“Quanto à sua função, o poder de punir não é essencialmente diferente do de curar ou educar”. Michel Foucault
A história social de Golden
Kamuy se passa após a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), principalmente em
Hokkaido e regiões vizinhas. Detalhando os muitos desenvolvimentos políticos,
tecnológicos e culturais da vida real do Japão; várias partes importantes da
série são versões fictícias de pessoas e eventos da vida real. Foco específico
é dado ao povo indígena Ainu e sua cultura, como explorar sua língua e a
maneira como eles usam respeitosamente os recursos naturais para agradecer aos
Kamuy que acreditam que os fornecem. Partes posteriores da história social também
exploram as diferentes subculturas dentro dos Ainu e as dificuldades que
sofreram por serem pegos em conflitos territoriais nipo-russos. O enredo também
explora as severas lutas de soldados e veteranos de guerra, com ambiguidade
moral, culpa do sobrevivente, honra, penitência e ética da virtude sendo temas
comuns da vida cotidiana. O MacGuffin central vem de um conto alto no universo de um grupo de
mineração Ainu, disse ter desenterrado 20 kan de ouro. Um mineiro assassinou os
outros e escondeu o ouro, apenas para ser capturado pelas autoridades japonesas
antes que ele pudesse compartilhar a localização exatamente. Desaparecido pelo governo e
escondido na Prisão de Abashiri, o mineiro Ainu foi isolado, mancando e
torturado para a localização. Para retransmitir a localização para fora, o
mineiro Ainu tatuou muitas partes de um mapa cifrado em seus companheiros
prisioneiros, oferecendo-lhes uma parte do ouro para compartilhá-lo com seus
companheiros que estão de fora.
A prisão eventualmente reconheceu o código, mas não foi capaz de lê-lo e tentou transportar os homens tatuados para outro lugar; os condenados tatuados dominaram e mataram seus captores, espalhando-se na noite. Uma das frases mais impactantes de Foucault sobre o sistema prisional é que “a prisão é uma invenção desacreditada desde o seu nascimento”, que reflete sua visão sobre a ineficácia e disfuncionalidade da prisão como um instrumento de punição e reabilitação social. Ele também indica pistas sobre a prisão como um exemplo de poder disciplinar, comparando seu funcionamento a instituições como escolas, fábricas e hospitais, onde a vigilância e o controle moldam os indivíduos segundo normas sociais estabelecidas. Principais ideias de Foucault sobre a prisão: inutilidade e disfunção. Foucault argumenta que a prisão, ao invés de diminuir a criminalidade, muitas vezes contribui para a reincidência, formando delinquentes e se tornando um “micro-espaço de reprodução da ilegalidade”. Ele descreve o sistema prisional como um local onde o poder se manifesta de forma intensa, através de mecanismos de vigilância e punição que buscam controlar e normalizar os corpos e comportamentos dos indivíduos. Para Foucault, a estrutura de funcionamento das prisões espelha o modo como o poder disciplinar opera na sociedade em geral, influenciando outras instituições e a própria vida cotidiana. Foucault não vê a prisão como uma criação dos juristas, mas como o resultado de uma série de transformações sociais e econômicas, e, portanto, uma tecnologia de poder que surge da necessidade de controlar a classe trabalhadora e outros elementos da sociedade industrial.
Em vez de resolver o problema histórico, teórico e estrutural do crime, a prisão, ao segregar os indivíduos e criar uma realidade de miséria e exclusão para suas famílias, acaba por produzir novos criminosos e dificultar a possibilidade de ressocialização. A função da compreensão na práxis da vida é análoga àquela problematização que emerge de expectativas frustradas; mas em um caso o critério da decepção é o fracasso de uma ação finalista-racional controlada pelo sucesso, no outro trata-se de embaraços de um consenso, isto é, da desconformidade de expectativas recíprocas entre, no mínimo, dois sujeitos de agenciamentos. As intenções das duas orientações distinguem-se de forma correspondente: no primeiro caso máximas comportamentais, as quais fracassaram frente à realidade, devem ser submetidas por regras técnicas comprovadas; no segundo caso trata-se de interpretar manifestações vitais incompreensíveis e que bloqueiam a reciprocidade de expectativas comportamentais. Enquanto o experimento eleva os controles pragmáticos cotidianos, aplicados às regras de uma atividade instrumental ao nível de uma forma metódica à verificação, a hermenêutica equivale, comparativamene à maneira científica do agir interpretativo do cotidiano. Não há dúvida que no exercício de tal habilidade, o domínio da arte hermenêutica permanece em menos graus dependente “do virtuosismo pessoal” do que esse é o caso do domínio de operações mensuráveis. A compreensão hermenêutica tem, de acordo com sua estrutura de pensamento articulado na sociedade, o objetivo de assegurar, no seio das tradições culturais, uma autoconcepção dos indivíduos e dos grupos, suscetível de orientar a ação e o entendimento de assujeitamentos sociais recíprocos de diferentes grupos e indivíduos.
Do ponto de vista histórico-filosófico panóptico é um termo utilizado para designar uma penitenciária ideal, concebida pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham em 1785, que permite ao vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados. O medo e o receio de não saberem se estão sendo observados leva-os a adotar o comportamento desejado pelo vigilante. Bentham estudou racionalmente, em suas próprias palavras, o sistema penitenciário. Criou então um projeto de prisão circular, onde um observador central poderia ver todos os locais onde houvesse presos. Era o sistema panóptico. O sistema prisional seria aplicável, segundo o autor, a prisões, escolas, hospitais ou fábricas, para tornar mais eficiente o controle daqueles estabelecimentos. Assim, aquele que estivesse sobre uma torre ou estrutura circular central poderia observar todos os presos ou os funcionários, pacientes, estudantes, etc., tendo-os sob seu controle. Os ocupantes das celas se encontrariam isolados uns de outros por paredes e sujeitos ao escrutínio coletivo e individual de um vigilante, postado na torre e que permaneceria oculto. Jeremy Bentham (1748-1832) não só imaginou abstratamente persianas ou venezianas nas janelas da torre de observação, semelhantes ao que ocorre nos aeroportos, mas também conexões labirínticas entre as salas da torre, a fim de evitar sombras ou ruídos que pudessem inferir a posição e o olhar do observador. É atribuída a Bentham a idealização do Panopticon, ideia essencial que teria sido extraída de cartas escritas pelo jurista em Crecheff, na Rússia, em 1787, destinadas a um amigo.
A partir destes escritos, foi possível extrair um modelo estrutural que
seria capaz de ser aplicado as mais diversas instituições tais como escolas,
prisões, hospícios e hospitais, como forma de otimização da vigilância e
economia de pessoas para realizar tal função. Esta estrutura é caracterizada
por um edifício circular que possui uma torre de vigilância e celas à sua volta.
Cada uma das celas teria uma abertura para a entrada de luz e portas com grade
para a difusão da luz no interior do edifício. Porém, a difusão da luz se daria
de modo que o encarcerado não conseguiria enxergar o exterior, nem o vigilante
presente no centro da torre. Esse mecanismo estrutural teria como objetivo a
impactação psicológica sobre os encarcerados, para que eles se sentissem
observados todo o tempo. Sem conseguir enxergar o que ocorre externamente ao
edifício, eles seriam tomados por um enorme sentimento de solidão, mesmo que
estivessem “acompanhados” pelo vigilante durante todo o tempo. Bentham
acreditava que este impacto nunca seria esquecido por aqueles que passassem por
lá e atuaria como uma espécie de prevenção especial negativa, na qual o encarcerado,
por receio de voltar novamente à instituição, não mais voltasse a delinquir. Apesar
de possuir projetos de larga escala para reformas, considerava que o direito
penal era um ramo crucial do direito, devido a sua particularidade na abordagem primordial da psicologia humana. A partir da utilidade de uso, o direito penal seria o
instrumento para que o governo conseguisse conduzir as condutas de seus cidadãos.
Isso por meio de penas bem calculadas, o indivíduo poderia buscar a otimização
de sua felicidade e chegaria à conclusão de que desrespeitar as regras do
Estado não seria uma conduta vantajosa.
Segundo Michel Foucault (2014): eis as medidas que se faziam necessárias, de acordo com um regulamento do fim do século XVII, quando se declarava a peste numa cidade. Em primeiro lugar, um policiamento espacial estrito: fechamento, claro, da cidade e da “terra”, proibição de sair sob pena de morte, fim de todos os animais errantes; divisão da cidade em quarteirões diversos onde se estabelece o poder de um intendente. Cada rua é colocada sob a autoridade de um síndico; ele a vigia; se a deixar, será punido de morte. No dia designado, ordena-se todos que se fechem em suas casas; proibido de sair sob pena de morte. O próprio síndico vem fechar, por fora, a porta de cada casa; leva a chave, que entrega ao intendente de quarteirão; este a conserva até o fim da quarentena. Cada família terá feito suas provisões; mas para o vinho e o pão se terá preparado entre a rua e o interior das casas pequenos canais de madeira, que permitem chegarem a cada uma sua ração, sem que haja comunicação entre os fornecedores e os habitantes; para a carne, o peixe e as verduras, utilizam-se roldanas e cestas. Se for absolutamente necessário sair das casas, tal se fará por turnos, e se evitando qualquer encontro. Só circulam os intendentes, os síndicos, os soldados da guarda e também entre as casas infectadas, de um cadáver ao outro, os “corvos”, que tanto faz abandonar à morte: - “é gente vil, que leva os doentes, enterra os mortos, limpa e faz muitos ofícios vis e abjetos”. Espaço recortado, imóvel, fixado. O fato é que disciplinarmente cada qual se prende a seu lugar. E, caso se mexa, corre perigo de vida, por contágio ou punição. A inspeção funciona constantemente.
Essa vigilância social contemporânea
se apoia num sistema social de registro permanente: relatórios dos síndicos aos
intendentes, dos intendentes aos almotacés ou ao prefeito. No começo da
“apuração” se estabelece o papel de todos os habitantes presentes na cidade um
por um; nela se anotam “o nome, a idade, o sexo, sem exceção de condição”; um
exemplar para o intendente do quarteirão, um segundo no escritório da
prefeitura, um outro para o síndico poder fazer a chamada diária. Tudo o que é
observado durante as visitas, mortes, doenças, reclamações, irregularidades, é
anotado e transmitido aos intendentes e magistrados. Estes têm o controle dos
cuidados médicos; e um médico responsável; nenhum outro médico pode cuidar,
nenhum boticário preparar os remédios, nenhum confessor visitar um doente, sem
ter recebido dele um bilhete escrito “para impedir que se escondam e se tratem,
à revelia dos magistrados, doentes do contágio”. O registro patológico deve ser
constante e centralizado. A relação de cada um com sua doença e sua morte passa
pelas instâncias do poder, pelo registro que delas é feito, pelas decisões que
elas tomam. Cinco ou seis dias depois do começo da quarentena se procede à
purificação das casas, uma por uma. Na
prática comanda-se sair todos os moradores; em cada cômodo se levantam ou se
penduram “os móveis e as mercadorias”; espalha-se perfume; ele é queimado
depois de bem fechadas as janelas, as portas e até os buracos das fechaduras os
quais por segurança que se enche de cera.
O panóptico de Bentham
é sua figuração. O princípio é conhecido: na periferia uma construção em anel;
no centro, uma torre: esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face
interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando
toda a espessura da construção; elas têm duas janelas, uma para o interior,
correspondendo às janelas da torre; outra, que dá para o exterior, permite que
a luz atravesse a cela de lado a lado. Basta então colocar um vigia na torre
central, e em cada cela trancar um louco, um doente, um condenado, um operário
ou um escolar. Pelo efeito da contraluz, pode-se perceber da torre,
recortando-se exatamente sobre a claridade, as pequenas silhuetas cativas nas
celas da periferia. Tantas jaulas, tantos pequenos teatros, per se em que cada
ator está sozinho, perfeitamente individualizado e constantemente visível. O
dispositivo panóptico, segundo Foucault (2014: 194, e ss.), organiza unidades
espaciais que permitem ver sem parar e reconhecer imediatamente. Em suma, o
princípio da masmorra é invertido; ou antes, de suas três funções – trancar,
privar de luz e esconder – só se conserva a primeira e se suprimem as outras
duas. A plena luz e o olhar de um vigia captam melhor que a sombra, que a final
protegia. A visibilidade é uma armadilha. O panóptico é uma máquina de
dissociar o ver-ser-visto: no anel periférico, se é totalmente visto, sem ver;
na torre central, vê-se tudo, sem nunca ser visto.
Em primeiro lugar, a palavra gueixa significa literalmente artista (trabalho) e desde o final do século XVIII, etnograficamente pode descrever uma série de artistas japonesas: “Shiro”, puramente uma apresentadora; “kerobi”, uma gueixa acrobata; “kido”, uma gueixa que estava na entrada de carnavais, ou “joro”, uma prostituta, sendo esta a profissão que gueixas têm sido erroneamente mal interpretadas por muitos anos em que não detém o conhecimento etnológico de interpretação da cultura. A dança das gueixas evoluiu a partir da executada no palco do kabuki. As danças “selvagens e ultrajantes” transformaram-se em uma forma mais sutil, estilizada, passando a uma forma controlada. São disciplinadas, semelhante ao Tai Chi, vale lembrar, uma arte marcial chinesa interna, parcialmente baseada no bagua. Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento. Os princípios do taiji Quan remetem ao taoismo e à alquimia chinesa relacionada ao taoísmo. Seus praticantes utilizam os Cinco Elementos; o Tao, a relação entre Yin e Yang; o Ki; o I-Ching; a astrologia chinesa; os princípios do feng shui, e da medicina tradicional chinesa. Cada dança usa gestos para narrar uma história. Um conhecedor pode entender seu simbolismo. Um gesto de mão, representa ler uma carta de amor. O canto de um lenço na boca falta de modos. As mangas longas do quimono para simbolizar situações de fortes emoções em lágrimas. A utilização dos quimonos iguala a estampa para a estação. Há estampas multicoloridas para cada estação do ano. Algumas mulheres vão além. Subdividem as estampas e cores por mês. Assim, cada mês representativo do ano é representado por uma estampa e gama de cores específica. A utilidade de uso dos quimonos iguala a estampa para a estação. Há estampas multicoloridas para cada estação do ano. Algumas mulheres vão além. Subdividem as estampas e cores mês. Assim, cada mês representativo do ano é representado por uma estampa e gama de cores especificamente.
Em segundo lugar, as
precursoras da gueixa do sexo feminino foram as adolescentes odoriko
(dançarinas). Na década de 1680, elas eram populares artistas pagas nas casas
particulares da alta classe samurai, apesar de muitas se transformarem em
prostitutas no início do século XVIII. Aquelas que não eram mais adolescentes e
não poderiam mais praticar o estilo odoriko, adotaram outros nomes, sendo um
deles gueixa, se assemelhando aos artistas masculinos. A primeira mulher
reconhecida por ter chamado a si mesma de gueixa era uma prostituta de
Fukagawa, em cerca de 1750, uma cidade japonesa localizada no distrito de
Sorachi, na província de Hokkaido. Em 2003 a cidade tinha uma população
estimada em 26 645 habitantes e uma densidade populacional de 50,36 h/km². Tem
uma área total de 529,12 km². Recebeu o estatuto de cidade a 1 de maio de 1963.
Ela era uma cantora qualificada e tocadora de shamisen chamada Kikuya, e que
foi um sucesso, tornando as gueixas mulheres extremamente populares na década
de 1750 em Fukagawa. Como se tornou mais difundido ao longo dos anos de 1760 e
1770, muitas começaram a trabalhar apenas como artistas, em vez de prostitutas,
muitas vezes nos mesmos estabelecimentos que “gueixas do sexo masculino”. As
gueixas que trabalharam dentro dos bairros de prazer eram essencialmente presas
e proibidas de “vender sexo”, a fim de proteger o negócio das Oiran - para
isso, existiam cortesãs licenciadas “para atender as necessidades sexuais dos
homens”. Por volta de 1800, ser uma gueixa foi considerada uma ocupação
feminina. A evolução histórica e social do estilo de vida das gueixas era imitada
por mulheres elegantes por grande parte da sociedade japonesa.
A maquiagem da gueixa é sua grande
característica marcante. Mas esta é usada de acordo com seu grau de
experiência. É um processo demorado, e é aplicada antes de se vestir para
evitar sujar o quimono. Quando aprendiz, a gueixa usa a maquiagem de forma
regular e mantém todo o rosto branco. Ela realmente só usa a maquiagem quando
precisa dançar ou para demonstrar seu desempenho a algum cliente. Quem aplica
essa maquiagem na gueixa podem ser a sua “onee-san” (ou irmã mais velha) ou
pela “okaa-san” (ou gueixa-mãe), de sua casa de gueixas. Sua aplicação é feita
com muito cuidado, pois, ao cometer um erro, o aprendiz que está a maquiar
seria obrigado a limpar tudo e começar novamente. O tempo de duração dessa
maquiagem pode ser de até duas horas. É impossível ver uma maquiagem assim e
instantaneamente não associar a imagem à elas. As mulheres daquela deste tempo
e até nos dias atuais usavam pó de farinha de arroz ou um pó à base de chumbo
misturado com água. Vira uma pasta fina e com ela, aplicavam na pele como se
fosse uma base, aplicando de forma extraodinária pelo rosto todo, pescoço e colo.
Têm o hábito também de
arrancar todos os pelos das sobrancelhas e depois de aplicarem a pasta branca
no rosto, faziam sobrancelhas falsas no alto da testa. É hábito higiênico chamado
Ohaguro que consiste em escurecer os dentes com uma mistura de limalha
de ferro oxidado mergulhada em uma solução ácida. A aplicação desta mistura
deve ser repetida a cada dois dias, porque em caso contrário os dentes voltam a
ser branco. Nos estágios iniciais da história japonesa, existiam artistas do
sexo feminino chamado “saburuko” (“meninas que servem”), que eram em sua
maioria meninas vagando cujas famílias haviam sido deslocadas no processo
secular de imigração nas lutas no fim do século VII. Algumas “dessassaburukos”
vendiam serviços sexuais, enquanto “outras com uma melhor educação ganhavam a
vida entretendo uma alta classe da sociedade em encontros sociais”. Após a
corte imperial mudar a capital para Heian-kyō (Kyoto) em 794, no início do
período Heian, as condições sociais e políticas que formam a cultura japonesa
da gueixa começaram a surgir, e depois se tornaram o “lar uma elite política
obcecada pela beleza e mistério dessa cultura”. Na cultura, a mulher ideal era
uma mãe modesta e gerente da casa. Para o prazer sexual e apego romântico, os
homens procuravam por cortesãs. No Japão, a condição comportamental de gueixa é
simultaneamente cultural, simbólica e repleta de status, delicadeza e
tradição. Ao longo dos séculos, esse contexto social foi desenvolvido pelo
aperfeiçoamento da técnica dessas artes e pela estrutura rígida e polida
necessária para se tornar uma gueixa e permanecer como tal.
Neste sentido criaram-se os chamados “quarteirões do prazer” conhecidos como “yūkaku” construídos no século XVI, que depois se tornaram bairros fora dos quais a prostituição seria admitida como ilegal. Neles as “yujo” que significam “mulheres para brincar” seriam classificadas e licenciadas. As “yujo” como as categorias mais elevadas foram antecessoras da cultura das gueixas, chamadas “Oiran”, uma combinação de atriz e prostituta, originalmente se apresentando em etapas definidas. Elas realizavam danças eróticas, entre outros aspectos artísticos, e esta nova arte foi apelidada “kabuku”, que tem como representação “ser selvagem e ultrajante”. As danças eram chamadas de “Kabuki,” e esta arte deu início ao gênero maravilhoso teatro kabuki. Daí estes quartos de prazer rapidamente tornaram-se centros de entretenimento glamorosos, oferecendo muito mais do que sexo. As cortesãs talentosas destes distritos entretinham seus clientes, dançando, cantando e tocando música. Gradualmente, elas tornaram-se especializadas na nova profissão. Na virada do século XVIII as primeiras artistas encontradas nos “quartos de prazer”, chamadas de gueixa, eram homens, entretendo seus afetivos clientes que esperavam para ver as cortesãs mais populares e talentosas (“oiran”). O filme: “Memórias de uma gueixa” é baseado no romance homônimo escrito por Arthur Golden, best-seller nos anos 2000. O livro narra a história de Niita Sayuri, uma das mais populares gueixas do Japão nas décadas de 1930 e 1940. Trata-se da história de uma menina de 9 anos, Chiyo, filha de pescadores vendida pelos próprios pais à “Niita okiya” (casa de gueixas), tradicional em Tóquio em 1929. A princípio Chiyo é educada em igual com outra menina, “Kabocha” (“abóbora”), no filme chamado de “Pumpkin”, para ambas tornarem-se gueixas. Mas após uma tentativa frustrada de fuga da casa de gueixas, Chiyo é retirada da escola de gueixas e passa a trabalhar como empregada doméstica da okiya em troca de abrigo e comida.
Além de ser tratado de forma severa pela “okaasan” (mãe), modo pelo qual a gueixa mais velha administra a okiya, a menina Chiyo fica à mercê das intrigas de Hatsumomo, a gueixa mais experiente e popular da okiya. Bela, mas orgulhosa e amarga, Hatsumomo têm como rival sua antiga “oneesan” (irmã mais velha), Mameha. Considerada a mais refinada das gueixas do “hanamachi” (cidade de flores), comunidade das gueixas que possuem registro oficial para trabalhar, Mameha é uma “geiko” (mulher das artes) respeitada e independente por ter conseguido um danna (patrono), que lhe deu vida luxuosa e livre das dívidas e obrigações que possuem e que constitui motivo pelo qual Hatsumomo nutre enorme inveja do gozo de Mameha. Na literatura de Arthur Golden tudo começa quando Sayuri ainda era uma criança e se chamava Chiyo Sakamoto. Vivendo com os pais e a irmã Satsu, a menina vê sua mãe a beira da morte quando seu pai começa a vender as filhas. Enquanto Satsu é entregue para ser prostituta em Gion, a pequena Chiyo é levada para um okiya. É a partir de então que a narrativa se torna encantadora, pela riqueza de detalhes no cotidiano da existência e do processo de formação artística nesta particular sociedade. A história social da pequena Chiyo para se tornar uma gueixa é contada/narrada de uma maneira simples, repleta de beleza, mas demonstrando as contradições sociais em torno de um sistema de hierarquia e poder, secularizado, articulado em torno dos problemas enfrentados nos treinamentos, nas primeiras festas e com os primeiros suspiros masculinos.
Hokkaidō tem a terceira maior população das cinco principais
ilhas do Japão, com 5.111.691 pessoas em 2023. Tem a menor densidade
populacional do Japão, com apenas 61 habitantes por km². Hokkaidō ocupa a 21ª
posição em população entre as ilhas do mundo. As principais cidades incluem
Sapporo e Asahikawa na região central e o porto de Hakodate de frente para
Honshu no Sul. Sapporo é a maior cidade de Hokkaidō e a quinta maior do Japão.
Tinha uma população de 1.959.750 em 31 de julho de 2023 e uma densidade
populacional de 1.748/km². A única ligação
terrestre de Hokkaido com o resto do Japão é o Túnel Seikan. A maioria dos viajantes
chega à ilha por via aérea: o principal aeroporto é o Novo Aeroporto de
Chitose, em Chitose, ao Sul de Sapporo. Tóquio-Chitose está entre as 10 rotas
aéreas mais movimentadas do mundo e é atualmente a segunda rota mais
movimentada do mundo, operando mais de 40 voos de ida e volta em aeronaves widebody
em diversas companhias aéreas todos os dias. Uma dessas companhias aéreas, a Air
Do, recebeu o nome em homenagem a Hokkaidō que pode ser alcançado por balsa
de Sendai, Niigata e algumas outras cidades, com as balsas de Tóquio
lidando apenas com carga. O Hokkaidō Shinkansen
leva passageiros de Tóquio para perto de Hakodate em pouco mais de quatro horas. Há uma rede
ferroviária bastante bem desenvolvida, mas muitas cidades podem ser acessadas
apenas por estrada. As ferrovias de carvão foram construídas ao redor de
Sapporo e Horonai durante o final do século XIX, conforme aconselhado pelo
engenheiro norte-americano Joseph Crawford. Hokkaidō é o lar de uma das Estradas
da Melodia do Japão, que é feita de ranhuras cortadas no solo, que se
comunicam com o motorista quando passadas por cima causam uma vibração
tátil e um estrondo audível transmitido pelas rodas para a carroceria do
carro.
No final do período Meiji, em Hokkaidō, Japão, Saichi Sugimoto, um herói de guerra reconhecido como Sugimoto Imortal da Guerra Russo-Japonesa, embarca em uma nova vida em Hokkaidō. Ele descobre sobre ouro roubado que pertenceu ao povo Ainu, levado por um homem chamado Noppera-bo que massacrou todos para ficar com todo o ouro para si. Noppera-bo foi então capturado e jogado na prisão de Abashiri, mas já havia escondido o ouro em um local seguro em Hokkaidō. Yoshie Shiratori (1907-1979) foi um cidadão japonês nascido na província de Aomori. Shiratori é famoso por ter escapado da prisão quatro vezes. Há um memorial a Shiratori no Museu Prisional de Abashiri. Há inúmeras histórias descrevendo suas fugas, mas alguns detalhes podem ser muito exagerados e não verdadeiros. Yoshie Shiratori nasceu em 31 de julho de 1907, em Aomori, Japão. Seu pai faleceu quando ele tinha 2 anos de idade, e ele foi abandonado ainda jovem por sua mãe. Inicialmente, ele trabalhou em uma loja de tofu e mais tarde como pescador para obter e capturar caranguejos na Rússia. Depois de mudar de emprego várias vezes e encontrar pouco sucesso, ele se voltou para o jogo e o roubo para viver.
Shiratori foi preso na prisão de Aomori em
1936 por uma acusação de homicídio doloso, e depois de estudar a rotina
dos guardas por meses, ele escapou arrombando a fechadura de sua cela com o
arame de metal que estava enrolado no balde do banheiro fornecido para banho e
escapou por uma claraboia rachada. Antes de escapar, ele colocou tábuas do chão
em seu futon para enganar os guardas que passavam, fazendo-os pensar que ele
ainda estava dormindo. Ele tatuou a localização do ouro escondido em 24
prisioneiros diferentes, cada prisioneiro segurava uma parte do mapa,
necessária para descobrir o tesouro. Depois de algum tempo, Noppera-bo encenou
uma fuga da prisão e pediu aos que ele tatuou que encontrassem o ouro em troca
de receber metade dele. Ao verificar que a informação é verdadeira, Saichi
Sugimoto decide reunir toda a peça para que ele pudesse usar o dinheiro do ouro
para restaurar a visão de Umeko, cujo marido Toraji morreu na Guerra
Russo-Japonesa. Durante um ataque de urso, Sugimoto é resgatado por Asirpa, uma
garota Ainu em busca de vingança pelo assassinato de seu pai por Noppera-bo.
Unidos por objetivos diferentes com uma busca compartilhada por justiça,
Sugimoto e Asirpa unem forças. À medida que sua jornada se desenrola, mais
indivíduos, incluindo soldados da Sétima Divisão, Hijikata e outros,
juntam-se à busca pelo ouro elusivo. O filme termina com Hijikata revelando que
o valor do ouro não é 200 kan, mas 20.000 kan, o suficiente para construir uma
nova nação, acrescentando que Hokkaidō se tornará um campo de batalha para
todos aqueles em busca do ouro.
O ouro só se torna
medida dos valores porque é por ele que todas as mercadorias avaliam seu valor
de troca. Não é senão pura aparência do processo de circulação a impressão de
que o dinheiro faz as mercadorias comensuráveis, pois a medida entre ouro e mercadoria
é o tempo de trabalho, e o ouro só se torna medida dos valores pelo fato de que
as mercadorias se meçam com ele. Ao contrário, não é senão a comensurabilidade
das mercadorias como tempo de trabalho objetivado que permite ao ouro
transformar-se em dinheiro. Ao entrar para o processo de troca, as mercadorias
assumem a figura real de valores de uso. Somente través da sua alienação é que
se tornam equivalente geral. A determinação de seu preço é a sua transformação
ideal em equivalente geral, é equação com o ouro que ainda está por se
realizar. Mas como as mercadorias estão transformadas em ouro apenas
idealmente, ou apenas em ouro representado, seu ser dinheiro não está ainda
efetivamente separado de seu ser real, o ouro; por enquanto, está transformado
apenas em dinheiro ideal, em medida dos valores, e, de fato, determinadas
quantias de ouro funcionam por enquanto apenas como nomes para determinadas
quantias de tempo de trabalho. A determinidade formal em que o ouro se
cristaliza como dinheiro depende em cada caso do modo determinado em que as
mercadorias apresentam, umas às outras, seu próprio valor de troca. Nessa
diferença entre valor de troca e preço, observa-se o seguinte: o trabalho
individual particular contido na mercadoria precisa primeiro ser apresentado,
pelo processo de alienação, em seu contrário, em seu trabalho sem
individualidade, abstratamente geral e, somente dessa forma, em trabalho
social, ou seja, em dinheiro. O mal dinheiro põe-se de emboscada na invisível
capa da medida de valor. O ouro é a medida de valor como tempo de trabalho
objetivado. Padrão de preços ele o é como determinado peso de metal. Torna-se
medida de valor ao relacionar-se como valor de troca com as mercadorias (trabalho)
enquanto valores de troca; uma determinada quantia de ouro, como padrão de
preços, serve a outras quantias de ouro como unidade.
O ouro é a medida de
valor porque seu valor é variável, e é padrão de preços porque é fixado como
unidade de peso invariável. Aqui, como em todas as determinações de grandezas
nominalmente iguais, solidez e determinidade das relações de medidas são
decisivas. A necessidade de se fixar uma quantia de ouro como unidade de medida
e partes alíquotas como subdivisões dessa unidade produziu a representação de
que uma determinada quantia de ouro, que naturalmente tem um valor variável, se
colocasse numa relação de valor fixa com os valores de troca das mercadorias,
no que se perdeu de vista que os valores de troca das mercadorias estão
transformados em preços, em quantias de ouro antes mesmo que o ouro se
desenvolva como padrão dos preços. Assim como o valor do ouro varia, diferentes
quantias de ouro apresentam entre si permanente a mesma proporção de valor. O
preço de uma mercadoria ou a quantia de ouro, na qual se transforma idealmente,
se expressa agora, portanto, nos nomes monetários do padrão-ouro. A forma
própria com que essas mercadorias dão os seus valores de troca está
transformada em nomes monetários, pelo quais expressam mutuamente o que elas
valem. O dinheiro, por sua vez, torna-se moeda de cálculo. O dinheiro,
compreendido como moeda de cálculo, pode existir apenas idealmente (teoria),
enquanto o dinheiro que circula efetivamente (prática) é cunhado em um
outro padrão totalmente diferente. Em muitas colônias inglesas da América do
Norte, a moeda circulante, até boa parte do século XVIII, consistia em moedas
portuguesas e espanholas, enquanto, por toda parte, a moeda de cálculo era a
mesma da Inglaterra.
Guerra Russo-Japonesa a
8 de fevereiro de 1904 e término em 5 de setembro de 1905, foi travada entre o
Império Russo e o Império do Japão por ambições imperiais rivais na Manchúria e
no Império Coreano. As principais batalhas terrestres da guerra foram travadas
na Península de Liaodong e perto de Mukden, no sul da Manchúria, com batalhas
navais ocorrendo no Mar Amarelo e no Mar do Japão. A Rússia seguiu uma política
expansionista na Sibéria e no Extremo Oriente desde o reinado de Ivan, o
Terrível, no século XVI. No final da Primeira Guerra Sino-Japonesa, o Tratado
de Shimonoseki de 1895 cedeu a Península de Liaodong e Port Arthur ao Japão
antes da Tríplice Intervenção, na qual Rússia, Alemanha e França forçaram o
Japão a renunciar à sua reivindicação. O Japão temia que a Rússia impedisse
seus planos de estabelecer uma esfera de influência na Ásia continental,
especialmente porque a Rússia construiu a Ferrovia Transiberiana, começou a
fazer incursões na Coreia e adquiriu um arrendamento da Península de Liaodong e
Port Arthur da China em 1898. O Japão assinou a Aliança Anglo-Japonesa em 1902
e começou a oferecer o reconhecimento do domínio da Rússia na Manchúria em
troca do reconhecimento da Coreia como parte da esfera de influência do Japão.
No entanto, isso foi rejeitado pela Rússia. Após o fracasso das negociações, o
Japão abriu hostilidades em um ataque surpresa à Frota Russa do Pacífico em
Port Arthur em 9 de fevereiro [OS 27 de janeiro] de 1904. Ambos os lados
declararam guerra, e as tropas japonesas desembarcaram na Coreia, cruzaram o
Rio Yalu para a Manchúria em maio e desembarcaram mais forças na Península de
Liaodong. Em agosto, os japoneses sitiaram Port Arthur, que acabou caindo em
janeiro de 1905. Em março as tropas japonesas tomaram Mukden, a
capital da Manchúria, após pesados combates.
A Frota Russa do
Báltico, que navegou por mais de sete meses e 18 mil milhas náuticas (33 mil
km) do Mar Báltico, chegou à região em maio e foi interceptada e destruída pela
Frota Combinada Japonesa na Batalha de Tsushima. A guerra foi concluída
com o Tratado de Portsmouth (5 de setembro [OS 23 de agosto] de 1905), mediado
pelo presidente dos EUA Theodore Roosevelt. O tratado reconheceu os interesses
japoneses na Coreia e concedeu ao Japão o arrendamento da Península de Liaodong
pela Rússia, o controle da Ferrovia da Manchúria do Sul, construída pela
Rússia, e a metade sul da ilha de Sacalina (Karafuto). A vitória militar
completa de uma nação asiática e não ocidental sobre uma potência europeia e
ocidental surpreendeu os observadores internacionais e transformou o equilíbrio
global de poder, com o Império do Japão emergindo como uma grande potência e o
Império Russo declinando em prestígio entre as potências europeias. A incursão
da Rússia em baixas e perdas substanciais por uma causa que resultou em uma
derrota humilhante contribuiu para a agitação interna que culminou na Revolução
Russa de 1905, durante a qual a autocracia russa foi forçada a fazer
concessões. No entanto, a vitória do Japão efetivamente prejudicou a credibilidade
do domínio europeu na Ásia.
A polícia recapturou
Shiratori três dias depois, enquanto ele roubava suprimentos de um hospital.
Condenado à prisão perpétua por fuga e tentativa de roubo, ele foi transferido
para a prisão de Akita em 1941. Na prisão de Akita, Shiratori foi colocado em
uma cela especialmente projetada para artistas de fuga, com tetos altos, uma
pequena claraboia e paredes lisas de cobre. No entanto, Shiratori conseguiu
escalar as paredes e percebeu que a madeira que segurava as barras da janela
estava começando a apodrecer. Todas as noites, ele subia para soltar a
ventilação, até que finalmente conseguiu arrancar a madeira e abrir a
claraboia. Sabendo que os funcionários da prisão seriam capazes de ouvir seus
passos no telhado. Shiratori esperou até uma noite tempestuosa para escalar as
paredes e escapar em 14 de junho de 1942. Três meses depois, ele apareceu na
casa do guarda-chefe Kobayashi para pedir ajuda, pois ele era uma das únicas
pessoas que havia demonstrado gentileza e respeito a Shiratori durante sua
estadia na prisão de Akita. No entanto, Kobayashi chamou a polícia e Shiratori
foi preso e enviado de volta para a prisão. Réplica da fuga de Shiratori da
Prisão de Abashiri no Museu da Prisão de Abashiri. Durante o inverno de
1942/43, Shiratori foi transferido para a prisão de Abashiri, no Norte de
Hokkaidō, a prisão mais ao norte do país. Ele foi jogado em uma cela aberta
exposta ao frio extremo, permitindo que os guardas o espancassem sempre que ele
se levantasse.
A estátua da Liberdade (La Liberté éclairant le monde) tem como representação social uma escultura neoclássica colossal na Ilha da Liberdade, no porto de Nova York, na cidade de Nova York, Estados Unidos da América. A estátua revestida de cobre, um presente do “povo francês ao povo norte-americano”, foi projetada pelo escultor francês Frédéric Auguste Bartholdi (1834-1904) e sua estrutura de metal foi construída pelo engenheiro francês Gustave Eiffel (1832-1923). A estátua foi inaugurada em 28 de outubro de 1886. A estátua foi administrada pelo United States Lighthouse Board até 1901 e depois pelo Departamento de Guerra; desde 1933, é mantida pelo National Park Service como parte do Monumento Nacional da Estátua da Liberdade e é uma grande atração turística. Um número limitado de visitantes pode acessar a borda do pedestal e o interior da coroa da estátua; o acesso público à tocha está proibido desde 1916. É uma figura de mulher vestida de forma clássica, provavelmente inspirada na deusa romana da liberdade, Libertas. Em uma pose de contraposto, ela segura uma tocha acima da cabeça com a mão direita e na mão esquerda carrega uma tabula ansata ou tabella ansata com a inscrição JULY IV MDCCLXXVI, do dia 4 de julho de 1776, em algarismos romanos, a data da Declaração de Independência dos Estados Unidos. Com o pé esquerdo ela pisa em uma corrente e grilhão quebrados, comemorando a Abolição nacional da escravidão nos Estados Unidos após a Guerra Civil Americana entre 1861 e 1865. Após sua inauguração, a estátua como símbolo se tornou ícone da liberdade e do país, sendo vista posteriormente como “símbolo de boas-vindas aos imigrantes que chegavam pelo mar”.
A ideia da estátua foi
concebida em 1865, quando o historiador e abolicionista francês Édouard de
Laboulaye (1811-1863) propôs “um monumento para comemorar o próximo centenário
da independência” dos EUA (1876), a perseverança da democracia americana e a
libertação dos escravos da nação. A Guerra Franco-Prussiana atrasou o
progresso até 1875, quando Laboulaye propôs que o povo da França financiasse a
estátua e os Estados Unidos fornecessem o local e construíssem o pedestal.
Bartholdi concluiu a cabeça e o braço que segurava a tocha antes que a estátua
fosse totalmente projetada e essas peças foram exibidas para publicidade em
exposições internacionais. O braço portando a tocha foi exibido na Exposição
do Centenário na Filadélfia em 1876, e no Madison Square Park em Manhattan
de 1876 a 1882. Entretanto, a arrecadação de fundos foi difícil, especialmente
para os norte-americanos, e em 1885 a obra no pedestal foi ameaçada pela falta
de fundos. O editor Joseph Pulitzer (1847-1911), do New York World,
iniciou uma campanha de arrecadação de doações para concluir o projeto e atraiu
mais de 120 mil contribuintes, a maioria dos quais doou menos de um dólar, o
equivalente a 34 dólares em valores de 2023. A estátua foi construída na
França, enviada para o exterior e montada no pedestal no
que era chamado de Ilha de Bedloe. A conclusão da estátua foi marcada pelo desfile de fitas de papel de Nova York e uma cerimônia de dedicação
presidida pelo presidente Grover Cleveland (1937-1908).
Golden Kamuy tem como representação social um
filme japonês de 2024 dirigido por Shigeaki Kubo, reconhecido pelo seu trabalho
em Road to High & Low (2016), um filme de ação japonês. O seu
lançamento ocorreu em 16 de julho de 2016 pela Shochiku e estreou em segundo
lugar nas bilheterias japonesas em sua estreia, arrecadando 668,3 milhões de
ienes. Em seu segundo final de semana, o filme se classificou em quinto lugar,
atingindo um total bruto de mais de 1 bilhão de ienes. Seu enredo inicia-se
onde parou a segunda temporada do drama televisivo High & Low (2016) e, High
& Low: The Movie 3 - Final Mission (2017), um filme de ação japonês de
2017 dirigido por Shigeaki Kubo e Tsuyoshi Nakakuki. É o quarto filme da
franquia High & Low e, como o episódio final (o terceiro filme) como alvo
na guerra entre a organização yakuza Kuryu Group e as gangues SWORD, segue a
história de High & Low The Movie, High & Low The Red Rain e High & Low
The Movie 2/End of Sky. A luta que as gangues SWORD estão travando para
proteger sua cidade está chegando ao fim, e elas estão trabalhando juntas para
derrotar totalmente o maligno Kuryu Group. Mas, High & Low The Movie
3/Final Mission foi anunciado em 18 de março de 2017, juntamente com a High &
Low The Movie 2/End of Sky, enquanto também foi anunciado que o filme é lançado
em 11 de novembro de 201, após o lançamento de High & Low The Movie 2/End
of Sky em agosto.
Enquanto High & Low
The Movie já foi um filme com um grande número de personagens, High & Low
The Movie 2/End of Sky e High & Low The Movie 3/Final Mission adicionam
ainda mais personagens e elenco à série. O elenco do filme inclui não apenas um
grande número de membros da Tribo do Exílio, Takanori Iwata, Akira, Sho
Aoyagi, Keiji Kuroki, Takahiro, Hiroomi Tosaka e Naoto, por exemplo, mas também
atores como Kento Hayashi, Masataka Kubota e Yuki Yamada. Após o lançamento de
High & Low The Movie 3/Final Mission, a série High & Low apresentou
mais de cem personagens. O filme estreou em Tóquio em 31 de outubro de 2017.
Arrecadou 1,31 bilhão de ienes no Japão e Golden Kamuy (2024). Baseada
no mangá Golden Kamuy, a série Golden Kamuy: A Caça aos
Prisioneiros em Hokkaido continua a jornada de Saichi Sugimoto (Kento
Yamazaki), um veterano de guerra, e Asirpa (Anna Yamada), uma jovem Ainu que
foram submetidos a políticas de assimilação forçada durante o período Meiji
(1867-1912), que limitaram a prática da sua língua e modo de vida. O povo Ainu
enfrentou marginalização, discriminação e pobreza, resultando na perda de
terras e da sua cultura tradicional. Apelidado de “O Imortal” após a Guerra
Russo-Japonesa, o ex-soldado reconhecido como Saichi Sugimoto (Kento Yamazaki)
busca uma grande quantia de dinheiro durante a Febre do Ouro de Hokkaido,
para sustentar sua família.
A Guerra Russo-Japonesa
de 8 de fevereiro de 1904 a 5 de setembro de 1905, foi travada entre o Império
Russo e o Império do Japão por ambições imperiais rivais na Manchúria e no
Império Coreano. As principais batalhas terrestres da guerra foram travadas na
Península de Liaodong e perto de Mukden, no Sul da Manchúria, com batalhas
navais ocorrendo no Mar Amarelo e no Mar do Japão. Ele acidentalmente encontra
um mapa indicando um tesouro secreto. Com a ajuda de Asirpa (Anna Yamada), uma
jovem Ainu, eles embarcam em uma jornada em busca da fortuna perdida do povo da
garota, mas não são os únicos personagens com esse plano. Eles buscam um
tesouro perdido, “enquanto caçam fugitivos cujas tatuagens formam um mapa para
o ouro”. Porém, outros grupos perigosos também estão atrás da fortuna. Com ação
e aventura, a série explora a cultura Ainu e os desafios do pós-guerra no
Japão. Baseado na série de mangá de mesmo nome escrita e ilustrada por Satoru
Noda. O filme é estrelado por Kento Yamazaki, Anna Yamada, Yûma Yamoto e Gordon
Maeda, e narra a história social de Saichi Sugimoto, e sua busca para encontrar
uma enorme fortuna em ouro do povo Ainu, ajudado por uma jovem Ainu chamada
Asirpa. O filme recebeu uma série de sequências intitulada: Golden Kamuy:
The Hunt of Prisoners in Hokkaido. A região de Liaodong foi colonizada
desde os tempos pré-históricos por povos neolíticos, como a cultura Xinle.
Mais tarde, ficou sob o domínio do reino de Gojoseon, que abrangia o Norte da Península Coreana e a região a Sudeste do rio Liao. No final do século IV a.C., o crescente estado chinês de Yan conquistou esta região de Gojoseon, e estabeleceu a Comenda de Liaodong. Após a queda do estado Yan, a região foi tomada pela efêmera dinastia Qin e, em seguida, por sua proeminente sucessora, a dinastia Han. Após a fragmentação da dinastia Han na virada do século III, a região trocou de mãos entre vários estados senhoriais da guerra, como o clã Gongsun, a tribo nômade Wuhuan e, finalmente, Cao Wei, antes de eventualmente cair sob o domínio da reunificada dinastia Jin Ocidental. No entanto, após a queda do Jin Ocidental devido à Revolta dos Cinco Bárbaros e durante os subsequentes períodos caóticos dos Dezesseis Reinos, a região foi governada pelo antigo Yan, antigo Qin, Yan posterior e posteriormente Goguryeo, antes de ser reconquistada pela dinastia Tang. Em 698 d.C., a derrota de Wu Zhou na Batalha de Tianmenling permitiu que a recém-fundada Balhae governasse a região pelos dois séculos seguintes, antes de ser suplantada pela dinastia Khitan Liao, seguida pelas dinastias Jin, Yuan, Ming e Qing. Liaodong foi o principal destino dos refugiados de Shandong e Hebei da Fome do Norte da China de 1876-1879. Após a queda do reino coreano de Goguryeo para os exércitos Silla - Tang, Dae Jo-yeong, juntamente com seu pai, Dae Jung-sang, foram forçados a se mudar para a província de Yingzhou, em Tang (618-907). Na confusão causada pela revolta de Khitan contra os Zhou, em maio de 696, Dae Jung-sang, o líder Baishan Mohe, Geolsa Biu, buscaram a Independência de Zhou.
Apesar da política de
apaziguamento da Imperatriz Wu Zetian, eles fugiram para o Leste, para a antiga
terra de Goguryeo. Os Zhou enviaram o general Li Kaigu para persegui-los, e
posteriormente Geolsa Biu e Dae Jung-sang foram mortos. Dae Jo-yeong integrou o
povo Goguryeo sob os dois líderes e resistiu ao ataque dos Tang. Ele obteve uma
vitória sobre os Zhou na Batalha de Tianmenling, o que lhe permitiu
estabelecer seu próprio reino. Dae Jo Yeong proclamou-se Rei de Jin em 699 e
estabeleceu sua capital na Montanha Dongmo, ao Sul da atual província de Jilin.
Uma proibição anterior da Dinastia Qing à imigração para o Nordeste da China
foi oficialmente relaxada, marcando o início do Chuang Guandong. Em 1876,
autoridades chinesas informaram ao comissário da Alfândega em Yingkou que 600
mil pessoas haviam desembarcado na Península de Liaodong. Os esforços do
governo para manter as áreas centrais da Manchúria livres de assentamentos
chineses resultaram em uma concentração de refugiados em Liaodong.
A península foi uma
importante área de conflito durante a Primeira Guerra Sino-Japonesa
(1894-1895). A derrota precipitou o declínio da dinastia Qing, que foi
explorada por potências coloniais que extraíram inúmeras concessões. A
península foi cedida ao Japão, juntamente com Taiwan e Penghu, pelo Tratado
de Shimonoseki de 17 de abril de 1895. No entanto, a cessão da península de
Liaodong foi rescindida após a Tríplice Intervenção ocorrida em 23 de
abril de 1895 pela Rússia, França e Alemanha. Após essa intervenção, o governo
russo pressionou a dinastia Qing a arrendar Liaodong e o estrategicamente
importante Lüshunkou (Porto Arthur) para uso pela Marinha Russa. Tal como na
Primeira Guerra Sino-Japonesa, a península de Liaodong foi palco de grandes
combates na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), incluindo o sangrento Cerco de
Port Arthur (1904-1905). Como consequência do Tratado de Portsmouth
(1905), que pôs fim à Guerra Russo-Japonesa, ambos concordaram em evacuar a
Manchúria e devolvê-la à China, com exceção do território arrendado da
Península de Liaodong, que foi transferido para o Japão, que o iria administrar
como Território Arrendado de Kwantung. uma região geográfica histórica do
nordeste da Ásia, que inclui a região nordeste da China e, historicamente,
partes do Extremo Oriente Russo (Manchúria Exterior). É a terra natal do povo
manchu, que governou a China durante a dinastia Qing. O termo "Manchúria"
é controverso e evitado pela China, que prefere Região Nordeste (Dōngběi),
devido à sua associação com o imperialismo japonês, que o usou para promover a
ideia de um estado separado, culminando na criação do estado fantoche de
Manchukuo.
A região era a pátria do povo manchu, que governou a China. Divisão em Manchúria Interior e Exterior: A Manchúria é dividida em: Manchúria Interior: Corresponde à atual região Nordeste da China, que engloba as províncias de Heilongjiang, Jilin e Liaoning. Manchúria Exterior: Compreende partes das atuais regiões russas do Extremo Oriente, como o Krai de Primorie e o Krai de Khabarovsk, cedidas à Rússia pelos tratados de Aigun e Pequim em 1858 e 1860, respetivamente. O Império Japonês promoveu o uso do termo “Manchúria” para sugerir que a região era distinta do resto da China, levando à criação do estado fantoche de Manchukuo após a invasão em 1931. Na China, o termo “Manchúria” é considerado controverso e está em desuso, sendo preferível o termo oficial “Região Nordeste” (Dōngběi). Em 1931, o Japão invadiu a Manchúria, estabelecendo o estado fantoche de Manchukuo, que durou até ao fim da Segunda Guerra Mundial. Após a derrota do Japão, last but not least, a União Soviética ocupou a Manchúria, retirando-se gradualmente em 1946. Após a revolução comunista, a Manchúria foi um local chave para a reconstrução e industrialização da China. O nome Manchúria é um exônimo de origem japonesa derivado do endônimo “Manchu”. A história social do termo “Manchúria” (Manzhou) como topônimo na China é controversa: alguns estudiosos acreditam que nunca foi usado na China, enquanto outros para seu uso no final do século XIX.
Durante a dinastia Qing, a área era conhecida por nomes como
Guandong (Leste do Passo) ou pelas Três Províncias, referindo-se a Fengtian,
Heilongjiang e Jilin. O termo Manchúria foi historicamente utilizado pelos
japoneses no século XVIII ou XIX antes de se disseminar na Europa. Ele foi
promovido pelo Império Japonês, o estado-nação japonês que existiu de 1868 a
1947, para justificar a existência de seu estado fantoche, Manchukuo. Embora o
termo ainda seja usado, alguns estudiosos o tratam com cautela ou evitam seu
uso devido à sua associação com o colonialismo japonês. Na China, o termo é
rejeitado devido a sua conexão com o imperialismo japonês e conotações étnicas,
refere-se ao Império do Japão, o estado-nação japonês que existiu de 1868 a
1947. Por isso, as áreas anteriormente consideradas partes da Manchúria são
simplesmente chamadas de Nordeste. Os termos Três Províncias e Nordeste também
foram utilizados pelos japoneses, paralelamente à utilidade de uso de
Manchúria, até o Incidente de Mukden em 1931. A região é lar de diversos grupos
étnicos, incluindo os manchus, mongóis, coreanos, nanai, nivkhs e ulchs. Muitos
dos antigos reinos coreanos foram estabelecidos nessa área geográfica, que
também é o lar ancestral dos jurchens, falantes de línguas tungúsicas e
antepassados dos manchus. Depois que o Japão perdeu a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
e a República Popular da China foi estabelecida em 1949, Liaodong ficou sob o
domínio chinês unificado, onde permanece.
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NHK e a Construção de uma Cartilha Indisciplinar de Problemas, Questões e Perspectivas.
Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica.
São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2024;
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