Além disso, o gasto privado na aquisição de remédios é expressivo no país, ao considerarmos a existência de um sistema de saúde público, com cobertura universal e sem pagamento direto dos usuários. O acesso insuficiente aos medicamentos está diretamente associado com piora do estado de saúde, maior uso de terapias adicionais, aumento no número de retornos aos serviços de saúde e gastos adicionais nos tratamentos. A existência entre posição socioeconômica e subutilização de medicamentos evidencia que expressiva parcela estatística da população tem o sistema público de saúde como única alternativa inviabilizada na terapêutica necessária. Portanto, uma grande parcela da população não goza de acesso à aquisição de medicamentos. Estudos e pesquisas realizados concretamente indicam que: a) 15 % da população consomem 48 % dos medicamentos reproduzidos; b) 34 % consomem 36 % dos medicamentos reproduzidos; c) 51 % consomem em torno de 16 % dos medicamentos produzidos industrialmente. Os produtos farmacêuticos caracterizam-se pelo grau de exigência quanto ao preenchimento dos requisitos de fiscalização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, começando no âmbito do processo de trabalho de aquisição das matérias-primas, em seguida passando pelo processo produtivo, controle e garantia da qualidade, finalizado através do armazenamento e distribuição ao consumidor final. As relações de produção representam as formas como os seres humanos desenvolvem suas relações de trabalho e distribuição no processo de produção e reprodução da vida material.
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Farmácia Popular - Utilidade de Uso & Credibilidade Industrial.
Além disso, o gasto privado na aquisição de remédios é expressivo no país, ao considerarmos a existência de um sistema de saúde público, com cobertura universal e sem pagamento direto dos usuários. O acesso insuficiente aos medicamentos está diretamente associado com piora do estado de saúde, maior uso de terapias adicionais, aumento no número de retornos aos serviços de saúde e gastos adicionais nos tratamentos. A existência entre posição socioeconômica e subutilização de medicamentos evidencia que expressiva parcela estatística da população tem o sistema público de saúde como única alternativa inviabilizada na terapêutica necessária. Portanto, uma grande parcela da população não goza de acesso à aquisição de medicamentos. Estudos e pesquisas realizados concretamente indicam que: a) 15 % da população consomem 48 % dos medicamentos reproduzidos; b) 34 % consomem 36 % dos medicamentos reproduzidos; c) 51 % consomem em torno de 16 % dos medicamentos produzidos industrialmente. Os produtos farmacêuticos caracterizam-se pelo grau de exigência quanto ao preenchimento dos requisitos de fiscalização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, começando no âmbito do processo de trabalho de aquisição das matérias-primas, em seguida passando pelo processo produtivo, controle e garantia da qualidade, finalizado através do armazenamento e distribuição ao consumidor final. As relações de produção representam as formas como os seres humanos desenvolvem suas relações de trabalho e distribuição no processo de produção e reprodução da vida material.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
O Segundo Aparente Estigma na Vida de Fidel Castro.
Vlado
Herzog nasceu na cidade de Osijek, na então Iugoslávia, em 1937, filho de um
casal de origem judaica. Durante a 2ª guerra mundial, para escaparem do
antissemitismo praticado pelo Estado fantoche da então Croácia, controlada pela
contrarrevolucionária Alemanha nazista, a família Herzog imigrou primeiramente
para a Itália, onde viveram clandestinamente até imigrarem para o Brasil.
Naturalizado brasileiro, Vladimir Herzog tinha paixão pela fotografia,
atividade que exercia por conta de seus projetos coletivos com o cinema. Passou
a assinar “Vladimir” por considerar que seu nome soasse exótico para os
brasileiros. Herzog se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo, em
1959. Na década de 1970, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da
TV Cultura (SP) e também de professor de jornalismo na Escola de Comunicações e
Artes (ECA) da Universidade de São Paulo. É uma instituição pública de ensino
superior localizada na cidade de São Paulo. Como parte da Universidade de São
Paulo, é considerada uma unidade de ensino, pesquisa e extensão. A ECA foi
fundada em 15 de junho de 1966, e hoje é formada por oito departamentos e pela Escola
de Arte Dramática (EAD). Oferece 21 cursos em nível de graduação, 13 desses cursos de formação na área
de Artes e 8 cursos voltados às comunicações. Seus alunos e ex-alunos são reconhecidos
como Ecanos.
O Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC) é responsável pela representação dos alunos perante os professores e a Universidade. Foi fundado em 1968, em homenagem a uma professora e poeta da ECA, Maria José Lupe Cotrim Garaude Gianotti. O Centro Acadêmico organiza discussões e debates sobre as questões relativas aos cursos, às formações em Comunicações e Artes e á universidade e organiza os estudantes em torno dessas questões. O CALC também organiza as eleições para representação discente (RDs), além de eventos culturais, como a QuintaiBreja, e festivais de arte e música. A gestão é eleita anualmente. A atlética da Escola de Comunicações e Artes surgiu em 1971, mas somente em 1990 ela se separou do Centro Acadêmico e se tornou independente, constituindo a Associação Atlética Acadêmica Lupe Cotrim, ou simplesmente Ecatlética, como é reconhecida. As cores da Ecatlética representam o amarelo e o roxo, e a principal competição de que a faculdade participa são os Jogos Universitários de Comunicação e Artes (JUCA), reunindo as principais instituições de ensino de comunicações e artes de São Paulo. Em 2007, a Escola de Comunicações e Artes conquistou o primeiro título geral do campeonato e em 2010 veio o bicampeonato. E também participa do BIFE, jogos universitários que atualmente contam com 12 faculdades da Universidade de São Paulo.
Em 1974, o general Ernesto Geisel tomou posse da presidência da República com um discurso de abertura política chamado de “distensão”, o que na prática significaria a diminuição da censura, investigar as denúncias de torturas e dar maior participação aos civis no governo. Todavia, o governo enfrentava dois infortúnios: na política a derrota nas eleições parlamentares e na economia crise mundial do petróleo. Além disso, o general Ednardo D`Ávila Mello, comandante do II Exército, afirmava que os comunistas estariam infiltrados no governo de São Paulo, na época chefiado por Paulo Egydio Martins, o que criou uma certa contradição entre estes. Nesta conjuntura, a linha dura sentiu-se ameaçada, e em 1975 a repressão continuava forte. O Centro de Informações do Exército (CIE) se voltou essencialmente contra o Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual Herzog era militante, mas não desenvolvia atividades clandestinas. Através do jornalista Paulo Markun, Herzog chegou a ser informado que seria preso, mas não fugiu. Agentes do II Exército convocaram Vladimir para prestar depoimento sobre as ligações que ele mantinha com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), partido político na ilegalidade durante o regime civil-militar que teve início com o golpe de Estado de 1° de abril de 1964. No dia seguinte, Herzog compareceu espontaneamente ao DOI-CODI, um órgão subordinado ao Exército, de inteligência e repressão do governo durante a ditadura que se seguiu ao golpe militar de 1964.
A estabilidade política alcançada no governo Médici de 1969 a 1974, possibilitou ao presidente indicar o nome do seu sucessor. As eleições indiretas para presidente da República, realizadas no Congresso Nacional, não passavam de fachada com objetivo de encobrir o processo eleitoral de natureza antidemocrática. O governo dispunha de folgada maioria no Congresso Nacional. O partido governista, a Aliança Renovadora Nacional, controlava o Senado e Câmara Federal. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que fazia o papel da oposição “consentida” no período da ditadura, lançou uma candidatura de protesto com Ulysses Guimarães, candidato à presidência; e Barbosa Lima Sobrinho, como vice-presidente. Conforme o esperado, o Congresso Nacional referendou o nome de Ernesto Geisel como presidente da República. O tecnoburocrata E. Geisel assumiu o governo prometendo retorno à democracia por meio de um processo gradual e seguro. Em 25 de outubro de 1975, Rua Tutóia, cidade de São Paulo. Nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna – um homem é torturado com pancadas e choques elétricos. Seus companheiros, na sala ao lado ouvem seus gritos. O homem recusa-se a assinar um suposto depoimento por não admitir que as informações constantes naquele pedaço de papel sejam verdadeiras. Ele não escrevera nenhuma palavra daquilo. Em um ato de indignação, rasga o papel. E num ato de maior, mesclado a ira, seu torturador o esbofeteia. Os amigos, na outra sala, não ouvem mais seus gritos. Algumas horas mais tarde, dentro de uma cela no mesmo departamento, uma foto do homem morto, amarrado por uma tira de pano em um pequeno pedaço de ferro no alto da cela.
O Inquérito Policial Militar, IPM apresenta como causa da morte “suicídio por enforcamento”. Esta era a versão oficial sustentada pelos militares no poder e ignorada pela família. Vladimir Herzog havia sido assassinado e seus torturadores haviam montado uma farsa grotesca para encobrir a barbaridade que haviam cometido. Chegou à sede DOI-CODI, às 8 horas, levado àquele endereço pelo jornalista Paulo Nunes, que cobria a área militar na redação da Cultura e dormira na casa do diretor da TV naquela noite para assegurar que ele se apresentaria na instalação militar logo cedo. Nunes foi dispensado na recepção e Vlado encaminhado para interrogatório. Foi então encapuzado, amarrado a uma cadeira, sufocado com amoníaco, submetido a espancamento e choques elétricos, conforme o manual ali praticado e seguindo a rotina a que foram submetidos centenas de outros presos políticos nos centros de tortura criados pela ditadura e financiados em boa parte por empresários que patrocinavam ações repressivas e de violação dos Direitos Humanos, como a Operação Bandeirante. - “Naquela cela solitária, com o ouvido na janelinha, eu podia ouvir os gritos: ‘Quem são os jornalistas? Quem são os jornalistas?’ Pelo tipo de grito, pelo tipo de porrada, sabia que estava sendo feito com alguém exatamente aquilo pelo que eu tinha passado, recordou, em 1992, em depoimento ao jornal Unidade, do sindicato da categoria, o jornalista Sérgio Gomes, que estava preso no mesmo DOI-CODI em que Vlado se encontrava naquele dia. - “Lá pela hora do almoço há uma azáfama, uma correria”.
Ele foi torturado durante toda a
manhã e se dá o tal silêncio. A pessoa para de ser torturada e em seguida há
uma azáfama, uma correria…A gente percebe que tem alguma coisa estranha
acontecendo. Tinham acabado de matar o Vlado”. Mas o assassinato brutal, por
espancamento, não era o limite a que podiam chegar os feitores do regime
ditatorial. Esquivar-se da responsabilidade pelo crime forjando uma
inverossímil cena de suicídio seria o próximo passo dos torturadores. Com uma
tira de pano, amarraram o corpo pelo pescoço à grade de uma janela e convocaram
um perito do Instituto Médico Legal para fotografar a “prova” de que o preso
dera fim à própria vida, em um surto de enlouquecido arrependimento por ter
escrito uma confissão que aparecia rasgada, no chão, na imagem divulgada pelos
órgãos de repressão. A cena da morte de Vlado, fotografada pelo perito do IML,
foi representada pelo artista Elifas Andreato no quadro “25 de Outubro”.
Etnograficamente na pressa para montar esse “circo macabro”, os torturadores ignoraram detalhes como o fato de Vlado Herzog ser mais alto do que a janela com grade onde supostamente enforcou-se e a rotina de encarceramento que tira dos presos qualquer instrumento com o qual se possam enforcar, cintos e cadarços entre eles. Criaram, assim, uma mentira tão flagrante que a Sociedade Cemitério Israelita nem considerou a hipótese de enterrar o corpo na área reservada aos suicidas, como determina a prática e ética religiosa. Mas, no Inquérito Policial Militar que viria a ser instaurado em razão da morte ocorrida em instalação oficial, o promotor Durval de Araújo – um defensor e protegido do regime – ainda sustentaria que o sepultamento aconteceu no setor de suicidas, recorrendo a depoimentos contraditórios e, mais que isso, se esforçaria para distorcer o que diziam vários depoentes. A mãe de Vlado disse que sentiu que queria morrer ao receber a notícia da perda do filho. O promotor tentou registrar que ela “sentiu vontade de suicidar-se também”.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Londres Operária - Nascimento da Teoria e do Pensamento de Marx.
Em 17 de fevereiro, Darwin
foi eleito para o Conselho da Geological
Society e a posição de Lyell como
presidente permitiu uma maior divulgação dos estudos de Owen sobre os fósseis
de Darwin, ao apontar como as delimitações geográficas de cada espécie provavam
as ideias uniformitaristas dele próprio. No início de março, Darwin se mudou
para Londres para ficar mais perto do seu trabalho, juntando-se ao grupo acadêmico
de Lyell, que continham especialistas tais como Charles Babbage que, por sua
vez, descrevia Deus “como o programador das leis naturais”. Darwin se aproximou
novamente do seu irmão e livre pensador Erasmus juntamente com uma de suas
amigas próximas, a escritora Harriet Martineau, uma das promotoras do
malthusianismo na controversa questão social sobre como melhorar o bem-estar social
ao reduzir a superpopulação e a questão social da pobreza. Como uma unitarista,
ela recebeu com agrado a ideia da transmutação de espécies, conceito de Robert Edmond Grant (1793-1874) e outros jovens cirurgiões influenciados por Étienne
Geoffroy. A transmutação era anátema para os anglicanos defensores da ordem
social, contudo chegou a ser bastante discutida entre cientistas de renome e
despertou grande interesse nas cartas de John Herschel, que defendeu a
metodologia de Lyell em desvendar os processos na origem de
novas espécies. Marx inventou muita coisa com utilidade de uso para o mundo contemporâneo. Inventou um estilo literário associado à imagem do “esquerdista barbudo”, uma imagem que resistiu ao tempo. Marx inventou também a descrença num sistema econômico sanguinário que não responderia de forma simples as questões do valor da economia no âmbito do processo de valorização em torno do trabalho que a humanidade pudesse reinventar. O Manifesto do Partido Comunista, de 1848, foi determinante para que, poucos anos depois, a Alemanha de Bismarck e de Marx, criasse leis inovadoras no âmbito trabalhista. O Manifesto Comunista conclamava os proletários a se insurgir porque nada tinham a perder exceto os grilhões e tinham o mundo massificado a ganhar. O Welfare State, se não ofereceu realizações econômicas aos proletários, livrou-os aparentemente das correntes o bastante para que tivessem o que perder no mundo das mercadorias. Marx combinou brilhantes esboços do desenvolvimento do capitalismo moderno com uma descrição do conflito contemporâneo entre as classes como seu necessário desfecho. A palavra burguesia, por exemplo, foi tirada do debate político na França durante os anos da Monarquia de julho, e mais especificamente do vocabulário dos jornalistas de oposição, em especial Louis Blanc que caracterizava a história social da burguesia como o interesse bancário enfeitiçando a indústria e o comércio; o crédito individual dando lucro ao forte. De 1815 a 1830 a burguesia tratou apenas de administrar e completar a sua combinada estratégia de dominação. O Manifesto Comunista acabaria sendo traduzido do pondo de vista de sua irradiação social para mais de duzentas línguas, mas quando foi publicado passou praticamente despercebido na esfera da ideologia.
O escritor chegou a enviar Eccarius em seu lugar para discursar no primeiro encontro da Primeira Internacional. Mais tarde, porém, o filósofo materialista alemão acusou Eccarius de tomar suas ideias para si. O líder operário também teria, segundo Marx, se tornado informante da polícia. A primeira edição autografada de O Capital sobreviveu aos conflitos pessoais e ao declínio histórico de regimes aparentemente comunistas pelo mundo ocidental. O livro contém pequenas correções a lápis, provavelmente feitas por Eccarius. O site Bonhams, organizador do referido leilão, dizem que há ao menos outras duas cópias autografadas por Marx no mesmo dia. Uma delas, endereçada à Associação de Trabalhadores da Educação da Alemanha, pertence ao Trinity College da Universidade de Cambridge. A outra foi vendida num leilão realizado em 2010 por 115 mil libras. Nas recepções públicas e nas reuniões privadas dos comitês políticos de exilados em Londres, ou em suas exaltadas discussões nos bares, havia sempre a vigilância através da presença de espiões do serviço secreto dos governos prussiano e austríaco. Os contatos clandestinos dos exilados com seus correligionários na Europa continental não eram de todos incógnitos para a polícia política dos Estados alemães. Esses agentes não eram apenas meros observadores.
Eles certamente se engajavam ativamente na ação de moldar as posições políticas dos exilados, promovendo disputas políticas internas nos grupos formados entre eles, incentivando-os a assumir uma posição favorável aos parâmetros dos governos contrarrevolucionários. Os refugiados políticos residentes em Londres tinham naquele período histórico uma vaga noção da presença de espiões da polícia; o próprio Marx foi advertido diversas vezes. A prática comum entre os exilados de denunciar seus rivais partidários como espiões da polícia tornava-os insensíveis a real presença de tais indivíduos em seu meio. A habilidade política de tais agentes para se infiltrar nos grupos de refugiados, exercer influência sobre eles e manipular seus conflitos sociais acabou se revelando muito maior do que os exilados imaginavam. Em seu mais famoso estudo, Marx retoma o pensamento econômico desde o final do século XVIII para explicar como se forma o capitalismo. Pensa na produção de mercadoria como estrutura desse sistema e analisa como seus processos de produção mudaram. As inerentes ao capitalismo gerariam seu próprio fim. Após sua derrocada, o comunismo seria a evolução dos processos históricos. Marx envia exemplares do primeiro livro de O Capital a Charles Darwin e a Herbert Spencer. Recebe ordens médicas de evitar qualquer tipo de trabalho devido ao agravamento das condições de saúde. Durante os anos seguintes, Marx trabalha na redação de O Capital, estuda Matemática, Geologia e Física, além da situação das condições históricas, sociais e políticas da Rússia.







