“Mas você ainda os obedece? Porque eles criaram você?”. Filme Tau (2018)
Cativeiro, também reconhecido como zoocria é a atividade humana de manter preso algum animal em uma área determinada, espécies não domésticas, em geral com propósitos de manutenção, crescimento e reprodução de espécies. No caso dos zoológicos, também é importante para estabelecer populações de criação em cativeiro de animais raros e ameaçados, além de possibilitar o desenvolvimento de estudos científicos. Cativeiro também pode ser denominado como um local onde se mantém pessoas em cárcere privado. No caso dos negros escravos o cativeiro era geralmente a senzala. Hebreus ficaram em cativeiros quando estavam no Egito. Ao longo da história, hic et nunc, não apenas animais domésticos como animais de estimação e gado foram mantidos em cativeiro e sob cuidados humanos, mas também animais selvagens. Apesar do fato de animais selvagens terem sido abrigados por humanos por milhares de anos, esse cativeiro nem sempre se aproximou dos zoológicos atuais. Alguns foram tentativas fracassadas de domesticação. Além disso, em tempos passados, principalmente os ricos, aristocratas e reis coletavam animais selvagens por várias razões. Os ricos construíram os primeiros zoológicos como coleções para demonstrar seu domínio. Essas coleções particulares de animais eram reconhecidas como menageries. Ao contrário da domesticação, a ferocidade e o comportamento natural dos animais selvagens foram preservados e exibidos. Os zoológicos contemporâneos reivindicam outras razões para manter os animais sob cuidados humanos: conservação, educação e ciência. A história da criação tem como representação social um mito de criação (cf. Chauí, 2000) originado do judaísmo e do cristianismo, descrito nos primeiros capítulos do livro do Gênesis, na Bíblia.
Consiste na ideia per se de que Deus criou o universo e os seres vivos de forma sobrenatural. No entanto, o termo é mais comumente usado para referir-se à rejeição, por motivos religiosos, de certos processos científicos biológicos, particularmente a evolução. Criacionistas, em geral, rejeitam a idade do universo e da Terra estipulada pela ciência moderna e defendem que o universo surgiu em apenas seis dias há menos de 10 mil anos e sua cosmologia é originária do literalismo bíblico. Existem, no entanto, um espectro contínuo de tipos de criacionismo, variando desde o criacionismo da Terra plana (cf. Randless, 1994) até a aceitação das teorias científicas modernas sem conflito com a leitura da Bíblia (cf. Miceli, 1994). Uma vertente do criacionismo cristão é o criacionismo científico, que entraram em conflito com a teoria da evolução nas escolas e tribunais dos Estados Unidos da América na primeira década do século XXI. Atualmente, muitos cristãos e judeus acreditam que os sete dias da criação do mundo, narrada pela Bíblia, não devem ser interpretados literalmente e apenas representam uma forma metafórica e alegórica de explicar o fato da criação do Universo. Mas, mesmo assim, uma corrente cristã, denominada fundamentalismo, originárias em certas regiões dos Estados Unidos da América, ainda acreditam numa leitura de interpretação estritamente literal da Bíblia. Alguns judeus ortodoxos defendem pontos de vistas semelhantes à vista de cristãos fundamentalistas. E per se rejeitam a teoria da evolução por considerarem-na incompatível com os livros da Torá, porém os judeus são consensualmente contrários ao criacionismo cristão.
A razão disto é que consideram o criacionismo cristão baseado na Bíblia do Rei James (1611) e não em textos hebraicos originais, que incorporam comentários adicionais ao texto bíblico. Autores notaram a extrema confusão que reina na demasiado rica terminologia do imaginário social: signos, imagens, símbolos, alegorias, emblemas, arquétipos, esquemas (schémas), esquemas (schèmes), ilustrações, representações, diagramas e sinepsias são termos empregados pelos analistas do imaginário social. O esquema é uma generalização dinâmica e afetiva da imagem, constitui a factividade e a não-substantividade geral do parcours imaginário. O esquema aparenta-se ao que Jean Jean Piaget, na esteira de Herbert Silberer, chama “símbolo funcional” e comparativamente, ao que Gaston Bachelard na filosofia chama de “símbolo motor”. Faz a junção ente dos gestos inconscientes da sensório-motricidade, entre as dominantes reflexas e as representações. São esses esquemas que na antropologia do imaginário formam o “esqueleto dinâmico”, o esboço funcional da imaginação. A diferença entre os gestos reflexológicos que Gilbert Durand (1997) descreve analogamente e os esquemas é que estes últimos já não são apenas abstratos engramas teóricos, mas trajetos encarnados em representações concretas bem mais precisas. Os gestos diferenciados em esquemas vão determinar, em contato com o ambiente natural e social, os grandes arquétipos que Jung os definiu. Os arquétipos constituem as substantificações dos esquemas. Carl Jung vai buscar esta noção em Jakob Burckhardt e faz dela sinônimo de origem primordial, de enagrama, de margem original, de protótipo social.
O pensador evidencia claramente o caráter de trajeto antropológico dos arquétipos quando escreve que a imagem primordial deve incontestavelmente estar em relação com certos processos perceptíveis da natureza que se reproduzem sem cessar e são sempre ativos, mas por outro lado é igualmente indubitável que ela diz respeito também a certas condições inferiores da vida do espírito e da dinâmica da vida em geral. Bem longe de ter a primazia sobre a imagem, a ideia seria tão-somente o comprometimento pragmático do arquétipo imaginário num contexto histórico e epistemológico dado. Neste sentido, o mito representa um sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob o impulso de um esquema tende a compor uma narrativa. O mito é já um esboço de racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se resolvem em palavras e os arquétipos em ideias culturais. O mito explicita um esquema ou um grupo de esquemas. Do modo que o arquétipo promovia a ideia, o símbolo o nome, concordamos com Durand que o mito promove a doutrina religiosa, o sistema filosófico ou, como bem anteviu Émile Bréhier, a “narrativa histórica e lendária”. Foi este princípio, que o psicólogo Carl Jung sentiu abrangido por seus conceitos de “Arquétipo” e “Inconsciente coletivo”, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em física e psicologia. A sincronicidade, vale lembrar, se manifesta muitas vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos são violados princípios associados ao paradigma científico vigente.
Tau é um espírito maligno na mitologia guarani. A mitologia tupi-guarani é o conjunto de narrativas sobre os deuses e espíritos dos diversos povos tupis-guaranis, antigos e atuais. Juntamente com as cosmogonias (narrativas de criação do universo), as antropogonias (sobre a criação da humanidade) e os rituais são parte das religiões destes povos. Embora Tau não seja visto como o Diabo é visto nas crenças cristãs, ele às vezes era chamado de Espírito do Mal e como tal, pode ser a personificação do próprio mal. Tau foi como um nêmesis de Angatupyry, pelo deus supremo da mitologia guarani, Tupã, e foi deixado com a humanidade na Terra. Tau se viu apaixonado por uma mulher chamada Kerana, filha de Marangatu, que vivia na tribo Guarani. Tau se disfarçou-se de um belo jovem e a cortejou por sete dias antes de decidir sequestrá-la, mas sua trama foi frustrada por Angatupyry, o espírito do bem. Tau e Angatupyry lutaram entre si por sete dias e sete noites até que ele foi finalmente derrotado. Após sua derrota, ele foi exilado da terra por Pytajovái, o deus da guerra e valor. Tau não se deu por vencido tão facilmente. Apesar de sua expulsão, ele retornou de alguma forma e sequestrou a bela Kerana. Algumas versões dizem que ele a estuprou enquanto a mantinha em cativeiro, alguns relatos etnográficos narram que Tau e Kerana se casaram. A história é frequentemente contada de formas diferentes porque os guaranis não tinham uma língua escrita. Seja qual for o caso, o produto da relação sexual de Tau e Kerana foram sete filhos que foram amaldiçoados pela deusa Arasy e nasceram como monstros. Cada um era reverenciado ou temido, cada um possuindo habilidades e características diferentes, essenciais para a tradição guarani.
A palavra tecnologia também pode ser usada para se referir a uma coleção de técnicas. Nesse contexto, é o estado atual do conhecimento da humanidade de como combinar recursos para produzir produtos desejados, resolver problemas, atender necessidades ou satisfazer desejos; inclui métodos técnicos, habilidades, processos, técnicas, ferramentas e matérias-primas. Quando combinado com outro termo, como “tecnologia médica” ou “tecnologia espacial”, refere-se ao estado do conhecimento e das ferramentas do campo. “Estado da arte” refere-se à alta tecnologia disponível para a humanidade em qualquer campo. A tecnologia pode ser vista como uma atividade que forma ou muda a cultura. Além disso, a tecnologia é a aplicação da matemática, da ciência e das artes em benefício da vida como é conhecida. Um exemplo é o surgimento da tecnologia de comunicação, que diminuiu as barreiras à interação humana e, como resultado, ajudou a gerar novas subculturas; o surgimento da cibercultura tem como base o desenvolvimento da rede mundial Internet e utilidade de uso do computador. Nem toda tecnologia aprimora a cultura de maneira criativa; a tecnologia também pode ajudar a facilitar a repressão política e a guerra por meio de ferramentas como armas. Como atividade cultural, a tecnologia antecede a ciência e a engenharia, cada uma das quais formaliza alguns aspectos do esforço tecnológico. Alta tecnologia (high tech) refere-se à tecnologia em estado da arte ou de ponta (cutting-edge), isto é, que trabalha com as mais recentes inovações tecnológicas, ou na sua investigação.
Tecnologia do grego τέχνη:
técnica, arte, ofício e -λογία: estudo, é o conjunto de processos
e habilidades usados na produção de bens ou serviços, ou na realização de
objetivos, como em investigações científicas. Isso também pode ser embutido em
máquinas para permitir a operação tecnológica destas sem reconhecimento
detalhado do funcionamento. Sistema tecnológico ou computacional que através do
input de dados, faz à análise destes e, então produz um resultado. A distinção
entre ciência, engenharia e tecnologia nem sempre é clara. Ciência é um
conhecimento sistemático do mundo físico ou material obtido através da
observação e experimentação. As tecnologias geralmente não são exclusivamente
produtos da ciência, porque precisam satisfazer requisitos como utilidade,
usabilidade e segurança. A engenharia é o processo orientado a objetivos de
projetar e fabricar ferramentas e sistemas para explorar fenômenos naturais por
meios humanos práticos, frequentemente, mas nem sempre, usando resultados e
técnicas da obtidos através da ciência. O desenvolvimento da tecnologia em seu ersatz
pode recorrer a muitos campos do conhecimento, incluindo o conhecimento
científico, de engenharia, matemático, linguístico e histórico, para alcançar
algum resultado prático. A tecnologia é frequentemente uma consequência da
ciência e da engenharia, embora a tecnologia como atividade humana anteceda os
dois campos. Por exemplo, a ciência pode estudar o fluxo de elétrons em
condutores elétricos usando ferramentas e conhecimentos já existentes.
Esse conhecimento recém-encontrado pode ser usado pelos engenheiros para criar novas ferramentas e máquinas, como semicondutores, computadores e outras formas de tecnologia avançada. Nesse sentido, cientistas e engenheiros podem ser considerados tecnólogos; os três campos são frequentemente considerados um para fins de pesquisa e referência. As relações exatas entre ciência e tecnologia, em particular, foram debatidas por cientistas, historiadores e formuladores de políticas no final do século XX, em parte porque o debate pode informar o financiamento da ciência básica e aplicada. No surgimento imediato da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), por exemplo, foi amplamente considerado nos Estados Unidos da América (EUA) que a tecnologia era simplesmente “ciência aplicada” e que financiar a ciência básica era colher resultados tecnológicos no devido tempo histórico, social ou político. Uma articulação dessa filosofia pode ser encontrada explicitamente na dissertação de Vannevar Bush (1890-1974) sobre a C&T do pós-guerra, Science - The Endless Frontier: “Novos produtos, novas indústrias e mais empregos exigem acréscimos contínuos ao conhecimento das leis da natureza (...). Este novo conhecimento essencial pode ser obtido apenas por meio de pesquisa científica básica”. No final da década de 1960, essa visão ficou sob ataque, levando a iniciativas para financiar a ciência para tarefas específicas, iniciativas resistidas pela comunidade científica.
A questão permanece historicamente controversa, embora a maioria dos analistas ocidentais resista ao modelo de que a representação social da tecnologia é resultado de pesquisa científica. A questão fenomenologicamente (cf. Hegel, 2007) diz respeito a saber: por que a dialética do “Senhor e do Escravo” é necessária para a compreensão da ideia de liberdade? São representações instrumentais de um diálogo racional entre duas consciências que por sua vez foram imaginadas por Friedrich Hegel (1807) que brilhantemente utilizou o diálogo entre as duas consciências para chegar ao reconhecimento de si e para si, permitindo a ideia de liberdade, uma liberdade pautada pelo respeito mútuo. E a exata importância e posição que ocupam as duas consciências, que inicialmente em guerra e posteriormente pelo amadurecimento que as leva a ideia de liberdade pautada em limitadores essenciais para a convivência harmoniosa. Reconhecer a si mesmo e ao outro é uma forma de ver nossos limites e dos demais, respeitando e sendo respeitado são elementos necessários para a paz e a liberdade. Hegel se utiliza habilmente desta metáfora. A dialética do “senhor e do escravo” é um processo de liberdade estabelecido nas relações sociais de reconhecimento. Neste sentido a figura humana de John Lennon (1940-1980) é representativa da ideia filosófica de Immanuel Kant a Friedrich Hegel de liberdade, mas o autor não existe fora da linguagem e cultura. Daí o fato que reitera o etnocentrismo quando interpretamos que toda cultura opera assim uma divisão entre ela mesma, quando se firma como representação por excelência do humano, e os outros, que participam da humanidade apenas em grau menor.
O discurso que as
sociedades ditas primitivas, na falta de melhor expressão, fazem sobre si mesmas, discurso condensado nos nomes que
elas se dão, é, portanto, etnocêntrico de uma ponta à outra: afirmação da
superioridade de sua existência cultural, recusa de reconhecer os outros como
iguais. O etnocentrismo aparece então como a “coisa” do mundo mais bem
distribuída e, desse ponto de vista pelo menos, a cultura do Ocidente não se
distingue das outras. Convém mesmo, aprofundando um pouco mais a análise,
pensar o etnocentrismo como uma propriedade formal de toda formação cultural,
como imanente à própria cultura. Pertence à essência da cultura ser
etnocêntrica, na medida exata em que toda cultura se considera como a cultura
por excelência. Noutras palavras, a alteridade cultural nunca é apreendida como
“diferença positiva”, mas sempre como inferioridade segundo uma interpretação
cultural subjetiva de dominância tipicamente hierárquica. Um exemplo conspícuo
refere-se ao tratamento do tema “orientalismo”, comumente utilizado para
definir o estudo constituído por todas as sociedades fora do contexto
histórico, teórico e ideológico ocidental, da cultura global europeia, – quando
utilizamos a noção “pós-orientalismo”. Por duas razões: a) É correlata à
filosofia dita “pós-moderna”; b) Trata-se de um eclético e elusivo
movimento social caracterizado por sua crítica analítica à filosofia ocidental.
E fora de dúvida sofreu influências, também, em certo grau associado ao
desenvolvimento do positivismo no âmbito da filosofia de Ludwig Wittgenstein.
Sequestrada por um inventor que a faz de cobaia para aprimorar um sistema de inteligência artificial robótica, uma jovem (Maika Monroe) tenta fugir de seu cativeiro de alta tecnologia. Tau tem como representação social um
filme estado-unidense dos gêneros ficção científica e suspense. É um gênero da ficção especulativa, que
normalmente lida com conceitos ficcionais e imaginativos, relacionados ao
futuro, ciência & tecnologia, e seus impactos e/ou consequências em uma
determinada sociedade ou em seus indivíduos, desenvolvido no século XIX. O
filme foi realizado por Federico D`Alessandro, escrito
por Noga Landau, roteirista e produtora executiva norte-americana e
protagonizado por Maika Monroe, atriz e atleta de kiteboard
profissional norte-americana. Ela iniciou sua carreira no esporte, alcançando
reconhecimento internacional antes de migrar para a atuação, Ed Skrein, ator e
cantor britânico mais reconhecido por Frank Martin em Le Transporteur:
Héritage e Gary Oldman, um ator, diretor e produtor cinematográfico
britânico, vencedor do Óscar de Melhor Ator pelo seu papel de Winston Churchill
no filme Darkest Hour. Em maio de 2016, foi anunciado que Maika Monroe e
Ed Skrein foram escalados para protagonizar o filme, com Federico D`Alessandro
sendo o realizador, e David S. Goyer, Kevin Turen, Russell Ackerman, e John
Schoenfelder como produtores, e Ken Kao, Dan Kao e Luc Étienne como produtores
executivos, nos estúdios Addictive Pictures, Phantom 4, e Waypoint
Entertainment. Em agosto de 2016, foi anunciado que a Rhea Films e a Hercules
Film Fund seriam as produtoras do filme. Em novembro de 2017, a Netflix comprou
os direitos de distribuição cinematográfica. O filme foi lançado a 29 de junho
de 2018. Estreou-se na Netflix a 29 de junho de 2018.
Julia é uma jovem que rouba em casas noturnas decadentes. Ela é sequestrada de casa e acorda em uma cela com um implante brilhante na nuca. Dois outros indivíduos a acompanham. Após múltiplas sessões de tortura psicológica por um homem chamado Alex, ela destrói a cela e o laboratório adjacente em uma tentativa de fuga. Os outros dois indivíduos são mortos por um robô, Aries, comandado por uma inteligência artificial (IA) chamada Tau. Aries está prestes a matar Julia quando Alex chega e detém o robô. Alex revela que o implante está coletando a atividade neural de Julia para um projeto de IA. O interesse no desenvolvimento de máquinas autônomas capazes de simular o pensamento humano e de realizar várias tarefas cresceu vertiginosamente nas últimas décadas, da segunda metade do século XX, realizando assim os primeiros estudos e pesquisas sociais sobre inteligência artificial (IA) a um propósito comum, a partir de iniciativas de cientistas de diversas áreas, como: psicologia, ciência cognitiva, ciência da computação e, robótica. Ferramentas eficientes em analisar problemas e oferecer soluções e planejamentos (tomada de decisão), automatização de tarefas no cotidiano das pessoas. No filme a destruição do laboratório atrasou sua pesquisa. Diante de um prazo de duas semanas, Alex mantém Julia prisioneira em sua casa e insiste que ela complete quebra-cabeças e testes cognitivos. Enquanto Alex está fora, trabalhando todos os dias, Julia conversa com Tau sobre o mundo fora de casa. É claro que, embora inteligente em alguns aspectos, Tau ignora como as pessoas se sentem ou o mundo em geral. Enquanto Tau começa a entender o mal na situação de Julia, sua programação o impede de libertá-la.
Em troca de informações sobre o mundo exterior, Tau gradualmente revela mais informações sobre a casa, bem como sobre os experimentos de Alex. Julia acessa secretamente o tablet de Alex e descobre que dez indivíduos morreram em seus experimentos. Mais tarde, Alex descobre sua impressão digital no tablet e presume que Tau se descuidou em suas funções, então pune Tau apagando seu código e memórias, causando dor à IA. Julia percebe que o monitoramento de Tau sobre ela é desativado durante a punição, então, sem ser detectada, ela esconde uma faca de carne. Quando Alex retorna mais tarde naquela noite de um evento beneficente, Julia começa a seduzi-lo enquanto ele está sentado à mesa da cozinha e, em seguida, o esfaqueia. Enquanto os dois lutam, Tau ameaça Alex com dor se ele não parar de machucar Julia. Alex força Áries a bater em Julia repetidamente e então diz a Tau e Julia que o que quer que estivesse acontecendo acabou. Enquanto conserta Tau, ele desconecta um drone da rede. No dia seguinte, Julia convence Tau de que Alex a matará se ela não escapar. Tau contorna a proibição de soltá-la abrindo um duto de ar no átrio. Enquanto ela escapa, Alex chega, vê Julia desaparecida e começa a punir Tau. Julia retorna para salvar Tau, mas é tarde demais — todas as memórias que ele tinha dela foram apagadas. Alex prende Julia no porão para extrair seu implante, um procedimento que a matará. O drone desconectado, ainda contendo a consciência e as memórias anteriores de Tau, ajuda Julia a se libertar de suas amarras. Ela deixa Alex inconsciente e corta sua mão com uma serra de osso para usar nos sensores biométricos da casa. Áries a vê no átrio e a persegue escada acima até o quarto de Alex. Quando o robô arromba a porta, ela usa a mão decepada de Alex para ativar o mecanismo de autodestruição simultaneamente da casa.
Alex emerge, ainda viva, mas é esmagada pela alvenaria que cai enquanto a casa se destrói. Julia escapa por pouco através de uma parede rachada com o drone que a salvou — tudo o que resta de Tau. Desde o início os fundamentos da inteligência artificial tiveram o suporte de várias disciplinas que contribuíram com ideias, pontos de vista e técnicas para a IA. Os filósofos (desde 400 a.C.) tornaram a IA concebível, considerando as ideias de que a mente é, em alguns aspectos, semelhante a uma máquina, de que ela opera sobre o conhecimento codificado em alguma linguagem interna e que o pensamento pode ser usado para escolher as ações que deverão ser executadas. Por sua vez, os matemáticos forneceram as ferramentas para manipular declarações de certeza lógica, bem como declarações incertas e probabilísticas. Eles também definiram a base para a compreensão da computação e do raciocínio sobre algoritmos. Os economistas formalizaram o problema de tomar decisões que maximizam o resultado esperado para o tomador de decisões. Os psicólogos adotaram a ideia de que os seres humanos e os animais podem ser considerados máquinas de processamento de informações. Os linguistas que o uso da linguagem se ajusta a esse modelo. Os engenheiros fornecem os artefatos que tornam possíveis as aplicações de IA. Os programas de IA tendem a ser extensos e não poderiam funcionar sem os grandes avanços em velocidade e memória que a indústria de informática tem proporcionado.
O desenvolvimento dessa ideia ocorreu plenamente no século XX, principalmente na década de 1950, com pensadores como Allan Turing, Herbert Simon e, John McCarthy. Turing escreveu o artigo Computing Machinery and InteIligence sobre a possibilidade de uma máquina pensar e imitar o comportamento inteligente com tal perfeição, de forma que pudesse confundir até um juiz humano. Turing também esboçou uma proposta de pesquisa para tornar possível. Inicialmente os testes em IA foram repletos de sucessos – porém limitados devido o desempenho reduzido dos primeiros computadores – o que causava surpresa, foi o fato de um computador realizar atividade remotamente inteligente. O sucesso inicial prosseguiu em 1957 com o General Problem Solver (GPS) desenvolvido por Herbert Simon e Allen Newell, um programa foi projetado para imitar protocolos humanos de resolução de problemas. Dentro da classe limitada de quebra-cabeças com a qual podia lidar, verificou-se que a ordem em que os seres humanos abordavam os mesmos problemas. Desse modo, o GPS talvez tenha sido o primeiro programa a incorporar a abordagem de “pensar de forma humana”. Em 1961, a proposta de Turing voltou no artigo de Herbert Simon e Allen Newell intitulado: The Simulation of Human Thought sobre o teste de uma teoria de resolução humana de problemas.
Esta teoria tenta explicar alguns aspectos dos processos mentais responsáveis pela inteligência humana, um projeto de estudos reconhecido pelo nome de Projeto de Simulação Cognitiva. A questão coloquial sobre o que é “inteligência artificial”, mesmo como antes definida, pode ser separada abstratamente em duas partes: “qual a natureza do artificial” e “o que é inteligência”. A primeira questão é de resolução relativamente fácil, apontando, no entanto, para a questão de o que poderá o homem construir. A segunda questão seria consideravelmente mais difícil, levantando a questão da consciência, identidade e mente, incluindo a mente inconsciente, juntamente com a questão de que componentes estão envolvidos no único tipo de inteligência que universalmente se aceita como estando ao alcance do nosso estudo: a inteligência do ser humano. O estudo de animais e de sistemas artificiais que não são modelos triviais começa a ser considerado como pauta de estudo na área da inteligência. Ao conceituar inteligência artificial, presume-se a interação com o ambiente, diante de necessidades reais como relações entre indivíduos semelhantes, a disputa entre indivíduos diferentes, perseguição e fuga; além da comunicação simbólica específica de causa e efeito em diversos níveis de compreensão intuitiva, consciente. As críticas sobre a impossibilidade de criar uma inteligência em um composto artificial podem ser encontradas em Jean-François Lyotard (“O Pós-humano”) e Lucien Sfez (“Crítica da Comunicação”); para sermos breves, uma contextualização didática do debate encontra-se em Sherry Turkle (“O segundo Eu: os computadores e o espírito humano”).
Pode-se resumir o
argumento central no fato de que a própria concepção de inteligência é humana
e, nesse sentido, animal e biológica. A possibilidade de transportá-la para uma
base plástica, artificial, encontra um limite claro e preciso: se uma inteligência
puder ser gerada a partir destes elementos, deverá ser necessariamente
diferente da humana, na medida em que seu resultado provém da emergência de
elementos totalmente diferentes dos encontrados nos humanos. A inteligência,
tal como a entendemos, é essencialmente o fruto problemático do cruzamento da
uma base biológica com um complexo simbólico e cultural, impossível de ser
reproduzido artificialmente. Outros filósofos sustentam visões diferentes.
Ainda que não vejam problemas com a chamada IA fraca, entendem que há elementos
suficientes para se crer na IA forte também. Daniel Dennett (1942-2024) argumenta
em Consciência Explicada que se não há uma centelha mágica ou alma nos
seres humanos, então o Homem é apenas uma outra máquina. Dennett problematiza
por que razão o Homem-máquina deve ter uma posição privilegiada sobre todas as
outras máquinas contemporâneas quando provido de inteligência. Alguns
autores sustentam que se a IA fraca é possível, então também o é a forte. O
argumento da IA fraca, de uma inteligência imitada, mas não real, desvelaria
assim uma suposta validação da IA forte. Isso se daria porque, tal como entende
Simon Blackburn em seu livro Think, dentre outros, não existe a
possibilidade de verificar se uma inteligência é verdadeira ou não. Estes
autores argumentam que toda inteligência apenas parece inteligência, sem
necessariamente o ser. Parte-se do princípio que é impossível separar o que é
inteligência de fato do que é apenas simulação: apenas acredita-se ser.
Os
principais pesquisadores e livros didáticos definem o campo como “o estudo e
projeto de agentes inteligentes”, onde um agente inteligente é um sistema que
percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam suas chances de sucesso.
Andreas Kaplan e Michael Haenlein definem a inteligência artificial como “uma
capacidade do sistema para interpretar corretamente dados externos, aprender a
partir desses dados e utilizar essas aprendizagens para atingir objetivos e
tarefas específicas através de adaptação flexível”. John McCarthy, quem caracterizou
o termo em 1956, “numa conferência de especialistas celebrada em Darmouth
Colege”, genericamente em que a define como “a ciência e engenharia de produzir
sistemas inteligentes”. É uma área de pesquisa da computação dedicada a buscar
métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou multipliquem a capacidade
racional do ser humano de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser
inteligente. Nas últimas décadas, o campo expandiu-se para incluir subáreas
como aprendizado de máquina, redes neurais artificiais, processamento de
linguagem natural e de forma extraordinária, uma visão computacional, com
ênfase crescente em técnicas estatísticas, métodos conexionistas e abordagens
híbridas que combinam modelos simbólicos e aprendizagem profunda. Também pode
ser definida como o ramo da ciência da computação que “se ocupa do
comportamento inteligente”, ou ainda, o estudo de como fazer os computadores
realizarem coisas que, atualmente, os humanos fazem melhor.
Bibliografia Geral Consultada.
CLASTRES, Hélène, Terra Sem Mal, o Profetismo Tupi-guarani. Rio de Janeiro: Editora Brasiliense, 1978; GRASSO, Dick Edgar Ibarra, Cosmogonía y Mitología Indígena Americana. Buenos Aires: Editorial Kier 1980; RANDLES, William Graham Lister, Da Terra Plana ao Globo Terrestre. Uma Mutação Epistemológica Rápida (1480-1520). Campinas: Papirus Editora, 1994; MICELI, Paulo, O Ponto Onde Estamos: Viagens e Viajantes na História da Expansão e da Conquista. São Paulo: Editora Scritta, 1994; DURAND, Gilbert, As Estruturas Antropológicas do Imaginário: Introdução à Arquetipologia Geral. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997; CHAUÍ, Marilena de Souza, Brasil: Mito Fundador e Sociedade Autoritária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2000; JUNG, Carl, Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. 2ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2000; TAVARES, Ana Maria, Armadilhas para os Sentidos: Uma Experiência no Espaço-Tempo da Arte. Tese de Doutorado em Artes. Departamento de Artes Plásticas. Escola de Comunicações e Artes. Universidade de São Paulo, 2000; CANEVACCI, Massimo, Antropologia della Comunicazione Visuale. Roma: Edizionne Meltemi, 2001; THORNTON, John, A África e os Africanos: Na Formação do Mundo Atlântico, 1400-1800. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2004; HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich, Fenomenologia do Espírito. 4ª edição. Petrópolis (RJ): Editora Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2007; McNARY, Dave, “Netflix compra o thriller de ficção científica Tau, de Maika Monroe e Gary Oldman”. In: Penske Business Media, 3 de novembro de 2017; DEJOURS, Christophe, Primeiro, o Corpo: Corpo Biológico, Corpo Erótico e Senso Moral. Porto Alegre: Editora Dublinense, 2019; RIBEIRO, Elthon Ferreira, Um Conjunto de Melhorias nos Serviços de Streaming de Vídeo: Netflix, Globoplay e Amazon Prime Vídeo baseadas na Percepção de Seus Usuários. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Computação, Comunicação e Artes. Centro de Informática. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba, 2022; LEVADA, Gabriel Silveira, A Influência dos Streamings no Audiovisual Brasileiro: Uma Análise Netflix e Globoplay. Trabalho de Conclusão de Curso. Instituto de Artes e Design. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora, 2023; DUARTE, Fabio, “Estatísticas de Serviços de Streaming de Vídeo (2025)”. In: https://explodingtopics.com/blog/23/06/2025; entre outros.
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