Ubiracy de Souza Braga
“Um povo abandona a irreverência porque começa a ser reverente com outro”. Marshall Berman
Marshall Berman foi um filósofo
negro e escritor talentoso estadunidense de tendência marxista deste século.
Nascido em 1940, em Nova York, o pensador lecionava ciência política no The
City College of New York e filosofia política e urbanismo na City University of
New York. Sua obra reconhecida internacionalmente é All That Is Solid Melts
Into Air: The Experience of Modernity (2012), o mais famoso ensaio marxista
dos anos 1980, cujo título alude a frase do Manifesto do Partido Comunista, de Marx e
Engels de 1848 que se tornou famosa associada à linguagem estética em que o
marxista humanista apresenta-se radicalmente contrário ao conceito de “pós-modernismo”
e acreditava na retomada do humanismo marxista. O livro desenvolve a crítica da
modernidade, constituindo-se de
análises argutas de vários autores e suas épocas - desde o Fausto, de Goethe,
passando pelo “Manifesto” e pelos poemas em prosa de Charles Baudelaire e pela
ficcionalização das ideias de Fiódor Dostoiévski, até as vanguardas artísticas
do século XX. Jean-Jacques Rousseau é o primeiro a usar a palavra “moderniste”
no sentido em que os séculos XIX e XX a usarão fartamente. Contudo, pode-se ter
analogamente uma ideia da complexidade da relação entre modernidade e o
modernismo do século XIX, se prestarmos atenção a duas de suas vozes mais
distintas e contraditórias na filosofia: Nietzsche, que é geralmente
aceito como fonte dos modernismos, e Marx, que não era associado antes da leitura do filósofo Marshall Berman.
Com isso, o tema da ideologia sofria uma desdramatização. Se o ideológico, afinal não passava de uma consequência pura e simples de um processo prático, material, que importância maior poderiam ter, na sua esfera social de ação, as controvérsias que lançavam, uns contra os outros, os sujeitos históricos? Os dramas subjetivos - reconhecidos como secundários - remetiam os pesquisadores à realidade tida como objetiva, que era o nível analítico onde podiam ser encontradas as causas concretas, isto é, a verdade dos fenômenos. A questão filosófica cedia lugar a um campo de estudos bem mais restrito. Agora ficava entregue à competência exclusiva dos sociólogos, incumbidos de verificar a que grupos, classes ou atores sociais se ligavam as representações ideológicas. Os marxistas do final do século XIX e, sobretudo do início do século XX, em sua maioria, adotaram uma concepção redutiva e sociológica da ideologia, o imaginário social, como relação da realidade social em si, limitando-se ao recurso de apropriação mental - e neste sentido poder denunciar - as formas diretas mais simples da expressão dos interesses materiais das classes sociais nos discursos, nos programas de ação ou na produção artística e estética em geral.
Com isso, o tema da ideologia sofria uma desdramatização. Se o ideológico, afinal não passava de uma consequência pura e simples de um processo prático, material, que importância maior poderiam ter, na sua esfera social de ação, as controvérsias que lançavam, uns contra os outros, os sujeitos históricos? Os dramas subjetivos - reconhecidos como secundários - remetiam os pesquisadores à realidade tida como objetiva, que era o nível analítico onde podiam ser encontradas as causas concretas, isto é, a verdade dos fenômenos. A questão filosófica cedia lugar a um campo de estudos bem mais restrito. Agora ficava entregue à competência exclusiva dos sociólogos, incumbidos de verificar a que grupos, classes ou atores sociais se ligavam as representações ideológicas. Os marxistas do final do século XIX e, sobretudo do início do século XX, em sua maioria, adotaram uma concepção redutiva e sociológica da ideologia, o imaginário social, como relação da realidade social em si, limitando-se ao recurso de apropriação mental - e neste sentido poder denunciar - as formas diretas mais simples da expressão dos interesses materiais das classes sociais nos discursos, nos programas de ação ou na produção artística e estética em geral.
Sociologia
política é o ramo da sociologia que analisa os efeitos sociais específicos - as práticas de poder,
o Estado e o dever político. É o estudo das bases sociais de representação da política. A distinção entre ciência
política e sociologia política, não se refere apenas a tópica de espaço e
lugar, que deve ser precisada do ponto de vista da análise. Mas caracteriza-se
pela explicação concreta dos fatos que têm determinada orientação nos processos
do mundo político, mas que pode mudar de forma. O cientista político busca
regularidades e conexões de sentido entre os fatos em torno do mundo político. Qualquer
que seja o nível de estrutura da sociedade é sempre possível pensar como
Montesquieu, isto é, analisar a forma própria da heterogeneidade de uma
determinada sociedade, procurando, pelo equilíbrio dos poderes em confronto, a
garantia da moderação e da liberdade. Para os liberais, todo indivíduo têm
direitos humanos inatos. Muitos viram aí uma filosofia implícita de representação do progresso inspirada
por valores liberais que, em última instância, desembocou na ideia de que o ser humano é capaz de descobrir como reparar as injustiças sociais e políticas fomentadas pelos retrocessos da história humana
No caso brasileiro, a divisão entre o poder e a sociedade manifesta-se especialmente pela contradição marxista entre estabilidade da estrutura e a instabilidade governamental, pelo desequilíbrio entre a população representada no poder e a mantida na periferia, pela não integração à sociedade nacional de vastas camadas da população, pelo desequilíbrio no crescimento econômico nacional e setorial, pelos desajustamentos regionais em confronto entre a pare e o todo. A não incorporação de mais da metade da população aos benefícios da civilização - moradia, trabalho e educação - revela a esterilidade dos partidos políticos e o quase esgotamento das lideranças, se levarmos em consideração a farsa da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Uns e outros sucedem-se no comando ineficiente e incapaz, levando o país ao xeque-mate político, ameaçando a coexistência da liderança com o povo, e por fim, ainda mais sombriamente, do povo com a nação. Os Partidos e as lideranças ainda encontram-se alheios à sociedade em seu conjunto, e muito atentos aos pequenos interesses pessoais e partidários. Os partidos, que deveriam ser instrumentos deste objetivo, omitiram-se com o golpe de Estado de 17 de abril de 2016. Enfim, a conciliação, em vez de ser um acordo, um compromisso de concessões mútuas, visando a fins programáticos econômicos sociais, tornou-se um objetivo, um fim em si mesma, para benefícios pessoais e partidários. A conciliação aparando apenas divergências pessoais partidárias, constitui-se a expressão mais clara de poder e do atraso político.
No caso brasileiro, a divisão entre o poder e a sociedade manifesta-se especialmente pela contradição marxista entre estabilidade da estrutura e a instabilidade governamental, pelo desequilíbrio entre a população representada no poder e a mantida na periferia, pela não integração à sociedade nacional de vastas camadas da população, pelo desequilíbrio no crescimento econômico nacional e setorial, pelos desajustamentos regionais em confronto entre a pare e o todo. A não incorporação de mais da metade da população aos benefícios da civilização - moradia, trabalho e educação - revela a esterilidade dos partidos políticos e o quase esgotamento das lideranças, se levarmos em consideração a farsa da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Uns e outros sucedem-se no comando ineficiente e incapaz, levando o país ao xeque-mate político, ameaçando a coexistência da liderança com o povo, e por fim, ainda mais sombriamente, do povo com a nação. Os Partidos e as lideranças ainda encontram-se alheios à sociedade em seu conjunto, e muito atentos aos pequenos interesses pessoais e partidários. Os partidos, que deveriam ser instrumentos deste objetivo, omitiram-se com o golpe de Estado de 17 de abril de 2016. Enfim, a conciliação, em vez de ser um acordo, um compromisso de concessões mútuas, visando a fins programáticos econômicos sociais, tornou-se um objetivo, um fim em si mesma, para benefícios pessoais e partidários. A conciliação aparando apenas divergências pessoais partidárias, constitui-se a expressão mais clara de poder e do atraso político.
Para
concordarmos com Raymond Aron, num certo sentido, Montesquieu é o último dos
filósofos clássicos; noutro, é o primeiro dos sociólogos. Ainda é um clássico na medida em que considera que uma
sociedade se define essencialmente pelo seu regime político, e na medida em que
chega a uma concepção da liberdade. Em outro sentido, porém, reinterpretou o
pensamento político clássico no interior de uma concepção global da sociedade,
e procurou explicar sociologicamente todos os aspectos das coletividades. De
fato, como Montesquieu o percebeu, depois de muitos outros, o devenir político
até nossos dias é feito efetivamente de alternâncias, de movimentos de
progresso e depois de decadência. O pensamento sociológico de Montesquieu se
caracteriza, pela cooperação incessante entre o que se poderia chamar de
pensamento sincrônico e diacrônico, isto é, pela combinação, perpetuamente
renovada, da explicação das partes contemporâneas de uma sociedade umas pelas
outras, com a explicação dessa mesma sociedade pelo passado e pela história. A
distinção entre o que Comte chama de estática e dinâmica já é visível no método
sociológico do autor de l`Esprit des Lois
como obra de passagem à interpretação sociológica do real.
A instituição social aspira à universalidade. A organização sabe que sua eficácia e seu sucesso dependem de sua particularidade. Isso significa que a instituição tem a sociedade como seu princípio e sua referência normativa e valorativa, enquanto a organização tem apenas a si mesma como referência, num processo de competição com outras que fixaram os mesmos objetivos particulares. Em outras palavras, a instituição se percebe inserida na divisão social e política e pretende definir uma universalidade (imaginária ou desejável) que lhe permita responder às contradições, impostas pela divisão. Ao contrário, a organização busca gerir seu espaço e tempo particulares aceitando como dado bruto sua inserção num dos polos da divisão social, e seu alvo não é responder às contradições, e sim vencer a competição com seus supostos iguais. A questão nevrálgica refere-se à pergunta: Como foi possível passar da universidade como instituição à definição como organização prestadora de serviços?Em primeiro lugar através da passagem da produção de massa e da economia de mercado para as sociedades de conhecimento baseadas na informação e comunicação. Na esfera de ação política é regulação da existência coletiva, poder decisório, luta entre interesses contraditórios, disputa por posições de mundo, confrontos mil entre forças sociais, isto é, violência em última análise. Só que a produção dos processos políticos, baseados em instituições sociais como esfera de poder, em segundo lugar, se diferencia radicalmente da produção econômica porque usam eventualmente suportes materiais, como armas, livros, processos, papéis onde se inscrevem as ordens, os atos de gestão, as sentenças ou as leis, mas não é uma produção material (econômica) no sentido marxista do termo.
A administração pública e a defesa dos interesses, bens e direitos envolvidos, requerem a reformulação da administração dos negócios, influindo na qualidade e natureza dos serviços e produtos ofertados. Como consequência dessa necessidade nasceu a “blindagem jurídica” para enfrentamento dos desafios na divisão internacional da atividade intelectual articulada aos procedimentos técnicos, visando a segurança econômica, social e jurídica e de interesses pessoais e empresariais.A
coerência desta articulação, aliada à teleologia das normas, à jurisprudência e
à doutrina, quando sopesadas na efetivação do negócio resulta no tão propalado
bom direito e, que deve ser defendido como imprescindível e proficiente, assim,
em seu brilhante nascedouro. Esse direito, sob múltiplas influências de suas
disciplinas carrega particularidades que devem ser conhecidas e estudadas pelos
profissionais que ocupem posições jurídicas e administrativas nas empresas e
sociedade para que se realize a blindagem jurídica, como processo político de
gestão estratégica permanentemente,
indutora de segurança jurídica com prosperidade. A blindagem é muito distinta
de qualquer tour de force em busca
das brechas da lei para a defesa de direitos, contrapondo-se as iniquidades, ou
amparados por destaques que possam afrontar o Estado, a moralidade e a tradição
econômica consuetudinária. O fato social e político é que a gestão da
universidade é marcada por uma série de desafios, os quais são configurados
como compromissos políticos da instituição tanto em termos de pesquisa &
desenvolvimento como seu ersatz de
comunicação inter pares e produção social. No Brasil ocorre a blindagem jurídica como questão sociológica recente, para conter o acesso ao exame de professor Titular e de Livre Docente.
O
Estatuto é o documento legal da universidade para desenvolver sua estrutura e seu
funcionamento e, assim, propugnar sua política acadêmica em suas áreas de ensino,
pesquisa, extensão e gestão. O último termo é objeto de nossa análise crítica. O
gestor da universidade não é pessoa competente, no sentido jurídico do termo, para
tomar decisões tal como lhe convém, sem permitir a participação de seus pares.
Por isso, os colegiados devem ter autonomia administrativa como órgãos consultivos
e deliberativos com o objetivo de construir modelo de gestão democrática e compartilhado,
sem perder de vista as exigências políticas e administrativas de seu entorno
com o poder público local. Apesar de o Brasil investir 1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em Pesquisa &
Desenvolvimento, a maior parte dos cientistas brasileiros, estimados em torno
de 75% de seu total trabalha como professor
e pesquisador em instituições
acadêmicas prevalentemente públicas e secundariamente privadas. No setor acadêmico, é natural que o número de
artigos científicos e de títulos de doutores concedidos a cada ano esteja
aumentando, em função da parceria de público-privado, mas regionalmente é
preciso encontrar maneiras sensatas de estimular a diversidade da base
acadêmica, tanto na perspectiva regional quanto na perspectiva de formação de campos de conhecimento.
Na
conjuntura política e econômica mundializada, é cada vez mais premente a
demanda pela integração de diferentes áreas de saber, no âmbito acadêmico e
científico, tendo como exigência a formação de profissionais ditos “policompetentes”,
compatíveis com as exigências do mercado de trabalho e a singular interdependência
dos saberes. Nem sempre ocorre integração entre setores da instituição, como
setor administrativo, de formação e titulação, além dos aspectos de interesse
dentre alunos e dos professores. Do ponto de vista histórico e pontual o
conceito de “carreira” deriva da palavra latina “carraria” e passou por
diversas transformações no decorrer de sua aplicabilidade teórica e
historicamente determinada. Por volta dos anos de 1530, no período renascentista,
simplificadamente, “carreira” identificava um caminho, ou o “curso do sol
através dos céus”. Nas disputas de Justa, em 1590, a palavra “carreira” estava
inserida no seguinte contexto: o cavalo que, durante o combate, passava uma
“carreira” em seu oponente. A partir de 1803, o significado contemporâneo da
palavra “carreira” passou a se relacionar ao mundo perigoso dos negócios,
quando o termo foi associado à ideia de “caminho na vida profissional” e que comumente entende-se “carreira” como a soma de “todos os cargos”
ou “posições” ocupadas por uma pessoa durante sua vida profissional.
Este
entendimento contraria a raiz etimológica do termo e impede que o conceito real
da palavra seja plenamente assimilado no mercado, inclusive por alguns
profissionais de renome representados em nível globalizado. Neste sentido, não
está associado a restrições temporais, mas sim espaciais. Não revela um
histórico profissional, propriamente dito, mas um caminho particular rumo a um
objetivo institucional condicionado pelo cargo. No sentido pontual é um termo
disciplinar que designa um determinado campo do conhecimento. Como campos
específicos de saber, as disciplinas se referem aos mais diversos âmbitos de
produção de conhecimento técnico e científico. Tem como representação a
produção social através de instâncias ou níveis de análises sobre a realidade
social, a constituição de uma linguagem aparentemente comum entre os seus praticantes,
a definição e constante redefinição de seus objetos de estudo, uma
singularidade que as diferencia de outros saberes, uma complexidade interna que
termina por gerar novas modalidades no interior da disciplina. Enfim, a rede de
conexão humana de conhecimentos que constitui determinado campo de saber, com a
formação progressiva da chamada comunidade científica compartilhada pelos
diversos praticantes do campo disciplinar. Há de fato um processo de trabalho e
de comunicação social e política com a fundação e manutenção de revistas científicas
especializadas, a ocorrência constante de congressos frequentados pelos
praticantes do campo disciplinar, a criação de instituições científicas que
representam os profissionais do campo de saber vinculando seu nome, seu cargo
no âmbito das instituições e assim por diante.
Encontro massivo dos trabalhadores da British Leyland Cars em 1981. O
segundo sentido de conceptual denota os paradigmas exemplares, decerto
positivistas, e, portanto, tecnicistas que têm constituído a base da formação
científica, uma vez que o pesquisador passa a dominar o conteúdo cognitivo da
ciência através da experimentação no âmbito dos exemplos compartilhados. Um
pós-doutorado, nunca é demais repetir, consiste em uma atividade especializada
ou estágio de pesquisa em universidade, realizado após a conclusão do
doutorado. Quem termina um doutorado e quer continuar se aprimorando como
pesquisador tem a opção de fazer um pós-doutorado. Ao contrário da
pós-graduação (M/D, LD, Titular), o estágio de pós-doutorado não visa obtenção
de um título. Em outras palavras, não existe o título pós-doutor. O pesquisador pós-doutorando não tem vínculo
trabalhista com a instituição que o recepciona e pode ou não ter bolsa de
estudos como financiamento. É comum haver um professor supervisor na
instituição, que será responsável por “fiscalizar” a realização dos objetivos
da pesquisa.
O objetivo maior é o aprofundamento da pesquisa em dada área do
conhecimento, mas pode haver também a condição e possibilidade de o estágio do pós-doutorando conter
atividades paralelas, tais como oferecer cursos, aulas e palestras, assim como
participar em júris ou bancas de avaliação, como no caso de avaliações de
mestrados e doutorados. Vale
lembrar que output é conceito de uso
frequente no âmbito da informática para se referir aos dados resultantes de um
processo. Um output (ou saída) é
constituído pela informação que é emitida por um sistema. Isto quer dizer que
os dados em questão “saem” do sistema, seja através de um formato digital ou
mesmo em algum suporte material. O processo costuma incluir, como primeiro
passo, a entrada (ou input) da
informação para o sistema. Para isso, é possível usar um teclado, ou outros
dispositivos que permitam introduzir os dados no computador. Já dentro do
sistema, a informação é manipulada e processada até que o utilizador,
finalmente, decida concretizar a saída. É então quando se gera esse output. Dentro do campo macroeconómico,
o conceito de output refere-se aos
produtos e os serviços que se geram no âmbito de uma economia. O output, neste sentido, representa o
resultado de um processo social de produção.
Existe
um modelo desenvolvido pelo economista Wassily Leontief, vencedor do Prémio
Nobel, através do qual se refletem as diversas interações sociais que existem
entre os vários setores que formam uma economia. De acordo com este modelo
“input-output”, quando uma indústria produz uma saída de bens, outra recebe
esse output, gerando-se o input correspondente. A sua teoria, no
entanto, pode-se dizer que há tempo antes foi estabelecida por outro personagem
importante dentro da economia. Trata-se do francês François Quesnay, que a
projetou através daquilo que deu a chamar “tableau économique”. Posto isto,
dentro do âmbito económico também existe o que se conhece como “output gap”.
Este é o termo que se utiliza em referência à diferença que existe entre o PIB
potencial e o PIB observado. Mas, para entender melhor esse vocábulo, há que
ter em conta o que é um e outro. O PIB potencial é o produto interno bruto que
pode criar a economia do país num período de tempo determinado, tendo em conta
fatores tais como o volume de emprego e o capital instalado. O PIB observado,
por outro lado, pode estabelecer o que representa o conjunto de bens e serviços
que se produz durante um determinado prazo, formando um ciclo de tempo num país,
tanto por pessoas que vivem no mesmo país, como por estrangeiros que nele
residam.
O Conselho
Universitário é um aparelho de Estado com o maior poder de logística dentro
da Universidade. Não são os exemplos de funções do Conselho que nos interessam,
mas as diretrizes da universidade e o supervisionamento e sua execução, mas o
regimento de suas unidades nas faculdades, institutos e escolas, que visam emendar
o estatuto da universidade, deliberar sobre a criação e extinção de cursos de
graduação, assim como os exames internos de ascensão na hierarquia. Na Universidade
de São Paulo, o Conselho Universitário
é composto pelo reitor, vice-reitor, pró-reitores de graduação, pró-reitores de
pós-graduação, pesquisa e extensão, pelos diretores das faculdades, institutos
e escolas, da congregação de cada unidade, dos professores titulares, dos
professores associados, dos professores doutores, dos representantes dos
funcionários, dos discentes da graduação em número correspondente a 10% do
total de docentes no Conselho, dos discentes da pós-graduação em número
correspondente a 5% do total de docentes no Conselho da Instituição, da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),
da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, das
Entidades Associadas e, finalmente um representante das classes trabalhadoras
do Estado de São Paulo.
Em
muitos países europeus e nos Estados Unidos, por exemplo, o “postdoc”
é visto como um pesquisador Associado porque ocorre o processo de amadurecimento, incentivado por pesquisadores mais experientes como Titulares e
Livre-Docentes. De fato, os doutores ainda carecem de experiência acadêmica,
por isso não estão totalmente preparados para a carreira científica. Obviamente,
que sempre há exceções à regra. Ainda, por vezes esse incentivo não se limita a
fazer apenas um, mas alguns pós-doutoramentos em diferentes instituições e
grupos organizados de pesquisa. Se por um lado o pós-doutorado pode trazer
vantagens e aperfeiçoamentos, por outro pode haver consideráveis desvantagens, ainda
mais quando o pesquisador não desejar o ingresso em uma carreira acadêmica, mas
se direcionar para o mercado ou indústria. Exemplo disso é o texto escrito pelo
jornalista Devin Powell, intitulado: “The Price of Doing a Postdoc”, no qual
são apresentados alguns dados que demonstram desvalorização em termos financeiros e prestígio é um “postdoc” ao comparar com quem ingressou
diretamente no mercado de trabalho, sem a realização do estágio pôs-doutoral.
Aliás,
o texto ratifica um erro comum entre os “postdoc” brasileiros, pois muitos
deles abrem mão de “ganhar mais” pela possibilidade de desenvolver as suas
pesquisas de uma maneira livre, aparentemente sem impedimentos institucionais. O
“pósdoc” é um consumismo que se
refere a um produto mental orientado por uma crescente propensão ao consumo de
bens e serviços públicos em geral supérfluos. Talvez em razão do seu
significado fetichista articulado em torno de prazer, sucesso, felicidade,
frequentemente atribuído pelos meios de comunicação da ciência. O fetiche
relaciona-se à fantasia ou seu simbolismo que paira sobre o objeto, projetando
nele uma relação social definida. Melhor dizendo, a ilusão que sobre a maioria
dos economistas produz e o fetichismo inerente ao mundo das mercadorias, ou a
aparência material dos atributos sociais do trabalho, resulta demonstrada por
sua prolongada e insípida querela a proposito do papel da natureza na criação
do valor de troca. Como este não é mais que uma maneira social particular de
mensurar o trabalho empregado na produção de um objeto, não pode conter
elementos materiais, como não pode contê-los, por exemplo, a cotização de
trocas. A diferença entre o consumo e o consumismo é que no consumo as pessoas
adquirem somente aquilo que lhes é necessário. Já o consumismo se caracteriza
pelos gastos excessivos em produtos supérfluos. A necessidade de consumo pode
vir a tornar-se uma compulsão, enquanto uma patologia
comportamental. Pessoas compram compulsivamente coisas que realmente não
precisam. Na universidade fazem “pósdoc” no lugar da pesquisa, quando a
pesquisa de fato representativa pelo seu caráter meritório e hierárquico é a cátedra de Livre
Docente e Titular em conformidade com a teoria.
Bibliografia
geral consultada.
MOURA, Clovis, Sociologia Politica da Guerra Camponesa de Canudos. São Paulo:
Editora Expressão Popular, 2000; SALLUM JR., Brasílio João, Notas sobre o Surgimento da Sociologia Política em São Paulo. In: Revista de Sociologia Política, volume 1, nº 1. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, Cidade Futura, 2002; LE BRAS, Gabriel; BOAS, Glaucia Villas, “Para Ler a Sociologia Política de Maria Isaura Pereira de Queiroz”. In: Revista de Estudos Políticos, nº 0, pp. 37-44; 2010; BERMAN, Marshall, Tutto
ciò che è Solido Svanisce nell`aria. L`Esperienza della Modernità. Bologna:
Editore Il Mulino, 2012; TRAVASSOS, Juliana Azevedo, Responsabilidade Corporativa: Institucionalização e Ideologia.
Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Faculdade de
Filosofia e Ciências Sociais. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2012; DIAS JUNIOR, Antônio Carlos, A Sociologia Política de Raymond Aron. Tese de Doutorado. Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2013; VASCONCELOS, Francisco Thiago Rocha, Esboço de uma Sociologia Política das Ciências Sociais Contemporâneas (1968-2010): A Formação do Campo de Segurança Pública e o Debate Criminológico no Brasil.
Tese de Doutorado em Sociologia. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; FERNANDEZ, Luciana Moretti, Mente Firme e Coração Blindado: Uma Teoria da Presentificação Social na Prática Comunicacional de Representar o Crime Proibido. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017; ENGERROFF, Ana Martina Baron, A Sociologia do Ensino Médio: A Produção de Sentido para a Disciplina através dos Livros Didáticos. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2017; MALVEZZI, Amarildo Muniz, As Ambivalências do Gosto: Repensando os Limites da Teoria Bourdiesiana do Habitus à Luz da Dimensão Estética. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2018; entre outros.
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