quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Tracy Chapman – Voz Grave, Violão & Engajamento Afetivo.

                                                                                                                                 Ubiracy de Souza Braga*

Yo no elijo los temas, ellos vienen a mí de forma natural al tener conocimiento en el mundo”. Tracy Chapman


                                           
Tracy Chapman nasceu em Cleveland, Ohio, em 30 de março de 1964. É a sede do Condado de Cuyahoga e situa-se na margem sul do Lago Erie. Foi fundada em 1796 perto da foz do Rio Cuyahoga. Tornou-se um centro manufatureiro devido a sua localização, com vários canais e entroncamentos ferroviários. Com o declínio da indústria manufatureira pesada, Cleveland diversificou sua economia, com ênfase no setor financeiro, de seguros, na área da advocacia e na saúde. É cantora de folk, blues e soul music norte-americana, vencedora de quatro prêmios Grammy Awards, tornada mundialmente famosa por suas canções: Fast Car, Baby Can I Hold You e Give Me One Reason. Tracy Chapman toca guitarra e escreve canções desde criança. Ingressou no programa A Better Chance, vocacionado a identificar nacionalmente crianças negras talentosas para o desenvolvimento no processo de formação acadêmico, o que lhe permitiu frequentar a Wooster School, em Connecticut e posteriormente a Tufts University, em Medford (condado de Massachussets). Em maio de 2004, a Tufts University concedeu-lhe o título de Doutora Honoris Causa, reconhecido em Belas-artes, por sua contribuição como uma artista socialmente engajada e por suas práticas e realizações artísticas. Sua voz, por ser bastante grave, é aparentemente confundida com uma voz masculina. Chapman apresenta-se desde 1988.
Tracy é graduada em Antropologia e Estudos Africanos pela Universidade de Tufts, em Medford, Massachusetts e, em 2004 lhe foi concedido o título honorário “Doctor of Fine Arts”, por suas contribuições no meio artístico. A universidade abriga a mais antiga escola de graduação em Relações Internacionais, a “The Fletcher School of Law and Diplomacy”. Em 1852, o Tufts College foi fundado por universalistas que haviam trabalhado por anos para abrir uma instituição não-sectária de ensino superior. Charles Tufts doou as terras para o campus em Walnut Hill, o ponto mais alto de Medford, dizendo que gostaria de acender uma “luz no monte”. O nome foi mudado para “Tufts University” em 1954, embora o seu nome corporativo permaneça “the Trustees of Tufts College”. Depois de mais de um século como um pequeno colégio de artes liberais da Nova Inglaterra, o nutricionista franco-americano Jean Mayer tornou-se presidente da Tufts, no final da década de 1970, e, através de uma série de rápidas aquisições, transformou a escola numa universidade internacional de pesquisa. Atualmente, Tracy mora em São Francisco, Califórnia e, frequentemente se apresenta em eventos beneficentes: “Make Poverty History”, nome de organizações em vários países, que se concentram em questões relacionadas ao 8o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, como ajuda, comércio e justiça.“amfAR”, Fundação para a Pesquisa da Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) é uma organização internacional sem fins lucrativos dedicada ao apoio à pesquisa sobre a AIDS, à prevenção do Human Immunodeficiency Virus (HIV), à educação para o tratamento e à defesa relacionadas com a AIDS e “AIDS/LifeCycle”,  representa um passeio de bicicleta de sete dias com total suporte, de São Francisco a Los Angeles (EUA). É um passeio que muda a vida - e não uma corrida - por alguns dos usuários californianos.


                         
 Em 1959, uma pesquisa da American Historical Association (AHA) revelou que apenas um entre 1.735 estudantes de pós-graduação (mestrado e doutorado) em história nas tradicionais universidades norte-americanas elitistas: Yale, Harvard, Princeton e Columbia, tinha a África como área de especialização. Nesta conjuntura, apenas 31 instituições norte-americanas ofereciam cursos sobre a África. Poucas décadas mais tarde, o quadro mudaria dramaticamente para melhor. Em 1996, existiam cerca de mil doutorandos em Estudos Africanos, englobando não só história social mas também áreas correlatas como Antropologia, Sociologia e Ciência Política. De apenas 49 teses de doutorado entre 1951 e 1960, a produção sobre África avançou para 529 teses entre 2000 e 2001. Por sua vez, o número de centros de Estudos Africanos chegaria a mais de setenta, em 2002. Esse avanço refletiu diretamente na produção intelectual norte-americana sobre a África. Entre 1983 e 1993, 39% dos artigos publicados no Journal of African History (JAH) - talvez a mais importante publicação acadêmica sobre a questão social e etnográfica da África na área de História - foram de autoria de norte-americanos.
       Nessa fase as fundações Ford e Carnegie Corporation cumpririam papel fundamental na viabilização institucional dos Estudos Africanos, proporcionando recursos para pesquisa, contratação de professores e organização das conferências onde as diretrizes gerais do novo campo seriam montadas. O primeiro programa de Estudos Africanos, na Northwestern University, foi criado com recursos da Carnegie Corporation em 1948. Em 1954, a Fundação Ford selecionou quatro instituições norte-americanas: Northwestern University, Boston University, Howard University e University of Califórnia, Los Angeles para receberem recursos voltados para a elaboração de currículos, pesquisa e treinamento profissional em Estudos Africanos. Graças a um financiamento da Ford, em 1961, o programa de Estudos Africanos da Northwestern University teve autonomia financeira para funcionar por dez anos sem ter de recorrer a fundos universitários. Até o final da década de 1970, a Ford investiria 20 milhões de dólares na consolidação dos Estudos Africanos.
           O segundo estágio do processo de institucionalização dos Estudos Africanos se iniciou na década de 1960 e resultaria na criação de programas de pós-graduação em várias outras universidades, incluindo a University of Wisconsin, em 1961. Mais uma vez, o papel das agências privadas de fomento foi crítico. Na University of Wisconsin, a “Carnegie Corporation proporcionou apoio durante os primeiros cinco anos do programa - [oferecendo] um quarto de milhão de dólares, um financiamento generoso para os padrões da época -, tornando possível a concessão de bolsas no segundo semestre de 1960”. Nas palavras de Jan Vansina, outro dos “pais fundadores” dos Estudos Africanos e então recentemente chegado a Madison, “novos programas de Estudos Africanos eram criados todos os anos”. Graças à bonança, Wisconsin teria vinte professores em seu programa de Estudos Africanos em 1970. Significativamente, a torrente de financiamento passou também a vir das próprias universidades - naquela época em processo de franca expansão. O pano de fundo para tal crescimento foi um efervescente contexto político - em análise comparada tanto na África como nos Estados Unidos. No primeiro caso, cabe destacar a Independência das antigas colônias africanas, que criou euforia em relação ao desenvolvimento da África e atraiu o interesse de alunos, professores e pesquisadores. 
          Queremos dizer com isso que a individuação, ou princípio de individualização, metodologicamente descreve a maneira segundo qual uma coisa é identificada como distinguida de outras coisas. O conceito aparece em numerosos campos e é encontrado em obras de pensadores diversos como Carl Jung, Gilbert Simondon, Bernard Stiegler, Friedrich Nietzsche, Arthur Schopenhauer, David Bohm, Henri Bergson, Gilles Deleuze e Manuel De Landa. É expressa na ideia geral do objeto de pensamento poder ser referenciado sendo identificado como algo individual, logo “não sendo outra coisa”. Isso inclui como uma pessoa una é realizada para ser diferente dos outros elementos do mundo e como ela se distingue de outras pessoas. A individuação, conforme descrita por Jung, por exemplo, é um processo através do qual o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência. Através desse processo, há identificação menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as orientações emanadas do “Si-mesmo”, representando assim a totalidade referida analiticamente como o conjunto das instâncias psíquicas sugeridas por Carl Jung, tais como persona, sombra, self, constitutivo de sua personalidade individual.  
        Em primeiro lugar, “contracultura” é um movimento que tem seu auge na década de 1960 quando teve lugar e espaço um estilo de mobilização e contestação social e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o antissocial aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground, “cultura alternativa” ou “cultura marginal”, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano, embora o movimento hippie, que representa esse auge, almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da mudança de atitude e conhecimento do protesto político. O movimento hippie foi um comportamento coletivo de contracultura dos anos 1960. Embora tendo uma relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos Estados Unidos da América, a célebre máxima paz e amor (“peace and love”), que precedeu a expressão “ban the bomb”, a qual criticava severamente o uso de armas nucleares. As questões ambientais, a prática de nudismo (ou naturismo) e a emancipação sexual eram ideias respeitadas recorrentemente através de atos públicos e caminhadas por estas comunidades. 
 
 A contracultura no âmbito dos estudos e pesquisas sobre as humanidades pode ser definida como um ideário altercador que questiona valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental. Justamente por causa deste ponto de vista, são pessoas que costumam se excluir socialmente e algumas que se negam a se adaptarem às visões aceitas pelo mundo. Com o vultoso crescimento dos meios de comunicação massivos, a difusão de normas, valores, gostos e padrões de comportamento se libertavam das amarras tradicionais e locais - como a religiosa e a familiar -, ganhando uma dimensão mais universal e aproximando a juventude de todo o globo, de uma maior integração cultural e humana. Destarte, a contracultura desenvolveu-se na América Latina, Europa e principalmente nos Estados Unidos onde os indivíduos pragmáticos buscavam valores novos.  Em 1971, foi organizado no vale de Avándaro perto da cidade de Toluca, uma cidade vizinha Cidade do México, e ficou conhecido como O Woodstock Mexicano. Nudez, uso de drogas, bem como a presença da bandeira dos EUA escandalizaram a sociedade mexicana conservadora a tal ponto que o governo reprimiu performances de rock and roll pelo resto da década. O festival, comercializado como prova da modernização do México, nunca esperou atrair as massas como se fez, e o governo teve de evacuar os participantes encalhados em massa no final. Isso ocorreu durante a era do presidente Luis Echeverría, uma época extremamente repressiva na história mexicana.  
De outra parte, no âmbito da contracultura o pacifismo teve como escopo, especialmente, a guerra imperialista norte-americana contra o Vietnã e está presente nas primeiras cenas do filme Hair. – “Claude sai da sua casa na fazenda e é levado pelo pai até o ônibus que o levará à cidade, atravessa de caminhonete a zona rural americana com sua igrejinha simples, a estrada de terra, as frutas e as plantações. Deixa sua família para servir a pátria. Ele chega ao Central Park onde se encontra um grupo de jovens. Berger está lendo em voz alta para o grupo a convocação para o alistamento militar: - “Quem alterar, fraudar, destruir propositadamente, danificar propositadamente ou modificar de algum modo essa convocação, pode ser multado em até 10.000 dólares ou ser preso por até 5 anos”. Em seguida, o grupamento social como representação da contracultura queima a convocação e foge dos policiais que assistiam a tudo e passam a persegui-los. Está aí definida espetacularmente, segundo escritor marxista francês Guy Debord, a “dis-posição” cultural conscientemente ardilosa dos hippies frente à guerra de extermínio humano imperialista.
Historicamente o estudo dedicado ao “cuidado de si” teve como referência Alcibíades, retratado pelo pintor Pedro Américo em 1865. Nele, as questões dizem respeito ao “cuidado de si” com a política, com a pedagogia e com o conhecimento de si. Sócrates recomendava a Alcibíades que aproveitasse a sua juventude para ocupar-se de si mesmo, pois, “com 50 anos, seria tarde demais”. Mas isso, numa relação que diz respeito talvez ao “enamoramento”, na acepção de Francesco Alberoni e que não pode “ocupar-se de si” sem a ajuda do outro. Contudo, é no discurso dedicado à formação da “hermenêutica de si” (1981-1982) que Foucault pretendeu estudá-lo “não somente em suas formulações teóricas, mas de analisá-lo em relação ao conjunto de práticas que tiveram uma grande importância na Antiguidade clássica ou tardia”. Isto porque, para ele, esse princípio de “ocupar-se de si”, de “cuidar-se de si mesmo” estão associados.
Isto quer dizer que através dos exercícios de abstinência e de domínio que constituem a askesis necessária, o lugar atribuído ao conhecimento de si torna-se mais importante: a tarefa de se pôr à prova, de se examinar, de controlar-se numa série de exercícios bem definidos, coloca a questão da verdade – da verdade do que se é, do que se faz e do que é capaz de fazer – no cerne da constituição do sujeito moral. E, finalmente, o ponto de chegada dessa elaboração é ainda e sempre definido pela “soberania do indivíduo” sobre si mesmo; mas essa soberania amplia-se numa experiência onde se estabelece uma relação consigo mesmo que assume a forma, não somente de dominação “mas de um gozo sem desejo e sem perturbação”. Kenny Loggins, Lee Phillips, Tracy Chapman, Steve Perry. Foto de Jerod Harris. 
                     
O que nos remete ao desejo em que a cantora expressa na canção: “Baby Can I Hold You” quando afirma: - “But you can´t say baby/Baby can I hold you tonight/ maybe if I told you the right words/At the right time you`d be mine” (“Mas você não pode dizer, querida/Baby posso te abraçar esta noite/Talvez se eu tivesse dito as palavras certas/Na hora certa você seria minha”). Portanto, é possível dizer que não há idade para se ocupar consigo. Dizia Epicuro: - “nunca é demasiado cedo nem demasiado tarde para ocupar-se com a própria alma. De sorte que devem filosofar o jovem e o velho, este para que, ao envelhecer, seja jovem em bens pela gratidão ao que foi, e o outro para que, jovem, seja ao mesmo tempo ancião pela ausência de temor pelo futuro”.
Aprender a viver a vida inteira era um aforismo citado por Sêneca, rememorado posteriormente por Georg Simmel, e que convida a transformar a existência numa espécie de exercício permanente; e mesmo que seja bom começar cedo, é importante jamais relaxar. Mas há uma advertência: “é preciso tempo para isso”. E é um dos grandes problemas dessa cultura de si, fixar, no decorrer do dia ou da vida, a parte que convém consagrar-lhe. Recorre-se a muitas fórmulas diversas à noite ou de manhã, dentre alguns momentos de recolhimento para o exame daquilo que se fez para a memorização de certos princípios úteis. O exame matinal e vesperal dos pitagóricos se encontra, com conteúdos diferentes nos estoicos Sêneca, Epicteto, Marco Aurélio que nesses momentos se deve consagrar para si mesmo.
Na vida pessoal embora Tracy Chapman nunca fale publicamente acerca de sua sexualidade, a autora vencedora do Prêmio Pulitzer, Alice Walker, falou de sua relação amorosa com Chapman durante uma entrevista para o tabloide “The Guardian” em 15 de dezembro de 2006. Diversos estudos antropológicos e filosóficos demonstram que a sexualidade entre gêneros existe desde os primórdios da humanidade, em diferentes culturas, sendo considerada em muitas sociedades culturalmente progressistas uma forma normal de vínculo amoroso. Ela explicou porque elas não deram publicidade ao relacionamento íntimo, dizendo que este “era delicioso e adorável, maravilhoso, gostei intensamente. Eu estava completamente apaixonada por ela, mas isso não dizia respeito a mais ninguém além de nós”. Chapman não divulga fatos sociais quanto à sua vida pessoal, como qualquer casal, porque acaba considerada absurdamente como “reclusa”.   
Enfim, lembramos de acordo com Jurandir Freire Costa no ensaio: “A Inocência e o Vício: Estudos sobre o Homoerotismo (1992), com o termo homossexualismo nos vêm implicados no constructo histórico-político-econômico-libidinal burguês do século XIX, o qual caracteriza a humanidade como divididas em “hetero” e “homossexuais”. Correlativa à “normal/patológico”, como é vista na tradição sociológica positivista durkheimiana que transforma as vivências da experiência sexual desses sujeitos em desvio social de personalidade quase simultaneamente como no caso da psicologia, anterior à concepção psicanalítica freudiana e assim por diante. Remete à construção da figura imaginária da expressão mal dita homossexual como uma modalidade do humano ou desumano com perfil psicológico único. Falar, portanto, de “homossexualidade”, igualando a diferença, é falar de uma personagem imaginária e abstrata, que teve a função de ser antinorma do ideal de masculinidade típico do homem burguês.  Considerada uma das mais influentes artistas no meio universitário norte-americano Tracy Chapman não demorou a lançar um segundo disco. Mas “Crossroads”, de 1989, não teve o mesmo sucesso comercial que o seu antecessor. O disco vendeu muito bem, alcançando vários certificados de vendagem da RIAA - Associação Americana da Indústria de Gravação (platina) é uma organização comercial, sediada no estado de Washington, e fazendo-a vencer no ano de 1989 quatro Grammy Awards, inclusive a de melhor artista revelação.
 Politizada tornou-se depois disto, uma artista ligada à questão tópica da Anistia Internacional, participando da “Human Rights Now!”.  Repetimos, é das mais influentes artistas no meio universitário norte-americano desde meados dos anos 1980. Grammy Award é o maior, mais importante e mais prestigioso prêmio da indústria musical internacional, presenteado anualmente pela National Academy of Recording Arts and Sciences dos Estados Unidos, honrando conquistas na arte de gravação musical e provendo suporte à comunidade da indústria musical.  é uma organização dos Estados Unidos de músicos, produtores, engenheiros de som, e outros profissionais dedicados ao melhoramento da qualidade de vida e condição cultural para Música e seus criadores. A Recording Academy é reconhecida mundialmente pelo seu prêmio Grammy Award, o maior e mais prestigioso prêmio da música, conferido anualmente pela The Recording Academy desde 1959 nos Estados Unidos da América. Roberto Carlos foi vencedor do prêmio no ano de 1988. A música fazia parte do seu álbum “Si El Amor Se Va” e consagrou ao cantor através do  prêmio de “melhor performance pop latina”. Ipso facto, o que impulsionou o destaque do Brasil foi a colocação de uma nova categoria chamada “World Musica”. Foi chegar a nova categoria de premiação da música e lá estavam os fabulosos Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Sérgio Mendes trazendo troféus para casa.

A cantora tentou emplacar novamente com “Matters of the Heart”, de 1992, mas foi apenas três anos depois com “New Beginning”, quando Tracy voltou às paradas musicais e conseguiu outro Grammy, dessa vez de melhor canção de rock, com “Give Me One Reason”. Em 2000, a cantora lançou seu quinto álbum de estúdio, “Telling Stories”. Com músicas mais voltadas para o rock e se afastando cada vez mais do folk que estava acostumada, Tracy escolheu a faixa-título como single, sendo umas das mais executadas nas rádios europeias. O álbum ainda chegou ao mercado com um CD bônus, com cinco faixas adicionais, entre elas uma versão de “Three Little Birds”, de Bob Marley. No entanto, Tracy Chapman não manteve o sucesso, e após lançar uma coletânea, tentou voltar à mídia com “Let It Rain”, em 2002 e “Where You Live”, em 2005. Apesar de ter realizado turnês pela América e Europa para divulgar os trabalhos, apenas um grupo restrito de fãs acompanharam as apresentações. Dona de uma voz grave e inconfundível, que é a característica principal de cada voz e pode ser grave, média ou aguda, Tracy comemorou a edição do seu primeiro disco em 2008, com a insidiosa chamada “Our Bright Future”, como tem ocorrido em sua démarche.
Seu mundo é real, engajado que se inicia ainda durante a faculdade, quando Chapman começou a apresentar-se nas ruas, tocando seu violão em cafés de Cambridge, Massachussets. Enquanto esperava concluir sua graduação acadêmica, assinou contrato de trabalho com a SBK Records, que foi uma gravadora dos Estados Unidos, fundada em 1980 e em 1988, lançando seu primeiro álbum, intitulado: “Tracy Chapman” - que foi logo aclamada pela boa crítica de mercado, oportunidade em que ela passou a realizar tournês e conquistar o público. Após sua aparição num programa de TV, durante o Nelson Mandela 70th Birthday Tribute aconteceu antes do aniversário em si, no dia 11 de junho, e quando o ativista ainda estava na prisão. Ele serviu para, mais uma vez, chamar a atenção do mundo para o Apartheid, o sistema de governo abertamente segregacionista vigente na África do Sul que deixou Mandela preso 27 anos. Libertado em 1990 outro grande concerto ocorreu para celebrar sua soltura. Três anos depois do Live Aid, o show durou 11 horas e reuniu um grandes astros da música pop em homenagem aos 70 anos de Nelson Mandela. Em junho, sua música “Fast Car” alcançou o topo das paradas de sucesso musical nos Estados Unidos da América, e de resto no mundo ocidental. Fixou-se entre as 10 músicas mais executadas da famosa revista Billboard Hot 100, enquanto outras faixas também ficavam entre as mais badaladas e ouvidas, “Baby Can I Hold You” entre estas. 
Bibliografia geral consultada.

ADORNO, Theodor, “Ideias para a Sociologia da Música”. In: Teoria e Prática. São Paulo: Teoria e Prática Editora, nº 3, abril de 1968; Idem, “Tiempo Libre”. In: Consignas. Buenos Aires: Ediciones Amorrortu, 1969; ROSZAK, Theodore, A Contracultura. Petropolis (RJ): Editoras Vozes, 1972; CLAGHORN, Charles Eugene, Biographical Dictionary of American Music. Estados Unidos: Editor Parker Publishing Company, 1973; LERNER, Gerda (editor), Black Women in White America: A Documentary History. New York: Pantheon Books, 1972; GUY-SHEFTALL, Beverly (editor), Words of Fire: An Anthology of African-American Feminist Thought. New York: Editor New Press, 1995; SHUKER, Roy, Vocabulário de Música Pop. 1ª edição. São Paulo: Editora Hedra, 1999; BRIZUELA-GARCIA, Esperanza, Decolonising African History: Crisis and Transitions in African Historiography (1940-1990). Tese de Doutorado. Londres: School of Oriental and African Studies, 2004; COSTA, Jurandir Freire, A Inocência e o Vicio - Estudos sobre Homoerotismo. 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará, 1992; Idem, O Vestígio e a Aura - Corpo e Consumismo na Moral do Espetáculo. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2004; CAWTHORNE, Nigel, A Vida Sexual dos Ídolos de Hollywood. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004; VEGA, Cecília, “Tracy Chapman Apuesta por los Cambios que Ofrece Obama en Our bright future”. In: http://www.about-tracy-chapman.net/2008CARNEIRO, Beatriz. “Sexo, Poder e Liberdade” in Revista Verve. São Paulo: Nu-Sol, nº17, 2010; FOUCAULT, Michel, A Coragem de Verdade: O Governo de Si e dos Outros II. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2011; BAQUERO, Rute. “Empoderamento: instrumento de emancipação social? – uma discussão conceitual” in Revista Debates. Porto Alegre, vol. 6, nº1, jan.-abr.2012; BENEVIDES, Pablo Severiano, O Dispositivo da Verdade: Uma Análise a partir do Pensamento de Michel Foucault. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2013; BRAIDOTTI, Rosi, “Punk Women and Riot Grrrls” in First Supper Symposium Oslo. Oslo, 2014; MOURA BERGAMO, Thelma Maria de, Michel Foucault e os Mestres do Dizer Verdadeiro. Tese Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Faculdade de Educação. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2015; entre outros.

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* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).

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