Gengis Khan nasceu cercado de lendas e mitologias sobre a vinda de um “lobo cinzento” que devorava toda a Terra. Ainda jovem matou o lobo e ficou muito famoso em sua tribo, enfrentou a rejeição de sua família por seu próprio clã, mas voltaria para conquistar sua liderança, vencer seus rivais de clãs distintos e unificar os povos mongóis sob seu comando. Estrategista brilhante, com hábeis arqueiros montados à sua disposição, venceu a grande Muralha da China, conquistou aquele país e estendeu o seu império em direção geográfica oeste e sul. Contudo, morreria antes de ver seu império alcançar sua territorialidade máxima, mas todos os líderes mongóis posteriores associariam sua própria glória às suas conquistas, “porque foi um dos comandantes militares mais bem sucedidos da história da humanidade”. Segundo levantamento estatístico realizado por técnicos pela revista Mundo Estranho, uma revista de curiosidades científicas e culturais, publicada pela Editora Abril desde agosto de 2001. Antes com um viés pragmático inspirado pela popularidade da revista Superinteressante, direcionou a notícia em última instância para um público alvo de consumo jovem adolescente de 12 aos 16 anos. Ele foi o imperador que mais conquistou territórios na história social e política mundial, dominando quase 20 milhões de km², o equivalente a 2,3 vezes o espaço como “lugar praticado” do território brasileiro.
Os
mongóis constituíram uma tribo de nômades da Ásia Central ou Norte da Ásia.
Eles viviam nas estepes, contando com um estilo de vida de movimento constante,
como um modus operandi. Eles sempre foram dependentes e anexados aos seus
cavalos, que representava o principal meio de transporte e comunicação social. Religiosamente, eram
“animistas politeístas”. Isabelle Stengers vai além da analogia entre fatos
(“fatiches”) e fetiches para buscar na história das ciências modernas a tensão
constitutiva com as práticas ditas mágicas. Segundo ela, as ciências modernas
se estabelecem a partir da desqualificação de outras práticas, acusadas de
equívoco ou charlatanismo. Ela acompanha, por exemplo, como a química se
divorciou da alquimia, e a psicanálise, do magnetismo e da hipnose. Em suma, as
ciências modernas desqualificam aquilo que está na sua origem. Eles nunca estabeleceram um grande império, organizado, e em vez disso
ficaram como uma coalizão de tribos no norte da China. Historicamente eles
entravam geralmente em guerra com seus vizinhos. A China ao sul de fato
construiu a Grande Muralha da China durante o reinado do Imperador Shi Huang
(247-221 a. C.) como um meio para manter os mongóis e outros para longe de suas
aldeias. Os mongóis também rivalizaram com outros grupos tribais na Ásia
Central, como tribos turcas e os tártaros. A história social Mongol mudou para
sempre durante o longo e duradouro reinado de Genghis Khan. Ele transformou-se em chefe tribal
dos mongóis entre 1206 e 1227. Durante o seu reinado, ele conseguiu unificar as
diversas tribos mongóis, juntamente com inúmeras tribos turcas existentes.
Com
um grupo grande, unificado, começou a conquistar toda e qualquer terra onde os
cavaleiros mongóis poderiam alcançar. Genghis Khan conquistou a maior parte do norte da China em 1210. Ao
fazê-lo, ele destruiu as dinastias Xia, também reconhecida como dinastia Hsia,
a primeira dinastia descrita pela historiografia tradicional chinesa. Reinou
cerca século XXI a. C. – século XVI a. C. A historiografia lista os nomes de 9
(nove) reis por 14 (catorze) gerações e Jin, também reconhecida como a dinastia
Jurchen, fundada pelos Waynan, representado no clã dos
Jurchen, antepassados dos manchus que estabeleceram a dinastia Qing, 500 anos
mais tarde. O nome é algumas vezes escrito como Jinn para ser diferenciado da
primeira dinastia Jin, cujo nome é igual ao desta dinastia no alfabeto latino.
Fundada em 1115, no norte da Manchúria, aniquila a dinastia Liao no ano 1125.
Esta última tinha existido entre a Manchúria e a fronteira norte da China
durante vários séculos. Em 9 de janeiro de 1127, as forças Jin saquearam
Kaifeng, a capital da dinastia Song do norte, capturando o novo imperador
Qinzong (1100-1161), que havia subido ao trono após a abdicação do pai, o
imperador Huizong (1082-1135), ao ver a necessidade de organização política com o objetivo claro de enfrentar o exército Jin.
Depois
da queda política da capital de Kaifeng, os Song (960-1279), sob a liderança da herdeira
dinastia Song do sul, continuaram a luta por conquista de territórios durante
mais de uma década contra os Jin, assinando por fim um Tratado de Paz em 1141,
e cedendo todo o norte da China aos Jin em 1142, a fim de obter a paz. Ele
também conseguiu conquistar a maioria das tribos turcas da Ásia Central,
abrindo todo o território para a geopolítica da Pérsia. Isso o levou a enviar
exércitos para o Leste da Europa, bem como, a atacar terras russas, inclusive
as fronteiras de Estados alemães da Europa Central. Mais importante do que o
processo civilizatório é entender como Genghis Khan o conquistou. Na esfera
política ele usou deliberadamente o “terror como arma de guerra”. Se uma cidade
que ele estava sitiando desistisse sem lutar, o povo normalmente seria poupado,
mas teria que ficar sob controle Mongol. Se a cidade lutou contra os mongóis,
todos, incluindo civis, seriam massacrados. Este reinado de terror é uma grande
parte da gestão política pela qual ele irá se tornar “conquistador consagrado”. Os
povoados estavam mais dispostos a desistirem do que sofrerem massacres em suas
mãos. Por exemplo, quando ele sitiou a cidade de Herat, no atual Afeganistão,
matou mais de 1,6 milhões de pessoas.
No norte da África e no Oriente
Próximo, algumas dinastias principais, como os Fatímida (909-1171), surgiram e
governaram uma área que inclui as regiões atuais do Egito, Sicília, Argélia,
Tunísia e partes da Síria. Foi também
neste período que algumas das principais dinastias turcas e povos da Ásia
central tomaram a vanguarda da política e da criatividade artística do mundo
islâmico. Os seljúcidas eram nômades da Ásia central que governaram terras do
oriente islâmico e eventualmente controlaram o Irã, o Iraque e grande parte da
Anatólia, embora tenha sido um império de curta duração. O ramo principal dos
seljúcidas, o Império Seljúcida, manteve o controle sobre o Irã. Esse foi
também o período das cruzadas cristãs europeias, que tinham por objetivo
reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos. Uma série de pequenos reinos
cristãos surgiram no século XII, bem como dinastias muçulmanas, como o Império
Aiúbida (1179-1260), cujo líder mais famoso, Salah al-Din (r.1169-93),
conhecido no ocidente como Saladino, terminou a dinastia Fatímida. Por fim, os
soldados escravizados, responsáveis pela proteção militar da dinastia Aiúbida,
derrubaram o último sultão Aiúbida em 1249-1250. Esses escravos, denominados mamluk,
que significa “possuídos”, e ficaram reconhecidos na história social e política denominados como “mamelucos” quando controlaram
a Síria e o Egito até meados de 1517.
Representavam soldados de uma milícia
egípcia constituída por escravos turcos. Formaram uma casta militar, vindo a
conquistar o poder no Egito. Em 1798, foram derrotados por Napoleão na batalha
das Pirâmides. A Batalha das Pirâmides teve lugar a 21 de julho de 1798 entre o
exército francês no Egito comandado por Napoleão Bonaparte e as forças locais
mamelucas e foi a batalha onde Napoleão usou a formação em quadrados. Em julho
de 1798, Napoleão ia na direção do Cairo, depois de invadir e capturar
Alexandria. Pelo caminho encontrou as forças dos mamelucos a 15 km das pirâmides,
e a apenas 6 km do Cairo. Os mamelucos eram comandados por Murade Bei e Ibraim
Bei e tinham uma poderosa cavalaria. Apesar de serem superiores em número,
estavam equipados com uma tecnologia antiga, possuíam espadas, arcos e flechas;
ainda por cima as suas forças militares ficaram divididas pelo Nilo, com Murade
entrincheirado em Embebeh e Ibrahim em campo aberto. Napoleão deu conta de que
a única tropa egípcia de grande valor era a cavalaria. Ele possuía pouca
cavalaria a seu mando e era superado em número pelos mamelucos. Viu-se, pois,
estrategicamente forçado a ir na defensiva militar das tropas, e formou o seu
exército em quadrados com o suporte da artilharia, cavalaria e equipes no
centro de cada uma, dispersando assim o ataque da cavalaria mameluca com fogo
de artilharia de apoio simulado. O povo
nômade mongol tem uma relação profunda com os cavalos, tanto na paz, quanto na
guerra, foram a base para a construção dessa sociedade. Símbolo de força,
resistência, velocidade, liberdade e espiritualidade, é um animal que apresenta
conexão com o sagrado.
Como
se diz em um ditado popular: - “Um mongol sem cavalo é como um pássaro sem asas”. A
sociedade mongol foi construída historicamente com a equitação, as crianças
aprendem a andar a cavalo por volta dos 3 anos. Na guerra, na alimentação, no
comércio, em praticamente todas as áreas o cavalo é essencial. Na guerra o
imperador mongol Gêngis Khan conquistou boa parte do mundo somente construindo
uma cavalaria potente. Então atacou o acampamento egípcio de Embebeh,
provocando a fuga do exército egípcio. Em 1811, foram exterminados por Mehmet
Ali (1769-1849), vice-rei do Egito no império otomano. A palavra vulgarizou-se
em Portugal possivelmente na Idade Média, derivando do termo árabe denotativo
da facção de escravos turcos que engrossando as fileiras do exército muçulmano
no Egito, acabaria por fundar uma dinastia afamada por sua tirania na região.
Os mamelucos coloniais, isto é, para não falar nos mestiços reinóis, herdaram,
pois, no próprio nome, a representação na esfera política da “fama de violência
dos guerreiros turco-egípcios”. Os mamelucos também tiveram que enfrentar uma
das maiores ameaças ao seu reinado muito cedo: os invasores mongóis. Estes guerreiros e seu grande líder, Gengis Khan (1162-1227), são quase sempre associados a
conquista e destruição, mas seu legado incluía a dinastia Yuan na China
(1279-1368), o Canato Chaghatay, na Ásia Central (1227-1363), a Horda de Ouro
no sul da Rússia, estendendo-se para a longa geopolítica de conquista da Europa (1227-1502), e dinastia
Ilkhanid, no Grande Irã (1256-1353).
A
Pax Mongolica inclui um grande florescimento das artes. Os Ilkhanids,
que governaram Irã, assim como partes do Iraque e Ásia Central, supervisionaram
o grande desenvolvimento artístico em manuscritos, tais como aquelas que
recontou o Shahnama, ou, Livro dos Reis, o famoso épico persa. Eles eram
patronos importantes da arquitetura. A dinastia Ilkhanid desintegrou-se em 1335
e dinastias locais chegaram ao poder no Iraque e Irã. Em 1370, a última grande
dinastia surgiu a partir da Ásia Central: os Timúridas (1370-1507). Eles foram
nomeados por seu líder, Timur, também reconhecido como Tamerlane, que
conquistou e controlou toda a Ásia Central, o grande Irã e o Iraque, bem como
partes do Sul da Rússia e parte do subcontinente indiano. Os Timúridas eram
excelentes construtores de arquitetura monumental. Herat, no Afeganistão atual,
tornou-se o capital e o centro cultural do Império Timúrida. Enquanto a
produção artística e arquitetura floresceram na Ásia sob diferentes dinastias
islâmicas, elas também desabrocharam em terras islâmicas ocidentais. A mais
famosa destas dinastias é provavelmente os Nasridas (1232-1492) do Sul da
Península Ibérica e norte da África Ocidental, cuja realização artística mais
importante é o notável Alhambra, um complexo do palácio-fortaleza em Granada,
na Espanha atual. Herāt é a terceira mais populosa cidade do Afeganistão. Está
localizada na província de Herate, no oeste do país. Foi conquistada por
Alexandre, o Grande no final de 330 a. C. e denominada de Artacoana (Alexandria
Ariana). Está situada em local fértil, produtivo, a cerca de 150 quilômetros da fronteira
com o Turcomenistão e também com o Irã, no vale do rio Hari. A cidade era
reconhecida tradicionalmente pela fabricação comercial de seu vinho e é, hoje, um
importante centro econômico do Afeganistão, além de evidentemente ser um
grande e importante centro religioso.
Além de algumas invasões e
massacres nas regiões fronteiriças do domínio islâmico, Genghis Khan “não
invadiu profundamente o mundo muçulmano”. Sob seu sucessor, Ogedei, o mundo
muçulmano continuou a ser poupado da ira Mongol. Oguedai nasceu em 1185 e era
filho de Gengis Khan (1206-1227), o fundador do Império Mongol. Em 1229,
sucedeu o seu irmão Tolui Khan (1227-1229) como cã, mas adotaria o título de
grão-cã. Estabeleceu a sua base no rio Orcom, onde fundou Caracórum. Tal como
seu pai, conduziu várias campanhas simultaneamente ao usar vários generais que
agiram independentemente, mas estiveram sujeitos a suas ordens. No Oriente,
atacou o nortista Império Jim (1115-1234) com ajuda sulista do Império Songue
(960-1279), que desejava recuperar territórios. A aliança permitiu a
captura da capital Jim de Caifengue em 1234. A pedido de Ielu Chucai, não
arrasou o norte da China à mongol, mas preservou a riqueza e habilidade dos
habitantes. No Ocidente, Oguedai enviou exércitos ao planalto Iraniano, Iraque
Árabe no sul da Mesopotâmia e Rússia de Quieve.
Em 1240, após o Saque de Quieve, a resistência russa ruiu. Em 1241, os mongóis derrotaram as forças do Reino da Polônia e Sacro Império Romano-Germânico na Batalha de Legnica e o Reino da Hungria na Batalha de Mohi. Isso lhes permitiu atravessar o território da Hungria e alcançar o mar Adriático. Essa campanha, no entanto, foi interrompida pela morte de Oguedai devido a problemas de alcoolismo. A evidência dendrocronológica tem apontado, por sua vez, que o inverno de 1241-42 na Hungria foi particularmente rigoroso, levando ao fim da expedição. Seja como for, a viúva de Oguedai, Toreguene Catum, assumiu o papel de regente até 1246, quando cedeu o trono a seu filho Guiuque Khan. Nascida nos territórios dos naimãs, Toreguene foi dada primeiramente como esposa a Cudu, o nobre do clã merquita. Mas Raxidadim de Hamadã nomeou seu primeiro marido como Dair Usum dos merquites. Quando Gêngis conquistou os merquites em 1204, ele deu Toreguene para Oguedai Khan como sua segunda esposa. Enquanto a primeira esposa de Oguedai não tinha filhos, Toreguene deu à luz a cinco filhos. Ela eclipsa todas as esposas de Oguedai e aumenta gradualmente a sua influência entre os oficiais de justiça. Mas Toreguene ainda se ressentia dos funcionários de Oguedai e da política de centralizar a administração e reduzindo os encargos fiscais. Toreguene patrocinou a reimpressão do cânon Taoísta no Norte da China. Através da influência de Toreguene, Oguedai nomeado Abderramão, como o imposto de agricultor na China.
Logo após a morte de Oguedai em
1241, primeiramente, o poder passou para as mãos de Moqe, uma das esposas de
Gêngis Khan que Oguedai herdara. Com apoio de Chagatai e seus filhos,
Toreguene assumiu por completo o poder como regente, na primavera de 1242 como
“Grã Catum” e demitiu os ministros de seu falecido marido e substituiu-os com
os seus próprios, a mais importante dos quais era outra mulher, Fátima, uma
tadjique, ou persa cativa da campanha do Oriente Médio. Ela era xiita que foi
deportada santuário Xiita de Mexede para a Mongólia. Ela tentou prender
diversos de Oguedai sendo principais funcionários. O chefe da secretaria de seu
marido, Chincai, e o administrador, Mamude Ialavaque, que fugiu para seu filho
Codém no Norte da China, enquanto o administrador turquestano Maçude Begue
fugiu para Batu Cã, na Rússia. No Irã, Toreguene ordenou Corguz ser preso e
entregue à viúva de Chagatai, a quem ele havia desafiado. O khan chagatai, Cara
Hulegu o executou. Toreguene nomeou Arum Aca dos oirates como governador na
Pérsia. Ela colocou Abd-ur-Rahman encarregado da administração no Norte
da China e Fátima tornou-se poderoso tribunal Mongol. Estas ações
políticas levaram o Mongol aristocrata em um frenesi de exorbitantes exigências
para a receita socioeconômica.
Ela
estava no exercício do poder em uma sociedade que tradicionalmente foi
conduzida apenas por homens. Ela conseguiu conciliar os vários poderes em
disputa dentro do império, e mesmo dentro de uma família de descendentes de
Gêngis Khan, ao longo de um período de 5 anos em que ela não só governou o
império, mas definiu o cenário para a ascensão do seu filho Guiuque como
grão-cã. Durante Toreguene reinado, dignitários estrangeiros chegaram a partir
dos mais distantes cantos do império, a sua capital em Caracórum, ou para seu
acampamento imperial nômade. O sultão seljúcida veio da Turquia - como fizeram
os representantes do Califado Abássida em Bagdá. Assim como dois pretendentes
ao trono da Geórgia: Davi Ulu, o filho ilegítimo do falecido rei, e Davi Narim,
o legítimo filho do mesmo rei. O mais alto delegado do escalão europeu foi o
pai de Alexandre I, o grão-príncipe Jaroslau II, que morreu de forma suspeita
logo depois de jantar com Toreguene Catum. No entanto, em 1255 a paz chegaria
ao fim. O Grande Khan, Mongke, colocou seu irmão Hulagu Khan no comando de um
exército cujos objetivos eram conquistar tanto a Pérsia, como a Síria e Egito, assim como
destruir o califado abássida. O objetivo da campanha geopolítica parece ser a complexa e completa
destruição do Islam. Hulagu Khan (1217-1265) tinha um ódio profundo por tudo ligado ao
islamismo.
Grande parte desse ódio acumulado originara-se de seus conselheiros budistas e cristãos que influenciaram suas políticas públicas. O mundo muçulmano neste momento não estava em posição de resistir aos ataques mongóis. O califado abássida era nada além de uma miragem de seu anterior, não tendo nenhum poder fora de Bagdá. A maior parte da Pérsia estava desunida politicamente, pois o Império Corásmio, representa uma dinastia muçulmana sunita de influência persa formada por turcomanos de origem mameluca. Dominaram o Grande Irã durante a Alta Idade Média, no período de 1077 a 1231, primeiro como vassalos dos seljúcidas, os caraquitais, e, posteriormente, como soberanos independentes, até as invasões mongóis do século XIII, tinha se deteriorado. O estado Aiúbida estabelecido por Salah al-Din (1138-1193) estava apenas no controle de pequenas partes do Iraque e da Síria. No Egito, a recente revolução tinha derrubado os descendentes de Salah al-Din e levou ao poder o novo sultanato Mameluco. Com seu exército gigante de centenas de milhares, Hulagu Khan não encontrou muita resistência.
Batalha dos Guararapes |
Praça Marechal
Deodoro da Fonseca, Maceió-AL.
|
Paradoxalmente, o que demonstra Fernando Uricoechea é que, de fato, o caráter híbrido da Guarda Nacional terminou por impedir que se consolidasse no Brasil uma ordem senhorial, baseada em uma nobreza estratificada segundo os princípios da honra e do privilégio, e apoiada no monopólio da posse da terra. Ao contrário, a cooptação a que esta elite política era submetida através da Guarda Nacional terminou por enfraquecê-la como grupo social dotado de força própria, e prepará-la para, pouco a pouco, ir aceitando a gradual emergência de um Estado racional e próprio da sociedade burguesa e capitalista que vinha se firmando no Brasil. Como diz o autor em sua conclusão, a experiência da Guarda Nacional foi “crucial, dialeticamente, ao contribuir para delinear uma ordem pública que transcendeu o particularismo de uma sociedade patriarcal da qual ela própria emergiu”. Assim, metade humana metade bovino, o Minotauro vivia no interior do labirinto, e devorava os que nele se perdiam. O labirinto do Império brasileiro, como tem sido representado na novela “Sinhá Moça”, da rede Globo de televisão, reside na contradição entre a extensão do poder privado e a centralização administrativa e burocrática do poder central que, no caso da sociedade brasileira, não cessa de se repetir, para se reconstruir em suas “manifestações coletivas”, em formas manifestas considerando-a na sociologia como formas de “sociação”, como ocorre no conceito simmeliano, ou seja, formas específicas de ser com e mesmo para com o outro como fundamento de relações sociais.
NICOLLE, David, The Mongol Warlords: Gengis Khan, Kublai Khan, Hulegu, Samerlane. London: Editor Fireband Books, 1990; SOARES, Luiz Eduardo, A Invenção do sujeito Universal: Hobbes e a Política como Experiência Dramática do Sentido. Tese de Doutorado em Ciência Política. Rio de Janeiro: Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, 1991; JUNGER, Ernest, A Guerra como Experiência Interior. Lisboa: Edições Ulisseia, 2004; SAES, Guillaume Azevedo Marques de, A República e a Espada: A Primeira Década Republicana e o Florianismo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005; GUIMARÃES, Bruna Vieira, Deodoro da Fonseca - A Propaganda Política do Primeiro Presidente do Brasil. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2007; BISSIO, Beatriz, Percepções do Espaço no Medievo Islâmico (séc. XIV): O Exemplo de Ibn Jaldún e Ibn Battuta. Tese de Doutorado. Curso de Pòs-Graduação em História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2008; WEATHERFORD, Jack, Gengis Khan e a Formação do Mundo Moderno. 2ª edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010; MUÑOZ, Javier Romero, “The Guerra Grande: The War of the Triple Alliance, 1865-1870”. Bakersfield Games: Strategy & Tactics, (270): 2011: 6-18; SOARES, Ethiene Cristina Moura Costa, General Osório e a República: Um Estudo sobre Memória e Política (1879-1930). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História. Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Seropédica (RJ): Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2012; REVERBEL, Carlos Eduardo Dieder, A Revolução Federalista e o Ideário Parlamentarista. Tese de Doutorado. Faculdade de Direito. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; NASCIMENTO, Fernanda dos Santos, A Imprensa Periódica Militar no século XIX: Política e Modernização no Exército Brasileiro (1850-1881). Tese de Doutorado . Programa de Pós-Graduação em História. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2015; entre outros.
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