Ubiracy de Souza Braga
“Não sei como vou descrever à minha mulher a experiência que estou vivendo”. Rick Wakeman (1975)
Quando se menciona o Renascimento Italiano, os nomes que vêm à memória de um leitor mediano são Médici, Da Vinci e Galileu. Fora da Itália são poucos os que conhecem o nome Bartolomeo Cristofori, um artesão talentoso que viveu e trabalhou nesse período, mas certamente conhece sua maior invenção: o “harpsicórdio com alto e baixo”, conhecido atualmente como o piano. Pouco se sabe da família ou da infância de Cristofori, além de que ele nasceu em 1655 e cresceu na cidade de Pádua, localizada na República de Veneza. Além de trabalhar com uma variedade de instrumentos, ele foi um notável fabricante de “harpsicórdios”. Com essa linha de trabalho, aos 33 anos, ele atraiu a atenção de Ferdinando de Médici, filho e herdeiro de Cosimo de Médici, o Grão Duque da Toscana. Médici contratou Cristofori para ajudá-lo a manter os instrumentos de sua vasta coleção, além de tentar inventar alguns novos. Antes de Cristofori inventar o piano, faltava um instrumento de cordas com teclado que oferecesse uma gama de expressão musical e ainda fosse adequado para suas apresentações públicas.
As opções principais eram o “harpsicórdio” mais conhecido como cravo e o “clavicórdio”. Ambos os instrumentos funcionam por pressão nas teclas de um teclado que resulta na vibração de uma corda correspondente. O principal problema com eles é que o volume do cravo não podia ser aumentado ou diminuído enquanto ele era tocado, e o som do clavicórdio era simplesmente baixo demais para ser utilizado em performances. Assim, era tipicamente usado pelos músicos para composição e treinos. O design do piano superou esses dois problemas. Um inventário dos instrumentos musicais dos Médici (1700) revela o primeiro piano criado por Cristofo em torno dessa data, embora originalmente chamado de “arpicembalo”: Um grande “Arpicembalo” feito por Bartolomeo Cristofori, uma invenção que produz sons altos e baixos, com dois conjuntos de cordas de altura uníssona, com caixa sonora de cipreste sem rosa.
Todavia “Arpicembalo,” era um instrumento que se parecia com o cravo. A data de sua invenção é considerada entre 1698 e 1699, mas Cristofori poderia estar trabalhando no instrumento desde 1694. Contudo, ele só foi apresentado ao público muito mais tarde, em 1709. A invenção se tornou conhecida como “pianoforte”, união dos termos italianos para “suave” e “forte” (piano-forte). Era descrito dessa forma no inventário citado (“che fa’ il piano, e il forte”), e em 1711 um jornalista chamou publicamente o instrumento de um “cravo com altos e baixos”, “gravicembalo col piano e forte”. Gravicembalo sendo uma corruptela do nome italiano do cravo, - clavicembalo. Como a habilidade de emitir notas mais baixas ou mais altas enquanto era tocado era uma das características marcantes do instrumento, o nome se irradiou. Mais tarde, é claro, foi abreviado para simplesmente “piano”. De qualquer forma, após ter inventado o piano, é provável que Cristofori tenha continuado a trabalhar como artesão para a família Médici, mesmo depois da morte de seu bem-feitor imediato, Ferdinando de Medici, em 1713. O próprio Cristofori morreu em 1731, com 76 anos de idade, tendo passado a última tarde da sua vida tentando desenvolver melhorias para o piano.
Mutatis mutandis, rock sinfônico pode ser vagamente definido como uma mistura de rock e música clássica. Mas é um gênero do rock progressivo, que inclui a maior parte dos artistas do rock, especialmente no fim dos anos 1960 e durante a década de 1970, quando o gênero teve seu ápice criativo. Teve seu principal escopo na Inglaterra, mas com a globalização da música no mundo inteiro, especialmente na Itália, França, Holanda, Estados Unidos da América, Suécia e Finlândia. O estilo é definido por uma influência muito forte da música clássica no rock, com adições psicodélicas e experimentais, comuns a este estilo no fim dos anos 1960. O termo “sinfônico” vem do uso de orquestras sinfônicas na composição da música, porém raras eram as bandas que efetivamente tocavam ou compunham com orquestras. Um desses casos é o Deep Purple ainda em sua fase progressiva, quando compôs a música “April” e Rick Wakeman, que compôs o concerto “Journey to the Centre of the Earth”. De fato, com exceção de Jethro Tull e Pink Floyd, a maioria das bandas da década de 1970 pertence ao estilo, tais como Gentle Giant, Yes, Genesis, Camel, Renaissance e Emerson, Lake and Palmer. Muitas bandas desse estilo surgiram durante as décadas de 1980 e 1990. Após a queda do rock sinfônico, no fim da década de 1970 e início da década de 1980, o gênero teve um renascimento na década de 1990, especialmente por se aproximar do rock “neoprogressivo”, para se juntarem ao rock clássico e literalmente usar sinfonias na composição, como Trans-Siberian Orchestra, Rhapsody of Fire, Symphony X, e Nightwish, um estilo mais pesado de rock, formando o gênero Symphonic Metal.
Richard Christopher Wakeman nasceu no dia 18 de maio de 1949 em Perivale, uma área suburbana localizada na parte oeste de Londres, Inglaterra, de pais Cyril Frank Wakeman e Mildred Helen Wakeman. O jovem Rick começou a estudar piano aos 5 anos de idade, frequentou aulas de clarinete e formou uma banda de jazz tradicional aos 12 anos, teve aulas de órgão de tubos aos 13 e entrou para uma banda de blues chamada “The Atlantic Blues” aos 14 anos de idade. Em 1966 comprou seu primeiro carro (uma das suas paixões) e também tocou na sua primeira BBC Sessions, com o James Royal Set, na Radio One. Em 1968 garantiu um lugar no conservatório Royal College of Music, estudando piano, musica moderna, clarinete e orquestração durante um ano, mas abandonando as aulas para dedicar-se ao particular trabalho como músico de estúdio.
Em junho de 1969 gravou um Mellotron na música “Space Oddity”, do David Bowie e também gravou piano no primeiro álbum da banda Strawbs, “Dragonfly”, juntando-se à eles no ano seguinte. Em julho de 1970, os Strawbs gravaram seu segundo álbum, “Just A Collection Of Antiques And Curios - Live At The Queen Elizabeth Hall”. O concerto que originou este disco foi um dos primeiros eventos na vida de Rick Wakeman a chamar a atenção da grande imprensa. O Melody Maker chamou-o de “Tomorrow's Superstar”, aumentando em muito sua demanda como músico de estúdio, sendo requisitado a gravar com vários artistas. Em 1971, gravou o terceiro álbum dos Strawbs, “From The Witchwood”, mas saiu da banda assim que o disco estava pronto. Também em 1971, comprou seu primeiro Minimoog, das mãos do ator Jack Wild que, por não saber que o Minimoog se tratava de um sintetizador monofônico e achando que o instrumento estava avariado, vendeu-o por metade do preço original. Neste ano, Wakeman gravou com Cat Stevens (“Morning Has Broken”), David Bowie (“Life On Mars?”, “Changes” e “Oh! You Pretty Things”), entre outras faixas do disco “Hunky Dory”, de Bowie e com Reed, seu primeiro solo, “Lou Reed”, em abril de 1972.
Rick Wakeman tornou-se um tecladista de rock sinfônico britânico. Pianista clássico disciplinado tornou-se famoso por sua virtuosidade. Com as suas dúvidas quanto ao futuro do músico erudito no mercado e as grandes possibilidades no mundo do rock o fizeram abandonar o conservatório onde estudava, sem se formar. Nos primeiros anos de sua carreira foi o pioneiro no uso combinado de vários teclados ao mesmo tempo. Foi matéria de vários jornais ao surgir improvisando mesas e tábuas de madeira para empilhar e organizar seus teclados, tornando-se sinônimo de tecladista cercado por uma vasta gama de equipamentos. Wakeman alcançou a fama em 1970 tocando com a banda The Strawbs, juntando-se ao Yes em 1971. Wakeman tem uma carreira solo extremamente longa. Ele também tocou como músico convidado para artistas como Elton John, Brian May, Alice Cooper, Lou Reed, David Bowie, Ozzy Osbourne e Black Sabbath. É um tecladista brilhante, sendo considerado por muitos analistas, como as mãos mais ágeis dentre todos os tecladistas. Utiliza pianos acústicos, elétricos e eletrônicos; sintetizadores; Minimoog; Mellotron; todos os tipos de teclados; órgãos, órgão Hammond; clavicórdios etc. É produtor de dezenas de discos com os mais variados temas sociológicos. Desde lendas míticas da antiga Inglaterra até o visionário espaço sideral, passando por reis, rainhas, temas astrológicos, trilhas sonoras para filmes e outros. Produziu tantos álbuns em sua carreira musical que mesmo o próprio Rick Wakeman, sem certeza, não imagina quantos álbuns produziu ou participou ao todo.
Dois de seus filhos, Adam Wakeman e Oliver Wakeman, também seguiram a carreira de tecladistas, sendo o filho Oliver o que mais se aproxima do estilo do pai. Adam Wakeman é o atual tecladista da banda de heavy metal Black Sabbath e toca muito com o pai aparecendo em diversos álbuns e shows. Recentemente, no final de 2008, Wakeman foi convidado formalmente pela realeza britânica para celebrar os 500 anos da ascensão de Henrique VIII ao trono inglês com um de seus espetáculos o que deu origem ao show “The Six Wives of Henry VIII Live at Hampton Court Palace”. A reprodução ao vivo pela primeira vez de todo o álbum The Six Wives of Henry VIII foi especialmente regozijante para Wakeman, pois esse era seu desejo após o lançamento original do álbum, mas sua carta solicitando permissão para um concerto foi rejeitada. Em 2012, ele esteve novamente em turnê pela América Latina. Tocou na Argentina, no Chile e no Brasil. Em território brasileiro, se apresentou em Novo Hamburgo (RS), Porto Alegre e São Paulo. Reapareceu em 2014, em turnê de comemoração dos 40 anos de seu mais bem sucedido “rock sinfônicos”: “Journey to the Centre of the Earth”.
Naturalmente já havia se tornado um músico reconhecido, mas sua vida e popularidade deram uma guinada maior após um telefonema que ele recebeu de Chris Squire, baixista da banda Yes. Ele disse sim e, em agosto de 1971, Jon Anderson, Chris Squire, Steve Howe e Bill Bruford tinham um novo tecladista na banda. E não só um tecladista, pois Rick Wakeman trouxe os elementos certos que a banda necessitava para dar continuidade à sua busca pela orquestração perfeita do que se iniciava como “rock progressivo”. O Yes lançou o disco “Fragile” em novembro de 1971 e Rick Wakeman tocou nos Estados Unidos da América pela primeira vez com seus novos amigos. E, como não poderia ser diferente, o fato de ser um membro do Yes atraiu ainda mais as atenções para Rick, o que lhe proporcionou a assinatura de um contrato como artista solo com a A&M Records, no final de 1971. Em 1972, gravou seu primeiro disco solo, “The Six Wives Of Henry VIII”, paralelamente aos concertos e tours com o Yes e às gravações de “Close To The Edge”, o quinto LP da banda e o segundo com ele, lançado em setembro de 1972, e também às gravações de “Yessongs”, disco triplo e filme ao vivo nos concertos daquele ano. Oliver Wakeman, seu primeiro filho, nasceu em 1972.
A segunda noite, de uma série de dois concertos realizados no dia 18 de janeiro de 1974, resultou na gravação do disco “Journey To The Center Of The Earth”, não apenas seu segundo LP solo e não apenas seu disco mais famoso e mais bem-sucedido, mas também um dos discos mais famosos da formação da “era de ouro” do rock progressivo. O resultado obtido na mistura da London Symphony Orchestra, do English Chamber Choir, de uma ótima banda de rock, de dois vocalistas interpretando letras baseadas no livro homônimo de Júlio Verne, de sintetizadores Moog, de Mellotrons, de piano, piano elétrico, clavinente, orgão Hammond e da famosa capa prateada, tudo isso fez com que “Journey To The Center Of The Earth” enredasse praticamente fãs de rock, de quase todas as partes do mundo. Também em 1974 nasceu Adam Wakeman, segundo filho de Rick. Depois de uma apresentação de “Journey To The Center Of The Earth” no Crystal Palace Bowl, Rick Wakeman teve um desmaio, sendo levado ao Wexham Park Hospital. Durante a turnê, Rick Wakeman, então com apenas 25 anos, sofre um princípio de enfarte sem maiores consequências. Durante as semanas que permaneceu no hospital, ele escreveu seu terceiro disco solo, “The Myths And Legends Of King Arthur And The Riders Of The Round Table”, gravado entre o final de 1974 e o início de 1975. Mesmo com a recente internação hospitalar, viajou por boa parte do mundo em 1975, tocando no Japão, Austrália e, pela primeira vez, no Rio, em setembro de 1975.
Também em 1975 foi lançado o LP com a trilha sonora do filme “Lisztomania”, com peças do compositor Franz Liszt, entre outras, interpretadas por Rick Wakeman - que também teve uma participação atuando na película. Rick Wakeman quase foi à falência, perdendo uma grande quantidade de dinheiro investido na produção de um extravagante concerto que misturava o Rei Arthur com patinação no gelo, no Wembley Empire Pool. Em maio de 1976 o disco “No Earthly Connection” foi lançado e, em novembro ele decidiu voltar ao Yes, mudando-se para a Suíça por alguns meses, já que a banda estava lá gravando novo álbum, “Going For The One”. O processo de gravação foi filmado quase na íntegra e existem algumas horas de filmagem disponíveis no You Tube. Em 1977, devido aos problemas financeiros e fugindo do imposto de renda inglês, Rick passa a morar na Suíça. Lança a trilha sonora “White Rock” e começa a trabalhar no ótimo “Criminal Record”. Ipso facto, “Going For The One” foi lançado em julho de 1977, coincidindo com seus LPs solo “White Rock” e “Criminal Record” e “Tormato”, o nono disco do Yes (1978), com Wakeman deixando a banda novamente pela segunda vez. Benjamin Wakeman, seu terceiro filho, nasceu neste ano de 1978. Em maio de 1979, Wakeman lançou o álbum duplo “Rhapsodies”. Curiosamente ele saiu da banda Yes pelo menos quatro vezes, num relacionamento musical afetivo, mas de teor turbulento com o grupo. Não por acaso, em 2002 ele retornou ao Yes pela quinta vez.
Vale lembrar que Voyage au Centre de la Terre, é um livro de ficção científica, de autoria do escritor francês Júlio Verne, de 1864, sendo considerado como um dos clássicos do gênero. Uma obra que leva o leitor dentro de uma emocionante aventura narrada em primeira pessoa por Axel, um garoto que participa do percurso ao centro da terra, realizado graças a um manuscrito decifrado pelo próprio. O volume é um exemplo de como um escritor pode transitar pelo real e pelo imaginário individual (o sonho) e coletivo (os mitos, os ritos, os símbolos), de forma muito bem estruturada e, com isso, deixar a imaginação do leitor apropriar-se sobre o que pode acontecer na realidade. O trabalho intelectual de Verne tem o mérito de discutir em seus livros certos assuntos científicos, os quais se desconheciam em seu tempo. Em 1863, pleno século XIX, de Marx – que descobriu que o homem não faz a sua própria história, senão em condições determinadas, e Darwin – com a descoberta que não determos o centro de nossa espécie, o renomado cientista de geologia e mineralogia alemão, Otto Lidenbrock, após ter encontrado um manuscrito escrito em código rúnico pelo antigo alquimista islandês do século XVI, Arne Saknussemm, e de tê-lo decifrado, ele descobre que, segundo o alquimista, quem desce a cratera do vulcão Sneffels, situado na Islândia, antes do início de julho, chega ao centro da Terra; sendo que Saknussemm teria feito esse percurso.
Trata-se de uma revelação bombástica do cientista islandês Arne Saknussemm, dando conta de um suposto caminho que levaria ao centro da terra. O marco zero da expedição era o vulcão extinto Sneffels, localizado na ilha natal de Saknussemm. Axel se mostra cético quanto à possibilidade, todavia, os argumentos de Lidenbrock, com sua enorme bagagem intelectual, conduzem ambos à jornada. Um nativo fiel, com o nome de Hans, serve de guia, e assim a aventura se desenrola de forma contagiante, variando momentos de euforia com lapsos de preocupação e aflição por parte dos protagonistas. Dificuldades como a falta de água potável, são superados, e a viagem segue a uma enorme profundidade, desmentindo, na ficção de Verne, as leis estipuladas pela ciência contemporânea, como a consolidada teoria do calor interno. A saga é interrompida por um “acidente de percurso”, que milagrosamente, os levam de volta a face da terra, mais precisamente por intermédio do vulcão Etna, na Sicília. Por fim, o professor torna-se celebre e seu sobrinho também adquire prestigio, mas principalmente, volta aos braços de sua amada, a bela e dedicada Graubem. Trata-se de um dos grandes clássicos da literatura universal. O escritor francês é autor de outros sucessos como “A volta ao mundo em 80 dias” e “Vinte mil léguas submarinas”, para ficarmos nestes exemplos.
Querendo também realizar tal feito quase “impossível”, ele e o seu sobrinho Axel, um jovem órfão que mora com o professor e mantêm um romance com sua afilhada, Grauben; partiram para a Islândia com o intuito de penetrar no interior da crosta terrestre. Depois de chegada à Islândia, o Prof. Lidenbrock contratou um caçador de gansos islandês, Hans Bjelke, para servir-lhes de guia até o vulcão e de ajudante na sua longa jornada no interior da Terra. Já abaixo da superfície terrestre, estes três homens desceram corredores e galerias, passando por vários obstáculos e empecilhos, como por exemplo: falta de água, falta de comida, a perda de Axel, entre outros. Até que chegaram a uma galeria de dimensões colossais que continha no seu interior um oceano, ilhas, nuvens e até mesmo luz, gerada por um fenômeno elétrico desconhecido.
Tudo isto a milhares de metros de profundidade, os três exploradores no estilo antropológico de Bronislaw Malinowski, tiveram de construir uma jangada para viajar naquele oceano que parecia não ter fim. No oceano encontraram vários tipos de animais que nunca tinham visto anteriormente. Resistiram a uma tempestade de vários dias que os levou à margem oposta do oceano, onde encontraram a passagem para o centro da Terra, mas estava bloqueada por um desabamento de terras recente. Hans colocou pólvora em torno da passagem e explodiu com o obstáculo, mas essa explosão foi de tal ordem que fez com que a jangada onde os três estavam fosse puxada para uma chaminé de um vulcão, onde, em consequência de uma erupção, foram expelidos com a força da erupção para a superfície terrestre. Quando estabeleceram contato com os habitantes locais, descobriram que tinham saído no vulcão Stromboli, localizado a norte da Sicília. Percorreram mais de cinco mil km nesse mundo aparentemente paralelo inspirado pela literatura. Em 2008, o livro foi adaptado para o cinema, com James Mason e os atores Brendan Fraser, Josh Hutcherson, Anita Briem, Seth Meyers.
No final de 1997 uma grande multinacional, a EMI Classics, ofereceu a Rick a oportunidade de gravar um novo disco épico ao estilo de “Viagem ao Centro da Terra” e “Rei Arthur”. Imediatamente, Rick Wakeman retirou de seu arquivo “Return To The Centre Of The Earth”, obra em que ele vinha trabalhando há alguns anos, mas que não tinha esperanças de vir a ser gravada algum dia. Depois que recebeu carta branca da EMI, rescreveu toda a obra e contratou a Orquestra Sinfônica de Londres e o Coral de Câmara Inglês. Escolheu como narrador o ator Patrick Stewart, mais conhecido como o capitão Jean Luc Picard da série Strar Treck a Nova Geração. Convidou os cantores Ozzy Osborne, Trevor Rabin, do Yes e Justin Hayward, do Mood Blues. Portanto, passou o ano de 1998, inteiro, trabalhando nas gravações, que foram realizadas nos mais diferentes estúdios da Europa e Estados Unidos da América. “Return To The Centre Of The Earth” tem como representação uma continuação do clássico “Journey To The Centre Of The Earth” só que com a experiência muito mais bem elaborada.
O problema é que no final das gravações, desgraçadamente, Rick Wakeman teve novo problema de saúde. Uma pneumonia parou um de seus pulmões e reduziu pela metade a capacidade do outro, devido a estafa a que vinha se submetendo durante as gravações. Durante a fase de finalização dos trabalhos ele simplesmente não dormia. Felizmente tudo correu bem, e em março de 1999 o disco foi lançado mundialmente com sucesso. Enfim, quando o tecladista decidiu realizar a gravação ao vivo deste álbum, devido ao seu alto custo, ele percebeu que não tinha como arcar com a produção que envolvia uma orquestra e um coro com muitos membros participantes. A solução foi realizá-lo como um show pago. Mas a sua gravadora A&M, inglesa, não concordou em arcar com o alto custo da produção. Foi necessário que Rick convencesse a A&M, norte-americana, a fazê-lo. A música é ponteada pela narração da história baseada em Júlio Verne. Para isso, há um narrador em posição de destaque na gravação. Na última parte do concerto ouve-se um trecho da música “Na Gruta do Rei da Montanha” de Edvard Grieg, executada pela orquestra junto com os sintetizadores de Rick Wakeman.
Bibliografia geral consultada:
HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence, A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1984; CHEDIAK, Almir, Songbooks. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1992; PIATTI, Mario, Pedagogia della Musica. Un Panorama. Bologna: Cooperative Libraria Universitária Editrice, 1994; WAKEMAN, Rick (1995). Say Yes! An Autobiography. London: Hodder & Stoughton Editors, 1995; ARAUJO, Rosane Cardoso, Um Estudo sobre os Saberes que Norteiam a Prática Pedagógica dos Professores de Piano. Tese de Doutorado. Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Música. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005; SANTOS, Carmen Vianna dos, Teclado Eletrônico: Estratégias e Abordagens Criativas na Musicalização de Adultos em Grupo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação da Escola de Música. Universidade Federal de Minas Gerais, 2006; FEICHAS, Heloisa Faria Braga, Formal and Informal Music Learning in Brazilian Higher Education. Tese de Doutorado em Filosofia. Instituto de Educação. Universidade de Londres, 2006; SANTOS, Lincoln Meireles Ribeiro dos, O Teclado Eletrônico como um Instrumento Orquestral: Análise e Demonstração da Peça Sir Lancelot and The Black Knight de Rick Wakeman. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação da Escola de Música. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2008; SANTOS, Lincoln Meireles Ribeiros dos, O Teclado Eletrônico como um Instrumento Orquestral: Análise e Demonstração da Peça Sir Lancelot and The Black Knight de Rick Wakeman. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: Escola de Música. Universidade Federal de Minas Gerais, 2008; DUPUY, Lionel, “Les Voyages Extaordinaires de Jules Vernes ou le Romain Géographiques au XIXeme Siècles”. In: Annales de Géographie, n° 690, 2013/2; FARIAS, Maria Amélia Benincá de, “Tecladistas de Instrumentos Eletrônicos: Formação, Atuação e Identidades Musicais”. In: http://www.abemeducacaomusical.com.br/v. 25, n. 38, 2017; entre outros.
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