quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Paulinho da Viola & Samba, Amigos: Show Meu Mundo é Hoje!

                                                                               Ubiracy de Souza Braga*

               Não levarei arrependimentos nem o peso da hipocrisia”. Paulinho da Viola
 

No início da carreira como compositor e instrumentista Paulinho da Viola foi parceiro de nomes ilustres do samba carioca, como Cartola, Elton Medeiros e Candeia, mas também compõe choros, representando um dos mais talentosos músicos que deu origem à música popular brasileira (MPB).  Filho mais velho do violonista Benedicto Cesar Ramos de Faria, integrante da primeira formação do grupo de choro “Época de Ouro”. Paulinho da Viola nasceu no tradicional bairro de Botafogo em 1942. Desde pequeno gostava de ouvir choros e sambas. De conviver com grandes chorões como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Dilermando Reis, observando a maneira de tocar dos músicos. Isto é decisivo porque comparativamente na “observação participante”, enquanto técnica utilizada em investigação há que realçar seus objetivos muito além da pormenorizada visão, através da interpretação e descrição dos componentes de uma determinada situação, permitindo a identificação do sentido, a orientação e a dinâmica do momento apropriado. Requer a necessidade de eliminar perdas subjetivas para que possa haver a compreensão prática e interações entre sujeitos. Aquele que investiga irá adquir treino nas suas habilidades instrumentais e capacidades para utilizar a técnica.

O disco fonográfico, o pensamento musical, a notação musical, as ondas sonoras, lembrava Ludwig Wittgenstein, todos estão uns para os outros naquela relação interna de representação que é a que existe entre a linguagem e o mundo comum a todos eles. No fato de haver uma regra geral, pela qual o músico pode extrair a sinfonia da partitura, através da qual se pode deduzir a sinfonia das estrias do disco fonográfico, e segundo a primeira regra de novo a partitura, nisso justamente consiste a semelhança interna destas estruturas aparentemente tão diferentes. E essa regra é a lei da projeção. É a regra da tradução da notação musical para a linguagem do disco fonográfico. O Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela é uma das mais tradicionais e reconhecidas escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro. Adotando como símbolo a águia e as cores azul e branco, a Portela detém o posto de maior campeã do carnaval do Rio de Janeiro, com 22 títulos entre 1935 e 2017. Essa marca inclui um heptacampeonato e um tetracampeonato em 1941-1947 e 1957-1960. É carinhosamente chamada de “A Majestade do Samba” e forma, com a Deixa Falar e a Mangueira, a tríade das fundadoras do carnaval carioca.

A escola foi fundada oficialmente como um bloco carnavalesco, chamado Conjunto Oswaldo Cruz, em 11 de abril de 1923, no bairro de Oswaldo Cruz. Embora haja estudiosos que acreditam que a escola tenha sido fundada em 1926, o ano oficial de fundação é 1923, mesmo ano de criação do bloco “Baianinhas de Oswaldo Cruz”, que já continha o embrião da primeira diretoria portelense, com Paulo da Portela, Alcides Dias Lopes (mais conhecido como “Malandro Histórico”), Heitor dos Prazeres, Antônio Caetano, Antônio Rufino, Manuel Bam Bam Bam, Natalino José do Nascimento (o “seu Natal”), Candinho e Cláudio Manuel. Mudou de nome por duas vezes – “Quem Nos Faz É O Capricho” e “Vai Como Pode” -, até assumir definitivamente a denominação Portela, em meados da década de 1930.  É chamada de “A Majestade do Samba” e forma, juntamente com a “Deixa Falar” e a “Mangueira”, a tríade das escolas fundadoras do carnaval carioca. Foi fundado como bloco carnavalesco “Conjunto Oswaldo Cruz”, em 11 de abril de 1923, no bairro de Oswaldo Cruz, no subúrbio carioca. Embora haja estudiosos que acreditam que a escola tenha sido fundada em 1926, o ano oficial de fundação é 1923, mesmo ano de criação do bloco “Baianinhas de Oswaldo Cruz”, que já continha o embrião da primeira diretoria portelense, tendo como próceres Paulo da Portela, Alcides Dias Lopes, mais conhecido como “Malandro Histórico”, Heitor dos Prazeres, Antônio Caetano, Antônio Rufino, Manuel Bam Bam Bam, Natalino José do Nascimento, o “seu Natal”, Candinho e Cláudio Manuel. Mudou para “Quem Nos Faz É O Capricho” e “Vai Como Pode” e Escola de Samba Portela, na década de 1930.

                                    

RCA Records fundada como Victor Talking Machine Company - companhia independente até 1929; e reconhecida como RCA Victor - de 1929 até 1968 é uma gravadora dos Estados Unidos da América, controlada pela Sony Music. A RCA Victor passou por grandes dificuldades com a Crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 1929 e a solução encontrada pelas empresas controladoras foi vender a operação para a Radio Corporation of America que rebatizou a empresa como RCA Victor. Assim, a Radio Corporation of America seria a controladora da gravadora de 1929 até 1986. A Victor havia recebido autorização para atuar no Brasil em agosto de 1928 - embora tenha começado suas atividades apenas em novembro de 1929 - e, assim, quando a matriz americana foi adquirida pela RCA e trocou de nome, o mesmo ocorreu com a filial brasileira que, em agosto de 1931, passou a chamar-se RCA Victor Brasileira, Inc. Nos anos seguintes, a gravadora logrou espaço no mercado que era dominado pela Odeon Records e, em 1934, a gravadora já equilibrava forças com a sua concorrente.

Na démarche das primeiras décadas do carnaval carioca, a Portela tornou-se uma das principais escolas de samba do Rio de Janeiro, compondo ao lado de Mangueira e Beija-Flor, as três maiores campeãs do carnaval carioca. A agremiação é responsável por inovações nos desfiles de carnaval. Por exemplo, em 1935, foi a primeira escola a introduzir uma alegoria – “um globo terrestre” idealizado por Antônio Caetano. No carnaval de 1939 apresentou aquele que é considerado o primeiro samba de enredo, além de levar ao desfile fantasias totalmente enquadradas ao enredo. Também introduziu a comissão de frente e, mais tarde, a primeira escola a uniformizá-la. Além da relevância para o carnaval carioca, a Portela firmou-se como um dos grandes celeiros de grandes compositores do samba, comprovado por sua ativa e tradicional Velha Guarda. Entre bambas portelenses ao longo de sua história, destacam-se além dos fundadores Paulo da Portela e Antônio Rufino, os sambistas Aniceto da Portela, Mijinha, Manacéa, Argemiro, Alberto Lonato, Chico Santana, Clara Nunes, Casquinha, Alcides Dias Lopes, Alvaiade, Colombo, Picolino, Candeia, Waldir 59, Zé Ketti, Wilson Moreira, Monarco, Noca da Portela, Paulinho da Viola, Marisa Monte entre outros - sem deixar de mencionar de importantes instrumentistas, como Jair do Cavaquinho e Jorge do Violão, a Portela tem uma participação importante na vida cultural do Rio de Janeiro. Prova desse reconhecimento foi a escola ser agraciada, em 2001, com a Ordem do Mérito Cultural

No final da década, a gravadora estava completamente consolidada no território nacional com artistas como Almirante, Mário Reis, Carmen Miranda, Aracy de Almeida e Ciro Monteiro. No início dos anos 1940, a gravadora contrataria dois artistas que ficariam muito identificados com a empresa por terem realizado praticamente suas carreiras inteiras gravando pelo selo: Nélson Gonçalves e Luiz Gonzaga. Ambos se tornariam recordistas de vendas de discos pela gravadora após passarem dificuldades para se estabelecerem no início da carreira. No final de 1968, a controladora resolve remodelar completamente suas marcas: muda o seu logotipo e, também, o da sua gravadora. Assim, a gravadora passa a se chamar RCA Records. Em 2011, a RCA Records foi reestruturada e absorveu todos os artistas da companhia Arista e Jive Records e vários outros artistas disponíveis da Jive Records, já que estes selos foram em tempo desativados. Nos anos seguintes, a gravadora revelaria outros artistas de renome popular, como Maria Bethânia, Martinho da Vila, João Bosco e o roqueiro Lobão. 

       Vale lembrar que o carnaval de 1939 apresentou aquele que é considerado, sociologicamente, o primeiro samba de enredo, além de levar ao desfile fantasias totalmente enquadrada ao enredo. Também introduziu: a) comissão de frente e, mais tarde, b) primeira escola a uniformizá-la. Além da relevância para o carnaval carioca, a Escola de Samba Portela, c) firmou-se como um dos grandes “celeiros de grandes compositores do samba, comprovado por sua ativa e tradicional Velha Guarda”. Entre bambas portelenses ao longo do cotidiano de sua história social, destacam-se além dos fundadores Paulo da Portela e Antônio Rufino, os sambistas Aniceto da Portela, Mijinha, Manacéa, Argemiro, Alberto Lonato, Chico Santana, Casquinha, Alcides Dias Lopes, Alvaiade, Colombo, Picolino, Candeia, Waldir 59, Zé Ketti, Wilson Moreira, Monarco, Noca da Portela, Paulinho da Viola, e outros - sem deixar de mencionar  importantes instrumentistas, como Jair do Cavaquinho e Jorge do Violão, a Escola de Samba Portela tem uma participação social importante na vida cultural do Rio de Janeiro. Prova desse reconhecimento foi a escola ser contemplada, em 2001, com a Ordem do Mérito CulturalDada a personalidades brasileiras e estrangeiras como forma de reconhecimento de suas contribuições à cultura do Brasil. É uma cruz de São Tiago da Espada, é uma ordem honorífica portuguesa criada em 5 de julho de 1175, esmaltada de branco perfilada de ouro. No centro, um livro aberto lavrado de ouro sobre uma coroa de louros circundado pela legenda Ordem do Mérito Cultural.
       Embora o pai não desejasse que o filho se tornasse músico, este, contudo, o convenceu a lhe dar um violão, instrumento que começou a aprender a tocar sozinho, aos 15 anos e, logo depois com o violinista Zé Maria, amigo da família, que o instruiu com o método analítico de Matteo Carcassi. Ao mesmo tempo, começou a se envolver com carnaval e organizou com um grupo de amigos o bloco carnavalesco “Foliões da Rua Anália Franco”, para representar a rua onde morava sua tia Trindade, no bairro de Vila Valqueire, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, onde costumava visitar aos fins de semana e tinha mais liberdade para sair à noite que na vida nos ensina as mais sublimes lições. Por essa ocasião, ingressou na ala de compositores da escola de samba União de Jacarepaguá. Lá conheceram sambistas como Catoni e Jorge Mexeu e, atuando como cavaquista, compôs em 1962 “Pode Ser Ilusão”, um de seus primeiros sambas. Ludwig Wittgenstein oferece um novo ponto de vista: que o significado das palavras  não depende daquilo a que elas se referem, mas de como elas são usadas. A linguagem, dizia ele, “é um tipo de jogo, um conjunto de peças” ou “equipamentos” (palavras) que são usadas de acordo com um conjunto de regras que são convenções linguísticas. Como anteviu no ensaio “Tractatus”, o mundo é construído a partir de proposições, ou proposições potenciais. Mas agora a ênfase recai menos no que as afirmações “significam” (denotam) do que em como elas se desenvolvem dentro de um contexto e um conjunto de regras. Segue-se disso que o conhecimento não consiste em descobrir (ou inventar) alguma realidade que corresponda ao que falamos, mas sim em estudar o modo como a fala funciona. A linguagem é o sujeito apropriado da filosofia. 
Problemas filosóficos tradicionais, relativos a conceitos tais como “ser” e “verdade”, são meramente distorções que surgem a partir do jargão filosófico e a tentativa equivocada de descobrir a realidade que ele supostamente representa. A razão do nome desse bairro tem duas vertentes: a primeira é que, no passado, foi o belo engenho denominado V alqueire (V = 5 em Romano), ou seja, 5° Alqueire, depois que se tornou Vila Valqueire. O Engenho do “V alqueire” teve como um dos seus últimos ocupantes, Francisco Teles - avô materno de Geremário Dantas nascido naquele original engenho. Os herdeiros de Francisco, em 1927, lotearam e arruaram, por intermédio de uma imobiliária, as terras dessa situação, dando nomes de flores às suas ruas. O bairro, em que veio a ser transformado, continuou com o título do engenho: Valqueire. Colocou-se o indicativo “Vila”, mas que na atualidade, está começando a perder seu significado etnográfico porque muitas pessoas dizem apenas, Valqueire. A segunda vertente encontra a origem no nome, justamente, no âmbito do processo civilizatório do original proprietário do engenho que foi de Antonio Fernandes Valqueire, e se chamava Engenho Valqueire, desmembrado das terras do antigo Engenho de Fora, e datado do século XVIII. A sede do engenho Valqueire ainda existe em ruínas, e sua mais antiga construção é a Igreja São Roque, próximos a atual Rua Quiririm. O Engenho do Valqueire teve como ocupante, Francisco Teles, avô de Geremário Dantas (nascido no local) e os herdeiros de Francisco em 1927, o lotearam abrindo as ruas, por intermédio da Companhia Predial, dando o nome de Vila Valqueire ao novo bairro, em homenagem tanto ao ancestral Antonio Fernandes quanto ao próprio Engenho Valqueire.
A Estrada Intendente Magalhães, que é a sua principal “artéria”, apenas para usar a ligação metafórica da medicina ou propriamente biologia, e que marcam seus limites com os bairros de Osvaldo Cruz, Bento Ribeiro e Marechal Hermes, já foram chamados de Real de Santa Cruz, porque fazia a ligação do palácio de São Cristóvão - no tempo histórico do II Reinado (1840-1889) - à Fazenda Real de Santa Cruz. Também denominada, durante longo período de tempo, de Rio-São Paulo. Por sua demarcação muitas vezes, passou Tiradentes quando vinha de Minas Gerais ao Rio de Janeiro. Em “As sesmarias de Jacarepaguá”, de Raul Telles Rudge, encontramos uma possível explicação para seu nome: O dono das terras, chamada de Vila Valqueire, nos meados do século XVIII, era Antônio Fernandes Valqueire. Além da sede do engenho ainda existente - totalmente arruinada - a mais antiga construção é a Igreja de São Roque, próxima à Rua Quiririm que era denominada Estrada do Macaco. Atravessando as terras do engenho do mesmo nome, o caminhante encurtava o caminho para o do Valqueire.
Pouco antes, logo após ter completado 19 anos, Paulinho da Viola conseguiu seu primeiro emprego como contador em uma agência bancária do centro do Rio de Janeiro e estudava economia. Em um dia de trabalho, viu Hermínio Bello de Carvalho, a quem conhecia de vista dos saraus musicais na casa de Jacob do Bandolim, entrar no banco para pagar uma conta e - depois de uma rápida conversa - lhe aconselhou a abandonar a carreira enquanto era jovem. Paulinho atendeu um convite para visitar o apartamento do poeta no bairro do Catete, que já era bastante frequentado por músicos, intelectuais e artistas diversos. Lá, pôde ouvir pela primeira vez gravações de compositores como Anescar do Salgueiro, Carlos Cachaça, Cartola, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho e Zé Ketti e também a ensaiar composições originais com Hermínio, um de seus primeiros parceiros musicais e grande incentivador de sua carreira. Ora, a linguagem está sempre em relação social ao mundo e a validade deste só ocorre quando fundamentado nos fatos empíricos, os quais têm como correspondentes às proposições. 

O conceito de figuração distingue-se de outros conceitos teóricos da sociologia por incluir expressamente os seres humanos em sua formação social. Contrasta, portanto, decididamente com um tipo amplamente dominante de formação de conceitos que se desenvolve sobretudo na investigação de objetos sem vida, portanto no campo da física e da filosofia para ela orientada. Há figurações de estrelas, assim como comparativamente de plantas e animais. Mas apenas os seres humanos formam figurações uns com os outros. O modo de sua vida conjunta em grupos grandes e pequenos é, de certa maneira, singular e sempre co-determinado pela transmissão de conhecimento de uma geração a outra, por tanto por meio do ingresso singular do mundo simbólico específico de uma figuração já existente de seres humanos. Às quatro dimensões espaço-temporais indissoluvelmente ligadas se soma, no caso dos seres humanos, uma quinta, constituída dos símbolos socialmente apreendidos. Sem sua apropriação, sem, por exemplo, o aprendizado de uma determinada língua especificamente social, os seres humanos não seriam capazes de se orientar no seu mundo nem de se comunicar uns com os outros. Um ser humano adulto, que não teve acesso aos símbolos da língua, da cultura e do conhecimento de determinado grupo permanece fora de todas as figurações humanas, pois não é um ser humano. 

 As definições de controle social são demasiado amplas e vagas, e, portanto, seria legítimo indagar, escolhendo-as mais ou menos ao acaso, para inferir que resultam em termos de um controle, isto é, qualquer estímulo ou complexo de estímulos que provoca uma determinada reação. Assim, pois, todos os estímulos são controles, pois representam a direção do comportamento por influências grupais, estimulando ou inibindo a ação individual ou grupal. O controle social pode ser definido como a soma total ou, antes, o conjunto de padrões culturais, símbolos sociais, signos coletivos, valores culturais, ideias e idealidades, tanto como atos quanto como processos diretamente ligados a eles, pelo qual a sociedade inclusiva, cada grupo particular, e cada membro individual participante superam as tensões e os conflitos entre si, através do equilíbrio temporário, e se dispõem a novos esforços criativos. Ipso facto, em toda a dimensão da vida associativa deverá haver algum ajustamento de relações sociais tendentes a prevenir a interferência de direitos e privilégios entre os indivíduos. De maneira mais específica, são três as funções do estabelecidas pelo controle social: a obtenção e a manutenção da ordem social, da proteção social e da eficiência social. O seu emprego hic et nunc na investigação sociológica contribuiu consideravelmente para produzir uma simplificação ou redução na análise dos problemas sociais, conseguida proporcionalmente, graças à compreensão positiva da integração das contradições no sistema de organização das sociedades e da importância relativa de cada um deles, como e enquanto expressão do jogo social. 

Embora obscuro e equívoco, em seu significado corrente, o conceito de controle social é necessário à investigação sociológica na modernidade, encontraram um sistema de referências propício à sua crítica científica, seleção lógica e coordenação metódica.  O crescimento de um jovem convivendo e habitando comum em figurações humanas, como processo social e experiência, assim como o aprendizado de um determinado esquema de autorregulação com os seres humanos, é condição indispensável ao desenvolvimento rumo à humanidade. Socialização e individualização de um ser humano, são nomes diferentes para o processo. Cada ser humano assemelha-se aos outros, e é, ao mesmo tempo, diferente de todos os outros. O mais das vezes, as teorias sociológicas deixam sem resolver o problema da relação entre indivíduo e sociedade. Quando se fala que uma criança se torna um indivíduo por meio da integração em determinadas figurações, como, por exemplo, em famílias, em classes escolares, em comunidades aldeãs ou em Estados, assim como mediante a apropriação e reelaboração de um patrimônio simbólico social, conduz-se o pensamento por entre dois grandes perigos da teoria e das ciências humanas: o perigo de partir de um indivíduo a-social, portanto como que de um agente que existe por si mesmo; e o perigo de postular um “sistema”, um “todo”, em suma, uma sociedade humana que existiria para além do ser humano singular, para além dos indivíduos. Embora não possuam um começo absoluto, não tendo nenhuma outra substância a não ser seres humanos gerados familiarmente por pais e mães, as sociedades humanas não são simplesmente um aglomerado cumulativo dessas pessoas. O convívio dos seres humanos em sociedades tem sempre, mesmo no caos, na desintegração, na maior desordem social, uma forma absolutamente determinada. É isso que o conceito de figuração exprime.

           As proposições têm a função de expressar os nossos pensamentos sobre os fatos que por nós são percebidos. Com isso, o filósofo quer significar que o mundo não é constituído apenas dos fatos atuais, mas de todos os fatos possíveis. Pelas proposições é possível expressar a respeito do mundo, dizendo como os fatos podem figurar. Assim, o estado de coisas faz parte da categoria dos fatos, por isso não fazem parte da categoria das coisas singulares e atributos. Ou seja, temos a representação de um estado de coisa que é apenas algo que possivelmente ocorre, ao passo que o fato é o que realmente ocorre. Sobre a referência etnográfica: “Meu Mundo é Hoje”, na composição de Paulinho da Viola, é possível perceber através da filosofia da linguagem de Wittgenstein que se refere à realidade como a existência de estado de coisas possíveis, mas também como inexistências de estados de coisas possíveis. Pois, o que pode ser expresso pela proposição corresponde ao fato social, intrínseco ao domínio da realidade e sendo assim, é aquilo que existe e está na existência propria da realidade. Ao passo que, o modo pelo qual codifico o mundo é pessoal. O mundo não sou eu, mas conheço-o por meio do meu pensamento, representando-o. Assim, quando dizemos que o mundo dos felizes é diferente do mundo dos infelizes, referimo-nos a representação que se projeta na realidade a partir da experiência pessoal de vida. Cada pessoa pode ter uma representação do mundo, mas sem cair no relativismo. Essa representação da realidade é um perspectivismo que depende do ponto de vista da pessoa. 
Ainda em 1963, Hermínio levou Paulinho da Viola para conhecer o Zicartola, bar e restaurante fundado por Cartola e a Dona Zica na Rua da Carioca que se convertera em um reduto de sambistas, chorões artistas, intelectuais e jornalistas. Quando aparecia por lá, o jovem Paulinho acompanhava, no cavaquinho ou no violão, compositores e intérpretes e também se apresentando cantando músicas de outros autores e, após fazer um show com o compositor Zé Ketti,  incentivado pelo mesmo a cantar suas próprias músicas no Zicartola.  No ano seguinte, após ter acompanhado o cantor Ciro Monteiro em uma canja no Zicartola, decidiu abandonar seu posto de trabalho bancário para se dedicar exclusivamente à música. Também em 1964, seu primo Oscar Bigode, que era diretor de bateria da Portela, o convenceu a mudar de escola de samba e o apresentou para a ala de compositores da agremiação de Oswaldo Cruz, onde Paulinho mostrou a primeira parte de um samba e que Casquinha, um dos compositores portelenses, havia gostado e completado com a segunda parte, criando-se assim o samba “Recado”.
Já em 1965, participou do musical “Rosa de Ouro”, montado por Kléber Santos e Hermínio Bello de Carvalho, que marcou o retorno de Araci Cortes e lançou Clementina de Jesus, e que culminou na gravação do LP “Rosa De Ouro” Vol.1, pela gravadora Odeon. Ainda naquele ano, o nome de Paulinho da Viola apareceu no LP “Roda de Samba”, da Musidisc. Essa gravadora, a mesma onde Paulinho estava registrando seus sambas, pediu para Zé Ketti organizar o conjunto “A Voz do Morro”, composto por integrantes do conjunto “Rosa de Ouro” - Anescar do Salgueiro, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento e Paulinho - e acrescidos de Oscar Bigode, Zé Cruz e o próprio Ketti. No processo de finalização desse álbum, um funcionário da Musidic não gostou do nome “Paulo César” e, tendo conhecimento da anedota, o jornalista Sérgio Cabral e o compositor Zé Ketti inventaram o nome artístico Paulinho da Viola. Nesse primeiro disco, temos a representação de seu mundo, como nas composições “Coração vulgar”, “Conversa de malandro” e “Jurar com lágrimas”. 
Bibliografia geral consultada.

ADORNO, Theodor, “O Fetichismo na Música”. In: Os Pensadores. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1980; GILARDINO, Ângelo, La Técnica Della Chitarra: Fondamenti Meccanici. Ancona: Bérben, 1981; BROUWER, Leo, La Musica, Lo Cubano e La Innovación. Havana: Letras Cubanas, 1989; TATIT, Luiz, “Canção, Estúdio e Tensividade”.  In: Revista USP. Dossiê Música Brasileira, n° 4. São Paulo: CCS-USP, dez./89-fev./1990; pp. 41-44; AGIER, Michel, L`Invention de Ville. Paris: Editeur Archives Contemporaines, 1999; FERNANDES, Nélson da Nóbrega, Escolas de Samba: Sujeitos Celebrantes e Objetos Celebrados. Rio de Janeiro: Coleção Memória Carioca, vol. 3, 2001; SILVA, Walter, Vou te Contar: Histórias de Música Popular Brasileira. São Paulo: Editora Conex, 2002; CABRAL, Muniz Sodré de Araújo, Antropologia do Espelho. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2002; SILVA, Marcos Paulo do Nascimento, A Problemática do Mal em O Mal-Estar na Civilização. Dissertação de Mestrado. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2004; ORTEGA Y GASSET, José, A Desumanização da Arte. São Paulo: Cortez Editor, 2005; ELIAS, Norbert, Escritos & Ensaios (I): Estado, Processo, Opinião Pública. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006; SOUZA, Tárik, Tem Mais Samba: Das Raízes à Eletrônica. São Paulo: Editora 34, 2008; GALVÃO, Walnice Nogueira, Ao Som do Samba: Uma Leitura do Carnaval Carioca. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2009; OLIVEIRA, Alfredo César Tavares de, O Bairro de Marechal Hermes: Da Morada Operária à Habitação Social (1910-1956). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Geografia. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2009; MARIA, Júlio, Elis Regina - Nada Será Como Antes. São Paulo: Editora Master Books, 2015; GURGEL, Felipe, “50 anos de um outro tempo – O sambista Paulinho da Viola se apresenta em Fortaleza”. In: Diário do Nordeste, 30.10.2015; RIBAS, Zilméa Ferreira, Cotidiano, Comunicação e Imaginário no Bairro Carioca de Marechal Hermes. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2015; entre outros.

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* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará (UECE).

sábado, 26 de dezembro de 2015

Jiang Qing – Mulher, Poder & Revolução Social na China Comunista.

                                   Giuliane de Alencar & Ubiracy de Souza Braga

                        Jiang Qing foi a única mulher entre os principais líderes da Revolução Chinesa”. Andrea Longobardi
 
      
Historicamente entre a derrota chinesa para os ingleses na 1ª Guerra do Ópio, em 1842, e o advento da Revolução Chinesa, em 1949, a China esteve envolvida em seguidos conflitos internos e externos de grandes proporções, que redundaram em elevadas perdas humanas e materiais e significativa instabilidade política no país. Segundo a tradição cultural, este intervalo é conhecido como o “Século da Humilhação”, período que representou o eclipse da milenar civilização chinesa frente ao poderio econômico e militar dos países capitalistas industrializados, os quais inclusive dominaram, em diferentes conjunturas políticas, regiões significativas do território chinês. A vitória dos comunistas e a consolidação do poder com a constituição da República Popular da China (RPC) em 1949, foi o marco de uma nova era para as mulheres chinesas. A despeito de não ter sido a primeira vez que foram chamadas a estar à frente do processo revolucionário, foi a primeira vez que, de fato, tiveram um papel ativo e visível globalmente na construção da RPC moderna. 
A luta das mulheres chinesas não começou apenas com o Partido Comunista Chinês (PCC). Muitas foram, ao longo da história, as que fizeram frente ao modelo hegemônico socialmente sobre o que deve ser o papel e responsabilidade social da mulher. Não obstante, encontraram muita resistência e foram extremamente reprimidas. Com a fundação da RPC que o movimento de emancipação da mulher ganhou força e a sua imagem começou a mudar historicamente. Desde a década de 1930, a condição de rival mais importante da China coube ao Japão, país que alcançou rápido desenvolvimento econômico e social dentro da Ásia, tornando-se a mais importante potência econômica e militar deste continente antes do final do século XIX. As relações entre as duas nações tem sido relativamente cordiais desde 12 de setembro de 1979 quando houve o estabelecimento das relações diplomáticas entre Pequim e Tóquio. Após mais de um século de embates internos e invasões estrangeiras, o triunfo dos comunistas em outubro de 1949, por ocasião da Revolução Chinesa, encerrou o governo republicano burguês no país conduzido pelo Partido Nacionalista Chinês que se refugiou na ilha de Taiwan, dando continuidade à República da China. 
Em contrapartida, no continente, sob o comando do Partido Comunista Chinês (PCC), tinha início a RPC. Acenava-se não apenas mediante a possibilidade de transformações sociais profundas no país na direção de uma sociedade igualitária, mas, também, com o compromisso em enfrentar os desafios relacionados ao desenvolvimento da sua base material, nitidamente atrasada em relação às nações industrializadas, e a preservação da integridade territorial do país após quase um século de invasões estrangeiras. O chamado Período Maoísta (1949-1978), demarca as três primeiras décadas da República Popular da China (RPC), em que Mao Tsé-tung, será a principal liderança política até a sua morte, em setembro de 1946. Uma vez que até a ascensão de Deng Xiaoping, em dezembro de 1978, o PCC, sob o comando de Hua Guofeng, manteve as mesmas diretrizes, optou-se por este intervalo como parte do Período Maoísta. O maoísmo também chamado de pensamento de Mao Tsé-Tung e de marxismo-leninismo-maoísmo, é uma corrente do comunismo baseada nos ensinamentos de Mao Tsé-Tung (1893-1976). Na República Popular da China, o Pensamento de Mao Tsé- Tung é a doutrina oficial do Partido Comunista da China. Através das reformas iniciadas por Deng Xiaoping em 1978, a definição e o papel da ideologia de Mao na China mudou de modo radical e tem hoje um papel histórico que não é decorativo.


                                  
Uma das características políticas do maoísmo que o distancia do leninismo é o voluntarismo. Portanto, as condições sociais objetivas da sociedade não são muito importantes para a revolução social se as condições subjetivas, isto é, a vontade revolucionária do povo está presente. Isso leva os maoístas “a defender a insurreição armada como método de tomar o poder em todas as sociedades, e não só nas agrárias”. O maoísmo segue sendo um movimento de grande importância em alguns países, como na Índia, Filipinas, e no Nepal, aonde partidos maoístas lideram guerrilhas e atuam nos governos. Em alguns países ocidentais, o maoísmo teve forte influência durante o século XX. O “Sendero Luminoso” liderou uma guerrilha por muitas décadas no Peru. A teoria maoísta representou um instrumental na formação do grupo “Panteras Negras” nos Estados Unidos. Assim como no movimento comunista na França e no norte da África, com teóricos como Charles Bettelheim, Jacques Ranciere, e Alain Badiou. Depois de Friedrich Engels, foi sem dúvida Mao Tsé-Tung que trouxe a contribuição mais importante para a teoria da guerra revolucionária moderna.
Ele procede com muita liberdade, recusando-se a se deixar aprisionar pelos esquemas tirados da experiência da guerra civil na Rússia no início da Revolução de 1917. Os acontecimentos políticos ocorridos na luta contra a invasão japonesa, bem como a fraqueza original do exército chinês, levaram Mao Tsé-Tung a desenvolver a “teoria da guerra de libertação” em duas direções: a guerra revolucionária na China, e a guerra anti-japonesa dos partizans. Na análise das condições desta dupla guerra ele utiliza a teoria das contradições tal como a desenvolvera em diversas ocasiões. Seu estudo se orienta em três sentidos: “as leis gerais da guerra, as leis gerais da guerra revolucionária, e as leis da guerra revolucionária na China”. Convencido de que a guerra é um fenômeno social ligado à divisão da sociedade em classes antagonistas, e persuadido de que, com o desenvolvimento da humanidade, um dia a guerra desaparecerá, Mao Tsé-Tung designa como fim das guerras a supressão das guerras da seguinte forma. – “Para suprimir a guerra só existe um meio: lutar pela guerra contra a guerra, pela guerra revolucionária contra a guerra contrarrevolucionária de classe. Todas as guerras da história dividem-se em duas categorias: as guerras justas e as guerras injustas. Todas as guerras contrarrevolucionárias são injustas, todas as guerras revolucionárias são justas. Somos nós mesmos que, com as nossas próprias mãos, pomos fim á época de guerras na história da humanidade, e a guerra que fazemos é, sem dúvida nenhuma, parte da última guerra” (cf. Chambre, 1963: 226-227).   
A diferença que tradicionalmente se tem considerado definitiva entre o maoísmo e o resto do marxismo, nomeadamente o marxismo-leninismo, está por volta da defesa voluntarista da luta armada. Porém, a defesa da violência como fórmula revolucionária está presente desde Marx e Engels, tal como Lenin mostrou em obras como “O Estado e a Revolução” ou “A revolução proletária e o renegado Kautsky”. As particularidades essenciais do maoísmo, neste contexto, são as seguintes. A ideia de que a tomada violenta do poder pode ser realizada não por uma insurreição armada de base operária que tome o poder de Estado e depois o consolide mediante a guerra civil, como sucedeu na Rússia. Mas sim por uma inversão da ordem das coisas: primeiro a guerra civil, de base camponesa e prolongada, que acabe por cercar e conquistar as cidades e finalmente tomar o poder de Estado. Mao defendeu a ideia de que o campesinato é uma força revolucionária que poderia ser mobilizada pelo Partido Comunista. Considerava a base da revolução os  sobreviventes nas relações feudais, enquanto o proletariado devia ser a força diretriz.                      
Jiang Qing, também reconhecida no Ocidente como Chiang Ching, nascida em Zhucheng, na província chinesa de Shandong, foi uma atriz com o nome Lan Ping. Em 1933, ingressou no Partido Comunista da China, trabalhando como atriz a partir daquele ano até 1937, na cidade de Shanghai. Dois anos depois, em 1939, é apresentada a Mao Tsé-Tung, a quem viria a se casar. Em 1949 se torna Ministra da Cultura. Em 1966 foi eleita como diretora da Revolução Cultural. Em 1969, entra no Birô Político. Neste ponto, é associada como responsável por defender o pragmatismo comunista maoísta.  Jiang Qing tinha estreitas relações com as Guardas Vermelhas e seus combatentes. Inúmeras vezes se reuniam em locais públicos e semelhantes, os criticava, incentivava-os e lhes dava sugestões, ideias, enfim, buscando sempre se unir politicamente aos Guardas. Durante a Revolução Cultural poderia ter ido além se a linha proletária não tivesse sido golpeada e o Estado e partido comunista chineses usurpados pelos revisionistas com a morte do Presidente Mao. Demonizada pelos revisionistas, preconceituosamente como “bruxa”, em artigos oficiais chineses, foi sentenciada a pena capital, depois transformada em prisão perpétua. Morreu em 1991 “com chuva de fogos de artifício pelos revisionistas, tendo até comemorado sua morte nos órgãos oficiais”. 
  Jiang Qing também reconhecida como Madame Mao (1914-1991), foi uma atriz chinesa que desempenhou grande papel político durante a Revolução Cultural Chinesa. Nos palcos, adotava o nome de Lan Ping. Foi a quarta esposa de Mao Tsé-Tung, casando-se com ele em Yan`an, em novembro de 1938, tendo sido a primeira Primeira-dama da China pós-revolução. É reconhecida outrossim por formar uma aliança política radical legítima como o Bando dos Quatro. No entanto, foi presa um mês depois da morte de Mao (1976), por suas tendências radicais. Foi a pessoa mais poderosa nos últimos anos do regime maoísta. Foi secretária pessoal de Mao nos anos de 1940 e chefe da Seção de Filmagens do Departamento de Propaganda do Partido Comunista, nos anos 1950. Foi uma importante emissária de Mao nos primeiros estágios da Revolução Cultural.

Em 1966, foi indicada como diretora do Grupo Central de Revolucionários. Colaborou com Lin Biao para o avanço da ideologia de Maoista, bem como o culto à personalidade de Mao. Sua influência foi grande durante o ápice da revolução, em assuntos de Estado, em especial os que tangiam arte e cultura, tendo idealizado os pôsteres característicos da revolução. Em 1969, ganhou um assento no Politburo chinês. Antes da morte de Mao, o Bando dos Quatro controlava muitas instituições políticas chinesas, incluindo mídia e propaganda. No entanto, Jiang Qing, derivando a maior parte de sua legitimidade política de Mao, muitas vezes se viu em desacordo com outros líderes. A morte de Mao, em 1976, tirou boa parte de seu poder político. Jiang foi presa em outubro de 1976, por Hua Guofeng e seus aliados, sendo condenada por outros membros do partido. Desde então, Jiang Qing foi oficialmente marcada negativamente como tendo sido parte do “Grupo Contrarrevolucionário de Lin Biao e Jiang Qing” e devastação causada pela Revolução Cultural foi atribuído. Embora ela tenha sido inicialmente condenada à morte, sua sentença foi comutada para prisão perpétua em 1983.

 A biografia de Madame Mao ficaria estereotipada principalmente pela fúria vingativa e assassina com que tratou seus inimigos durante a tumultuada Revolução Cultural (1965-1976), o que lhe valeu a alcunha de “Demônio dos Ossos Brancos”. A filha indesejada de uma concubina que se recusou a ter os pés amarrados, como mandava a autoritária tradição milenar chinesa, a atriz voluntariosa e rebelde que se tornaria companheira do líder revolucionário Mao Tsé-tung no final dos anos 1930, foi praticamente varrida na poeira da história, como aquelas bonecas que ela autografava, esquecidas para sempre no armário de brinquedos de alguma criança. O resgate dessa figura trágica e complexa é feita no livro: “A construção de Madame Mao” (2002), de Anchee Min, uma talentosa escritora chinesa radicada nos Estados Unidos desde 1984.
A narrativa cativante de Anchee revela uma mulher ambiciosa, valorosa, mas também carente, que tentava se libertar da opressiva herança familiar buscando segurança em seus companheiros – ela teve três antes de Mao. Com este último, que encontrou nas montanhas de Yan’an, quando ele liderava a guerrilha comunista contra o governo de Chiang Kai-chek, Jiang Qing viveu uma intensa paixão. Madame Mao era odiada pelo entourage maoísta e, apesar de reivindicar, jamais teve nenhum cargo político. Apenas quando o Grande Timoneiro se viu ameaçado pelos seus inimigos dentro do Partido Comunista, no início dos anos 60, Jiang Qing se transformou numa das principais inspiradoras da Revolução Cultural, um movimento anárquico, mobilizador de milhões de estudantes que Mao manipulou contra a liderança comunista. A ex-atriz finalmente encontrava o papel e o palco de sua vida, que terminariam com a morte do imperador vermelho, em 1976. A construção de Madame Mao mostra, a personagem demasiadamente humana, muito além dos estereótipos machistas costumeiros.
A linha de massas deu ao maoísmo comparativamente uma natureza sempre distinta do bolchevismo e das experiências socialistas típicas dos países europeus. De um modo geral, as execuções de inimigos do povo eram precedidas de julgamentos com grande participação popular. Com um intuito pedagógico muito diferente do dos métodos aplicados pela Tcheka, caracterizados, após a guerra, pelo desaparecimento silencioso dos opositores. Os militares do exército branco que se rendiam eram em regra integrados no Exército Vermelho, e muitos oficiais e patrões foram também aceitos, desde que concordassem honestamente com a direção do partido. De um modo geral, pode-se dizer que o comunismo maoísta nunca teve semelhanças com a experiência socialista da União Soviética ou dos países do Leste europeu. O melhor exemplo dessa diferença seja o destino dado ao monarca do regime deposto na Rússia e na China. Na primeira ele foi fuzilado, bem como toda a sua família e criadagem, sem julgamento. O imperador foi ressocializado, na falta de melhor expressão e mais tarde “empregado como cicerone do palácio que outrora fora dele e que depois passou a ser aberto ao povo”. 
Segundo Mao Tsé-Tung, as classes sociais permanecem depois da tomada de poder pelos revolucionários, de modo que também deve continuar a luta de classes durante o governo socialista, já que a burguesia mantém, após a revolução, a capacidade de restaurar o capitalismo. Evitar que isso acontecesse na China foi o principal motivo para organizar a Grande Revolução Cultural Proletária. Além dos pontos essenciais que diferenciariam o maoísmo do marxismo-leninismo, o pensamento de Mao contém uma doutrina militar integral que liga explicitamente a ideologia política com a estratégia militar. Para o maoísmo, “o poder nasce do fuzil”, e por essa via era possível que os camponeses participassem numa guerra popular configurada como guerra de guerrilhas marxistas em três fases: Primeira: mobilização de camponeses e estabelecimento da organização. Segunda: estabelecimento das bases rurais e incremento de coordenação entre guerrilhas. E terceira, refere-se à transição em face de uma guerra convencional.
A partir dos finais do século XIX, sob a influência das várias igrejas cristãs, e, especialmente dos missionários protestantes, os intelectuais chineses começaram a despertar para a necessidade de repensar o estatuto da mulher na sociedade chinesa. Com a chegada da república, a luta pela emancipação da mulher é assumida pelo poder político. O movimento feminista inicial, por transplante da influência ocidental, que desde cedo começou também a evidenciar características chinesas. Assim, a libertação das mulheres, desenvolveu-se, por um lado, seguindo os padrões ocidentais, que valorizavam, sobretudo, a educação e a aquisição de direitos cívicos e econômicos para as mulheres. Mas, por outro lado deu origem as tentativas de libertação de contornos mais revolucionários e nacionalistas. Para muitas feministas chinesas, a emancipação da mulher só faria sentido se fosse integrada no movimento político mais vasto de libertação do país, leia-se das influências, querem dinásticas, querem estrangeiras. Esta segunda vertente do movimento social feminista acabou por se integrar necessariamente no partido comunista chinês.
As mulheres, desde 1949, na nova China revolucionária, passaram, a ocupar metade do Céu, para tal deviam corresponder ao que a nova ideologia política representava para elas, em princípio deviam libertar-se, sobretudo economicamente. Passariam a serem as forças produtivas modelares da China vermelha. A mulher chinesa do mundo é agora figura de algum peso, sobretudo, nas cidades. Masculiniza-se, endurece e tem tendência a isolar-se, numa reação, por ventura natural, a um passado de sofrimento e dor. No campo, porém, a sua situação não melhora grandemente, sobrecarregada e dividida através da divisão social do trabalho entre as tarefas de casa e trabalho, continua a encontrar no suicídio uma resposta confortante para os males que a afligem. Esta divisão dá origem às regras jurídicas que determinam as relações das funções divididas, mas cuja violação acarreta apenas medidas reparadoras sem caráter expiatório. Do ponto de vista do trabalho a gestão de carreira envolve duas partes principais: a da organização e a concepção do indivíduo. Diferentemente de décadas passadas, quando as organizações definiam as carreiras de seus empregados, na modernidade o papel do indivíduo na gestão da carreira se torna relevante e assume um papel progressivamente mais atípico. 
Em relação ao período anterior a Revolução Chinesa, o avanço econômico chinês durante o Período Maoísta é inequívoco. Neste dado período, a China cresceu a uma taxa anual média de 4,4% a.a., muito superior ao verificado entre 1820 e 1952, quando esta taxa foi de 0,22% a.a. Entretanto, apesar do PIB chinês triplicar entre 1952 e 1978, em termos internacionais, sua participação na economia mundial, manteve-se em torno de 5%. Por outro lado, se entre 1700 e 1820, o PIB per capita chinês permaneceu essencialmente o mesmo e, entre 1820 e 1952, declinou a uma taxa anual média de 0,1% a.a., no período posterior, entre 1952 e 1978 esta tendência foi invertida, com a taxa anual média de crescimento sendo de 2,33 a.a., contudo, abaixo da média Por seu turno, a estatização dos meios de produção e a planificação da economia alcançaram importantes avanços na industrialização pesada e na infraestrutura com a duplicação das ferrovias e da área irrigada. Entre 1952 e 1978, o setor secundário aumentou sua participação no PIB de 10 % para 36,8%, enquanto o setor primário caiu de 59,7% para 34,4%, comparativamente no mesmo período. Por outro lado, a população rural manteve-se estável, próxima a 80%, o que sinaliza a importância da industrialização realizada nas comunas. Assim, em 1978, a China caracterizava-se por ser um país significativamente industrializado, embora geograficamente não urbanizado.
Enfim, para sermos breves, no que diz respeito à economia e as contas externas, houve um pequeno aumento do comércio exterior chinês, sobretudo, até a década de 1960, momento a partir do qual o país se encontrou praticamente isolado internacionalmente, fruto não apenas da estratégia de autossuficiência, mas, fundamentalmente, devido aos embargos comerciais imperialistas ocidentais impostos ao país até a década de 1970.  Demograficamente, contudo, a China cresceu rapidamente no Período Maoísta. Enquanto entre 1820 e 1948, a população chinesa crescera 49%, apenas nos 26 anos decorridos entre 1952 e 1978, o país passou de 569 milhões de habitantes para 956 milhões, um aumento de 68%. Este extraordinário aumento populacional levaria as autoridades chinesas, já em 1972, a adotarem um conjunto de medidas com o objetivo de controlar a natalidade, sendo sancionada em 1978 a chamada “política de filho único”. O acentuado aumento populacional relaciona-se ao fim dos conflitos armados e às melhorias verificadas na saúde básica, com sensível diminuição da taxa de mortalidade infantil, de 37 para 18,2 mortes a cada 100 mil recém-nascidos e no aumento da expectativa de vida de 38 para 64 anos. Paralelamente, houve um aumento expressivo da escolaridade da população chinesa medido pela média dos anos dedicados ao ensino entre pessoas com mais de 15 anos, aumentando consideravelmente de 1,7, em 1952, para 5,33, em 1978.
Outra diferença capital comparativamente com a época de Mao Tsé-Tung nos anos seguintes à sua morte foi o final do poder unipessoal. Deng apoiou um sistema de liderança coletivo e uma sucessão organizada após sua morte em 1997. Jiang Zemin foi presidente durante dois mandatos de cinco anos e seu sucessor, Hu Jintao, cumpriu com a nova tradição. Mas Xi voltou aos velhos tempos revolucionários para se tornar o líder mais poderoso desde Mao. Como Mao, Xi se “beneficiou” do culto à personalidade desenhado por veículos estatais. Guardadas as proporções o fundador do país teve o pensamento e a radicalização política de Mao Tsé-Tung. O atual líder consagrou na Constituição o pensamento Xi Jinping sobre o socialismo com características chinesas para uma Nova Era. Mao teve seu Livro Vermelho. Xi tem sua versão do século XXI, um aplicativo ideológico pró-governo chamado “Study Xi, Strong Country”, em seus ensinamentos. Xi Jinping supervisou a chamada “linha dura” contra a corrupção que castigou mais de 1,5 milhão de responsáveis do partido, uma medida popular entre os cidadãos comuns, mas observada pelos analistas como uma possibilidade de expurgar rivais. A “abertura” da economia não foi acompanhada de reformas políticas. Os opositores temem que as autoridades utilizem o desenvolvimento tecnológico da China, como o reconhecimento facial, para vigiar mais seus cidadãos. Na região de Xinjiang, no Noroeste, a maioria da etnia uigur sofreu na própria carne o alto custo de estar enfrentado com o governo. Os defensores dos direitos humanos suspeitam que o governo chinês tenha internado em acampamentos de reeducação a um (01) milhão de pessoas, principalmente desta minoria e da kazaja, ambas muçulmanas. 
Bibliografia geral consultada.

BÈRGERE, Marie-Claire, A Economia da China Popular. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980; BETTELHEIM, Charles, A China Depois de Mao. Lisboa: Edições 70, 1981; MEYER, Charles, Histoire de la Femme Chinoise. 4000 ans de Pouvoir. Paris: Editeur Jean Claude Lattès, 1986; DENG Xiaoping, Selected works (Vol. I: 1938-1965). Beijing: People’s Press Editors, 1993; GRANET, Marcel, O Pensamento Chinês. Rio de Janeiro: Editor Contraponto, 1997; MIN, Anchee, Construção de Madame Mao. São Paulo: Editora Rocco, 2002; SUKUP, Viktor, A China frente à Globalização: Desafios e Oportunidade. In: Rev. Bras. Polit. Int. 45 (2): 82-113; 2002; BOBBIT, Philip, A Guerra e a Paz na História Moderna. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2003; BURKE, Peter, O que é história cultural? Rio de Janeiro: Editor Zahar, 2005; NAVES, Márcio, Mao – O Processo da Revolução. São Paulo: Editora Brasiliense, 2005; FAIRBABK, John King & GOLDMAN, Merle, China: Uma Nova História. Porto Alegre: LP&M Editores, 2006; QING, Jiang, “From Mind Confucianism to Political Confucianism” in Fan, Ruiping (ed.) The Renaissance of Confucianism in Contemporary China. Hong Kong: City University of Hong Kong, 2011; pp. 17-32; MITTER, Rana, China Moderna. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2011; CARVALHO, Miguel Henriques, A Economia Política do Sistema Financeiro Chinês (1978-2008). Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013; RAMOS, Marcelo Maciel; ROCHA, Rafael Machado, O Confucionismo Político e os Caminhos para o Constitucionalismo Chinês. In: Rev. Fac. Direito. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, n° 67, pp. 421-452. jul./dez., 2015; SILVA, Athos Munhoz Moreira da, A  Ascensão da China e os seus Impactos para o Leste Asiático. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos Internacionais. Faculdade de Ciências Econômicas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015;  entre outros.

Era de Aquarius - Vida Dinâmica & Orbe de Influências Celestiais.

                                                                                                                   Giuliane de Alencar Braga & Ubiracy de Souza Braga
 
                                     Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus”. Mario Quintana

             

            A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Lar de milhões de espécies de seres vivos, incluindo os seres humanos, a Terra é o único corpo celeste onde é reconhecida a existência de vida. O planeta formou-se há 4,56 bilhões de anos, e a vida surgiu na sua superfície depois de um bilhão de anos. Desde então, a biosfera terrestre representa o conjunto de todos os ecossistemas da Terra, sendo o maior nível de organização ecológica. Ela inclui a biota e os compartimentos terrestres com os quais a biota interage (litosfera, hidrosfera, criosfera e atmosfera), assim como seus processos e inter-relações. O termo foi introduzido em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess (1831-1914) como o habitat dos seres vivos. Este conceito foi estendido para seu significado atual em 1926 pelo geoquímico russo Vladimir Vernadsky (1863-1945) que reconheceu a biosfera como um sistema integrado de processos bióticos e abióticos. A biosfera é um sistema  fechado para troca de matéria com o universo circundante, constituindo assim uma unidade natural. Ipso factoalterou de forma significativa a atmosfera e fatores abióticos do planeta, permitindo a proliferação de organismos aeróbicos, como a formação da camada de ozônio, que em conjunto com seu campo, bloqueia radiação solar prejudicial, permitindo o conceito vida no planeta. 
          Cometas são corpos celestes compostos principalmente de gelo e poeira. Quando um cometa se aproxima do Sol, o gelo derrete e forma uma cauda visível. Recentemente, mapeamento realizado por uma sonda mostrou que a água está presente em toda superfície da lua, incrustada nas rochas, e também pode estar abaixo da camada de poeira, no manto. Essa água encontrada na Lua pode ter sido roubada da Terra, logo após o impacto catastrófico que formou a Lua, ou pode ter sido entregue posteriormente por impactos de asteroides e de cometas. Esses pequenos objetos podem ter entregue a água ao sistema Terra-Lua logo nos primeiros milhões de anos do nosso planeta. Imagens de radar de alta resolução da superfície de Mercúrio sugeriram a presença de gelo de água no polo Norte do planeta. Entretanto em Vênus, uma quantidade muito pequena de vapor de água (de algumas partes por milhão) foi encontrada na atmosfera. Existe gelo de água nas calotas polares de Marte e em algumas de suas crateras. Além disso, a água em Marte está presente em pequena quantidade de vapor na atmosfera. Evidências geológicas e mineralógicas sugerem que água líquida já existiu em Marte em abundância. Além disso, foi descoberto um lago subglacial em Marte, a 1,5 km abaixo da calota polar do Sul.

É estimado que o lago possua cerca de 20 km de diâmetro. Dado esta descoberta, os cientistas afirmam que não há razão para concluir que a presença de água subterrânea em Marte esteja limitada a este único local. A descoberta do lago subterrâneo também reforça a especulação sobre a existência de microrganismos presentes no planeta vermelho. Planetas gigantes, Saturno e Júpiter, podem ter água em forma sólida e líquida em suas camadas mais baixas de nuvens, mas sua abundância ainda não foi aferida. Acredita-se que acima dos núcleos rochosos de Urano e Netuno exista uma grande camada de gelos, incluindo o gelo de água. As atmosferas destes gigantes de gelo também contêm H2O. Foi observado que os anéis de Saturno contêm principalmente gelo de água com uma pequena mistura de orgânicos e outros contaminantes, enquanto os anéis de Júpiter, Urano e Netuno contêm no máximo uma pequena fração de gelo de água. Plutão também contém uma fração significativa de água em sua superfície, assim como muitas das luas dos planetas exteriores, com Tethys (Lua de Saturno) possivelmente consistindo quase inteiramente de gelo de água. Acredita-se que algumas Luas, como Europa e Ganimedes de Júpiter, e Enceladus de Saturno, contenham vastos oceanos de água líquida sob a camada superficial de gelo.

                           

           A sua superfície é dividida em segmentos rígidos, chamados placas tectônicas, que migram sobre a superfície terrestre ao longo de milhões de anos desde a sua formação. Aproximadamente 71% da superfície é coberta por oceanos de água salgada, com o restante consistindo de continentes e ilhas, contendo lagos e corpos de água que contribuem para a hidrosfera. Os polos geográficos da Terra encontram-se majoritariamente cobertos por mantos de gelo ou por banquisas. Uma bomba-relógio é a designação sociológica comum de um artefato denominado bomba que é acionada para detonação através de um período de tempo, geralmente calculado por um relógio. A utilização dessa técnica, permite que o artefato seja abandonado ou alojado em um local, sem a presença humana. Possui diversos propósitos, como fraude em seguros, terrorismo, assassinato e como arma de guerra. A palavra é usada metaforicamente. - Esse problema é uma bomba-relógio significa algo que algo deve ser feito para sua realização, antes que exploda. O interior da Terra permanece ativo e sólido, um núcleo externo líquido, um campo magnético, e um núcleo interno sólido, composto por ferro.

A Terra interage com outros objetos em movimento no espaço, em particular com o Sol e a Lua. A Terra orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o seu próprio eixo, o que equivale a 365,26 dias solares ou representa um (01) ano sideral. O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4° em relação à perpendicular ao seu plano orbital, reproduzindo variações sazonais na superfície do planeta, com período igual a um ano tropical, ou, 365,24 dias solares. A Lua é o único satélite natural reconhecido da Terra. O atual modelo consensual para a formação da Lua é representado pela hipótese do grande impacto. É uma hipótese astronômica que postula a formação da Lua através do impacto de um planeta com aproximadamente o tamanho da massa de Marte, reconhecido como Theia, com a Terra. Ela é responsável pela formação das marés, estabiliza a inclinação axial da Terra e abranda gradualmente a rotação do planeta. A Lua pode ter afetado dramaticamente o desenvolvimento da vida ao moderar o clima do planeta. Evidências paleontológicas e simulações de computador demonstram que a inclinação axial do planeta é estabilizada pelas interações cíclicas de maré com a Lua.

Na história política da conquista e das guerras os alemães, liderados por Wernher von Braun (1912-1977), um dos principais cientistas no desenvolvimento do foguete V-2 na Alemanha nazista e foguete Saturno V nos Estados Unidos da América (EUA), desenvolvidos durante a 2ª guerra mundial, os foguetes V-1 e V-2 (A-4 na terminologia alemã), que formaram a base para as pesquisas sobre foguetes dos Estados Unidos da América e da União Soviética no pós-guerra. Ambas as bombas nazistas, usadas em Paris e Londres no final da guerra, podem ser melhor definidas como mísseis. A rigor, do ponto de vista tecnológico a V-1 não chega a ser um foguete, mas um míssil veloz “que voa com propulsão de avião a jato”. Inicialmente, foram desenvolvidos foguetes especificamente destinados para uso militar, normalmente reconhecidos como mísseis balísticos intercontinentais. Os programas espaciais que norte-americanos e russos colocaram em marcha basearam-se em foguetes com finalidades próprias. Para a utilização astronáutica de guerra, derivados destes foguetes propulsores de uso militar. 

Particularmente os foguetes usados no programa espacial soviético eram derivados do R.7, um míssil balístico, que acabou sendo usado para as missões Sputnik. Originalmente a missão Sputnik 1, junto com o voo de Yuri Gagarin (1934-1968) no Vostok 1, teve um impacto profundo na história social da exploração espacial. Foram os eventos que desafiaram os estadunidenses e foram a gota d`água para o lançamento do Programa Espacial objetivando alcançar a Lua. Em órbita sua frase “A Terra é azul!” entrou para a história. Curiosamente a sua baixa estatura havia garantido ao major da Força Aérea russa, com 27 anos, um lugar na apertada cápsula que o levaria através de um “salto dialético” à órbita terrestre. E mais uma vitória soviética na corrida contra os norte-americanos pela conquista do espaço. A corrida espacial ocorreu na segunda metade do século XX entre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e os Estados Unidos da América pela supremacia na exploração e tecnologia espacial. Entre 1957 e 1975, a rivalidade entre as duas superpotências durante a chamada Guerra Fria atingiria os pioneirismos na exploração do espaço, vistos como necessários para a segurança nacional e símbolos da superioridade tecnológica e ideológica de cada país.

A corrida espacial envolveu esforos pioneiros no lançamento de satélites artificiais, voo espacial tripulado suborbital e orbital em torno da Terra e viagens tripuladas à Lua. A competição efetivamente começou com o lançamento do satélite artificial soviético Sputnik 1 em 4 de outubro de 1957 e concluiu-se com o projeto cooperativo Apollo-Soyuz em julho de 1975. O Projeto de Teste Apollo-Soyuz passou então a simbolizar uma flexibilização parcial das relações tensas entre a URSS e os Estados Unidos da América. A corrida espacial teve suas origens na corrida armamentista que ocorreu logo após o fim da 2ª guerra mundial, quando tanto a União Soviética quanto os Estados Unidos capturaram a tecnologia e especialistas de foguetes avançados alemães. As consequências realizaram aumento sem precedentes nos gastos com educação e pesquisa, acelerando avanços científicos sobre tecnologias benéficas para a civilização. Algumas sondas e missões incluem os Sputnik 1, Explorer 1, Vostok 1, Mariner 2, Ranger 7, Luna 9, Apollo 8 e Apollo 11. Wernher von Braun foi um dos próceres no desenvolvimento de tecnologias aplicadas de foguetes para a Alemanha.

Embora alegasse neutralidade de seu envolvimento com o Partido nazista fosse apenas visando não interromper a questão axiológica das pesquisas espaciais e proteger-se de caçadas anticomunistas. Pioneiro e visionário das viagens espaciais, é reconhecido por ter liderado o projeto aeroespacial norte-americano durante a chamada Corrida Espacial, tendo trabalhado como projetista chefe do primeiro foguete de grande porte movido a combustível líquido, e além disso, produzido em série, o Aggregat 4, e por liderar o desenvolvimento do foguete Saturno V, que levou os astronautas dos Estados Unidos da América à Lua, em julho de 1969. Sua contraparte e rival, político do lado soviético, foi o engenheiro Sergei Korolev (1906-1966), um notável ucraniano e o principal projetista de foguetes e de aeronaves soviético durante a corrida espacial entre a União Soviética versus Estados Unidos durante os anos 1950 e 1960. Korolev é  considerado do ponto de vista do valor-trabalho “o pai da astronáutica soviética”. Antes de sua súbita morte em 1966, a União Soviética liderava a corrida espacial, e os planos para colocar o primeiro homem na lua haviam começado a serem implementados.

Sergei Korolev foi, ao contrário do que é propagado, o verdadeiro criador do desafio científico de levar homens à lua, embora a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas não tenha admitido o que pretendia. Os Estados Unidos da América, em contrapartida, o fizeram através de um desafio ideológico do presidente John F. Kennedy. Segundo o professor James Onnig, em 1961, no afã da conquista, a Organização das Nações Unidas aprovou a internacionalização do espaço, e em 1967, foi assinado o Tratado de Uso do Espaço Cósmico. O documento foi importante já que todos os países aceitaram a ideia de que nenhum país ou empresa poderia se declarar de determinada parte dessa nova fronteira. O problema é que o espaço cósmico está em certo sentido congestionado. Estima-se que sejam mais de 30 mil objetos lançados, 6. 800 toneladas de lixo espacial, 19 mil fragmentos que já caíram na Terra e uma infinidade de eventos preocupantes. Mas do ponto de vista da Física é quase nada. O princípio que norteou essa tragédia foi o da extraordinária Big Sky Theory. O espaço cósmico é tão grande que caberiam todos os experimentos, satélites, objetos e qualquer parafernália tecnológica. Em 2009 e de forma pouco noticiada ocorreu um acidente espacial.

O satélite ativo dos Estados Unidos da América, Iridium 33 se chocou com o satélite desativado russo, Kosmos 2251. O Iridium 33, foi um satélite de comunicação norte-americano, que no dia 10 de fevereiro de 2009, às 19h56 de Moscou (14h56 de Brasília) chocou-se com outro satélite, o Kosmos 2251 a cerca de 800 km de altitude, no zênite da Sibéria, provocando um lançamento de milhares de destroços na órbita baixa da Terra. A trombada gerou mais de 2.000 pedacinhos que estão sobre nossas cabeças na atmosfera. Já se pensou em tudo para solucionar o problema. Todas as propostas esbarram na questão dos custos financeiros. Os chineses destruíram seu satélite meteorológico Fengyun 1C com o lançamento de um míssil, fato que ainda gera controvérsia, e mais uma demonstração de força do que de habilidade técnica dos chineses. Cientistas norte-americanos tinham alertado para essa possibilidade nos anos de 1970. Colisões e riscos de acidentes seriam cada vez mais comuns. A situação é real no sentido darwinista, se pensarmos que as evoluções das telecomunicações estão ocorrendo rapidamente.

          Em 14 de fevereiro de 2009 começa a era de aquário – que rege, além do amor e da paz, a liberdade e as mudanças. Acerca dos efeitos visíveis na humanidade, é relatado que estamos sentindo as influências de Aquarius, designado como Orbe de influência no desenvolvimento acelerado a nível individual, social, cultural, científico e tecnológico e, sobretudo, na globalização ocorrida por todo o século XX. A Era Aquariana tende a ser uma era de fraternidade universal. Baseada na razão onde será possível solucionar os problemas sociais para todos. Com grandiosas oportunidades para o desenvolvimento intelectual e espiritual, dado que Aquarius é um signo aéreo, científico, intelectual e o seu planeta regente, Urano, é associado com a representação da intuição e percepções diretas do coração e, a nível mundano, este planeta rege a eletricidade e tecnologia. Na visão de algumas correntes articuladas em torno do cristianismo, surgiria para substituir a chamada Era de Peixes, sendo que neste caso teria o sentido de representar o símbolo religioso do cristianismo, como teria sido usado pelos primeiros cristãos. 
          As divisões mais básicas no cristianismo contemporâneo ocorrem entre a Igreja Católica Romana, a Igreja Católica Ortodoxa e as várias denominações formadas durante e depois da Reforma Protestante. As maiores diferenças entre Ortodoxia e Catolicismo são culturais e hierárquicas, enquanto as denominações Protestantes apresentam diferenças teológicas mais acentuadas para com as duas primeiras, bem como grande diversificação doutrinária entre suas vertentes. As análises comparativas entre grupos denominacionais devem ser feitas com alguma cautela. Em alguns grupos, por exemplo, congregações são partes de uma organização eclesiástica monolítica, enquanto que em outros grupos, cada congregação tem como representação uma (01) organização autônoma independente. Comparações numéricas também podem ser consideradas problemáticas, pois alguns grupos contam como membros, tanto os adultos batizados quanto os filhos batizados dos fiéis, enquanto outros grupos somente contabilizam os fiéis adultos.
Assim, Era de Aquário seria a era definida na Bíblia de domínio do anticristo, no sentido nietzschiano (1974), em que a Terra estaria fora de uma influência cristã e por isso representaria “uma era de enganos onde o mal seria encarnado e dominaria por certo tempo”.  Segundo o Cristianismo esotérico, a cada vez maior proximidade e posterior entrada na Era de Aquarius  - a sucedendo a atual Era de Peixes, ou era regida pela “Espada” - proporcionará à maioria dos seres humanos a descoberta. A verdadeira vivência e o real conhecimento dos ensinamentos Cristãos mais profundos e interiores que Cristo menciona em Mateus (13:11) e Lucas (8:10). Esta era é vista segundo este ponto de vista como uma preparação intermédia para a Nova Jerusalém: os “novos céus e uma nova terra” que virá num tempo não identificado. Naquela que se aproxima é esperada a vinda de um Instrutor espiritual através da escola que funciona como arauto desta era,  de um esforço “para dar à Religião Cristã um impulso numa nova direção”. 
Em termos simples, significa que a Era de Peixes iniciou-se cerca de 500 d. C., dado que foi a última vez que astronomicamente o equinócio vernal ocorreu no primeiro ponto da constelação Aries, deixando-a e entrando na constelação de Pisces, altura em que os zodíacos intelectual e natural concordaram. Hoje em dia, o equinócio vernal ocorre, astronomicamente, a cerca de nove graus da constelação Peixes e será apenas por volta de 2600 d. C. que realmente finalizará o movimento em retrocesso por Pisces e entrará na constelação de Aquarius.  Carl Jung referiu em sua análise, que em meados do século XX, que as Eras astrológicas são baseadas nas constelações reais e não nas secções propugnadas de 30 graus do Zodíaco. Como Peixes é uma constelação maior a transição para Aquarius só terá lugar espacial por volta de 2600 d. C. Em 1929, vale lembrar que a União Astronômica Internacional definiu as bordas das 88 constelações ditas oficiais. A borda estabelecida entre Peixes e Aquário localiza assim o início da Era de Aquário por volta de 2600 d. C.         
         De acordo com Vanessa Tuleski a Era de Aquário não é, portanto, uma Era que automaticamente vai nos conduzir a fraternidade, a um entendimento extraordinário de quem é e do que o mundo é, a uma nova forma de organização, a uma descoberta sem precedentes de nosso poder mental e a um uso adequado dele. E por que não? Porque Aquário não é um signo melhor do que Peixes, assim como Peixes não é melhor do que Áries, assim como nenhum signo é melhor do que outro. Em cada Era, nós temos escolhas a fazer. A tecnologia, principal promessa da Era de Aquário, tanto pode nos levar a separação de nosso lado instintivo, tornando tudo excessivamente lógico e frio, como pode ser tão aperfeiçoada para que nos leve a sanar os problemas que criamos com sua má utilização. A mente aquariana tanto pode nos levar ao rompimento com antigos comportamentos sociais danosos quanto nos trazer agitação, alienação e rebelião, sintomas já presentes. Mas sem dúvida, caracterizada por uma grande mudança, porque isto faz parte do símbolo de Aquário.           
     Vivemos agora o chamado para a Era de Aquário. O fim da manipulação religiosa (Peixes) e do materialismo (Virgem). O desenvolvimento tecnológico se acelera. Começam a surgir sistemas de crença mais baseados na força da mente e na crença de que também podemos ser deuses, segundo um modo aquariano de pensar. A humanidade deve dar um salto qualitativo, aprender a viver em colaboração. Cresce o desejo de sermos mais tolerantes e abertos, de nos libertarmos de velhos condicionamentos que nos acompanham há milênios, de vivermos plenamente os ideais aquarianos de liberdade, igualdade e fraternidade. Desde o início do século XX, sobretudo a partir do final da década de 1960, esse processo aumentou e ganha força cada vez mais. Realmente, a tecnologia tanto pode nos levar a uma vida excessivamente lógica e fria, como pode ser tão aperfeiçoada que nos leve a sanar os problemas que criamos com o uso: inquietação, alienação e rebelião, presentes atualmente.
           O impulso aquariano se expressa na mente da humanidade ainda como uma ideia que permanece abstrata. Algumas pessoas pioneiras respondem ao novo impulso, enquanto outras, mais inclinadas às velhas ideias, reconhecem-no mais tarde. Com o tempo, a nova ideia se fortalece o suficiente e se revela no plano da alma. Pouco a pouco, a ideia se torna um fator determinante na vida humana. O impulso irradia do cosmo, e todas as velhas ideias e estruturas rodopiam caoticamente. Então passamos a agir. A utilizar a vontade dinâmica, percebendo a ideia com plena consciência, convertendo o impulso espiritual em ação. O primeiro impulso acontece quando a primeira estrela da constelação de Aquário se aproxima do horizonte, o que ocorre desde o século passado. Em 1968, os primeiros grupos de jovens começaram a responder à constelação de Aquário em nível emocional e mental. O movimento hippie dos anos 1960 é uma expressão desse fato. Vale citar o filme Hair com a famosa música “Aquarius” e a música de John Lennon “Imagine”. A colheita desse impulso será revelada depois de alguns séculos. Ela se manifestará como uma nova era cultural para toda a humanidade. Aquário é a última etapa no ciclo de um ano estelar, que dura cerca de 26.000 anos. Claro está que a aurora de um novo tempo já despontou. 


             A Era de Peixes desloca a ação do Oriente para a Europa. Nessa ordem de objetos o Cristianismo nasce junto com a Era de Peixes, e grande parte dos fatos estão relacionados com ele: desde a perseguição dos primeiros cristãos até o momento em que a Igreja Católica angaria um poder incalculável. Durante a Idade Média, a Igreja controla toda e qualquer forma de conhecimento, e seus preceitos exercem uma inflexível influência sobre as pessoas. É o auge da força da crença (Peixes), em que a ameaça não é tomar algo real da pessoa ou exercer outra forma de punição, e sim, condená-la a queimar eternamente no fogo do inferno, ativando a natureza impressionável inerente à Era de Peixes. Porém, são os interesses mundanos, como recipientes de Virgem, signo da Terra, de natureza material que movem a “venda de perdões”. Ou seja, as chamadas indulgências e outras benesses celestiais. Por outro lado, pensadores começam a imaginar um futuro realizado por uma racionalidade tão fria que poderia simbolizar a sombra de Aquário. Um mundo em que um sistema social fosse tão rigidamente organizado em prol do conjunto que “chips” fossem implantados no cérebro das pessoas, anulando suas vontades e criatividade as quais são simbolizadas pelo signo de Leão, oposto a Aquário.  
Um mundo com tanto poder de intervenção que praticamente poderíamos criar um ser humano ao nosso gosto com todos os perigos que isto embute. Um mundo em que a tecnologia (Aquário) fosse tão dominante que isto pudesse abrir espaço para terríveis formas de controle e centralização, com a sufocação da liberdade, uma das necessidades aquarianas mais fortes. Na realidade, em todas as Eras houve dificuldade em se equilibrar os dois signos envolvidos. A humanidade passou boa parte da Era de Peixes tendo sua capacidade de análise e discernimento bloqueada por crenças impostas de cima para baixo. Quando, a partir do século XIX, o espírito científico começou a se desenvolver, daí foi Virgem que assumiu a supremacia. Descartou-se tudo o que não se podia explicar e iniciou-se um período de excessiva racionalidade e fragmentação, que resultou no ressurgimento em massa de doenças emocionais decorrentes da falta de conexão afetiva maior: por que tantas pessoas se drogam e morrem no mundo de hoje? A Nova Era de Aquário e a sociedade estão estreitamente relacionadas. A Nova Era é a manifestação individual (o sonho) e coletiva (os mitos, os ritos, os simbolos) da sociedade atual, que, por sua vez, representa o contexto sem o qual a Nova Era não seria possível. 
A Nova Era é o resultado da sociedade contemporânea e como tal a interpreta. Mas não se pode dizer que a Nova Era seja a “alma” da sociedade atual, porque esta sociedade não tem unidade e, portanto, tem muitos princípios espirituais que a realizam e a tornam viva. A Nova Era é, talvez, o princípio espiritual mais significativo, mais representativo contemporâneo. Mas não o único sob a compreensão em torno do nome de Nova Era. Há muitas explicações, indagações e muitas maneiras de dizer, de concretizá-la que vem sendo incorporada aos movimentos espirituais, estéticos e científicos. Eles ressurgiram e realizaram de algum modo, através de um conjunto de práticas e saberes sociais e institucionalizaram. A Era de Aquário (Aquarius) representa uma era astrológica que deve iniciar-se por volta do século XXI e que sucederá a atual Era de Peixes. Essa era ocorrerá quando o Sol, no dia do equinócio de outono (hemisfério Sul) ou da primavera (hemisfério Norte), nascer à frente da Constelação de Aquário, sendo que atualmente o Sol nasce na Constelação de Peixes. Aproximadamente a cada 2150 anos o Sol, no dia do equinócio de outono (hemisfério Sul) ou da primavera (hemisfério Norte), nasce a frente de uma constelação astrológica, basta não confundir com a real posição das constelações, defasada pela precessão da Terra que é diferente.

Bibliografia geral consultada.

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