Além disso, o gasto privado na aquisição de remédios é expressivo no país, ao considerarmos a existência de um sistema de saúde público, com cobertura universal e sem pagamento direto dos usuários. O acesso insuficiente aos medicamentos está diretamente associado com piora do estado de saúde, maior uso de terapias adicionais, aumento no número de retornos aos serviços de saúde e gastos adicionais nos tratamentos. A existência entre posição socioeconômica e subutilização de medicamentos evidencia que expressiva parcela estatística da população tem o sistema público de saúde como única alternativa inviabilizada na terapêutica necessária. Portanto, uma grande parcela da população não goza de acesso à aquisição de medicamentos. Estudos e pesquisas realizados concretamente indicam que: a) 15 % da população consomem 48 % dos medicamentos reproduzidos; b) 34 % consomem 36 % dos medicamentos reproduzidos; c) 51 % consomem em torno de 16 % dos medicamentos produzidos industrialmente. Os produtos farmacêuticos caracterizam-se pelo grau de exigência quanto ao preenchimento dos requisitos de fiscalização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, começando no âmbito do processo de trabalho de aquisição das matérias-primas, em seguida passando pelo processo produtivo, controle e garantia da qualidade, finalizado através do armazenamento e distribuição ao consumidor final. As relações de produção representam as formas como os seres humanos desenvolvem suas relações de trabalho e distribuição no processo de produção e reprodução da vida material.
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Farmácia Popular - Utilidade de Uso & Credibilidade Industrial.
Além disso, o gasto privado na aquisição de remédios é expressivo no país, ao considerarmos a existência de um sistema de saúde público, com cobertura universal e sem pagamento direto dos usuários. O acesso insuficiente aos medicamentos está diretamente associado com piora do estado de saúde, maior uso de terapias adicionais, aumento no número de retornos aos serviços de saúde e gastos adicionais nos tratamentos. A existência entre posição socioeconômica e subutilização de medicamentos evidencia que expressiva parcela estatística da população tem o sistema público de saúde como única alternativa inviabilizada na terapêutica necessária. Portanto, uma grande parcela da população não goza de acesso à aquisição de medicamentos. Estudos e pesquisas realizados concretamente indicam que: a) 15 % da população consomem 48 % dos medicamentos reproduzidos; b) 34 % consomem 36 % dos medicamentos reproduzidos; c) 51 % consomem em torno de 16 % dos medicamentos produzidos industrialmente. Os produtos farmacêuticos caracterizam-se pelo grau de exigência quanto ao preenchimento dos requisitos de fiscalização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, começando no âmbito do processo de trabalho de aquisição das matérias-primas, em seguida passando pelo processo produtivo, controle e garantia da qualidade, finalizado através do armazenamento e distribuição ao consumidor final. As relações de produção representam as formas como os seres humanos desenvolvem suas relações de trabalho e distribuição no processo de produção e reprodução da vida material.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
O Segundo Aparente Estigma na Vida Política de Fidel Castro.
Vlado
Herzog nasceu na cidade de Osijek, na então Iugoslávia, em 1937, filho de um
casal de origem judaica. Durante a 2ª guerra mundial, para escaparem do
antissemitismo praticado pelo Estado fantoche da então Croácia, controlada pela
contrarrevolucionária Alemanha nazista, a família Herzog imigrou primeiramente
para a Itália, onde viveram clandestinamente até imigrarem para o Brasil.
Naturalizado brasileiro, Vladimir Herzog tinha paixão pela fotografia,
atividade que exercia por conta de seus projetos coletivos com o cinema. Passou
a assinar “Vladimir” por considerar que seu nome soasse exótico para os
brasileiros. Herzog se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo, em
1959. Na década de 1970, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da
TV Cultura (SP) e também de professor de jornalismo na Escola de Comunicações e
Artes (ECA) da Universidade de São Paulo. É uma instituição pública de ensino
superior localizada na cidade de São Paulo. Como parte da Universidade de São
Paulo, é considerada uma unidade de ensino, pesquisa e extensão. A ECA foi
fundada em 15 de junho de 1966, e hoje é formada por oito departamentos e pela Escola
de Arte Dramática (EAD). Oferece 21 cursos em nível de graduação, 13 desses cursos de formação na área
de Artes e 8 cursos voltados às comunicações. Seus alunos e ex-alunos são reconhecidos
como Ecanos.
O Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC) é responsável pela representação dos alunos perante os professores e a Universidade. Foi fundado em 1968, em homenagem a uma professora e poeta da ECA, Maria José Lupe Cotrim Garaude Gianotti. O Centro Acadêmico organiza discussões e debates sobre as questões relativas aos cursos, às formações em Comunicações e Artes e á universidade e organiza os estudantes em torno dessas questões. O CALC também organiza as eleições para representação discente (RDs), além de eventos culturais, como a QuintaiBreja, e festivais de arte e música. A gestão é eleita anualmente. A atlética da Escola de Comunicações e Artes surgiu em 1971, mas somente em 1990 ela se separou do Centro Acadêmico e se tornou independente, constituindo a Associação Atlética Acadêmica Lupe Cotrim, ou simplesmente Ecatlética, como é reconhecida. As cores da Ecatlética representam o amarelo e o roxo, e a principal competição de que a faculdade participa são os Jogos Universitários de Comunicação e Artes (JUCA), reunindo as principais instituições de ensino de comunicações e artes de São Paulo. Em 2007, a Escola de Comunicações e Artes conquistou o primeiro título geral do campeonato e em 2010 veio o bicampeonato. E também participa do BIFE, jogos universitários que atualmente contam com 12 faculdades da Universidade de São Paulo.
Em 1974, o general Ernesto Geisel tomou posse da presidência da República com um discurso de abertura política chamado de “distensão”, o que na prática significaria a diminuição da censura, investigar as denúncias de torturas e dar maior participação aos civis no governo. Todavia, o governo enfrentava dois infortúnios: na política a derrota nas eleições parlamentares e na economia crise mundial do petróleo. Além disso, o general Ednardo D`Ávila Mello, comandante do II Exército, afirmava que os comunistas estariam infiltrados no governo de São Paulo, na época chefiado por Paulo Egydio Martins, o que criou uma certa contradição entre estes. Nesta conjuntura, a linha dura sentiu-se ameaçada, e em 1975 a repressão continuava forte. O Centro de Informações do Exército (CIE) se voltou essencialmente contra o Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual Herzog era militante, mas não desenvolvia atividades clandestinas. Através do jornalista Paulo Markun, Herzog chegou a ser informado que seria preso, mas não fugiu. Agentes do II Exército convocaram Vladimir para prestar depoimento sobre as ligações que ele mantinha com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), partido político na ilegalidade durante o regime civil-militar que teve início com o golpe de Estado de 1° de abril de 1964. No dia seguinte, Herzog compareceu espontaneamente ao DOI-CODI, um órgão subordinado ao Exército, de inteligência e repressão do governo durante a ditadura que se seguiu ao golpe militar de 1964.
A estabilidade política alcançada no governo Médici de 1969 a 1974, possibilitou ao presidente indicar o nome do seu sucessor. As eleições indiretas para presidente da República, realizadas no Congresso Nacional, não passavam de fachada com objetivo de encobrir o processo eleitoral de natureza antidemocrática. O governo dispunha de folgada maioria no Congresso Nacional. O partido governista, a Aliança Renovadora Nacional, controlava o Senado e Câmara Federal. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que fazia o papel da oposição “consentida” no período da ditadura, lançou uma candidatura de protesto com Ulysses Guimarães, candidato à presidência; e Barbosa Lima Sobrinho, como vice-presidente. Conforme o esperado, o Congresso Nacional referendou o nome de Ernesto Geisel como presidente da República. O tecnoburocrata E. Geisel assumiu o governo prometendo retorno à democracia por meio de um processo gradual e seguro. Em 25 de outubro de 1975, Rua Tutóia, cidade de São Paulo. Nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna – um homem é torturado com pancadas e choques elétricos. Seus companheiros, na sala ao lado ouvem seus gritos. O homem recusa-se a assinar um suposto depoimento por não admitir que as informações constantes naquele pedaço de papel sejam verdadeiras. Ele não escrevera nenhuma palavra daquilo. Em um ato de indignação, rasga o papel. E num ato de maior indignação ainda, mesclado a ira, seu torturador o esbofeteia. Os amigos, na outra sala, não ouvem mais seus gritos. Algumas horas mais tarde, dentro de uma cela no mesmo departamento, uma foto do homem morto, amarrado por uma tira de pano em um pequeno pedaço de ferro no alto da cela.
O Inquérito Policial Militar, IPM apresenta como causa da morte “suicídio por enforcamento”. Esta era a versão oficial sustentada pelos militares no poder e ignorada pela família. Vladimir Herzog havia sido assassinado e seus torturadores haviam montado uma farsa grotesca para encobrir a barbaridade que haviam cometido. Chegou à sede DOI-CODI, às 8 horas, levado àquele endereço pelo jornalista Paulo Nunes, que cobria a área militar na redação da Cultura e dormira na casa do diretor da TV naquela noite para assegurar que ele se apresentaria na instalação militar logo cedo. Nunes foi dispensado na recepção e Vlado encaminhado para interrogatório. Foi então encapuzado, amarrado a uma cadeira, sufocado com amoníaco, submetido a espancamento e choques elétricos, conforme o manual ali praticado e seguindo a rotina a que foram submetidos centenas de outros presos políticos nos centros de tortura criados pela ditadura e financiados em boa parte por empresários que patrocinavam ações repressivas e de violação dos Direitos Humanos, como a Operação Bandeirante. - “Naquela cela solitária, com o ouvido na janelinha, eu podia ouvir os gritos: ‘Quem são os jornalistas? Quem são os jornalistas?’ Pelo tipo de grito, pelo tipo de porrada, sabia que estava sendo feito com alguém exatamente aquilo pelo que eu tinha passado, recordou, em 1992, em depoimento ao jornal Unidade, do sindicato da categoria, o jornalista Sérgio Gomes, que estava preso no mesmo DOI-CODI em que Vlado se encontrava naquele dia. - “Lá pela hora do almoço há uma azáfama, uma correria”.
Ele foi torturado durante toda a
manhã e se dá o tal silêncio. A pessoa para de ser torturada e em seguida há
uma azáfama, uma correria…A gente percebe que tem alguma coisa estranha
acontecendo. Tinham acabado de matar o Vlado”. Mas o assassinato brutal, por
espancamento, não era o limite a que podiam chegar os feitores do regime
ditatorial. Esquivar-se da responsabilidade pelo crime forjando uma
inverossímil cena de suicídio seria o próximo passo dos torturadores. Com uma
tira de pano, amarraram o corpo pelo pescoço à grade de uma janela e convocaram
um perito do Instituto Médico Legal para fotografar a “prova” de que o preso
dera fim à própria vida, em um surto de enlouquecido arrependimento por ter
escrito uma confissão que aparecia rasgada, no chão, na imagem divulgada pelos
órgãos de repressão. A cena da morte de Vlado, fotografada pelo perito do IML,
foi representada pelo artista Elifas Andreato no quadro “25 de Outubro”.
Etnograficamente na pressa para montar esse “circo macabro”, os torturadores ignoraram detalhes como o fato de Vlado Herzog ser mais alto do que a janela com grade onde supostamente enforcou-se e a rotina de encarceramento que tira dos presos qualquer instrumento com o qual se possam enforcar, cintos e cadarços entre eles. Criaram, assim, uma mentira tão flagrante que a Sociedade Cemitério Israelita nem considerou a hipótese de enterrar o corpo na área reservada aos suicidas, como determina a prática e ética religiosa. Mas, no Inquérito Policial Militar que viria a ser instaurado em razão da morte ocorrida em instalação oficial, o promotor Durval de Araújo – um defensor e protegido do regime – ainda sustentaria que o sepultamento aconteceu no setor de suicidas, recorrendo a depoimentos contraditórios e, mais que isso, se esforçaria para distorcer o que diziam vários depoentes. A mãe de Vlado disse que sentiu que queria morrer ao receber a notícia da perda do filho. O promotor tentou registrar que ela “sentiu vontade de suicidar-se também”.
domingo, 27 de novembro de 2016
Black Friday - Nietzsche & Persona Norte-Americana de Consumo.
“Os adeptos de Nietzsche atribuem uma importância ética positiva à ideia da eterna repetição”. Max Weber
Para analistas sociais que têm como objeto de reflexão metodológica a publicidade significa o ato de vulgarizar, de tornar público uma mensagem, enquanto a palavra propaganda, mais abrangente que publicidade, estaria relacionada à mensagem política e religiosa e compreende a ideia de implantar, de incluir uma crença na mente da massa de consumidores, enquanto momento no processo de modernização. Propaganda é definida como propagação de princípios e teorias. Deriva do latim propagare, por sua vez, deriva de pangere, quer dizer “enterrar, mergulhar, plantar”. A expressão foi traduzida pelo papa Clemente VII, em 1597, quando fundou a “Congregação da Propaganda”, para propagar a fé católica pelo mundo ocidental. Os termos publicidade e propaganda embora sejam usados historicamente na linguagem comercial do consumo diferem, e, para alguns pesquisadores da comunicação social, economia e administração de empresas, não significam a rigor a mesma coisa embora sejam semelhantes na essência. Para analistas sociais, publicidade significa o ato de vulgarizar, de tornar público uma mensagem, enquanto a palavra propaganda, mais abrangente que publicidade, estaria relacionada à mensagem política e religiosa e compreende a ideia de implantar, de incluir uma crença na mente da massa de consumidores, enquanto momento no processo de modernização. Propaganda é definida como propagação de princípios e teorias, ou exatamente para propagar a fé católica através da comunicação social no mundo ocidental.
No Brasil, comparativamente, as palavras publicidade e propaganda são usadas indistintamente, no processo comunicativo, e para diferenciar os diversos tipos de consumo de publicidade, são usadas adjetivações, tais como “publicidade comercial”, “publicidade editorial”, “propaganda política”, “propaganda de utilidade pública” etc. Reconhecido por Palazzo di Propaganda Fide ou Palácio da Propagação da Fé é uma das propriedades extraterritoriais da Santa Sé nos riones Trevi e Colonna de Roma, Itália, localizado na Piazza di Spagna, de frente para a via di Propaganda. Este edifício foi a primeira sede da Pontifícia Universidade Urbaniana, cujo objetivo é formar missionários católicos, fundado pelo papa Urbano VIII, e foi ampliado pelo seu irmão, o cardeal Antônio Barberini, depois de sua morte em 1644. O palácio ainda pertence à congregação, mas a maior parte de suas atividades é realizada atualmente no Nuovo Collegio Urbano De Propaganda Fide. Desde o princípio, serviu também como sede da Sagrada Congregação para Propagação da Fé, em italiano: Propaganda Fide, fundada em 1622 através da bula “Inscrutabili divinae” do papa Gregório XV. Os termos publicidade e propaganda embora sejam usados na linguagem comercial do consumo em diversos países diferem, e, para alguns pesquisadores da comunicação, e no âmbito da economia e administração, não significam a rigor a mesma coisa, embora sejam semelhantes na essência.
Gregório XV interferiu aparentemente pouco na política europeia, além de ajudar Fernando II, Sacro Imperador Romano e a Liga Católica contra os protestantes, assim como Sigismundo III Vasa, rei de a República das Duas Nações, contra o Império Otomano. Sua Declaração contra Magos e Bruxas (cf. Omnipotentis Dei, 20 de março de 1623) foi a última ordenança papal contra a bruxaria. As punições anteriores foram reduzidas e a pena de morte foi limitada àqueles que “provaram ter entrado em acordo com o diabo e cometido homicídio com sua assistência”. Ele era um teólogo erudito e manifestou um espírito conservador de reforma. Como exemplo, sua bula papal de 15 de novembro de 1621, Aeterni Patris Filius, regulamentou as eleições papais, que a partir de agora seriam por escrutínio secreto; três métodos de eleição foram permitidos: por escrutínio, compromisso e quase inspiração. Em 6 de janeiro de 1622, ele estabeleceu a Congregação para a Propagação da Fé, o braço missionário da Santa Sé. Seu pontificado foi marcado pelas canonizações de Teresa de Ávila, Francisco Xavier, Inácio de Loyola, Filipe Néri e Isidoro, o Lavrador. Ele também beatificou Pedro de Alcântara. Ele foi influente em trazer a artista bolonhesa Guercino para Roma, um marco no desenvolvimento do estilo barroco alto. Ele se sentou para seus bustos de retratos, um dos quais foi de Gian Lorenzo Bernini e Alessandro Algardi, cujo busto fica na Igreja de Santa Maria, em Vallicella. O papa criou onze cardeais em quatro consistórios que o levaram a elevar seu sobrinho Ludovico e seu primo Marcantonio Gozzadini como cardeais; ele também elevou o reconhecido Armand Jean Richelieu como cardeal. Em 12 de março de 1622, o papa canonizou vários santos: Teresa de Ávila, Francisco Xavier, Inácio de Loyola, Filipe Néri e Isidoro, o Lavrador. Gregório XV também beatificou três indivíduos durante seu pontificado: Ambrose Sansedoni, de Siena, Alberto Magno, e Pedro de Alcântara.
Os judeus, disse uma vez Léon
Poliakov, são franceses que, ao invés de não irem mais à igreja, não vão mais à
sinagoga. Na tradução humorística de Hagadah, essa piada designava crenças no
passado que deixaram de organizar práticas. As convicções políticas parecem,
hoje, seguir o mesmo caminho. Alguém seria socialista por que foi, sem ir às
manifestações, sem reunião, sem palavra e sem contribuição financeira, em suma,
sem pagar. Mas reverencial que identificatória, a pertença só se marcaria por
aquilo que se chama uma voz. Este resto de palavra, como o voto de quatro em
quatro anos. Uma técnica bastante simples manteria o teatro de operações desse
crédito. Basta que as sondagens abordem outro ponto que não aquilo que liga
diretamente os adeptos ao partido, mas aquilo que não os engaja alhures, não a
energia das convicções, mas a sua inércia. Os resultados da operação contam
então com restos da adesão. Fazem cálculos até mesmo com o desgaste de toda
convicção. Pois esses restos, esses cacos, como insinua o teólogo Leonardo
Boff, indicam ao mesmo tempo o refluxo daquilo em que os interrogados creram na
ausência de uma credibilidade mais forte que os leva para outro lugar. Ora, a
capacidade de crer parece estar em recessão em todo o campo político. A tática
é a arte do fraco. O poder se acha amarrado à sua visibilidade. Mas a vontade
de “fazer crer”, de que vive a instituição, fornecia nos dois casos um fiador a
uma busca de amor e/ou de identidade. Importa então interrogar-se sobre os avatares
do crer em nossas sociedades e sobre as práticas originadas a partir desses
deslocamentos. Durante séculos, supunha-se que fossem indefinidas as reservas
de crença.
Aos poucos a crença se poluiu, como o ar e a água.
Percebe-se ao mesmo tempo não se saber o que ela é. Tantas polêmicas e
reflexões sobre os conteúdos ideológicos em torno do voto e os enquadramentos
institucionais para lhe fornecer não foram acompanhadas de uma elucidação
acerca da natureza do ato de crer. Os poderes antigos geriam habilmente a
autoridade. Hoje são os sistemas administrativos, sem autoridade, que dispõem
de mais força em seus “aparelhos” e menos de autoridade legislativa. O
primeiro arquiteto encarregado das obras foi Gianlorenzo Bernini, que foi
substituído, em 1644, por Francesco Borromini, preferido do papa Inocêncio X. A
fachada, de Borromini, está organizada em torno de poderosas pilastras entre as
quais se abrem janelas laterais, côncavas, em contraste com a central, que é
convexa. Uma pronunciada cornija separa o piano nobile do sótão. A sua porção
central é, por sua vez, côncava. Por causa deste contínuo movimento entre
formas côncavas e convexas na fachada, este palácio é considerado um dos mais
importantes exemplos da arquitetura barroca de Roma. O palácio, que abrigava a
coleção etnográfica missionária do Museu Bórgio, que depois foi levada para o
Vaticano, é visitado através de apontamento prévio. No interior está ainda a
Cappella dei Re Magi, também de Borromini.
O termo propaganda tem a sua
origem no gerúndio do verbo latim propagare, equivalente ao português
propagar, significando o ato de difundir algo, originalmente referindo-se à
prática agrícola de plantio usada para propagar plantas como a vinha. O uso da
palavra “propaganda” no sentido contemporâneo é uma cunhagem inglesa do século
XVIII, nascida da abreviação de Congregatio
de Propaganda Fide de cardeais estabelecida em 1633 pelo Papa Urbano VIII
para supervisionar “a propagação da fé cristã nas missões estrangeiras”.
Originalmente o termo não era “ideologia” porque a palavra foi criada por
Antoine-Louis-Claude Destutt, o conde de Tracy, filósofo e soldado no tempo da
Revolução Francesa, com o significado de ciência das ideias, tomando-se ideias
no sentido de “estados de consciência”. Militar de carreira aderiu à Revolução,
destacando-se como deputado. Fez parte do “grupo dos sensualistas”, com
orientação nos pensamentos republicanos do Marquês de Condorcet que entraram em
conflito com os partidários de Bonaparte, que os acusaram de idéologues.
O
sucesso de Nietzsche, entretanto, sobreveio quando um professor dinamarquês leu
a sua obra: “Assim Falou Zaratustra” (cf. Nietzsche, 1967) e, então, tratou de
difundi-la, em 1888. Em 3 de janeiro de 1889, Nietzsche sofreu um colapso
mental. Teria testemunhado o açoitamento de um cavalo no outro extremo da
Piazza Carlo Alberto. Então correu em direção ao cavalo, jogou os braços ao
redor de seu pescoço para protegê-lo e em seguida, caiu no chão. Nos dias
seguintes, Nietzsche enviou escrito breve reconhecido como: “Wahnbriefe” em
português: “Cartas da loucura” – para um número de amigos, entre eles, Cosima
Wagner, filha do pianista húngaro Franz Liszt com a Condessa Marie d`Agout e
Jacob Burckhardt, historiador, filósofo da história e da cultura suíça, autor
de importantes obras sobre a cultura e história da arte. Muitas destas cartas
foram curiosamente assinadas “Dionísio”. Embora a maioria dos comentaristas
considere seu colapso como alheios à sua filosofia, Georges Bataille (1967)
chegou a insinuar que sua filosofia pudesse tê-lo enlouquecido e a psicanálise
“post-mortem”, de René Girard, postula uma “rivalidade de adoração” com Richard
Wagner.
Não
queremos perder de vista que “Quando Nietzsche Chorou” é o primeiro romance do
psicoterapeuta e professor Irvin D. Yalom que mescla elementos reais com a
ficção. O romance é parcialmente baseado em fatos reais. Obra que traça
paralelo entre ficção e realidade e apresenta personagens históricos como Josef
Breuer, um dos pais da psicanálise, o jovem Sigmund Freud e o filósofo
Nietzsche. No último quartel do séc. XIX em Veneza, no café Sorrento, tem lugar
um encontro entre o médico austríaco, Josef Breuer e a insinuante jovem russa
Lou Salomé, que promoveu uma série de outros encontros entre aquele e Friedrich
Nietzsche. Explicadas as motivações tecidas à volta de um triângulo amoroso
entre si, Paul Reé e Nietzsche, e porque a humanidade não poderia arriscar-se a
perder o seu mais promitente filósofo. Lou materializa a primeira entrevista
dele com Breuer, por intermédio do amigo comum Overbeck, com vista à descoberta
da origem do mal que vinha atacando o filósofo. Josef Breuer é procurado por
Lou Salomé, interpretada por Katheryn Winnick (foto) a jovem russa e bela que
está apaixonada intelectualmente por Nietzsche, mas não fisicamente.
Relação
contrária, expressa no filme: “Nine ½ Weeks”, dirigido por Adrian Lyne (EUA,
1986), quando Elizabeth conheceu John, ela era inteligente, sofisticada, com o
controle de sua própria vida. Intrigada pela personalidade enigmática e
distante de John, ela mergulha em um relacionamento de pura sensualidade que se
intensifica tornando-se um pesadelo erótico de fantasia e dominação. Logo
Elizabeth precisará escolher: entre seus desejos e sua sanidade mental. O
filósofo Nietzsche, entretanto, se apaixona por ela, fisicamente, mas não é
correspondido. Então, escreve cartas onde a propensão suicida é evidente. Lou
Salomé pede a Breuer que não lhe aplique o “mesmerismo”, fraude médica do
século 18 desenvolvida por Franz Anton Mesmer. Mas sim “a cura pela fala” e que
o convença de que viver vale a pena. É curioso notar que quando Salomé entra no
consultório de Breuer, ela posiciona um livro de forma a arrumá-lo como os
outros. A sua atitude dominadora também salienta o quanto ela quer o mundo
“girando em torno de seus desejos” (“revolving around her desires”), inclusive
o de curar Nietzsche que se deixa examinar por Breuer. Fica evidente que suas
dores físicas são psicossomáticas quando ele diz que “está grávido de
Zaratrusta” (“Zarathustra ist schwanger”), seu suntuoso libelo, considerado
pelos niilistas o quinto Evangelho.
É
fácil verificar que Zaratrusta define a vida de Nietzsche. Sua solidão diante
da incompreensão das pessoas a respeito de suas ideias. Breuer diz a Nietzsche
que “uma vida dominada por fases obscuras leva ao desespero” (“a life dominated
by dark phases leads to despair”). Nietzsche médico das almas, cruel cirurgião
da mente, tendo penetrado nos labirínticos meandros da psique de Breuer, lhe
desperta a força da idiossincrasia própria de um ser irrepetível e único (cf.
Safranski, 2005), pelo que começa a sentir-se como o caçador caçado. Nietzsche,
a maior parte do ano doente, acossado por doenças do foro psiquiátrico
acompanhadas de graves manifestações somáticas, era um homem deprimido. A
atravessar desertos de solidão. Uma solidão altiva, desejada, própria dos
fortes. A sua imaginação febril, afetada pelo rompimento com Wagner, ficou
fundamente abalada com as notícias da irmã Elizabeth sobre o que Lou fazia
correr sobre ele na sociedade. A traição de novo a corroer-lhe as entranhas.
Está condenado a viver só com o seu mal. Longe do mundo e dos homens. Voltaria
a galgar o alto Engadine de onde administraria na companhia de sua querida e
orgulhosa dor o vasto e exclusivo império do seu EU: tanto mais robusto quanto
mais sofrido. Fascínio de consciência que se revela quando ele se coloca no
lugar de quem será tratado buscando a empatia de Nietzsche ao ponto dele mesmo
querer revelar sua intimidade. O processo de transformação da relação é “dialeticamente trágico”, para lembramos de
Safranski, uma vez que conseguimos depreender Breuer sendo o
paciente de fato nas sessões de terapia.
Dados do site Reclame Aqui. Foto: João Kurtz. |
Estatisticamente a Black Friday deste ano de 2019 deve movimentar R$ 3,15 bilhões no comércio eletrônico brasileiro, o que representará um crescimento de 21% na comparação com o ano passado. A previsão é do Busca Descontos, idealizador do evento no país e criador do site www.blackfriday.com.br. A projeção leva em conta apenas as vendas feitas realizadas da meia-noite de quinta até a meia noite da sexta-feira. Em 2019, a Black Friday acontecerá no dia 29 de novembro. Em 2018, as vendas do e-commerce brasileiro durante a Black Friday foram estimadas em R$ 2,6 bilhões. Segundo pesquisa divulgada pelos idealizadores do evento, o ticket médio de compra durante o Black Friday é estimado em mais de R$ 600. Ainda segundo o levantamento, 70,2% dos consumidores que afirmam que planejam fazer compras na data afirmam que pretendem gastar mais de R$ 500. O celular permanece em primeiro lugar entre os itens mais desejados, com 37% de intenção de compra, seguido por eletrodomésticos (36%) e TVs (29,3%). A pesquisa também confirma a tendência de busca por descontos também em lojas físicas. Segundo o levantamento, 58,4% dos consumidores compraram pela internet na edição anterior e 26,5% consumidores utilizaram além da rede mundial de computadores - internet, também o varejo tradicional. Outros 15% preferiram fazer suas compras exclusivamente através das tradicionais lojas físicas.