terça-feira, 27 de novembro de 2018

Maitê Proença - Pensões Vitalícias & Previdência da Alma.


                                                                                                      Ubiracy de Souza Braga

                                                Eu sou quase louca. É que disfarço bem”. Maitê Proença

     
                           
Sobre a questão em epígrafe levantada por Maitê Proença: - Eu sou quase louca. É que disfarço bem”, lembramos uma passagem sobre este tema na esfera da analítica de poder de Michel Foucault (2014). -  Uma outra verdade veio penetrar aquela que a mecânica judicial requeria: uma verdade que, enredada na primeira, faz da afirmação de culpabilidade um estranho complexo científico-jurídico. Um fato significativo: a maneira como a questão da loucura evoluiu na prática penal. De acordo com o código francês de 1810, ela só era abordada no final do artigo 64. Este prevê que não há crime nem delito, se o infrator estava em estado de demência no instante do ato. A possibilidade de invocar a loucura excluía, pois, a qualificação de um ato como crime: na alegação de o autor ter ficado louco, não era a gravidade de seu gesto que se modificava, nem a sua pena que devia ser atenuada: mas o próprio crime desaparecia. Impossível, pois, declarar alguém ao mesmo tempo culpado e louco; o diagnóstico de loucura uma vez declarado não podia ser integrado no juízo; ele interrompia o processo e retirava o poder da justiça sobre o autor do ato. O que importa, na interpretação é que apesar de vários decretos do supremo tribunal de justiça lembrando que o estado de loucura não podia acarretar nem uma pena moderada, nem sequer uma absolvição, mas uma improcedência judicial, eles levantaram em seu próprio veredicto a questão da loucura. Entretanto, admitiram que era possível alguém ser culpado e louco; quanto mais louco, tanto menos culpado; culpado, sem dúvida, mas que deveria ser enclausurado e tratado, e não punido; culpado perigoso, pois manifestamente doente etc. 
Filha de Margot Proença e Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo, Maitê Proença nasceu em São Paulo e foi criada em Campinas. Aos 12 anos de idade, a atriz passou por uma grande tragédia. Seu pai descobriu que sua esposa mantinha um relacionamento extraconjugal. Enfurecido, assassinou a esposa com onze facadas, mas não foi preso, e sim, absolvido, pois Maitê Proença foi sua testemunha de defesa, o que facilitou o processo. Tanto a empregada quanto Maitê foram inquiridas pelo procurador. A adolescente Maitê declarou a um juiz de Campinas (SP), onde residiam, “ter visto o professor na cama da sua mãe, vestido de pijama”. Uma ex-empregada da família, falou de um relacionamento de Margot, que era professora, com um ex-aluno, pois “eles ficavam trancados no escritório, quando o marido se ausentava da casa”. Com as evidências, Augusto marcou um encontro decisivo com a esposa. Toda sua família materna ficou contra ela, por ter dado anuência a favor do pai no processo, e deixaram de manter contato com ela. Para amenizar tamanha dor, começou a fazer terapia, e, após o crime, decidiu sair do país, indo morar com o irmão em um pensionato luterano, onde residiriam por três anos. Aos dezesseis, foi morar em Paris, para terminar seus estudos. Ao seu retorno, decide sair do pensionato luterano e pede abrigo a um padre. Aos dezenove, prestou o exame vestibular para várias faculdades pari pasu chegando a iniciar o curso de graduação em Psicologia, na PUC-SP, mas não o concluiria.  
O famoso jurista Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a determinação do desembargador Vallim Bellocchi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que garantia à atriz Maitê Proença Gallo o valor de R$ 24,6 mil para a pensão que recebe desde o suicídio do seu pai, em 1989, o procurador de Justiça Eduardo da Rocha Monteiro Gallo. Agora, a pensão é de R$ 21,5 mil. A decisão de Mendes baseou-se na emenda constitucional segundo a qual a aposentadoria de funcionários públicos não pode superar o salário do topo de carreia nem exceder o salário do presidente do Executivo e o do Judiciário. No caso da pensão de Maitê, o teto de comparação é o salário do governador do Estado. A atriz tem o direito constitucional à pensão deixada pelo seu pai porque nunca casou no cartório. Ele morou 12 anos com o empresário Paulo Marinho, com quem teve uma filha. Depois, viveu com o cineasta Edgar Moura. A lei que garante pensão permanente às filhas solteiras de servidores públicos é de 1958. Já houve tentativa de revogá-la. A atriz tem participado de novelas na televisão brasileira e do badalado programa “Saia Justa”, da GNT. Ela escreveu um livro sobre sua vida em 2008. Nele, contém a descrição e relembra o fato social que o seu pai matou sua mãe, Margot Proença, com 11 facadas.


Decidiu deixar o tratamento psicológico, mas sua depressão estava forte demais, e então se viciou em drogas, narrando em entrevistas ter sido usuária durante três anos. Nesta época, decidiu mudar os rumos de sua vida, e durante dois anos saiu pelo mundo em viagens, morando em hotéis, conhecendo pessoas e novas culturas, passando por cerca de trinta países, entre Europa, África e Ásia. Fez “bicos” vendendo jornal, cuidando de crianças e distribuindo folhetos nas esquinas parisienses. Em Paris obteve a sua primeira experiência com as artes cênicas, em curso de mímica com o mestre de Marcel Marceau, o ator e mímico francês Étienne Decroux (1898-1991). Depois, matriculou-se também em vários cursos na Universidade de Paris, entre eles, arquitetura do século XVII, pensamento do século XX, pensamento alemão do início do século e outras disciplinas acadêmicas. Posteriormente conheceu o Oriente Médio, mas quando soube que seu pai estava doente e retornou ao Brasil. Ele se recuperou em pouco tempo e já estava casado novamente. Contudo, não pretendia ficar por muito tempo no Brasil, talvez o tempo necessário para a recuperação do pai, para em seguida regressar à França, porém sua vida tomou outros rumos. Neste ínterim começou a fazer um curso de teatro com Antunes Filho e a estudar roteiros para cinema no Museu da Imagem e do Som. O escritor, dramaturgo, cronista e jornalista Mário Prata, um dos palestrantes do curso do Museu da Imagem e do Som convidou-a para teste na TV Tupi.
Em 1979, estreia como atriz na novela “Dinheiro Vivo”. Inicialmente, sua participação se restringiria a uma ponta, porém sua personagem acabou ficando até o final da novela. Poucos meses depois, já estava contratada pela Rede Globo e participaria da novela “Coração Alado”, mas sofreu um acidente de carro que afetou sua coluna, e afastou-a de suas atividades por quase um ano. Ainda usando bengala, devido ao acidente, é convidada a viver sua primeira protagonista na novela “As Três Marias”, dividindo o título de “mocinha” com as experientes Nádia Lippi e Glória Pires. Para viver a personagem, mudou-se de cidade, e pediu um melhor salário, pago na época somente para atores do primeiro escalão. Acordo feito e Maitê Proença aceitou o desafio de protagonizar a novela, porém, segundo depoimento, ”o alto salário não pagava todas as críticas e pressões que sofria, fazendo-a odiar o trabalho de atriz”. Chegou a pensar em abandonar a carreira, porém além de ter um contrato com a tv Globo, se estabelecia no mercado. Havia estampado diversas capas de revistas e batido recordes de audiência de público à empresa contratante, e pelo interesse comercial aconselhada a permanecer.
Em 1981, foi convidada a participar da telenovela “Jogo da Vida”, sob a direção de Roberto Talma, de forte influência e principal responsável por fazê-la repensar na decisão de abandonar a carreira artística. Durante a novela conheceu Carlos Augusto Strazzer, que se tornaria um dos melhores amigos. Em 1982, encenou o espetáculo “Mentiras Alucinantes de um Casal Feliz”, tendo como parceiro de cena Armando Bogus. Em 1983, participou da novela “Guerra dos Sexos”, interpretando a bela e romântica Juliana. Em seguida, transferiu-se para a Rede Manchete, onde protagonizou a famosa minissérie “A Marquesa de Santos”. Em 1985, retornou à TV Globo e integrou o elenco da novela “Um Sonho a Mais”, contracenando com o talentoso Marco Nanini, que já conhecia desde o trabalho de “As Três Marias”. Em 1986, recebeu convite para participar do remake de “Selva de Pedra”, porém recusou, alegando que a Rede Manchete havia apresentado uma proposta comercial melhor. Maitê Proença viveu um dos melhores momentos de sua carreira, ao interpretar a cortesã Dona Beija na novela homônima, um dos grandes sucessos da emissora. Vale lembrar que Maitê protagonizou as primeiras cenas de “erotismo e nudez” em uma novela do horário nobre no Brasil, as quais se tornariam ícones daquela produção. A mística revela a cortesã tomando seus banhos em uma cachoeira. Imagem da Semana da Justiça pela Paz em Casa realizada no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
                       

A partir desse trabalho, após atuar na novela “Corpo Santo”, de 1987, volta para a Rede Globo e continua a despontar sempre em papéis marcantes na dramaturgia nacional. Em 1987, após tantas recusas de convites para posar nua, finalmente aceitou, tornando-se um dos maiores símbolos sexuais do Brasil. A edição vendeu 630 mil exemplares, algo raro, sendo o maior número de vendas no mercado editorial até então. Posaria uma segunda vez, em 1996, aos 38 anos, na belíssima paisagem da Sicília, e reconfirmaria o sucesso erótico, desta vez, a revista alcançou a marca dos 720 mil exemplares vendidos. Ainda em 1987, trabalhou na novela “Sassaricando”, como a fotógrafa Camila, contracenando com o ator Edson Celulari, com quem dividiu os sets de filmagens dos longas-metragens “Sexo Frágil” e “Brasa Adormecida”. Nesse último obteve o Prêmio de Melhor Atriz do 2º Rio Cine Fest. Também encenou o espetáculo “La Malasangre” e protagonizou o filme “A Dama do Cine Shanghai”, ao lado de Antônio Fagundes, conquistando o Prêmio de Melhor Atriz no II Festival de Cinema de Natal e também no XV Festival dos Melhores do Ano do CineSesc. Depois, apresentou  o “Programa de Domingo” e “Diálogo”, ambos através da Rede Manchete.
Em 1989, de volta à TV Globo, protagonizou a novela “O Salvador da Pátria”, inspirador do mito messiânico Fernando Collor, fazendo par romântico com Lima Duarte, que viria a se tornar amigo e também confidente, em um momento que seu pai está muito doente. Participara ainda dos longas-metragens “O Beijo” e “Kuarup”, além de encenar a peça teatral “Na Sauna”. Nesse mesmo ano, outra tragédia ocorreu na sua dura vida. Seu pai comete suicídio. Abalada, ela retorna a terapia por mais alguns anos. O ano de 1990 se destaca bastante na vida da atriz, com outra triste notícia. A morte de seu irmão de criação, Zuca, vítima de alcoolismo, e por uma muito feliz. O nascimento de sua única filha, Maria. Disciplinada, apenas seis meses após dar à luz foi protagonista da minissérie “O Sorriso do Lagarto”, em que fez par romântico com Tony Ramos, que seria repetido várias vezes depois. Ainda em 1991, viveu uma das “Helenas” mais jovens de Manoel Carlos, ao protagonizar a novela “Felicidade”.
Em 1993, estreou a peça “Confissões de Mulheres de 30” no Rio de Janeiro e depois em excursão pelo Nordeste. No final desse ano, encena a mesma montagem em São Paulo, além de atuar também no espetáculo “História de Nova York - Dorothy Parker”. Em 1994, fez uma incursão pela dramaturgia na Rede Bandeirantes ao participar de alguns episódios da minissérie “Confissões de Adolescente”. E também trabalhou no filme “16060”, obtendo o Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Brasília. No ano seguinte, realiza a sua primeira vilã na televisão, a Heloísa, de “Cara e Coroa”. Encenou uma mulher fraca de caráter que mantinha um relacionamento secreto com o advogado inescrupuloso Mauro, de Miguel Falabella. Durante o trabalho, chegou a iniciar um affaire com o colega de elenco Victor Fasano, que durou pouco, tornando-se depois  amigos. Após um desentendimento com a produção da novela, foi afastada da trama. Heloísa foi jogada de um penhasco por Mauro, numa das cenas mais marcantes do folhetim. Anos depois, em uma entrevista, o ator Miguel Falabella, declarou ter perdido totalmente o interesse pela trama depois que Maitê foi afastada. Em 1999, também em uma entrevista, Maitê Proença culpou Wolf Maya pela sua saída.   
Maitê posaria nua se o Botafogo subisse para a Série A.
Em 1996, integrou o elenco fixo da série “A Vida Como Ela É” e, em 1997, participou do curta “Vox Populi”, ganhando o Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Salvador. Depois, em 1998, filmou os longas-metragens “A Hora Mágica” e “Paixão Perdida”, além de atuar na novela “Torre de Babel”, em um dos personagens centrais, novamente com Tony Ramos. Em 1999, interpretou a rainha da França, Ana da Bretanha, no seriado “Os Três Mosqueteiros”, da tv Globo, e a protagonista de “Tolerância”. O filme gira em torno de um casal e confronto que estabelecem entre seus sonhos, ideais, teorias e a realidade, passando por situações de adultério. Têm sua tolerância alongada e acabam por perceber que talvez sejam menos civilizados do que gostariam. É mais uma das ousadias de Maitê, e o filme tem ótima repercussão. Participou também do filme “Bufo & Spallanzani” e estrelou a novela “Vila Madalena”, ao lado de Cristiana Oliveira, Edson Celulari, Herson Capri e Marcos Winter.

Entre os clubes brasileiros em atividade, o Botafogo é o clube poliesportivo mais antigo e o 7º a praticar ininterruptamente futebol. Em 2006, com a conquista do Campeonato Carioca de Futebol, tornou-se o único clube brasileiro campeão em três séculos. O Club de Regatas Botafogo foi o primeiro clube carioca campeão brasileiro de Remo. Reconhecido pela estrela de cinco pontas em seu distintivo, que lhe dá a alcunha de clube da Estrela Solitária, o Botafogo tem como suas cores oficiais o preto e o branco. Desde 2007, manda seus jogos de futebol no Estádio Nilton Santos, antes chamado de Engenhão. Um dos clubes mais populares do Brasil, tem como seus principais rivais o Flamengo, o Fluminense e o Vasco da Gama. Foi indicado pela FIFA ao seleto grupo dos maiores clubes do século XX. Dentre seus principais títulos no futebol estão: 21 Campeonatos Cariocas, 4 Torneios Rio-São Paulo, 3 Taças dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo, 2 Campeonatos Brasileiros e 1 Copa Conmebol, precursora da atual Copa Sul-Americana. Além disso, o clube detém alguns dos principais recordes do futebol brasileiro, como o de maior número de partidas de invencibilidade: 52 jogos entre os anos de 1977 e 1978; o recorde de partidas invictas em jogos do Campeonato Brasileiro: 42, também entre 1977 e 1978. É um dos maiores recordistas numa mesma edição de Campeonato Brasileiro: 24 jogos invictos em 1978. O maior número de participações de jogadores em partidas totais da Seleção Brasileira, considerando jogos oficiais e não oficiais: 1103 participações; e o maior número de jogadores cedidos à Seleção Brasileira para Copas do Mundo. O clube ainda é o responsável pela maior vitória já registrada no futebol brasileiro: 24-0 sobre o Sport Club Mangueira no Campeonato Carioca de 1909.

A partir de então, passou a dedicar mais tempo ao teatro. Em 2000, protagonizou o espetáculo “Isabel”, pelo qual foi elogiada pela crítica, além de ter sido indicada à categoria de Melhor Atriz para o Prêmio Shell. Em 2001, após uma participação especial na telenovela “Estrela Guia” como a hippie Kalinda, protagonizou Dona Yatá no filme “A Selva”, uma coprodução de Espanha, Portugal e Brasil protagonizada também por Cláudio Marzo e pelo ator português Diogo Morgado. Também participou do filme “Viva Sapato”, interpretando uma cômica jornalista norte-americana. Em 2002 assinou, pela primeira vez sozinha, uma produção de teatro, levando aos palcos o monólogo Buda. Ainda atuou na comédia “Com a Pulga Atrás da Orelha”, como Madame Chandebise, uma divertida e desconfiada mulher que tenta tirar à prova a fidelidade do marido. Também encenou o espetáculo de concepção e background religioso “Paixão de Cristo”, na Nova Jerusalém do sertão pernambucano, como Maria.
O ano de 2003 foi marcado pela sua estreia na revista Época com uma coluna de crônicas. Após quase 25 anos de carreira, Maitê Proença revelou seu talento também para a literatura. As crônicas escritas quinzenalmente conquistaram o público por seu estilo franco, delicado e inteligente. Simultaneamente, destacou-se na temporada daquele ano do seriado adolescente na tv Globo “Malhação” e também com a participação no filme “Jogo Subterrâneo”. Em 2004, esteve presente no elenco de “Da Cor do Pecado”, interpretando a cômica Verinha, uma mulher fútil, falida, mãe da antagonista principal da novela, Bárbara, de Giovanna Antonelli. Continuou publicando suas crônicas para a revista Época e, no ano seguinte, aproveitando o sucesso, lançou seu primeiro livro, “Entre Ossos e a Escrita”, que reúne 50 crônicas publicadas na revista Época entre 2003 e 2004. Também em 2005 fez uma participação especial na telenovela “A Lua me Disse”, como a milionária Maria Regina. Sua personagem morre logo no início da trama e deixa toda sua herança para a filha, herança essa que desperta o interesse de muita gente na história. Nesse mesmo ano, ainda escreveu sua primeira peça teatral, “Achadas e Perdidas”, que ficou em cartaz por três anos consecutivos.
A partir de 2006, passou a integrar o time de apresentadoras do programa Saia Justa, do GNT, ao lado da jornalista Mônica Waldvogel, da atriz Betty Lago, da filósofa Márcia Tiburi e da cantora Ana Carolina. Em 2007 finalizou seu segundo livro, Uma Vida Inventada, que mistura ficção a fatos reais num jogo de pistas falsas proposital; lançado em 2008, o livro obteve grande sucesso, ficando em primeiro lugar no ranking da revista Veja, além de permanecer inúmeras semanas entre os dez mais vendidos na categoria Ficção. Também escreveu a peça As Meninas, em parceria com Luiz Carlos Góes, que estrearia somente em 2009. Gravou o programa Saia Justa durante todo o ano e participou das filmagens de Elvis & Madona. Em 2008 viajou para Bali, na Indonésia, para gravar as primeiras cenas de “Três Irmãs”, novela que marca seu retorno à TV depois de três anos sem atuar na esteira dos folhetins globais.           
Em seguida, estreou o filme “Onde Andará Dulce Veiga?”, no papel da protagonista Dulce Veiga, cantora e atriz que após um período de sucesso desaparece misteriosamente nos anos de 1960. Em agosto desse ano, o filme é exibido em Nova York na Mostra Competitiva do Tribeca Cinemas. Juntamente com Irene Ravache gravou o audiobook de “Uma Vida Inventada”, lançado em agosto na Bienal do Livro de São Paulo. Em setembro daquele ano, em Ibitipoca, Minas Gerais, numa fazenda de amigos, sofreu um acidente ao cair de um cavalo, no qual fraturou cinco vértebras; ainda assim, continuou gravando “Três Irmãs” e o programa “Saia Justa”, narrando ainda “Belezas Francesas”, além de telebiografias sobre Maria Callas, Brigitte Bardot e Sophia Loren no canal pago GNT. Também participou de um sketch dos comediantes portugueses Gato Fedorento, no qual tentava imitar a pronúncia europeia da língua.
Em março de 2009 “Onde Andará Dulce Veiga?”, foi exibido no V Prêmio Fiesp/Sesi do Cinema Paulista, concorrendo em todas as categorias, inclusive na de Melhor Atriz. No mês seguinte, a peça “As Meninas” começou a ser ensaiada. Além de produzir, envolveu-se também na assistência de direção da peça. Posteriormente, em junho, foi convidada pela autora Glória Perez para participar da novela “Caminho das Índias”, no papel de Nanda, uma mulher rica que sofre um golpe. Em outubro de 2009, circulou pela internet um vídeo realizado, em 2007, para o programa “Saia Justa”, em que a atriz faz alguns comentários satíricos circulando por ruas e monumentos de Portugal. Junto à fonte do claustro do Mosteiro dos Jerônimos, o vídeo mostra a atriz cuspindo dentro da fonte. A atriz diz em seu blog que estava apenas imitando a estátua da fonte ao lado, que jorra água pela boca. Após a sua exibição em telejornais portugueses, o vídeo gerou revolta de parte do público que exigiu da parte dela, através de um abaixo-assinado online, um pedido de desculpas formais. A retratação da atriz foi feita em 13 de outubro do mesmo ano e reiterada. A direção do canal pago GNT do Brasil também apresentou suas desculpas formais pelo mal sucedido. Em 2010, saiu do ar o programa denominado “Saia Justa”, e Maitê Proença passou a integrar o elenco da telenovela Passione, da TV Globo, no papel de Stella, uma mulher rica, mãe zelosa, mas infeliz com o casamento. Enquanto seu marido dá mais atenção à empresa da família e ao trabalho por ser um importante executivo, ela o trai com rapazes mais jovens. 
Em 2012, interpreta a Sinhazinha em Gabriela. Considerada por muitos, uma das mais belas atrizes brasileiras, já foi capa de revistas masculinas, como a edição brasileira da revista Playboy. Foi uma das raras mulheres a ganhar um suplemento especial na revista. Em fevereiro de 2015, entra para novela “Alto Astral” como Kitty. Em 2016, para novela das 23h, “Liberdade Liberdade”. Após anos de contrato fixo com a rede Globo e fazendo parte do primeiro time da emissora, fãs são surpreendidos com a demissão da atriz em 2016, o que foi muito noticiado em sites e revistas. A atriz ficou revoltada com a emissora, na qual dedicou toda sua vida profissional. Em excerto extraído do livro de Maitê Proença, “Uma Vida Inventada” (2008) ela etnograficamente relata: - raios não caiem duas vezes no mesmo lugar. Às vezes. Na minha casa caíram, e assim convivi com dois homicídios, no período de minha infância, o de meu pai e de minha tia sua irmã, que, por ironia, também matou o parceiro. Tenho, portanto, intimidade com o assunto. Mais do que isso, conheço-o profundamente, já que tive de compreendê-lo para sobreviver. Nada alivia tanto quanto o entendimento minucioso dos fatos que levaram a uma dor – como em tudo, só o conhecimento traz a cura. Cheguei ao requinte de compreender melhor os crimes a minha volta do que fizeram as pessoas que os praticaram. Afirma ainda: O assassino passional não sabe por que matou, e é erro recorrente nos tribunais querer arrancar motivos de seus réus.
Eles não os têm. Destroem o núcleo de suas vidas, o grande amor e a razão de tudo, e depois choram em cima de seus cadáveres por pena de si e pela falta do objeto amado. É um processo irracional. É também autodestrutivo. Tanto assim que, via de regra, esse homicida não foge do local de seu crime, mas fica ali, não tendo mais a perder, para ser preso em flagrante. A criatura que mata por amor é alguém cuja necessidade de paixão chegou a níveis obsessivos. Ali, há um apaixonado, ávido de afeto e incapaz de renúncia. A pessoa pensa sem parar numa única coisa, na impossibilidade de ter o outro como ele precisa que o outro seja, na traição, ou em sua eventualidade. Fantasias obscuras lhe entorpem a cabeça, e não há ser sobre a terra que consiga viver com uma só ideia a lhe atazanar dia e noite, na rua, no trabalho, por toda parte, a toda hora. A tormenta chega a um ponto de ruptura, que, dali, um mínimo detalhe leva a matar. Além do mais, há pessoas que só sabem amar na tensão, vivem às turras e assim se realizam. O sentimento tranquilo e pacífico, que para tantos é a forma ideal, para eles nada significa - o amor tem faces múltiplas, e há aspectos que vêm com a violência embutida. Nesses casos os homens tendem a ser mais agressivos.
Eles batem, espancam e se portam de forma primária. A mulher, mais sutil, observa, e, intuitiva, aprende por onde atacar. Ela finge que trai, provoca, pede dinheiro que ele não tem para dar, fere-lhe o orgulho e vai levando o parceiro à exasperação. Aí ele bate, machuca e por aí vão anos de amor e dor. Até que um dia… Qual o ser vivo, por mais bondoso, que já não pensou na morte de uns vinte? As crianças pensam. Todos nós pensamos. No trânsito, no trabalho, nas discussões com o parceiro. O homicida ocasional não é um homem ruim, mas alguém que viveu um tumulto interior gigantesco e por ali desviou de si. Ele pode ser bom sujeito, honesto, trabalhador, pai carinhoso. Não voltará a matar, e representa muito pouco perigo para a sociedade. Deve ser punido porque em seu desvario amputou a vida de alguém e espalhou sofrimento a sua volta, mas deve também, e pode ser compreendido. É estranhíssimo, e dificulta a compreensão saber que essa criatura não sente remorsos. Para Maitê Proença: - A ideia de que o assassino vive numa tortura interna que lhe devora o espírito é equivocada.
É neste sentido que afirma: - Em seu mundo subjetivo ele (ou ela) tinha razões para fazer o que fez. Você, com sua ética, não consegue perdoá-lo, mas o homicida não vive sequer a questão do perdão. A coisa está feita, e os limites que rompeu ao praticá-la estavam amarrados na mesma praia onde ele hoje reencontra as justificativas que lhe permitem seguir vivendo. O que outrora serviu de motivação emocional para matar, hoje é um raciocínio lógico de seu universo íntimo. Se essa pessoa não assassinou por motivo fútil, ela merece ser vista à clareza das imparcialidades. Por ter refletido sobre isso a vida inteira, aprendi que para se julgar um gesto apaixonado é preciso muito desapego. E que há de se ter compaixão, pois com ela não só esse crime mas qualquer transgressão humana pode ser compreendida. Não há nada mais primário e mesquinho do que enxergar os atos alheios pelo ângulo exclusivo da acusação. Não se deve pensar, aquele fez mal à minha filha. Pense antes, minha filha fez mal a alguém.
No corajoso depoimento revela que teve seu primeiro namorado aos 16 anos, quando morava em Paris. Ele era francês, poucos anos mais velho. Por descuido, Maitê engravidou, mas após diversas brigas, ele decidiu que não a apoiaria e a abandonou grávida. Sem ter nenhuma condição emocional para ter um filho, ela fez um aborto em uma clínica local e teve uma recuperação tranquila. Em entrevistas, ela revelou se sentir segura do que fez na época e não ter se arrependido, informando que as mulheres precisam ter a liberdade do que fazer com sua vida, com seu próprio corpo. A atriz teve diversos namorados. Em 1982, já de volta ao Brasil há alguns anos, decidiu viver com o noivo, Paulo Marinho, ex-marido de Odile Rubirosa. Eles viveram juntos 12 anos e da relação nasceu sua única filha, Maria, em outubro de 1990. Em 1995, teve um breve namoro com o colega de elenco da rede Globo Victor Fasano. De 1996 a 2000, morou com o namorado, Edgar Moura. De 2004 a 2007, teve um relacionamento com o assessor de imprensa Rodrigo Paiva. Posteriormente, namorou o empresário carioca Toninho Dias Leite e o escritor português Miguel Sousa Tavares, além do empresário Alexandre Colombo, com quem permaneceu em namoro por dois anos, até 2011.
A atriz Maitê Proença apareceu recentemente em uma lista de mulheres beneficiadas por pensão paga pelo governo estadual a filhas solteiras de determinados funcionários públicos. Embora tenha dividido um lar com Edgar Moura por 4 anos e por 12 anos com Paulo Marinho, descrito por ela como marido, a atriz nunca se casou no civil com nenhum dos dois amantes. Se o fizesse, deixaria de receber a pensão paga pela instituição de pensionistas São Paulo Previdência (SPPREV), que recebe desde 1989, ano de falecimento do pai, o desembargador Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo. A SPPREV foi criada em junho de 2007. Desde que a Lei Complementar nº 1.010 foi promulgada, é a única administradora do Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos (RPPS). Administra também o Regime Próprio de Previdência Militar (RPPM). A autarquia tem atualmente liberdade administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos. Sua função é tratar especificamente do pagamento de aposentadorias e pensões dos Servidores Públicos Civis e Militares do Estado de São Paulo. A criação da São Paulo Previdência foi programada para reduzir os gastos do Governo e aperfeiçoar a gestão. Entre as principais contribuições está a padronização fordista dos benefícios. - Morri também um pouco, diz Maitê Proença sobre morte de Sinhazinha. 
Entretanto, a autarquia São Paulo Previdência também administra o cadastro dos beneficiários e gere os fundos e recursos levantados constantemente. A unidade não pode utilizar qualquer capital em título público - exceto títulos do Governo. Também não pode agir em outra Seguridade Social fora de sua área de atuação. Segundo dados estatísticos divulgados pela Revista Época, em 2013 o valor da pensão era de cerca de R$ 13 mil, chegando ao valor de R$ 21,5 mil em 2008. O benefício é garantido pela lei complementar 180/1978, que determina que “a pensão atribuída ao incapaz ou inválido será devida enquanto durar a incapacidade ou invalidez e à filha solteira até o casamento”. Segundo a reportagem, uma prática comum entre muitas mulheres é fazer apenas um casamento religioso, viver com maridos e ter filhos, mas sem registrar a relação oficialmente para não perder o benefício. Ela se relaciona com a Secretaria da Fazenda. Foi implantada para que os benefícios sigam os critérios da legislação federal para o regime de Previdência Social, responsável pela manutenção dos dados e fundos e pela emissão das folhas de pagamento das aposentadorias e pensões, ou seja,  dos demonstrativos dos servidores públicos e militares do estado de São Paulo. 
Enfim, sondada para ocupar o cargo de ministra do Meio Ambiente, a atriz Maitê Proença comentou a indicação. - “A ideia é tirar o viés ideológico a que o setor ambiental ficou associado. Trazer um nome que possa abrir as portas que se fecham para os ecologistas. Um nome ligado às causas ambientais, mas que circule nos diversos meios de forma isenta. E que possa colocar a pasta acima de picuinhas políticas. Concordo com tudo. Mas o meu nome “é apenas uma ideia”. As informações são do jornal O Globo. Maitê também tem boa relação no círculo mais próximo de Bolsonaro. Mas a própria Maitê explica que o seu nome, por enquanto, é “apenas uma ideia”. O nome da atriz foi proposto ao presidente eleito, para a pasta do Meio Ambiente por um grupo de ambientalistas, economistas e pesquisadores. Mesmo sem filiação partidária ou atuação política, a atriz conta com bom trânsito na área ambiental e fora dela. Ex-marido de Maitê Proença, o empresário Paulo Marinho, suplente do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) filho do presidente eleito, considerou a indicação do nome da atriz para o Meio Ambiente, afirmando - “Isso é uma loucura. Não sei de onde tiraram isso”, disse Paulo Marinho, que “emprestou a casa no Jardim Botânico para as gravações do programa de TV da campanha de Jair Bolsonaro”. O empresário afirmou que, desde o término da campanha, mantém-se afastado da equipe de Bolsonaro. - “O que eu tinha que fazer, eu já fiz, dei minha contribuição. Não participo do governo”. 
Bibliografia geral consultada.
SANTOS, Wanderley Guilherme dos, Ordem Burguesa e Liberalismo Político. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1978; ROUDINESCO, Élisabeth, La Familia en Desorden. Estados Unidos: Fondo de Cultura Económica, 2003; FASSIN, Éric, “Les Frontières Sexuelles de l‘État”. Paris: Editeur Vacarme 34, 2006; HIRIGOYEN, Marie-France, A Violência no Casal: Da Coação Psicológica à Agressão Física. Rio de Janeiro: Editor Bertrand Brasil, 2006; FASSIN, Didier; RECHTMAN, Richard, L`Empire du Traumatisme: Enquête sur la Condition de Victime. Paris: Éditions Flammarion, 2007; PROENÇA, Maitê, Uma Vida Inventada. Memórias Trocadas e Outras Histórias. Rio de Janeiro: Editora Agir, 2008; MACHADO, Isadora Vier, Da Dor no Corpo à Dor na Alma: Uma Leitura do Conceito de Violência Psicológica da Lei Maria da Penha. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2013; PEREIRA, José Maercio, Previdência Social. Aposentadoria por Tempo de Contribuição e Risco Social. Tese de Doutorado. Programa de Doutorado em Direito, Relações Sociais e Direito Previdenciário. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2013; FOUCAULT, Michel, Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão42ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2014; SERAU JUNIOR, Marco Aurélio, Resolução do Conflito Previdenciário e Direitos Fundamentais. Tese de Doutorado. Faculdade de Direito. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014;  LANZ, Luciano Quintino, Confiança e Controles em Relacionamentos Interorganizacionais: Um Modelo de suas Interações e de seus Reflexos no Desempenho. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Administração. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2014; GOMES, Guilheme Fóscolo de Moura, Fúria do Comentário: Hipertrofia Hermenêutica na Era da Mimes. Tese de Doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2015; LIMA, Cecília Almeida Rodrigues, Telenovela Transmitida na Rede Globo. O Papel das Controvérsias. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2018; entre outros.

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