Destruição de Nalanda – Legitimidade & Prestígio Social na Antiguidade.
Ubiracy de Souza Braga*
“O mestre que não sabe se deixar ultrapassar
por um aluno é um mestre ruim”. Józef Elsner
A
Toscana é uma região no centro da Itália. A capital, Florença, abriga algumas
das obras de arte e arquitetura renascentistas mais reconhecidas do mundo, como
a estátua de Davi, de Michelangelo, as obras de Botticelli na Galleria degli
Uffizi e a Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo. Sua paisagem
natural diversificada abrange os montes Apeninos, as praias da ilha de Elba no
Mar Tirreno e os vinhedos e oliveiras de Chianti. Em uma visão globalizada a
primeira universidade a seguir o conceito moderno surgiu na Ásia, durante o
século V, e ficou reconhecida como a universidade de Nalanda, em Bihar, Índia.
Nela viveu o filósofo budista Nagarjuna. Durante sua existência chegou a contar
com mais de 10.000 estudantes e 1.500 professores. Os cursos de estudo incluíam
escrituras das escolas Mahayana (novas) e antigas, textos brahmânicos como os
Vedas e temas seculares como hetu-vidya (lógica), sabda-vidya
(gramática), chikitsa-vidya (medicina), sadagama-kala, escultura,
kosa, pintura, metalurgia e silpa-sastra. A Universidade tinha
três grandes bibliotecas: Ratnasagara, Ratnaranjaka e a Ratnodadhi
de 9 (nove) andares. O currículo
dessa universidade, invejável, extenso, envolvia Teologia, Filosofia, Matemática,
Astronomia, Alquimia e Anatomia. Seus filósofos budistas promoviam debates
filosóficos envolvendo diversos temas. Em 1193, a universidade foi
saqueada por usurpadores muçulmanos. Quando o tradutor tibetano Chak Lotsawa Chöjé Pal (1197-1263/64) em 1235 encontrou-a em parte destruída, mas “funcionando com um
extraordinário e talentoso número de monges”.
A
destruição de Nalanda assim como de templos e monastérios no norte da Índia,
onde havia centros de estudos, é considerado por notáveis historiadores como a
causa do súbito desaparecimento do antigo e importante pensamento científico
indiano. O primeiro relato etnográfico europeu sobre as ruínas de Nalanda foi
realizado por Buchanon-Hamilton, o qual visitou o lugar no primeiro quarto do
século dezenove. Mas foi somente a partir de 1860 que Alexander Cunningham
identificou o local e a região como sendo a do antigo Nalanda e que chamou a
atenção do “mundo da arqueologia” para a importância do sítio arqueológico.
Alguns anos mais tarde, A.M. Broadley procedeu algumas escavações não
sistemáticas no sítio Chaitya e publicou uma monografia sobre o lugar
(1872). O “Archaeological Survey of India” escavou o local por vinte anos,
começando em 1915-16. Muito ainda resta a ser escavado. Nalanda é um dos
maiores sítios arqueológicos da Índia. Representa
e simboliza padrões no reino de conhecimento da erudição, especulação filosófica e “sadhana”
espiritual. Seu nome é suficiente para evocar uma imagem brilhante presente na
psique indiana e buddhistas. A herança de Nalanda representa o rejuvenescimento
das tradições de erudição, compreendidas do dharma e sadhana. Ela pode uma vez mais difundir
o religioso e espiritual entre os países da Ásia.
A
famosa Universidade Budista Nalanda reabriu as suas portas em 2014, no estado
indiano de Bihar, localizado a cerca de 10 km de onde a instituição original
foi construída há 800 anos, quando foi destruído por um rei turco. Com o apoio
anterior de dezesseis países asiáticos, a Índia aprovou uma lei em 2011 para
criar esta “instituição internacional de estudos intelectuais, filosóficos,
históricos e espirituais”. A nova Nalanda mantém a memória do primeiro, criado
no século V e transformou-se na principal instituição de conhecimento do mundo, com cerca de 10.000 alunos. Selecionada a partir de um milhar de
candidatos, quinze estudantes vão começar a recuperar o esplendor perdido de
antigos Nalanda à mão de onze professores. No entanto, cada uma das duas
disciplinas que compõem o novo centro e Ecologia e História aceita um máximo de
vinte alunos, de modo que o processo de seleção permanece em aberto. A
reabertura do Nalanda responde ao desejo dos membros da Cúpula do Leste
Asiático de reforçar os seus laços através da educação e aprofundar o
entendimento mútuo da sua herança histórica e teológica. Para isso, conta entre seus alunos com um reitor de universidade no Butão e um médico em Estudos Budistas, e os professores dos Estados Unidos da América e
Cingapura.
Apesar do modelo de organização
variar de instituição para instituição, quase todas as universidades dispõem de
alguns órgãos centrais comuns, como um reitor, chanceler ou presidente, um
conselho de curadores, um senado universitário e decanos das várias unidades orgânicas. O provimento destes órgãos
varia conforme o estatuto da instituição, indo desde a nomeação por uma
autoridade superior à eleição pelos próprios membros da universidade. Decano é um termo latino que, em latim
tardio, significou Chefe de dez. Originou-se no exército romano tardio e
passou a ser usado posteriormente para os funcionários subalternos no Império
Bizantino, bem como para diversos cargos na Igreja, de onde deriva o título “deão”,
“decano”. É, por definição, um dignitário capitular que preside ao cabido, em
razão da sua precedência por idade. Costumamos chamar Deão ou Decano ao cônego
mais idoso da Diocese. Além de ser um posto acadêmico e uma posição canonical,
o deão é um dos cônegos escolhido pelo seu bispo, a quem é confiada “uma
autoridade determinada e especial nas atividades pastorais específicas da sua
Diocese”. Os Cânones estabelecem que o deão deve desempenhar o papel de
auxiliar e conselheiro do clero da zona da sua Diocese, especialmente no
desempenho da sagrada Liturgia e assistir-lhes espiritualmente nas suas
doenças.
Nalanda
foi um centro de estudos budistas na Índia, do século V ao século XII. De
acordo com fontes tibetanas, Nagarjuna ensinou lá. Nalanda foi uma das
primeiras universidades a aceitar alunos residentes, que lá moravam. Durante
sua existência chegou a contar com mais de 10.000 estudantes e 1.500
professores. Em 1193, a Universidade de Nalanda foi saqueada por invasores
muçulmanos. Quando o tradutor tibetano Chag Lotsawa a visitou em 1235
encontrou-a em parte destruída, mas ainda funcionando com um pequeno número de
monges. Nalanda etimologicamente significa aquele que dá conhecimento. A
destruição de Nalanda assim como de templos e monastérios no norte da Índia,
onde havia centros de estudos, é considerado por vários historiadores sociais
como a causa do súbito desaparecimento do antigo pensamento científico indiano
nas áreas de Matemática, Astronomia, Alquimia e Anatomia. Restam algumas ruínas
de Nalanda, que hoje não é mais habitada. Em 1951, um centro de budistas Pali (Theravada) foi fundado perto de Nalanda, o Nava Nalanda
Mahavihara.
O
Museu de Nalanda contém preciosos manuscritos encontrados por escavações. Foi
inscrito como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2016 por: testemunhar o
desenvolvimento do Budismo em uma religião e o florescimento de tradições
monásticas e educacionais. Tradicionalmente o deão
substituía o bispo nas zonas rurais ou mais regiões mais afastadas e era
reconhecido per se como o Vigário Forâneo. Vigário forâneo, também chamado
vigário da vara, ouvidor ou arcipreste, é o sacerdote nomeado, por determinado
prazo, pelo bispo diocesano para estar à frente duma vigararia ou arciprestado,
tendo como atribuições: animar e coordenar as atividades pastorais comuns; acompanhar
os clérigos na sua vida e exercício de suas funções; velar pela correção das
expressões litúrgicas, pelo tratamento dos livros paroquiais e alfaias, e pela
boa administração dos bens eclesiásticos. Hoje, os papéis de reitor e vigário
são essencialmente os mesmos. Qual dos dois títulos é detido pelo pároco é
histórico. Algumas paróquias têm um reitor, outras, em sua maioria tem apenas um vigário. Nos Estados Unidos da América, as posições de vigário e reitor não
são reconhecidas nos cânones de toda a igreja. No entanto, alguns cânones
diocesanos definem vigário como o sacerdote encarregado de uma missão; e curate
é frequentemente usado para assistentes, sendo totalmente análogo à situação
inglesa.
Recentemente, o Deão é também conhecido como o Vigário
Urbano, escolhido como urbano ou metropolitano das zonas distritais da Diocese
ou Arquidiocese. Em Portugal, o Deão era a primeira dignidade depois da
pontifical, nas Igrejas-Catedrais e também nas das Colegiadas, embora o
presidente do cabido das Colegiadas portuguesas tivesse o nome de Prior. Segundo
alguns autores, o nome Deão ou Decano teria origem na regra de S. Bento, bem
como nos cabidos e cônegos regulares, a viverem em comum, do tempo de Carlos
Magno. Deão ou decano designaria o Superior religioso com dez monges a seu
cuidado. Segundo outros, há de ir buscar-se a sua origem à Instituição militar
dos Decuriones. Deão ou decano são termos que se empregavam ainda para designar
o presidente de cada uma das subdivisões dos arcediagos das Dioceses com os
chamados Deãos Rurais. No século IX, em alguns cabidos tinham passado para o
Deão as funções de Arcipreste da Catedral, com o respectivo encargo dos
presbíteros e cerimônias sagradas. Em certas catedrais a primeira dignidade era
a do arcediago, como vigário do bispo e
prepósito do cabido. Desde o início, eram distintos os ofícios de presidente
cabido e do arcediago. O regime do cabido passou para o prepósito e para Deão ou Arcipreste. Em alguns cabidos a primeira dignidade era a de prepósito ou a do arcediago, e noutras a de Deão ou Arcipreste.
A figura acadêmica do Deão ocupa um lugar de preeminência
e honra, desprovido de jurisdição. O decano era originalmente o líder de um
contubérnio, o pelotão de oito legionários que viviam na mesma tenda. Não deve
ser confundido com decurião, que era um título dado aos funcionários civis e os
líderes de esquadrões (turmas) de cavalaria, com 30 homens. Nos textos gregos é equivalente ao posto decarco (“dekarchos”); comandante dos dez. A partir
do século IV, o termo passou a ser usado para mensageiros do palácio, em
particular os do serviço do imperador. Eles também aparentemente serviram como
guardas dos portões e, no século VI, João, o Lídio os igualou aos antigos
lictores. No Cletorológio de Filoteu, o decano foi um funcionário de nível
médio, servindo sob um protoasecreta. De acordo com o De Ceremoniis de meados
do século X, o decano ficava “encarregado dos trabalhos imperiais”, quando o imperador
estava em campanha. Evidência sigilográfica para os decanos bizantinos é relativamente
raro, mas retratados em manuscritos iluminados, onde a sua aparência varia
consideravelmente, de acordo com as suas diferentes funções. Na Igreja, ocorrem
em monastérios para os chefes de outros monges, os subalternos
de baixo-escalão oficiais do patriarca de Constantinopla, atual Istambul e os
coveiros eclesiásticos (“fossores”).
Decano,
em diplomacia, é o título que se dá ao chefe de uma missão estrangeira num país
que maior antiguidade tenha e, por isso, tem precedência sobre os seus demais
colegas ali creditados. Em muitos dos países que mantém relações com a Santa Sé
é comum caber ao núncio apostólico este papel pelo só fato de representar ao
Papa, e noutros como, por exemplo, Costa do Marfim e Senegal, se outorga o
título ao representante de suas antigas metrópoles. Na atualidade as funções do
decano são limitadas e reduzidas a atuar como porta-voz do corpo diplomático
nalgumas cerimônias. Alguns países não aceitam esta função, ao argumento
de que não há necessidade de intermediário entre o chefe de uma delegação
legalmente constituída e sua entidade ministerial de relações exteriores. Em
muitos casos o decano também intermedia assuntos conflituosos entre os membros
de uma representação diplomática e o país de acolhida, como ocorre em impasses
internacionais, por exemplo, ou entre as diversas representações políticas e diplomáticas.
O Embaixador da Nicarágua nos Estados Unidos da América Guillermo Sevilla
Sacasa, que ocupou ali este posto diplomático por 36 anos, era chamado de
Decano “do corpo diplomático naquele país”.
Reitor
é a denominação atribuída ao dirigente máximo de alguns tipos de instituições
de ensino, podendo também designar o sacerdote responsável por um seminário ou
por um santuário, basílica ou catedral. A palavra tem origem no latim “Rector”,
aquele que dirige ou aquele que governa. O reitor é o diretor principal de
certos tipos de instituições de ensino, em especial as universidades, nas quais
cada faculdade possui o seu próprio diretor e o reitor dirige a todos. Da mesma
forma, a reitoria é normalmente considerada o órgão executivo máximo em uma
universidade. O pronome de tratamento para reitor é Vossa Magnificência (V.
M.). Dada a grande dimensão que inúmeras universidades possuem,
existe antes
do reitor, hierarquicamente a figura do pró-reitor, e no âmbito das
pró-reitoras, um acadêmico responsável pela direção de um determinado Departamento ou Coordenação de
atuação da instituição em questão, como a pesquisa, extensão ou a graduação e
pós-graduação. O decano pode ser considerado historicamente a pessoa mais velha de certo escol ou grupo qualificado de pessoas, classe, instituição, ou corporação; em alguns casos comparados ao pró-reitor de uma universidade.
Os decanatos são unidades
administrativas ligadas à Reitoria que coordenam e fiscalizam as atividades de
ensino & pesquisa universitárias para evitar truques de malversação. A função de cada decanato é fazer com que
os departamentos e/ou coordenações que compõem e formam a Universidade
funcionem de forma eficaz, segundo um grau acadêmico, sob a forma de um título conferido normalmente por uma
instituição de ensino superior em reconhecimento oficial pela conclusão com
sucesso de todos os requisitos de um curso, de um ciclo ou de uma etapa de
estudos superiores. O sistema de graus acadêmicos desenvolveu-se na universidade medieval europeia, acompanhando posteriormente, a
expansão global deste tipo de Instituição. Os graus de Bacharel, Licenciado, Mestre e Doutor, concedidos pelas universidades da Europa foram adotados nas diversas sociedades do Mundo.
As
suas raízes podem ser comparadas à Igreja primitiva, na qual o termo “doutor”
se referia aos apóstolos, aos padres da Igreja e a outras autoridades
eclesiásticas que interpretavam e ensinavam a Bíblia. O direito para conceder
uma Licentia Docendi estava originalmente
reservado à Igreja, que requeria que “o candidato passasse num exame, fizesse um
juramento e pagasse uma taxa”. No Terceiro Concílio de Latrão (1179) foi
concedido o acesso, depois praticamente gratuito, a todos os candidatos aptos,
que, no entanto “ainda tinham que ser examinados na aptidão para a escolástica
eclesiástica”. O direito da concessão do grau de doutor tornou-se num motivo de
contenda entre as autoridades da Igreja e as cada vez mais emancipadas
universidades, mas foi concedido pelo Papa à Universidade de Paris em 1213, sob
a forma de licenciatura geral para o ensino a Licentia Ubique Docendi. No
entanto, a licenciatura acabou por se tornar numa etapa intermédia para o
acesso ao doutoramento, o qual passou a constituir a qualificação exclusiva
para ensinar numa universidade.
A
palavra Marrocos deriva do nome da cidade de Marraquexe, que foi sua capital
durante a dinastia almorávida e o Califado Almóada. A origem do nome Marraquexe
é contestada, mas provavelmente vem das palavras berbere amur (n) akush (ⴰⵎⵓⵔⵏⴰⴽⵓⵛ), que significa Terra de Deus. O nome berbere moderno
para Marraquexe é Mṛṛakc na escrita berbere latina. Em turco, o Marrocos é
reconhecido como Fas, um nome derivado de sua antiga capital, Fez. No entanto,
em outras partes do mundo islâmico, por exemplo, na literatura árabe egípcia e
do Oriente Médio, antes de meados do século XX, o nome comumente para se
referir ao Marrocos era Marraquexe (مراكش).
Em 1415, Portugal vira os olhos para a África e empreende a conquista de
Ceuta e, no século seguinte, a maior parte do litoral marroquino estava nas
mãos de portugueses e espanhóis. Ceuta continua sob soberania espanhola até
hoje. Em 1472, os sultões da Fez perderam todos os seus territórios
estratégicos e já não têm o controle do Estreito de Gibraltar.
Os
Portugueses apoderam-se de Tânger, em 1471, que quase dois séculos mais tarde
(1661) cedem a Inglaterra como dote da rainha Catarina de Bragança a seu marido
Carlos II de Inglaterra. Durante o governo português (1471-1661), Tânger é a
capital do Algarve, em África, porque existem dois Algarves, a da Europa e a de
África, tanto um como outro considerados territórios pessoais da Dinastia de
Avis e depois da dinastia de Bragança (o rei de Portugal também tinha o título
de Rei dos Algarves). Sob os reinados sucessivos de Afonso V, João II e Manuel
I (período que marca o apogeu da expansão portuguesa) o Algarve africano
abrange quase toda a costa atlântica de Marrocos, com a excepção de Rabate e
Salé. Os Portugueses controlam a parte costeira que se estende desde Ceuta até
Agadir, tendo como marcos as praças fortes de Alcácer-Ceguer, Tânger, Arzila,
Azamor, Mazagão e Safim e do Castelo Real de Mogador.
O
poder é habitualmente legitimado através da autoridade. Enquanto legitimidade
pressupõe consenso mais ou menos generalizado, onde a legitimação refere-se ao modo
de obtenção desse consenso entre os membros de uma coletividade. Da natureza da
legitimação derivam os tipos de obediência, bem como o caráter e os efeitos sociais do
seu exercício. Simplificadamente exercício. Max Weber distingue as classes de
dominação segundo suas pretensões
típicas à legitimidade. Jürgen Habermas entende legitimação como decorrente da
percepção, por parte dos cidadãos, de que as instituições dentro das quais eles
vivem são justas, benevolentes e existem no melhor interesse deles, merecendo o
seu apoio, sua lealdade e adesão. Crise de legitimação é uma condição em que
uma ordem política ou um governo não é capaz de obter adesão nem de investir-se
de autoridade suficiente para governar. Os altos índices de abstenção eleitoral
em muitas sociedades democráticas ocidentais, aparentemente podem ser considerados
como um indicador de uma crise de legitimação. Universidade de Karueein é a mais antiga do mundo fundada em 859 no Marrocos.
Numa universidade, a formação de um doutorando
era realizada de uma forma equivalente ao treino que um membro de corporação de
ofícios tinha que realizar para obter o grau profissional de mestre (latim: “magister”,
significando professor) no seu ofício. O termo “mestre” passou assim também a
ser usado na universidade como equivalente ao de “doutor”. O uso do grau de
mestre consolidou-se numa matéria de usos e costumes em algumas universidades,
não sendo usado em outras. Contudo, nas universidades que o usavam, o grau de
mestre acabou por se tornar normalmente num grau de qualificação inferior ao de
doutor. A
Universidade de Paris utilizava o termo “mestre” para designar os seus graduados.
Esta prática foi seguida pelas universidades de Oxford, Cambridge e Saint
Andrews, tornando-se depois a norma no mundo anglo-saxónico. Outras universidades
preferiam o termo “doutor”. A designação dos graus posteriormente ligaram-se às matérias estudadas. Os letrados das faculdades de artes
liberais ficaram reconhecidos como “mestres em artes”; os das faculdades de
teologia, medicina e direito ficaram conhecidos como “doutores” títulos que devem ser respeitados.
Bibliografia
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Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes. Maringá: Universidade Estadual de Maringá. 2015;
BENFICA, Tiago Alinor Hoissa, História e Universidade: A Institucionalização
do Campo Histórico na Universidade Estadual de Mato Grosso/Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul. Tese de Doutorado.
Programa de Pós-Graduação em História. Faculdade de Ciências Humanas.
Universidade Federal da Grande Dourados, 2016; entre outros.
_________________
* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).
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