Foi político, militante aparentemente comunista e escritor francês de origem cubana. “Paul Lafargue was born in Santiago, Cuba, on 16 June 1842, the son of a planter. His paternal grandmother was a mulatto from Santo Domingo, who fled from there during the French Revolution. His paternal grandfather was French, killed in the risings in Haiti. His maternal grandfather, Abraham Armagnac, was a French Jew and his maternal grandmother a Carib Indian. He was truly a born internationalist”. In 1851 his family took the young Paul to France, where he studied in the lycées of Bordeaux and Toulouse before taking up medicine in Paris. Genro e discípulo de Karl Marx. Nasceu a 5 de janeiro de 1842, em Santiago, Cuba. Morreu a 26 de novembro de 1911, em Draveil, Essonne, França. Membro da Comuna de Paris, foi obrigado pelas autoridades governamentais a deixar a França, exilando-se na Inglaterra, onde se casou em 1868 com Laura Marx, filha de Marx. De volta à França, elegeu-se deputado por Lille.
Seu principal e mais famoso personagem historicamente foi The Tramp, reconhecido internacionalmente como Charlot, na Europa, e igualmente reconhecido como Carlitos, ou “O Vagabundo”, entre nós, em análise comparada no caso do brasileiro. Consiste em um andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um gentleman, usando “um fraque preto esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e – sua marca pessoal – um pequeno bigode-de-broxa”. Foi também um talentoso jogador de xadrez e chegou a enfrentar o campeão estadunidense Samuel Reshevsky. Em 2008, em uma resenha do livro Chaplin: A Life, Martin Sieff escreve: - “Chaplin não foi apenas ´grande`, ele foi gigantesco”. Em 1915, ele “estourou” um mundo dilacerado pela guerra trazendo da comédia, risos e alívio enquanto ele estava se dividindo ao meio pela Primeira grande Guerra. Durante os próximos 25 anos, através da Grande Depressão e da infeliz ascensão do nazismo, ele permaneceu no emprego.
Ele foi maior do que qualquer um. É duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam. O termo Sétima Arte, é usado para designar o cinema; foi estabelecido por Ricciotto Canudo no “Manifesto das Sete Artes”, em 1911, embora tenha sido publicado apenas em 1923. Por sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da Sétima Arte, Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em vida condecorado pelo governo britânico: “Cavaleiro do Império Britânico”, pelo governo francês: “Légion d`Honneur”, pela Universidade de Oxford: Doutor Honoris Causa e pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos da América com o Óscar especial “pelo conjunto da obra”, em 1972.
Além
de atuar, Chaplin dirigiu, escreveu, produziu e eventualmente compôs a trilha
sonora de seus próprios filmes, tornando-se uma das personalidades mais
criativas e influentes em sua progênie da era do “cinema mudo”. Chaplin foi
fortemente influenciado por um antecessor, como vimos o comediante francês Max
Linder, a quem ele dedicou um de seus filmes. Era canhoto, nasceu no dia 16 de
abril de 1889, na East Street, Walworth, Londres, Inglaterra. Seus pais eram
artistas de music-hall. Seu pai, Charles Spencer Chaplin, era vocalista e ator,
e sua mãe, Hannah Chaplin, era cantora e atriz. Chaplin aprendeu a cantar com
seus pais, os quais se separaram antes dele completar três anos de idade. Após a
separação, Chaplin foi deixado aos cuidados de sua mãe, que estava cada vez
mais instável emocionalmente. O censo de 1891 demonstra que sua mãe morava com
Charlie e seu “meio-irmão” mais velho Sydney na Barlow Street, Walworth. Um
problema de laringe finda a carreira da mãe de Chaplin.
A
primeira crise de Hannah ocorreu em 1894 quando ela estava cantando no “The
Canteen”, um teatro em Aldershot, geralmente frequentado por manifestantes e
soldados. Além de “ser vaiada, Hannah foi gravemente ferida pelos objetos
atirados pela plateia”. Nos bastidores, ela chorava e argumentava com o seu
gerente. Enquanto isso, com apenas cinco anos de idade, o pequeno Chaplin subiu
sozinho ao palco e cantou uma música popular da época, “Jack Jones” (cf. Chaplin,
1981). Seu pai, Charles, era alcoólatra e tinha pouco contato com seu filho,
apesar de Chaplin e seu meio-irmão morarem durante um curto período de tempo
com seu pai e sua amante, Louise, na 287 Kennington Road, onde há uma placa em
homenagem ao fato histórico e social. Os “meios-irmãos” viviam ali, enquanto
sua mãe, mentalmente doente, residia no Asilo Cane Hill em Coulsdon. A amante
do pai de Chaplin enviou o menino para a Archbishop Temples Boys School. Seu
pai morreu de cirrose no fígado quando Chaplin tinha doze anos, em 1901. De
acordo com o censo de 1901, Chaplin residia na Streets 94 Ferndale Road,
Lambeth. Após a mãe de Chaplin ter sido novamente admitida no Asilo Cane Hill,
seu filho foi deixado, lamentavelmene, como de costume na porta de entrada em uma “casa de trabalho” em Lambeth, no Sul de Londres,
mudando-se após várias semanas para a Central London District School, “uma
escola para pobres em Hanwell”.
Os jovens irmãos Chaplin começaram um íntimo relacionamento, a fim de sobreviverem. Ainda jovens, foram atraídos para o music hall, e ambos provaram ter grande talento. A mãe de Chaplin morreu em 1928, em Hollywood, sete anos após ter sido levada de Londres para os Estados Unidos por seus filhos. Chaplin começou a trabalhar junto com Normand, que “dirigiu e escreveu vários de seus primeiros filmes”. Contudo, Chaplin não gostou de ser dirigido por uma mulher, e os dois discutiam frequentemente. Ele acreditava que Sennett pretendia demiti-lo caso houvesse um desentendimento com Normand. No entanto, seus filmes fizeram tanto sucesso que ele se tornou uma das maiores estrelas da Keystone. Kid Auto Races at Venice (1914), foi o segundo filme de Chaplin e historicamente a primeira “aparição” d`O Vagabundo. Foi no estúdio Keystone desenvolveu seu principal personagem: O Vagabundo, reconhecido como Charlot na França e no mundo francófono, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia, Carlitos no Brasil e na Argentina, e Der Vagabund na Alemanha.
Etnograficamente
falando temos n`O Vagabundo a representação social, no sentido que empregam
Berger & Luckmann (1985) e artística de um andarilho pobretão que possui
todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro; aparece
sempre vestindo um paletó apertado, calças e sapatos desgastados e mais largos
que o seu número, e um chapéu-coco; carrega uma bengala de bambu; e possui um
pequeno bigode-de-broxa, como vimos. O público viu o personagem pela primeira
vez no segundo filme de Chaplin, Kid Auto Races at Venice, lançado em 7
de fevereiro de 1914. No entanto, ele já havia criado o visual do personagem
para o filme: Mabel`s Strange Predicament, produzido alguns dias antes,
porém lançado mais tarde, em 9 de fevereiro de 1914. Os primeiros filmes de
Chaplin no estúdio Keystone usavam a fórmula padrão de Mack Sennett, “que
consistia em extrema comédia pastelão e gestos exagerados”. Do ponto de vista
técnico-metodológico a pantomima de Chaplin foi mais sutil, sendo mais adequada
para comédias românticas e “farsas domésticas”. As piadas visuais, no entanto,
seguiam exatamente o padrão de comédia da Keystone. Em seus filmes, O
Vagabundo atacava seus inimigos com chutes e tijolos. O
público da época amou este novo comediante, apesar dos críticos alertarem que
as travessuras beiravam a vulgaridade.
Paul Lafargue & Laura Marx em comício na Espanha. Logo depois, Chaplin se ofereceu para Dirigir e Editar seus próprios filmes. Durante seu primeiro ano no ramo do cinema, ele fez mal, comprando aos Laboratórios das universidades contemporâneas, “34 curtas-metragens para Sennett, assim como o longa-metragem Tillie! s Punctured Romance”. Assim, diz o irreprochável Chaplin quando da criação de seu “Vagabundo”: - “não tinha a menor ideia de como poderia me vestir. Não me gostava o disfarce de jornalista. Não obstante, enquanto me dirigia ao vestuário, me ocorreu por calças (pantalonas), um par de sapatos grandes, uma bengala e um chapéu (sombrero) longo. Queria que tudo parecesse uma contradição: as calças (pantalonas), abolsados (em forma de bolsa); a jaqueta, ajustada: os sapatos, grandes, e o chapéu, pequeno…” (cf. Chaplin, 1981: 233). Para Octavio Ianni (1989), é uma das mais extremas e cruéis sátiras sobre o Mundo Moderno. A Sociologia e a Modernidade surgem na mesma época, na mesma idade. Talvez se possa dizer que a revolução popular de 1848 despertou o Mundo para algo novo, que não havia sido ainda plenamente percebido. A multidão aparecia no primeiro plano, no horizonte da história. E aparecia como multidão, massa, povo e classe. A revolução de 1848 em Paris repercutiu em toda a França, na Europa e em partes do mundo. Via-se que a multidão se tornava classe revolucionária em conjunturas críticas. A metamorfose pode ser brusca, inesperada, assustadora, fascinante. Em Paris de 1848 viviam, trabalhavam, produziam e lutavam Tocqueville, Proudhon, Comte, Marx, Blanqui e Baudelaire. Na capital do século XIX, são os sinais de que a sociedade burguesa também é histórica, transitória, nascem a Sociologia e a Modernidade. É o herói solitário e triste de Charles Chaplin.
“Partisan du courant fondé par Jules Guesde, Lafargue portera durant les années 1890-1905 un socialisme intransigeant inspiré des sociaux-démocrates allemands et qui hésitera pas à égratigner ses camarades, et surtout Jean Jaurès, lorsque ceux-ci s'éloigneront de la ligne idéologique qu'il défend. Acteur de la vie politique française, il cherchera à rapprocher les thèses complexes de Marx des ouvriers, en vulgarisant le marxisme et en créant un corpus d`éléments de langage qui formeront la base du lexique de la “lutte des classes”. Il martela alors ces écrits, inlassablement, dans L`Humanité et les autres journaux de même obédience
ENGELS, Friedrich, Paul et Laura Lafargue. Correspondance. Textes recueillis, annotés et présentés par Émile Bottigelli. Traductions de l'anglais par Paul Meier. Tome II. Paris: Éditions Sociales, 1956; KAPP, Ivone, Eleanor Marx: La Vida Familiar de Carlos Marx (1855-1883): Tomo I. México: Ediciones Nuestro Tiempo, 1979; HARDMAN, Francisco Foot, “Introdução: Trabalho e Lazer no Movimento Operário”. In: LAFARGUE, Paul, O Direito à Preguiça: A Religião do Capital. 3ª edição. São Paulo: Editora Kairós, 1983, pp. 13-20; ELIAS, Norbert, A Busca da Excitação. Lisboa: Difusão Europeia do Livro, 1992; CHAUÍ, Marilena, Introdução de O Direito à Preguiça de Paul Lafargue. São Paulo: Editora Hucitec/Editora da Universidade Estadual Paulista, 1999; DE MASI, Domenico; MAERK, Johannes, “El Derecho a la Pereza”, de Paul Lafargue. In: Revista Mexicana del Caribe. México. Ano 5, n° 9, pp. 229-237, 2000; DE MASI, Domenico, A Economia do Ócio. Rio de Janeiro: Editor Sextante, 2001; ALBORNOZ, Suzana Guerra, “Sobre O Direito à Preguiça de Paul Lafargue”. Disponível em: Cad. psicol. soc. trab. Vol. 11 n° 1. São Paulo jun. 2008; DURKHEIM, Émile, O Suicídio. Estudo de Sociologia. 2ª edição. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011; GUTIÉRREZ-ALVAREZ, Pepe, “La Muerte Escogida de Paul Lafargue y Laura Marx”. Disponível em: http:kaosenlared.net./22/10/2012; LAFARGUE, Paul, La Religion du Capital, suivi de Le Droit à la Paresse, et de Pie IX au Paradis. Paris: Éditions Théolib, 2014; MARX, Karl, Sobre o Suicídio. São Paulo: Editorial Boitempo, 2015; ARAUJO, Ana; AMARANTE, Roger, “Que terrível: Karl Marx é o economista mais indicado nas escolas de Economia dos Estados Unidos”. In: Crítica Semanal da Economia Política, fev. 2016; entre outros.