sábado, 10 de novembro de 2018

Alexandria Ocasio-Cortez - Pró-imigração de Porto-riquenhos.


                                                                                                  Ubiracy de Souza Braga
 
                                                     A better world is possible”. Alexandria Ocasio-Cortez


           
Nascida e criada no Bronx, Alexandria Ocasio-Cortez é filha de uma porto-riquenha com norte-americano que também nasceu no condado nova-iorquino. Estudou Economia e Relações Internacionais na Universidade de Boston e, nesse período, trabalhou com o ex-senador democrata Ted Kennedy. Em uma entrevista à rede de televisão MSNBC, a candidata democrata disse que sua mãe “limpava casas e dirigia ônibus escolares”. - “Quando minha família estava à beira da execução da hipoteca, eu comecei a trabalhar como garçonete em um bar. Entendo a dor dos americanos da classe trabalhadora porque experimentei essa dor”. Em 2016, ela organizou a campanha no distrito de Nova York de Bernie Sanders, senador pelo estado de Vermont, para as primárias presidenciais do Partido Democrata. Em maio de 2017, com Donald Trump já eleito, ela lançou a candidatura que desafiou Joe Crowley. Entre suas propostas, está a abolição da polícia alfandegária e migratória dos Estados Unidos, pauta que ganhou força recentemente entre candidatos progressistas; um plano de saúde que garantiria assistência médica para todos os americanos, reconhecido como “Medicare for All” e defendido por Bernie Sanders; ensino superior gratuito e garantia universal de empregos. No fim das eleições primárias, Ocasio-Cortez foi ao Texas participar de protesto contra a separação racista de pais e filhos imigrantes.
Ativismo, no sentido filosófico, pode ser descrito como qualquer doutrina ou argumentação que privilegie a práxis em detrimento da atividade exclusivamente especulativa. Usualmente, ativismo pode ser entendido como militância ou ação continuada com vistas a uma mudança social ou política, privilegiando a ação direta, através de meios pacíficos ou violentos, que incluem tanto a defesa, propagação e manifestação pública de ideias até a afronta aberta à Lei. O ativismo pode também assumir a forma de protesto passivo, de greve, de desobediência civil ou de franca militância ativa, como é o caso da invasão de terrenos ou propriedades, motins e, em caso extremo, o terrorismo e a guerra civil. Todo ativismo tem como representação uma forma d denúncia que atuas diretamente no processo social de comunicação de massa. O ativismo pode defender e proteger os interesses das mulheres. Pode atuar na  luta pela igualdade dos gêneros. Na luta pela defesa do ambiente, sempre envolvido em iniciativas que visam defender as florestas, biomas, animais, museus, arte etc.

Puerto Rico, oficialmente Estado Livre Associado de Porto Rico é um território não incorporado dos Estados Unidos da América localizado no Nordeste do Mar do Caribe. É um arquipélago entre as Grandes Antilhas que inclui a ilha principal de Porto Rico e uma série de pequenas ilhas, como Mona, Culebra e Vieques. A cidade capital e mais populosa é San Juan. Suas línguas oficiais são o espanhol e o inglês, embora o espanhol predomine. A população da ilha é de aproximadamente 3,4 milhões. A rica história local, o clima tropical, as paisagens naturais diversas, a cozinha tradicional e os incentivos fiscais atrativos fazem dele um destino popular para viajantes de todo o mundo. Originalmente povoada pelo povo Taíno, a ilha foi reivindicada em 1493 por Cristóvão Colombo para a Coroa de Castela durante sua segunda viagem. Mais tarde, sofreu tentativas de invasão dos franceses, holandeses e britânicos. Quatro séculos de governo colonial espanhol transformaram as paisagens étnicas, culturais e físicas da ilha, principalmente com ondas de escravos africanos e colonizadores canários e andaluzes. Na imaginação individual (o sonho) e coletiva (mitos, ritos e símbolos) imperial espanhola, Porto Rico desempenhou um papel secundário, mas estratégico, quando comparado às colônias mais ricas como o Vice-Reino do Peru e as partes do continente da Nova Espanha. 

O controle administrativo distante da Espanha continuou até o final do século XIX, ajudando a produzir uma cultura e uma língua crioula distinta que combina elementos dos nativos americanos, africanos e ibéricos. Em 1898, após a Guerra Hispano-Americana, os Estados Unidos da América adquiriram Porto Rico junto com outras colônias espanholas nos termos do Tratado de Paris.Os porto-riquenhos são por lei cidadãos naturais dos Estados Unidos e podem circular livremente entre a ilha e o continente. Como não é um estado, Porto Rico não tem voto no Congresso dos Estados Unidos, que rege o território com jurisdição total através da Lei de Relações Federais de Porto Rico de 1950. Como um território não incorporado dos Estados Unidos, “os residentes na ilha não possuem direitos de voto em nível nacional e não votam para presidente e vice-presidente dos Estados Unidos”. O Congresso aprovou uma constituição local, permitindo que os cidadãos no território elegessem um governador. Um referendo de 2012 demonstrou que uma maioria de 54% daqueles que votaram discordava da “forma atual de estatuto territorial”, sendo que a transformação em um Estado foi a opção preferida entre aqueles que votaram por uma mudança, embora um número significativo de pessoas não tenha respondido a esta questão. Outro referendo realizado em 11 de junho de 2017, demonstrou um apoio expressivo para o Estatuto de Estado (97,18%), embora a participação tenha sido historicamente baixa com apenas 22,99% dos eleitores registrados. No início de 2017, a crise da dívida do governo porto-riquenho criou sérios problemas. A dívida havia subido para 70 bilhões de dólares em um período com 12,4% de desemprego. A dívida aumentou durante uma década de recessão. Esta foi a segunda grande crise financeira a afetar a ilha após a Grande Depressão, quando o Governo dos Estados Unidos, em 1935, proporcionou esforços de ajuda através da Administração de Reconstrução de Porto Rico. 




Esse conflito social e político tampouco será resolvido no domínio legislativo da “razão teórica” isolada, independentemente do nome da moda que lhe seja dado. É por isso que o estruturalmente mais importante conflito – cujo objetivo é manter ou, ao contrário, negar o modo dominante de controle sobre o metabolismo social dentro dos limites das relações de produção estabelecidas em que os homens se tornam conscientes desse conflito e o resolvem pela luta. Em outras palavras, as diferentes formas ideológicas de consciência social têm implicações práticas de longo alcance. Em todas as suas variedades como na arte e na literatura, assim como na filosofia e na teoria social, independentemente de sua vinculação sociopolítica a posições progressistas ou conservadoras. É esta orientação prática que define também o tipo social de racionalidade apropriado ao discurso ideológico, do ponto de vista da análise oncreta em uma situação concreta, e inscreve, a questão da racionalidade ideológica como inseparável do reconhecimento das limitações objetivas dentro das quais são formuladas as estratégias alternativas a favor ou contra a reprodução de determinada ordem social. Não é questão de conformidade ou não conformidade a algum conjunto de regras predeterminado de normas lógicas.

As ideologias são determinadas pela época em dois sentidos. Primeiro, enquanto a orientação conflituosa das várias formas de consciência social prática permanecer a característica mais proeminente dessas formas de consciência, na medida em que as sociedades forem divididas em classes. Em outras palavras, a consciência social prática de tais sociedades não podem deixar de ser ideológica – isto é, idêntica à ideologia – em virtude do caráter insuperavelmente antagônico de suas estruturas sociais. Segundo, na medida em que o caráter específico do conflito social fundamental, que deixa sua marca indelével nas ideologias conflitantes em diferentes períodos históricos, surge do caráter historicamente mutável – e não em curto prazo – das práticas produtivas e distributivas da sociedade e da necessidade correspondente de se questionar radicalmente a continuidade da imposição das relações socioeconômicas e políticas que, anteriormente viáveis, tornam-se cada vez menos eficazes no curso do desenvolvimento histórico. Dese modo, os limites de tal questionamento são determinados pela época, colocando em primeiro plano as novas formas de desafio ideológico em íntima ligação com o surgimento de meios de satisfação das exigências fundamentais sociais. Sem se reconhecer a determinação das ideologias como a consciência prática das sociedades de classe, a estrutura interna permanece completamente ininteligível.

É neste sentido que devemos diferenciar três posições ideológicas fundamentalmente distintas, com sérias consequências para os tipos de conhecimento compatíveis com cada uma delas. A primeira apoia a ordem estabelecida com uma atitude acrítica, adotando e exaltando a forma vigente do sistema dominante – por mais que seja problemático e repleto de contradições – como o horizonte absoluto da própria vida social. A segunda, exemplificada por pensadores radicais como J.J.-Rousseau, revela acertadamente as irracionalidades da forma específica de uma anacrônica sociedade de classes que ela rejeita a partir de um ponto de vista. Mas sua crítica é viciada pelas próprias contradições de sua própria posição social – igualmente determinada pela classe, ainda que seja historicamente evoluída. E a terceira, contrapondo-se às duas posições sociais anteriores, questiona a viabilidade histórica da própria sociedade de classe, propondo, como objetivo central de sua intervenção prática consciente, a superação de todas as formas de antagonismo de classe. Apenas o terceiro tipo de ideologia pode tentar superar as restrições associadas com o conhecimento prático dentro do horizonte da consciência social dividida, sob as condições da sociedade dividida em classes. A questão prática, permanece a mesma. Mas sugere como “resolver pela luta” o conflito fundamental relativo ao direito estrutural de controlar o “metabolismo social” como um todo. O quadro categorial das discussões teóricas, de acordo com a história social e política não pode ser determinado significativamente por meio de escolhas arbitrárias. 

Embora a arbitrariedade se manifeste com frequência nas mutáveis proposições das tendências ideológico-intelectuais dominantes. No entanto, observando-se mais de perto as autodefinições de tais tendências, em geral elas revelam um padrão e uma objetividade característicos, embora isto não signifique que sejam isentas de problemas. Contrastando com o grau relativamente alto de objetividade das próprias tendências, a inconstância e a arbitrariedade podem predominar nas escolhas individuais dos intelectuais que assumem a orientação ideológica dominante de um dado período, passando em grande número, por exemplo, sem motivação muito profunda, para o grupo de partidários da “modernidade”. No entanto, este fenômeno é diferente da formação do grupo de partidários em si, pois a categoria de “modernidade” é um exemplo notável dessa tendência ideológica à atenuação anistórica do conflito. É neste sentido que o pensamento globalista de Marx contrapõe o anacronismo histórico da Alemanha às condições revolucionárias políticas e econômicas avançadas de nações modernas comparativamente como ocorre com a Inglaterra e a França.

Quando o empresário fascista Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos da América em janeiro de 2017 com o discurso nacionalista do “America first” prometeu recuperar a influência global e a grandeza que, segundo afirmou desde a campanha, haviam se perdido. Em quase um ano e meio de governo, Trump vem tomando medidas em conformidade com sua retórica nacionalista. Uma das mais recentes foi adotada em maio de 2018 e chamada pelo governo de “política de tolerância zero” com imigrantes ilegais que cruzam a fronteira dos EUA com o México. Desde então, as pessoas encontradas entrando ilegalmente no país pelas forças de imigração são alvo de um processo criminal e permanecem detidas até uma decisão judicial. A consequência mais drástica dessa medida e conveniente para os norte-americanos, é que, por se tratar de um processo criminal, as normas proíbem que crianças e adolescentes que estejam na companhia das pessoas processadas permaneçam com elas. Mães e pais são separados dos seus filhos menores de idade após detenção da família na fronteira. 
Esta é a maneira norte-americana de tornar imigrantes degredados socialmente em sua pátria. O presidente afirma que os democratas são “fracos e ineficazes” quanto à segurança das fronteiras e que está apenas aplicando uma lei feita pelos democratas que ele mesmo diz ser inadequada, embora não especifique qual. Os republicanos têm maioria parlamentar, mas precisam de colaboração dos opositores para avançar projetos no Congresso. A reforma imigratória de Donald Trump inclui estas três diretrizes: 1. Fronteiras: “é necessário um muro na fronteira do sul”; 2. Leis: “as leis aprovadas de acordo com nosso sistema constitucional de governo precisam ser cumpridas à risca”. 3. Americanos primeiro: - “todo plano imigratório deve melhorar empregos, salários e a segurança de todos os americanos”. O aspecto singular do populismo nos Estados Unidos da América é sua perspectiva ideológica de que aparentemente não existem classes sociais na sociedade. Mas sabemos que existem concretamente.
Esta ideia se baseia na proposta de Declaração de Independência, de 1776, em que “todos os homens são iguais” e que a história oficial dos Estados Unidos se tem encarregado de reforçar. Esta história tem incluído movimentos políticos para empreender reformas, dentro de segmentos de diferentes classes sociais tem formado alianças políticas temporais. O centro da ideologia populista tem como representação social a ideia de “um povo” que luta contra alguma instituição fabulosa, tais como os bancos, os detentores da riqueza e a inflexível burocracia governamental. O populismo norte-americano reúne aspectos multiculturais de segmentos capitalistas, da “classe média” sob um só estandarte. O populismo não se coloca contrário ao sistema capitalista. Historicamente o movimento que comumente se associa com a ascensão do populismo é a luta econômica dos pequenos agricultores desde a década de 1890 até os anos 1930. Sua mobilização se dirigiu contra a implantação das ferrovias, os grandes bancos e as empresas de produtos agropecuários. Este foi um movimento de agricultores pobres, pequenos comerciantes rurais e alguns grupos da classe operária. No entanto, do ponto de vista analítico para boa parte dos norte-americanos, a palavra populismo não tem conotações positivas e muito menos ainda negativas. Melhor dizendo, não é progressista nem conservadora. 

Para Michael Kazin mais que uma ideologia, é retórica que define o enfrentamento na arena política entre os que estão debaixo e os de cima na política, o “povo” e as “elites”. O sistema político-partidário atual dos Estados Unidos é o bipartidarismo; dominado pelos partidos Republicano e Democrata. Esses dois partidos ganharam todas as eleições presidenciais no país desde o pleito de 1852. Eles têm se revezado no controle do Congresso desde pelo menos 1856. O Partido Democrata é um dos dois maiores partidos políticos dos Estados Unidos. É o partido político mais antigo do mundo. O Partido Democrata tem sido, desde a divisão do Partido Republicano nas eleições de 1912, a força progressista do país, se posicionando a favor do trabalho nas questões econômicas e sociais. A filosofia econômica de Franklin Roosevelt, que influenciou enormemente o liberalismo estadunidense, tem moldado boa parte da agenda política do partido desde a eleição de 1932. A coalizão representativa do New Deal, união dos democratas com sindicalistas, operários, minorias étnicas e religiosas, fazendeiros, sulistas brancos, intelectuais e com a operacionalização da máquina pública das cidades, em sua capacidade de potência controlou a Casa Branca até 1968, à exceção dos mandatos de Dwight Eisenhower de 1953-61.
Em 2004, o Partido Democrata era o maior do país, com 72 milhões de eleitores, estatisticamente ocupando 42,6% dos 169 milhões de eleitores registrados, afirmando serem filiados ao partido. O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi o décimo-quinto democrata a assumir o posto principal da nação. O Partido Republicano é o outro grande partido político dos Estados Unidos. Desde a década de 1880 é conhecido pela alcunha Grand Old Party (GOP). Fundado em 1854 por ativistas antiescravidão e modernizadores, o Partido Republicano ganhou notoriedade em 1860 com a eleição de Abraham Lincoln, que usou a “máquina partidária” para conseguir apoio para vencer a Guerra Civil Americana. O GOP dominou a política estadunidense por dois períodos, de 1854 a 1932. Atualmente, o Partido Republicano apoia uma plataforma política conservadora, sustentada pelo tripé que prega o liberalismo econômico, o conservadorismo fiscal e o conservadorismo social. Em 2004, o GOP possuía 55 milhões de eleitores afirmando serem filiados ao partido. O atual presidente Donald Trump, é o vigésimo republicano a assumir o posto. Desde as eleições de 2006, o Partido Republicano controla a maioria dos assentos na Câmara dos Representantes.
Existem dezenas de partidos políticos nos Estados Unidos da América, porém  apenas alguns lançam candidatos à presidência da República do país. Partido Verde, Partido Libertário, Partido Reformista ou Partido da Reforma, Partido da Constituição, Partido Democrata e Partido Republicano. Destes, apenas os dois últimos são os maiores e mais representativos na corrida para conquistar a Casa Branca, tendo em vista que o cenário político norte-americano é dominado por estes dois grupos. A maior diferença entre os partidos diz respeito as suas ideologias políticas, que são a base para a constituição de um governo. Enquanto os democratas são considerados de centro-esquerda, os republicanos são pragmáticos de ideias de direita. Simplificadamente o ideário republicano prevê a atuação do governo em pequena escala com relação à economia do país; preserva as ideias conservadoras, como a manutenção da moral e dos  costumes; prefere a redução de impostos; e no campo ideológico opõe-se ao casamento homoafetivo e ao aborto. No caso das ideologias democráticas apostam na intervenção profunda do Estado na economia; pretendem equilibrar o sistema capitalista com programas sociais; busca por cobranças de impostos, principalmente para as empresas; declaram apoio aos sindicatos, ao aborto, união homoafetiva e aos direitos das minorias.
Além dos dois maiores partidos, os norte-americanos possuem uma série de outros partidos políticos que recebem apoio mínimo nas eleições gerais e não aparecem nas cédulas de todos os estados com exceção do Partido Libertário e do Partido Verde. Os maiores são o Partido da Constituição, conservador fundado como o Partido dos Contribuintes dos Estados Unidos em 1992. O nome do partido foi oficialmente mudado em 1999. É o terceiro maior partido nacional no número de eleitores filiados. Isto faz dele o terceiro maior partido dos Estados Unidos, defendendo uma plataforma baseada que acredita ser a intenção original dos Pais Fundadores, princípios estes que estariam na Declaração de Independência e na Bíblia. Alguns candidatos a postos políticos – e muitos eleitores – escolhem não se afiliar a nenhum partido político. Em alguns estados, os independentes não podem votar em eleições primárias, enquanto em outros eles podem votar em qualquer primária. Os independentes podem ser de qualquer posição política, mas o termo geralmente se refere aos políticos ou eleitores que têm visões centristas que incorporam facetas da ideologia dos partidos Democrata e Republicano.

Partido Verde fundado na década de 1980 que ganhou notoriedade nas eleições de 2000 com a candidatura de Ralph Nader à presidência dos Estados Unidos. Atualmente, a maior organização nacional com o nome Partido Verde nos Estados Unidos se chama Green Party of the United States, que eclipsou o anterior Green Party USA. O Partido Verde tem vencido eleições no nível municipal; a maioria dos candidatos verdes eleitos ganharam em eleições com cédulas não-partidárias, isto é, quando os partidos dos candidatos não são divulgados nas cédulas de votação. Em 2005, o partido tinha 305.000 membros afiliados no Distrito de Colúmbia e nos 20 estados que permitem filiação partidária. Durante as eleições de 2006, o partido se tornou acessível nas cédulas de votação em 31 estados. A plataforma política do Partido Verde tem como escopo os temas articulados em torno do ambientalismo, a democracia participativa, a justiça social, o respeito à diversidade, assim como a paz e a não violência.
Partido Libertário fundado em 11 de dezembro de 1971, é um dos partidos menores mais longevos maiores e bem organizado da história política dos Estados Unidos da América, alegando ter mais de 200.000 eleitores afiliados e mais de 600 partidários eleitos para cargos públicos, incluindo prefeitos, executivos de condados, membros de câmaras municipais, membros de conselhos escolares e outras autoridades locais. Segundo informações do próprio partido, este teria mais membros em cargos públicos do que todos os outros partidos pequenos juntos. A plataforma política do Partido Libertário reflete a defesa do liberalismo que seus partidários fazem, defendendo a regulação mínima da economia, o mercado laissez-faire, a proteção das liberdades civis, a “não regulação” das fronteiras e o não intervencionismo na política de outros países, defendendo uma política externa que respeite a liberdade de comércio e de circulação entre todos os países.
A candidata de posição política considerada mais à esquerda do Partido Democrata em Nova York, Alexandria Ocasio-Cortez, cumpriu as previsões estatísticas das organizações de pesquisa conquistou o distrito 14 para se transformar na congressista mais jovem da história de gênero e relações políticas dos Estados Unidos da América. Aos 28 anos, de origem latina, como paradoxalmente pouca gente sabe que estrelas como Joaquin Phoenix e Uma Thurman têm sangue latino. Mais do que isso Alexandria Ocasio-Cortez integra a organização socialista The Democratic Socialists of America e faz parte do mais jovem grupo radical, à esquerda, formada recentemente no partido americano. Conforme as projeções técnicas eleitorais da imprensa, Ocasio superou com uma porcentagem de apoios superiores a 76%, frente ao candidato republicano neste distrito – que inclui o Bronx e o Queens -, Anthony Pappas. Em um resultado inesperado, a americana Alexandria Ocasio-Cortez venceu, no dia 26 de junho, as eleições primárias do Partido Democrata para o Congresso, pelo 14º distrito que corresponde a partes do Bronx e do Queens, na cidade de Nova York. A deputada é uma ativista e organizadora comunitária dos Estados Unidos. 
Até pouco tempo atrás trabalhava como garçonete em um bar de Nova York, nasceu no Queen e é filha de uma porto-riquenha e por extensão, cidadã pertencente ao Estado Libre Asociado de Puerto Rico, um território não incorporado dos Estados Unidos localizado no nordeste do Mar do Caribe. Em 1898, após a Guerra Hispano-Americana, os Estados Unidos adquiriram Porto Rico junto com outras colônias espanholas nos termos do Tratado de Paris. Os porto-riquenhos são por lei cidadãos naturais dos Estados Unidos e podem circular livremente entre a ilha e o continente. Como não é um Estado, Porto Rico não tem voto no Congresso dos Estados Unidos, que rege o território com jurisdição total através da Lei de Relações Federais de Porto Rico de 1950. Como um território dos Estados Unidos, os residentes na ilha são privados de direitos em nível nacional e não votam em presidente e vice-presidente dos Estados Unidos. Como forma de um rearranjo político o Congresso aprovou uma Constituição local, permitindo que os cidadãos em seu próprio território elegessem um governador. A vitória de uma ativista de esquerda sobre um veterano político democrata em Nova York marcou as primárias partidárias disputadas nada menos do que em sete estados norte-americanos que ajudaram a definir os candidatos paras a eleição legislativa em novembro.

O debate sobre o estatuto político de Porto Rico tem sido prolongado em muitas esferas internacionais locais, federais (Estados Unidos) e internacional (Organização das Nações Unidas). Em 2007, uma comissão de trabalho da Casa Branca concluiu que Porto Rico continua totalmente sujeita à autoridade do Congresso dos Estados Unidos da América sob as cláusulas territoriais. O Partido Democrático Popular, fundador do “Estado Livre Associado” protesta contra a opinião da Casa Branca. No entanto, as restrições legais relacionadas com o estatuto político dos cidadãos porto-riquenhos não são transferidas porque limitam apenas o território. Assim, qualquer cidadão dos Estados Unidos da América, mesmo aqueles nascidos em Porto Rico, podem votar para o presidente e o Congresso se eles não residem em Porto Rico; nenhum cidadão pode votar por cargo eletivo federal, a partir do território abrangido por esta ilha. Portanto várias pessoas defendem o argumento de que os Estados Unidos tratam Porto Rico como uma colônia. Em 12 de agosto de 2012 foi realizado um plebiscito sobre o status para avaliar aos eleitores se querem manter como Estado Livre Associado sob a cláusula territorial da Constituição dos Estados Unidos, ou se preferem uma opção não territorial, não colonial. Se há mais eleitores que favorecem a opção não territorial, uma segunda votação será realizada entre as três opções de status não territoriais, não coloniais: Estado, Independência ou Livre Associação. A escolha do “Não ao status quo” de Commonwealth colonial, obteve cerca de 54% do povo. A categoria de estado venceu com mais de 61% dos votos apurados, o que tem causado controvérsia pela presença de uma grande quantidade de votos em branco e nulos. No entanto, estes são descartados para o cálculo da escolha vencedora, e eles não são considerados votos nos termos do Código Eleitoral vigente. 

Alexandria Ocasio-Cortez venceu com mais de 57% dos votos o deputado Joe Crowley e será candidata democrata por uma vaga na Câmara em novembro. No sistema político norte-americano, cada distrito elege um deputado para a Câmara. Em sua campanha Ocasio-Cortez fora considerada por analistas de risco político, de forma preconceituosa ou meramente estatística, como pouco viável, ganhou expressão nas últimas semanas em torno das minorias negras e latinas que vivem no Bronx e no Queens. Latino-americana que cresceu em bairro de classe trabalhadora venceu a primária para o 14º Distrito de Nova York pelo Partido Democrata usando um discurso populista a favor das minorias sociais e evidentemente pró-imigração, com uma campanha claramente de baixo orçamento baseada em doações de simpatizantes. Politicamente autointitula-se socialista democrática e faz parte do grupo interno DAS - Democratic Socialists of America do Partido Democrata, grupo que apoiou a pré-candidatura do senador Bernie Sanders na eleição presidencial em 2016. A atriz e ativista Cynthia Nixon, também democrata e socialista que concorre na primária do partido para governadora de Nova Iorque, inspirou-se em Ocasio-Cortez que desafiou o establishment democrata e, portanto, representou uma conquista relevante dos democratas progressistas contra os democratas de formação corporativistas.
Bibliografia geral consultada.
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