Ubiracy de Souza Braga
“Tito Madi é uma das vozes mais bonitas do Brasil”. Milton
Nascimento
Chauki Maddi tem como representação
o nome de Tito Madi cantor,
compositor e pianista brasileiro de transição no âmbito da arte durante as
décadas de 1950 e 1960, como intérprete e compositor de sambas-canções paralelo ao nascimento da bossa nova. Nascido em
Pirajuí, região Noroeste do Estado de São Paulo, é o filho mais ilustre do
município, do qual recebia constantes homenagens. Pirajuí é um município do
estado de São Paulo. Até 1888, a região
entre os rios Dourado e Feio era habitada por índios couvades. A partir desse ano
alguns exploradores como João Justino da Silva, Joaquim de Toledo Piza e
Almeida, Adão Bonifácio Dias, Leão Cerqueira, Ignácio Vidal dos Santos Abreu,
Luiz Wolf, Clementino Rodrigues da Silva e Salvador da Costa Sarico tornaram-se
agricultores na medida em que começaram a plantar café na região. Em
1902, João Justino da Silva e outros fundaram o patrimônio de São Sebastião do
Pouso Alegre. Em 1904, foi celebrada a primeira missa na capela de São
Sebastião. A chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil trouxe progresso à
vila, fazendo com que ela se elevasse à categoria de distrito de paz
pertencente ao município de Bauru em dezembro de 1907 com o nome de “Pirajuhi”
pela lei estadual 1 105, de 2 de dezembro de 1907. Tornou-se município em 29 de
março de 1915 com o nome atual Pirajuí. Em meados do século XX, do ponto de
vista da acumulação cafeeira Pirajuí chegou a ser considerado o maior município
cafeeiro do Brasil. Foi sede do governo do estado de São Paulo por um
dia e, em meados do século XX, disputada nas ruas, uma prova de
automobilismo, talvez pelo pioneirismo foi considerada entre as mais importantes da nação.
Chauki
Maddi foi colunista no semanário local, O
Alfinete. O toque do piano do músico
se adequava ao intimismo das casas de shows (boate), perfeito para a arte de Tito
Madi. Filho de imigrantes libaneses cresceu em um ambiente musical, ouvindo o
alaúde de seu pai que também tocava violão e bandolim e de seus irmãos mais
velhos. Essa influência fez com que aos dez anos Tito Madi cantasse em festas do
grupo escolar de sua cidade natal. A imigração libanesa no Brasil teve início
oficialmente por volta de 1880, quatro anos após a visita de dom Pedro II ao
Líbano. Manuel Diegues Júnior acredita que a presença de turcos, sírios e
libaneses no Brasil remonta à época colonial, tendo em vista que Portugal
mantinha relações comerciais com a Síria. A segunda metade do século XIX
representou a principal época de entrada dos imigrantes libaneses no Brasil, ou
seja, de 1860 a 1890. Conforme podemos atestar, os “turco-árabes” já aparecem
de outra forma expressiva entre os imigrantes entrados no país no período de
1820 a 1920. A maioria dos imigrantes veio ao país fugindo da falta de
perspectiva econômica e de assentamentos da região, então dominada pela
política turco-otomana. Contudo, de jornalzinho distribuído na porta do cinema
a veículo de comunicação social que imprimiu as páginas de história cultural
para ser o orgulho pirajuiense, o semanário “O Alfinete”, alcançou
definitivamente o processo social de guarda de memória com a distribuição de notícias na
internet - a rede mundial de computadores, através da rede digital.
O
Brasil naquela atravessava a primeira fase de urbanização e industrialização, o
que tornava propícios os novos negócios. Diferente dos imigrantes europeus, que
procuraram no Brasil as terras para cultivo, os libaneses encontraram nas
cidades um local para a criação de indústrias e casas de comércio. A maioria
deles começou a sua vida no país vendendo mercadorias de porta em porta como
mascate. O dinheiro juntado acabou sendo o pontapé para a abertura de pequenas
confecções e lojas de tecidos. Muitos dos imigrantes libaneses que vivem ou
viveram no Brasil colaboraram inclusive com o desenvolvimento do próprio
Líbano, com envio ao país de recursos que propiciaram a construção de
hospitais, escolas e bibliotecas. Chauki Maddi iniciou sua carreira artística
em 1952, como cantor contratado da Rádio Tupi de São Paulo, formando a segunda emissora
de rádio dos Diários Associados, a
cadeia de jornais de propriedade de Assis Chateaubriand que adquiriu a Rádio
Tupi de São Paulo – que ao ser inaugurado com seus transmissores de 26 KW, tornou-se
a mais potente da América Latina – e a Rádio Educadora do Rio de Janeiro que
passou a se denominar Rádio Tamoio, dando início à constituição de um importante
processo social de comunicação em rede nacional de radioemissoras que chegou a
ter 25 estações.
A primeira, filha pioneira carioca, foi fundada em 1934 e inaugurada em 25 de setembro de 1935. Sua fase de compositor começou no final da década de 1940. Dedicava-se, também, a organizar shows e eventos. Em 1952 mudou-se para São Paulo, indo trabalhar em rádio e televisão, trabalhou na TV Tupi, inaugurada em 1950. Tito Madi ingressou na TV no início e, segundo o cantor, a responsabilidade era muito grande, pois não havia a facilidade técnica do mundo moderno. – “Tudo era feito ao vivo, era mais emocionante do que hoje pois eu tinha que cantar sem errar, a responsabilidade era muito maior”. Criador dos primeiros alto-falantes de sua cidade natal, Tito Madi trabalhou muitos anos em rádio, como locutor e mesmo como redator de textos publicitários. Conservava a voz maviosa transmitida pelo estilo comunicativo das rádios daquele período. Com a popularidade do violão trocou-o pelo acompanhamento de um piano, tocado pelo amigo das noites cariocas Haroldo Goldfarb. Vale lembrar que no lançamento de “O lirismo de Paulinho Tapajós”, Gerli e Haroldo Goldfarb realizam um inspirado primeiro compact disk onde revisitam a poética obra de Paulinho Tapajós.
A primeira, filha pioneira carioca, foi fundada em 1934 e inaugurada em 25 de setembro de 1935. Sua fase de compositor começou no final da década de 1940. Dedicava-se, também, a organizar shows e eventos. Em 1952 mudou-se para São Paulo, indo trabalhar em rádio e televisão, trabalhou na TV Tupi, inaugurada em 1950. Tito Madi ingressou na TV no início e, segundo o cantor, a responsabilidade era muito grande, pois não havia a facilidade técnica do mundo moderno. – “Tudo era feito ao vivo, era mais emocionante do que hoje pois eu tinha que cantar sem errar, a responsabilidade era muito maior”. Criador dos primeiros alto-falantes de sua cidade natal, Tito Madi trabalhou muitos anos em rádio, como locutor e mesmo como redator de textos publicitários. Conservava a voz maviosa transmitida pelo estilo comunicativo das rádios daquele período. Com a popularidade do violão trocou-o pelo acompanhamento de um piano, tocado pelo amigo das noites cariocas Haroldo Goldfarb. Vale lembrar que no lançamento de “O lirismo de Paulinho Tapajós”, Gerli e Haroldo Goldfarb realizam um inspirado primeiro compact disk onde revisitam a poética obra de Paulinho Tapajós.
Em
sua démarche Chauki Maddi surpreendentemente,
formou-se professor primário antes de sair da cidade de Pirajuí, aos 20 anos.
Seguiu para Cornélio Procópio, no Paraná, para lecionar matemática por
indicação de um amigo. Mas um carro quebrado que não conseguiu chegar ao seu
destino mudou a vida de Tito Madi, que desistiu da carreira acadêmica antes
mesmo de entrar na sala de aula. – “Comecei a pensar o que eu queria fazer da
minha vida e fui para o Rio”. Sua fase
de compositor começou no final da década de 1940 quando, em 1949, compôs sua
primeira música, intitulada “Eu Espero Você”. Assim que Tito resolveu vir para
o Rio de Janeiro, em 1955, um amigo lhe perguntou quanto tempo pretendia ficar
na cidade. O compositor, inadvertidamente que tinha feito um empréstimo de
quatro mil cruzeiros, respondeu que ficariam quatro mil cruzeiros! Então esse
amigo lhe emprestou a chave de um apartamento no bairro de Copacabana. Para o
cantor libanês “foi uma sorte muito grande, coisa do destino”. Embora tenha
morado em bairros nobres da orla marítima carioca como as praias de Ipanema, do
Leblon e do Leme, Tito Madi revela que é muito difícil sair da praia de Copacabana
porque tem um carinho todo especial pelo bairro.
Copacabana é um bairro nobre situado na Zona
Sul da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. É considerado um dos bairros mais
famosos e prestigiados do Brasil e um dos mais conhecidos do mundo. Tem o
apelido de “Princesinha do Mar” e “Coração da Zona Sul”. Faz divisa com os
bairros nobres da Lagoa, Ipanema, Botafogo, Leme e Humaitá. A população de
Copacabana é, em sua maior parte, das classes “médio-alta” e média. Atualmente,
o bairro tem a maior concentração populacional da Zona Sul carioca, tendo em
torno de 150 mil habitantes em 2013. Também abriga a maior quantidade de idosos
do município e um dos maiores do país, proporcionalmente falando, com 16,7% da
população acima de sessenta anos. De fato, Copacabana é por vezes apontada como
“o bairro com população mais idosa do país”. Copacabana atrai um grande
contingente de turistas para seus mais de oitenta hotéis, que ficam
especialmente cheios durante as épocas do ano-novo e do carnaval. No fim de
ano, a tradicional queima de fogos na Praia de Copacabana internacionaliza uma
multidão de pessoas. A orla é lugar de variados eventos nacionais e
internacionais durante o ano. A célebre exposição dos United Buddy Bears realizou-se de maio a fim de julho de 2014 na
praia carioca, apesar de protestos da FIFA durante toda a Copa do Mundo de
futebol.
A
Bossa Nova é considerada um subgênero musical derivado do samba e com forte
influência do jazz estadunidense, surgido no final da década de 1950 no Rio de
Janeiro. De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e
tocar samba naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do
moderno samba carioca urbano. Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornar-se-ia
um dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira,
conhecido em todo o mundo e, especialmente, associado a João Gilberto, Nara
Leão, Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, Baden Powell e Luiz Bonfá. A
palavra “bossa” apareceu pela primeira vez na década de 1930, em “Coisas
Novas”, samba do popular cantor Noel Rosa: O samba, a prontidão/e outras
bossas,/são nossas coisas (...). A expressão bossa nova passou a ser utilizado
também na década seguinte para aqueles “sambas de breque”, baseado no talento
de improvisar paradas súbitas durante a música para encaixar falas. Alguns
críticos musicais destacam certa influência que a cultura americana do
Pós-Guerra, de músicos como Stan Kenton, combinada ao impressionismo erudito,
de Debussy e Ravel, teve na bossa nova, especialmente do cool jazz e bebop.
Embora
tenha pouca influência de música estrangeira como o Jazz, a Bossa Nova possui
elementos de samba sincopado. Além disso, havia um fundamental inconformismo
com o formato musical de época. Os cantores Dick Farney e Lúcio Alves, que
fizeram sucesso nos anos da década de 1950 com um jeito suave e minimalista (em
oposição a cantores de grande potência sonora) também são considerados
influências positivas sobre os garotos que fizeram a Bossa Nova. Um embrião do
movimento, já na década de 1950, eram as reuniões casuais, frutos de encontros
de um grupo de músicos da classe média carioca na zona sul, como Nara Leão, na
Avenida Atlântica, em Copacabana. Nestes encontros, cada vez mais frequentes, a
partir de 1957, um grupo se reunia para fazer e ouvir música. Dentre os
participantes estavam novos compositores, como Billy Blanco, Carlos Lyra,
Roberto Menescal e Sérgio Ricardo, entre outros. O grupo foi aumentando,
abraçando também Chico Feitosa, João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo
Bôscoli etc..
A
“Bossa Nova” é considerada um subgênero musical derivado do samba e com forte
influência do jazz estadunidense, surgido no final da década de 1950 no Rio de
Janeiro. De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e
tocar samba naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do
moderno samba carioca urbano. Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornar-se-ia
um dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira,
conhecido em todo o mundo e, especialmente, associado a João Gilberto, Nara
Leão, Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, Baden Powell e Luiz Bonfá. A
palavra “bossa” apareceu pela primeira vez na década de 1930, em “Coisas
Novas”, samba do popular cantor Noel Rosa: O samba, a prontidão/e outras
bossas,/são nossas coisas. A expressão bossa
nova passou a ser utilizado também na década seguinte para aqueles “sambas
de breque”, baseado no talento de improvisar paradas súbitas durante a representação da música
para encaixar falas.
Alguns
críticos musicais destacam certa influência que a cultura americana do
Pós-Guerra, de músicos como Stan Kenton, combinada ao impressionismo erudito,
de Debussy e Ravel, teve na bossa nova, especialmente do cool jazz e bebop.
Embora tenha pouca influência de música estrangeira como o Jazz, a Bossa Nova
possui elementos de samba sincopado. Além disso, havia um fundamental
inconformismo com o formato musical de época. Os cantores Dick Farney e Lúcio
Alves, que fizeram sucesso nos anos da década de 1950 com um jeito suave e
minimalista (em oposição a cantores de grande potência sonora) também são
considerados influências positivas sobre os garotos que fizeram a Bossa Nova. Um
embrião do movimento, já na década de 1950, eram as reuniões casuais, frutos de
encontros de um grupo de músicos da classe média carioca em apartamentos da
zona sul, como o de Nara Leão, na Avenida Atlântica, em Copacabana. Nestes
encontros, cada vez mais frequentes, a partir de 1957, um grupo se reunia para
fazer e ouvir música. Dentre os participantes estavam novos compositores da
música brasileira, como Billy Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Sérgio
Ricardo, entre outros. O grupo foi aumentando, abraçando também Chico Feitosa,
João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo Bôscoli, entre outros.
Em
1959, era lançado o primeiro LP de João Gilberto, “Chega de saudade”, contendo
a faixa-título - canção com cerca de 100 regravações feitas por artistas
brasileiros e estrangeiros. A partir dali, a bossa nova se tornara uma
realidade. Além de João Gilber to, parte
do repertório clássico do movimento deve-se as parcerias de Tom Jobim e
Vinícius de Moraes. Consta-se, segundo muitos afirmam, que o espírito
bossa-novista já se encontrava na música que Jobim e Moraes fizeram, em 1956,
para a peça “Orfeu da Conceição”, primeira parceria da dupla, que esteve perto
de não acontecer, uma vez que Vinícius primeiro entrou em contato com Vadico, o
famoso parceiro de Noel Rosa e ex-membros do Bando da Lua, para fazer a trilha
sonora. É dessa peça, baseada na tragédia Grega Orfeu, uma das belas
composições de Tom e Vinícius, “Se todos fossem iguais a você”, já prenunciando
os elementos melódicos da Bossa Nova.
Em 1959, era lançado o primeiro Long Play de
João Gilberto, “Chega de saudade”, contendo a faixa-título com cerca de 100
regravações feitas por artistas brasileiros e estrangeiros. A partir dali, a
bossa nova se tornara uma realidade. Além de João Gilberto, parte do repertório
clássico do movimento deve-se as parcerias de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Consta-se, segundo muitos afirmam, que o espírito bossa-novista já se encontrava
na música que Jobim e Moraes fizeram, em 1956, para a peça “Orfeu da
Conceição”, primeira parceria da dupla, que esteve perto de não acontecer, uma
vez que Vinícius primeiro entrou em contato com Vadico, o famoso parceiro de
Noel Rosa e ex-membros do Bando da Lua, para fazer a trilha sonora. É dessa
peça, baseada na tragédia Grega Orfeu, uma das belas composições de Tom e
Vinícius, “Se todos fossem iguais a você”, já prenunciando os elementos
melódicos da Bossa Nova.
Além
de “Chega de saudade”, os dois compuseram “Garota de Ipanema”, outra
representativa canção da bossa nova, que se tornou a canção brasileira mais
conhecida em todo o mundo, depois de “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso), com
mais de 169 gravações, entre as quais de Sarah Vaughan, Stan Getz, Frank
Sinatra (com Tom Jobim), Ella Fitzgerald entre outros. É de Tom Jobim também,
junto com Newton Mendonça, as canções “Desafinado” e “Samba de uma Nota Só”,
dois dos primeiros clássicos do novo gênero musical brasileiro a serem gravados
no mercado norte-americano a partir de 1960. Além de “Chega de saudade”, os
dois compuseram “Garota de Ipanema”, representativa da bossa nova, que se
tornou a canção mais conhecida em todo o mundo, depois de “Aquarela do Brasil”
(Ary Barroso), com mais de 169 gravações, entre as quais de Sarah Vaughan, Stan
Getz, Frank Sinatra (com Tom Jobim), Ella Fitzgerald entre outros. É de Tom
Jobim também, junto com Newton Mendonça, as canções “Desafinado” e “Samba de
uma Nota Só”, dois dos primeiros clássicos do gênero a serem gravados no
mercado norte-americano a partir de 1960.
Chegando
ao Rio de Janeiro, Tito Madi já fazia sucesso como cantor e compositor em São
Paulo. Sua música “Não Diga Não” já estava entre as mais tocadas na “terra da
garoa”. – Ele diz o seguinte – “Eu senti a necessidade de vir pra cá, pois o
Rio era, e continua sendo, o centro cultural, enquanto São Paulo é o centro
comercial do País. Naquela época, os cantores do Rio iam para São Paulo e já era
conhecido, o contrário não acontecia”. Em 1952 mudou-se para São Paulo, indo
trabalhar na Rádio Tupi, onde viu lançados seus primeiros compactos como cantor
e compositor, alcançando relativo sucesso com o samba “Não Diga Não”, pela
gravadora Continental. Em 1954, mudou-se para o Rio de Janeiro para trabalhar
na TV Tupi, mas continuou compondo e cantando em boates e rádios. Em 1957, ocorreu
seu reconhecimento com o sucesso da gravação da valsa “Chove lá fora” e o
samba-canção “Gauchinha bem querer”, ambas de sua autoria, com acompanhamento estiloso
de Radamés Gnattali e orquestra, pela gravadora Continental. Com repercussão
internacional, a música “Chove lá fora” foi gravada por Freddy Cole e pelo
grupo norte-americano The Platters.
Neste
mesmo ano lançou seu trabalho reconhecido pela comunicação de massa (cf.
Lopes, 1988), a valsa “Chove lá Fora”. O sucesso do disco compacto abriu
caminho para o lançamento do seu primeiro álbum, intitulado com o nome daquela
canção e no qual é acompanhado pelo pianista Ribamar e o seu conjunto. Devido
ao estrondoso sucesso a música obteve amplificação da versão em inglês,
intitulada “It's Raining Outside”, gravada inicialmente por Della Reese e o
conjunto The Platters, além de vir a
ser regravadas pelos mais diversos artistas de seu tempo e na atualidade. Em
1959, profissionalmente muda para a gravadora Columbia Records e passa a
trabalhar com o maestro Radamés Gnattali. Em 1939 substituiu Pixinguinha como
arranjador da gravadora RCA Victor. Durante 30 anos trabalhou como arranjador
na Rádio Nacional (cf. Azevedo, 2002). Foi o autor da parte orquestral de gravações célebres de Orlando Silva para a música “Carinhosa”, de Pixinguinha e João de
Barro, ou da gravação original de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso.
Mas também de “Copacabana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro - esta última
imortalizada na voz de Dick Farney.
Na
década de 1950, colaborou com o cineasta Nelson Pereira dos Santos e com o
sambista Zé Ketti em filmes importantes como os clássicos “Rio Zona Norte”
(1957) e “Rio 40 Graus” (1955) que veio a inspirar, mais tarde o funk da cantora
rapper Fernanda Abreu. Em 1960
embarcou para Europa, apresentando-se num sexteto que incluía Acordeão,
Guitarra, Bateria e Contrabaixo. Em 1961, troca novamente de gravadora, indo
para a Columbia Broadcasting System
(CBS), a rede de televisão aberta comercial norte-americana que é a propriedade
carro-chefe da notável CBS Corporation. A empresa possui sua sede no CBS Building na cidade de Nova Iorque com
maiores instalações de produção e operação na cidade de Nova Iorque no CBS
Broadcast Center e em Los Angeles na CBS Television City e no CBS Studio Center.
A
CBS é referida às vezes como “Eye Network”, em referência ao icônico
logotipo da empresa, em uso desde 1951, por onde passa a trabalhar com o
maestro Lyrio Panicali. Em 1963, Wilson Simonal grava várias músicas suas nos
seus primeiros discos compactos, culminando com a gravação de “Balanço Zona Sul”
no seu álbum de estreia, “Tem Algo Mais”, obtendo grande êxito radiofônico e
tornando-se o primeiro sucesso do cantor carioca. A proximidade com a gravadora
de Simonal faz com que Tito Madi mudasse para a EMI-Odeon, continuando a
trabalhar com Lyrio Panicalli, mas também com o jovem Eumir Deodato. Ficaria na
Odeon até 1976, com breve passagem na RCA Victor, em 1968. A partir desta data,
seus discos e músicas inéditas começam a rarear, mas continuava fazendo shows
pelo país. Em 2001, lançou “Ilhas Cristais”. Seu derradeiro disco foi “Quero te
Dizer que te Amo”, de 2015.
A
cantora Nana Caymmi investiu em álbum dedicado ao repertório de Tito Madi. Sem
produzir disco solo desde 2009, ano em que lançou “Sem Poupar Coração”, Nana
voltou aos estúdios para gravar álbum centrado no cancioneiro do
compositor e cantor paulista Tito Madi, cuja carreira teve seu auge nos anos 1950,
década que compôs dois de seus maiores sucessos: “Cansei de Ilusões” e “Chove
Lá Fora”, músicas incluídas para repertório do disco. A produção do álbum de
José Milton, produtor com quem Nana trabalha desde os anos 1990, tendo
produzido seu irretocável tributo a Dolores Duran, no disco “A Noite do Meu Bem”
(1994) e o disco “Resposta ao Tempo” (1998), seu álbum mais bem sucedido
comercialmente, por conta da inclusão da faixa título da autoria de Cristovão
Bastos e Aldir Blanc, na trilha da minissérie televisiva “Hilda Furacão”, o
álbum chegou a vender mais de 100 mil cópias. Antes da gravação do disco dedicado
a Tito Madi, Nana entrou na trilha da novela das 18h da Rede Globo, “Tempo de
Amar”. A música “Do Amor Impossível”, da autoria de Dudu Falcão, é canção
inédita composta especialmente para a trilha da novela e ganhou arranjo de Dori
Caymmi e com a gravidade maviosa da voz de Nana Caymmi.
Bibliografia geral consultada.
BRECHT, Bertold,
“Teoria de la Radio”. In: Sur
le Cinéma. Paris: Éditions L`arche, 1970; BERLINCK, Manoel Tosta, Marginalidade e Relações de Classe em São
Paulo. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1977; GOLDFEDER, Miriam, Por trás das ondas da Rádio Nacional.
Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1980; ORTRIWANO, Gisela
Swetlana, “Radiojornalismo: Critérios de Seleção de Notícias”. In: Revista Comunicações e Artes. São
Paulo, 1984, vol. 13, pp. 7-45; LOPES, Maria Immacolata Vassalo, O Rádio dos Pobres: Comunicação de Massa,
Ideologia e Marginalidade Social. Dissertação de Mestrado. São Paulo:
Editora Loyola, 1985; MORAIS, Fernando, Chatô:
O Rei do Brasil. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1994; AZEVEDO,
Lia Calabre de, No Tempo do Rádio:
Radiodifusão e Cotidiano no Brasil. 1923-1960. Tese de Doutorado.
Departamento de História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2002; Idem,
A Era do Rádio. 2ª edição. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2004; TATIT, Luiz, O Século da Canção. Cotia: Ateliê Editorial, 2004; PEREIRA, Leandro Ribeiro, Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A Música Popular Brasileira e seus
Arranjadores (década de 1930 a 1960). Dissertação de Mestrado em Música.
Programa de Pós-graduação em Música. Rio de Janeiro: Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2006; HABERMAS, Jürgen, Teoria do Agir Comunicativo. 1. Racionalidade da Ação e Racionalização Social. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012; KOURI, Juliana Mouawad, Pelos Caminhos de São Paulo: A Trajetória dos Sírios e Libaneses na Cidade. Dissertação de Mestrado em Estudos Judaicos e Árabes. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2013; ABDALLA, Ricardo Alfredo, Hospitalidade e Lugar da Memória Árabe na São Paulo/SP do Século XXI. Dissertação de Mestrado em Hospitalidade. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2013; VELLOSO, Rafael Henrique Soares, Aquarelas Musicais das Américas: Projetos Identitários de Nação nas Performances Radiofônicas de Radamés Gnattali e Alan Lomax (1939-1945). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Música. Instituto de Artes. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015; entre outros.
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