No que se referem à sociologia do trabalho, elas permitiram retomar noções e conceitos como de qualificação, produtividade, mobilidade social e abriram novos campos de pesquisa: relação de serviço, trabalhos de cuidado pessoal, mixidade no trabalho, ingresso das mulheres às profissões de nível superior, temporalidades sexuadas, vínculos entre políticas de emprego e políticas para família etc. Tal literatura tinha como escopo aspectos sociais comparativos como o crescimento das taxas de desempenho de atividade no trabalho, o perfil etário da mulher na composição da força de trabalho e as transformações sociais no padrão de mixidade em setores e ocupações enquanto tendências que também se verificavam em outros países. A divisão sexual do trabalho é a forma de divisão do trabalho social decorrente das relações sociais entre os sexos; mais do que isso, é um fator prioritário para a sobrevivência da relação social entre os sexos. Essa forma é modulada histórica e socialmente. Tem como características a designação prioritária dos homens à esfera produtiva e das mulheres à esfera reprodutiva e, simultaneamente, a apropriação pelos homens das funções com maior valor social adicionado (políticos, religiosos, militares etc.). Sobre essa definição, todo mundo, ou quase, está de acordo. Contudo, do nosso ponto de vista, era necessário ir mais longe ao plano conceitual. Por isso, propusemos distinguir claramente os princípios da divisão sexual do trabalho e suas modalidades. Essa forma particular da divisão social do trabalho tem dois princípios organizadores: o de separação existente entre trabalhos de homens e trabalhos de mulheres e o princípio hierárquico, segundo o qual, um trabalho de homem “vale” mais que um trabalho de mulher. Esses princípios são válidos tanto no plano teórico como empírico para todas as sociedades no tempo e no espaço. Portanto, pode ser aplicada mediante um processo específico de legitimação, a chamada ideologia naturalista.
Esta rebaixa o gênero ao sexo biológico, reduz as práticas sociais a “papéis sociais” sexuados que remetem ao destino natural da espécie. Com essa perspectiva naturalista e manipuladora da realidade, a ideologia naturalista dificulta a consciência de que a desigualdade entre os sexos é determinada por interesses socialmente construídos. Se os dois princípios (de separação e hierárquico) encontram-se em todas as sociedades conhecidas e são legitimados pela ideologia naturalista, isto não significa, no entanto, que a divisão sexual do trabalho seja um dado imutável. Ao contrário, ela tem inclusive uma incrível plasticidade: suas modalidades concretas variam grandemente no tempo e no espaço, como demonstraram fartamente antropólogos e historiadores (as). O que é estável não são as situações (que evoluem sempre), e sim a distância entre os grupos de sexo. Portanto, esta análise deve tratar dessa distância, assim como das “condições”, pois, se é inegável que a condição feminina melhorou, pelo menos na sociedade francesa, a distância continua insuperável. Trata-se antes de tudo da aparição e do desenvolvimento, com a precarização e a flexibilização do emprego, de “nomadismos sexuados”, segundo Kergoat (1998): nomadismo no tempo, para as mulheres (é a explosão do trabalho em tempo parcial, geralmente associado a períodos de trabalho dispersos no dia e na semana); nomadismo no espaço, para homens com provisórios canteiros do Banque du Bâtiment et Travaux Publics (BTP) e do setor nuclear para os operários, banalização e aumento dos deslocamentos profissionais na Europa e em todo o mundo para executivos).
Constata-se que a divisão sexual do trabalho molda as formas do trabalho e de emprego e, que a bendita “flexibilização” reforça as formas mais estereotipadas das relações sociais de sexo. O segundo exemplo é o da priorização do emprego feminino, que ilustra bem o cruzamento das relações sociais. Desde a década de 1980, o número de mulheres contabilizadas pelo Institut National de la Statistique et des Études Économiques – (INSEE) como “funcionários e profissões executivas de nível superior” mais do que dobrou; eles destacam que cerca de 10% das mulheres ativas são classificadas nessa categoria. Simultaneamente à precarização e à pobreza de um número crescente de mulheres, observa-se, portanto, o aumento dos capitais econômicos, culturais e sociais de uma proporção não desprezível de mulheres ativas no trabalho. Assiste-se ao aparecimento, pela primeira vez na história social do capitalismo, de uma camada de mulheres cujos interesses diretos, isto é, não mediados como antes pelos homens: pai, esposo, amante, opõem-se frontalmente aos interesses daquelas que foram atingidas pela generalização do tempo parcial, pelos empregos em serviços muito mal remunerados e não reconhecidos e, de maneira mais geral, pela precariedade.
Enfim, as mulheres das sociedades do Norte trabalham cada vez mais e, com uma frequência cada vez maior, são funcionárias e investem em suas carreiras. Como o trabalho doméstico nem sempre é levado em conta nas sociedades mercantis, e o envolvimento pessoal é cada vez mais solicitado, quando não exigido pelas novas formas de gestão de empresas, essas mulheres para realizar seu trabalho profissional precisam externalizar o trabalho doméstico. Para isso, podem recorrer à enorme reserva de mulheres em situação precária, sejam francesas ou imigrantes. Essa demanda, maciça no âmbito europeu, criou um imenso alento para as mulheres migrantes que chegam aos países do Norte com a esperança de conseguir um emprego de serviço, neste caso, particularmente no cuidado de crianças e idosos, no em prego doméstico e assim por diante. Essas mulheres, muitas vezes diplomadas, entram em concorrência direta com as dos países de origem, que têm situação precária e pouco estudo. Duas relações sociais entre mulheres, inéditas historicamente, estabelecem-se dessa maneira: uma relação de classe entre as mulheres do Norte, empregadoras, e essa nova classe servil; uma relação de concorrência entre mulheres, todas precárias, mas precárias de maneira diferente, dos países do Norte e dos países do Sul e, logo também, de etnias diferentes com a chegada e a esse mercado globalizado em movimento de mulheres dos países do Leste.
As relações étnicas começam assim
a ser remodeladas através das migrações femininas e da explosão dos serviços a
particulares. As relações de gênero também se apresentam de uma forma inédita:
a externalização do trabalho doméstico tem uma função de apaziguamento das
tensões nos casais burgueses dos países do Norte (e em inúmeros países urbanos
do Sul, mas, nesse caso, trata-se de movimentos migratórios internos no país em
questão) e permite igualmente maior flexibilidade das mulheres em relação à
demanda de envolvimento das empresas. A reorganização simultânea do método e
processo de trabalho no campo assalariado da oficina, da fábrica, e no campo
doméstico da casa. O que remete, no que diz respeito a este último, à
externalização do trabalho doméstico, mas também à nova divisão do trabalho
doméstico, o maior envolvimento de certos pais é acompanhado de um envolvimento
quase exclusivo no trabalho parental; duplo movimento de mascaramento, de
atenuação das tensões nos casais, de um lado, e a acentuação das clivagens
objetivas entre mulheres, de outro: ao mesmo tempo em que aumenta o número de
mulheres em profissões de nível superior, cresce o de mulheres em situação
precária de desemprego, flexibilidade, feminização das correntes migratórias.
Esses movimentos desenvolvem-se em um nível material, a externalização, mas, evidentemente, estendem-se às representações ad hoc (os “novos pais”, o casal visto como lugar de negociação entre dois indivíduos iguais de direito e de fato). Contudo, é preciso rever agora a outra modalidade de teorização, a da divisão sexual do trabalho como vínculo social, pois é ela que fundamenta a tese, que hoje adquiriu o estatuto de política – e de política europeia a partir da cúpula de Luxemburgo em 1997 -, da conciliação vida familiar/vida profissional – política fortemente sexuada, visto que define implicitamente um único ator dessa conciliação: as mulheres, e consagra o statu quo segundo o qual homens e mulheres não são iguais perante o trabalho profissional. A ideia de uma complementaridade entre os sexos está inserida na tradição funcionalista da complementaridade de papéis. Remete a uma conceptualização em termos de vínculo social afetivo pelos conteúdos de sentido de suas noções como solidariedade orgânica, conciliação, coordenação, parceria, especialização e divisão de tarefas etc. A abordagem em termos de complementaridade é coerente com a ideia de uma divisão entre mulheres e homens do trabalho profissional e doméstico e, dentro do trabalho profissional, a divisão entre tipos e modalidades de empregos que possibilitam a reprodução dos papéis sexuados. É essa expansão em serviços nos países capitalistas ocidentais, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento, que oferecem novas “soluções” para o antagonismo entre responsabilidades familiares e profissionais.
A gravação alcançou o CD de Platina e entrou para o “Top 10 da Billboard 200”. Foi o considerado o Número 1 na lista canadiana, além de ser quatro vezes Platina. Em setembro de 2001, Diana realizou uma tournée pelo mundo e o seu concerto no Paris Olympia foi gravado e lançado como a sua primeira gravação ao vivo: “Diana Krall – Live in Paris” que chegou ao topo da lista de Jazz da revista Billboard além de permanecer no Top 20 e Top 200 também da Billboard. Neste ela teve como convidado o percussionista brasileiro Paulinho da Costa, percussionista brasileiro que se tornou um dos músicos mais requisitados nos estúdios de gravações em Los Angeles, no estado da Califórnia. Sendo um dos músicos que mais gravou e participou de discos nos tempos modernos, foi considerado pela revista Down Beat “um dos percussionistas mais talentosos do nosso tempo”. Participou de vários álbuns premiados pelo Grammy Award, entre eles “Thriller”, de Michael Jackson, “True Blue”, de Madonna e “Let`s Talk About Love”, de Celine Dion. Participou também de músicas e trilhas sonoras de filmes de grande sucesso, entre eles: “Os embalos de sábado à noite”, “Darty Dancy”, “Purple Rain” e “Jurassic Park”. O músico, que toca mais de 200 instrumentos, também tocou com Diana Krall, como recebeu da National Academy of Recording Arts and Sciences o seu “Most Valuable Player Award” por três anos consecutivos.
Esta
divisão do trabalho social segundo os sexos, indicada no nível da linguagem, é
praticada desde o nascimento, pontuada por ritos e marcada por inumeráveis
símbolos. Com efeito, a aceitação e a interiorização da divisão sexual do
trabalho tanto entre trabalho doméstico e trabalho assalariado quanto no
interior mesmo do trabalho assalariado são o objetivo da socialização inicial
das crianças. Essa educação é condição prévia da aceitação e interiorização
mesmas da autoridade mediante aprendizado, na escola, das formas de linguagem
diferenciadas de acordo com o estatuto social do emissor e do receptor. Assim,
desde o nascimento, a menina será educada dentro do respeito pelos homens, que
serão os primeiros (contrariamente ao Ladies First da etiqueta ocidental) a ser
servidos à mesa e a ter os melhores pedaços; os primeiros a entrar no banho; o
que consagra e reproduza o preceito feudal das mulheres dentro e dos homens
fora (“oto wa sotomawari, tsuma wa utimawari”) e a regra de obediência em
ordem: quando jovem, ao pai; casada, ao marido, e idosa, ao primogênito. Esse duplo movimento impulsionou em vários
países a abordagem da divisão sexual do trabalho para repensar a questão tópica
do trabalho e suas categorias. Essas reflexões levaram a mudança de simbólica
da sociologia da família e do paradigma funcionalista que lhe servia de base.
No
que se referem à sociologia do trabalho, elas permitiram retomar noções e
conceitos como de qualificação, produtividade, mobilidade social e abriram
novos campos de pesquisa: relação de serviço, trabalhos de cuidado pessoal,
mixidade no trabalho, ingresso das mulheres às profissões de nível superior,
temporalidades sexuadas, vínculos entre políticas de emprego e políticas para
família etc. Tal literatura tinha como escopo aspectos sociais comparativos
como o crescimento das taxas de desempenho de atividade no trabalho, o perfil
etário da mulher na composição da força de trabalho e as transformações sociais
no padrão de mixidade em setores e ocupações enquanto tendências que também se
verificavam em outros países. A divisão
sexual do trabalho é a forma de divisão do trabalho social decorrente das
relações sociais entre os sexos; mais do que isso, é um fator prioritário para
a sobrevivência da relação social entre os sexos. Essa forma é modulada
histórica e socialmente. Tem como características a designação prioritária dos
homens à esfera produtiva e das mulheres à esfera reprodutiva e,
simultaneamente, a apropriação pelos homens das funções com maior valor social
adicionado (políticos, religiosos, militares etc.). Sobre essa definição, todo
mundo, ou quase, está de acordo. Contudo, do nosso ponto de vista, era
necessário ir mais longe ao plano conceitual. Por isso, propusemos distinguir
claramente os princípios da divisão sexual do trabalho e suas modalidades. Essa
forma particular da divisão social do trabalho tem dois princípios
organizadores: o de separação existente entre trabalhos de homens e trabalhos
de mulheres e o princípio hierárquico, segundo o qual, um trabalho de homem
“vale” mais que um trabalho de mulher. Esses princípios são válidos no
plano teórico e empírico para as sociedades no tempo e no espaço.
Portanto, pode ser aplicada mediante
um processo específico de legitimação, a chamada ideologia naturalista. Esta
rebaixa o gênero ao sexo biológico, reduz as práticas sociais a “papéis
sociais” sexuados que remetem ao destino natural da espécie. Com essa
perspectiva naturalista e manipuladora da realidade, a ideologia naturalista
dificulta a consciência de que a desigualdade entre os sexos é determinada por
interesses socialmente construídos. Se os dois princípios (de separação e
hierárquico) encontram-se em todas as sociedades conhecidas e são legitimados
pela ideologia naturalista, isto não significa, no entanto, que a divisão
sexual do trabalho seja um dado imutável. Ao contrário, ela tem inclusive uma
incrível plasticidade: suas modalidades concretas variam grandemente no tempo e
no espaço, como demonstraram fartamente antropólogos e historiadores (as). O
que é estável não são as situações (que evoluem sempre), e sim a distância
entre os grupos de sexo. Portanto, esta análise deve tratar dessa distância,
assim como das “condições”, pois, se é inegável que a condição feminina
melhorou, pelo menos na sociedade francesa, a distância continua insuperável. Trata-se
antes de tudo da aparição e do desenvolvimento, com a precarização e a
flexibilização do emprego, de “nomadismos sexuados”, segundo Kergoat (1998):
nomadismo no tempo, para as mulheres (é a explosão do trabalho em tempo
parcial, geralmente associado a períodos de trabalho dispersos no dia e na
semana); nomadismo no espaço, para homens com provisórios canteiros do Banque
du Bâtiment et Travaux Publics (BTP) e do setor nuclear para os operários,
banalização e aumento dos deslocamentos profissionais na Europa e em todo o
mundo para executivos).
Constata-se
que a divisão sexual do trabalho molda as formas do trabalho e de emprego e,
que a bendita “flexibilização” reforça as formas mais estereotipadas das
relações sociais de sexo. O segundo exemplo é o da priorização do emprego
feminino, que ilustra bem o cruzamento das relações sociais. Desde a década de
1980, o número de mulheres contabilizadas pelo Institut National de la
Statistique et des Études Économiques – (INSEE) como “funcionários e
profissões executivas de nível superior” mais do que dobrou; eles destacam que
cerca de 10% das mulheres ativas são classificadas nessa categoria.
Simultaneamente à precarização e à pobreza de um número crescente de mulheres,
observa-se, portanto, o aumento dos capitais econômicos, culturais e sociais de
uma proporção não desprezível de mulheres ativas no trabalho. Assiste-se também
ao aparecimento, pela primeira vez na história social do capitalismo, de uma
camada de mulheres cujos interesses diretos, isto é, não mediados como antes
pelos homens: pai, esposo, amante, opõem-se frontalmente aos interesses
daquelas que foram atingidas pela generalização do tempo parcial, pelos
empregos em serviços muito mal remunerados e não reconhecidos socialmente e, de
maneira mais geral, pela precariedade.
Enfim, as mulheres das sociedades
do Norte trabalham cada vez mais e, com uma frequência cada vez maior, são
funcionárias e investem em suas carreiras. Como o trabalho doméstico nem sempre
é levado em conta nas sociedades mercantis, e o envolvimento pessoal é cada vez
mais solicitado, quando não exigido pelas novas formas de gestão de empresas,
essas mulheres para realizar seu trabalho profissional precisam externalizar o
trabalho doméstico. Para isso, podem recorrer à enorme reserva de mulheres em
situação precária, sejam francesas ou imigrantes. Essa demanda, maciça no
âmbito europeu, criou um imenso alento para as mulheres migrantes que chegam
aos países do Norte com a esperança de conseguir um emprego de serviço, neste
caso, particularmente no cuidado de crianças e idosos, no em prego doméstico e
assim por diante. Essas mulheres, muitas vezes diplomadas, entram em
concorrência direta com as dos países de origem, que têm situação precária e
pouco estudo. Duas relações sociais entre mulheres, inéditas historicamente,
estabelecem-se dessa maneira: uma relação de classe entre as mulheres do Norte,
empregadoras, e essa nova classe servil; uma relação de concorrência entre
mulheres, todas precárias, mas precárias de maneira diferente, dos países do
Norte e dos países do Sul e, logo também, de etnias diferentes com a chegada e
a esse mercado globalizado em movimento de mulheres dos países do Leste.
As relações étnicas começam assim
a ser remodeladas através das migrações femininas e da explosão dos serviços a
particulares. As relações de gênero também se apresentam de uma forma inédita:
a externalização do trabalho doméstico tem uma função de apaziguamento das
tensões nos casais burgueses dos países do Norte (e em inúmeros países urbanos
do Sul, mas, nesse caso, trata-se de movimentos migratórios internos no país em
questão) e permite igualmente maior flexibilidade das mulheres em relação à
demanda de envolvimento das empresas. A reorganização simultânea do método e
processo de trabalho no campo assalariado da oficina, da fábrica, e no campo
doméstico da casa. O que remete, no que diz respeito a este último, à
externalização do trabalho doméstico, mas também à nova divisão do trabalho
doméstico, o maior envolvimento de certos pais é acompanhado de um envolvimento
quase exclusivo no trabalho parental; duplo movimento de mascaramento, de
atenuação das tensões nos casais, de um lado, e a acentuação das clivagens
objetivas entre mulheres, de outro: ao mesmo tempo em que aumenta o número de
mulheres em profissões de nível superior, cresce o de mulheres em situação
precária de desemprego, flexibilidade, feminização das correntes migratórias.
Esses movimentos desenvolvem-se em um nível material, a externalização, mas, evidentemente, estendem-se às representações ad hoc (os “novos pais”, o casal visto como lugar de negociação entre dois indivíduos iguais de direito e de fato). Contudo, é preciso rever agora a outra modalidade de teorização, a da divisão sexual do trabalho como vínculo social, pois é ela que fundamenta a tese, que hoje adquiriu o estatuto de política – e de política europeia a partir da cúpula de Luxemburgo em 1997 -, da conciliação vida familiar/vida profissional – política fortemente sexuada, visto que define implicitamente um único ator dessa conciliação: as mulheres, e consagra o statu quo segundo o qual homens e mulheres não são iguais perante o trabalho profissional. A ideia de uma complementaridade entre os sexos está inserida na tradição funcionalista da complementaridade de papéis. Remete a uma conceptualização em termos de vínculo social afetivo pelos conteúdos de sentido de suas noções como solidariedade orgânica, conciliação, coordenação, parceria, especialização e divisão de tarefas etc. A abordagem em termos de complementaridade é coerente com a ideia de uma divisão entre mulheres e homens do trabalho profissional e doméstico e, dentro do trabalho profissional, a divisão entre tipos e modalidades de empregos que possibilitam a reprodução dos papéis sexuados. É essa expansão em serviços nos países capitalistas ocidentais, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento, que oferecem novas “soluções” para o antagonismo entre responsabilidades familiares e profissionais.
LÉVI-STRAUSS, Claude, O Cru e o Cozido (Mitológicas I). São Paulo: Editora Brasiliense, 1964; Idem, “O Descobrimento da Representação nas Artes da Ásia e da América”. In: Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Editor Tempo Brasileiro, 1985; Idem, Mito e Significado. Lisboa: Edições 70, 1989; FULFORD, Robert, Accidental City: The Transformation of Toronto. Toronto: Macfarlane, Walter & Ross, 1995; ELIAS, Norbert, Mozart, Sociologia de um Gênio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995; HOBSBAWM, Eric, História Social do Jazz. 5ª edição. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2007; BECKER, Howard, Falando da Sociedade. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2009; APPADURAI, Arjun, Modernity at Large – Cultural Dimensions of Globalization. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2010; GOMES, Marcelo Silva, Samba-Jazz Aquém e Além da Bossa Nova: Três Arranjos para Céu e Mar de Johnny Alf. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes. Campinas: Universidade de Campinas, 2010; WEISS, Raquel Andrade, Émile Durkheim e a Fundamentação Social da Moralidade. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010; RODRIGUES, Fernando Costa, Técnicas de Rearmonização para Piano Jazz. Dissertação para Mestre em Música. Interpretação Artística. Especialização Jazz. Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo. Politécnico Porto, 2012; FOUCAULT, Michel, O Corpo Utópico, as Heterotopias. São Paulo: N-1 edições, 2013; TAYLOR, Diana, O Arquivo e o Repertório: Performance e Memória Cultural nas Américas. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2013; SANTOS, Leandro dos, “Um Mapeamento das Aproximações entre Weber e Nietzsche”. In: Plural. Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, vol. 21. 1. 2014, pp. 139-156; ESSINGER, Silvio, “Diana Krall relê Pop com Personalidade”. In: http://oglobo.globo.com/03/03/2015; ; Artigo: “Diana Krall Troca o Jazz pelo Pop em Novo Disco”. In: http://www1.folha.uol.com.br/2015/02/16; VASCONCELOS, Mônica Cajazeira Santana, Memória Autobiográfica, Conhecimento Prévio e Atividade de Criação em Turma de Teclado em Grupo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Música. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2015; entre outros
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