sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Chauki Maddi - Música, Imigração & Tradição Libanesa

                                                                                                      Ubiracy de Souza Braga

                         Tito Madi é uma das vozes mais bonitas do Brasil”. Milton Nascimento


            Chauki Maddi tem como representação o nome de Tito Madi cantor, compositor e pianista brasileiro de transição no âmbito da arte durante as décadas de 1950 e 1960, como intérprete e compositor de sambas-canções paralelo ao nascimento da bossa nova. Nascido em Pirajuí, região Noroeste do Estado de São Paulo, é o filho mais ilustre do município, do qual recebia constantes homenagens. Pirajuí é um município do estado de São Paulo.  Até 1888, a região entre os rios Dourado e Feio era habitada por índios couvades. A partir desse ano alguns exploradores como João Justino da Silva, Joaquim de Toledo Piza e Almeida, Adão Bonifácio Dias, Leão Cerqueira, Ignácio Vidal dos Santos Abreu, Luiz Wolf, Clementino Rodrigues da Silva e Salvador da Costa Sarico tornaram-se agricultores na medida em que começaram a plantar café na região. Em 1902, João Justino da Silva e outros fundaram o patrimônio de São Sebastião do Pouso Alegre. Em 1904, foi celebrada a primeira missa na capela de São Sebastião. A chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil trouxe progresso à vila, fazendo com que ela se elevasse à categoria de distrito de paz pertencente ao município de Bauru em dezembro de 1907 com o nome de “Pirajuhi” pela lei estadual 1 105, de 2 de dezembro de 1907. Tornou-se município em 29 de março de 1915 com o nome atual Pirajuí. Em meados do século XX, do ponto de vista da acumulação cafeeira Pirajuí chegou a ser considerado o maior município cafeeiro do Brasil. Foi sede do governo do estado de São Paulo por um dia e, em meados do século XX, disputada nas ruas, uma prova de automobilismo, talvez pelo pioneirismo foi considerada entre as mais importantes da nação.




         
Chauki Maddi foi colunista no semanário local, O Alfinete.  O toque do piano do músico se adequava ao intimismo das casas de shows (boate), perfeito para a arte de Tito Madi. Filho de imigrantes libaneses cresceu em um ambiente musical, ouvindo o alaúde de seu pai que também tocava violão e bandolim e de seus irmãos mais velhos. Essa influência fez com que aos dez anos Tito Madi cantasse em festas do grupo escolar de sua cidade natal. A imigração libanesa no Brasil teve início oficialmente por volta de 1880, quatro anos após a visita de dom Pedro II ao Líbano. Manuel Diegues Júnior acredita que a presença de turcos, sírios e libaneses no Brasil remonta à época colonial, tendo em vista que Portugal mantinha relações comerciais com a Síria. A segunda metade do século XIX representou a principal época de entrada dos imigrantes libaneses no Brasil, ou seja, de 1860 a 1890. Conforme podemos atestar, os “turco-árabes” já aparecem de outra forma expressiva entre os imigrantes entrados no país no período de 1820 a 1920. A maioria dos imigrantes veio ao país fugindo da falta de perspectiva econômica e de assentamentos da região, então dominada pela política turco-otomana. Contudo, de jornalzinho distribuído na porta do cinema a veículo de comunicação social que imprimiu as páginas de história cultural para ser o orgulho pirajuiense, o semanário “O Alfinete”, alcançou definitivamente o processo social de guarda de memória com a distribuição de notícias na internet - a rede mundial de computadores, através da rede digital.
O Brasil naquela atravessava a primeira fase de urbanização e industrialização, o que tornava propícios os novos negócios. Diferente dos imigrantes europeus, que procuraram no Brasil as terras para cultivo, os libaneses encontraram nas cidades um local para a criação de indústrias e casas de comércio. A maioria deles começou a sua vida no país vendendo mercadorias de porta em porta como mascate. O dinheiro juntado acabou sendo o pontapé para a abertura de pequenas confecções e lojas de tecidos. Muitos dos imigrantes libaneses que vivem ou viveram no Brasil colaboraram inclusive com o desenvolvimento do próprio Líbano, com envio ao país de recursos que propiciaram a construção de hospitais, escolas e bibliotecas. Chauki Maddi iniciou sua carreira artística em 1952, como cantor contratado da Rádio Tupi de São Paulo, formando a segunda emissora de rádio dos Diários Associados, a cadeia de jornais de propriedade de Assis Chateaubriand que adquiriu a Rádio Tupi de São Paulo – que ao ser inaugurado com seus transmissores de 26 KW, tornou-se a mais potente da América Latina – e a Rádio Educadora do Rio de Janeiro que passou a se denominar Rádio Tamoio, dando início à constituição de um importante processo social de comunicação em rede nacional de radioemissoras que chegou a ter 25 estações.
         A primeira, filha pioneira carioca, foi fundada em 1934 e inaugurada em 25 de setembro de 1935. Sua fase de compositor começou no final da década de 1940. Dedicava-se, também, a organizar shows e eventos. Em 1952 mudou-se para São Paulo, indo trabalhar em rádio e televisão, trabalhou na TV Tupi, inaugurada em 1950. Tito Madi ingressou na TV no início e, segundo o cantor, a responsabilidade era muito grande, pois não havia a facilidade técnica do mundo moderno. – “Tudo era feito ao vivo, era mais emocionante do que hoje pois eu tinha que cantar sem errar, a responsabilidade era muito maior”. Criador dos primeiros alto-falantes de sua cidade natal, Tito Madi trabalhou muitos anos em rádio, como locutor e mesmo como redator de textos publicitários. Conservava a voz maviosa transmitida pelo estilo comunicativo das rádios daquele período. Com a popularidade do violão trocou-o pelo acompanhamento de um piano, tocado pelo amigo das noites cariocas Haroldo Goldfarb. Vale lembrar que no lançamento  de “O lirismo de Paulinho Tapajós”, Gerli e Haroldo Goldfarb realizam um inspirado primeiro compact disk onde revisitam a poética obra de Paulinho Tapajós.

 

Em sua démarche Chauki Maddi surpreendentemente, formou-se professor primário antes de sair da cidade de Pirajuí, aos 20 anos. Seguiu para Cornélio Procópio, no Paraná, para lecionar matemática por indicação de um amigo. Mas um carro quebrado que não conseguiu chegar ao seu destino mudou a vida de Tito Madi, que desistiu da carreira acadêmica antes mesmo de entrar na sala de aula. – “Comecei a pensar o que eu queria fazer da minha vida e fui para o Rio”.  Sua fase de compositor começou no final da década de 1940 quando, em 1949, compôs sua primeira música, intitulada “Eu Espero Você”. Assim que Tito resolveu vir para o Rio de Janeiro, em 1955, um amigo lhe perguntou quanto tempo pretendia ficar na cidade. O compositor, inadvertidamente que tinha feito um empréstimo de quatro mil cruzeiros, respondeu que ficariam quatro mil cruzeiros! Então esse amigo lhe emprestou a chave de um apartamento no bairro de Copacabana. Para o cantor libanês “foi uma sorte muito grande, coisa do destino”. Embora tenha morado em bairros nobres da orla marítima carioca como as praias de Ipanema, do Leblon e do Leme, Tito Madi revela que é muito difícil sair da praia de Copacabana porque tem um carinho todo especial pelo bairro.           
 Copacabana é um bairro nobre situado na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. É considerado um dos bairros mais famosos e prestigiados do Brasil e um dos mais conhecidos do mundo. Tem o apelido de “Princesinha do Mar” e “Coração da Zona Sul”. Faz divisa com os bairros nobres da Lagoa, Ipanema, Botafogo, Leme e Humaitá. A população de Copacabana é, em sua maior parte, das classes “médio-alta” e média. Atualmente, o bairro tem a maior concentração populacional da Zona Sul carioca, tendo em torno de 150 mil habitantes em 2013. Também abriga a maior quantidade de idosos do município e um dos maiores do país, proporcionalmente falando, com 16,7% da população acima de sessenta anos. De fato, Copacabana é por vezes apontada como “o bairro com população mais idosa do país”. Copacabana atrai um grande contingente de turistas para seus mais de oitenta hotéis, que ficam especialmente cheios durante as épocas do ano-novo e do carnaval. No fim de ano, a tradicional queima de fogos na Praia de Copacabana internacionaliza uma multidão de pessoas. A orla é lugar de variados eventos nacionais e internacionais durante o ano. A célebre exposição dos United Buddy Bears realizou-se de maio a fim de julho de 2014 na praia carioca, apesar de protestos da FIFA durante toda a Copa do Mundo de futebol.
A Bossa Nova é considerada um subgênero musical derivado do samba e com forte influência do jazz estadunidense, surgido no final da década de 1950 no Rio de Janeiro. De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do moderno samba carioca urbano. Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornar-se-ia um dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira, conhecido em todo o mundo e, especialmente, associado a João Gilberto, Nara Leão, Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, Baden Powell e Luiz Bonfá. A palavra “bossa” apareceu pela primeira vez na década de 1930, em “Coisas Novas”, samba do popular cantor Noel Rosa: O samba, a prontidão/e outras bossas,/são nossas coisas (...). A expressão bossa nova passou a ser utilizado também na década seguinte para aqueles “sambas de breque”, baseado no talento de improvisar paradas súbitas durante a música para encaixar falas. Alguns críticos musicais destacam certa influência que a cultura americana do Pós-Guerra, de músicos como Stan Kenton, combinada ao impressionismo erudito, de Debussy e Ravel, teve na bossa nova, especialmente do cool jazz e bebop.

      Embora tenha pouca influência de música estrangeira como o Jazz, a Bossa Nova possui elementos de samba sincopado. Além disso, havia um fundamental inconformismo com o formato musical de época. Os cantores Dick Farney e Lúcio Alves, que fizeram sucesso nos anos da década de 1950 com um jeito suave e minimalista (em oposição a cantores de grande potência sonora) também são considerados influências positivas sobre os garotos que fizeram a Bossa Nova. Um embrião do movimento, já na década de 1950, eram as reuniões casuais, frutos de encontros de um grupo de músicos da classe média carioca na zona sul, como Nara Leão, na Avenida Atlântica, em Copacabana. Nestes encontros, cada vez mais frequentes, a partir de 1957, um grupo se reunia para fazer e ouvir música. Dentre os participantes estavam novos compositores, como Billy Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Sérgio Ricardo, entre outros. O grupo foi aumentando, abraçando também Chico Feitosa, João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo Bôscoli etc..
A “Bossa Nova” é considerada um subgênero musical derivado do samba e com forte influência do jazz estadunidense, surgido no final da década de 1950 no Rio de Janeiro. De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do moderno samba carioca urbano. Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornar-se-ia um dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira, conhecido em todo o mundo e, especialmente, associado a João Gilberto, Nara Leão, Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, Baden Powell e Luiz Bonfá. A palavra “bossa” apareceu pela primeira vez na década de 1930, em “Coisas Novas”, samba do popular cantor Noel Rosa: O samba, a prontidão/e outras bossas,/são nossas coisas. A expressão bossa nova passou a ser utilizado também na década seguinte para aqueles “sambas de breque”, baseado no talento de improvisar paradas súbitas durante a representação da música para encaixar falas.
Alguns críticos musicais destacam certa influência que a cultura americana do Pós-Guerra, de músicos como Stan Kenton, combinada ao impressionismo erudito, de Debussy e Ravel, teve na bossa nova, especialmente do cool jazz e bebop. Embora tenha pouca influência de música estrangeira como o Jazz, a Bossa Nova possui elementos de samba sincopado. Além disso, havia um fundamental inconformismo com o formato musical de época. Os cantores Dick Farney e Lúcio Alves, que fizeram sucesso nos anos da década de 1950 com um jeito suave e minimalista (em oposição a cantores de grande potência sonora) também são considerados influências positivas sobre os garotos que fizeram a Bossa Nova. Um embrião do movimento, já na década de 1950, eram as reuniões casuais, frutos de encontros de um grupo de músicos da classe média carioca em apartamentos da zona sul, como o de Nara Leão, na Avenida Atlântica, em Copacabana. Nestes encontros, cada vez mais frequentes, a partir de 1957, um grupo se reunia para fazer e ouvir música. Dentre os participantes estavam novos compositores da música brasileira, como Billy Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Sérgio Ricardo, entre outros. O grupo foi aumentando, abraçando também Chico Feitosa, João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo Bôscoli, entre outros.
Em 1959, era lançado o primeiro LP de João Gilberto, “Chega de saudade”, contendo a faixa-título - canção com cerca de 100 regravações feitas por artistas brasileiros e estrangeiros. A partir dali, a bossa nova se tornara uma realidade. Além de João Gilber  to, parte do repertório clássico do movimento deve-se as parcerias de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Consta-se, segundo muitos afirmam, que o espírito bossa-novista já se encontrava na música que Jobim e Moraes fizeram, em 1956, para a peça “Orfeu da Conceição”, primeira parceria da dupla, que esteve perto de não acontecer, uma vez que Vinícius primeiro entrou em contato com Vadico, o famoso parceiro de Noel Rosa e ex-membros do Bando da Lua, para fazer a trilha sonora. É dessa peça, baseada na tragédia Grega Orfeu, uma das belas composições de Tom e Vinícius, “Se todos fossem iguais a você”, já prenunciando os elementos melódicos da Bossa Nova.
 Em 1959, era lançado o primeiro Long Play de João Gilberto, “Chega de saudade”, contendo a faixa-título com cerca de 100 regravações feitas por artistas brasileiros e estrangeiros. A partir dali, a bossa nova se tornara uma realidade. Além de João Gilberto, parte do repertório clássico do movimento deve-se as parcerias de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Consta-se, segundo muitos afirmam, que o espírito bossa-novista já se encontrava na música que Jobim e Moraes fizeram, em 1956, para a peça “Orfeu da Conceição”, primeira parceria da dupla, que esteve perto de não acontecer, uma vez que Vinícius primeiro entrou em contato com Vadico, o famoso parceiro de Noel Rosa e ex-membros do Bando da Lua, para fazer a trilha sonora. É dessa peça, baseada na tragédia Grega Orfeu, uma das belas composições de Tom e Vinícius, “Se todos fossem iguais a você”, já prenunciando os elementos melódicos da Bossa Nova.             
Além de “Chega de saudade”, os dois compuseram “Garota de Ipanema”, outra representativa canção da bossa nova, que se tornou a canção brasileira mais conhecida em todo o mundo, depois de “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso), com mais de 169 gravações, entre as quais de Sarah Vaughan, Stan Getz, Frank Sinatra (com Tom Jobim), Ella Fitzgerald entre outros. É de Tom Jobim também, junto com Newton Mendonça, as canções “Desafinado” e “Samba de uma Nota Só”, dois dos primeiros clássicos do novo gênero musical brasileiro a serem gravados no mercado norte-americano a partir de 1960. Além de “Chega de saudade”, os dois compuseram “Garota de Ipanema”, representativa da bossa nova, que se tornou a canção mais conhecida em todo o mundo, depois de “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso), com mais de 169 gravações, entre as quais de Sarah Vaughan, Stan Getz, Frank Sinatra (com Tom Jobim), Ella Fitzgerald entre outros. É de Tom Jobim também, junto com Newton Mendonça, as canções “Desafinado” e “Samba de uma Nota Só”, dois dos primeiros clássicos do gênero a serem gravados no mercado norte-americano a partir de 1960.
Chegando ao Rio de Janeiro, Tito Madi já fazia sucesso como cantor e compositor em São Paulo. Sua música “Não Diga Não” já estava entre as mais tocadas na “terra da garoa”. – Ele diz o seguinte – “Eu senti a necessidade de vir pra cá, pois o Rio era, e continua sendo, o centro cultural, enquanto São Paulo é o centro comercial do País. Naquela época, os cantores do Rio iam para São Paulo e já era conhecido, o contrário não acontecia”. Em 1952 mudou-se para São Paulo, indo trabalhar na Rádio Tupi, onde viu lançados seus primeiros compactos como cantor e compositor, alcançando relativo sucesso com o samba “Não Diga Não”, pela gravadora Continental. Em 1954, mudou-se para o Rio de Janeiro para trabalhar na TV Tupi, mas continuou compondo e cantando em boates e rádios. Em 1957, ocorreu seu reconhecimento com o sucesso da gravação da valsa “Chove lá fora” e o samba-canção “Gauchinha bem querer”, ambas de sua autoria, com acompanhamento estiloso de Radamés Gnattali e orquestra, pela gravadora Continental. Com repercussão internacional, a música “Chove lá fora” foi gravada por Freddy Cole e pelo grupo norte-americano The Platters.
Neste mesmo ano lançou seu trabalho  reconhecido pela comunicação de massa (cf. Lopes, 1988), a valsa “Chove lá Fora”. O sucesso do disco compacto abriu caminho para o lançamento do seu primeiro álbum, intitulado com o nome daquela canção e no qual é acompanhado pelo pianista Ribamar e o seu conjunto. Devido ao estrondoso sucesso a música obteve amplificação da versão em inglês, intitulada “It's Raining Outside”, gravada inicialmente por Della Reese e o conjunto The Platters, além de vir a ser regravadas pelos mais diversos artistas de seu tempo e na atualidade. Em 1959, profissionalmente muda para a gravadora Columbia Records e passa a trabalhar com o maestro Radamés Gnattali. Em 1939 substituiu Pixinguinha como arranjador da gravadora RCA Victor. Durante 30 anos trabalhou como arranjador na Rádio Nacional (cf. Azevedo, 2002). Foi o autor da parte orquestral de gravações célebres de Orlando Silva para a música “Carinhosa”, de Pixinguinha e João de Barro, ou da gravação original de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. Mas também de “Copacabana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro - esta última imortalizada na voz de Dick Farney.

 
Na década de 1950, colaborou com o cineasta Nelson Pereira dos Santos e com o sambista Zé Ketti em filmes importantes como os clássicos “Rio Zona Norte” (1957) e “Rio 40 Graus” (1955) que veio a inspirar, mais tarde o funk da cantora rapper Fernanda Abreu. Em 1960 embarcou para Europa, apresentando-se num sexteto que incluía Acordeão, Guitarra, Bateria e Contrabaixo. Em 1961, troca novamente de gravadora, indo para a Columbia Broadcasting System (CBS), a rede de televisão aberta comercial norte-americana que é a propriedade carro-chefe da notável CBS Corporation. A empresa possui sua sede no CBS Building na cidade de Nova Iorque com maiores instalações de produção e operação na cidade de Nova Iorque no CBS Broadcast Center e em Los Angeles na CBS Television City e no CBS Studio Center.
A CBS é referida às vezes como “Eye Network”, em referência ao icônico logotipo da empresa, em uso desde 1951, por onde passa a trabalhar com o maestro Lyrio Panicali. Em 1963, Wilson Simonal grava várias músicas suas nos seus primeiros discos compactos, culminando com a gravação de “Balanço Zona Sul” no seu álbum de estreia, “Tem Algo Mais”, obtendo grande êxito radiofônico e tornando-se o primeiro sucesso do cantor carioca. A proximidade com a gravadora de Simonal faz com que Tito Madi mudasse para a EMI-Odeon, continuando a trabalhar com Lyrio Panicalli, mas também com o jovem Eumir Deodato. Ficaria na Odeon até 1976, com breve passagem na RCA Victor, em 1968. A partir desta data, seus discos e músicas inéditas começam a rarear, mas continuava fazendo shows pelo país. Em 2001, lançou “Ilhas Cristais”. Seu derradeiro disco foi “Quero te Dizer que te Amo”, de 2015.
A cantora Nana Caymmi investiu em álbum dedicado ao repertório de Tito Madi. Sem produzir disco solo desde 2009, ano em que lançou “Sem Poupar Coração”, Nana voltou aos estúdios para gravar álbum centrado no cancioneiro do compositor e cantor paulista Tito Madi, cuja carreira teve seu auge nos anos 1950, década que compôs dois de seus maiores sucessos: “Cansei de Ilusões” e “Chove Lá Fora”, músicas incluídas para repertório do disco. A produção do álbum de José Milton, produtor com quem Nana trabalha desde os anos 1990, tendo produzido seu irretocável tributo a Dolores Duran, no disco “A Noite do Meu Bem” (1994) e o disco “Resposta ao Tempo” (1998), seu álbum mais bem sucedido comercialmente, por conta da inclusão da faixa título da autoria de Cristovão Bastos e Aldir Blanc, na trilha da minissérie televisiva “Hilda Furacão”, o álbum chegou a vender mais de 100 mil cópias. Antes da gravação do disco dedicado a Tito Madi, Nana entrou na trilha da novela das 18h da Rede Globo, “Tempo de Amar”. A música “Do Amor Impossível”, da autoria de Dudu Falcão, é canção inédita composta especialmente para a trilha da novela e ganhou arranjo de Dori Caymmi e com a gravidade maviosa da voz de Nana Caymmi.
 
Bibliografia geral consultada.

BRECHT, Bertold, “Teoria de la Radio”. In: Sur le Cinéma. Paris: Éditions L`arche, 1970; BERLINCK, Manoel Tosta, Marginalidade e Relações de Classe em São Paulo. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1977; GOLDFEDER, Miriam, Por trás das ondas da Rádio Nacional. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1980; ORTRIWANO, Gisela Swetlana, “Radiojornalismo: Critérios de Seleção de Notícias”. In: Revista Comunicações e Artes. São Paulo, 1984, vol. 13, pp. 7-45; LOPES, Maria Immacolata Vassalo, O Rádio dos Pobres: Comunicação de Massa, Ideologia e Marginalidade Social. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Editora Loyola, 1985; MORAIS, Fernando, Chatô: O Rei do Brasil. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1994; AZEVEDO, Lia Calabre de, No Tempo do Rádio: Radiodifusão e Cotidiano no Brasil. 1923-1960. Tese de Doutorado. Departamento de História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2002; Idem, A Era do Rádio. 2ª edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004; TATIT, Luiz, O Século da Canção. Cotia: Ateliê Editorial, 2004; PEREIRA, Leandro Ribeiro, Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A Música Popular Brasileira e seus Arranjadores (década de 1930 a 1960). Dissertação de Mestrado em Música. Programa de Pós-graduação em Música. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006; HABERMAS, Jürgen, Teoria do Agir Comunicativo. 1. Racionalidade da Ação e Racionalização Social. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012; KOURI, Juliana Mouawad, Pelos Caminhos de São Paulo: A Trajetória dos Sírios e Libaneses na Cidade. Dissertação de Mestrado em Estudos Judaicos e Árabes. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2013; ABDALLA, Ricardo Alfredo, Hospitalidade e Lugar da Memória Árabe na São Paulo/SP do Século XXI. Dissertação de Mestrado em Hospitalidade. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2013; VELLOSO, Rafael Henrique Soares, Aquarelas Musicais das Américas: Projetos Identitários de Nação nas Performances Radiofônicas de Radamés Gnattali e Alan Lomax (1939-1945). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Música. Instituto de Artes. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015; entre outros.

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