Agiotagem & Forma Dinheiro - A Biografia do Capital Financeiro.
Ubiracy de Souza Braga
“A maneira como os bancos ganham dinheiro é
tão simples que é repugnante”. John
Kenneth Galbraith
O
sucesso dos Templários esteve vinculado ao das Cruzadas. Quando a Terra Santa
foi perdida, o apoio à Ordem reduziu-se. Rumores acerca da cerimônia de
iniciação secreta dos Templários criaram desconfianças, e o rei Filipe IV de
França - também conhecido como Felipe, O Belo - profundamente endividado com a
Ordem, começou a pressionar o papa Clemente V para que tomasse medidas contra
eles. Em 1307, muitos dos membros da Ordem em França foram detidos e queimados
publicamente. Em 1312, o papa Clemente dissolveu a Ordem. O súbito
desaparecimento da maior parte da infraestrutura europeia da Ordem deu origem a
especulações e lendas, que mantêm o nome dos templários vivo até aos dias
atuais. O banco é uma das maiores invenções da era medieval. Como a Ordem dos
Templários possuía milhares de terras com castelos fortificados e bem
guardados, os templários se ofereciam para guardar os pertences de qualquer
nobre ou comerciante por uma pequena taxa de manutenção. A
“Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”, em latim: “Ordo
Pauperum Commilitonum Christi Templique Salominici”, reconhecida como
Cavaleiros Templários, Ordem do Templo ou simplesmente “Templários”, foi
uma ordem militar de Cavalaria. A organização existiu por cerca de dois séculos
na Idade Média, fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, “com o
propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação
a Jerusalém após a sua conquista”. Os seus membros fizeram voto de pobreza e
castidade para se tornarem monges, usavam manta branca, com a característica
cruz vermelha, e o seu símbolo passou a ter como representação um cavalo
montado por dois cavaleiros.
É o local que se estabeleceu o
monte do Templo em Jerusalém, onde existira o Templo de Salomão, e se ergue a Mesquita de Al-Aqsa e do voto de pobreza e da fé em Cristo denominando-se Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão. Como os templários gozavam da imagem “naturalizada”, mas reconhecida de “heróis do cristianismo”, correta conduta ética, conseguiram a confiançade diversos reis e nobres que confiaram suas fortunas aos templários. O banco templário ainda oferecia mais dois importantes serviços. O primeiro era o “empréstimo de ouro” que devia ser devolvido com juros “caso você quisesse manter a cabeça grudada no pescoço”. O segundo era uma “carta de crédito” para comerciantes e peregrinos. Essas pessoas podiam trocar seu dinheiro por uma carta de crédito nominal, feita com um código complexo e secreto que podia ser trocada pelo mesmo valor em dinheiro em qualquer posto templário por uma aparente pequena taxa de juros. Se você falsificasse a carta e tentasse lucrar com o dinheiro dos templários, sua pena seria a morte ou a mão decepada. Esse sistema econômico ocorreu de forma tão eficiente que aOrdem dos Templáriospode ser considerada historicamente a primeira “organização social” de financeirização, multinacional e de sucesso do mundo ocidental.
Com o florescimento do comércio no fim da Idade Média, a função de banqueiro se tornou algo muito comum na Europa. Nas feiras da Europa Central, quando as pessoas chegavam com valores em ouro para trocar por outro produto, era o banqueiro quem fazia a pesagem de moedas, avaliação da autenticidade e qualidade dos metais, “em troca de uma comissão”. Com o passar do tempo, os banqueiros passaram a aceitar depósitos monetários e, em troca, o banco emitia uma espécie de certificado. Todavia, foi após a percepção de que nem sempre as pessoas retiravam tudo o que haviam depositado, melhor dizendo, sempre haveria dinheiro para circular, que surgiu a ideia de conceder empréstimos mediante o pagamento de juros. Esta foi a base para o enriquecimento dos banqueiros, que deixaram de ser simplesmente “cambistas” ou agiotas. Contudo, a cobrança de juros era algo de total desaprovação da Igreja, aspecto que explica o porquê da existência de muitos judeus no ramo bancário naquele período.
John
Kenneth Galbraith (1908-2006) foi um consagrado economista, filósofo, cientista
político e escritor norte-americano. Politicamente alinhado ao liberalismo norte-americano,
ou seja, a esquerda daquele país, e crítico mordaz dos conservadores, Galbraith
foi autor de alguns dos best-sellers de economia e sociologia mais
vendidos e lidos no mundo contemporâneo, tais como o seu ensaio: 1929: A Grande
Crise, A Sociedade Afluente, O Novo Estado Industrial, Capitalismo Americano: O
Conceito do Poder Compensatório, A Anatomia do Poder e Economia, Paz e Humor,
nos quais direciona críticas intensas a seus pares economistas pela falta de
rigor metodológico, oferece uma análise crítica da economia de mercado sem
regulação estatal. Galbraith foi um Democrata bastante ativo, participando,
como conselheiro, dos governos de John Kennedy, Lyndon Johnson e Bill Clinton e
como vice-presidente da Comissão de Preços do governo de Franklin Delano
Roosevelt. As escolas keynesiana e
institucionalista foram as duas tradições econômicas que mais influência
exerceram sobre Galbraith, muito embora ele costumasse conceder importância a
conservadores como o escocês Adam Smith e o comunista alemão Karl Marx, pela
sua relevância histórica. Galbraith também foi presidente da American
Economic Association, a principal agremiação de economistas nos EUA. O
economista e cientista político morreu aos 97 anos, em 2006, mesmo ano em que
faleceu Milton Friedman, um de seus mais reconhecidos adversários.
Pensador
de rara compreensão, foi assessor econômico do presidente John Kennedy e
publicou diversos livros, entre os quais The Affluent Society, no ano de
1958, em que critica a política econômica dos Estados Unidos da América. Em
1937 se tornou cidadão dos Estados Unidos, embora nessa época os Estados Unidos
e o Canadá não aceitassem a dupla nacionalidade, mas foi homenageado
pelo seu país nativo até o fim de sua vida, e suas origens canadenses foram
frequentemente citadas. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Galbraith
pertenceu à administração pública, no cargo de vice-diretor do gabinete da
administração de preços (deputy head of the Office of Price Administration). No
final da guerra foi-lhe pedido que executasse um inquérito sobre o
bombardeamento estratégico aliado, que concluiu que ele não teve efeitos e não
encurtou a guerra. Após a guerra tornou-se conselheiro da administração do
pós-guerra na Alemanha e Japão. Em 1949 Galbraith foi nomeado professor de
economia na Universidade de Harvard. Foi então também editor da revista
Fortune. Aposentado como professor universitário em 1957, publicou em 1981 a
autobiografia: A Life in Our Times: Memoirs. Galbraith era filho de
canadenses de ascendência escocesa, William Archibald Galbraith e Sarah
Catherine Kendall. Nasceu em Iona Station, Ontário, e cresceu em Dutton,
Ontário. Seu pai era fazendeiro e professor de escola, e sua mãe era ativista
política. Galbraith licenciou-se pelo Colégio de Agricultura do Ontário, depois
Universidade de Guelph, tendo depois feito o mestrado e doutoramento na
Universidade da Califórnia em Berkeley. Foi amigo do presidente John F. Kennedy
(1917-1963), por quem foi nomeado embaixador na Índia entre 1961 e 1963, onde
teve um papel interessante no apoio econômico ao governo indiano e ao
desenvolvimento social do país. No país asiático, ajudou a estabelecer uma das
primeiras faculdades de ciências de computação no Instituto Indiano de
Tecnologia em Kanpur, Uttar Pradesh.
Mercado de crédito é o nome dado ao sistema financeiro onde ocorre o processo de concessão e tomada de crédito. O mercado de crédito envolve uma dupla parte, uma credora e outra devedora, que normalmente estabelecem uma relação contratual entre si, podendo ser formal ou informal. Esta situação sugere que uma das partes, a credora conceda liquidez à outra, mediante um premio de liquidez ou de risco, comumente intitulado de juros. Nesta relação à parte credora oferece um bem a parte devedora, que na sociedade capitalista é a moeda fiduciária ou escritural. No sistema capitalista global os principais agentes de concessão de crédito são as instituições financeiras, embora existam vários outros agentes, como as empresas para seus clientes e as pessoas físicas para seus parentes e amigos. As instituições financeiras são os principais agentes estatuídos pelo seu poder político de arregimentar recursos, e pelo grau de especialização que alcançam no processo de emprestar e receber seus empréstimos.
Lembrava
Marx que num debate parlamentar sobre os Bank-acts
de Sir Robert Peel de 1844 e 1845, Gladstone observava que “nem mesmo o amor
levou tantas pessoas à loucura como o cismar sobre a essência do dinheiro”. Ele
falava de britânicos para britânicos. Os holandeses, ao contrário, que apesar
da dúvida de Petty possuíam desde tempos imemoriais uma “malícia angelical”
para a especulação com o dinheiro, nunca perderam sua malícia na especulação sobre o dinheiro. A principal
dificuldade da análise sobe o dinheiro é vencida quando se compreende que o
dinheiro tem a sua origem na própria mercadoria. Desse pressuposto, apenas
resta conceber nitidamente as idades que lhe são próprias; o que é dificultado
em certa medida pelo fato de que todas as relações burguesas aparecem transformadas
em ouro ou prata, aparecendo como relações monetárias. E a forma dinheiro
parece possuir, por conseguinte, um conteúdo infinitamente variado que lhe é
estranho, mas o primeiro ato necessário desse processo consiste em que as
mercadorias excluam uma mercadoria específica, digamos o ouro, como encarnação
imediata do tempo de trabalho geral, ou seja, como equivalente geral.
Porque
todas as mercadorias medem seus valores de troca pelo ouro, na proporção em que
determinada quantidade de ouro e determinada quantidade de mercadoria contêm a
mesma quantidade de tempo de trabalho, o ouro se torna medida de valor, e só se torna equivalente geral (ou dinheiro),
unicamente através dessa determinação como medida de valores, medida que como
tal mede seu próprio valor de imediato por todo o conjunto de
equivalentes-mercadorias. Por outro lado, o valor de troca de todas as
mercadorias expressa-se em ouro. Deve-se distinguir nessa expressão: um momento
qualitativo e outro quantitativo. Primeiro, o valor de troca da mercadoria
existe como encarnação do mesmo tempo de trabalho uniforme; segundo, sua
grandeza de valor se apresenta na mesma proporção em que as mercadorias são
igualadas ao ouro também igualadas entre si. De um lado, aparece o caráter geral do tempo de trabalho contido
nelas; de outro, sua quantidade expressa em seu equivalente ouro. O valor de
troca das mercadorias assim expresso como equivalência geral e ao mesmo tempo como
grau dessa equivalência em relação a uma mercadoria específica, ou expresso
ainda numa só equação ligando as mercadorias a uma mercadoria específica é o
preço.
O Cambista e sua mulher, Quentin Massys (1514).
Portanto,
o preço é a forma transformada sob a qual aparece o valor de troca das mercadorias
no interior do processo de circulação. Ipso
facto, através do mesmo processo pelo qual as mercadorias apresentam seus
valores em preços-ouro, apresentam também o outro como medida dos valores e,
daí, como dinheiro. O ouro só se torna medida dos valores porque é por ele que
todas as mercadorias avaliam seu valor de troca. Não é senão pura aparência do
processo de circulação a impressão de que o dinheiro faz as mercadorias
comensuráveis, pois a medida entre ouro e mercadoria é o tempo de trabalho, e o
ouro só se torna medida dos valores pelo fato de que as mercadorias se meçam
com ele. Ao contrário, não é senão a comensurabilidade das mercadorias como
tempo de trabalho objetivado que permite ao ouro transformar-se em dinheiro. Ao
entrar para o processo de troca, as mercadorias assumem a figura real de valores de uso. Somente través da sua alienação é que se tornam equivalente geral. A determinação de seu preço é a sua transformação ideal em equivalente geral, é equação com o ouro que ainda está por se realizar.
Mas
como as mercadorias estão transformadas em ouro apenas idealmente, ou apenas em
ouro representado, seu ser dinheiro não está ainda efetivamente separado de seu
ser real, o ouro; por enquanto, está transformado apenas em dinheiro ideal, em
medida dos valores, e, de fato, determinadas quantiasde ouro funcionam por enquanto apenas como
nomes para determinadas quantias de tempo de trabalho. A determinidade formal
em que o ouro se cristaliza como dinheiro depende em cada caso do modo
determinado em que as mercadorias apresentam, umas as outras, seu próprio valor
de troca. Nessa diferença entre valor de troca e preço, observa-se o seguinte:
o trabalho individual particular contido na mercadoria precisa primeiro ser
apresentado, pelo processo de alienação, em seu contrário, em seu trabalho sem
individualidade, abstratamente geral e, somente dessa forma, em trabalho
social, ou seja, em dinheiro. O mal dinheiro põe-se de emboscada na invisível
capa da medida de valor. O ouro é medida de valor como tempo de trabalho
objetivado. Padrão de preços ele o é como determinado peso de metal. Torna-se
medida de valor ao relacionar-se como valor de troca com as mercadorias (trabalho)
enquanto valores de troca; uma determinada quantia de ouro, como padrão de
preços, serve a outras quantias de ouro como unidade.
O
ouro é medida de valor porque seu valor é variável, e é padrão de preços porque
é fixado como unidade de peso invariável. Aqui, como em todas as determinações
de grandezas nominalmente iguais, solidez e determinidade das relações de
medidas são decisivas. A necessidade de se fixar uma quantia de ouro como
unidade de medida e partes alíquotas como subdivisões dessa unidade produziu a
representação de que uma determinada quantia de ouro, que naturalmente tem um
valor variável, se colocasse numa relação de valor fixa com os valores de troca
das mercadorias, no que se perdeu de vista que os valores de troca das mercadorias
estão transformados em preços, em quantias de ouro antes mesmo que o ouro se
desenvolva como padrão dos preços. Assim como o valor do ouro varia, diferentes
quantias de ouro apresentam entre si permanente a mesma proporção de valor. O
preço de uma mercadoria ou a quantia de ouro, na qual se transforma idealmente,
se expressa agora, portanto, nos nomes monetários do padrão-ouro. A forma
própria com que essas mercadorias dão os seus valores de troca está transformada
em nomes monetários, pelo quais expressam mutuamente o que elas valem. O
dinheiro, por sua vez, torna-se moeda de
cálculo. O dinheiro, compreendido como moeda de cálculo, pode existir
apenas idealmente (teoria), enquanto o dinheiro que circula efetivamente (prática)
é cunhado em um outro padrão totalmente diferente. Em muitas colônias inglesas
da América do Norte, a moeda circulante, até boa parte do século XVIII,
consistia em moedas portuguesas e espanholas, enquanto, por toda parte, a moeda
de cálculo era a mesma da Inglaterra.
O
mais famoso agiota da literatura viveu em Veneza e se chamava: Shylock,
personagem de William Shakespeare, do “Mercador de Veneza”. O assunto
empréstimo foi central neste romance, o agiota Shylock se dispõe a emprestar o
dinheiro em troca de uma garantia da parte do amigo de Barsanio, o comerciante
Antônio. Em qualquer empréstimo o risco das coisas dar errado é grande, e
talvez seja por isso, que as pessoas que emprestam dinheiro precisam
economicamente ser compensadas, com um valor pago pelo que emprestou além do
montante emprestado que é chamado de juros. Mas porque Shylock se tornou o
grande vilão do valor de troca entre pessoas? Naquela época, ele era um dos
muitos judeus agiotas que viviam nos guetos de Veneza. Durante a vida de
Shakespeare, a agiotagem era uma ocupação comum entre os judeus, devido à crença
entre os cristãos nesse período de que a usura era um pecado, e por ser uma das
poucas profissões que era permitido aos judeus exercerem na Europa medieval,
tendo em vista que as leis mercantilistas proibiam qualquer outro tipo de
ocupação.
A
cidade os tolerava, pois eram os únicos que poderiam fornecer o serviço
comercial que os mercadores cristãos eram proibidos de fazer, e poderiam cobrar
juros pelos seus empréstimos. Por isso que os maiores banqueiros foram judeus.
Os judeus se sentavam em suas mesas, as suas “tavule” em seus bancos, os
“banci”, raiz da palavra italiana para “bancos”, num local conhecido por Banco
Rosso. Pinturas de Giorgio Vasari, Frederico Zuccari e Domenico di Michelino
retratam bem a crença de um inferno para os agiotas. No final da historia
Shylok é proibido de cobrar o meio quilo de carne de Antônio exigido no
empréstimo em caso de inadimplência. O tribunal o proíbe de derramar sangue de
um veneziano, por ele ser judeu a lei determina ainda a perda de seus bens por
planejar a morte de um cristão. Então porque ele confiou o empréstimo, como
grande vilão do romance de William Shakespeare – “Mercador de Veneza”?
Os bancos desfrutam, portanto, do
poder de multiplicação monetária através do crédito sem lastro.Mas nem sempre foi assim, como demonstra Murray Rothbard. O esquema de reservas fracionárias não passa
de uma fraude, segundo o economista.A
produção de mercadorias e a circulação de mercadorias, o comércio, constituem
os pressupostos históricos em que aquele surge o mercado mundial e abrem no
século XVI a moderna biografia do capital. Se abstrairmos do conteúdo material
da circulação de mercadorias, da troca dos diversos valores de uso, e
considerarmos apenas as formas econômicas que este processo gera, encontraremos
então como seu último produto o dinheiro. Este último produto da circulação de
mercadorias é a primeira forma fenomênica do capital. O capital
contrapõe-se à propriedade fundiária e em primeiro lugar, sob
a forma de dinheiro, como fortuna em dinheiro, capital mercantil e capital
usurário. E necessário voltarmos à gênese do capital para reconhecermos o
dinheiro como a sua primeira forma fenomênica.
Cena do filme O Mercador de Veneza. Murray Rothbard combinou a economia laissez-faire de seu professor Ludwig von
Mises com os pontos de vista absolutistas dos direitos do homem e a rejeição do
estado que ele tinha absorvido a partir do estudo dos anarquistas
individualistas norte-americanos do século XIX, como Lysander Spooner e
Benjamin Tucker. Rothbard foi um ardente crítico do influente economista John
Maynard Keynes e do pensamento econômico keynesiano. Seu ensaio “Keynes, o
homem”, é um ataque as ideias econômicas e ao personagem Keynes. Rothbard foi
também um crítico severo do utilitarista
Jeremy Bentham em seu ensaio: “Jeremy Bentham: The Utilitarian as Big Brother”.
Rothbard enunciou a ideia segundo a qual “os acadêmicos tenderiam a se
especializar no que eles são piores”. Henry George foi grande em
tudo, exceto no que diz respeito a terra, sendo assim, ele escreveu sobre
terra, 90% do tempo. Milton Friedman foi excelente, exceto em teoria monetária,
então foi nisso que ele se concentrou. Murray Rothbard dedica um capítulo em “Power
and Market” para o papel tradicional do economista. Rothbard nota que as
funções do economista no livre mercado,
diferem muito das do economista em um mercado obstruído. – “O que pode fazer um
economista no livre mercado puro?”. No campo da ideologia econômica Rothbard
infere. – “Ele pode explicar o funcionamento da economia de mercado (uma tarefa
vital, especialmente porque a pessoa ignorante tende a considerar a economia de
mercado como mero caos desordenado), mas ele não pode fazer muito mais”.
A
mesma história desenrola-se diariamente diante dos nossos olhos. Cada novo
capital pisa o palco: o mercado de mercadorias e de trabalho ou mercado que se
transforma em capital através de processos determinados. O surgimento das
operações bancárias foi simultâneo ao surgimento da moeda, na medida em que seu
surgimento logo criou a necessidade de instituições que a guardassem e
emprestassem. O nome “banco” foi criado pelos banqueiros judeus de Florença na
época do Renascimento, designando “a mesa onde eram trocadas as moedas”. Em
1406, foi criado aquele que é considerado o primeiro banco moderno: o Banco di
San Giorgio, em Gênova. Em 1983, o Banco da Escócia se tornou o primeiro banco
a oferecer serviços eletrônicos, tendência esta que vem se ampliando
continuamente desde então no mundo inteiro.O primeiro caixa eletrônico do mundo ocidental foi fabricado pela
empresa britânica De La Rue e foi
instalado num bairro no norte da Grande Londres em 27 de junho de 1967 pelo
Barclays Bank. A invenção foi creditada a John Sheperd-Barron, apesar de Luther
George Simjian a ter patenteado em Nova Iorque, EUA na década de 1930 e Donald
Wetzel e outros da Docutel também o terem feito em 4 de junho de
1973.
Os
primeiros caixas eletrônicos aceitavam apenas uma “ficha” ou “cupão” de uso
único, que era retida pelo caixa. Essas trabalhavam em vários princípios como
radiação e magnetismo de baixa coercitividade que era retirado pelo leitor de
cartão para tornar fraudes mais difíceis. A ideia de um número de identificação
pessoal (PIN) armazenado no cartão em si ao invés de ser digitado quando se
queria retirar o dinheiro foi desenvolvido pelo engenheiro britânico James
Goodfellow em 1965, que ainda possui patentes internacionais cobrindo esta
tecnologia. Os primeiros “caixas eletrônicos falantes”, ou seja, caixas com
instruções sonoras para pessoas com deficiência visual, foram instalados no
Canadá em 1999. O primeiro caixa eletrônico “falante” nos Estados Unidos foi
instalado em São Francisco em outubro do mesmo ano. Em 2005 já há em torno de
trinta mil caixas eletrônicos falantes naquele país. A
circulação de mercadorias lembra Marx, é o ponto de partida na análise do capital. Como
portador consciente deste movimento, o possuidor de dinheiro torna-se capitalista.
A sua pessoa, a sua algibeira, é o ponto
de partida e o ponto de chegada do dinheiro.
O conteúdo objetivo daquela
circulação - a valorização do valor - é o seu fim subjetivo e apenas na medida
em que a crescente apropriação da riqueza abstrata é o único motivo propulsor
das suas operações ele funciona como capitalista ou como “capital
personificado”, dotado de vontade e consciência. O valor de uso não é,
portanto, nunca de tratar como fim imediato do capitalista. E também não o
ganho singular, mas apenas o movimento incansável do ganhar. Este impulso
absoluto de enriquecimento, esta caça apaixonada ao valor é comum ao
capitalista e ao entesourador: mas enquanto que o entesourador é o capitalista
louco, o capitalista é o entesourador racional. A incansável multiplicação do
valor, a que o entesourador aspira na medida em que tenta salvar o dinheiro da
circulação, alcança-a o capitalista esperto quando o entrega de novo à
circulação. Com razão afirmava satiricamente nosso jornalista, escritor e
pioneiro no humorismo político brasileiro, o conhecido Barão de Itararé, Apparício
Fernando de Brinkerhoff Torelly (1895-1971), também conhecido por Apporelly e
pelo falso título de nobreza de Barão de Itararé: - “O banco é uma instituição
que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que
não precisa de dinheiro”.
Uma rede interbancária é uma rede de
computadores que liga as caixas eletrônicas de diferentes bancos e permite que
estes possam interagir economicamente com clientes de outros bancos. Embora as
redes interbancárias possam fornecer recursos para todos os cartões de dentro
da mesma rede, para usar caixas eletrônicos de outros bancos que pertencem à
mesma rede, os serviços podem variar. Por exemplo, quando uma pessoa usa seu
cartão de débito em um caixa eletrônico que não pertencem ao seu banco,
serviços básicos, tais como consulta de saldos e saques, são geralmente
disponíveis. No entanto, serviços específicos, tais como recarga de telefones
celulares, podem não estar disponíveis para clientes de outros bancos. Além
disso, os bancos podem cobrar uma taxa, quando o cliente usa esse serviço, a
partir de um caixa eletrônico de um banco diferente. Redes interbancárias são
úteis porque as pessoas podem acessar caixas eletrônicos de outros bancos que
são membros da rede quando não um há caixa eletrônico do seu próprio banco nas
proximidades. Isto é especialmente conveniente para as pessoas que viajam ao
exterior, onde, as redes interbancárias internacionais como “Plus” ou “Cirrus”, quando estão disponíveis. Redes interbancárias, através de seus
diferentes meios, como processo de trabalho, também permitem o uso dos cartões
em diversos estabelecimentos, na função crédito ou débito.
Apesar dos caixas eletrônicos serem
utilizados principalmente para retirar dinheiro, eles evoluíram para incluir
muitas outras funções bancárias. Em alguns países que possuem uma rede
integrada de caixas eletrônicos compartilhadas por mais de um banco, como nos
caixas eletrônicos Multibanco em
Portugal e o Banco 24 Horas no
Brasil, as caixas incluem muitas outras funções que não estão diretamente
relacionadas com as contas bancárias, como por exemplo: pagamento de contas,
taxas (utilidades, contas de telefone, aposentadoria, taxas legais, etc.); trocar
dinheiro por cartões pré-pagos (para celulares, cabines telefônicas, etc.); compra
de ingressos (trem/comboio, shows/espectáculos, etc.). Muitos caixas
eletrônicos nos Estados Unidos também permitem a compra de selos postais. Os
caixas eletrônicos são conhecidos por muitos nomes, uns mais comuns em alguns
países do que outros. Enquanto os nomes em uso são genéricos, outros são marcas
registradas, identificando redes de caixas eletrônicos. No Japão, onde os
bancos cobram por retiradas de dinheiro, os caixas eletrônicos não são muito
populares. Esperando atrair usuários, os novos caixas eletrônicos do Ogaki
Kyoritsu Bank irão incluir jogos eletrônicos como fator de chance que
permitirão aos usuários ou livrarem-se dessa taxa ou ganhar 1000 ienes (= 9, 10 dólar americano),
enquanto os caixas do Bank of Tokyo Mitsubishi incluirão a tecnologia precisa
de segurança biométrica.
Bibliografia
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Princeton: Princeton University Press, 2014; CORRÊA, Gustavo Henrique Badin, Banco do Vaticano: Uma Análise Econômico-financeira. Trabalho de Conclusão de curso de Bacharelado em Ciências Econômicas. Faculdade de Ciências e Letras. Araraquara: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, 2015; OLIVEIRA, Regina Cibelle de, Gobseck`s: Entre a Prostituição e a Agiotagem. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês. Departamento de Letras Modernas. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017; SOBRAL, Bruno, “Austeridade
e Intervenção: Contradição e Possibilidade de Superação”. In: https://brasildebate.com.br/07/05/2018; entre outros.
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