quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Lucy Liu – Beleza, Técnica & Arte Cinematográfica.

                                Ubiracy de Souza Braga*

                             Depois de encarnar a linguagem, o personagem real vem naturalmente”. Lucy Liu
 
 
 
                
            Em primeiro lugar, a palavra gueixa significa literalmente artista (trabalho) e desde o final do século XVIII, etnograficamente pode descrever uma série de artistas japonesas: “Shiro”, puramente uma apresentadora; “kerobi”, uma gueixa acrobata; “kido”, uma gueixa que estava na entrada de carnavais, ou “joro”, uma prostituta, sendo esta a profissão que gueixas têm sido erroneamente mal interpretadas por muitos anos em que não detém o conhecimento etnológico de interpretação da cultura. A dança das gueixas evoluiu a partir da executada no palco do kabuki. As danças “selvagens e ultrajantes” transformaram-se em uma forma mais sutil, estilizada, passando a uma forma controlada. São disciplinadas, semelhante ao Tai Chi, vale lembrar, uma arte marcial chinesa interna, parcialmente baseada no bagua. Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento. Os princípios do taiji Quan remetem ao taoismo e à alquimia chinesa relacionada ao taoísmo. Seus praticantes utilizam os Cinco Elementos; o Tao, a relação entre Yin e Yang; o Ki; o I-Ching; a astrologia chinesa; os princípios do feng shui, e da medicina tradicional chinesa.

Cada dança usa gestos para narrar uma história. Um conhecedor pode entender seu simbolismo. Um gesto de mão, representa ler uma carta de amor. O canto de um lenço na boca falta de modos. As mangas longas do quimono para simbolizar situações de fortes emoções em lágrimas. A utilização dos quimonos iguala a estampa para a estação. Há estampas multicoloridas para cada estação do ano. Algumas mulheres vão além. Subdividem as estampas e cores por mês. Assim, cada mês representativo do ano é representado por uma estampa e gama de cores específica. A maquiagem da gueixa é sua grande característica marcante. Mas esta é usada de acordo com seu grau de experiência. É um processo demorado aplicado antes de se vestir para evitar sujar o quimono. Quando aprendiz, a gueixa usa a maquiagem de forma regular e mantém todo o rosto branco.

Ela realmente só usa a maquiagem quando precisa dançar ou para demonstrar seu desempenho a algum cliente. Quem aplica essa maquiagem na gueixa podem ser a sua “onee-san” (ou irmã mais velha) ou pela “okaa-san” (ou gueixa-mãe), de sua casa de gueixas. Sua aplicação é feita com muito cuidado, pois, ao cometer um erro, o aprendiz que está a maquiar seria obrigado a limpar tudo e começar novamente. O tempo de duração dessa maquiagem pode ser de até duas horas. É impossível ver uma maquiagem assim e instantaneamente não associar a imagem a elas. As mulheres daquela deste tempo e até nos dias atuais usavam pó de farinha de arroz ou um pó à base de chumbo misturado com água. Vira uma pasta fina e com ela, aplicavam na pele como se fosse uma base, aplicando pelo rosto todo, pescoço e colo. Têm o hábito também de arrancar todos os pelos das sobrancelhas e depois de aplicarem a pasta branca no rosto, faziam sobrancelhas falsas no alto da testa. E um hábito higiênico chamado Ohaguro que consiste em escurecer os dentes com uma mistura que envolve os procedimentos de utilização de limalha de ferro oxidado mergulhada em uma solução ácida. A aplicação desta mistura deve ser repetida a cada dois dias, porque em caso contrário os dentes voltam a ser branco.

Nos estágios iniciais da história cultural japonesa, existiam artistas do sexo feminino chamado “saburuko” (“meninas que servem”), que eram em sua maioria “meninas vagando” cujas famílias haviam sido deslocadas nas lutas no fim do século VII. Algumas “dessassaburukos” vendiam serviços sexuais, enquanto outras com uma melhor educação ganhavam a vida entretendo uma alta classe da sociedade em encontros sociais. Após a corte imperial mudar a capital para Heian-kyō (Kyoto) em 794, no início do período Heian, as condições que formam a cultura japonesa da gueixa começaram a surgir, e depois se tornaram o lar uma elite política obcecada pela beleza e mistério dessa cultura. Na cultura japonesa, a mulher ideal era uma mãe modesta e gerente da casa. Para o prazer sexual e apego romântico, os homens procuravam por cortesãs. No Japão, a condição comportamental de gueixa é simultaneamente cultural, simbólica e repleta de status, delicadeza e tradição. Ao longo dos séculos, ocorreu um aprimoramento nesse contexto social que foi desenvolvido pelo aperfeiçoamento da técnica dessas artes e pela estrutura rígida e polida para se tornar uma gueixa e permanecer como tal.

Lucy Alexis Liu é filha de Tom Liu, engenheiro civil, e Cecília Liu, bioquímica, Lucy é a segunda filha do casal, tendo como irmão John Liu. Apesar da origem chinesa, Lucy Liu cresceu num bairro italiano e diz que sofreu “alienação cultural”, por ter uma aparência asiática. A atriz completou a escola secundária em 1986, na Stuyvesant H.S. e estudou na Universidade de Nova Iorque por um ano, mas acabou desistindo dessa universidade e foi estudar na Universidade de Michigan, onde se formou especificamente em Línguas e Culturas Asiáticas, enquanto do ponto de vista artístico estudava representação, dança e representação de técnicas vocais. As práticas orientais de Liu vão muito além da sua formação na Universidade. Ela é fluente em Chinês Mandarim, a língua mais falada no mundo, com mais de um (01) bilhão de falantes nativos e pratica artes marciais indonésias, inclusive Kali Eskrima Silat (K.E.S.A.), que é uma luta rude com facas e varas. A sino-americana ficou reconhecida por seu papel na série de televisão Ally McBeal e participou de vários filmes com papeis notáveis, incluindo “Chicago”, “Kill Bill” e “Charlie`s Angels”. Ela está presente semanalmente nas participações no seriado de TV “Elementary” quando representa uma versão contemporânea do personagem Sherlock Holmes, criado por Arthur Conan Doyle, mas com as histórias se passando nos Estados Unidos da América (EUA). É estrelada por Jonny Lee Miller, como Holmes e Lucy Liu, como Watson, com a analogia  fantástica da singular Drª. Watson.




            O desporto e as artes marciais são duas formas de conhecimento que apresentam algumas diferenças na sua essência. Artes marciais são disciplinas físicas e mentais codificadas em diferentes graus, que tem como objetivo um alto desenvolvimento de seus praticantes para que possam defender-se ou submeter o adversário mediante diversas técnicas. São sistemas para treinamento de combate, geralmente sem o uso de armas de fogo ou de outros dispositivos modernos. Atualmente, as artes marciais, para além de praticadas enquanto treinamento militar, policial e de defesa pessoal, são também praticadas como Desporto de combate. No início do século XX, as artes marciais mudaram radicalmente os seus fundamentos e passaram a ter uma presença mais espiritual e introspetiva na mente de todos os seus praticantes. O termo “Do” que está presente em várias disciplinas marciais, como o Judo, Karate-Do, Taekwondo, Aikido, Kendo, entre outras, significa arte e método e é por isso que todas as modalidades marciais são uma referência no desporto mundial, pois cultivam a ordem e um método de ensino disciplinado dos seus elementos. Existem diversos estilos, sistemas e escolas de artes marciais. O que diferencia as artes marciais da mera violência física cotidiana, como  as brigas de rua, é a organização de técnicas num sistema coerente de combate e desenvolvimento físico, mental e espiritual como a prática de exercícios físicos utilizado em exercícios da escola.
           No período histórico moderno e contemporâneo, diversas práticas e saberes marciais ficaram vinculadas unicamente à luta e à defesa pessoal, situação muito distinta do Oriente, do ponto de vista da análise comparada, que as integra a um sistema filosófico que prepara o praticante também física e espiritualmente, criando uma consciência da futilidade de viver competindo e de utilizar sua arte para defender quem não tem o mesmo preparo disciplinar. Mas a Europa também mantinha uma tradição filosófica de unir a arte marcial às ciências, desde o período greco-romano, passando pelos nobres europeus na Idade Média e cientistas no Renascimento, todos aplicavam o método científico em suas práticas. Atualmente, pessoas de elite de uma boa parte  do mundo estudam artes marciais por diferentes aspectos desde a estética a outros motivos pessoais: condicionamento físico, defesa pessoal, coordenação física, lazer, desenvolvimento pessoal de disciplina, participação em um grupo social e estruturação da personalidade, visto que a prática de condicionamento possibilita o extravasamento da tensão que harmoniza o indivíduo, focalizando-o positivamente. O enfoque na respiração proporciona benefícios físicos e psicológicos, como diminuição do cansaço, potencialização dos movimentos, aumento da autoconsciência etc. O episódio Paint it Black, o 22º da segunda temporada da intrigante série Elementary foi a primeira experiência de Lucy Liu na direção.
 
Atualmente, as artes marciais e o desporto estão interligados entre si pelas regras desportivas que os seus praticantes seguem e respeitam. Elas são definidas para a segurança de todos e é por isso que as competições são divididas por sexo, idade, peso e classes, de modo a que sejam o mais equilibradas possível. Por exemplo, a competição de Taekwondo não permite que sejam aplicados socos na cabeça, assim como outras artes marciais têm medidas específicas que visam proteger a integridade física dos seus praticantes. No entanto, a existência das regras (cf. Durkheim, 2010) distingue um combate de competição de uma luta pela própria vida. A prática do desporto é justa e equilibrada, contudo, quando se trata de lutar pela vida, a justiça deixa de ter um valor absoluto e todos querem ter uma vantagem em relação aos demais. Quando se trata da defesa pessoal, a ameaça não surge necessariamente do mesmo sexo, peso ou classe e as artes marciais aqui são treinadas para serem aplicadas como medidas de prevenção contra todos. As artes marciais trabalham a sobrevivência e estão dispostas a cumprir as “regras de rua”, isto é a inexistência de regras, ao passo que no desporto, existem regras que todos têm obrigatoriamente de cumprir. As artes marciais incluem vários exercícios que se destinam a manter a segurança de todos os indivíduos, mas é sempre uma simulação de um combate real. O desporto permite que um praticante tire o melhor proveito das regras, sem se preocupar com o que poderia ocorrer  se estas fossem diferentes.             
         Lucy Liu nasceu em 1968, em Nova Iorque, e, como filha de pais emigrantes chineses tentou sempre preservar a sua herança cultural. Licenciou-se em Língua e Cultura Chinesa na Universidade de Michigan, que, como local da sua primeira representação, numa peça teatral, ficou como marco de origem do salto para uma carreira profissional. Entre 1990 e 1996, desempenhou pequenos papéis em séries como os Ficheiros Secretos,  uma série de televisão norte-americana de ficção científica criada por Chris Carter e exibida originalmente entre 10 de setembro de 1993 e 19 de maio de 2002 e Serviço de Urgência é um seriado de televisão norte-americano criado pelo escritor e ex-médico Michael Crichton. O nome ER é uma abreviação das iniciais em inglês de Emergency Room, ou em português: Sala de Emergência. A série mostra o cotidiano dos médicos e enfermeiras que trabalham numa sala de emergência do Country General Hospital, um fictício hospital de Chicago, Illinois. Após uma curta participação em Jerry Maguire (1996), inspirado no agente desportivo Leigh Steinberg, que atuou no filme como consultor técnico na equipe. Lucy Liu alcançou a notoriedade com a série televisiva Ally McBeal (1997-2002) onde desempenhou o papel da popular personagem Ling Woo. A série narra as aventuras de uma advogada e seu desejo de encontrar um parceiro ideal para se casar e de estar bem na vida, profissional e emocionalmente.
       Neste caso toda a trama se desenrola num escritório de advocacia, em Boston, onde Ally e o resto de seus colegas excêntricos trabalham e vivem situações bastante irreais. Seu talento abriu as portas para seu dom na carreira cinematográfica, em sucessos reveladores: Payback (1999), um filme norte-americano do ano de 1999 do gênero policial e suspense baseado no livro de mesmo nome do autor Donald E. Westlake. Foi dirigido por Brian Helgeland e estrelado por Mel Gibson, Gregg Henry, Maria Bello e Lucy Liu. Em Shangai Noon (2000), um western que ocorre no ano de 1881, Chon Wang (Jackie Chan) é um desastrado guarda do Imperador da China.  Quando a Princesa Pei Pei (Lucy Liu) é raptada da Cidade Proibida, Wang sente-se responsável e insiste em se juntar ao “batalhão de salvamento”, que parte para os Estados Unidos da América. “Charlie`s Angels” (2000), três belas, talentosas e inteligentes mulheres trabalham para Charlie, o chefe de uma agência de detetives que, sem armas, precisam desvendar o sequestro de um bilionário, utilizando apenas equipamentos de alta tecnologia, suas habilidades em lutas e seu charme feminino,  Chicago (2002),  o filme explora o tema do status de celebridade instantânea na cidade de Chicago da década de 1920. Dirigido e coreografado por Rob Marshall, e adaptado por Bill Condon, venceu seis prêmios Oscar em 2003, incluindo o de melhor filme do ano. Foi o primeiro musical a receber este prêmio desde Oliver!, de 1968, e Kill Bill (2003), no papel de O-Ren Ishii. Foi também na série Ally McBeal, sucesso televisivo que demarcou a sua grande oportunidade como artista, ingressando no elenco durante quatro excitantes temporadas.    
  Em Kill Bill I, têm-se Beatrix Kiddo e O’Ren Ishii. Suas personalidades estão intimamente ligadas aos codinomes, sendo este ponto uma fonte de possibilidades para a análise mítica. Além dos codinomes e as cores, acessórios e também os cenários estão incluídos. Todos eles possuem valores e significados simbólicos na trama desse instigante cineasta. O’Ren Ishii, interpretada por Lucy Liu, mereceu uma apresentação em linguagem diferenciada. Tarantino usou “anime” para apresentar a assassina ao publico. Ao analisar o nome O’Ren considera-se apenas silaba “Ren”, que em japonês, dependendo da frase, significa “lírio da água”. No simbolismo dos lírios, é ele que restitui a vida pura, promessa de imortalidade e salvação. Neste ponto vemos uma ligação com a pureza de alma e mesmo inocência. O codinome de O’Ren é “boca de algodão”, análogo ao uso das palavras. Contudo, na tradição japonesa, as mulheres têm em sua singularidade cultural suas emoções contidas. Ela fala de forma agradável e gentil, mas O’Ren não é japonesa, representa uma diversidade.  É meio japonesa, meio chinesa e sino-americana. Quando contrariada, transforma-se em assassina, demonstra a força criadora, o sopro divino, e tira a vida de quem estiver no meio de seu caminho. 
         O filme é um drama fictício de vingança, que homenageia antigos gêneros, tais como filmes antigos asiáticos de kung fu, filmes japoneses de samurai, western spaghetti italiano, trash, anime, uma grande referência à música popular e cultura pop; e alta violência deliberada. As gravações ocorreram nos Estados Unidos, México, Japão e China. Kill Bill narra a história de vingança de Beatrix Kiddo, interpretada por Uma Thurman, contra seus ex-parceiros do Esquadrão Assassino de Víboras Mortais, que tentaram assassiná-la no dia do ensaio do seu casamento. O filme começa uma luta e com a mulher com um homem, Bill, caminhando, no chão há cápsulas de balas e vários corpos, ele vai até Beatrix, que está ensanguentada e ferida, e lhe dá um tiro na cabeça, deixando-a para morrer. Nesta primeira parte o diretor exerce seu poder ao criar uma obra com violência caricata impressionante. Há pitadas de humor e muita ação. Inicia com um provérbio já denunciando o tom do filme: “Revenge is a dish best served cold”. Esta parte da obra mostra a vingança da Noiva contra Vernita Green (Vivica A. Fox) e O-Ren Ishii (Lucy Liu). Há explicações de o que aconteceu após ela ficar 4 anos em coma, sobre o passado de O-Ren Ishii (em anime), onde ela conseguiu a espada Hattori Hanzo e cenas de luta com destaque à travada contra Go-Go Yubari (Chiaki Kuriyama), além de uma apresentação musical do grupo de rock japonês The 5.6.7.8's.
             Provisoriamente podemos dizer: vingança é a perseguição que resiste, opõe-se e subestima. E terá esta perseguição suportada e conduzida à reflexão até hoje vigente. Quando procede a mencionada dimensão atribuída ao espírito de vingança? Então é preciso que tal dimensão seja vista desde a sua constituição íntima. Para que tal olhar venha a ter em certa medida algum sucesso, consideremos em que configuração essencial se manifesta modernamente. Esta estruturação essencial do ser vem à fala numa forma clássica, segundo a palavra de Nietzsche, no pensamento até hoje vigente determinado pelo “espírito de vingança”. Como pensa Nietzsche a essência da vingança, posto que ele a pensa metafisicamente? Podemos pensar á medida que temos a possibilidade para tal. Porém, ainda não nos garante que o possamos na possibilidade. Permitir que algo, segundo o seu próprio modo de ser, venha para junto de nós; resguardar insistentemente tal permissão. Podemos somente isso para o qual temos gosto – isso a que se é afeiçoado, à medida que o acolhemos. Verdadeiramente só gostamos do que, previamente e a partir de si mesmo, dá gosto. E nos dá gosto em nosso próprio ser à medida que tende para isso. Através desta tendência, reivindica-se nosso próprio modo de ser, agir e pensar. Nós o guardamos se não o deixamos fugir da memória, representante que é da concentração do pensamento. É o que cabe pensar cuidadosamente, sendo a palavra conselheira de nosso modo próprio de pensar.  
 
As “Charlie’s Angels” da primeira temporada da série em 21 de março de 1976, a princípio eram Kate Jackson (como Sabrina Duncan), Jaclyn Smith (como Kelly Garrett) e Farrah Fawcett (como Jill Munroe), mas que ao longo das temporadas da série, o elenco sofreu mudanças. A série teve 114 episódios e marcou a moda do final da década de 1970 e começo da década de 1980 com as mulheres copiando as roupas e os estilos de cabelo das panteras e principalmente o corte de cabelo de Farrah Fawcett, que se tornou um ícone da moda. Em 2000 foi lançado um filme baseado na série de 1976, As panteras, com atrizes que conhecemos muitos bem: Drew Barrymore, Cameron Diaz e Lucy Liu. Juntas trouxeram de volta as “Charlie’s Angels”, recebendo comando de Charlie. Entretanto a história se mostra um pouco diferente da original, com três mulheres com personalidades e habilidades diferentes que juntas formam um trio imbatível para o combate ao crime. Cameron Diaz faz Natalie uma mulher alegre, que adoro dançar e meio atrapalhada, Drew Barrymore fez Dylan uma mulher mais do rock n’ roll com o passado envolvendo crimes e Lucy Liu como Alex, a mais concentrada e com personalidade perfeccionista. Em 2003, o segundo filme: “Charlie’s Angels: Full Throttle” ainda demarca uma nova geração fabulosa no cenário artístico das Charlie’s Angels.           
Com o sucesso da série, a carreira cinematográfica de Liu adquire um impulso significativo, arrecadando o papel de “dominatrix” no filme de ação A Vingança, com Mel Gibson, de princesa raptada no western Shanghai Noon, com Jackie Chan e, finalmente, de anjo de Charlie ao lado de Cameron Diaz e Drew Barrymore, em 2000. Ao invés da subida progressiva da carreira, o guarda-roupa da atriz foi sempre equiparável à experiência de uma volta em montanha russa. Oscilando entre apostas fantásticas e espantosas, capazes de arrancarem um Oh de espanto ao mais cético, e opções de fazer ranger os dentes, Lucy Liu parece, ter atingido um ponto de estabilidade e inflexão na carreira artística, adotando casas como Versace, Monique Lhuillier, Roberto Cavalli e Carolina Herrera, para os visuais do famoso tapete vermelham. Com um traço sempre elegante, Lucy Liu realça o seu estilo romântico com folhos, chiffons e rendas, que, fatalmente, colocaram-na sempre perto do esquema kitsch e alguns “faux pas”, evidenciadas pela recorrência frequente aos dourados e prateados arriscados. Recentemente não por acaso foi escolhida pela Entertainment Weekly, como uma das mulheres mais sexy da televisão contemporânea. Liu pratica artes marciais, toca sanfona, escala montanhas e esquia normalmente. 

 A partir do instante em que, no seio de uma sociedade política, certo número de indivíduos têm e comum ideias, interesses, sentimentos, ocupações que o resto da população não partilha com eles, é inevitável que, sob a influência dessas similitudes, eles sejam atraídos uns para os outros, que se procurem,  teçam relações, se associem e que se forme assim, pouco a pouco, um grupo restrito, com sua fisionomia especial no âmbito da sociedade em geral. Porém, uma vez formado o grupo, dele infere uma vida moral que traz, naturalmente, a marca das condições particulares em que é elaborada. Porque é impossível que os homens vivam juntos, estejam regularmente em contato, sem adquirirem o sentimento do todo que formam por sua união. Sem que se apeguem a esse todo, se preocupem com seus interesses e o levem em conta em sua conduta. Esse apego a algo que supera o indivíduo, essa subordinação dos interesses particulares ao interesse geral, é a própria fonte de toda a atividade moral. Basta que esse sentimento precise e determine, que, aplicando-se às circunstâncias mais ordinárias e mais importantes da vida, se traduza em fórmulas definidas, para que se tenha um corpo de regras morais em via de se constituir. A moral doméstica não se formou de outro modo.
          O escopo por excelência da moralidade, é em virtude de características  bastante particulares de que teria o privilégio e que não se encontrariam em outro lugar em nenhum grau. A série Elementary de televisão estadunidense criada por Robert Doherty, estreou na CBS em 27 de setembro de 2012. Ela apresenta uma versão contemporânea do personagem Sherlock Holmes, criado por Sir Arthur Conan Doyle, mas com as histórias se passando nos Estados Unidos da América. É estrelada por Jonny Lee Miller, como Holmes e Lucy Liu, como Watson. Na série, Watson foi transformado em mulher, interpretada por Lucy Liu. Em Sherlock (Jonny Lee Miller) é um ex-consultor da famigerada Scotland Yard que chega a Nova Iorque após passar um período em um centro de reabilitação. 
Forçado por seu abastado pai a dividir seu apartamento com a Dra. Joan Watson, uma cirurgiã que perdeu a licença há três anos quando um de seus pacientes morreu, ele precisa se manter sóbrio e longe das drogas. Watson acompanha-o no trabalho de consultor da polícia de Nova Iorque. O contato de Sherlock no departamento é o Capitão Thomas Gregson, que o conheceu em Londres. Liu foi anunciada no elenco em fevereiro de 2012. Em julho do mesmo ano, ela disse que Watson não é “alguém que está sobre a linha lateral; ela é sua companheira sóbria, ela está envolvida nele, não o mistério”. A partir desse ponto a história policial floresce. Antes da estreia da série, vale lembrar, ela foi recebida com algumas críticas, naturalmente, uma vez que seguiu de perto a adaptação moderna da BBC Sherlock. Após a estreia, ela foi escolhido para uma outra temporada completa e depois seguida de mais dois episódios. Desde então, a série tem sido bem recebida pelos críticos de arte, que elogiaram as performances, tanto quanto a escrita, a nova abordagem do material original e, claro, o novo e moderno detalhamento em toda a adaptação da série em Nova York, até o tamanho do arenito visto pela primeira vez na estreia da série. 
Bibliografia geral consultada.
MEYER, Charles, Histoire de la Femme Chinoise. 4000 Ans de Pouvoir. Paris: Editeur Jean-Claude. Lattès, 1986; PEREIRA, Ondina Pena, O Feminino em Jean Beaudrillard: Rito de Passagem do Modo de Produção ao Modo de Sedução. Dissertação de Mestrado em Filosofia. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1990; RORTY, Richard, Contingência, Ironia e Solidariedade. Lisboa: Editorial Presença, 1994; DURAND, Gilbert, A Imaginação Simbólica. Lisboa: Edições 70, 2000; SANTOS, Boaventura de Souza, A Crítica da Razão Indolente: Contra o Desperdício da Experiência. São Paulo: Cortez Editores, 2000;  BAUMAN, Zygmunt, Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004; Idem, Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005; GERNET, Jacques, Le Monde Chinois.  Paris: Armand Colin Editeur, 2005; PALLARESAUGRAS, Monique, Imaginário da Magia: Magia do Imaginário. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes; Editora PUC, 2009; DURKHEIM, Émile, Da Divisão do Trabalho Social. 4ª edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2010; SANTOS, Fabrício Cordeiro dos, A Cinefilia no Cinema de Quentin Tarantino. Dissertação de Mestrado. Program de Pós-Graduação em Comunicação. Mestrado em Comunicação. Faculdade de Informação e comunicação. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2013; OLIVEIRA, Fernando Maluf Dib, A Constituição da Identidade na Pós-Modernidade: O Simulacro da Realidade. Dissertação de Mestrado. Instituto de Ciências Sociais. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2016;  entre outros.
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* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).

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