quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Cirque du Soleil - Alegría, Risco de Vida & Trabalho Disciplinar.

                                                                                                     Ubiracy de Souza Braga

            O tempo dura muito para aqueles que sabem aproveitá-lo”. Leonardo da Vinci
          
    
           
            Dos chineses aos gregos, dos egípcios aos indianos, quase todas as civilizações antigas já praticavam algum tipo de arte circense há pelo menos mil anos, todavia, o circo como se conhece hoje só começou a tomar forma durante o Império Romano.  Um  circo é comumente uma companhia de trabalho coletivo que reúne artistas de diferentes especialidades tais como: malabarismo, palhaço, acrobacia, monociclo, contorcionismo, equilibrismo, ilusionismo, entre outros aspectos. A palavra também descreve o tipo de representação realizada por artistas, normalmente uma série de atos coreografados à músicas. Um circo é organizado em uma arena circular, com assentos em seu entorno, enquanto circos itinerantes costumam se apresentar sob uma grande tenda ou lona. O circo romano representava uma das instalações lúdicas mais importantes das cidades da Roma Antiga. Junto com o teatro e o anfiteatro forma a trilogia de instalações de cultura e divertimentos de seu tempo, espaço e lugar.  Era um recinto alargado, e a maior das instalações destinadas a divertir o povo, com remates circulares nos extremos.
A arena, muito alongada, era dividida em dois pela spina formando duas ruas por onde corriam as quadrigas. Era destinada a corridas, espetáculos e representações que comemoravam os acontecimentos do Império. Nos circos faziam-se batalhas, corridas de cavalos e outras diversões. Nesta spina costumava haver colunas e estátuas bem como obeliscos comemorativos. Os contadores de voltas costumavam ser ovos de pedra ou estatuetas de delfins. O circo era inspirado nos hipódromos e estádios gregos mas tinha medidas muito maiores que estes. Com a sua gradual expansão, o Império Romano tornou-se um estado rico, cosmopolita, e sua capital, Roma, tornou-se o centro de praticamente todos os acontecimentos sociais, políticos e culturais na época de seu auge. Isso fez naturalmente com que a cidade se expandisse, com gente vinda das mais diferentes regiões em busca de uma vida melhor. Como acontece até hoje em qualquer parte do mundo, pessoas humildes e de poucas condições financeiras iam se acotovelando nas periferias de Roma, em habitações com conforto mínimo, espaço reduzido, de pouco ou nenhum saneamento básico, e que eram exploradas em empregos subalternos de muito trabalho braçal e pouco retorno financeiro como sobrevivência.  

                                  
            Há uma grande controvérsia sobre o uso de animais em circos, há duas correntes de pensamento, com prós e contras o uso de animais em shows. Segundo a corrente de pessoas que são contra o uso de animais em circo, seu uso tem sido gradativamente abandonado, uma vez que tais animais por vezes sofriam maus-tratos, tais como dentes precariamente serrados, jaulas minúsculas, estresse etc. e, além disso, eram frequentemente abandonados, já que a manutenção de grandes animais, como tigres e elefantes demanda importância elevada dinheiro. Há ainda inúmeros casos em que acidentes, principalmente envolvendo animais selvagens, nos quais pessoas saem feridas ou até mesmo mortas. Por outro lado existem inúmeros circos que possuem infraestrutura e recursos para manterem seus animais, com auxilio de biólogos e veterinários contratados para garantir o bem-estar dos animais. Atualmente é proibido o uso de animais, tendo em vista que não há uma legislação federal que regule a matéria. Alguns empresários circenses, artistas, produtores culturais e estudiosos lutam para que seja aprovada uma legislação federal que regulamente o uso de animais em circos.
            O verdadeiro processo de individuação, isto é, a harmonização do consciente com o nosso próprio centro interior - o núcleo psíquico - ou self, em geral começa infligindo uma lesão à personalidade, acompanhada do consequente sofrimento. Este choque inicial é uma espécie de apelo, apesar de nem sempre ser reconhecido como tal. Ao contrário, o ego sente-se tolhido nas suas vontades ou desejos e geralmente projeta esta frustração sobre qualquer objeto exterior. Em algum lugar, lá no mais profundo de nós mesmos, em geral sabemos aonde ir e o que fazer. Mas há ocasiões em que o palhaço age com o que analiticamente se chama “eu”, de modo tão irrefletido que a voz interior não se consegue deixar ouvir. Assim, o sonho mostra ao sonhador que ele na verdade, tem o amparo de uma organização; está dentro de uma igreja - não uma igreja edificada no mundo exterior, mas uma que existe dentro da sua própria alma. Os fiéis (todas as suas qualidades psíquicas) querem que ele exerça as funções de padre e que celebre a missa. O sonho não faz alusão à missa real, pois o seu missal é diferente do verdadeiro. Parece que a ideia da missa foi usada como símbolo e, portanto, representa um ato sacrificial em que está presente uma divindade com quem o homem se pode comunicar. Todo processo de trabalho é um processo de comunicação, mas nem todo processo de comunicação pode ser considerado um processo de trabalho a não ser potencialmente.
            No trabalho o jovem significa o self e o seu poder de renovação, um élan vital criador de orientação através da qual tudo se torna vida e de iniciativa. Um circo é uma companhia em coletivo onde se reúnem artistas de diferentes culturas e especialidades. O circo contemporâneo é realizado com artistas que, em sua grande maioria, não têm nenhum vínculo familiar com a empresa-circo. Seus pais e parentes, provavelmente, não compõem um circo-família e pouco conhecem a arte circense. Essa falta de vínculo direto com o circo pode fazer com que sua história se perca e deixe de ser conhecida e valorizada por tais artistas. Na maioria das vezes, as escolas de circo não se dedicam a estudar e difundir a história do circo entre seus alunos, dificultando o acesso a ela. No Canadá, em 1981, surge a primeira escola de circo, para atender a demanda dos artistas performáticos, que vinham tendo aulas com ginastas. Em 1982, surge em Québec o Club des Talons Hauts, grupo de artistas que se apresentavam em pernas de pau, com malabares e pirofagia. É esse grupo que em 1984 realiza o primeiro espetáculo do Cirque du Soleil. Deste então, o Cirque du Soleil cresceu de forma surpreendente, estando em cartaz programado em países no mundo globalizado, com espetáculos distintos e grande número artistas em seu elenco. Símbolo da musica: “Alegría” (Cirque du Soleil).

Cirque du Soleil é uma companhia de entretenimento canadense. É a maior companhia circense do mundo, cuja sede fica em Montreal (Quebec, Canadá). Foi fundada em 1984, na cidade de Baie-Saint-Paul por dois artistas de rua, Guy Laliberté e Gilles Ste-Croisa. Em 1963, Laliberté foi convidado a apresentar no Festival de Artes de Los Angeles. Se o show não fosse bem recebido pelo público, eles não teriam dinheiro para retornar à Montreal. O festival foi um sucesso, e atraiu a atenção de empresas de entretenimento, como a Columbia Pictures, que teve interesse de gravar um vídeo sobre o Cirque du Soleil. Laliberté, insatisfeito com a proposta, recusou-a. Tal produção daria à Columbia Pictures direitos autorais. Esse é um dos motivos que fazem com que o Cirque du Soleil seja independente e privado até hoje. Foi fundado em Baie-Saint-Paul em junho de 1984 pelos artistas de rua Guy Laliberté e Daniel Gauthier, em resposta a um apelo feito pelo Commissariat Général aux Célébrations do governo de Quebec sobre a comemoração do 460 aniversário da descoberta do Canadá. Pode-se dizer que eles representam nas suas origens, a arte humana dentro da evolução artística, com ênfase na interação social entre o corpo e a cultura. 
 - Alegria Come un lampo di vita. Alegria Come un pazzo gridar. Allegria Del delittuoso grido. Bella ruggente pena, seren come la rabbia di amar. Alegria Come un assalto di gioia. Alegria I see a spark of life shining. Alegria I hear a young minstrel sing. Alegria Beautiful roaring scream. Of joy and sorrow, so extreme. There is a love in me raging. Alegria A joyous, magical feeling. Alegria Come un lampo di vita. Alegria Come un pazzo gridar. Alegria Del delittuoso grido. Bella ruggente pena, seren come la rabbia di amar. Alegria Come un assalto di gioia. Del delittuoso grido. Bella ruggente pena, seren. Come la rabbia di amar. Alegria Come un assalto di gioia. Alegria Como la luz de la vida. Alegria Como un payaso que grita. Alegria Del estupendo grito. De la tristeza loca. Serena Como la rabia de amar. Alegria Como un asalto de felicidad. Del estupendo grito. De la tristeza loca. Serena Como la rabia de amar. Alegria Como un asalto de felicidad. There is a love in me raging. Alegria A joyous, magical feeling         
Objetivando a carreira de artista performático, o fundador do Cirque du Soleil, Guy Laliberté iniciou uma turnê pela Europa como músico e “artista de rua”. Quando retornou ao Canadá, em 1967, aprendeu a arte de cuspir fogo. Trabalhou três dias na construção de uma hidroelétrica, e manteve-se com seu seguro desemprego. Ajudou a organizar, um bazar de verão com seus amigos Daniel Gauthier e Gilles Ste-Croix que coordenavam um albergue de artistas performáticos, denominado “Le Balcon Vert”. Em 1979, Ste-Croix decidiu realizar uma turnê com seu grupo. Apesar do talento dos artistas, a trupe não tinha fundos para concretizar o projeto de trabalho. O grupo decidiu “convencer” o governo de Quebec a financiar o projeto, criando o “Les Échassiers de Baie-Saint-Paul” que empregando diversos artistas performático na atividade circense, o “Les Échassiers” acabou fazendo uma excursão por Quebec durante o verão de 1980. De 1990 a 2000, o Cirque expandiu rapidamente, passando de show com 73 artistas em 1984, para mais de 3.500 empregados, em mais de 40 países, com 15 espetáculos apresentados simultaneamente e lucro anual obtido em US$ 800 milhões.         
Guy Laliberté iniciou sua carreira de artista circense como engolidor de fogo, homem da perna de pau e acordeonista. No começo dos anos 1980, fundou seu primeiro circo junto com um grupo de amigos e em 1984 criou o Cirque du Soleil, baseado na sua admiração por talentos de acrobatas e palhaços de rua do Canadá, sendo o primeiro a fazer a mistura de diversas culturas, disciplinas artísticas e acrobáticas num mesmo espetáculo. Desde a fundação, ele vem sendo o principal mentor da equipe criativa de cada nova apresentação da trupe internacional. Em 30 de setembro de 2009, após período de treinamento na Cidade das Estrelas, ele se tornou o sétimo turista espacial da história, o primeiro canadense, ao ir ao espaço como parte da tripulação da missão Soyuz TMA-16, para um período de dez dias a bordo da ISS. Durante sua estadia em órbita, Guy dirigiu do espaço o espetáculo chamado: “Da Terra às Estrelas pela Água”, do qual participaram estrelas da música, do cinema e outras celebridades desde quatorze cidades nos cinco continentes. É doutorado honoris-causa pela Universidade Laval de Quebec e obteve a Ordre National du Québec, a maior distinção do governo do Quebec. 
A nave russa Soyuz TMA-16, que leva a bordo o sétimo turista espacial da história, o canadense Guy Laliberté, fundador do “Cirque du Soleil”, se acoplou com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS), segundo informou o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia. Além de Laliberté, na Soyuz viajaram também o cosmonauta russo Maxim Suráyev e o astronauta norte-americano Jeff Williams. Laliberté voltará à Terra em meados de outubro junto a Padalka e Barratt a bordo da nave Soyuz TMA-14, agora acoplada à plataforma espacial. O fundador do circo mais famoso do mundo pagou US$ 35 milhões para poder viajar à plataforma espacial, não realizará experimentos científicos durante sua estada. O produtor e artista circense aproveitou a aventura para promover comercialmente sua faceta humanitária por meio da fundação “One Drop”, que tenta conscientizar o mundo sobre o problema da escassez de água e sua relação direta com a pobreza em nosso planeta. Laliberté dirigiu da ISS, no dia 9 de outubro, a 350 km da Terra, o espetáculo poético-social intitulado “Da Terra às Estrelas pela Água”, no qual participaram celebridades do meio artístico: música,  cinema e outras formas de atividade criadora em quatorze cidades continentais.          
Apesar de bem recebido pelo público em geral, “Les Échassiers” foi um fracasso inicialmente. No outono de 1981, os fundadores da trupe conseguiram melhores resultados, o que inspirou Laliberté e Ste-Croix a organizarem uma feira em Baie-Saint-Paul. Esse festival, denominado “La Fête Foraine”, ofereceu oficinas para ensinar a Arte circense ao público. De modo curioso, os próprios habitantes barraram o festival. Contudo, em 1983, o governo de Quebec fez uma doação de US$ 1,5 milhão para que o grupo organizasse uma produção no ano seguinte como parte das comemorações do 450º aniversário de Quebec. Laliberté denominou a sua criação de “Le Grand Tour du Cirque du Soleil”.  O grupo apresentou-se em onze (11) cidades de Quebec, durante treze semanas, na primeira apresentação com inúmeras dificuldades. Utilizando uma tenda emprestada, Laliberté teve que lidar com a insatisfação dos artistas europeus pela inexperiência do circo de Quebec. No entanto, os problemas foram resolvidos e o “Le Grand Tour du Cirque du Soleil” foi um sucesso. Com US$ 60.000 no banco, Laliberté pediu ajuda ao governo canadense financiamento para um segundo ano de apresentação. Porém, o governo da província de Quebec estava resistente. Com a intervenção do primeiro ministro de Quebec, René Lévesque, o governo de Quebec cedeu ao pedido.
Neste segundo ano de apresentação, Laliberté deu passos para renovar o Cirque. Para tanto, ele contou com a ajuda coreográfica de Guy Caron, do National Circus School, como diretor artístico do Cirque du Soleil. A coreografia serviria, portanto para descrever a dança que será executada. Neste sentido as variações de uma coreografia seriam as diferentes formas de interpretação para uma determinada coreografia de acordo com a qualidade técnica e opção artística dos membros em sua atividade. Ambos queriam uma música forte e emocionante do início ao fim do espetáculo, além de contar com o método do Circo de Moscou de narrar uma história durante as apresentações. A ausência do picadeiro e do uso dos animais nas apresentações tem como objetivo, na concepção dos criadores, trazer o espectador mais próximo da coreografia. Os espetáculos do Cirque têm como um dos grandes destaques a trilha sonora sempre influenciada por ritmos musicais atuais. Dentre vários compositores que já trabalharam no cirque, os mais requisitados são René Dupéré, Benoit Jutras e Violaine Corrad. 
Para auxiliá-los na criação do próximo espetáculo, Laliberté e Caron contrataram Franco Dragone, outro instrutor do National Circus School, que estava trabalhando na Bélgica. Quando entrou na trupe, no ano de 1985, Dragone trouxe um pouco da sua experiência com a comédia Dell`arte. Daí em diante, Dragone dirigiu todos os espetáculos do Cirque, exceto o Dralion, dirigido por Guy Caron. Em 1986, a companhia passou por sérios problemas financeiros. Mas como em todo processo e método de trabalho sua composição orgânica de materialização é difícil, em Toronto, o grupo apresentou para apenas 25% da capacidade total de espectadores depois de já não possuírem mais verbas para manterem-se adequadamente os shows. Gilles Ste-Croix, vestido em uma fantasia de macaco, caminhou pelas ruas de Toronto como forma de divulgar os trabalhos do circo. Diversos fatores impediram a falência do circo naquele ano. O grupo Alphonse Desjardins, instituição financeira sem fins lucrativos, ou espécie de Cooperativa de Crédito financiou o Cirque du Soleil na ocasião, cobriu US$ 200.000 em cheques. O financista Daniel Lamarre, que trabalhou para uma das maiores firmas de relação pública de Quebec, representou a firma gratuitamente. O governo de Quebec garantiu à Laliberté a quantia para se manter no ano seguinte.
Desjardins é uma raiz muito especial para empreendedores das Américas no crédito cooperativo. A grandeza de sua pessoa colocou-o na galeria dos artífices dos créditos cooperativos mais habilidosos e devotados à causa dos menos favorecidos. Foi inicialmente jornalista, o que lhe possibilitou bastante penetração no processo de comunicação social nas comunidades. Era muito religioso. Bem maduro na vida, e cidadão respeitado, exerceu funções na Câmara dos Comuns. Foi muito estimado em razão de suas idéias cristãs e reformadoras no âmbito do espírito do capitalismo. Angustiava-se diante da ganância, da usura e da agiotagem correntes. No seu país e nos Estados Unidos da América os juros eram excessivamente elevados, produto de um sistema financeiro elitista e escravizante. Entristecia-o ver o êxodo de muitos patrícios para a Nova Inglaterra em busca de trabalho, residência e sobrevivência. Juntamente com outras pessoas de maior sensibilidade social, inclusive alguns deputados do povo, punham-se a estudar meios de redenção da sociedade em crescente crise econômica. Era preciso encontrar caminhos de educação e de poupança que protegessem os trabalhadores, os agricultores, os pequenos empreendedores. O trabalho de Desjardins foi se expandindo e obtendo cada vez mais o apoio e admiração de trabalhadores, artesãos, agricultores, comerciantes, parlamentares, assim como da elite política nacionalista e da elite protestante da Igreja.
Em 1906, com a aprovação e regulamentação de uma lei para os sindicatos e associações, começaram a pontilhar mais unidades cooperativas. Em 1915, os recursos das caixas somavam 215 mil dólares. Neste período 90% dos empréstimos eram inferiores a 100 dólares cada. Predominavam os empréstimos de 1 a 50 dólares. A partir de 1930, já havia agroindústrias cooperativas de pequeno e grande porte, e companhias de seguros como subproduto do desenvolvimento do cooperativismo. A Grande Depressão (1929) arruinou muitas economias, os bancos foram quase a zero. Mas as caixas populares sobreviveram e desenvolveram-se, por serem unidades financeiras populares e simples, sendo-lhes também mais fácil a prática da cooperação. Em 1945, ao final da II Guerra, já havia no Canadá 908 unidades. Desjardins escreveu muito sobre a caixa popular. Fez muitas palestras. Ficou célebre o seu “Catecismo das Caixas Populares”. E não só a gente simples, como gente importante e do clero aderiu à instituição caixa popular. Os jovens estudantes também, alvo que foram de uma campanha especial dirigida a eles. Assim nasceu o processo cooperativo de crédito mútuo para as pessoas, os membros ajudando-se de forma solidária, mútua e organizadamente.
Franco Dragone criou um ambiente de trabalho em que o artista mantivesse em seu personagem durante toda a apresentação. Apesar de Dragone possuir total controle sobre a criação, Laliberté supervisionou toda a produção. Inspirado na obra “La Chasse au Météore”, de Júlio Verne (1828-1905), foi criado o conceito de que cada artista representava parte das joias espalhadas ao redor da Terra. É neste sentido programático e disciplinar que Nouvelle Expérience tornou-se o espetáculo mais popular do Cirque du Soleil até aquele momento e foi apresentado em 1987. A produção permaneceu por alguns anos no The Mirage Resort and Hotel em Las Vegas. No fim de 1990, o Cirque tornou-se novamente lucrativo e encontrava-se preparado para iniciar uma nova fase de produção artística. A infraestrutura que viaja com cada show pode facilmente ser chamada de “uma vila móvel”; pois inclui a Grande Tenda (“Big Top”), a tenda de entrada, a tenda artística, além de cozinha, escritórios, armazéns e muito mais. Totalmente autossuficiente em energia elétrica, as instalações dependem localmente apenas do abastecimento de água e de um sistema próprio de telecomunicações. As turnês da companhia tem impacto financeiro significativo pelas cidades por onde passam do ponto de vista do binômio “produção-consumo”, em Koozå, que durante sua turnê por Santa Monica (Califórnia), trouxe uma renda estimada em torno de US$16.700,000 para a cidade e empresas locais.
Embora o Cirque du Soleil obtenha um faturamento de milhões de dólares ao ano, os acidentes podem acontecer também em seus picadeiros. No dia 17 de outubro de 2009, o acrobata Oleksandr Zhurov sofreu um grave acidente durante um treino na cidade de Montreal. O ucraniano caiu enquanto fazia o “balanço russo”. Zhurov foi levado para o hospital, mas faleceu no dia seguinte devido às lesões no crânio e no cérebro. Esse foi o pior acidente já ocorrido no Cirque du Soleil, pois é, sem dúvida nenhuma, uma das companhias que mais se preocupam e investem na segurança de suas atividades, entretanto um acidente fatal como este só nos reafirma o fato de que os riscos podem, sim, ser muito bem controlados, mas jamais extintos em sua totalidade (cf. Luhmann, 2007; 2008). Não queremos perder de vista que em 2009, Oleksandr Zhurov, de 24 anos da Ucrânia, caiu de um balanço russo enquanto treinava na sede do Cirque em Montreal. Oleksandr morreu por lesões na cabeça sofridas no acidente. A primeira morte ocorrida durante uma apresentação ocorreu em 29 de Junho de 2013. A acrobata Sara Guyard-Guillot, de Paris, morreu após cair de 27 metros de altura do espetáculo KÀ no MGM Grand em Las Vegas. Em 29 de Novembro de 2016, um membro da equipe chamado Olivier Rochette foi atingido e morto por um equipamento durante a montagem do palco para o espetáculo Luzia em São Francisco, Rochette era filho de Gilles Ste-Croix, co-fundador do Cirque du Soleil.
Bibliografia geral consultada.
TAYLOR, Charles, As Fontes do Self: A Construção da Identidade Contemporânea. São Paulo: Edições Loyola, 1997; DUPRAT, Rodrigo Mallet, Atividades Circenses: Possibilidades e Perspectivas para a Educação Física Escolar. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Faculdade de Educação Física. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2007; ANDRADE, José Carlos dos Santos, O Teatro no Circo Brasileiro: Estudo de Caso Circo-Teatro Pavilhão Arethuzza. Tese de Doutorado. Departamento de Artes Cênicas. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010; FERREIRA, Diego Leandro, Segurança no Circo: Questão de Prioridade. Dissertação de Mestrado. Campinas: Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, 2012; DUPRAT, Rodrigo Mallet, Realidades e Particularidades da Formação do Profissional Circense no Brasil: Rumo a uma Formação Técnica e Superior. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação Física. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2014; OLIVEIRA, Josiane Silva de, A Política Emocional nas Práticas de Organização do Circo Contemporâneo: Uma Etnografia Multissituada no Contexto Brasil-Canadá. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Administração. Escola de Administração. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014; VACCARI, Eduardo Ferreira Chaves, “Encenar Ensinando - Ensinar Ecenando: A Relação entre Encenação e Pedagogia a partir da Análise de Processos de Criação do Théâtre du Soleil”. Tese de Doutorado em Artes Cênicas. Centro de Letras e Artes. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014; DEJOURS, Christophe, Le Choix - Souffrir au Travail n`est pas une Fatalité. Paris: Bayard Éditions, 2015; KRONBAUER, Gláucia Andreza, O Processo de Criação da Escola Nacional de Circo no Brasil e a Continuidade dos Modos de Vida Dentro e Fora da Lona. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Ponta Grossa: Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2016; ONTAÑON BARRAGÁN, Teresa, Circo na Escola: Por uma Educação Corporal, Estética e Artística. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação Física. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2016; AGUIAR, Ana Rosa Camillo, So (bre) a Lona: O Circo como Patrimônio Material? Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Econômicas. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2018; entre outros.  

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