“Somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”. Will Durant
William
James Durant (1885-1981) foi um filósofo, historiador e escritor norte-americano,
reconhecido por sua autoria e coautoria, junto à sua esposa Ariel Durant, da
coleção A História da Civilização. Durant concebeu a filosofia como
perspectiva total, ou seja, uma visão das coisas sub specie totius,
expressão inspirada pelo sub specie aeternitatis de Spinoza. Procurou em
sua obra unificar e humanizar o grande corpo de conhecimento histórico - que
havia se tornado muito volumoso e se fragmentado em especializações com
terminologias esotéricas, para aplicação contemporânea. Dotado de um talentoso
estilo narrativo de prosa e considerado um excelente contador de histórias,
Durant ganhou grande número de leitores, em parte por causa da natureza
e da excelência da sua escrita, que, em contraste com a linguagem
acadêmica, é animada, inteligente, carismática, colorida, ornamentada,
epigramática, em suma, humanizada. Max Schuster, co-fundador da editora Simon
& Schuster, comentou que a prosa de Durant “implora para ser lida em voz
alta”. John Little, que fundou a Will Durant Foundation dedicando muito
esforço de trabalho abstrato para popularizar as obras do autor no século XXI,
ecoa a admiração de Schuster em palavras que o próprio Durant se utilizou
muitas vezes para descrever algumas das melhores obras da Antiguidade Clássica:
“prosa tão bonita rivaliza com a poesia”. Will e Ariel Durant foram agraciados
com o Prêmio Pulitzer de Não Ficção Geral em 1968, e com a Medalha
Presidencial da Liberdade em 1977.
Durant nasceu em 5 de novembro de 1885 na cidade de North Adams, no estado de Massachusetts, com seus pais franco-canadenses que tiveram parte na emigração quebequiana aos Estados Unidos da América. Estes se chamavam Joseph Durant e Marry Allard. Em 1900, com quinze anos, foi admitido na Saint Peter`s Academy e mais tarde no Saint Peter`s College sendo educado por jesuítas, na cidade de Jersey no estado de New Jersey. Em 1905 após graduar-se, mudou-se para a cidade de Nova Iorque onde teve contato com os círculos libertários a partir de contatos com intelectuais da época. Em 1907 passou a trabalhar como repórter para o periódico New York Evening ganhando dez dólares a semana. Neste jornal escreveu diversos artigos denunciando práticas de abuso sexual. Também em 1907 passou a lecionar Latim, Francês, Inglês e Geometria na universidade Setton Hall, na cidade de South Orange, New Jersey. Nesta mesma instituição atuou como bibliotecário organizando o acervo desta universidade. Devido a desentendimentos ideológicos com a direção da universidade deixa o emprego em 1911, ano em que passa a atuar na recém inaugurada Escola Moderna de Nova Iorque (Ferrer Modern School conhecida como Ferrer Institute) na qualidade de diretor e professor. O empreendimento baseado nos ideais pedagógicos do catalão Francisco Ferrer contou com o apoio financeiro de Alden Freeman, que patrocinou também uma viagem de Will Durant para a Europa. Esta mesma viagem nunca o fazer esquecer Freeman, fato evidenciado nas demonstrações de gratidão presentes no prefácio de sua A História da Filosofia. Entre 1911 e 1912 a revista Modern School passou a ser editada pela instituição. Na capa de sua primeira Edição Will Durant apareceu junto à sua turma de jovens estudantes em uma foto tirada na porta da Escola Moderna de Nova Iorque.
Lecionando na Escola Moderna, Durant apaixonou-se por uma de suas alunas e casou-se com a mesma. A menina Ida Kaufmann, apelidada Ariel por Will, torna-se sua companheira por toda a vida. Juntos o casal tivera uma filha que recebeu o nome de Ethel, e um filho, chamado Louis. Ariel contribuiu substancialmente em todos os volumes de A História da Civilização, seu nome, no entanto, só foi creditado na capa de apenas um dos livros, o volume VII, A Era da Razão. Este fato só se verifica na tiragem da primeira edição. Em 1913, Durant deixa o cargo de professor da escola moderna e para conseguir recursos passa a fazer palestras sobre história em uma igreja presbiteriana, por uma remuneração de 5 e 10 dólares. Parte do material destas palestras posteriormente serviu de ponto de partida para sua obra maior: A História da Civilização. Passa a trabalhar também como professor auxiliar na Universidade de Columbia. Em 1917, trabalhando em sua tese de doutorado em filosofia, Will escreveu seu primeiro livro Filosofia e o problema social. Nele defendeu a tese de que a Filosofia havia deixado de se desenvolver por evitar os problemas sociais atuais. Durant concluiu sua tese de doutorado e recebeu o título de doutor ainda em 1917. Sua primeira obra de peso, A História da Filosofia, foi inicialmente publicada no formato de pequenos livretos azuis, que na época era o formato de materiais educacionais destinados aos trabalhadores nos Estados Unidos. Estes livros acabaram sendo tão populares que foram republicados no ano de 1926 pela editora Simon & Schuster, tornando-se imediatamente um bestseller, e dando aos pesquisadores Durant a independência financeira que lhes permitiu viajar pelo mundo várias vezes e passarem os próximos quarenta anos escrevendo A História da Civilização.
William
James Durant (1885-1981) foi um filósofo, historiador e escritor norte-americano,
reconhecido por sua autoria e coautoria, junto à sua esposa Ariel Durant (1898-1981),
da coleção A História da Civilização. Durant concebeu a filosofia como
perspectiva total, ou seja, uma visão das coisas sub specie totius,
expressão inspirada pelo sub specie aeternitatis de Spinoza. Procurou em
sua obra unificar e humanizar o grande corpo de conhecimento histórico - que
havia se tornado muito volumoso e se fragmentado em especializações com
terminologias esotéricas, para aplicação contemporânea. Dotado de um talentoso
estilo narrativo de prosa e considerado um excelente contador de histórias,
Durant ganhou grande número de leitores, em parte por causa da natureza
e da excelência da sua escrita, que, em contraste com o academicismo, é animada, inteligente, carismática, colorida, ornamentada,
epigramática, em suma, humanizada. Max Schuster, co-fundador da editora Simon
& Schuster, comentou que a prosa de Durant “implora para ser lida em voz
alta”. John Little, que fundou a Will Durant Foundation dedicando muito
esforço de trabalho abstrato para popularizar as obras do autor no século XXI,
ecoa a admiração de Schuster em palavras que o próprio Durant se utilizou
muitas vezes para descrever algumas das melhores obras da Antiguidade Clássica:
“prosa tão bonita rivaliza com a poesia”. Will e Ariel Durant agraciados com o Prêmio
Pulitzer de Não Ficção Geral em 1968, por Rousseau e a Revolução, o 10 volume d`A História da Civilização. Em 1977, eles foram agraciados
com Medalha Presidencial da Liberdade de Gerald Ford, e Ariel eleita “Mulher do
Ano” por Los Angeles. Os
Durant’s receberam o Golden Plate Award da American Academy of
Achievement em 1976.
Will
Durant nasceu em 5 de novembro de 1885 na cidade de North Adams, no estado de
Massachusetts, com seus pais franco-canadenses que tiveram parte na emigração
quebequiana aos Estados Unidos da América. Estes se chamavam Joseph Durant e
Marry Allard. Em 1900, com quinze anos, foi admitido na Saint Peter`s Academy e
mais tarde no Saint Peter`s College sendo educado por jesuítas, na cidade de
Jersey no estado de New Jersey. Em 1905 após graduar-se, mudou-se para a cidade
de Nova Iorque onde teve contato com os círculos libertários a partir de
contatos com intelectuais da época. Em 1907 passou a trabalhar como repórter
para o periódico New York Evening ganhando dez dólares a semana. Neste jornal
escreveu diversos artigos denunciando práticas de abuso sexual. Também em 1907
passou a lecionar Latim, Francês, Inglês e Geometria na universidade Setton
Hall, na cidade de South Orange, New Jersey. Nesta mesma instituição atuou como
bibliotecário organizando o acervo desta universidade. Devido a cotidiana e de desentendimentos
ideológicos com a direção da universidade deixa o emprego em 1911, quando passa a atuar na inaugurada Escola Moderna de Nova Iorque (Ferrer Modern
School conhecida como Ferrer Institute) na qualidade de diretor e professor.
O
empreendimento baseado nos ideais pedagógicos do catalão Francisco Ferrer
contou com o apoio financeiro de Alden Freeman, que patrocinou também uma
viagem de Will Durant para a Europa. Esta mesma viagem nunca o fazer esquecer
Freeman, fato evidenciado nas demonstrações de gratidão presentes no prefácio
de sua A História da Filosofia. Entre 1911 e 1912 a revista Modern School
passou a ser editada pela instituição. Na capa de sua primeira Edição Will
Durant apareceu junto à sua turma de jovens estudantes em uma foto tirada na
porta da Escola Moderna de Nova Iorque. Lecionando na Escola Moderna, Durant
apaixonou-se por uma de suas alunas e casou-se com a mesma. A menina Ida
Kaufmann, apelidada Ariel por Will, torna-se sua companheira por toda a vida.
Juntos o casal tivera uma filha que recebeu o nome de Ethel, e um filho,
chamado Louis. Ariel contribuiu substancialmente em todos os volumes de A
História da Civilização, seu nome, no entanto, só foi creditado na capa de
apenas um dos livros, o volume VII, A Era da Razão. Este fato só se
verifica na tiragem da primeira edição.
Em 1913, Durant deixa o cargo de professor da escola moderna e para conseguir recursos passa a fazer palestras sobre história em uma igreja presbiteriana, por uma remuneração de 5 e 10 dólares. Parte do material destas palestras posteriormente serviu de ponto de partida para sua obra maior: A História da Civilização. Passa a trabalhar também como professor auxiliar na Universidade de Columbia. Em 1917, trabalhando em sua tese de doutorado em filosofia, Will escreveu seu primeiro livro Filosofia e o problema social. Nele defendeu a tese de que a Filosofia havia deixado de se desenvolver por evitar os problemas sociais atuais. Durant concluiu sua tese de doutorado e recebeu o título de doutor ainda em 1917. Sua primeira obra de peso, A História da Filosofia, foi inicialmente publicada no formato de pequenos livretos azuis, que na época era o formato de materiais educacionais destinados aos trabalhadores nos Estados Unidos. Estes livros acabaram sendo tão populares que foram republicados no ano de 1926 pela editora Simon & Schuster, tornando-se imediatamente um bestseller, e dando aos pesquisadores Durant a independência financeira que lhes permitiu viajar pelo mundo várias vezes e passarem os próximos quarenta anos escrevendo A História da Civilização.
Will Durant decidiu, assim, no âmbito de um projeto inovador elaborar uma série de minipalestras. Melhor dizendo: conferências em áudio concentradas em figuras e acontecimentos-chave da história humana. Durant gostou da ideia e Ethel conseguiu que fossem gravadas; porém, numa carta à filha, datada de 7 de março de 1977, com a tenra idade de 92 anos, Durant manifestou uma certa hesitação quanto à sua capacidade de completar a tarefa: - Vejo com cuidado o programa que tracei para uma dupla de camicases intelectuais, e percebo que está além da minha capacidade física, mesmo com a ajuda de Ariel, compor e recitar tarefa tão ambiciosa. Acho que a ceifadora afinal nos descobriu, pois deixou o seu cartão sob a forma de falhas de memória, com certa instabilidade no andar e uma nova rigidez nas pernas. Essas intimidações da mortalidade não me entristecem; eu ficaria envergonhado de viver mais do que o meu tempo útil; em todo caso, não devo permitir que você ou a Paramount invistam energia ou dinheiro na minha permanência.
Em 1911 e 1912 a revista Modern School passou a ser editada pela instituição. Na capa de sua primeira edição Will Durant apareceu junto à sua turma de jovens estudantes em uma foto tirada na porta da Escola Moderna de Nova Iorque. O empreendimento baseado nos ideais pedagógicos do catalão Francisco Ferrer contou com o apoio financeiro de Alden Freeman, que patrocinou também uma viagem de Will Durant para a Europa. Esta viagem rememora Freeman, fato social evidenciado com gratidão presente no prefácio de sua oba A História da Filosofia. Lecionando na Escola Moderna, Durant apaixonou-se por uma de suas alunas, e claro, casando-se com ela. A menina Ida Kaufmann, apelidada Ariel, por Will, torna-se sua companheira por toda a vida. Juntos o casal teve uma filha que recebeu o nome de Ethel, e um filho, chamado Louis. Ariel contribuiu substancialmente em todos os volumes de A História da Civilização, seu nome, injustamente, só foi creditado na capa de apenas um dos livros, o volume VII, A Era da Razão. Este fato só se verifica na tiragem da primeira edição.
Daí o fato histórico-cultural que reitera o etnocentrismo quando interpretamos que toda cultura opera assim uma di-visão entre ela mesma, que se afirma como representação por excelência do humano, e os outros, que participam da humanidade apenas em grau menor. O discurso que as sociedades primitivas fazem sobre si mesmas, discurso condensado nos nomes que elas se dão, é, portanto etnocêntrico de uma ponta á outra: afirmação da superioridade de sua existência cultural, recusa de reconhecer os outros como iguais. O etnocentrismo aparece então como a “coisa” do mundo social mais bem distribuída e, desse ponto de vista pelo menos, a cultura do Ocidente não se distingue das outras. Convém mesmo, salientar, aprofundando um pouco mais a análise, pensar o etnocentrismo como uma propriedade formal de toda formação cultural, como imanente à própria cultura. Pertence à essência da cultura ser etnocêntrica, na medida exata em que toda cultura em seu conjunto se considera como a cultura por excelência. Em outras palavras, a alteridade cultural nunca é apreendida como diferença positiva, mas sempre como inferioridade segundo uma interpretação cultural hierárquica.