Ubiracy de Souza Braga
“Pra pedir dinheiro até ator global vira atendente de telemarketing”. Todyone
“Pra pedir dinheiro até ator global vira atendente de telemarketing”. Todyone
O
telemarketing representa o termo que designa a promoção de vendas e
serviços por telefone. Com o tempo, passou a designar também serviços de
cobrança e outros, como atendimento ao consumidor e suporte técnico por
telefone. Estes serviços são feitos por empresas especializadas em trabalhos de
divulgação e de orientação aos clientes em vários segmentos do mercado e
utilizam em suas operações, grandes ambientes denominados call centers
ou centrais de atendimento, chamadas de serviço de atendimento ao cliente
(SAC)), permitindo variantes como por exemplo, serviço de atendimento ao
telespectador (SAT). Na década de 1980, o serviço se expandiu para outras
áreas, inclusive a política, quando o consultor em marketing Mauro Ferreira o
introduziu pela primeira vez, isto aconteceu mais precisamente na campanha para
vereador e prefeito do Rio de Janeiro em 1988. A partir daí foi-se
desenvolvendo e se tornou em uma das mais poderosas estratégias políticas e de
venda. O
telemarketing se tornou um sistema impopular, porque entra em contato
com o telefone dos clientes de maneira, muitas vezes, inoportuna e
desnecessária do ponto de vista do cliente.
Além disso, a maioria das ligações
é feita aleatoriamente por máquinas, que nem sempre conectam o operador a tempo
pra falar com o possível cliente. Por isso, em segundos a ligação cai, logo
depois de causar a perturbação. A Agência
Nacional de Telecomunicações, a Anatel, informa que estudos de mercado
estimam que ao menos um terço das ligações indesejadas no Brasil tem por
objetivo a venda de serviços de telecomunicações. Dessa forma, a Anatel exigiu
das empresas de telefonia uma solução para o problema, criando, assim o “Não me
perturbe” - um cadastro nacional para o bloqueio de ligações de telemarketing
das empresas de telecomunicações. Para não receber mais as ligações de
telemarketing de operadoras de telefonia, basta acessar https://naomeperturbe.com.br/ e cadastrar os números do seu
celular e do telefone fixo para não receber mais esses telefonemas. O
telemarketing tem sido utilizado eficazmente para potenciar negócios e
impactar diretamente o consumidor. De entre as principais vantagens para as
empresas utilizarem o telemarketing enquanto meio de comunicação com o seu
consumidor atual ou prospecto destacam-se as seguintes atividades.
Interatividade: O telemarketing
constitui um meio muito pessoal e interativo; Flexibilidade: As ações de telemarketing
tem uma flexibilidade muito grande porque pode servir para, num determinado
momento, potenciar uma campanha, e no momento seguinte para incentivar os
consumidores a ir ao ponto de venda; Rapidez: A qualquer momento uma estratégia
pode ser modificada, uma vez que as informações sobre a implementação das ações
chegam rapidamente; Optimização: Num só contacto podem ser recolhidas muitas
informações sobre um cliente e as suas necessidades e preferências; Controle:
As operações de telemarketing são relativamente fáceis de controlar e de
implementar, se devidamente alicerçadas num sistema informático; Alvo: O
fornecedor de serviços de telemarketing adapta facilmente o conteúdo e o
preço dos seus serviços consoante a segmentação desejada; Cobertura: Pode atingir distâncias continentais em
segundos, pois permite uma cobertura larga e controlada; Comodidade: Tanto para
o comprador quanto para o vendedor; Custo; Vender por Telemarketing tem custo
mais flexíveis já os custos de comissões, estrutura e logística são menores que num ponto de venda físico; Rapidez: Um operador de telemarketing pode
efetuar mais contatos que um vendedor num mesmo período de tempo social.
Toda organização é uma construção
histórica e social. A origem das formas de organizar, das estruturas
administrativas e da direção capitalista está estreitamente relacionada à
evolução dos sistemas de cooperação. O mestre artesão é libertado do trabalho
manual passando a diretor quando a quantidade de mais-valia produzida induz. As
formas de cooperação na manufatura, analisadas por Marx, gênese das estruturas
administrativas contemporâneas e da função dirigente imposta pelo caráter
antagônico do processo capitalista de produção, orientam-se pela apropriação de
mais-valia. O estudo das estruturas administrativas das organizações e suas relações
técnicas com a produção não explicam profundamente o significado destas relações
por trás das organizações. Para isso, as estruturas administrativas e a função
autoritária devem ser analisadas como primícias do desenvolvimento das forças
produtivas. Da necessidade de reprodução ampliada do capital e da necessidade
de dominação expressa nos mercado global da informação e comunicação social que se impõe como
necessidade das redes inseridas no processo de globalização e não do trabalho.
O
programa assistencialista “Criança Esperança” surgiu da simbolização do ator
Renato Aragão que durante a seca no Ceará, em 1985, resolveu ajudar seus
conterrâneos e pediu auxílio à rede Globo onde trabalha. No ano seguinte, em
1986, a Globo resolveu fixar o projeto social em sua grade anual, mas voltado
para crianças e com um nome diferente, durante o programa comemorativo dos 20
anos de Os Trapalhões, por isso, o
especial teve nome “20 Anos Trapalhões - Criança Esperança”. No início, a rede Globo
de Televisão constituiu afinidade eletiva com o Fundo das
Nações Unidas Para a Infância (UNICEF), em que possibilitou que a rede do
Sr. Roberto Marinho pudesse exibir shows anuais ao vivo. Naquele ano foi
realizado um Programa Especial dos Trapalhões
com nove (9) horas de duração também contemplando o domingo. O objetivo era
publicitar a opinião pública sobre “a situação da infância no Brasil”. A partir
de 1987, surge a ideia do “Programa Especial para solicitar
contribuições financeiras que viessem a ser repassadas para entidades com
trabalho voltado para crianças em vulnerabilidade social”. A
burocracia é uma forma de organização social onde a hierarquia de autoridade se
sobrepõe à divisão técnica e social do trabalho.
O surgimento de novas técnicas de racionalização do trabalho social, possibilitou o desenvolvimento de novas especializações e concomitantemente
criaram-se interdependências organizacionais através da necessidade da
cooperação, resultando na ampliação do sistema burocrático. Desenvolveu-se a
tecnologia avançada associada à organização autocrática, monística, hierárquica
de uma era mais simples. Mas o que precisamos ressaltar é que a representação dessa
necessidade de cooperação não surgiu como decorrência do avanço tecnológico. A
associação da tecnologia dita avançada a uma organização autocrática,
hierárquica, de uma era desenvolvimentista mais simples, responde também a uma
necessidade política. Evidencia-se uma necessidade de controle social da força de trabalho
em que o uso moderno de burocracia, como organização institucionalizada, representa outra resposta
a uma necessidade real que transforma a esfera de ação técnica em política.
Em 2013, o Mesão da Esperança cresceu e costurou a programação da rede Globo
durante o dia. No sábado - 31 de agosto - de 08h às 23h30, os apresentadores
Alex Escobar, Ana Furtado, André Marques, Glenda Kozlowski, Glória Maria,
Sandra Annenberg, Tadeu Schmidt, Tiago Leifert e Zeca Camargo, comandaram cerca
de 200 artistas que se revezaram para atender às ligações dos telespectadores. Conduzido
por Flávio Canto, Dira Paes, Lázaro
Ramos e Leandra Leal, o show empresarial da campanha “Criança Esperança 2016”
reuniu talentos da música nacional, promovendo encontros inéditos. O cantor
sertanejo Luan Santana foi o primeiro a se apresentar nos Estúdios da rede
Globo, no Rio de Janeiro. Também passaram pelo palco Carlinhos Brown, Michel
Teló, Marcelo Jeneci, Ana Carolina e Anitta, entre outros. Além das
apresentações musicais, vídeos exibidos durante o espetáculo levantaram o debate e a reflexão social sobre questões em torno do racismo, violência, educação e gênero. A Campanha
Criança Esperança no decorrer de 30 anos, “vem criando oportunidades de
desenvolvimento para crianças, adolescentes e jovens”. Em 2016, são apoiados 62
projetos sociais em várias regiões do Brasil, além dos três Espaços Criança Esperança, localizados
nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Jaboatão dos Guararapes, em
Pernambuco. As listas completas dos projetos encontram-se no site desta
campanha.
Nestes dias tivemos uma aparente festa
pela solidariedade na campanha “Criança Esperança 2017” da rede Globo de televisão com
a UNESCO que atua na defesa dos direitos da criança de adolescente. A
apresentadora Simone Castro e o repórter cinematográfico Josivan Gomes foram ao
Rio de Janeiro conferir os bastidores de toda essa mega produção. A festa
“Criança Esperança” representou um dia em que toda a programação da Rede Globo
ficou voltada para o projeto, transmitindo os bastidores. E o Programão traz a cobertura completa do
famoso “Mesão da Esperança”, quando
artistas, desportistas e famosos “se juntam em uma corrente de amizade e
atendem às ligações dos doadores”. Além da troca de experiências com
profissionais de TV e web, de várias emissoras afiliadas. A equipe da Rede Clube produziu
flashes para a programação durante
todo o fim de semana, entradas ao vivo e reportagens para os telejornais
locais. “Criança Esperança” é uma campanha nacional de mobilização social que
ideologiza a conscientização em prol dos direitos da criança e do adolescente,
promovida pela rede Globo de Televisão, inicialmente em parceria com a UNICEF e atualmente
com a UNESCO. O projeto social é uma das mais bem-sucedidas marcas econômicas relacionadas
a programas dirigidos às crianças
carentes em todo o mundo ocidental. Anualmente, são realizados os shows que incentivam as
doações feitas pelos telespectadores
e por várias instituições, além disso, é claro, com a participação dos atuais “mobilizadores
do Criança Esperança”.
Historicamente,
vale lembrar, o grande mérito de Lewis Morgan, afirma Friedrich Engels, é o de
ter descoberto e restabelecido em seus traços essenciais esse fundamento
pré-histórico da nossa história escrita e o de ter encontrado, nas uniões gentílicas
dos índios norte-americanos, a chave para decifrar importantíssimos enigmas,
ainda não resolvidos, da história da Grécia, Roma e Alemanha. Sua obra não foi
trabalho de um dia, como ocorre na modernidade através de survey`s. Levou cerca de 40 anos elaborando seus dados. O estudo da
história da família começa, de fato,
em 1861, com o “Direito Materno”, de Bachofen. Nesse livro o autor formula as
seguintes teses, resumidamente: 1. Primitivamente, os seres humanos viveram em
promiscuidade sexual; 2. Estas relações excluíam toda possibilidade de estabelecer,
com certeza, a paternidade; 3. Em consequência desse fato, as mulheres, como
mães, como únicos progenitores conhecidos da jovem geração, gozavam de grande
apreço e respeito, chegando ao domínio feminino absoluto; 4. A passagem para a
monogamia incidia na transgressão de uma lei religiosa antiga, em que devia ser
castigada, ou cuja tolerância se compensava com a posse da mulher por outros
homens. Bachofen encontrou as provas dessas teses em trechos da literatura
clássica por ele reunidos com zelo singular.
O sucessor imediato de Bachofen
nesse terreno entrou em cena em 1865, sem jamais ter ouvido falar dele. Esse
sucessor foi J. F. Mac Lennan, o polo oposto de seu predecessor. Ao invés do
místico genial, temos aqui um árido jurisconsulto; em lugar de uma exuberante e
poética fantasia, as plausíveis combinações de um arrazoado de advogado. Mac
Lennan encontra em muitos povos selvagens, bárbaros e até civilizados, dos
tempos antigos e modernos, uma forma de matrimônio em que o noivo, só ou
assistido por seus amigos, deve arrebatar sua futura esposa da casa dos pais,
simulando um rapto com violência. Este costume deve ser vestígio de um costume
anterior, pelo qual os homens de uma tribo obtinham mulheres tomando-as
realmente de outras tribos, pela força. Mas como teria nascido esse “matrimônio
por rapto”? Enquanto os homens puderam encontrar mulheres suficientes em sua
própria tribo, não tiveram motivo para semelhante procedimento. Por outro lado,
e com frequência não menor, encontramos em povos não civilizados certos grupos que
em 1865 ainda eram muitas vezes identificados com as próprias tribos no seio
dos quais era proibido o matrimônio, vendo-se os homens obrigados a buscar
esposas – e as mulheres, esposos – fora do grupamento social;
outro costume existe, pelo qual os homens só devem procurar suas esposas no seio de seu próprio grupo.
Além disso, também Morgan observara
e descrevera perfeitamente o mesmo fenômeno, em 1847, em suas cartas sobre os
iroqueses, e em 1851 na Liga dos Iroqueses, ao passo que a mentalidade do
advogado de Mac Lennan causou confusão ainda maior sobre o assunto do que a
causada pela fantasia mística de Bachofen no terreno do direito materno. Outro
mérito de Mac Lennan consiste em ter reconhecido como primária a ordem de
descendência baseada no direito materno, conquanto, também aqui, conforme
reconheceu mais tarde, Bachofen se lhe tenha antecipado. Mas, também neste
ponto, ele não vê claro, pois fala, sem cessar, “em parentesco apenas por linha
feminina” (“kinship through females only”), empregando continuamente essa
expressão. Exata apara um período anterior, na análise de fases posteriores de
desenvolvimento e verdade que a filiação e o direito de herança continuam
a contar-se segundo a linha materna. O parentesco por linha paterna
também já está reconhecido e se
expressa na estreiteza de critério do jurisconsulto, que forja um termo
jurídico socialmente fixo e continua aplicando-o, sem modifica-lo.
Não
obstante, sua teoria foi acolhida na Inglaterra com grande aprovação e
simpatia. Mac Lennan foi considerado por todos como o fundador da história da
família e a primeira autoridade na matéria. Sua antítese entre as “tribos”
exógamas e endógamas continuou sendo a base reconhecida das opiniões
dominantes, apesar de certas exceções e modificações admitidas, e se
transformou nos antolhos que impediam ver livremente o terreno explorado e, por
conseguinte, todo progresso decisivo. Em face do exagero dos méritos de Mac
Lennan, que ficou em voga na Inglaterra e, seguida a moda inglesa, em toda a
parte, devemos assinalar que, ratifica o genial Friedrich Engels, com sua
antítese dialética de “tribos” exógenas e endógamas, baseada na mais pura
confusão, ele causou um prejuízo maior do que os serviços prestados em suas próprias
pesquisas.
Imediatamente
depois, em torno de 1871, apareceu Morgan com documentos novos e, sob muitos
pontos de vista, decisivos. Convencera-se que o sistema de parentesco próprio
dos iroqueses, e ainda em vigor entre eles, era comum a todos os aborígenes dos
Estados americanos, quer dizer, estava difundido em todo o continente, ainda
quando em condição formal com os graus de parentesco que resultam do sistema
conjugal ali imperante. Incitou, então, o governo federal norte-americano que
recolhesse informes sobre os sistemas de parentesco dos demais povos, de acordo
com um formulário e quadros elaborados por ele mesmo. Morgan publicou os dados
coligidos e as conclusões que deles tirou em seu “Sistema de Consanguinidade e
Afinidade da Família Humana” em 1871, levando, assim, a discussão para um campo
infinitamente mais amplo. Tomou como ponto de partida os sistemas de parentesco
e, reconstituindo as formas de família a eles correspondentes, abriu novos
caminhos à investigação e criou a possibilidade de se ver muito mais longe na
pré-história da humanidade. A aceitação desse método reduzia a pó as frágeis
definições de Mac Lennan.
O
descobrimento da primitiva gens do
direito materno, como etapa anterior à gens
de direito paterno dos povos civilizados, tem, para a história primitiva, a
mesma importância que a teoria da evolução de Darwin para a biologia e a teoria
da mais-valia, enunciada por Marx, para a economia política. Essa descoberta
permitiu a Morgan esboçar, pela primeira vez, uma história da família, onde
pelo menos as fases clássicas da sua evolução, em linhas gerais, são
provisoriamente estabelecidas, tanto quanto permitem os dados. Evidentemente,
iniciou-se uma nova era no estudo da pré-história da etnologia. Em torno da
gens de direito materno, gravita, toda essa ciência; desde seu descobrimento,
sabe-se em que a direção encaminhar as pesquisas e o que estudar, assim como de
que modo devem ser classificados os resultados. Por isso, fazem-se nesse
terreno, progressos muito mais rápidos que antes de aparecer o ensaio de
Morgan, “Ancient Society”. Reconstituindo retrospectivamente a história da
família, chega, de acordo com a maioria de seus colegas, à conclusão de que
existiu uma época primitiva em que imperava, no seio da tribo, o comércio
sexual promíscuo, de modo que cada mulher pertencia igualmente a todos os
homens e cada homem a todas as mulheres.
No século XIX, já se havia feito menção a esse estado primitivo, mas apenas de modo geral; Johann Bachofen foi o primeiro; um dos seus maiores méritos, fato essencial que o levou a sério e procurou seus vestígios ou indícios nas tradições históricas e religiosas. Em segundo lugar quando nos referimos historicamente à infância podemos nos referir a esta etapa da vida como uma abstração, como um conjunto de fatores sociais que instituem determinadas posições que incluem a família, a escola, pai, mãe, entre outros que colaboram para que haja determinados modos de pensar e viver a infância. A respeito disso, basta verificarmos que desde o século XII até início do século XX, a sociedade vem criando conceitos e modelos para infância, além de mecanismos que a valorizem, principalmente a infância pobre e desvalida, pois de acordo com a obra de Ariès, o sentimento sobre a infância se dá nas camadas mais nobres da sociedade. Resgatar a história social da criança brasileira é vis-à-vis rememorar com o passado e presente que se intui, e que não se pode ignorar através das tragédias que atravessaram a vida de milhares de meninos e meninas adolescentes. O abandono de bebês, a venda de crianças escravas separadas de seus pais, a vida em instituições que significavam mera sobrevivência, as violências cotidianas que não excluem os abusos sexuais, as doenças, queimaduras e fraturas que sofrem no trabalho escravo persistente e operário, são fatores sociais graves à memória por mais de três séculos a história da infância no Brasil.
No século XIX, já se havia feito menção a esse estado primitivo, mas apenas de modo geral; Johann Bachofen foi o primeiro; um dos seus maiores méritos, fato essencial que o levou a sério e procurou seus vestígios ou indícios nas tradições históricas e religiosas. Em segundo lugar quando nos referimos historicamente à infância podemos nos referir a esta etapa da vida como uma abstração, como um conjunto de fatores sociais que instituem determinadas posições que incluem a família, a escola, pai, mãe, entre outros que colaboram para que haja determinados modos de pensar e viver a infância. A respeito disso, basta verificarmos que desde o século XII até início do século XX, a sociedade vem criando conceitos e modelos para infância, além de mecanismos que a valorizem, principalmente a infância pobre e desvalida, pois de acordo com a obra de Ariès, o sentimento sobre a infância se dá nas camadas mais nobres da sociedade. Resgatar a história social da criança brasileira é vis-à-vis rememorar com o passado e presente que se intui, e que não se pode ignorar através das tragédias que atravessaram a vida de milhares de meninos e meninas adolescentes. O abandono de bebês, a venda de crianças escravas separadas de seus pais, a vida em instituições que significavam mera sobrevivência, as violências cotidianas que não excluem os abusos sexuais, as doenças, queimaduras e fraturas que sofrem no trabalho escravo persistente e operário, são fatores sociais graves à memória por mais de três séculos a história da infância no Brasil.
As
organizações usam da imagem e de sua simbolização para criar um discurso, no
qual, os atores sociais integrantes do contexto organizacional (cf. Touraine,
1984), possam se identificar e sintam-se parte do espetáculo organizacional.
Surgem modelos de gestão caracterizados pela linguagem simbólica e pela
disseminação de imagens. A sociedade do espetáculo e do hiper-espetáculo
permeia as literaturas das ciências sociais contemporâneas. Guy Debord, por
outro lado, é pioneiro na explicação do “espetáculo” como uma forma de
sociedade em que a vida real é fragmentada, se já não é um truísmo,
sociologicamente, onde os indivíduos passam a contemplar e a consumir
mercadologicamente as imagens de quase tudo o que lhes falta em sua existência
real. A realidade torna-se imagem e as imagens tornam-se aparentemente realidade.
A unidade que falta ao indivíduo recupera-se no plano da imagem. Enquanto, a primeira
fase do domínio da economia sobre a vida caracterizava-se pela conspícua degradação
do ser em ter, no espetáculo chegou-se ao reinado soberano do aparecer social.
As relações entre os homens são mediadas pelas coisas e subsumidas diretamente pelas
imagens. Nos dias 19 e 20 de agosto, toda a programação da rede Globo
é dedicada ao programa empresarial Criança Esperança, chamada de “Maratona da Esperança”.
Um time de “mobilizadores”
sociais esteve à frente do chamado “Mesão da Esperança” para comandar as entradas (ao
vivo) em toda a programação da rede Globo. No sábado, Ana Paula Araújo, Zeca
Camargo, Fernanda Gentil, Fabiana Karla, Angélica, Luciano Huck, Sandra
Annenberg, Monica Iozzi, Maria Julia Coutinho e Fátima Bernardes, “ancoraram”
as participações nas edições especiais do É
De Casa, Globo Esporte, Estrelas, Caldeirão do Huck, além das novelas e dos telejornais. No domingo,
Patrícia Poeta, Ana Furtado, Ana Maria Braga, Fernanda Lima, Claudia Leitte e
Regina Casé apresentam os flashes, a
partir do Esporte Espetacular e
outros apresentaram até o Fantástico.
Uma noite de reflexão e celebração à união. A noite de sábado foi marcada pelo
tradicional show “Criança Esperança”, ao vivo, após a ideologia da novela “A
Força do Querer”, diretamente dos Estúdios Globo, com direção de Raoni Carneiro
e artística de Rafael Dragaud. O time de “mobilizadores” formado por artistas globais: Leandra
Leal, Dira Paes, Flávio Canto e Lázaro Ramos foram os apresentadores do espetáculo,
que teve como tema “Sua Esperança Não Está Sozinha”, contrariando Paulo Coelho quando
se refere ao ator em encontros no palco. Vídeos nevrálgicos à sociedade
brasileira como ética, família, violência, diversidade, conduziram a sonoridade
estética e filantrópica abaixo da linha do Sul do Equador nas representações musicais.
Bibliografia
geral consultada.
LLOYD, Geoffrey Ernest Richard, Le Temps Dans la Pensée
Grecque. Paris: Editeur Organisation des Nations Unies, 1972; TOURAINE, Alain, Le Retour de l`acteur. Essai de Sociologie. Paris: Éditions Fayard, 1984; LANDIM,
Leilah, Para Além do Mercado e do Estado?
Filantropia e Cidadania no Brasil. Rio de Janeiro, 1993; FERNANDES, Rubens
Cesar, Privado Porém Público: O Terceiro Setor na América Latina.
2ª edição. Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará, 1994; PEREIRA, Custódio, Captação de Recursos (Fund Raising):
Conhecendo Melhor Porque as Pessoas Contribuem. São Paulo: Editor
Mackenzie, 2001; DEL
PRIORE, Mary, História da Infância no
Brasil. 4ª edição. São Paulo: Editor Contexto, 2004; GOMES, Ana Ângela Farias, A Midiatização do Social: Globo e Criança Esperança Tematizando a Realidade Brasileira. Tese de Doutorado em Ciências da Comunicação. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2007; SOUZA, Alessandro Souza de, Manifestações do Público Receptor sobre Ações de Responsabilidade Sociocomunicacional: Um Estudo de Caso a partir das Comunidades do Projeto Criança Esperança no Orkut. Dissertação de Mestrado em Comunicação. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2009; CARDOSO, Ercio do
Carmo Sena, Televisão e Conexão Social Dimensões Significativas de uma Campanha.
Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Letras. Belo Horizonte: Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, 2011; SANTOS, Vitória Brito, Ela se Juntou com um Cara! Um Estudo sobre Casamento de Crianças no Brasil. Comunicação e Direitos Humanos. Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social. Dissertação de Mestrado. Novo Hamburgo: Universidade Feeevale, 2017; FERREIRA, Eveline Andrade, Políticas Educacionais na Escola: O Papel Mediador dos Diretores. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Centro de Educação. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará, 2017; MITRAUD, Francisco Silva, Comunicação, Consumo e Mobilizações Contemporâneas. Representações Midiáticas da Multidão em Contextos de Resistência. Tese de Doutorado. Escola de Propaganda e Marketing em Comunicação e Práticas de Consumo. São Paulo: Escola Superior de Propaganda e Marketing, 2017; entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário