente em 1975. Com a Anistia em 1979, Paulo Freire pôde retornar ao Brasil, mas só o fez em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Quando o Partido dos Trabalhadores (PT) venceu as eleições municipais paulistanas de 1988, iniciando-se a gestão de Luiza Erundina (1989-1993), Freire foi nomeado secretário de Educação da cidade de São Paulo. Exerceu esse cargo de 1989 a 1991. Dentre as marcas positivas de sua passagem e administração pela secretaria municipal de Educação está a criação do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA), um modelo democrático de programa público de apoio comunitário de Educação de Jovens e Adultos adotado por prefeituras e instâncias de governos regionais no Brasil.
 

  Paulo Freire foi um dos mais completos e célebres educadores brasileiros de todos os tempos, mormente o antropólogo Darcy Ribeiro, ambos com atuação e reconhecimento internacionais pelo conjunto de sua obra. Conhecido principalmente pelo método de reflexão para a alfabetização de adultos, ele desenvolveu e dissimulou um pensamento pedagógico assumidamente político (cf. Jorge, 1979; Monteiro, 1986). Para Freire, o objetivo primacial da educação é de fato poder conscientizar o aluno. Daí seu significado em relação às grandes parcelas de homens e mulheres desfavorecidas da sociedade. Poder levá-las a compreender, sentir e revelar sua situação política de oprimidas e agir em favor da sua libertação. O principal livro de Freire intitula-se justamente “Pedagogia do Oprimido”. Ipso facto para o leitor atento suas categorias e conceitos sustentam o conjunto de sua obra. Na “Pedagogia do Oprimido” encontramos hic et nunc vários aspectos que remetem diretamente à Phänomenologie des Geistes (1807),  de Hegel, na homologia representada pela relação dialética entre senhor e escravo (cf. Kowarzik, 1983) exposta no âmbito do desenvolvimento fenomenológico.
Contudo, é comum associar três aspectos no âmbito da formação de Paulo Freire. Foi influenciado por três correntes de pensamento contemporâneo: o personalismo, o marxismo e o catolicismo. Inicialmente ele adota um pensamento personalista até uma proposição que dialoga com o marxismo. Sob a influência personalista, a liberdade para Freire é definida como “o ligar-se ao Criador”. Todavia, o exílio aproxima Paulo Freire do marxismo ocidental, e sua ideia tradicional de ligação-individual com o Criador é substituída pela ideia de que a ligação indivíduo-Criador tem que ser necessariamente mediatizada pelo coletivo dos homens. No livro: “Pedagogia do Oprimido”, propõe um método de alfabetização dialético, se diferenciando do chamado “vanguardismo” na esfera de influência dos intelectuais tradicionais da educação da década de 1950. Sempre defendeu o diálogo com os mais simples, não só como método. Como um modo de ser e pensar realmente democrático.
Sua prática e didática fundamentavam-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada “educação bancária”', tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado, mas conhecido como “Método Paulo Freire”, que aproxima o aluno do conteúdo, pela utilização de palavras conhecidas pelo mesmo. Propõe e estimula a inserção do adulto iletrado no seu contexto social e político, na sua realidade, promovendo o despertar para a cidadania plena e transformação social. É a leitura da palavra, proporcionando a leitura do mundo. Suas ideias nasceram no contexto do nordeste brasileiro a partir da década de 1950, onde metade dos seus 30 milhões de habitantes eram analfabetos, com predomínio do colonialismo e todas as vivências impostas por uma realidade de opressão, imposição, limitações e muitas necessidades. Inicialmente o método só era usado na alfabetização, mas logo se estendeu para outras áreas. Avalia-se que o método exprimia ideais cristãos.
        Foi o brasileiro mais homenageado da história social e política: obteve 29 títulos de doutor honoris causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986.  Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a lei 12.612 que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. Vale lembrar que o marxismo ocidental refere-se ao conjunto de análises produzidas por vários teóricos marxistas e críticos do marxismo oficial - a interpretação vigente na União Soviética e nos países do Leste Europeu. O uso do termo “ocidental”, para distinguir uma vertente do marxismo, aparece pela primeira vez no ensaio: “Estado atual do problema de Marxismo e Filosofia”, mais conhecido como "Anticrítica", de Karl Korsch, no qual o autor delimita um grupo de comunistas partidários da Terceira Internacional, dentre os quais são nomeados expressamente apenas György Lukács e ele próprio. O texto responde às críticas que Karl Korsch recebera dos marxistas  tanto da vertente leninista como da referida vertente “ocidental” - ao seu ensaio, intitulado: “Marxismo e Filosofia”, publicado em 1923. A expressão “marxismo ocidental” seria recuperada bem mais tarde, por Maurice Merleau-Ponty, no título de um dos capítulos do seu livro: “Les Aventures de la Dialectique”, de 1955. Merleau-Ponty, entende que essa dimensão do marxismo começa com “Marxismus und Philosophie”, de Korsch, e de “Geschichte und Klassbewusstsein”, de Gyorgy Lukács, também de 1923.
 Somente Hegel, insistimos neste aspecto, definiu o princípio da realidade como uma Ideia lógica, realizando a interpretação do ser das coisas um ser puramente lógico e chegando assim a um panlogismo consequente que apresenta ainda, um elemento dinâmico-irracional, existente no método dialético. Nisto se distingue o panlogismo hegeliano do neokantismo, que eliminou este elemento e instituiu assim um puro panlogismo. O idealismo apresenta-se, para sermos breves, em duas formas principais: como idealismo subjetivo ou psicológico e como idealismo objetivo e lógico. Mas estas diversidades no plano analítico movimentam-se no âmbito de uma concepção fundamental. Esta é justamente a tese idealista de que o objeto do conhecimento não é “menos que nada”, mas algo ideal, se quisermos concordar com a tese idealista na interpretação sociológica de Slavoj Žižek. A ideia de um objeto independente da consciência é contraditória, pois, no momento em que pensamos no amor, fazemos dele um conteúdo de nossa consciência. Porém, se analiticamente afirmamos que o objeto existe fora da nossa consciência, contradizemo-nos com isso a nós próprios. Portanto não há objetos reais extra-conscientes, mas a experiência sobre a realidade acha-se contida na consciência.
 
 Queremos dizer com isso que se levarmos a sério a percepção central da dialética hegeliana de que toda reflexão, e isso significa também toda investigação científica do objeto, no campo da filosofia e da realidade pressupõe inevitavelmente categorias lógicas. Não poderemos deixar de reconhecer que a Fenomenologia do Espírito implica uma grande descoberta, numa forma típica de lógica, a qual se legitima a si mesma, e que pressupõe aquelas outras formas de consciência e sua destruição em um sentido histórico-psicológico. Assim como objeto histórico-sociológico, não em um sentido teórico de validade para Hegel, segundo o qual “o objetivo de uma introdução à filosofia só poderia aclarar esses pontos de vistas objetivo da filosofia”. A filosofia também tem a tarefa de conduzir a consciência ainda não formada filosoficamente pelo caminho que a ela conduz, e lhe facilitar o elemento, que não lhe é dado imediatamente, no qual ela se movimenta como ciência pura, em que a forma pronta da filosofia hegeliana está dada com a “Lógica” e a “Enciclopédia”. Somente aqui ausência de pressupostos, fundamentação última do método foram realizados de maneira pura.   
Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda atividade, não possui nenhum outro interesse além do aquilo que “é em si”, no interior, manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente. Nesta diferença se descobre toda a diferença na história do mundo. Os homens são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem. O europeu sabe de si, é objeto de si mesmo. A determinação que ele conhece é a liberdade. Ele se conhece a si mesmo como livre. O homem considera a liberdade como sua substância. Se os homens “falam mal de conhecer é porque não sabem o que fazem”. Conhecer-se, converter-se a si mesmo no objeto (do conhecer próprio) e o fazem relativamente poucos. O homem é livre somente se sabe que o é. Pode-se também em geral falar mal do saber, mas somente este saber libera o homem. O conhecer-se é no espírito a existência.
O saber que, de início ou imediatamente, é nosso objeto teórico, não pode ser nenhum outro senão o saber que é também imediato: - saber do imediato ou do assente. Devemos proceder também de forma imediata ou receptiva, nada mudando assim na maneira como ele se oferece e afastando-se de nosso apreender conceitual. O conteúdo concreto da certeza sensível faz aparecer imediatamente essa certeza como o mais rico conhecimento e até como um conhecimento de riqueza infinda, para o qual é impossível achar limite; nem fora, se percorrermos o espaço e o tempo onde se expande, nem dentro, se penetrarmos nele pela divisão no interior de um fragmento tomado dessa plenitude. Entrementes, a certeza sensível como a mais verdadeira, pois do objeto nada ainda (Hegel-Žižek) deixou de lado, mas o tem em toda a sua plenitude, diante de si.
Ao afirmar a simultaneidade entre o mundo e a consciência, Paulo Freire está se referindo ao mundo humano. Sendo o jogo dialético das relações homem-mundo o ponto de partida da reflexão freireana acerca da consciência, somente pode ser nessa ação dialética que ocorre a tomada de consciência do mundo pelo homem. Pode voltar-se sobre si mesma e ser consciente de sua consciência, não se constituindo simples reflexo da realidade, mas tendo a possibilidade de se constituir reflexão crítica sobre seus próprios atos e na superação de suas contradições. O homem pode assim transcender a sua atividade dando sentido ao mundo. O homem, em verdade, se projeta pela síntese da relação dialética consciência-mundo, uma relação complexa na qual a realidade vivenciada pelo homem tem o poder de condicioná-lo, mas não determiná-lo, tendo a possibilidade de, refletindo criticamente, atuar sobre essa realidade e modificá-la, terminando por modificar a si mesmo através da própria consciência.
No entanto, há relações sociais ainda em jogo, se bem atendemos no puro ser que constitui a essência dessa certeza, e que ela enuncia como sua verdade. Uma certeza sensível efetiva não é apenas essa pura imediatez, mas é um exemplo da mesma. Entre as diferenças sem conta que ali evidenciam, achamos em toda parte a diferença-capital, a saber: que nessa certeza ressaltam logo para fora do puro ser dos dois “estes”, analisados e já mencionados: um este, como Eu; outro, como um este imaginário objeto de pensamento prenhe de uma explicação histórica, teórica e metodológica.  Refletindo sobre essa diferença, resulta tanto um como outro não estão na certeza sensível apenas de modo imediato, mas, mediatizados. Portanto, Eu tenho a certeza por meio de outro, da coisa; e essa está igualmente na certeza mediante outro, mediante o Eu. Essa diferença entre a essência e o exemplo, entre a imediatez e a mediação, quem faz não somos nós apenas, mas a encontramos na própria certeza sensível; e deve ser tomada na forma em que nela se encontra, e não como nós acabamos de determina-la. Na certeza sensível, um momento é oposto como o “essente” simples e imediato, ou como a essência: o objeto. O outro momento, porém, é posto como o “inessencial” e o mediatizado, momento que nisso não é “em-si”, mas por meio do Outro: o Eu, um saber, que sabe o objeto só porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o objeto é o verdadeiro e a essência: ele é, tanto faz que seja conhecido ou não. Permanece mesmo não sendo conhecido – enquanto o saber não é, se o objeto não souber que pode ser. Trata-se assim da singularidade imediata de apreensão do objeto concreto do saber. 
O tempo hegeliano é igualmente contínuo comparativamente como o espaço, pois ele é a negatividade abstratamente referindo-se a si e nesta abstração ainda não há nenhuma diferença real. No tempo, diz-se, tudo surge e [tudo passa] perece, se se abstrai de tudo, a saber, do recheio do tempo e igualmente do recheio do espaço, fica de resto o tempo vazio como o espaço vazio – isto é, são então postas e representadas estas abstrações de exterioridade, como se elas fossem por si. Mas não é o que no tempo surja e pereça tudo, porém o próprio tempo é este vir-a-ser, surgir e perecer, o abstrair essente, o Kronos que tudo pare, e que seu parto destrói [devora]. – O real é bem diverso do tempo, mas também essencialmente idêntico a ele nesta relação. Ipso facto, a dimensão do real é limitado, e o outro para esta negação está fora dele, a determinidade é assim nele exterior a si, e daí a contradição de seu ser; a abstração opera nessa exterioridade de sua contradição e a inquietação da mesma é o próprio tempo. Por isso o finito é transitório e temporário, porque ele não é, como o conceito nele mesmo, a negatividade total, mas tem esta em si, como sua essência universal, entretanto – diferentemente da mesma essência – é unilateral, e se relaciona à mesma [essência] como à sua potência.
Bibliografia geral consultada.
JORGE, Jacintho Simões, A Ideologia de Paulo Freire. São Paulo: Editora Loyola, 1979; PAIVA, Vanilda, Paulo Freire y el Nacionalismo Desarrollista. 1ª edición. México: Ediciones Extemporáneos, 1982; SCHMIED-KOWARZIK, Wolfdietrich, “A Dialética do Diálogo Libertador de Freire”. In: Pedagogia Dialética: de Aristóteles a Paulo Freire. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983; FREIRE, Paulo, A Importância do Ato de Ler: Em três artigos que se completam. São Paulo: Editora Cortez, 1989; CINTRA, Benedito Eliseu Leite, Paulo Freire entre o Grego e o Semita: Educação: Filosofia e Comunhão. Tese Doutorado. Campinas: Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas, 1992; PELANDRÉ, Nilcéa Lemos, Efeitos a Longo Prazo do Método de Alfabetização Paulo Freire. Tese de Doutorado em Letras/Linguística. Programa de Pós-Graduação em Letras/Linguística.  Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1998; OLIVEIRA, Paulo César de, Conscientização e Liberdade na Filosofia da Educação de Paulo Freire. Tese de Doutorado em Filosofia. Roma: Pontifícia Università San Tommaso D`Aquino de Roma, 2002; FREIRE, Ana Maria Araújo, Paulo Freire: Uma História de Vida. Indaiatuba: Villa das Letras, 2006; PELANDRÉ, Nilcea Lemos, Ensinar e Aprender com Paulo Freire: 40 horas 40 anos depois. 3ª edição. Florianópolis: Editora da Universidade Federal de Santa Catarina, 2009; LEMOS, Silvania Donadio Villela, A Atualidade do Pensamento de Paulo Freire na Educação de Jovens e Adultos no Século XXI. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2010; STRECK, Danilo, REDIN, Euclides, ZITKOSKI, Jaime José (Orgs.), Dicionário Paulo Freire. 2ª edição rev. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2010; FERREIRA, Geraldo da Aparecida, Entre a Memória e a Autobiografia: Narrativas de Cyro dos Anjos e de Darcy Ribeiro. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários. Faculdade de Letras. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2013;  GONÇALVES, Marco Antônio, “A Reeducação do Antropólogo: A Pedagogia da Antropologia”. In: TOSTA, Sandra Pereira & ROCHA, Gilmar (Org.), Diálogos Sem Fronteira: História, Etnografia e Educação em Culturas Ibero-americanas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014; pp 149-164; GADOTTI, Moacir, Alfabetizar e Conscientizar: Paulo Freire. 50 Anos de Angicos. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2014; MARINHO, Andrea Rodrigues Barbosa, Paulo Freire e a Conscientização. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade Nove de Julho, 2015; DICKMANN, Ivo, A Formação de Educadores Ambientais: Contribuições de Paulo Freire. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2015;  entre outros.
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* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).