FERRERA DE LIMA, Jandir, La Diffusion Spatiale du Développement Économique Regional: l’Analyse de la Diffusion au sud du Brésil dans le XXº Siècle. Thèse de Doctorat dans Droit et Sciences Humaines. Université du Quebec à Chicoutimi, 2004; SCHELL, Mario, Empreendedorismo no Brasil e na Estônia: Uma Análise Comparativa Exploratória. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Administração e Economia. Rio de Janeiro: Faculdade Ibmec, 2009; GINZBURG, Carlo, El hilo y las huellas. Lo verdadero, lo falso, lo fictício. México: Fondo de Cultura Económica, 2010; CARDOSO, Fernanda Graziella, A Armadilha do Subdesenvolvimento: Uma Discussão do Período Desenvolvimentista Brasileiro sob a Ótica da Abordagem da Complexidade. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Economia. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012; NOGUEIRA, Thiago Rodrigues São Marcos, O Órgão de Solução de Controvérsias da OMC e sua Eficácia: Análise sob a Perspectiva do Adensamento de Juridicidade. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Direito. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2013; PIKETTY, Thomas, Le Capital au XXIe Siècle. Colecção: Les Livres du Nouveau Monde. Paris: Éditions Du Seuil; 2013; A Escola para a Vida. NFS Grundtvig sobre Educação para o Povo. Trad. Edward Broadbridge. Aarhus: Aarhus University Press, 2011; Fontes Vivas. Os Hinos, Canções e Poemas de NFS Grundtvig. Traduzido por Edward Broadbridge. Aarhus: Aarhus University Press, 2015; POLI, Ana Carolina, “Sistema de Saúde na Estônia”. Disponível em: https://www.brasileiraspelomundo.com/02/09/2017; Artigo: “Estônia Cancela 760.000 Cartões de Identidade por Falha de Segurança”. In: https://pt.globalvoices.org/2017/11/30; CAFARDO, Renata, “Estônia: A Melhor Educação da Europa”. In: https://educacao.estadao.com.br/09/06/2018; Artigo: “O Plano Ousado da Estônia para Construir um País Digital em Blockchain”. Disponível em: https://infochain.com.br; VEIGA, Edison, “As Lições da Estônia, País que Revolucionou a Escola Pública e Virou Líder Europeu em Ranking de Educação”. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/2018/10/12/; MOTA, Denise Guichard Freire da, Os Jovens que Nem Trabalham e Nem Estudam no Brasil: Caracterização e Transformações no Período 2004/2015. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Economia da Indústria e Tecnologia. Instituto de Economia. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018; entre outros.
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Estônia - Empreendedor & Emprego da Técnica na República Pluralista.
Ubiracy de Souza Braga
“Estou estudando de que forma as crianças aprendem melhor”. Kreet
Püriselg
A República da Estônia representa um dos
três países Bálticos, situado na Europa setentrional, constituído por uma parte
continental e um grande arquipélago no mar Báltico. Limita-se ao norte com o
golfo da Finlândia que o separa da Finlândia, a leste limita-se com a Rússia,
ao sul com a Letónia e a oeste com o mar Báltico, que a separa da Suécia. Têm
45 000 km² de área e em 2000 tinha 1 376 743 habitantes. A Estônia é membro da
União Europeia (EU) desde 1° de maio de 2004 e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) desde 29 de março
de 2004. Os estonianos são um povo fínico etnicamente ligado aos finlandeses e
aos lapões. Tem ligações culturais e históricas com os países nórdicos,
particularmente com tríade formada pela Finlândia, a Suécia e a Dinamarca. A
língua estoniana é falada por cerca de 1,1 milhão de pessoas na Estônia e por
cerca de 10 mil pessoas em várias comunidades de emigrantes. É próxima do finlandês e distante do húngaro,
duas línguas pertencentes ao grupo fino-úgrico. Juntamente com o finlandês, o
húngaro e o maltês, o povo estoniano forma o grupo de línguas oficiais da União
Europeia que não é de origem própria indo-europeia. As principais línguas fino-úgricas são o húngaro (13,6 milhões de falantes), o finlandês (5,2 milhões) e o estoniano (1,1 milhões), todas elas com estatuto de língua nacional.
No século XIII, a Igreja Católica organizou
por meio do rei Valdemar II da Dinamarca, uma cruzada para cristianizar as
tribos ditas pagãs do mar Báltico. A luta que se seguiu por quase 20 anos
acabou por delimitar o território estoniano ao norte pela Dinamarca e ao sul
por uma divisão entre vários bispados e a Ordem
dos Livônios, uma poderosa ordem cristã que conseguiu derrotar todas as
tribos locais e dominar a maior parte do território. Em 1248, Reval, atual
Tallinn, adotou um governo autônomo baseado na lei de Lübeck e, anos depois,
teve a sua entrada aceita na Liga Hanseática, tornando a região importante
comercialmente e assinalando a perda do domínio dinamarquês na região. Mesmo
após diversos tratados com o Grão-Ducado da Lituânia e com o Império Russo, a
Dinamarca não conseguiu conter o aumento do poderio militar dos vassalos,
influenciados pela Vestefália e outros pela Livonia, até que, em 1343, os
estonianos, até então subjugados pelos vassalos e tidos apenas como servos dos
nobres organizaram a chamada Revolta da Noite
de São Jorge, na qual renunciaram ao cristianismo e politicamente lutaram
contra a servidão. A Ordem Teutônica,
que comandava a Livonia, acabou com a revolta dois anos depois e comprou o
território à Dinamarca. Assim, iniciava-se o período do domínio teutônico sobre
a Estônia.
Dois séculos depois, o território
da Estônia tornou a ter importância. O recém-formado Império Russo, na sua sede
de imperialismo e favorecido pelo enfraquecimento da Ordem Teutônica, devido ao litígio com a União Lituano-Polonesa no sul, invadiu a Livônia, considerando-a
terra de seus ancestrais. Enquanto isso, Dinamarca, Suécia e Polônia, que não
aprovavam o avanço russo sobre terras tão próximas de seus domínios,
constituíram uma aliança militar para conter o avanço russo na região. Teve
início então, em 1559, a Guerra da Livonia,
na qual lutaram conjuntamente dinamarqueses, suecos e poloneses, para obter o
território da Livonia e conter o avanço russo, que já havia conquistado o
bispado de Dorpat. Quando os suecos dominaram a região norte, os poloneses a
região sul e os dinamarqueses as ilhas do Bispado de Ösel-Wiek, teve início
outra guerra, a chamada Guerra Nórdica
dos Sete Anos (1563-1570). Aí se consolidou o avanço e o subsequente
domínio sueco na região, derrotados os russos em Narva, e conquistadas em 1629 às
terras da Livonia, até então controladas pelos poloneses.
Assim, em 1645, após a nova
derrocada da Dinamarca, os suecos foram o terceiro povo a dominar o território
da Estônia, mas o que mais trouxe benefícios aos estonianos, antes tidos como
apenas servos dos nobres que dominavam a região. Foi nessa época que surgiram
as primeiras escolas nas vilas estonianas, que eram capazes de ensinarem o povo
a ler alguns ensinamentos religiosos. Foi aberto também, pelo rei Gustavo
Adolfo II (1594-32) da Suécia, em Tartu, a primeira universidade na Estônia. Após
a Guerra dos 30 anos, mestres alemães
vieram à Academia de Tallinn ministrar aulas como nas Academias alemãs,
aumentando a influência preponderante que os alemães tiveram na Estónia. Depois
de uma guerra com o príncipe de Brandemburgo, a Suécia fez uma reforma nas
terras dos nobres na Estônia, gerando um determinado descontentamento e propiciando
o retorno de outras nações ao território estoniano. Gerou-se então, em
fevereiro de 1700, a Grande Guerra do
Norte, mais uma vez com participação de Dinamarca, Polônia, Rússia e Saxônia,
em oposição aos suecos.
Depois
de muitas batalhas e reviravoltas, na Batalha
de Poltava, os russos conseguiram derrotar as tropas pessoais do rei Carlos
XII e conquistar Tallinn, dominando finalmente a Estônia e a Livônia, fato
social requerido desde a época do czar Ivã IV. Durante o século XVIII, a criação das
universidades na Estônia propiciou um crescimento cultural da população, com a
maior utilização do idioma estoniano e
de valorização da sua cultura. Foi a primeira vez que os estonianos se viram
como um povo e os intelectuais se empenhavam na criação de uma nação. Aproveitando a inevitável queda do Império Russo, e já
descontente com algumas medidas do império, se revoltaram em conjunto com a
Revolução Russa de 1905 e foram reprimidos pelo exército russo. Esse foi o
primeiro passo real para a Independência que seria alcançada após centenária Revolução
Russa de 1917, que daria pela primeira vez uma terra independente aos
estonianos, a República da Estônia. As cores da bandeira têm o significado: azul representando a fé, a lealdade e devoção, bem como os lagos
e o céu; o preto simboliza o passado e o sofrimento do povo estoniano;
o branco representa as virtudes e a felicidade do povo, mas também a casca da
bétula, a neve e a luz do sol.
O nome atual de Estónia
provavelmente provém do historiador romano Tácito, que em seu livro “Germânia”
descreve as tribos germânicas que habitavam as regiões de fronteira do Império
Romano. Desta obra sobreviveu apenas um único manuscrito, encontrado na Abadia
de Hersfeld, no então Sacro Império Romano-Germânico, e que foi levado à Itália
em 1455, onde Enea Silvio Piccolomini, mais tarde Papa Pio II, analisou-o despertando o interesse de humanistas
como Conrad Celtes, Johannes Aventinus e, particularmente, Ulrich von Hutten,
que viam a obra “como uma fonte autêntica sobre a antiga Germânia”. Desde então
o texto mantém grande importância no que diz respeito à interpretação da cultura,
história, filologia e etnologia dos antigos povos germânicos, e em menor
escala, dos povos que habitavam a Escandinávia. A historiografia moderna sueca compreende e assimila o termo Götar como uma designação proto-histórica dos antigos habitantes das províncias históricas suecas da Gotalândia Ocidental e Oriental, e até da Dalslândia e da Varmlândia, relacionando esses habitantes - organizados em clãs - com a região à volta do rio Gota (Göta älv), mais do que como uma eventual representação da identidade étnica histórica comum.
Igualmente havia nas antigas sagas
escandinavas relatos etnográficos sobre a região da Estónia como “Eistland” na
região da atual Estónia como os “éstios”, um povo bárbaro que era distinto comparativamente
dos outros povos da região. Em latim arcaico e em outras fontes da Antiguidade,
o nome pode ser encontrado como “Estia” e “Hestia” descrevendo “a ocupação das
terras estonianas”. Mas a primeira vez que os próprios estonianos se chamaram
assim ocorreu durante o período de fortalecimento da cultura estoniana em meados
do século XIX, como os “habitantes das terras do leste” ou “Eesti”. Durante
séculos tiveram a sua terra invadida por outros povos, o que caracteriza o
pluralismo da Rússia, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Alemanha na cultura
estoniana. A noção civilizatória de país ocorre na metade do século XIX, com um
crescimento cultural somado à demografia urbana, em decorrência da
industrialização e da elevação do nível cultural o que favoreceu a união de
povos de mesma origem, resultando em um Estado autônomo, estabelecido com a
promulgação da Constituição de 1917.
Durante os primeiros 22 anos de
Independência (1918-1940), a Estônia passou por uma conturbada vida política
com dissolução de partidos e o primeiro presidente sendo eleito apenas em 1938.
Culturalmente representou um período decisivo, com a criação de inúmeras
escolas que lecionavam em estoniano e a garantia da autonomia cultural das
chamadas “minorias”, única em todo o Leste Europeu. Mas devido a essa política
de neutralidade, a Estónia foi alvo da ocupação durante a 2ª guerra mundial. Em
decorrência de uma artimanha soviética, a Estónia foi ocupada em 1940, pela então
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em 1942, os alemães
invadiram a União Soviética e começaram com a conquista da Estónia. Naquele
primeiro momento, o povo estoniano ficou aparentemente contente, devido à
aproximação com os alemães e também com a volta da Estônia independente, fato
que logo foi descartado pelo governo do ditador Hitler. Quando a invasão alemã
na URSS fracassou e os alemães saíram da Estónia, a nova invasão soviética se
mostrou inevitável, devido ao desgaste do país na guerra. Assim se estabeleceu
a República Socialista Soviética da Estônia.
Durante os 52 anos de ocupação
soviética, muitos movimentos sociais (cf.
Touraine, 1973) de revolta e de guerra de guerrilha se formaram na Estônia,
sendo o mais conhecido o Metsavennad,
mas todos foram suprimidos pelo governo de Moscou. Apenas em 1989, com a queda
da União Soviética é que começou uma reestruturação dos países soviéticos. A Independência
se seguiu em 1992, sendo Lennart Meri o primeiro presidente desta nova era.
Após a saída do exército russo em 1994, a Estónia aumentou seus laços
comerciais com o resto do leste europeu e obteve um alto crescimento econômico
nos anos 2000. Teve seu ingresso aceito na OTAN em 29 de março e na União
Europeia em 1º de maio de 2004. Com uma área de cerca de 45 000 km², a Estônia
é maior que a Dinamarca e a Suíça, mas sua área equivale comparativamente a
metade da área de Portugal. Suas dimensões se estendem 350 km de leste a oeste
e 240 km de norte a sul. As ilhas oceânicas correspondem a 1/10 do território, mas
os lagos são 5%. Em contrapartida, a população é relativamente pequena.
Ipso facto, a Estônia não pode ser considerada “país emergente”,
embora não exista uma definição sociológica exata, naqueles países que suas
economias partiram de um processo econômico de estagnação e hoje, encontra-se
em desenvolvimento econômico. São categorias geralmente usadas para descrever
um país que possui um padrão de vida entre baixo e médio, uma base industrial
em desenvolvimento e um Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) variando entre médio e elevado. São países com
alto índice de investimento externo, com grande possibilidade de crescimento.
Países emergentes no âmbito da ideologia desenvolvimentista substitui a
expressão “países em desenvolvimento”, também reconhecido como “Países de
segundo e terceiro mundo”. Os países considerados como “emergentes” são aqueles
que apresentam potencial e buscam se
reordenar em vários aspectos: mercado, política e apresentam uma alta taxa de
crescimento, o que contribui para as relações econômicas no exterior. Melhor
dizendo, uma nação que revoluciona a estrutura de desenvolvimento passa pelo
processo de globalização. Os que estão no entremeio dessa revolução são
chamados de “emergentes”. É o caso dos países gigantes Brasil, Rússia, Índia e
China que formam o grupo “Building Better Global Economic”, usado pelo
economista Jim O Neill, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro
Goldman Sachs (2001).
Segundo o censo de 2000, apenas 1
361 242 pessoas habitam a Estônia, o que dá uma densidade de apenas 30,2
habitantes/km². A maior cidade da Estónia, e também capital, é Tallinn, onde
reside 1/3 da população (398.434 pessoas). Outras maiores cidades são a
universitária Tartu (101 140 habitantes), a industrial Narva (68 117 pessoas) e
a de veraneio Pärnu (45 040 pessoas) que é apreciada no verão, devido ao seu
vento ameno e à temperatura da água agradável, que lembra o litoral do
Mediterrâneo. A maior cidade próxima geograficamente
de Tallinn é Helsinque, capital da Finlândia, que dista aproximadamente 85 km
pela direção do golfo da Finlândia. Outras cidades mais próximas são, respectivamente,
Riga, 307 km, São Petersburgo, 395 km e Estocolmo, 405 km. O clima na Estônia divide-se entre o
oceânico e o continental. Todavia, lembramos que, historicamente quando Montesquieu
traz a política para fora do campo da teologia e da crônica, e a insere num
campo propriamente teórico, ele visava as relações entre as leis positivas e
“diversas coisas”, tais como o clima, as dimensões do Estado, a organização do
comércio, as relações entre as classes etc.
O fator principal que afeta o
clima na Estónia é o volume do oceano Atlântico, principalmente a corrente
Norte-Atlântica, cujas atividades cíclicas na parte norte do oceano provocam
variações abruptas de temperaturas, bem como o aparecimento de ventos fortes e
um grande nível de precipitação em torno de 750 mm/ano para o clima marítimo. O
inverno na Estónia é rigoroso, sendo a média em fevereiro de -9 °C. A primavera
é suave e com poucas chuvas. O verão
é relativamente quente, sendo que a
média em julho é de -16 °C. O outono é longo
e ameno. A temperatura média no decorrer do ano na Estónia fica relativamente
entre 4,3 °C e 6,5 °C. O dia mais quente da história recente da Estônia ocorreu
em Võru, em 11 de agosto de 1992, - 36,5 °C. O mais frio -43,5 °C, em Jõgeva,
dia 17 de janeiro de 1940. O clima na Estônia é úmido, com uma média anual de
umidade entre 80% e 83%. A neve, frequentemente, ocorre no período de 75 a 135
dias/ano, cobrindo durante o inverno as terras altas do interior e chegando,
ocasionalmente, às bordas costeiras e às ilhas de Saaremaa, descoberta por
alguns vikings que desejavam algum lugar tão secreto para enterrar seus
tesouros. Assim surge a lenda de Saaremaa, mas essa ilha na verdade
não existe.
Os estonianos, como um grupo
étnico, são um povo fínico. Do total de 1,3 milhão de pessoas que falam o
estoniano, aproximadamente 70% é formado pela população de etnia estoniana. Os
indicadores econômicos e sociais da Estônia vêm se tornando melhor nos últimos
anos para a população estoniana. A taxa de desemprego caiu de 10,3% da
população economicamente ativa (PEA) em 2002 para 5,9% no primeiro trimestre de
2007. A média de vida é em torno de 67,3 anos para os homens e de 78,14 para as
mulheres. O nível de fertilidade é de 1.55 filhos por mulher (2006), abaixo do
indicado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) que é de 2,1 filhos por mulher, e a taxa de mortalidade
infantil é de apenas 4,4 a cada 1000 nascidos vivos, considerado extremamente
baixo nos padrões internacionais. As taxas de inflação vêm se mantendo
estáveis, num patamar de 4,0%. Mas nos últimos anos vem se observando um
decréscimo na população, algo em torno de apenas 0,5%, fato social que foi
observado durante muitos anos em outros países da Europa como Alemanha e
Hungria. O não crescimento populacional estoniano poderá trazer alguns
malefícios ao país como a perda de mão de obra, e envelhecimento da População
Economicamente Ativa.
A Estônia é quase autossuficiente
no setor energético, pois mais de 90%
de sua eletricidade é gerada localmente graças à potencialidade das minas de
xisto betuminoso. As fontes de energia alternativa tais como madeira, tundra e
biomassa constituem aproximadamente 9% da produção de energia primária. A
Estônia importa os produtos derivados do petróleo da Europa Ocidental e da
Rússia. A energia do xisto betuminoso, telecomunicações, indústria têxtil,
produtos químicos, setores bancário, de serviços, de alimentos e pescado,
madeireiras, construção naval, eletrônicos e transportes são os aceleradores da
economia. O porto marítimo de Muuga, próximo a Tallinn, possui modernas
instalações antigelo e boa capacidade de para receber navios cargueiros,
elevador de grãos de alta capacidade, câmaras de refrigeração, e novos tanques
de combustível para reabastecer os navios. A ferrovia, privatizada por um consórcio
internacional em 2000, serve como ligação do Oeste, Rússia e outros pontos do
Leste. O regime liberal clássico de livre comércio da Estônia, que possui
poucas tarifas ou barreiras não tarifárias, é quase um indicador estatístico único
na Europa. A Estônia ostenta também uma moeda corrente nacional que é
livremente conversível no câmbio a uma taxa de câmbio fixa e políticas conjugadas,
conservadoras, fiscais e monetárias.
A Estônia tem regimes de livre
comércio com a União Europeia (EU) da qual faz parte, com os países da EFTA e
também com a Ucrânia. Durante os anos recentes a economia da Estônia tem
continuado a crescer. O PIB estoniano aumentou 6,4% no ano 2000, 5,4% em 2001 e
com o dobro da velocidade depois do ingresso da Estônia na União Europeia em
2004 (11,4% (2006)). A inflação caiu modestamente para 5,0% ao ano em 2000 (o
estimado para 2006 é 4,4%). A taxa de desemprego em 2001 foi de 12,6%, mas
agora é uma das mais baixas da União Europeia (4,2% em julho de 2006). A
Estônia entrou para a Organização Mundial do Comércio em 1999 e para a União Europeia (UE) em 2004. No primeiro
trimestre de 2007, a média mensal do salário bruto na Estônia foi 10.322 kroons, equivalente a €660, ou US$888. As modernas redes de transportes e
comunicações da Estônia fornecem uma ponte segura para o comércio com os países
nórdicos e da poderosíssima ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A Estônia
tem a mais alta taxa de servidores/população conectados à rede Internet da
Europa central e oriental e também está na frente da maioria dos países da UE.
As últimas pesquisas indicam que 60% da população da Estônia são usuários da
Internet – rede mundial de computadores, enquanto que em torno de 80% da
população utiliza a Internet para os seus serviços de pagamento e movimentação bancários.
Estônia, um país que ingressou recentemente
na União Europeia desde 2004, tem uma
economia de mercado moderna e um dos mais elevados níveis de renda per capita da região do Mar Báltico. O
governo tem seguido políticas orçamentárias consistentes que têm garantido
orçamentos equilibrados e dívida pública reduzida. A economia se beneficia
expressivamente dos setores de eletrônica e telecomunicações e dos laços
comerciais com a Finlândia, a Suécia, a Rússia e a Alemanha. O país é um membro
novo da Organização Mundial do Comércio
(OMC), tem uma renda alta, economia de mercado moderna com aumento de
aproximação com Ocidente, incluindo a adoção do Euro. Há um grande grau de
mobilidade econômica e avanço tecnológico. A OMC surgiu oficialmente em 1° de
janeiro de 1995, com o Acordo de Marrakesh, em substituição ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT),
que começara em 1947. A organização social lida com a regulamentação do
comércio através dos interesses entre os seus países-membros; fornece uma
estrutura para negociação e formalização de acordos comerciais e um processo de
resolução de conflitos que visa reforçar a adesão dos participantes aos acordos
da OMC, que são assinados pelos representantes dos governos dos Estados-membros
e ratificados pelos parlamentos nacionais.
Os estonianos não guardam mais
papéis nem documentos em casa. Tudo sobre a vida deles está arquivado em uma
carteira de identidade digital, ligada a um portal do governo, que dá acesso a
todo tipo de serviço público e privado 24 horas. Com esse documento único, eles
movimentam a conta bancária, votam, declaram o imposto de renda, recolhem
tributos, abrem uma empresa, emplacam o carro, consultam o médico, recebem resultados
de exames e receitas, encomendam remédios na farmácia, fazem matrículas nas
escolas, e o que mais você quiser imaginar que uma pessoa precisa fazer de
burocracia no cotidiano. Independente da União Soviética desde 1991, a Estônia
procurava um projeto econômico para se distinguir dos vizinhos finlandeses,
dinamarqueses e lituanos, revela uma reportagem da revista francesa L’Obs, quando encontrou a parada:
investir em educação, novas tecnologias e no setor de serviços, responsável por
71% da economia. Ao mesmo tempo, o Estado adotou o caminho da eficiência, para
servir melhor seus cidadãos e praticamente desaparecer dos radares. As escolas
estonianas foram maciçamente equipadas com computadores. As crianças aprendem a
codificar a linguagem informática a partir dos 6 anos. Resultado: o país é o
terceiro no ranking Pisa - “Programme
for International Student Assessment”, de desempenho em educação, ficando atrás
apenas de Cingapura e do Japão.
O governo anunciou um novo plano no final de
2017 que pode torná-lo uma das maiores nações “online” do mundo. O plano
permite que qualquer pessoa com acesso à internet torne-se um residente da
Estônia, graças à blockchain. - “Junte-se
à nova nação digital” é a mensagem de boas-vindas no site e-Residency da República da Estônia, demonstrando estatísticas de
que mais de 27 mil pessoas de 143 países se inscreveram para adquirir a
cidadania digital. - “Apesar da grande negatividade das notícias no momento, a
tendência geral parece ser positiva para as oportunidades que aguardam nossa
geração e as próximas”, disse Arnaud Castaignet, diretor de relações públicas
da e-Residency. Para ele o impacto
econômico é mais óbvio até agora. Já foram estabelecidas 4,272 empresas por e-residentes que procuram evitar a aridez
da burocracia e os impostos que seus países de origem poderiam impor ao
funcionamento de uma empresa. - “A internet e outros avanços na tecnologia
digital estão permitindo que mais pessoas vivam e trabalhem globalmente com
maior liberdade, independente de qualquer local fixo”, acrescenta ainda Castaigne.
- “Como consequência, governos como o nosso na Estônia estão evoluindo
rapidamente em países digitais sem fronteiras, a fim de melhor servir e se
beneficiar do surgimento desses novos cidadãos do mundo, porque devemos
responder às suas mudanças de oportunidades e hábitos”.
Contudo, no dia 4 de novembro de
2017 autoridades da Estônia desabilitaram mais de 760.000 cartões de identidade
eletrônicos por causa de uma vulnerabilidade na segurança que pode ter
comprometido cartões de identidade emitidos entre 16 de outubro de 2004 e 26 de
outubro de 2017 e, potencialmente, de datas anteriores. A Estônia, mais do que
outros países, depende de tecnologia para muitos dos seus serviços básicos,
incluindo receitas médicas, votação, transferências bancárias e assinaturas
eletrônicas. Na prática, 98% dos estonianos têm um cartão de identidade válido para
viagens dentro do continente europeu, além de permitir o acesso aos planos de
saúde e pagamento de impostos. Cartões de identidade com chip foram
introduzidos em 2002 e se tornaram o alicerce dos serviços digitais do país. A
Estônia tem uma das mais rápidas conexões de banda larga do mundo, além de uma
população com grandes competências digitais, amplo acesso à internet e administração
pública eletrônica. Esses certificados foram desativados após um grupo de
pesquisadores da República Checa identificar uma falha de segurança no microchip dos cartões, o que pode ter
levado a uma grave violação de dados pessoais dos cidadãos. Os pesquisadores
descobriram que os chips instalados
nos cartões de identificação emitidos entre 16 de outubro de 2014 e 26 de
outubro de 2017, e talvez até mesmo a partir de 2012, estavam vulneráveis à
invasão dos sistemas criptográficos
e, possivelmente, ao roubo dos códigos de identidade.
Bibliografia
geral consultada.
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Desenvolvimento,
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Estônia,
Juridicidade,
Moeda,
Países Emergentes,
Política Industrial,
República Digital,
Separatismo,
Ubiracy de Souza Braga
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#ELENÃO EXPULSOU OS MÉDICOS DO MAIS MÉDICOS QUE ESTAVAM AJUDANDO OS POBRES SEM MÉDICOS, #ELENÃO NÃO TEM CAPACIDADE DE IMPLANTAR NO BRASIL O ESTÔNIA DIGITAL, MAS O BRASIL PRECISA COPIAR A ESTÔNIA JÁ.
ResponderExcluirPrezado leitor (a): De fato o projeto autoritário e antipetista do PSL que tem apoio da elite política conservadora brasileira (STF+ UDR etc.) tem como parti pris desconstruir todo tipo de projeto social que resgate a participação de trabalhadores. O fim do "Mais Médicos" representa apoio à indústria farmacêutica multinacional, o estonia digital é inconcebível em vista do projeto empresarial da rede Globo etc. Obrigado pelo comentários atualíssimos!
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