segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Paul McCartney - Magia Business & Cultura Irlandesa de Rock.

                                                                                                    Ubiracy de Souza Braga*

Acho que, basicamente, é a magia. Os Beatles eram mágicos”. Paul McCartney

                          
Sir James Paul McCartney nascido em Liverpool, 18 de junho de 1942, é um cantor, compositor, baixista, guitarrista, pianista, multi-instrumentista, empresário, produtor musical, cinematográfico e ativista dos direitos dos animais britânico. As origens de Paul tanto do lado do pai como da mãe são irlandesas. Ao longo da história houve uma relação próxima entre as duas nacionalidades, criada principalmente pelo ressentimento compartilhado no que diz respeito aos ingleses. Eles têm muito em comum, desde o idioma gaélico ao gosto por uísque e a paixão e o sentimentalismo de sua música nativa, tocada nos dois casos com a ajuda de gaitas de foles. É possível encontrar famílias de ascendência escocesa em toda a Irlanda, e vice-versa. Uma das músicas mais controversas que Paul escreveu foi Give Ireland Back to the Irish, embora seus ancestrais tenham se privado da terra natal de bom grado. Seu bisavô paterno, James McCartney, fez parte da imigração em massa do final do século XIX, quando a miséria terrível que assolou a Irlanda levou milhares de pessoas a deixar o país com a esperança de uma vida melhor.
          James McCartney foi um dos muitos a cruzar o mar da Irlanda para Liverpool, cujo porto fervilhante e cujas fábricas justificavam o título autoconcedido de única segunda cidade do Império Britânico. Ele chegou no início dos anos 1880, se estabelecendo no humilde distrito de Everton e trabalhando como pintor de casas. O filho de James, Joseph, cresceu e se tornou um cortador de folhas na fábrica de tabaco Cope, e, em 1896, casou-se com a filha de um peixeiro local, Florence Clegg. Ela teve nove filhos, dos quais dois, Ann e Joseph Junior, morreram na infância e seus nomes foram dados depois a outro menino e a outra menina que nasceram mais tarde. O segundo filho de Joseph e Florrie a sobreviver, nascido em 1902, era o pai de Paul, James, que sempre foi reconhecido como Jim. O lar de Jim e de seus seis irmãos, Jack, Joe Junior, Edith, Ann, Millie e Jane, era uma pequena casa geminada em Solva Street, a parte mais pobre de Everton. Mais tarde, ele contaria que os filhos dos McCartney tinham dois pares de sapatos compartilhados por todos, um para os meninos, um para as meninas. Como a escola proibia os alunos de irem descalços, eles se revezavam para ir à aula com o precioso calçado, depois para casa e repetiam a aula do dia em voz alta para os outros. Florence McCartney (nascida Clegg) era a avó de Paul McCartney da fama dos Beatles. Florrie era reconhecida como “Granny Mac” na vizinhança e era  consultada quando as famílias tinham problemas.
Paul McCartney alcançou fama mundial como membro da banda de rock britânica The Beatles, com John Lennon, Ringo Starr e George Harrison. Lennon e McCartney foram uma das mais influentes e bem sucedidas parcerias musicais de todos os tempos, “escrevendo as canções mais populares da história do rock”. Após a dissolução dos Beatles em 1970, McCartney lançou-se na carreira “solo de sucessos”, formou uma banda com sua ex-mulher Linda McCartney, denominada: Wings. Ele também trabalhou com música clássica, eletrônica e trilhas sonoras. A separação da banda The Beatles revelou um processo cumulativo marcado por rumores e comentários ambíguos de seus membros no que dizia respeito ao próprio futuro enquanto integrantes da banda. Em setembro de 1969, John Lennon reservadamente informou a seus companheiros de banda que ele estava deixando o grupo. No entanto, não houve reconhecimento público do fato socialmente relevante, até que em 10 de abril de 1970 se tornou público, quando McCartney anunciou que estava deixando o grupo musical.
                    

Houve numerosas causas para a separação da banda, inclusive o abandono das turnês em 1966 e a morte do brilhante empresário Brian Epstein em 1967. Brian nasceu em Liverpool, Inglaterra no dia 19 de setembro de 1934 vindo de uma família de origem judia. Seu avô, Isaac Epstein veio da Lituânia para a Inglaterra por volta de 1890. Isaac fundou a I. Epstein and Sons e expandiu os negócios da família abrindo uma loja de instrumentos musicais, discos de música entre outras coisas. A nova loja se chamou North End Music Stores (NEMS). O pai de Brian, Harry e sua mãe, Malka (reconhecida como Quennie) tiveram outro filho além de Brian, Clive. Durante a Segunda Guerra Mundial, os Epstein mudaram-se para Southport (perto de Liverpool) para fugir da Blitz. Eles voltaram a Liverpool em 1945. Até aos 16 anos, Brian estudou em vários internatos até que escreveu uma carta ao pai dizendo que queria ser designer de moda. Como o pai não aceitou, Brian foi trabalhar na loja da família. Em dezembro de 1951, Brian serviu a Royal Army Service Corps e foi colocado em serviço na Albany Street Barracks em Londres. Em 1956, aos 21 anos, Brian se tornou gerente da NEMS pouco depois com a ambição de se tornar ator, o pai permite que Brian parta para Londres para os estudos da carreira. Brian estudou na Academia Real de Artes Dramáticas, mas abandonou no terceiro termo retornando a Liverpool. De volta a cidade natal, Brian voltou a trabalhar no departamento de música da recém inaugurada NEMS em Great Charlotte Street. Determinado em tornar a North End Music Stores provavelmente a melhor loja comercial de venda de discos, Brian contratou o experiente vendedor Peter Brown, que na época trabalhava na seção de música na loja de departamento Lewis`s.

Em agosto de 1961, Brian começou a escrever regularmente artigos sobre música no Mersey Beat. O primeiro encontro com os Beatles aconteceu em 1961, segundo Brian, um cliente chamado Raymond Jones foi até a NEMS pedir um compacto com a música My Bonnie gravada pelos Beatles e Tony Sheridan quando o grupo estava fazendo algumas apresentações em Hamburgo. Como Brian não conhecia a banda e ficou sabendo que eles tocavam regularmente um pub não muito distante de sua loja resolveu vê-los. Foi assim que no dia 9 de novembro de 1961, Brian viu os Beatles tocando no Cavern Club pela primeira vez. Sua chegada ao Cavern Club foi anunciada nos alto falantes da casa, Brian foi tratado como vip.  A história do primeiro encontro de Brian com os Beatles é contestada por Bill Harry, editor da revista Mersey Beat. Segundo Bill, Brian teria visto um artigo sobre os Beatles no Mersey Beat vendido na sua loja, a NEMS. A influência de Brian nos Beatles foi grande, ele propôs uma nova maneira de se vestir e se comportar no palco. Antes os Beatles se vestiam de jaquetas de couro e jeans. Com Brian passaram a usar ternos impecáveis. Antes os Beatles bebiam, fumavam, conversavam, xingavam durante o show, também paravam uma música no meio. Com Brian, os Beatles passaram a se comportar de maneira mais profissional. Durante o show, nada de beber, fumar ou parar uma música no meio nem usar palavrões.

Paul McCartney foi o primeiro beatle a aceitar esta nova maneira de se comportar da banda. Após o contato com os Beatles, Brian foi várias vezes a Londres tentar um contrato com alguma gravadora sendo recusado por várias incluindo a Columbia, Pye, Philips e Oriole. Mas a recusa mais famosa foi na Decca. Os Beatles chegaram a gravar um material para um disco na Decca mas a gravadora os dispensou. .No dia 8 de fevereiro de 1962, Brian levou a audição da Decca até a loja de discos HMV em Oxford Street com intenção de transformar a fita em um disco. Na HMV o técnico Jim Foy acabou gostando do material e sugeriu que Brian procurasse George Martin na Parlophone (uma subsidiária da EMI). Com a fita da Decca, os Beatles conseguiram o contrato com a Parlophone antes mesmo que Martin os tivesse visto pessoalmente. Com o sucesso dos Beatles, Brian contratou outros artistas para empresariar entre eles Gerry & The Pacemakers, Cilla Black e Billy J. Kramer, The Farmoust e The Cyrkle. Em 1963, grupos descobertos pelo empresário eram responsáveis por 85 músicas das 100 mais da parada britânica. O Financial Times estimou, em 1967, a fortuna do empresário em torno de 7 milhões de libras. Mas quando faleceu no segundo semestre daquele ano foi descoberto que sua fortuna havia sido superestimada devido a jogos e gastos generosos.

Uma das figuras fundamentais no lançamento e na promoção mundiais de The Beatles, Brian Epstein também conseguiu manter a banda funcionando como uma unidade. O seu estilo gerencial consistia em deixar o grupo buscar seus próprios projetos e interesses musicais, frequentemente assumindo o papel de mediador quando aconteciam conflitos. Este papel minguou após a banda interromper as turnês em 1966: muito embora Epstein ainda continuasse a exercer forte influência, tanto na mediação das discussões entre os membros, quanto administrando as finanças do grupo. Quando Epstein morreu de overdose em agosto de 1967, surgiu um vazio na banda. John Lennon, que tinha o relacionamento mais próximo com Epstein, também foi o mais afetado por sua morte. Paul McCartney provavelmente sentiu a precariedade da situação relacional do grupo e logo buscou iniciar projetos para manter o grupo coeso. Lennon, Harrison e Starr ficaram perturbados pelo domínio crescente de McCartney na seara musical. Lennon mais tarde refletiu que seus esforços foram importantes para a sobrevivência da banda, mas que ainda acreditava que o desejo de Paul McCartney em ajudar vinha das dúvidas e apreensões deste extaordinário baixista em seguir carreira-solo. Conflitos também surgiram das diferenças na visão artística.

George Harrison nasceu em Liverpool, na Inglaterra, em 25 de fevereiro de 1943, o último de quatro filhos de Harold Hargreaves Harrison e sua esposa Louise, nascida Louise French. Possuía raízes irlandesas, uma vez que seu avô materno, John French, nascera no Condado de Wexford, na Irlanda, imigrando para Liverpool, onde se casou com a jovem do subúrbio londrino, Louise Woollam.  Tinha uma irmã, Louise, de mesmo nome de sua mãe, nascida a 19 de agosto de 1931, e dois irmãos, Harry, nascido a 1934 e falecido nos anos 1990 e Peter, nascido a 1940 e falecido em 2007. Sua mãe, Louise (1911-1970), trabalhava em uma loja de Liverpool e Harold (1909-1978), seu pai, era um motorista de ônibus que, anteriormente, havia trabalhado como dispensário de barcos na White Star Line. Sua família era de formação católica. Nasceu na casa aonde viria a morar pelos seus primeiros seis anos de vida, o número 12 da Arnold Grove, situada em Wavertree, Liverpool. Em 1950, uma modalidade de “council house” foi oferecida à família, que se mudou para o número 25 da Upton Green, em Speke.

No começo dos Beatles, George Harrison era visto pelos outros membros do grupo como um garoto, por ser o mais jovem dentre eles. Ele foi o primeiro Beatle a ir aos Estados Unidos da América, quando visitou sua irmã Louise em Benton, Illinois, em setembro de 1963. Em 1964, ele voltaria aos Estados Unidos com os Beatles, época em que eles se apresentaram no programa de TV, Ed Sullivan Show. Durante esta visita, Harrison ganhou uma guitarra modelo “360/12” da Companhia Rickenbacker; esta guitarra de 12 cordas fez parte de vários solos de George por volta de 1965. Durante o auge da beatlemania, George ficou conhecido como o “quiet Beatle” (“Beatle tímido”), devido a sua maneira introspectiva e tendência a falar pouco durante as entrevistas. Apesar da imagem de “beatle tranquilo”, a maioria dos amigos, como Eric Idle, membro do Monty Python, assegura que na intimidade ele era muito falante, contradizendo a imagem vulgarizada que a imprensa especulava a seu respeito. Harrison escreveu a primeira canção em 1963, “Don`t Bother Me”, no 2° álbum dos Beatles.  

Historicamente foi a partir de 1965 que George Harrison começou a contribuir frequentemente com composições para o grupo. No álbum Help! ele lançou duas composições próprias: “I Need You” e “You Like Me Too Much”. Um importante marco em sua carreira aconteceu durante a turnê norte-americana de 1965, quando David Crosby, do grupo The Byrds, introduziu George à cultura indiana através do trabalho do músico Ravi Shankar. George ficou fascinado pelo som indiano e se tornou um dos maiores responsáveis pela popularização da música indiana nos anos 1960. Após comprar um sitar, ele introduziu pela primeira vez na música pop um instrumento indiano, na canção “Norwegian Wood” do álbum Rubber Soul. Após essa experiência, escreveu algumas canções que utilizaram outros instrumentos indianos como a tabla e o sitar. Entre essas canções destacam-se “Love you too”, do álbum Revolver (1966) e “Within you without you”, do Sgt. Pepper`s Lonely Hearts Club Band (1967). Ainda em 1967, ele foi responsável pela inclusão de Ravi Shankar no Festival Pop de Monterey.

      Tanto George Harrison quanto Ringo Starr temporariamente deixaram o grupo algumas vezes durante 1968 e 1969; em 1970 todos os quatro membros haviam começado a trabalhar em projetos-solo após terem percebido que o grupo não se reuniria mais. Por fim, a animosidade crescente tornou impossível que o grupo continuasse a trabalhar junto. Nos anos seguintes, houve parcerias e trabalhos esporádicos de gravação entre os membros do grupo, mas jamais com os quatro ex-Beatles colaborando simultaneamente em uma gravação ou em um concerto novamente. Em 1979, o Livro Guinness dos Recordes declarou-o “como o compositor musical de maior sucesso da história da música pop mundial de todos os tempos”. Paul McCartney teve 29 composições de sua autoria no 1° lugar das paradas de sucesso dos Estados Unidos da América, 20 das quais junto com The Beatles e o restante em “solo” ou com a parceria da banda Wings.  Após a morte de Lennon em 1980, os três membros  reuniram-se para o projeto Anthology em 1994, usando duas demos deixadas por John Lennon – Free as a Bird e Real Loveper se para novas canções gravadas e lançadas como The Beatles. 
         Paul McCartney é representado como canhoto e baixista mais famoso da história do rock, embora também toque outros instrumentos, como bateria, piano, guitarra, teclado, etc. É considerado como “um dos mais ricos músicos de todos os tempos”. Foi eleito, em 2008, o 11º melhor cantor de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Fora seu trabalho musical, McCartney advoga “em favor dos direitos dos animais, contra o uso de minas terrestres, a favor da comida vegetariana e a favor da educação musical”. Em 1997 foi publicada a biografia intitulada: Many Years From Now, autorizada pelo músico e escrita pelo britânico Barry Miles. Sua empresa MPL Communications detém os direitos autorais de mais de três mil canções, incluindo todas as canções escritas por Buddy Holly. Sobre o uso de maconha, o astro - que tem quase 70 anos - revelou que largou a erva aos 69 anos. Segundo o músico, sua filha caçula Beatrice, de oito anos, o fez desenvolver “um grande senso de responsabilidade”. - “Eu fumei bastante e agora já chega. Eu já fumei minha cota. Quando você tem uma pessoa para cuidar, em algum momento, se você tiver sorte, o senso de responsabilidade aflora. Basta! Você não acha que é necessário continuar” (cf. McCartney, 2004).                        
Como os outros três membros da banda, McCartney foi agraciado, em 1966 como Membro do Império Britânico. Porém, é o único membro dos Beatles a ostentar o título de “Sir”, honraria que lhe foi concedida pela Rainha em 1997. Paul McCartney é vegetariano e já declarou à imprensa como tomou essa decisão: - “Há muitos anos, estava pescando e, enquanto puxava um pobre peixe, entendi: eu o estou matando, pelo simples prazer que isso me dá. Alguma coisa fez um clique dentro de mim. Entendi, enquanto olhava o peixe se debater para respirar, que a vida dele era tão importante para ele quanto a minha é para mim”. É membro honorário e participante ativo das campanhas do “People for the Ethical Treatment of Animals”. Em 2006 no Grammy Awards ele cantou com Linkin Park e Jay-Z uma versão de “Numb/Encore” incluindo a sua música “Yesterday”. Paul nasceu no Hospital Geral de Liverpool, Inglaterra, onde sua mãe, Mary, tinha trabalhado como enfermeira na maternidade alguns anos antes. Ele tinha um irmão, Michael, que nasceu no dia 7 de janeiro de 1944. Foi batizado com o nome de James Paul McCartney; sua mãe era católica e o pai protestante, mas tornou-se agnóstico. Como muitos de Liverpool, “os McCartney tinham ascendência irlandesa”.
                          
               Em 8 de maio de 2007, uma histórica cerimônia em Belfast deu início a um novo governo de união na província britânica da Irlanda do Norte. Depois de décadas de conflitos sanguinolentos, os protestantes do Partido Unionista Democrático e os católicos do Sinn Fein concordaram em dividir o poder na primeira reunião do governo, com o vice-premiê católico Martin McGuinness e o premiê protestante Ian Paisley. O acerto tem “a bênção da Inglaterra, que hoje administra a Irlanda do Norte”. O governo conjunto pode consolidar a estabilização a Irlanda do Norte - a província vive desde 1998 sob um acordo de paz que praticamente acabou com o terrorismo e a violência sectária. Desde 1969, estatisticamente 3.600 pessoas morreram pela causa separatista  entre os dois lados . A maioria, vítima de atentados do Irish Republican Army, grupo paramilitar católico e reintegralista, que pretende separar a Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexar-se à República da Irlanda, representando, portanto, o braço armado dos católicos. A homenagem de McCartney brevemente: “Give Ireland Back To The Irish/Don`t Make Them Have To Take It Away/Give Ireland Back To The Irish/Make Ireland Irish Today/Great Britain You Are Tremendous…”. 
         Em 11 de junho de 2002 Paul se casou com a modelo Heather Mills, na catedral protestante “Saint Salvator,” do Castelo Leslie, construída no Século XVII, uma propriedade remota na Irlanda, com uma recepção para 300 convidados. E, como manda o figurino, Heather fez seus convidados esperar pela sua chegada. Mas tudo indica que valeu a pena os convidados terem esperado pela noiva, pois foi considerado o nº 2 entre os casamentos mais extravagantes, de acordo com a revista People Magazine, com um custo de $3,2 milhões de dólares. A festa contou com algumas das mais famosas celebridades do cenário da música pop internacional, como: Elton John, David Gilmour, Eric Clapton, Ringo Starr, George Martin, Jools Holland, Tim Rice, Chrissie Hynde, entre outras. Em 2003 nasceu a primeira e única filha do casal, Beatrice. Em 17 de maio de 2006, sítios comerciais na internet - rede mundial de computadores anunciaram a separação do casal.
Em fevereiro de 2012, a quatro meses de completar 70 anos de idade, em entrevista à edição norte-americana da revista Rolling Stone, Paul McCartney afirmou, repetimos, que iria parar de fumar maconha por causa de sua filha com Heather Mills, Beatrice, então com 8 anos de idade: “Já fumei o suficiente. Quando você está cuidando da criação de um jovem, seu senso de responsabilidade aparece, se você tiver sorte, em algum momento. (...) Já chega - você não vê mais necessidade”. Oficialmente, o governo britânico afirma nunca ter tomado parte em nenhum dos lados do conflito, e diz que todas as suas ações - políticas ou militares - na região sempre tiveram o único intuito de manter a lei e a ordem. Para os católicos da Irlanda do Norte, entretanto, a polícia britânica foi vista como o inimigo a ser derrubado durante boa parte dos últimos 30 anos. Embora nunca tenha sinalizado claramente que o Ulster pode vir a ser independente no futuro, existe em Londres atualmente um movimento de conceder autonomia cada vez maior aos outros três países do Reino Unido - Escócia, Gales e Irlanda do Norte. No fim dos anos 1990, o governo do primeiro-ministro Tony Blair aprovou a criação de Legislativos autônomos para os três membros.
A Irlanda aderiu à União Europeia (então Comunidade Europeia), em 1973, ao abrigo de um tratado redigido em várias línguas, incluindo o irlandês e o inglês. Desde então, os seus dois nomes foram oficiais na UE. O irlandês tornou-se língua oficial de trabalho da União Europeia em 1° de janeiro de 2007. Ambos os nomes são agora usados em documentos ou na identificação dos membros que representam o Estado irlandês. Isto não muda o nome da Irlanda na legislação da União Europeia. Nas últimas três décadas as ações do grupo separatista IRA e dos grupos paramilitares “protestantes” intensificaram suas ações e foi responsável por vários atentados na Irlanda do Norte, principalmente na capital, Belfast. A ascensão do Partido Trabalhista ao poder em 1997, a criação do Euro e a “nova ordem mundial” criaram novas condições de negociação política, tendo de um lado a Inglaterra uma nova preocupação, em fortalecer-se dentro da Europa e a própria elite irlandesa católica, em aproveitar as novas condições de desenvolvimento. A suspensão dos atentados por ambos os lados foi fundamental para que as negociações pudessem existir, criando condições concretas para a pacificação da região. Historicamente o lastro monetário simbolizava a integração do continente que, no século XX, enfrentou duas guerras mundiais e uma divisão ideológica que quase provocou uma terceira. Hoje, porém, o euro é sinônimo de incertezas, numa crise que ameaça a futuro da segunda maior economia do planeta. A Eurozona é composta por 17 dos 27 Estados-membros da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. Na ocasião em que o euro foi instituído, Dinamarca, Suécia e Reino Unido optaram por não aderir ao projeto e mantiveram suas moedas locais. O euro é usado diariamente por aproximadamente 332 milhões de europeus. A moeda também é a 2ª maior reserva monetária internacional tanto quanto comercial, atrás do dólar norte-americano. 
Bibliografia geral consultada.

DAVIES, Hunter, The Beatles. New York: Editor McGraw Hilll, 1968; BECKER, Howard, Los Extraños. Buenos Aires: Editorial Tiempo Contemporâneo, 1971; HANSLICK, Eduard, The Beautiful Music. New York: Da Capo Press, 1974; SODRÉ. Muniz Araújo Cabral, O Dono do Corpo. Rio de Janeiro: Editora CODECRI, 1979; CONNOLY, Ray, The Beatles Complete. London: Wise Publications, 1983; LEERSSEN, Joep, Mere Irish and Fíor Ghael: Studies in the Idea of Irish Nationality, Its Development and Literary Expression prior to the Nineteenth Century. Editor Cork University Press, 1996; WRIGHT, Patrick &; LYONS, Evanthia, “Remembering pasts and representing places: the construction of national identities in Ireland”. In: Journal of Environmental Psychology. Vol.17.1 (1997): 33-45; BOBBIO, Norberto, O Tempo da Memória: De Senectude e Outros Escritos Autobiográficos. Rio de Janeiro: Editor Campus, 1997; GOLDSTEIN, Donna (Org.), Políticas do Corpo e o Curso da Vida. São Paulo: Editora Sumaré, 2000; BOURHIS, Hervé, O Pequeno Livro dos Beatles. São Paulo: Editor Conrad, 2010; DEROGATIS, Jim; KOT, Greg, The Beatles vs The Rolling Stones: A grande rivalidade do rock’n’roll. São Paulo: Editora Globo, 2011CARLIN, Peter Ames, Paul McCartney: Uma Vida. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2011; Artigo: “Paul McCartney fala sobre Maconha, Carreira e Reunião com os Beatles”. In: http://www.cifraclubnews.com.br/2012; BURROWS, Terry, Tesouro dos Beatles: reviva os agitados anos 1960 dos Fab 4. São Paulo: Editora Lafonte, 2012; Artigo: “18 curiosidades sobre Paul McCartney”. In: http://www.opovo.com.br/2013/05/08/; HEWITT, Paolo, Love Me Do: 50 Momentos Marcantes dos Beatles. 1ª edição. Campinas: Editora Versus, 2014; AZEVEDO, Eliane Marchetti Silva, A Ressignificação de Identidade e a Re/construção da Cidadania de Brasileiros na República da Irlanda: Um Estudo de Caso de Emigrantes Trabalhadores Qualificados (2000-2014). Tese de Doutorado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2015; SAES, Diogo Xavier, A Retórica dos Beatles: A Visualidade e as Relações Multissensoriais entre Música, Imagem e o Contexto Sessentista nas Capas dos Discos dos Beatles de 1965 a 1968. Dissertação de Mestrado em Comunicação. Londrina: Universidade Federal de Londrina, 2015; entre outros.  

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* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do Curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza:  Universidade Estadual do Ceará (UECE).  

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