quinta-feira, 15 de março de 2018

Pastor Marco Feliciano - Má-fé & Reacionarismo Político-Religioso.

                                                                                                  Ubiracy de Souza Braga

                          Dizendo tchau para o PT: esse partido das trevas, eu voto sim”. Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)
            
             
         Má-fé é originária da expressão latina, mala fides, que representa um conceito associado à ideia de fraude ou intenção dolosa. Pode envolver engano intencional dos outros ou da própria pessoa, o autoengano. Uma expressão de utilização comum é: assumir a má-fé; aqui, vê-se, nas ações de outra pessoa, motivações negativas, quer essas motivações de facto existam ou não existam. É um procedimento utilizado para enganar. Por isso, é caracterizado como crime. Quando uma pessoa inventa uma mentira e a conta como se fora um fato verídico, mesmo que não cause prejuízo financeiro, apenas a utilização de história fraudulenta, caracteriza crime punível civil e criminalmente. Em direito penal, fraude é o crime ou ofensa de deliberadamente enganar outros com o propósito de prejudicá-los, usualmente para obter propriedade ou serviços dele ou dela injustamente. Fraude pode ser efetuada através de auxílio de objetos falsificados. No meio acadêmico, fraude pode se referir a fraude científica – a falsificação de descobertas científicas através de condutas inapropriadas e, de uso comum, fraude intelectual significa a falsificação de uma posição assumida ou sugerida por um escritor ou interlocutor, dentro de um livro, controvérsia ou debate, ou uma ideia apresentada enganosamente para esconder reconhecidas fraquezas lógicas. Fraude jornalística implica numa noção similar, a falsificação dos chamados furos jornalísticos.

        O Partido dos Trabalhadores (PT) é um partido político brasileiro de centro-esquerda à esquerda. Fundado em 1980, integra um dos maiores e mais importantes movimentos de esquerda da América Latina.  Os símbolos do PT são a bandeira vermelha com uma estrela branca ao centro, exceto no Rio Grande do Sul, onde a estrela na bandeira é amarela), a estrela vermelha de cinco pontas, com a sigla PT inscrita ao centro, e o hino do partido. Seus filiados e simpatizantes são informalmente denominados petistas. O PT possui, como os demais partidos políticos no Brasil, uma fundação de apoio. Denominada Fundação Perseu Abramo (FPA), foi instituída pelo Diretório Nacional em 1996 e tem por missão realizar debates, editar publicações, promover cursos de formação política e preservar o patrimônio histórico do partido - tarefa pela qual é responsável o Centro Sérgio Buarque de Holanda. A FPA substituiu uma fundação de apoio partidário anteriormente existente no PT, a Fundação Wilson Pinheiro, criada em 1981. Em 2003, com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República, o partido passou a comandar pela primeira na história política vez o Executivo brasileiro. 

Luiz Inácio Lula da Silva reelegeu-se em 2006, terminando seu mandato como o presidente melhor aprovado de todos os tempos e com o recorde mundial de 87% de aprovação, foi sucedido em 2011 por Dilma Rousseff, sua ministra-chefe da Casa Civil. Dilma foi reeleita em 2014 por uma margem estreita e deixou a presidência em agosto de 2016, após seu pedido de impeachment ser aprovado pelo Congresso Nacional devido a operações orçamentárias não previstas na legislação ocorridas durante sua gestão. O então deputado federal Lula discursa na Assembleia Nacional Constituinte da Câmara dos Deputados. O PT foi fundado por um grupo heterogêneo, formado por militantes de oposição à Ditadura Militar, sindicalistas, intelectuais, artistas e católicos ligados à Teologia da Libertação, no dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo. O partido foi fruto da aproximação entre os movimentos sindicais da região do ABC paulista, que organizaram grandes greves de reprecussão mundial entre 1978 e 1980, e militantes antigos da esquerda brasileira, entre eles ex-presos políticos e exilados que tiveram seus direitos casados, mas devolvidos pela lei da Anistia. Desde a fundação, o Partido dos Trabalhadores assumiu a defesa do que se compreende como socialismo democrático.

Após o golpe de 1º de abril de 1964, o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) - federação de trabalhadores que desde a Era Vargas reunia dirigentes sindicais tutelados pelo Ministério do Trabalho — foi dissolvido, e os sindicatos passaram a sofrer intervenção do regime militar. O surgimento de um movimento organizado de trabalhadores, notabilizado pelas greves lideradas por Lula no final da década de 1970, permitiu a reorganização de um movimento sindical independente do Estado, o que foi concretizado na criação da Conferência das Classes Trabalhadoras (CONCLAT), que viria ser o embrião da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Originalmente, este novo movimento trabalhista buscava fazer política exclusivamente na esfera sindical. No entanto, a sobrevivência de um sindicalismo controlado pelo Estado (expresso na recriação da CGT, que reunia líderes conservadores como Joaquim dos Santos Andrade, reconhecido como Joaquinzão, e Luiz Antônio Medeiros), somada à persistente influência de partidos de esquerda tradicionais como o Partido Comunista Brasileiro sobre o movimento sindical, fizeram com que os trabalhadores do ABC, estimulados por lideranças de esquerda anti-stalinistas, procurassem identidade própria na criação de seu próprio partido político – uma estratégia diferente à realizada pelo Solidarność, na Polônia de então. Nos anos 1980, um encontro em Roma entre Walesa e Lula mostrou que suas visões políticas eram bastante diferentes. Walesa defendia o pluralismo na política enquanto Lula defendia a união dos sindicatos em uma única entidade. O PT surgiu rejeitando tanto as tradicionais lideranças do sindicalismo oficial, como também procurando colocar em prática nova forma de trabalhismo, recusando modelos em decadência, como o soviético e o chinês. Significou a confluência do sindicalismo basista com a intelectualidade de esquerda anti-stalinistas.

O manifesto de fundação foi lançado no dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion em São Paulo, e publicado no Diário Oficial da União em 21 de outubro daquele mesmo ano. Mais tarde, foi oficialmente reconhecido como partido político pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral no dia 11 de fevereiro de 1982. A ficha de filiação número um foi assinada por Apolônio de Carvalho, seguido pelo crítico de arte Mário Pedrosa, pelo crítico literário Antonio Candido e pelo historiador e jornalista Sérgio Buarque de Hollanda. Com a ascensão para a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 vencendo o segundo turno das eleições gerais de 2002 e com a posse em janeiro de 2003, aglutinaram-se vários partidos políticos, dentre eles o Partido Popular Socialista, Partido Socialista Brasileiro, Partido Democrático Trabalhista, e outros como base de sustentação. Com a continuidade das políticas econômicas do Governo do FHC e com as denúncias de corrupção, adveio uma crise política que ocasionou a cisão do Partido dos Trabalhadores em Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em 2004. Havendo após este período as críticas da esquerda ao Governo do Presidente Lula e o reconhecimento público do Partido dos Trabalhadores como um partido reformista de centro-esquerda. Em 2006 com as eleições gerais, foi reafirmado o projeto petista de Brasil, havendo o desenvolvimento do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC.  Neste governo ocorreu o escândalo conhecido como o mensalão, que teve como protagonistas alguns integrantes do governo do então presidente Lula, membros do Partido dos Trabalhadores (PT), Popular Socialista (PPS), Trabalhista Brasileiro (PTB), República (PR), Socialista Brasileiro (PSB), Republicano Progressista (PRP), e Partido Progressista (PP).

            A mistagogia origina-se com sacerdote grego, que servia o propósito da iniciação nos mistérios da religião, ensinando as cerimônias e os ritos de passagem. Fora da esfera grega, o mistagogo pode representar qualquer pessoa que inicia outros em crenças místicas, que adquira conhecimento dos mistérios sagrados. A compreensão social do conceito de mistagogia pressupõe o conhecimento do conceito cristão de mistério. A categoria mistério tem precedentes nos cultos pagãos da cultura helenística, mas a eficácia simbólica utilitária pelos cristãos é mais facilitada pela tradução bíblica reconhecida como a Septuaginta. Seu reconhecimento ocorre pelos setenta e dois rabinos que trabalharam nela e, segundo a tradição, teriam completado a tradução em 72 dias, e pela apocalíptica judaica. Pode-se fazer a seguinte síntese do uso do termo: um mistagogo é potencialmente o responsável por liderar um iniciado nos ensinamentos e rituais secretos do culto. O iniciado estaria vendado e o mistagogo deveria com a sua sabedoria poder guiá-lo até o local sagrado. O termo mistagogia encerra vários significados, mas inicialmente desenvolve-se em seu ersatz, como ocorre com os Padres do 4° século que faziam teologia. Tratava-se, nesse contexto patrístico, de aplicar a tipologia triádica mítico-bíblica baseada no batismo-crisma-eucaristia, ou a teologia do mistério, à catequese sobre os sacramentos da iniciação cristã singularizada. 

         A mistagogia está sendo redescoberta ou recidivada. O método mistagógico usado pelos Santos Padres volta a ser estudado, não para aplicá-lo tal qual, mas para servir de inspiração e modelo à formação cristã, principalmente na teologia litúrgico-sacramental. Ponto de referência desse tipo de formação é a ação litúrgica e a experiência que nos proporciona um contato vivo e pessoal com o mistério da fé. Para tanto o espaço da celebração é de suma importância para se fazer essa experiência. O mistério, para os cristãos, manifesta-se na pessoa de Jesus Cristo, principalmente na sua doação total da paixão, morte e ressurreição. Jesus Cristo é o lugar, o espaço onde é encontrada a presença e salvação de Deus. Ele é o verdadeiro templo da nova aliança. Nele se baseia toda a mistagogia do espaço. O espaço litúrgico revela o Cristo ressuscitado, glorioso em sua totalidade: cabeça e membros. Os templos são lugares da memória do mistério de Cristo e do seu corpo que é a Igreja. A ação ritual que se desenvolve tem como finalidade aprofundar a comunhão pessoal, interior, espiritual, em Jesus Cristo, com o Pai e o Espírito Santo, e levar as pessoas à experiência do mistério escondido no coração da realidade individual (sonho) e social (mito, rito) de cada fiel, para poder viver o discipulado e a missão. Simultaneamente na assembleia cristã e em cada batizado, como novo templo de Deus, construídos de pedras vivas, é oferecido o culto em Espírito e em verdade. No espaço sagrado, faz-se experiência da aliança com Deus, o povo fiel se constitui como Igreja de Cristo e recebe o Espírito Santo.

        A palavra igreja, ecclesia, a representação “casa de Deus” tem diversos significados nos livros Sagradas Escrituras, onde os cristãos se reúnem para cumprir seus deveres religiosos. O templo de Jerusalém era a casa de Deus e a casa de oração. O edifício dedicado pelos cristãos ao culto de Cristo, que os sacerdotes gregos chamavam Kyriaké (“a casa do senhor”), e, na língua inglesa veio mais tarde a se chamar Kirk e church. Em Roma, essa assembleia denominada Concio é aquela que falava Ecclesiastes e Concionator. No Novo Testamento, uma igreja é um grupo de cristãos que seguem a Cristo. A palavra pode ser usada para falar de todos aqueles que servem ao Senhor, não importa onde estejam (cf. Hebreus 12: 22-23). É frequentemente usada para descrever grupos locais de discípulos que se encontram para adorarem, para edificarem uns aos outros e para proclamarem o evangelho de Jesus. É neste sentido que lemos sobre a igreja em Antioquia da Síria (Atos 13:1), sobre as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (Atos 14: 21-23), sobre a igreja em Éfeso (Atos 20: 17), a igreja em Corinto (1 Coríntios 1:1; 2 Coríntios 1:1), as igrejas na região da Galácia (cf. Gálatas 1:2) e a igreja dos tessalonicenses. É neste ambiente de culto de igrejas que encontramos homens escolhidos para supervisionar e guiar. Os sistemas de denominações, de ligas internacionais e de hierarquias que ligam e governam milhares de igrejas locais, são invenções do homem. Não há modelo bíblico de tais arranjos.

          Pastor ou Ministro do Evangelho são os títulos atribuídos ao ministro religioso no Cristianismo, em sua maioria no Protestantismo. Dependendo da posição social e da denominação, o ministro religioso pode ser chamado de pastor, reverendo, missionário, bispo, diácono, embora em algumas igrejas essa posição não seja de ministro, ancião e, recentemente, apóstolo. O rito de investidura do pastor é chamado ordenação ou consagração. De acordo com o apóstolo Paulo, uma Igreja Local poderia ser dirigida por uma equipe de pastores. Dependendo do ramo da Igreja, a função do pastor é desempenhada pelo presbítero ou bispo. Há situações no Novo Testamento onde esses termos parecem ser sinônimos. Nos países de língua inglesa é normal referir-se aos párocos católicos romanos como pastor. No geral, é dever do pastor dirigir a Igreja Local e cuidar de suas necessidades espirituais. Em Atos 20:28-31, estão discriminadas na religião, algumas atribuições específicas do pastor, tais como: apascentar a Igreja, refutar heresias doutrinárias e exercer vigilância contra pretensos opositores. A figura do pastor é primordial para que a Igreja alcance propósitos, devendo ele como modelo o próprio Jesus Cristo, qualificado como “o Bom Pastor”.  Em sua primeira epístola universal, o apóstolo Pedro identificou Jesus Cristo como sendo o “Sumo Pastor” da Igreja Cristã. 
          No Cristianismo evangélico, a formação de pastores ocorre em um instituto de teologia evangélica por um período de um ano (certificado) a quatro anos (licenciatura ou a mestrado) em teologia evangélica. A consagração pastoral é geralmente feita pela igreja local, que o coloca como o principal intérprete da Bíblia.  Pastores se quiserem podem se casar e ter filhos. A palavra “reacionário” é frequentemente usada no contexto do espectro político de esquerda e direita, e é uma tradição na política da Direita (política). No uso popular, é comumente usada para se referir a uma posição altamente tradicional, oposta à mudança social ou política. No entanto, de acordo com o teórico político Mark Lilla, um reacionário anseia por derrubar uma condição atual de percebida decadência e recuperar um passado idealizado. Tais indivíduos e políticas reacionárias favorecem transformação social, em contraste às pessoas ou políticas conservadoras que buscam mudanças incrementais ou preservação da política existente. Em ciência política, reacionário pode ser definido como uma pessoa ou entidade com opiniões políticas que favorecem o retorno a um estado político anterior da sociedade, como adjetivo, a palavra reacionário descreve pontos de vista e políticas destinadas a restaurar um status quo do passado. Um reacionário é literalmente alguém que reage contra algum desenvolvimento ou mudança, ou se opõe a propostas de mudança na sociedade, o termo é normalmente utilizado em associação ou mesmo no lugar de conservador, embora isso seja relativo.

As ideologias reacionárias também podem ser radicais, no sentido de extremismo político, a serviço do restabelecimento das condições passadas. No discurso político, ser reacionário é geralmente considerado negativo; Peter King observou que é "um rótulo rejeitado, usado como uma provocação e não como um distintivo de honra".[6] Apesar disso, o descritor “reacionário político” foi adotado por escritores como o monarquista austríaco Erik von Kuehnelt-Leddihn, o jornalista escocês Gerald Warner do Craigenmaddie, o teólogo político colombiano Nicolás Gómez Dávila e o historiador americano John Lukacs. O sentido histórico do termo "reacionário" refere-se àquele que se contrapõe ao presente, e consequentemente às mudanças revolucionárias, sociais e políticas. Nesse sentido, entende-se como reação o conjunto de forças que atuam no sentido de retorno ao estado anterior. O reacionário é gêmeo do revolucionário.

O termo foi empregado pela primeira vez no contexto da Revolução Francesa (1789-1799) no sentido de que reacionários eram os que reagiam contra as mudanças iniciadas pela Revolução e pretendiam um retorno ao Antigo Regime. No Manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels afirmam que as classes médias pequenos comerciantes, pequenos fabricantes, artesãos, camponeses - combatem a burguesia porque esta compromete sua existência como classes médias. Não são, pois, revolucionárias, mas conservadoras; mais ainda, reacionárias, pois pretendem fazer girar para trás a roda da história. Nesse sentido, as religiões são, às vezes, qualificadas como reacionárias. Isto decorre, em parte, da oposição a filósofos religiosos como Louis de Bonald, Joseph de Maistre e François-René de Chateaubriand, e em parte do que Karl Popper chamou de crença progressista (identificada como historicista) no caráter manifesto da verdade que não conduz à construção do conhecimento, mas à procura dos obstáculos à manifestação da verdade. Ao se identificar a religião como geradora de preconceitos, procura-se abolir a religião. Analisar, afastar esse emaranhado de forças e tendências conflitantes e conseguir penetração em suas raízes, atingindo as forças de impulsão universal e as leis de transformação social — essa a tarefa das Ciências Sociais, tal como a vê o historicismo.

         O Partido Social Cristão tem como representação o símbolo cristão (peixe) e obteve registro em 29 de março de 1990. No mesmo ano, elegeu o governador de Alagoas, Geraldo Bulhões. Usa o Ichthys como simbologia, ou peixe de Jesus, como idealização de um acrônimo, utilizado pelos cristãos primitivos, da expressão Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr, que significa Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador. Tradicionalmente é utilizado para proclamar uma afinidade eletiva com o Cristianismo, e é algumas vezes objeto de piadas ou sátiras, especialmente quando é utilizado em automóveis em forma de adesivos plásticos. Enquanto o símbolo ichthys, comparativamente data do milênio passado, suas versões satíricas reconhecidas são de origem recente. Eis alguns exemplos famosos dessas adaptações. Um estudioso retórico, Thomas Lessl, realizou uma pesquisa por questionário dos usuários do peixe de Darwin. Com base em suas respostas, ele interpreta o símbolo como uma paródia científica que é em parte uma zombaria e parte é uma imitação. Enquanto os usuários frequentemente explicam o símbolo como uma repreensão contra o criacionismo, Lessl sugere que o emblema representa uma metáfora para o sentido do progresso cultural.
           O peixe de Darwin levou à concorrência entre adesivos. Um desenho foi feito com um dos peixes de Jesus comendo o peixe de Darwin. Às vezes, o peixe maior contém letras que soletram a palavra truth (verdade). Um outro desenho demonstra dois peixes, um com as pernas marcadas Eu evoluí, o outro sem pernas rotulado com Você não. Outra variante tem um peixe de Darwin levando na boca pelo rabo, um peixe de Jesus menor, morto.  Outras variantes representam uma evolução ou peixe de Darwin engolindo ΙΧΘΥΣ, peixe de Jesus ou o peixe verdade; outra talvez contemporânea versão tem um peixe escrito (ciência) engolindo um peixe escrito (mito), constituindo uma etapa da história do cristianismo de aproximadamente três séculos (I, II, III e parte do IV), que se inicia após a Ressurreição de Jesus (30 d.C.)  e termina em 325 com a celebração do Primeiro Concílio de Niceia. É tipicamente dividido em Era Apostólica e o Período Ante-Niceno, ou seja, desde a Era Apostólica até Niceia. A mensagem inicial do Evangelho foi espalhada oralmente, provavelmente em aramaico. Os livros do Novo Testamento Atos dos Apóstolos e Epístola aos Gálatas registam que a comunidade da igreja cristã foi centrada em Jerusalém e tinha entre seus líderes Pedro, Tiago, João, e os apóstolos
            O deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP) justificou seu voto dado nesta quarta-feira (3) a favor do relatório apresentado para que o processo de denúncia contra o presidente da República Michel Temer fosse arquivado enquanto estivesse no poder. Instigado pela repercussão negativa nas mídias sociais, em uma publicação feita em sua página no Facebook, Feliciano elencou nove motivos pelos quais foi contra o voto, aproveitando para dizer: “Chorem mais viúvas do PT”. Feliciano acredita que seu voto foi de “de um corajoso e conservador”. Para ele “o que diferencia um político de um estadista é que o 1º sacrifica o futuro pelo aplauso do momento, o 2º sacrifica o momento pelo futuro!”. Maior parte dos políticos da bancada evangélica votou a favor de Michel Temer. Além de Feliciano, estão nomes como Marcelo Aguiar (DEM-SP), João Campos (PRB-GO) e o presidente Takayama (PSC-PR), que representa o bloco. Entre os nomes contra, constam o empresário Arolde de Oliveira (PSC-RJ), o cantor e compositor Lázaro (PSC-BA), Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), seu pai Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, se absteve do processo. De acordo com o Estadão, a maior parte da bancada votaria a favor de Michel Temer (PSDB) em troca de apoios políticos em alguns projetos, como o Estatuto do Nascituro, que prevê sanções mais duras à prática de aborto no Brasil. O documento Estatuto do Nascituro é um Projeto de Lei brasileiro que visa garantir proteção integral ao nascituro. 

          Foi proposto pelos deputados Osmânio Pereira e Elimar Máximo Damasceno em 2005. O projeto também visava proibir a pesquisa com células tronco embrionárias no país. O projeto foi arquivado em 31 de janeiro de 2007. No entanto, está tramitando outro projeto de lei semelhante: o P.L. 478/2007. Tais projetos de lei têm sido alvo de muitas discussões e críticas por possibilitar a interpretação da proibição do aborto em qualquer situação, pois considera que a vida humana surge desde a concepção, conforme definição do Art. 3º desse Projeto de Lei (478/2007), constituindo, assim, uma incompatibilidade com os direitos já estabelecidos no Artigo 128 do CP. Para elucidar tal discordância, foi adicionado ao caput do Artigo 13 do PL 478/2007, na provável data de 19/05/2010, a seguinte expressão: “ressalvados o disposto no Art. 128 do Código Penal Brasileiro”. Os grupos contrários ao projeto afirmam que ele dificultaria o acesso das mulheres aos serviços de aborto previsto em lei - nos casos de risco de vida à gestante, de estupro e de gravidez de feto anencéfalo - e representaria um forte retrocesso em direitos fundamentais das mulheres, por desconsiderar a mulher como portadora de direitos sobre si mesma, atentar contra a liberdade de expressão, criminalizando as pessoas que defendem a legalização do aborto, condenar o uso da pílula do dia seguinte e o processo de desenvolvimento social sobre as pesquisas com células-tronco.
      Os símbolos permitem que um ator compreenda uma pessoa que conhece, a qualquer tempo, mediante uma comparação entre tipos de conduta e de aparência, com base em experiências prévias de como se comportam outras pessoas. Se um indivíduo é totalmente desconhecido, os observadores podem obter, a partir de sua conduta social e aparência, indicações que lhes permitam utilizar uma experiência anterior, que tenha tido com indivíduos aproximadamente parecidos, e aplicar-lhes “estereótipos não comprovados”. A informação a respeito do indivíduo serve para definir a situação, tornando os outros capazes de conhecer o que deles se pode esperar. Assim informados, saberão qual a melhor maneira de agir para dele obter uma resposta desejada e, além disso, para dirigir inteligentemente sua própria atividade. As máscaras sociologicamente para Erving Goffman, constituem uma ferramenta expressiva padrão. Elas são compostas através de três características: a)por uma ambientação, b) uma aparência e c) por modelos. Como os modelos se constroem mediante a ambientação e a aparências, os signos e o status social desempenham um papel decisivo. 
         Ao que parece o ator social, queira ou não, está orientado de acordo com um conjunto de restrições culturais. Podemos citar também um processo social identificado por Erving Goffman de institucionalização das máscaras, que seriam “expectativas abstratas e estereotipadas” sobre um papel específico. A máscara se converteria então, em uma “representação coletiva” uma vez que estas são construídas em “performances” individuais que não são mais do que a forma ou expressão dessas representações coletivas individualizadas e personalizadas com as características de cada indivíduo. Quando, por exemplo, um ator social adentra um grupo social específico, encontra correspondente a ele, a fixação de uma máscara particular. Ele chega a sugerir o caráter abstrato e geral das máscaras sociais e as converte em veículos ideais no processo de socialização. Através das máscaras sociais a atuação é “modelada e adaptada à compreensão e as expectativas da sociedade na qual se apresenta”.


               
              Metodologicamente Erving Goffman tem sido considerado “o sociólogo norte-americano mais influente do século XX”. Listado em 2007 pelo “The Times Higher Education Guide” como o sexto autor nas ciências humanas e sociais mais citados, atrás apenas de Anthony Giddens e à frente de Jürgen Habermas, e, institucionalmente representando o 73º lugar de presidente da “American Sociological Association”, fundada em 1905, com a denominação de “Sociedade Americana de Sociologia” presidida em 2014 por Annette Lareau. Sua contribuição reconhecida  na sociologia e  como constructo para a teoria social refere-se ao conceito de “interação simbólica”, desenvolvido com a análise dramatúrgica, em seu livro de 1959, “A Representação do Eu”. Outras obras importantes de Goffman incluem “Manicômios, Prisões e Conventos” (1961), “Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada” (1963), “Interaction Ritual” (1967), “Frame Analysis” (1974), e “Forms of Talk” (1981). Seus principais “survey’s” incluíram a sociologia da vida cotidiana, a interação social, a construção social do eu, organização social da experiência, e elementos endógenos da vida social, denominados como “instituições totais” e “estigmas”.            
      Fez avanços substanciais no estudo da interação “face-a-face”, elaborou a “abordagem dramatúrgica”, a interação humana, e desenvolveu inúmeros conceitos que tiveram uma grande influência, particularmente no campo da microssociologia da vida cotidiana. Muitas de suas obras tratam da organização do comportamento cotidiano, um conceito que ele chamou de “ordem da interação”. Ele contribuiu para o conceito sociológico de “enquadramento” (“frame analysis”), a teoria do jogo (o conceito de interação estratégica), e para o estudo das interações e linguística. Com relação a este último, argumentou que a atividade de falar deve ser vista como um bem social, em vez de uma construção linguística. A partir de uma perspectiva metodológica, Goffman muitas vezes emprega abordagens qualitativas, a mais famosa em seu estudo sobre os aspectos sociais da doença mental, em particular o funcionamento das “instituições totais”, comparativamente como se torna um clássico na interpretação de Jack Nicholson, no filme: “O Estranho no Ninho” (1965). É frequente afirmar que se a psiquiatria não existisse, o cinema a teria inventado. Mas coincidem ambas em suas criações. No cinema, em sua progênie surge uma imagem da psiquiatria com métodos de tratamento, nosologia, teorias e profissionais próprios, podendo estar bem longe da realidade da profissão. A psiquiatria têm pontos em comum em relação a seus interesses e em suas trajetórias históricas. As duas áreas tratam do comportamento, e de período de aceitação e popularidade, se tornaram influências culturais que interagem num espaço da modernidade em constante modificação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a faixa presidencial, ao lado de sua mulher Marisa Letícia, o presidente Fernando Henrique Cardoso e dona Ruth Cardoso e José Alencar Gomes da Silva no Parlatório do Palácio do Planalto.

       
         Marco Antônio Feliciano é um pastor da Catedral do Avivamento, uma igreja neopentecostal ligada à Assembleia de Deus e deputado federal brasileiro. Eleito pelo Partido Social Cristão (PSC-SP) em 2010 com 212 mil votos foi o segundo político evangélico com maior número de votos no país e o 12° entre os 70 deputados eleitos pelo estado de São Paulo. Foi eleito, mormente presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados do Brasil, cargo que exerceu durante o ano de 2013, o que gerou controvérsia pelas diversas declarações polêmicas, principalmente em relação a temas como direitos civis dos grupos relacionados ao homoerotismo e direito ao aborto. Fora um dos únicos dez deputados que votou em plenário contra a cassação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cosentino da Cunha, economista, radialista e político filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Exerceu o cargo de deputado federal entre fevereiro de 2003 e setembro de 2016, quando teve o mandato cassado pelo plenário da Câmara dos Deputados. Foi presidente dessa Casa de 1º de fevereiro de 2015 até renunciar ao cargo no dia 7 de julho de 2016. Evangélico, é atualmente membro da igreja Assembleia de Deus, Ministério de Madureira com sede no Rio de Janeiro e presidida pelo bispo Manoel Ferreira. Seus principais templos da Assembleia de Deus Madureira estão nas cidades de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
        É influenciado pelo personalismo associado ao humanismo e não ligado a partido político, idealizado por Emmanuel Mounier, após a crise de 1929 da Europa e divulgado pela revista “Esprit”, com a intenção de “identificar a verdade em toda a circunstância”. Ele acreditava que o problema das estruturas sociais era econômico e moral, e a saída para isso era a teorização e a construção de uma “comunidade de pessoas”. O personalismo é uma filosofia que tem como ênfase conduzir o homem para sua realização como representação social de sua pessoa. Tendo esse pensamento como princípio ideológico, o sujeito que se percebe como pessoa, percebe a importância de sua pessoalidade e se desperta para ação vocacional dando lugar a expectativas pessoalizadas. O personalismo foi adaptado pela Democracia Cristã (DC), e influenciou positivamente o Papa João Paulo II e, consequentemente, muitos católicos. Na visão personalista, ser completo como pessoa é levar a sério suas necessidades pessoais satisfeitas, percebidas e trabalhadas na congregação. Levando isso a sério, a filosofia personalista, destacando o valor da pessoa, em detrimento do indivíduo, coloca a questão pessoal sobre as demais questões, por entender que as questões importantes da existência estão contidas nas pessoas. Ipso facto, nada, deve diminuir o valor e a primazia de uma existência personalista.
              A história do Partido Social Cristão teve início em 1970, com a criação do  Partido Democrático Republicano (PDR). Em 1985, com a redemocratização política, Vítor Nósseis deu continuidade ao trabalho de manutenção da sigla, com a fundação do PSC. Em 1989, aliou-se ao PST, PTR e PRN, essa coligação denominada “Brasil Novo” levou à vitória Fernando Collor nas eleições presidenciais. Em fevereiro de 1989, quando da filiação de Fernando Collor de Melo, foi rebatizado com o nome de Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Só obteve registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 1990. A denominação “social-cristão” vem da crença dos partidários de que o Cristianismo representa mais do que uma religião, é um estado de espírito que não segrega e não exclui, além de servir de base para que as pessoas tomem decisões de forma racional, e partindo deste pressuposto, declara-se contrário ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. O partido demonstra repúdio ao marxismo, sua interpretação analítica sobre as relações de classe e conflito social, porque utiliza uma interpretação materialista e uma visão dialética de transformação social.
            O marxismo engloba uma teoria econômica, uma teoria sociológica, um método filosófico e uma visão revolucionária radical de mudança social. Além disso, confunde o marxismo de Marx, com ideologias similares historicamente anticomunistas. O desentendimento com o presidente nacional do PSC e candidato a presidência pelo partido em 2014, Pastor Everaldo, chegou ao limite quando partido firmou aliança com o PCdoB no Maranhão. Marx fustigou as posições direitistas dos cristãos: tanto dos católicos quanto dos protestantes. Marx tinha uma perspectiva filosófica materialista e considerava a perspectiva da religião alienada. A religião era o “ópio para o povo”; era “o sol ilusório em tono do qual gira o homem, enquanto não gira em torno de si mesmo”; era a consciência e o sentimento do homem que “ainda não se encontrou ou então já tornou a se perder”. Era também “o suspiro da criatura esmagada, o coração de um mundo sem coração, o espírito de um estado de coisas carente de espírito”.
            Vale lembrar que a nação é um produto cultural, político e social que surge na Europa a partir do fim do século XVIII e que se constitui efetivamente em uma comunidade política imaginada. Nesse processo de construção histórica, a relação entre o velho e o novo, o passado e o presente, a tradição e a modernidade é uma constante e se reveste de importância fundamental, pois, a nação é uma comunidade de sentimento que normalmente tende a produzir um Estado próprio, é preciso invocar antigas tradições (reais ou inventadas) como fundamento “natural” da identidade nacional que está sendo criada. Isso tende a obscurecer o caráter histórico e relativamente recente dos estados nacionais que também se empenha em demarcar suas fronteiras culturais, estabelecendo o que faz e o que não faz parte da nação. Através desse processo social se constrói uma identidade nacional que procura dar uma imagem à comunidade abrangida por ela. Nesse sentido o processo de consolidação dos Estados-nações é extremamente recente. Mesmo em sociedades que aparentemente parecem ser bem integradas.               
          Dos tempos de Marx para cá, muita água passou por baixo das pontes. As ideias de Marx seguiram caminhos mais variados e surpreendentes do que o próprio Marx poderia ter imaginado: caminhos que vão desde a revolução e contrarrevolução na União Soviética até a China, passando pela Romênia, pela Iugoslávia, pela Coreia do Norte, pelo Cambodja, por Cuba, pela República Democrática Alemã, por Moçambique, pela Bulgária, pela Hungria, pela Albânia, pelo Vietnam e pela Polônia. Ora, se entendemos que o marxismo como ideologia não tem dono, com maior razão se pode dizer o mesmo do socialismo, que é um conceito mais amplo que o marxismo, porque pode haver socialismo que não seja marxista, mas não pode haver marxismo que não seja socialista. Seria, portanto, grotesco se os marxistas pretendessem ter o monopólio do socialismo e se negassem a reconhecer que o socialismo é de quem o fizer. Ou, como admite radicalmente, o filósofo Carlos Nelson Coutinho: “Sem democracia não há socialismo, sem socialismo não há democracia”, pois igualdade social sem liberdade não corresponde ao ideário e à utopia dos revolucionários socialistas.
             Nas sociedades modernas, complexas, a classe operária precisa travar uma luta política prolongada, que depende da sua capacidade de mobilizar aliados, somar forças, ocupar-manter-e-ampliar todos os espaços democráticos que o movimento de massas consegue abrir no interior do capitalismo globalizado. Por isso, peremptoriamente, para avançar através da democracia na direção do socialismo, a classe operária precisa ter uma visão pluralista. Desgraçadamente os marxistas sectários não se sentem seguros quanto à capacidade deles de conquistarem para o marxismo, no dia a dia, na prática consequente da democracia, a hegemonia na vanguarda das lutas de massas: por isso, procuram garantir antecipadamente a hegemonia para eles, recorrendo a procedimentos meramente “golpistas” e causando estragos no pluralismo. Não compreenderam, ainda, que qualquer prejuízo sério causado à democracia acarreta grandes danos também à luta pela manutenção do socialismo. Enfim, na história do marxismo, tão rica e tão dramática, nenhum pensador contribuiu tanto quanto Antônio Gramsci para a superação do estado de espírito triunfalista, fértil para o plantio de ilusões, e bastante frequente entre revolucionários, que não hesitam em manipular o comportamento dos outros, em nome dos superiores interesses da “revolução”, do “progresso” ou do “socialismo”.
             Mas há casos em que uma mesma sociedade é representada como se fosse de fato dividido em duas grandes regiões antagônicas o que é recorrente para o Brasil. O personalismo moderno, presente no Brasil do séc. XXI se caracteriza pelo culto dos feitos políticos, do caráter, da trajetória pessoal acima dos valores partidários e desprendidos de lealdades partidárias. O personalismo tem como seu aliado os meios de comunicação hegemônicos de massa que projetam socialmente indivíduos, mais do que o processo de formação ideológica dos partidos. Para alguns autores o personalismo político e a infidelidade partidária enfraquecem os partidos políticos e por consequência podem comprometer o processo de estabilidade democrática. O personalismo individual ou coletivamente, somado a outras práticas históricas do Estado patrimonial são obstáculos para o amadurecimento democrático do Brasil, das suas instituições, dos partidos políticos e do eleitorado.
          A aprovação de emenda ao projeto de Lei de Reforma Política que trata da criação de uma “janela” para assegurar mudança de partidos políticos está gerando mais um casuísmo político. Entretanto, diante desse cenário é inevitável o surgimento de novas questões políticas, com a proximidade do pleito de 2018, pois casuísmo político não pode significar simplesmente a aceitação passiva de ideias ou de doutrinas, com sua recorrência histórica no século XIX. É algo que muitos de nós estenderíamos às áreas como políticas e religião e tem sido usada com frequência em relação ao próprio campo científico. Alguns deputados estaduais e federais têm interesse em mudar de legenda, mas aguardam votação no Congresso Nacional. Chamada de “janela da infidelidade”, a medida permite a parlamentares o famoso “troca-troca de partido”, em determinado espaço de tempo, sem terem o mandato questionado. Parlamentares só poderão mudar de partido, sem risco de perder o mandato, se forem para legenda recém-criada, em caso de fusão de partido ou se for comprovado que o filiado sofreu perseguição política.
              A disciplina partidária está relacionada ao grau em que parlamentares de um partido seguem as diretrizes partidárias em seu comportamento no Legislativo.  Mais especificamente a questão ideológica é que muitos parlamentares não seguem a orientação partidária. Pois votando de forma individualista, mantém a individuação das referências, pensando apenas em seus interesses pessoais na esfera da política, e não nos do partido a que estão socialmente vinculados. Essa aparente ausência de disciplina teria suas raízes históricas na legislação eleitoral e partidária. Especialmente no sistema eleitoral proporcional de lista aberta, que permite aos eleitores votar em candidatos nominalmente e não só em partidos. O que faz com que as campanhas sejam individualizadas e que os parlamentares, depois de eleitos, se julguem donos de seus mandatos. Daí a propriedade moral de suas ideias se afastarem das diretrizes e normas do partido fazendo com que a ocasião cimente a ideia de representação política.
           No Brasil, uma vez eleitos, os políticos são pouco controlados pelos partidos.  Não que o controle das indicações seja meramente descentralizado, ele praticamente não existe, porque os deputados eleitos conquistam automaticamente o direito de concorrer nas próximas eleições, configurando-se a regra do “candidato nato”. Não há lei que impeça os deputados de trocarem de partido, ao contrário, a janela de infidelidade a ratifica. Essa prática já se tornou corriqueira na Câmara dos Deputados, e muitos parlamentares mudam de partido várias vezes durante uma mesma legislatura. Entre 1991 e 1994, deputados mudaram de partido 260 vezes, ou seja, mais que a metade dos 503 deputados. Como é sabido os chamados “partidos de aluguel” são os mais frágeis do mundo. Outra variável que afeta a escolha de uma estratégia individualista é a concordância do candidato com a formação de alianças nas eleições legislativas. Os votos de legenda dados a um partido coligado são somados aos votos recebidos pelo conjunto da aliança. E não somente aos votos recebidos pelos candidatos do partido.
            Independentemente de um partido ser reconhecido como de “esquerda” ou de “direita”, se estiver coligado a outros, seus candidatos terão bons motivos para desviar os votos da legenda para suas próprias candidaturas. Como os candidatos mais votados no conjunto da coligação é que ficam com as vagas, os representantes dos pequenos partidos tendem a dar menos importância à legenda referendada pela coligação. Se derem maior ênfase à sigla do partido do que aos seus próprios nomes, correrão o risco de não alcançar a soma de votos necessários para se elegerem. É normal, portanto, que um partido coligado busque e receba menos votos de legenda do que um partido que não participa de uma aliança. Por outro lado, candidatos ligados a partidos que não querem ou não conseguem formar uma aliança eleitoral podem tentam obter votos de legenda. Nesse caso, eles não podem se beneficiar indiretamente dos recursos dos parceiros maiores e talvez não disponham dos meios necessários para desenvolver campanhas individuais. Em consequência disso, uma estratégia eleitoral de curto prazo é promover a sigla, atraindo eleitores não ligados a redes de patronagem ou que estejam interessados em partidos de orientação programática. Há consenso sobre esse aspecto no diagnóstico da teoria política brasileira.
              Marco Feliciano é um dos deputados tem um dos perfis mais seguidos do país. Ele foi eleito em 2012 por medidores de popularidade em redes sociais digitais – como “Los 30 tuiteros” – o político mais influente já em seu primeiro mandato, à frente de presidenciáveis, senadores e governadores. O perfil de Feliciano no twitter representa  a rede social que mais recebe atualizações em seu cotidiano. Criado em 27 de abril de 2009, Feliciano enviou mais de 34. 172 tweets. Possui 289.823 seguidores e segue 88 perfis no momento de realização da pesquisa (cf. Silva, 2015). Feliciano ficou mais conhecido no Twitter através de uma polêmica com relação às declarações feitas por ele em pregações religiosas em igrejas e por meio de redes sociais, classificadas como racistas, homofóbicas e intolerantes do ponto de vista da formação de religioso. Uma das primeiras declarações do deputado chamando atenção ocorreu em 31 de março de 2011, quando o pastor de posse do cargo de deputado, ao nível ideológico gerou expressiva quantidade de reações e denúncias perturbadoras nas chamadas redes sociais, mas também apoios da parte de fiéis evangélicos, com significativa cobertura nos meios de comunicação massivos.
             A segunda declaração também foi postada quando o deputado resolveu responder a um grupo de usuários que questionavam suas afirmações, na mesma data, e também gerou novamente grande quantidade de reações pelas redes e cobertura midiática. “Intimidação” apareceu como terceira conduta mais utilizada, principalmente no que se refere ao indicador de “sugestão de ações punitivas” (14,12%). O deputado Marco Feliciano se mostrou bem crítico no que se refere à impunidade quando se trata de infrações aos Direitos Humanos e intimidando os contrários à sua linha de pensamento. Realizou críticas ao governo do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual seu partido integra a base aliada, e a pensamentos de “esquerda”. Mas ao fim e ao cabo, como reacionário, não consegue discernir no âmbito das relações de trabalho e de poder a sua cumplicidade com o golpe de Estado de 2016. Este novo fato político, histórico e contraditório, não representa apenas a interrupção de um processo vitorioso constituído pelo Partido dos Trabalhadores, mas a secularização de uma luta que pela primeira vez na política, de fato coloca concretamente a hegemonia do trabalho no Brasil. 
Bibliografia geral consultada.
KONDER, Leandro, A Questão da Ideologia. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2002; GOUVÊA, Ricardo Quadros, O lado bom do calvinismo. São Paulo: Fonte editorial, 2013; CARCARÁ, Thiago Anastácio, Discurso do Ódio no Brasil: Elementos de Ódio na Sociedade e Sua Compreensão Jurídica. São Paulo: Editor Lúmen Juris, 2014; CALVANI, Carlos Eduardo Brandão,  “Protestantismo liberal, ecumênico, revolucionário e pluralista no Brasil – um projeto que ainda não se extinguiu”. In: Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, vol. 13, nº 40: 1896-1929; 2015; SILVA, Fernando Wisse Oliveira, Personalização da Representação Política: Um Estudo sobre as Estratégias de Comunicação dos Deputados Marco Feliciano e Jean Wyllys no Twitter. Dissertação de Mestrado em Comunicação. Programa de Pós-graduação em Comunicação Social.  Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2015; ALLAN, Nasser Ahmad, Deus, Diabo e Trabalho: Doutrina Social Católica, Anticomunismo e Cultura Jurídica Trabalhista Brasileira (1910-1945). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Direito. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2015; FAJARDO, Maxwell Pinheiro, “Onde a Luta se Travar”: A Expansão das Assembleias de Deus no Brasil (1946-1980). Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências e Letras. Assis: Universidade Estadual Paulista, 2015; ROSA, Wanderley Pereira da, Por uma Fé Encarnada: Teologia Social e Política no Protestantismo Brasileiro. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Teologia. Departamento de Teologia. Centro de Teologia e Ciências Humanas. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2015; DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian, A Nova Razão do Mundo: Ensaio sobre a Sociedade Neoliberal. São Paulo: Editora Boitempo, 2016; BRAGA, Claudia Soares da Silva, A Constituição Discursivo-Homofóbica da Instância-Sujeito Marco Feliciano. Dissertação de Mestrado em Estudos Linguísticos. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2016; ENGELBRECHT, Camila Wada, Discurso Político em Meios Digitais - Atores Políticos no Facebook: Jean Wyllys e Marco Feliciano. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Programa de Mestrado em Comunicação Social. Faculdade Cásper Líbero, 2016; Artigo: “Feliciano Justifica Voto a Favor de Temer: Contra o Partido dos Trabalhadores”. In: https://noticias.gospelprime.com.br/08/08/2017; ALMEIDA, Ronaldo, “Deuses do parlamento: os impedimentos de Dilma”. In: Conservadorismos, Fascismos e Fundamentalismos: Análises Conjunturais. Campinas: Editora da Unicamp, 2018; entre outros. 

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