Um Brinde à Vida - Cinema & Amizade em Berck-Sur-Mer.
Ubiracy de Souza
Braga
“Como fica forte uma pessoa quando está
segura de ser amada!”. Sigmund Freud
A
palavra comuna, na Idade Média, é a
designação para a cidade que se tornava emancipada pela obtenção de carta de
autonomia fornecida pelo rei. Atualmente, na França, o termo se refere à menor
subdivisão administrativa do território. Em Portugal o termo remete às comunas
universitárias, residências que formam habitação e clube de estudantes
universitários, ou à administração de conselho. É desconhecida da Idade Média
em Portugal: os termos que indicam comunidade urbana com personalidade jurídica
são ou eram chamados de urbes, burgos, conselhos ou municípios. Berck é uma
comuna francesa na região administrativa de Nord-Pas-de-Calais, no departamento
de Pas-de-Calais. A comuna francesa representa a unidade básica de organização
territorial da França, que perfaz um número considerável em comparação com
outros países europeus: 36 681, contra aproximadamente 13 000 na Alemanha, 8
000 na Espanha e na Itália e 4 500 em Portugal. As outras subdivisões
territoriais, condicionando os espaço,
um lugar praticado são: o
cantão, o arrondissement, o
departamento e a região.
As
raízes do movimento comunal
encontram-se nas aspirações dos burgueses das cidades que queriam liberdade,
segurança, isenção de impostos feudais e justiça própria; estas exigências
resultavam do desenvolvimento comercial, que era afetado pela rigidez das
estruturas feudais. Embora apresentem características semelhantes aos
municípios portugueses, nem as cartas comunais francesas são comparáveis a
forais, que na maioria dos casos não passam de listas de encargos a satisfazer
à coroa pelos conselhos. Nos próprios burgos onde a burguesia mercantil
predominava como o Porto, e o grau de sujeição ao rei diminuía dificilmente se
poderá falar de “autonomia política” no sentido comunal. As comunas eram
grandes unidades de produção rural, abrangendo a agricultura e pequenas
indústrias. Cada comuna estruturava-se de forma coletiva e centralizada. Os
lotes agrícolas familiares, distribuídos na reforma agrária de 1950, foram
eliminados. A terra, colocada sob o controle social das comunas. As comunas
organizavam a vida social e a educação das crianças. A implantação desse
sistema teve impacto sobre a vida familiar, diminuindo a força tradicional da
autoridade paterna.
Inspirado
na vida da mãe de seu diretor e roteirista, Jean-Jacques Zilbermann, “Um brinde
à vida” (2016) é uma saudação, com
uma extraordinária sensação de revelar as complexidades e minudências da vida. -
Jean-Jacques Zilbermann s`est inspiré de l`histoire de sa mère, Irène, qui
rejoignait ses amies de déportation à la mer, enfin “à Auschwitz-les-Bains”. O
longa-metragem parte da experiência concreta dela e outras duas amigas
sobreviventes do campo de concentração Auschwitz e acompanha seu reencontro
mais de uma década depois da terrível experiência full-time no campo de concentração. Em 1960, três mulheres
deportadas de Auschwitz, que não se viam desde o pós-guerra, se reencontram
numa praia do norte da França. Durante esses poucos dias, tudo ocorre como uma
primeira vez para Helen, Rose, e Lili: as primeiras refeições de verdade juntas,
o saborear do sorvete, o primeiro mergulho no mar, uma traição. Uma semana de
risos, canções, mas também de conflitos e historias de amor e amizade.
Os
primeiros campos nazistas foram erguidos na Alemanha em março de 1933,
imediatamente depois que Adolf Hitler se tornou Chanceler e seu Partido nazista
recebeu o controle da polícia pelo Ministro do Interior do Reich, Wilhelm
Frick, e pelo Ministro do Interior prussiano, Hermann Göring. Usado para
aprisionar e torturar adversários políticos e sindicalistas, os campos
inicialmente reuniram cerca de 45 mil prisioneiros. As SS de Heinrich Himmler
assumiram o controle total da polícia e dos campos de concentração em toda a
Alemanha em 1934-35. Himmler expandiu o papel dos campos para manter os
chamados “elementos racialmente indesejáveis”, como judeus, deficientes,
homossexuais, criminosos e ciganos. O número de pessoas nos campos, que caiu
para 7 500, cresceu novamente para 21 000 no início da 2ª guerra mundial e
atingiu o pico em 715 000 em janeiro de 1945.
Os
campos de concentração foram administrados desde 1934 pela Inspetoria dos
Campos de Concentração em 1942 fundida na SS-Wirtschafts-Verwaltungshauptamt e
eram guardadas pela SS-Totenkopfverbände. Os estudiosos do Holocausto
estabelecem uma distinção entre os campos de concentração e os campos de
extermínio, que foram estabelecidos pela Alemanha nazista para o assassinato em
massa em escala industrial de judeus nos guetos por meio de câmaras de
gás. O campo de concentração de Dachau foi criado com a finalidade de deter
opositores políticos. O uso da palavra “concentração” emerge da ideia de
confinar as pessoas em um só lugar porque pertencem a um grupo que é
considerado indesejável de alguma forma. O próprio termo se originou em 1897,
quando os “campos de reconcentração” foram criados em Cuba pelo general
Valeriano Weyler.
No
passado, o governo dos Estados Unidos da América usou campos de concentração contra
nativos americanos e os britânicos também os usaram durante a Segunda Guerra
dos Bôeres. Entre 1904 e 1908, o Schutztruppe do Exército Imperial Alemão
operou campos de concentração no Sudoeste Africano Alemão como parte do
genocídio dos hererós e namaquas. Quando os nazistas chegaram ao
poder na Alemanha, eles rapidamente se mudaram para suprimir toda a oposição
real e potencial. O público em geral foi intimidado pelo terror psicológico
arbitrário que era usado pelos Tribunais Especiais (Sondergerichte).
Especialmente durante os primeiros anos de existência, quando esses tribunais
"tiveram um forte efeito dissuasivo" contra qualquer forma de
protesto político.
O
primeiro campo na Alemanha, Dachau, foi fundado em março de 1933. O anúncio da
imprensa disse que “o primeiro campo de concentração deve ser aberto em Dachau
com acomodação para 5 000 pessoas. Todos os comunistas e - quando necessário -
Reichsbanner e social-democratas que põem em perigo a segurança do Estado devem
se concentrar ali, visto que a longo prazo não é possível manter os presos nas prisões
do governo sem sobrecarregá-las”. Dachau foi o primeiro campo de concentração
regular estabelecido pelo governo de coalizão alemão do Partido Nacional
Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e do Partido Popular
Nacionalista (dissolvido em 6 de julho de 1933). Heinrich Himmler, então Chefe
de Polícia de Munique, descreveu oficialmente o lugar como “o primeiro campo de
concentração para prisioneiros políticos”.
Do
ponto de vista topológico em meio às sequências que nos ajudam a entender
melhor essa personagem alçada ao protagonismo, sobretudo suas dificuldades
oriundas das cicatrizes de guerra, o diretor Jean-Jacques Zilbermann prepara o
terreno para a reunião das mulheres, ponto de virada que traz consigo uma
mudança no compasso do longa-metragem. O reencontro de Hèlene, Lily (Johanna
ter Steege) e Rose (Suzanne Clément), mediado pela quase onipresença do sol,
não mais da sombra claustrofóbica dos campos de concentração, acontece numa
cidade do litoral francês que contrasta evidentemente com os cenários lúgubres
do cárcere. No que tange ao comportamento das amigas, há uma estratégia bem
definida de acordo com a personalidade delas. Hélene é tímida, sente-se
impelida a cuidar dos que igualmente sofreram. Lilly lida de forma vaga com o
passado, ora falando, ora calando. Rose, por sua vez, ostenta a fina camada de
felicidade que esconde uma tristeza profunda. Contudo, Hèlene precisa falar de
Auschwitz, recordar as circunstâncias que Rose quer deixar completamente para
trás, se possível trancadas a sete chaves no recôndito da memória. Lily prefere
questionar os preceitos do judaísmo, fazendo às vezes de mediadora, quando não
de figura materna.
As
primeiras cenas de Um Brinde à Vida
ocorrem em Auschwitz, naqueles dias em que os alemães esvaziam o famigerado
campo de concentração. Entre execuções e o terrorismo das experiências que
ainda ditavam as regras no ocaso do lugar de ódio e crueldade, duas amigas
tentam fazer com que uma terceira se junte a elas na chamada “Marcha da Morte”,
episódio histórico que marcou a transferência dos judeus para outros campos
nazistas, onde aparentemente tinham chances de sobreviver. Esse prólogo marcado
pela opressão totalitária e por uma imagem cuja concepção revela a atrocidade
revivida pela memória não é exatamente um filme marcadamente sisudo. Mas é no
âmbito da memória fustigada que acompanhar a démarche de Hèlene (Julie Depardieu), que tenta a todo custo
retomar contato com as amizades construídas durante a barbárie nos faz entender
o processo e as mazelas de reconstituição da memória. Ela se casa com um homem
marcado pela violência física da intolerância dos partidários de Hitler e
anuncia recorrentemente num jornal a busca por suas companheiras de degredo.
Metodologicamente
a memória representa o armazenamento
de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. A
memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental
e deteriora-se com a passagem do tempo. É um processo que conecta pedaços de
memória e reconhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando através dos
detalhes a tomar decisões diárias. A corrupção da consciência,
fenomenologicamente falando, no sentido que emprega Merleau-Ponty funciona como
a “essência da consciência para o mal”, ou, “essência da percepção para o mal”,
posto que: a consciência só começa a ser determinando um objeto, e mesmo os
fantasmas de uma “experiência interna” só é possível por empréstimo à
experiência externa. Memória, segundo diversos estudiosos, desde Hegel e Marx à
maturação da hermenêutica filosófica, desde à compreensão da sociologia e à aproximação
com a psicanálise freudiana é factualmente a base do conhecimento humano. E como
tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano da vida privada e acumulamos nossas
experiências para utilizarmos com eficácia durante a vida.
A
realização de Jean-Jacques Zilbermann consegue aproveitar plenamente o
potencial da temática, principalmente nessa interessante proposta de apresentar
faces distintas de um mesmo anseio, o de mitigar as dores da guerra, ora
através da religião e seus símbolos, ora através da transgressão sexual, como
ocorre nas cenas de sexo dentro do banheiro químico na comuna francesa de Nord-Pas-de-Calais.
Freud tinha uma concepção psicológica do ser humano. Sua teoria é de grande influência
na psicologia atual e, além do contínuo debate sobre sua aplicação no
tratamento médico, também é, frequentemente, discutida e analisada como obra de
literatura e cultura geral. Depois que o pai de Freud falece, em 1896, segundo as cartas recebidas por Fliess, Freud, dedica-se a analisar seus próprios sonhos, remetendo-os à sua infância e, assim, determinando as raízes de suas próprias neuroses.
Sigismund
Schlomo Freud reconhecido profissionalmente como Sigmund Freud, foi um médico
neurologista criador da psicanálise. Freud, como se tornara reconhecido, nasceu
em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, na época pertencente ao Império
Austríaco, atualmente, a localidade é denominada Příbor, e pertence à República
Tcheca. Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose
no tratamento de pacientes com histeria, como forma de acesso aos seus
conteúdos mentais. Ao observar a melhora dos pacientes tratados pelo médico
francês Charcot, elaborou a hipótese de que a causa da histeria era psicológica,
e não orgânica, distanciando-se das correntes positivistas que associavam a
determinação biológica da espécie. Essa hipótese serviu de base para outros
conceitos desenvolvidos posteriormente por Freud, como o do inconsciente. Fatos
como a descrição de pacientes curados através do diálogo por Josef Breuer e a
morte do colega Ernst von Fleischl-Marxow por dose excessiva do antidepressivo
da época, a cocaína, levaram-no ao abandono das técnicas de hipnose e de drogas
para criar um novo método: a cura pela fala, ou seja, a psicanálise, que
utilizava a interpretação de sonhos e a livre associação como acesso ao
inconsciente.
Suas
teorias sociais e seus tratamentos terapêuticos foram controversos na
aparentemente conservadora Viena do fim do século XIX, e continuam a ser
debatidos presentemente. Sua concepção de teoria é de grande influência na
psicologia e, além do contínuo debate sobre sua aplicação terapêutica no
tratamento médico, também é, frequentemente, discutida e analisada como obra de
literatura e cultura geral nas humanidades. A psicossociologia tem como
representação abstrata do indivíduo o estudo de problemas comuns à psicologia e
à sociologia, particularmente a maneira como o comportamento individual é
influenciado pelos grupos aos quais a pessoa pertence. Por exemplo, no estudo
dos criminosos a psicologia estuda a personalidade latente do criminoso moldada
pela educação do criminoso. A sociologia estuda o comportamento teórico e
prático do próprio grupo num processo de interação em geral: os métodos que o
grupo criminoso usa para recrutar membros e a maneira como o grupo muda ao
longo do tempo. Psicossociologia estuda o comportamento do criminoso, que é
criado pelo grupo ao qual pertence, como os jovens que moram no mesmo
quarteirão do bairro.
Existem
muitos fatores sociais que podem afetar a psicologia dos outros. Um exemplo
disso são as chamadas panelinhas sociais. Se alguém é aceito em seu grupo
desejado ou não, isso muda a maneira como eles pensam sobre si mesmos e as
pessoas ao seu redor. Amizades em idades jovens enquanto crescem também têm
muito a ver não apenas com o desenvolvimento psicológico, mas também com habilidades
sociais e comportamento social. O mesmo vale para as leis comuns na sociedade.
Se o grupo de um indivíduo decide obedecer por eles ou não, isso afeta a visão
desse indivíduo sobre a lei e seu grupo como um todo. A maneira como as pessoas
podem agir ou falar dita a maneira como os outros as veem em uma sociedade. Por
exemplo, os indivíduos podem ver a autoridade de muitas maneiras diferentes,
dependendo de suas experiências e do que os outros lhes disseram. Por isso, com
base no conhecimento social de autoridade das pessoas, suas opiniões e ideias
são muito diferentes. Cada indivíduo tem
seu próprio processo de pensamento psicológico único e pessoal no qual eles
usam para analisar o mundo ao seu redor. As pessoas internalizam e processam
fatores sociológicos de maneira relativa ao seu processo de pensamento
psicológico. Essa relação é recíproca, pois a sociedade pode alterar e
transformar as maneiras que as pessoas pensam e, ao mesmo tempo, a sociedade
pode ser influenciada pelo pensamento psicológico exteriorizado dos indivíduos
dentro da própria sociedade. Devido a isso, pode-se ver como a psicologia é
fundamental para ajudar o sociólogo a interpretar os efeitos dos fatos sociais no comportamento de um indivíduo numa sociedade
determinada.
Tais
anotações tornam-se a fonte etnográfica para
a obra “A Interpretação dos Sonhos”. Durante o curso desta autoanálise, Freud
chega à conclusão de que seus próprios problemas eram devidos a uma atração por
sua mãe e a uma hostilidade em relação a seu pai. É o que constitui o famoso
“complexo de Édipo”, que se torna o “coração”, por assim dizer, da teoria de
Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes investigados. Nos
primeiros anos do século XX, são publicadas suas obras em que contém suas teses
principais no ensaio: “A Interpretação dos Sonhos” e “A psicopatologia da vida
cotidiana”. Freud criou o termo “psicanálise” para designar a complexa relação
entre um método, uma teoria e uma técnica para investigar cientificamente os
processos inconscientes e de outro modo inacessíveis do psiquismo.
Portanto,
se não há vida privada da consciência
é porque a consciência só tem como obstáculo o caos, que não é nada. Mas em uma
consciência que constitui tudo, ou, antes, que possui eternamente a estrutura
inteligível de todos os seus objetos, assim como na consciênciaempirista que
não constitui nada, a atenção permanece um poder abstrato, ineficaz, porque ali
ela não tem nada para fazer (cf. Eatwell, 1996; Fritzsche, 1998). A consciência não está menos intimamente ligada
aos objetos em relação aos quais ela se distrai do que aqueles aos quais ela se
volta. A memória do campo de concentração Auschwitz é sempre referida pela memória
pela presença de quatro crematórios. Auschwitz I, o principal campo do complexo
de Auschwitz, foi a primeira das unidades a serem estabelecidas, nas
proximidades da cidade polonesa de Oswiecim. Sua construção teve início em maio
de 1940, em um quartel de artilharia usado anteriormente pelo exército polonês
na região de Zasole, subúrbio de Oswiecim. O campo foi se expandindo
continuamente por meio da utilização do processo de trabalho escravo
contemporâneo. A câmara improvisada estava localizada no porão da prisão (Bloco
11). Mais tarde, uma câmara de gás fixa foi construída dentro do crematório. A ideologia
nazista do campo é baseada realmente em um vídeo originalmente rodado em 1941, ipso facto, historicamente produzido e irradiado pela intelligentsia nazista.
Nesta análise psicanalítica fundada por Sigmund Freud, o indivíduo se constitui
como um ente à parte do social e que compõe o nível de análise social. Freud
refere-se aos aspectos que compõem um estado instintivo humano e que acaba por
se tornar inibido em prol da convivência em comunidade. A inibição destes
aspectos, que são instintivos, consiste numa privação de características que
são inatas aos homens, e, esta própria privação, acaba por consistir em
determinados descontentamentos. Neste sentido, os homens em civilização ou
civilizados demonstram-se descontentes na busca de sua felicidade, pois seus
instintos não são prontamente atendidos em sociedade. No seu ensaio: “O
mal-estar da civilização”, Freud elabora uma discussão filosófico-social a
partir de sua teoria psicanalítica. O autor desenvolve a ideia pragmática
segundo a qual, em sociedade, “não há avanço sem perdas”. A ideia central que
desenvolve nesta obra é a de que a civilização é inimiga da satisfação dos instintos humanos. A
sociedade modifica a natureza humana individual, constitui o homem como membro
da comunidade, adaptando-o a um processo vital que torna o indivíduo um ente social.
Um Brinde à Vida representa um drama cotidiano para celebrar a
amizade, que afinal pode ser para alguns o grande remédio das enfermidades da
alma. Cultura judaica é o nome dado ao conjunto de tradições passadas de
geração à geração pelo Judaísmo oriundas dos tratos religiosos, do local em que
a comunidade judaica foi radicada e da era em que a comunidade judaica viveu. Entre
os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos (aos 8 dias de vida ) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação
na vida adulta para os meninos e a Bat
Mitzvah para as meninas (aos 12 anos de idade). Os homens judeus usam o “kippa”,
pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento das orações. Nas
sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o Povo Judeu.
Nesta arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá. Entre os rituais,
podemos citar a circuncisão dos meninos (aos 8 dias de vida) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação
na vida adulta para os meninos e a Bat
Mitzvah para as meninas aos 12 anos de idade. Os homens judeus usam o “kippa”,
pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento das orações. Nas
sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o Povo Judeu.
Nesta arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá. As festividades
judaicas vão desde a comemoração de um aniversário, um Bar-Mitzvá a feriados como o Purim
e o Pessach. Os judeus são festivos e a música é usada como forma de culto
como a vários relatos etnográficos da torá ou mesmo em celebrações como pessach, purim e bar mitzvá.
Enfim,
como é representado no filme: “Um brinde à vida”, as refeições para os judeus
têm grande importância e requerem preparação e cuidado especial. Uma palavra
resume o essencial dos preparativos da refeição judaica: “pureza” (“casherut”).
Quer se trate do alimento ou dos utensílios de cozinha, da louça de mesa ou da
qualidade dos convivas, a máxima atenção deve ser prestada à sua pureza. Esta
pureza diz respeito à santidade de Israel e de seus filhos. Por meio dela,
comer e beber se tornam atos de culto. Cada refeição se revela como “memória”
da Aliança, que não cessa de separar seu povo das nações pagãs, idólatras. Nesse
espírito de preparação para a refeição judaica encontram-se tipos de
purificação: a) lavar as mãos. Essa prescrição é particularmente importante. O
Talmude narra cerca de seiscentas prescrições a respeito e um tratado é
inteiramente consagrado às maneiras de proceder. Não se deve hesitar em “percorrer um
caminho de quatro milhas a fim de obter água pura para lavar as mãos”.
Esse
hábito social que alguns pensam provir
de Salomão e outros de Hillel e de Shammai Chab é prática de sacerdotes, que
lavavam as mãos antes de comerem sua parte das oferendas. Em seguida, leigos
piedosos, como os fariseus, o adotaram antes que se tornasse um costume
universal. Mesmo seus opositores acabaram por se submeter a ele. É que o rabi
Aquiba, após tê-lo contestado, utilizava a reduzida ração de água que lhe era
concedida na prisão para lavar as mãos na hora da refeição; b) Ter feito
abluções – esta prescrição era complementar da precedente: - Para (comer
alimentos) não consagrados, do dízimo ou da oblação, basta lavar as mãos; mas
para o que é santo (ofertas do Templo e que não podiam ser consumidas a não ser
em seu recinto) deve-se tomar um banho; no que diz respeito às águas de
purificação do pecado, se as mãos estiverem impuras, é o corpo inteiro que é
tido por impuro (e torna-se necessário tomar banho). O ensinamento de Jesus
liga esse costume do banho à volta do mercado; c) lavagem ritual das taças,
vasos e pratos – o judaísmo contemporâneo continua muito atento às prescrições
que dizem respeito aos utensílios de cozinha e à louça. Tais preceitos, visando
pôr em prática as injunções do livro dos Números 31,22-24, eram atuantes na
época mitológica de Jesus. É a semelhantes debates que Jesus se refere em sua
polêmica com os escribas e os fariseus (cf. Mt. 23,25). Poderíamos até
descobrir um efeito social específico, nestes termos, através das decisões da
escola Jâmnia sobre a obrigação natural de purificar primeiramente o interior
das taças ou dos pratos. As regras de culto religioso que regem a escolha dos
alimentos, a distinção entre os que são puros ou impuros, são uma das mais
consideráveis prescrições do judaísmo.
Bibliografia
geral consultada.
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São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1972; HELLER, Agnes, Sociologia della VitaQuotidiana. Roma: Editore Riuniti, 1975;
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Réflexion Critique sur l’Idée de Région”. In: Actes de la Recherche en Sciences Sociales, n˚ 35, 1980; XENAKIS,
Françoise, Zut! On a Encore Oublie Madame Freud. Paris: Éditions
Hachette, 1984; DURAS, Marguerite, Les
Lieux de Marguerite Duras. Entretiens avec Michelle Porte. Paris: Éditions Minuit,
1987; ELIAS, Norbert, El Proceso de la Civilización:
Investigaciones Sociogenéticas y Psicogenéticas. 2ª edición. México: Fondo
de Cultura Económica, 1989; FLEM, Lydia, L`homme Freud. Paris: Éditions
Seuil, 1991; EATWELL,
Roger, Fascism. A History. London:
Viking/Penguin Editor, 1996; FRITZSCHE, Peter, Germans into Nazis. Cambridge, Mass.: Harvard University Press,
1998; WACQUANT, Loïc, Parias Urbanos:
Marginalidad en la Ciudad a Comienzos del Milênio.Buenos Aires:
Ediciones Manantial, 2001; LE GOFF, Jacques, História e Memória. 5ª edição. Campinas (SP): Editora da
Universidade de Campinas, 2003; BOBBIO,
Norberto, Il Futuro della Democrazia.
1ª edição. Itália: Einaudi Editore, 2005; ELIAS, Norbert & SCOTSON, John, Au-delà de Freud: Sociologie, Psychologie, Psychanalyse.
Paris: Éditions La Découverte, 2010; FREUD, Sigmund, Malaise dans la Civilisation. Paris: Éditions Payot. Coll. Petite
Bibliothèque Payot, 2010; Idem, Au-delà
du Principe dePlaisir. Paris:
Éditions Payot. Coll. Petite
Bibliothèque Payot, 2010; SANTOS, Lucileide Vieira, Felicidade ao Longo da Vida. Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde. Lisboa: Escola de Psicologia e Ciências da Vida. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, 2016; NÓBREGA, Karynna M. Barros de, Da Voz em Off à Palavra Escrita: O Testemunho do Corpo Falante em O Escafandro e a Borboleta.Tese de Doutorado. Coordenação Geral de Pós-Graduação. Programa de Doutorado em Psicologia Clínica. Recife: Universidade Católica de Pernambuco, 2017; entre outros.
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