Governo Beto Richa - (In)Segurança Pública & Gestão na Educação.
Ubiracy
de Souza Braga*
“Posso garantir que não tem ninguém mais machucado do que eu”. Beto Richa (PSDB)
Para
a questão da consciência, e a consciência filosófica considera que o pensamento que concebe constitui o homem real
e, por conseguinte, o mundo só é real quando concebido -, portanto, o movimento
das categorias surge como ato de produção real – que concebe um simples impulso
do exterior, o que é lamentado – cujo conteúdo é o mundo; e isto é exato na
medida em que a totalidade concreta enquanto totalidade-de-pensamento, enquanto
concreto-de-pensamento, é de fato um produto do pensamento, da atividade de conceber;
ele não é pois, de forma alguma o produto do conceito que engendra a si
próprio, que pensa exterior e superiormente à observação imediata e à
representação, mas um produto da elaboração de conceitos a partir da observação
imediata e da representação. O todo, afirma Marx, na forma em que aparece no
espírito como todo-de-pensamento, é um produto do cérebro pensante, que se
apropria do mundo do único modo que lhe é possível, de um modo que difere da
apropriação desse mundo pela arte, pela religião, pelo espírito prático. Antes
como depois, o objeto real conserva a sua independência fora do espírito; e
isso durante o tempo em que o espírito tiver uma atividade meramente
especulativa, meramente teórica. Nunca é demais repetir, também o emprego do
método teórico é necessário que o objeto abstrato, a sociedade, esteja
constantemente presente no espírito como dado primeiro. Em relação à
propriedade a categoria mais simples surge como a relação social de comunidades
simples de famílias ou de tribos no âmbito da globalidade.
Na
sociedade num estágio superior, ela aparece como a relação mais simples de uma
organização mais desenvolvida. Mas pressupõe sempre o substrato concreto que se
exprime por uma relação de posse. O dinheiro pode existir e existiu antes de
existir o capital, os bancos, o trabalho assalariado, etc. Nesse sentido,
podemos dizer que a categoria de trabalho mais simples pode exprimir relações
dominantes de um todo menos desenvolvido ou, pelo contrário, relações subordinadas
de um todo mais desenvolvido, relações que existiam já historicamente antes que
o todo se desenvolvesse no sentido que encontra a sua expressão numa categoria
concreta. Assim, abstração mais simples, que a economia política moderna coloca
em primeiro lugar e que exprime uma relação muito antiga e válida para todas as
formas de sociedade, só aparece, no entanto, sob esta forma abstrata como
verdade prática enquanto categoria da sociedade mais moderna. Poder-se-ia dizer
que esta indiferença constituída nas relações sociais em relacionadas a forma
determinada de trabalho, que se apresenta noutros países como produto
histórico, se manifesta como uma disposição natural. Este exemplo do trabalho
mostra com toda evidência que até as categorias mais abstratas, ainda que
válidas – precisamente por causa de sua natureza abstrata – para todas as
épocas, não são menos, sob a forma determinada desta abstração, o produto
de condições históricas e só se encontram válidas nestas condições e
no quadro de pensamento destas condições.
Carlos
Alberto Richa, reconhecido como Beto Richa, nascido em Londrina, 29 de julho de
1965, é um político brasileiro filiado ao Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB). Beto Richa assumiu o governo do Paraná em 1º de janeiro de
2011, tendo como principais bandeiras priorizar as áreas de educação, saúde,
segurança pública, proteção social, agricultura e infraestrutura. No primeiro
ano de mandato anunciou a criação do programa Paraná Competitivo para
incentivar o setor produtivo a atrair novas indústrias. Modernizou o parque
industrial paranaense, criou o programa Paraná Seguro com a contratação de dez (10)
mil policiais e forte incremento no orçamento da secretaria de segurança
pública e implantou medidas para minimizar os efeitos das chuvas no litoral
paranaense. O programa Paraná Competitivo atraiu R$ 20 bilhões
para o Paraná, gerando empregos principalmente no interior do estado que
representa 65% dos cerca de 280 mil novos postos de trabalho abertos. O
programa Paraná Seguro incorporou 3.127 militares, em policiais civis e do corpo de bombeiros.
Além
também da renovação da frota de viaturas com a aquisição de 1.470 novos
veículos. Lançou o programa Mãe Paranaense para reforçar o atendimento a
gestantes e recém nascidos, tendo como resultado a redução da mortalidade
materna em 40%. O programa Família Paranaense foi criado com o intuito
de desenvolver políticas públicas para atender famílias em alto risco de
vulnerabilidade social. Uma das metas é resolver o problema de habitação de 100
mil famílias paranaenses até 2014. Em sua gestão, Beto Richa, destinou cerca de
R$ 1,5 bilhão para os 399 municípios em repasses a fundo perdido, convênios e
financiamentos, sendo considerado um governador municipalista. Com o Plano
de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (PAM), estão sendo destinados R$
150 milhões a fundo perdido para cidades com menos de 50 mil habitantes. Em
dezembro de 2011, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope)
descreveu Beto Richa “como o segundo mais popular governador do
Brasil”, alcançando 74% de aprovação, perdendo somente para o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos. Em fevereiro de 2013, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) descreveu em 73%sua
aprovação eleitoral.
Black bloc representa social e politicamente um agrupamento de pessoas para uma ação conjunta ou propósito comum de “bloco sólido”, ou matéria inerte. É uma tática expressa de ação direta, de orientação anarquista, empreendida por grupos de afinidade eletiva que se reúnem, mascarados e vestidos de preto, para protestar em manifestações de rua, utilizando-se da propaganda pela ação para desafiar o establishment e as forças repressivas da ordem. A tática surgiu na Alemanha, nos anos 1980, como tática utilizada por autonomistas e anarquistas para a defender os “squats” (“ocupações”) contra a ação da polícia e os ataques de grupos neonazistas. Posteriormente suas atividades ganharam atenção da mídia fora da Europa, durante as manifestações contra o Encontro da OMC em Seattle, em 1999, quando grupos mascarados destruíram fachadas de lojas e escritórios do McDonald's, da Starbucks, da Fidelity Investments e outras instalações de empresas.
Inicialmente grandes redes de comunicação massiva difundiram o entendimento de que “black bloc” seria uma organização internacional. Mais recentemente, ficou claro que “black bloc” não é uma organização ou grupo, mas uma tática utilizada por vários indivíduos associados anticapitalistas, que não mantêm muitas conexões entre si. Na mesma manifestação, podem formar-se diversos blocos negros, com diferentes objetivos e ações. Esses “blocos” podem até mesmo entrar em confronto entre si, a exemplo do que ocorreu nas protestos contra o G8, em Gênova (2001) e Montebello (Quebec), em 2007, durante a chamada “Cúpula de Líderes da América do Norte”, reconhecida como “Three Amigos Summit”, a saber: Estados Unidos da América (EUA), México e Canadá, quando alguns policiais se infiltraram no “black bloc”. A polícia negou que os agentes infiltrados tivessem atuado como provocadores, o que contradiz as imagens veiculada massivamente sobre um dos policiais que foi filmado, não por acaso, com uma grande pedra na mão. À diferença do modus operandi de outros grupos anticapitalistas, os integrantes do black bloc realizam ataques diretos à propriedade privada, como forma de chamar a atenção para sua oposição ao que consideram símbolos do capitalismo - as corporações multinacionais e os governos que as apoiam. As roupas e máscaras pretas - que dão nome à tática e, por extensão, também aos grupos que dela se utilizam - tanto visam proteger a integridade física dos indivíduos quanto garantir seu anonimato, caracterizando-os, em conjunto, apenas como um único e imenso bloco.
As roupas e máscaras pretas - que dão nome à tática e, por extensão, também aos grupos que dela se utilizam - tanto visam proteger a integridade física dos indivíduos quanto garantir seu anonimato, caracterizando-os, em conjunto, como um único e imenso bloco. As
origens do black blocs remontam à República Federal Alemã no início da
década de 1980. Foi a imprensa alemã ocidental que cunhou o termo “Schwarzer
Block” para fazer referência a grupos de pessoas que se organizavam para
enfrentar a repressão policial. Tal repressão foi desencadeada em decorrência
da luta de grupos autonomistas alemães (marxistas não ligados às burocracias
partidárias e sindicais) contra a construção de usinas nucleares, para a defesa
de suas ocupações (squats) de casas e edifícios abandonados em grandes
cidades e também para se defenderem de ataques de grupos neonazistas. Em uma
manifestação no 1º de Maio de 1980, em Frankfurt, manifestantes participaram
vestidos de negro, tapando seus rostos com máscaras e capacetes para se
defenderem da polícia e evitar o reconhecimento facial e a consequente
identificação e repressão policial. Os black blocs constituíram-se como
uma tática, uma manobra dentro da manifestação com o objetivo principalmente de
garantir a autodefesa dos participantes frente à repressão policial que quase
sempre é realizada e, em todas as vezes, de forma violenta. O black bloc,
dessa forma, não é um movimento político, um grupo anarquista ou uma ONG
libertária. Segundo Jairo Costa, o black blocs representam uma tática de
guerrilha urbana, que se constitui como meio de mobilização nas chamadas ações
diretas: destruição de bancos, joalherias, lanchonetes norte-americanas,
depredação de instituições oficiais e empresas multinacionais, shoppings,
câmeras de segurança, etc.
Após abrir os portos do Brasil às chamadas “nações
amigas” (cf. Aguiar, 1960), D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o
documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia, atual Universidade
Federal da Bahia – UFBA, e deu início ao
ensino da Medicina no país. No mesmo ano, a Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ foi criada pelo príncipe regente
D. João, por Carta Régia, ou seja, por decreto, assinada no dia 5 de novembro
de 1808, com o nome de Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia, e instalada na Praia Vermelha, no Rio de |Janeiro.
Assim, desde a sua progênie a desigualdade social na distribuição de médicos no
Brasil acompanha outros abismos sociais existentes no país, no caso dos
professores universitários e o significado da universidade brasileira para o 3º
Milênio. Outros cursos universitários foram ainda criados, na
Bahia e no Rio de Janeiro, todos eles previstos pela mesma preocupação
pragmática (cf. Braga, 2001) de criar uma infraestrutura que garantisse a
sobrevivência política da Corte na colônia, tornada Reino-Unido. Na Bahia, a cadeira de economia
(1808), e os cursos de agricultura (1812), de química (1817) e de desenho
técnico (1817). No Rio de Janeiro, o laboratório de química (1812) e o curso de
agricultura (1814). Alguns cursos avulsos foram ainda criados em Pernambuco, em
1809 (matemática superior), em Vila Rica, em 1817 (desenho e história), e em
Paracatu, Minas Gerais, em 1821 (retórica e filosofia), “visando suprir lacunas
do ensino ministrado nas aulas régias”. A Escola Real de Ciências, Artes e
Ofícios, criada em 1816, no seu plano original também estava marcada pela preocupação
com a formação técnica e científica. Tal orientação é ainda mais acentuada com
a Reforma Rivadavia Corrêa, em 1911, que institui também o “ensino livre”.
Embora o surgimento da universidade, apoiado em ato do Governo Federal,
continuasse sendo postergado, o regime de “desoficialização” do ensino gerou condições para o surgimento de universidades, tendendo o movimento a
deslocar-se da órbita do Governo Federal para a dos Estados.
Nesse contexto surge, em 1909, a Universidade de Manaus; em 1911 é instituída a
Universidade de São Paulo, em 1912, a Universidade do Paraná erigidas como instituições livres.
Tropa de choque ataca servidores públicos na Praça Nossa Senhora de Salete.
A
praça é rodeada de prédios do governo, com principal destaque ao Palácio
Iguaçu, que é a sede do estado do Paraná. No final de semana é o
lugar perfeito para levar seu animal de estimação ou as crianças. Aos domingos,
as ruas próximas são fechadas e o lugar e espaço praticado para diversão
aumenta. Ali também acontecem eventos gastronômicos, shows e outros eventos. Localizada
no Centro Cívico, é na Praça Nossa Senhora de Salete que estão as sedes dos
poderes do governo do Paraná. Pela localização estratégica, é nela em que são
realizadas grande parte das manifestações de Curitiba, além de shows e atos. Além
da área verde, na praça está a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Contas, o
Palácio Iguaçu, sede do governo do estado, o Palácio das Araucárias, o Tribunal
do Juri, Tribunal de Justiça e a sede da Prefeitura Municipal de Curitiba. Com missa e venda de fogazza, a paróquia
revive o Jubileu e uma placa descerrada pelo bispo dom Nelson
Westrupp marcou 50 anos de sua criação.
A
Praça Nossa Senhora da Salete é um gramado grande com muitas árvores e espaço
para sentar e relaxar. Nossa Senhora de La Salette representa a invocação dada
à Virgem Maria nas suas aparições na montanha de La Salette, departamento de
Isère, na região dos Alpes franceses. De acordo com os relatos etnográficos
existentes, Nossa Senhora terá aparecido a 19 de setembro de 1846 a duas
crianças: Maximin Giraud, com 11 anos de idade, e Mélanie Calvat, com 15 anos.
A veneração a Nossa Senhora de La Salette floresceu no século XX e, assim como
Nossa Senhora de Lourdes (1858), Nossa Senhora de Fátima (1917) e Nossa Senhora
das Lágrimas (1930), continua a ser uma das mais famosas representações sociais
das aparições imaginárias da Virgem Maria na idade contemporânea. Possui ligações com essas três aparições marianas através da linha do tempo do segredo
de La Salette, e confirmada nas recomendações em Lourdes, nos
acontecimentos em Fátima e mensagens reveladas em Campinas.
Em primeiro lugar, como na vida privada se diferencia
o que um homem pensa e diz de si mesmo
do que é e faz, na história devem-se distinguir mais ainda as fases e as
fantasias de sua formação real e de seus interesses reais. Ou, a formação da
consciência que fazem “para si” (Hegel) do que são “em si” na realidade social (Marx).
Durante o Governo Lula, hic et nunc a
grande maioria das carreiras do serviço público federal foi posicionada na
prática elevando salários. Muitas vezes defasados durante os anos de aperto no
Governo FHC, embora este se vanglorie de ter feito “o maior acordo do trabalhismo
no mundo”, – com a imposição de plano econômico de natureza heterodoxa que
deixou de conferir aos valores recolhidos ao FGTS, com a devida correção
monetária. Para entendermos o significado hoje do salário de professor
universitário, basta dizer que um professor em Dedicação Exclusiva, e não se
sentindo representados pelo Andes, um grupo de professores fundou um Sindicato
paralelo, o Proifes. Embora muitos tenham acreditado que poderiam ter algum
avanço para o que outras carreiras conseguiram, mas a realidade não demonstrou
ser de fato tão favorável.
Do ponto de vista teórico e metodológico, concordamos
com a assertiva segundo a qual a instância ideológica há de ser percebida como
lugar analítico das múltiplas
projeções dos efeitos de reconhecimento e desconhecimento dos efeitos das
diferentes instâncias. Portanto há de ser recortada nas suas conexões, seja com
a instância política, seja com a instância econômica. Já que não é na realidade
que vamos procurar a prova da autonomia das estruturas (teóricas), mas na
estruturação da teoria que autoriza análises autônomas. Assim, estamos nos
distanciando, para ficarmos num exemplo, daqueles que atribuem à ideologia um
papel exclusivo na reprodução da força de trabalho. Temos que admitir, se nos
propusermos a fazer ciência, que a ideologia só reproduz o reconhecimento da
ordem, da organização e da divisão do trabalho determinada historicamente.
Quando se configuram os momentos conjunturais de crise
de hegemonia no Brasil, a “questão social” é definida como uma “questão de
polícia” que sem deixar de ser política, passa a ser resolvida na base dos
Aparelhos de Estado com predomínio da repressão efetiva. Daí popularizar-se para
a Primeira República das oligarquias agrárias a sentença: “a questão social é
um caso de polícia”. Por ser ilegítima para a fração da classe dominante, não
era uma questão “legal”, mas ilegal. Todavia nos momentos em que uma crise de
hegemonia não se configura como viável, a questão tópica do pensar e o agir das classes
dominantes definem a “questão social como uma questão eminentemente política, que
se resolve na base da conciliação, do favor recíproco, da política”, enfim.
Isto define a “questão social” como uma questão política, não importando o tipo
de política que entra em jogo e é realizado.
É neste sentido, que ao amplificarmos a noção de política na concepção de filosófica de Slavoj
Žižek, apresentamos a seguinte reflexão:
“Há uma velha história sobre um
trabalhador suspeito de roubar no trabalho: todas as tardes, quando sai da
fábrica, os guardas inspecionam cuidadosamente o carrinho de mão que ele empurra,
mas nunca encontram nada. Está sempre vazio. Até que um dia cai a ficha: o que
o trabalhador rouba são os carrinhos de mão... Se há uma tese unificadora nas
reflexões que se seguem, é a de que existe um paradoxo semelhante no que diz
respeito à violência. Os sinais mais evidentes de violência que nos vêm à mente
são atos de crime e terror, confrontos civis, conflitos internacionais. Mas
devemos aprender a dar um passo para trás, a desembaraçar-nos do engodo
fascinante desta violência “subjetiva” diretamente visível, exercida por um
agente claramente identificável. Precisamos ser capazes de perceber os
contornos dos cenários que engendram essas explosões. O passo para trás nos
permite identificar uma violência que subjaz aos nossos próprios esforços que visam
combater a violência e promover a tolerância” (cf. Žižek, 2014).
Em segundo lugar, “choque de gestão” é uma política de
governo proposta por Aécio Neves durante o seu mandato como governador do
Estado brasileiro de Minas Gerais. Como política pública visa, primariamente, a
promoção do desenvolvimento mediante a reversão de quadros de déficits orçamentários: a) através da
redução de despesas, b) da reorganização e modernização do aparato
institucional do Estado e, last but not
least, com a busca e a implementação de novos modelos de gestão. Aécio
Neves assumiu o governo de Minas Gerais quando o Estado encontrava-se com as contas
estourando os limites fixados pela “Lei de Responsabilidade Fiscal” para
dívidas e gastos em funcionalismo. A saída encontrada foi conter despesa,
tornar mais eficiente a arrecadação do ICMS, elevar as alíquotas do IPVA,
introduzir um novo modelo de cobrança do imposto sobre doações e heranças, o
aumento de algumas taxas como a “Taxa de Fiscalização Judiciária”, e a criação
de outras, como a “Taxa de Incêndio e Taxa de Licenciamento para Uso ou
Ocupação da Faixa de Domínio das Rodovias”. Com isso, economicamente a
arrecadação no Estado subiu, e a dívida mineira caiu de 263% da receita para
189% (cf. Patu, 2014).
De acordo com Luiz Fernando Rodrigues, da direção do
sindicato, tudo começou quando os deputados estaduais decidiram seguir com a
votação do projeto. “Quando nós anunciamos que o governo não havia aceitado
tirar o projeto, houve uma revolta muito grande, e [os manifestantes] tentaram
avançar sobre a cerca. Imediatamente, o Batalhão de Choque, a mando do
secretário [de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini] veio com
todo seu armamento para cima das pessoas”. Segundo a Secretaria de Segurança
Pública, 1,6 mil policiais participaram da ação. - “A ação foi contra os
educadores que estavam na praça. Foi abuso da PM. Jogaram bombas de gás, spray
de pimenta, jatos de água contra os trabalhadores. A polícia não parou de jogar
bomba na gente mesmo depois de uma hora. Foi uma barbárie o que aconteceu hoje
em praça pública”.
Pelo menos 170 manifestantes ficaram feridos, segundo
dados estatísticos da prefeitura de Curitiba e do Tribunal de Justiça do Paraná (TJP), onde ocorreram os
primeiros atendimentos médico-hospitalar. Desse total, 45 foram levados para Unidades de
Pronto-Atendimento e hospitais da região. O governador do Paraná, Beto Richa,
afirmou em entrevista, que os policiais reagiram a provocações de algumas
pessoas que estavam na praça. - “Sete black
blocks foram presos. Os policiais, ao serem afrontados por esses baderneiros
e black blocks, reagiram, em uma proteção natural de sua integridade física”. A
Secretaria de Segurança Pública do Paraná diz que 20 policiais ficaram feridos.
- “A reação não partiu dos policiais. Os policiais ficaram parados para
proteger o prédio da Assembleia Legislativa. Na medida em que eram impedidos,
reagiram. A polícia não partiu para cima dos manifestantes uma única vez. Tem
filmes que comprovam o que estou dizendo”.
Analogamente, em greve há 56 dias, os
professores do Ceará foram agredidos pelo Batalhão de Choque da Assembleia
Legislativa no dia 29 de setembro de 2011. A categoria estava reunida no local
para evitar a votação da proposta do governo em dividir a categoria do nível
médio e superior. O presidente da APEOC explicou que a categoria estava fazendo
uma manifestação pacífica contra a proposta do governo. “Esta proposta não
contempla a categoria e muda pontos importantes do nosso estatuto”, ressaltou
Anízio Melo. Os professores ocuparam a sede da Assembleia Legislativa do Ceará
(ALCE) com alguns desses mobilizados fazendo greve de fome. Dois desses professores foram presos
arbitrariamente pela polícia, sendo que outros professores foram levados ao hospital por terem
sofrido agressões pelo Batalhão de Choque. Educadores, representantes de
movimentos sindicais, universitários e estudantis, além da sociedade civil,
realizaram na segunda-feira, dia 3 de outubro daquele ano, a formação de uma passeata para
protestar sobre o episódio da Assembleia Legislativa.
Beto Richa assumiu o governo do Paraná em 1° de
janeiro de 2011, tendo como principais bandeiras priorizar as áreas de
educação, saúde, segurança pública, proteção social, agricultura e
infraestrutura. No primeiro ano de
mandato anunciou a criação do programa “Paraná Competitivo” para incentivar o
setor produtivo a atrair novas indústrias. Modernizou o parque industrial
paranaense, criou o programa “Paraná Seguro” com a contratação de 10 mil
policiais e forte incremento no orçamento da secretaria de segurança pública e
implantou medidas para minimizar os efeitos das chuvas no litoral paranaense. O
programa “Paraná Competitivo” atraiu mais de R$ 20 bilhões para o estado do Paraná, gerando
empregos principalmente no interior do estado que representa 65% de
aproximadamente 280 mil novos postos de trabalho abertos. O programa populista articulado ao Paraná Seguro incorporou
3.127 militares, além de novos policiais civis e bombeiros. Além disso, ocorreu renovação de viaturas com a aquisição de 1.470 novos veículos.
Do ponto de vista econômico em sua gestão, Beto Richa,
destinou cerca de R$ 1,5 bilhão para os 399 municípios, em repasse “a fundo
perdido”, convênios e financiamentos, sendo considerado aparentemente um
governador municipalista. Com o Plano de Apoio ao Desenvolvimento dos
Municípios (PAM), ) é um programa do Governo do Estado do Paraná que visa repassar recursos a
fundo perdido para os municípios com menos de 50 mil habitantes. Para este fim
serão utilizados, cerca de R$ 150 milhões, a fundo perdido para cidades com menos de 50 mil habitantes. Por proveniente de devolução orçamentaria
feita pela Assembleia Legislativa do Paraná ao Governo do Estado. Caberá
aos prefeitos definir, por meio de audiência pública, onde serão aplicados os
recursos. Por este motivo em dezembro de 2011, o
Ibope apontou estatisticamente Beto Richa como o segundo mais popular governador do
Brasil, tendo alcançado 74% de aprovação popular, perdendo somente para o então
governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Em fevereiro de 2013, o “Ibope Inteligência”, antes Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado da América,
demonstrou sua aprovação em 73% da população.
Em greve desde a última segunda-feira (27/04/2015), os
professores da rede estadual do Paraná definiram que medidas vão tomar para
responsabilizar o governo do Estado e o presidente da Assembleia Legislativa,
deputado Ademar Traiano (PSDB), pela ação policial que deixou 170 manifestantes
e 20 policiais feridos. Entre as ações avaliadas pelo Sindicato dos
Trabalhadores em Educação do Estado do Paraná, está acionar a Justiça contra o
governo paranaense. - “Ainda estamos tentando absorver o massacre, mas também
estamos nos organizando para definirmos nossas próximas ações. É um dia
difícil, pois estamos atendendo a feridos, orientando os companheiros que foram
detidos e atuando em várias frentes para obtermos as informações e a provas
necessárias para os encaminhamentos”, disse a secretária-geral do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação do Estado do Paraná, Vanda do Pilar Bandeira - “Convidamos
representantes de organizações e segmentos que defendem os direitos humanos
para definirmos uma ação coletiva para denunciar e tomar as medidas judiciais
cabíveis contra o governador [Beto Richa], contra o secretário de Segurança
Pública [Fernando Francischini] e contra o presidente da Assembleia
Legislativa”, acrescentou Vanda, lamentando a postura do governador Beto Richa (PSDB).
Vários parlamentares atacaram a atitude do governador
do PSDB. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) pediu “um basta de Beto Richa”. – “O
que está acontecendo no Paraná é estarrecedor”, escreveu ele em artigo,
criticando ainda a cobertura da imprensa tradicional sobre o episódio. – “Parte
da grande mídia, como sempre, fala em 'confronto entre professores e
policiais', o que resulta em ridículo: é como falar em confronto entre o peito
e a bala, entre as costas e a paulada”. Jandira Feghali, líder do PCdoB na Câmara,
intitulou de “guerra contra o trabalhador” e “terror em praça pública” (...). “O
que se viu no Paraná chocou todo o país, revelando a face mais perversa de sua
gestão: a incapacidade de ausculta dos movimentos sociais e sindicatos”.
Em entrevista ao site 247, o senador Roberto Requião (PMDB-PR)
disse ontem que Richa “não tem mais condições de governar”, pois para ele: “o
clima é de indignação absoluta e de revolta no Paraná”. O deputado federal João
Arruda (PMDB-PR) divulgou um vídeo na internet
em que mostra integrantes da equipe de governo comemorando os ataques da PM. “Absurdo”.
– “Depois do massacre, o Beto Richa não tem mais condição de governar! Ou ele
renúncia ou o povo tira ele de lá”, escreveu o parlamentar no Twitter. O
colunista do jornal O Globo Ricardo Noblat chamou o tucano de “líder estúpido”.
- “Ao manifestar sua solidariedade aos policiais autores de violência tão
estúpida, Richa se revelou um líder político, no mínimo, estúpido”. –“Richa
falou da ação de black blocs. Culpou-os pela violência que atingiu, pelo menos,
213 pessoas, segundo a prefeitura de Curitiba. Mas na hora do vamos ver,
comentou que a polícia prendeu sete black blocs”. O jornalista Juca Kfouri disse que o pai
do governador, José Richa deveria estar se “revirando no túmulo com a
violência” sob sua batuta.
Bibliografia Gera Consultada.
DOMMANGET,
Maurice, História del Primero de Mayo. Barcelona: Editorial Laia, 1976; HAFTENDORN, Helga, “The security Puzzle:
theory-Building and discipline-building in international security”. In: International
Studies Quarterly, 35, 1991, pp.3-17; BRAGA, Ubiracy de
Souza, “Dança com Lobos: (I)legalidades no Brasil Contemporâneo?”. In: Revista Espaço Acadêmico. Curitiba, Ano I, n° 7, dez. 2001; COHN,
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Titular em Sociologia. 2ª edição atualizada. São Paulo: Editora Martins Fontes,
2003; NAZARENO, Louise Ronconi de, Redes Sociais e Coalizão de Governo em Curitiba 1985-2004. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciência Política. Departamento de Ciência Política. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005; AUGUSTO, Maria Helena Oliveira Gonçalves, A Regulação das Políticas
Educacionais em Minas Gerais e a Obrigação de Resultados. O Desafio da Inspeção
Escolar. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação.
Faculdade de Educação. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais,
2010; FRAIZ, Rosana Cristina Carvalho, O Imaginário do Poder e Autoridade e
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Escolar. Faculdade de Ciências e Letras. Araraquara: Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2013; SOUSA, Silmara Eliane de, A Gestão
Educacional no Paraná 2011-2013. Dissertação de Mestrado. Cascavel:
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2013; ŽIŽEK, Slavoj, Violência –
Seis Reflexões Laterais. São Paulo: Editorial Boitempo, 2014; SANTOS, Neide
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Estado e da Educação Superior e seus Efeitos no Trabalho Docente na UEMG.
Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Faculdade de
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Emerson Ademir Borges de, Democracia como “Ídolo”? Ensaios sobre um Projeto
de Democracia Possível. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em
Direito. Faculdade de Direito. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015;
PRATES, Francisco de Castilho, As Fronteiras da Liberdade de Expressão no
Estado Democrático de Direito: O Desafio de Falas que Oprimem, de Discursos Que
Silenciam. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Direito.
Faculdade de Direito. Belo Horizonte. Universidade Federal de Minas Gerais,
2015; entre outros.
________________
* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ) e Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará.
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