Ubiracy de Souza Braga*
“¿Como es que Cuba en 30 años há hecho lo que Estados Unidos-América hizo en 200 años?”. Fidel Castro
“¿Como es que Cuba en 30 años há hecho lo que Estados Unidos-América hizo en 200 años?”. Fidel Castro
A
República de Cuba é um país insular localizado no mar das Caraíbas. Não existe consenso
quanto à origem do nome Cuba. Entre as diferentes versões, há duas que se
destacam: a primeira diz que a palavra deriva dos termos “taínos cubao”, que
significa “onde a terra fértil abunda”, ou, “coabana”, que se traduzirá como
“lugar amplo”, e outra versão ainda, que deriva da contração de duas palavras aruaques: “coa” (lugar, terra, terreno)
e “bana” (grande). O arquipélago cubano consiste na ilha principal de Cuba,
além da Ilha da Juventude e de várias ilhas menores. Havana é a maior cidade e
a capital do país, sendo Santiago de Cuba a segunda maior cidade. Ao norte de
Cuba se encontram localizados os Estados Unidos da América (EUA), com sua Base Naval em
Guantánamo onde está situada na ilha principal, e a Bahamas; a oeste está o
México; ao sul estão as Ilhas Cayman e a Jamaica; enquanto que a sudeste estão
situados a Ilha de Navassa e o Haiti. Cuba é a nação-ilha mais populosa do
Caribe, com cerca de 11 milhões de habitantes.
A República de Cuba assinou a “Convenção sobre Diversidade Biológica”,
em 12 de junho de 1992 durante a reunião do ECO-92 no Rio de Janeiro (cf.
Fiuza, 2012), e tornou-se membro da convenção em 8 de março de 1994.
Posteriormente, o país produziu uma Estratégia e um “Plano de Ação Nacional de
Biodiversidade”, com uma revisão que fora recebido pela convenção sobre 24 de
janeiro de 2008. A revisão compreende um plano de ação com prazos para cada
item e uma indicação do órgão governamental responsável pela realização da meta.
No entanto, “existe quase nenhuma informação nesse documento sobre a
biodiversidade em si”. O quarto relatório nacional cubano para a convenção, contém análise detalhada dos números de espécies de cada reino
biológico registrado no território cubano. Esses
grupos são, portanto, suscetíveis de estarem perto dos números reais e muitas
vezes, consideravelmente, os números reais ditos oficiais coletados pelo
governo. Após mais de 50 anos de um excelente governo comunista de Fidel
Castro, Cuba exibe seus melhores êxitos no campo social.
Em primeiro lugar, a) tendo conseguido
eliminar o analfabetismo, b) programar um sistema de saúde pública universal, c)
diminuir significativamente as taxas de mortalidade infantil e reduzir o índice
de desemprego. No campo político, no entanto, Cuba segue com um sistema de
partido único, o Partido Comunista Cubano, numa forma de governo onde são
realizadas dois tipos de eleições, as parciais, a cada dois anos e meio, para
eleger delegados, e as eleições gerais, a cada cinco, para eleger os deputados
nacionais e integrantes das assembleias provinciais. Apesar do sucesso nas
áreas de saúde, igualdade social, educação e pesquisa científica, economicamente
o país não conseguiu diversificar a agricultura e tampouco estimular a
industrialização. A economia segue dependente da exportação produtos primários
como açúcar e fumo. Cuba é a 138º maior economia de exportação do mundo e na economia mais complexa 75º acordo com o Índice de Complexidade Econômico (ICE). Em 2017, Cuba exportou US $ 1,41 Bilhão e importou US $ 6,21 Bilhão, resultando em um saldo comercial positivo extraordinário de US $ 4,8 Bilhão. Em 2017, o PIB de Cuba foi de US $ 96,9 Bilhão e seu PIB per capita foi de US $ 8,43 Mil. Os principais destinos de exportação de Cuba são respectivamente a China ($379 Milhão), a Espanha ($184 Milhão), a Alemanha ($82,3 Milhão), a Indonésia ($55,4 Milhão) e a Cingapura ($52,4 Milhão). As origens de importação são a China comunista ($1,35 Bilhão), a Espanha ($1,01 Bilhão), o México ($356 Milhão), a Argélia ($353 Milhão) e o Brasil pós governos democráticos de Luiz Inácio Lula da Silva & Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores ($345 Milhão).
Às dificuldades da chamada “democracia popular”, soma-se ao embargo econômico imposto pelos Estados Unidos da América, que utilizam sua influência política e o controle da informação, denunciado por Edward Snowden, analista de sistemas, ex-administrador de sistemas da CIA e ex-contratado da NSA que tornou públicos detalhes de vários programas que constituem o sistema de vigilância global da NSA norte-americana. A revelação deu-se através dos jornais: “The Guardian” e “The Washington Post”, dando detalhes da vigilância global de comunicações e tráfego de informações executada através de vários Programas, entre eles o programa de vigilância PRISM dos Estados Unidos. Em reação às revelações, o governo dos Estados Unidos acusou-o “de roubo de propriedade do governo, comunicação não autorizada de informações de defesa nacional e comunicação intencional de informações classificadas como de inteligência para pessoa não autorizada”. Daí a ideia geral e restrições políticas cubanas para impedir que países ocidentais e empresas oligopolistas mantenham negócios econômicos liberais com Cuba.
Sociologicamente, “democracia popular”, refere-se à designação
pela qual ficaram conhecidos os regimes comunistas instalados a partir de 1948
nas repúblicas da Europa de Leste que foram libertadas pela URSS na Segunda
Guerra Mundial, sob a batuta de Moscovo e abaluartadas na presença do Exército
Vermelho. Estão na origem da Guerra Fria e foram também experimentadas em
alguns países menos desenvolvidos. Depois da 2ª guerra mundial e da vitória
soviética na Europa de Leste, assistiu-se à formação de um conjunto de
repúblicas na região - repúblicas da Europa Central e de Leste - que adotaram,
logo em 1945, o regime político comunista de Joseph Stalin, através da presença
do Exército Vermelho. A sua prática tornou-se irreversível e teve por base
ideológica a doutrina Jdanov. Com base nessa doutrina política, cada uma dessas
repúblicas adotou o regime de “democracia popular”, que tinha como principais
características: a manutenção do partido único; a coletivização da terra; a planificação
econômica centralizada; prioridade para às indústrias de base; e finalmente, a “patrulha
ideológica” e eliminação de qualquer forma de dissidência ao regime.
Depois viria a “crise de Berlim” e a divisão da
Alemanha entre a influência do Ocidente e a de Moscou, com a cidade de Berlim a
ficar dividida entre os dois blocos. Stalin impõe o “bloqueio de Berlim”, mas
acabaria derrotado em 1949. A Perestroika,
iniciada por Gorbatchov em 1985, marcaria a agonia
das “democracias populares” tuteladas pela URSS (cf. Habermas, 1990), todas já
em grave crise económica e com problemas sociais e políticos profundos, minados
pela onda de simpatia e estímulo à ação desencadeada pelo o sindicato polaco “Solidariedade”
e o seu líder Lech Walesa, a par da influência importante do papa João Paulo
II, também ele oriundo da Polônia comunista. As chamadas “democracias populares”
permaneceram, ainda que decrépitas, até 1991 na Europa de Leste, não
sobrevivendo à “queda do muro de Berlim” e dos regimes comunistas. Mas outras
experiências de democracias populares vigorariam noutros pontos do mundo globalizado, sob a
influência político-ideológica e apoio financeiro dos soviéticos pós revolução comunista de 1917, desde o Vietnam
ao Iémen ou a algumas repúblicas africanas, como Angola.
O embargo comercial e político dos imperialistas e da plutocracia norte-americana a Cuba, descrito em Cuba
como “el bloqueo”, é um embargo econômico, comercial e financeiro imposto a
Cuba pelos Estados Unidos da América que se iniciou em 7 de fevereiro de 1962
que entre outras coisas, tinha o objetivo de prejudicar o setor público cubano,
especialmente a saúde. Foi convertido em lei em 1992 e em 1995. Em 1999, o
presidente Bill Clinton ampliou este embargo comercial proibindo as filiais
estrangeiras de companhias estadunidenses de comercializar com Cuba, a valores
superiores a 700 milhões de dólares anuais. A medida está em vigor até os dias
atuais, tornando-se um dos mais duradouros embargos econômicos na história
contemporânea. Do ponto de vista político-ideológico segundo relatório anual da
Organização das Nações Unidas, realizado em 2005, o bloqueio já causou, desde o seu início até 2005, um
prejuízo superior a 89 bilhões de dólares para o país caribenho. Segundo o
jornal Adital, o custo ultrapassa a
casa de 01 (um) quatrilhão de dólares.
“El propósito de la política de EE.UU. con el bloqueo a Cuba ha sido, desde su implantación hace mas de tres décadas, imponerle a este pequeño país su voluntad mediante la coerción y la fuerza, a despecho de las normas del derecho internacional y en contra de la voluntad y decisión del pueblo cubano de defender su soberanía y el derecho a la autodeterminación. No han logrado su propósito, pero sin dudas, han causado considerables daños a la economía y al pueblo cubano. Esta política no es nueva. La ambición de EE.UU. de dominar a Cuba, e incluso de anexarla, se remonta al siglo pasado, y fue defendida como política de Estado por Thomas Jefferson, James Madison y John Quincy Adams. Se consideraba a Cuba como "la fruta madura" que por su cercanía geográfica debía caer finalmente en manos de EE.UU. A finales del pasado siglo, EE.UU. intervino en la Guerra Hispano-Cubana y al quedar derrotada España, asumió la gobernación de la Isla, permitiendo su independencia formal en 1902, sólo después de establecer la Enmienda Platt que le otorgaba el derecho de intervención en Cuba. Posteriormente, se firmó el Tratado de Reciprocidad Comercial de 1903, que prácticamente abrió el mercado cubano a los productos norteamericanos, sin competencia. En 1934, se acordó un nuevo Tratado de Reciprocidad Comercial que abrió aún más el mercado cubano a los productos norteamericanos, ampliando el margen de preferencia arancelario a favor de EE.UU. Las inversiones de capital norteamericano en la isla se multiplicaron y Cuba se convirtió, de hecho, en una colonia económica de los EE.UU. En 1959, estas inversiones superaban los 1000 millones de pesos, ocupando Cuba uno de los primeros lugares en la inversión norteamericana en América Latina”.
Fidel Castro, Che Guevara e Camilo Cinfuegos pelas ruas de Havana após a Revolução.
Apesar da vigência do embargo, ipso facto é importante notar que
nem todo comércio entre Estados Unidos e Cuba está realmente proibido. Desde 2000 foi
autorizada a exportação de alimentos dos Estados Unidos para Cuba, condicionada
ao pagamento exclusivamente à vista, antecipado, pois as mercadorias devem ser
pagas antes do navio zarpar do porto norte-americano. De 1992 a 1999, os
Estados Unidos da América mediante uma política de conciliação enviaram mais
ajuda humanitária a Cuba que todos os então quinze membros da União Europeia e
a América Latina. Em casos de tragédias, como o furacão Michelle, os Estados
Unidos também enviaram ajuda humanitária de emergência. Cuba já despendeu cerca
de 1,8 bilhões de dólares importando alimentos dos Estados Unidos, dos quais
US$ 474 milhões em 2004 e US$ 540 milhões em 2005. Este embargo é formalmente
condenado pelas Nações Unidas. A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) votou, pelo
23º ano consecutivo a condenar embargo de Cuba pelos Estados Unidos.
Após o
triunfo da Revolução social em 1959, Cuba contava somente com 6.286 médicos.
Dentre eles, no âmbito de uma classe de formação conservadora, três mil médicos
contrários à mudança de regime, decidiram deixar o país para ir para os Estados
Unidos da América, atraídos pelas oportunidades profissionais e financeiras que Washington
D. C. oferecia. Em nome da guerra política e ideológica que se opunha ao novo governo
do comandante Fidel Ruiz Castro, o governo Eisenhower decidiu esvaziar a nação de seu “capital
humano”, até o ponto de criar uma grave crise sanitária. De forma reativa, Cuba
se comprometeu a investir de forma maciça e eficaz no âmbito da formação na
medicina. Universalizou o acesso ao ensino superior e estabeleceu a educação
gratuita para todas as especialidades. Assim, existem hoje 24 faculdades de
medicina - contra apenas uma em 1959, - em treze das quinze províncias cubanas,
e o país dispõe de mais de 43 mil professores de medicina. Desde 1959, se
formaram cerca de 110 mil médicos em Cuba.
Com uma relação de 01 (um) médico para 148 habitantes,
67,2 médicos para 10 mil habitantes ou 78.622, no total, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “Cuba é a nação mais bem dotada neste setor”. O país dispõe
de 161 hospitais e 452 clínicas. No ano universitário 2011-2012, o número total
de graduados em Ciências Médicas, que inclui 21 perfis multidisciplinares e profissionais,
sobe para 32.171, entre cubanos e estrangeiros. Atualmente, 24 mil estudantes
de 116 países da América Latina, África, Ásia, Oceania e Estados Unidos da América (500
por turma) cursam uma faculdade de medicina gratuita
e de qualidade na República de Cuba. Entre a primeira turma de 2005 e 2010, 8.594 jovens
doutores saíram da Elam. As formaturas de 2011-2012 foram excepcionais com
cerca de 8 mil graduados. No total, aproximadamente 15 mil médicos se formaram
na Elam – Escuela Latino-americana de
Medicina em 25 especialidades distintas.
O
primeiro meio de comunicação “independente” em 50 anos em Cuba, o portal de
notícias “14ymedio”, da blogueira Yoani Sánchez, foi lançado e, portanto,
desafiando o controle do governo comunista. Sánchez, filósofa e blogueira
ganhou fama internacional com o blog “Generación Y”, - o que lhe valeu vários
reconhecimentos anticomunistas no exterior, destacou que o site “nace con el
deseo de llegar a muchos lectores dentro y fuera de Cuba, para ofrecer una gama completa
de noticias, opinión y columnas de datos sobre la realidad de nuestra isla”. Reinaldo
Escobar, marido de Yoani Sánchez, é o editor chefe do jornal, no qual trabalham
11 pessoas, incluindo Yoani, e cujo conteúdo vem sendo renovado na internet –
rede mundial de computadores - duas ou três vezes por dia. A “imprensa
independente” e de oposição ao regime marxista, foi silenciada na ilha no
início da década de 1960 por Fidel Castro, que foi substituído no comando em
2006 por problemas de saúde por seu irmão Raúl. Este realizou reformas
econômicas e eliminou algumas proibições que pesavam sobre os cubanos, como as
restrições para viajar, mas descartou uma abertura política. E neste sentido, a
contrainformação (cf. Bruzzone e Mariagrazia, 1976) é vital – “Dará muito
trabalho, não há dúvidas. Cresceremos pouco a pouco, tentando fazer com que a
qualidade acompanhe cada conteúdo publicado”. Daí a famosa expressão de Yoani
Sánchez Cordero Maria: - “Soy una bloguera ciega”.
Mutatis mutandis, extintas as relações diplomáticas após
a primeira década da revolução social, portanto, desde 1961, em 17 de dezembro
de 2014 o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama e o presidente
da República de Cuba Raúl Castro, anunciaram o restabelecimento aparentemente total
das relações entre os dois países. Assim como a reabertura da embaixada
norte-americana em Havana e uma considerável diminuição no embargo econômico
feito à ilha. E uma maior facilidade para viagens de negócios e transações
comerciais e financeiras entre cidadãos e empresas dos dois países. O acordo
foi anunciado após 18 meses de “conversações secretas” entre os dois governos,
com a mediação complexa de Sua Santidade o Papa Francisco. A República socialista de Cuba tem desenvolvido uma
relação política crescente com a República Popular da China e a Rússia. Ao
todo, continua a ter relações sociais, comerciais e políticas com 160 nações e fornece os
trabalhadores civis de assistência - principalmente médicos - para mais de 20
países.
Enfim, os presidentes dos Estados Unidos da América,
Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, anunciaram na quarta-feira, 17/12/2014,
mudanças históricas nas relações entre os dois países. Lembrando que o país
caribenho sofre embargo econômico e político desde 1961. Na prática, acaba
sendo o fim do conflito como ele existiu durante toda a Guerra Fria. Conforme o
título do livro do Fernando Morais: “Os Últimos Soldados da Guerra Fria” (2011),
são os últimos soldados da Guerra Fria esses cinco cubanos que agora voltaram para
o país e aquela Guerra Fria terminaria aí. E Cuba sempre considerou que a
chance de normalização das relações políticas se daria num segundo governo de
um presidente democrata. O presidente Jimmy Carter não teve segundo mandato, o Bill Clinton
teve um conflito maior, houve intensificação no final do segundo mandato dele
de ações contra Cuba, um avião que soltou panfletos em Havana; e deste episódio
quixotesco piorou a relação diplomática no final desse governo em vez de melhorar (cf.
Azcarate, 1982; Lamrani, 2012).
Vale lembrar que mais de dez presidentes disseram que
iam derrubar o governo do Fidel Castro, e agora de Raúl Castro e depois de...!
Dentre a lista de presidentes desde o assassinato de John Kennedy, não se pode
dizer que a ilha ganhou esse enfrentamento. Os Estados Unidos confessaram que a
ruptura de relações não teve eficácia: a) Falta terminar com o bloqueio, b) ter
regras claras e acordos universais que é uma decisão da câmara norte-americana.
Portanto, com maioria republicana, é um tema que tem que ser discutido, já que os
republicanos a princípio se manifestaram contra a atitude tomada por Obama. Falta
Guantánamo, que era território cubano, e os Estados Unidos, quando intervieram
no fim do século 19 para impedir que Cuba expulsasse a Espanha e se tornasse
independente, sob o pretexto de pacificar as relações, ficaram com a base de
Guantánamo, que se tornou uma base militar e hoje é um presídio, de maneira
absolutamente autoritária. Cuba colocava essa questão para normalizar as
relações diplomáticas, depois, em um gesto de boa vontade, aceitou que as
relações fossem normalizadas com esse absurdismo, que é um pedaço de seu território
estar sendo ocupado pela beligerante democracia norte-americana.
As condições dos presos políticos mantidos no campo de prisioneiros de guerra de
Guantánamo foram motivo de indignação internacional e alvo de duras críticas,
tanto por parte de governos como de organizações humanitárias internacionais.
As denúncias chegaram até a Suprema Corte dos Estados Unidos da América. Desde janeiro de
2002, depois dos ataques terroristas do 11 de Setembro às torres gêmeas, estão
encarcerados nesta base militar prisioneiros - muitos deles afegãos e
iraquianos - acusados de ligação aos grupos Taliban e Al-Qaeda, considerada uma organização terrorrista pelos EUA, Reino Unido, União Europeia, Otan, Índia e muitos outros países. A princípio, o foco de atuação da Al-Qaeda tinha por objetivo expulsar as tropas russas do território do Afeganistão. Durante esse período os Estados Unidos realizavam ajuda financeira à organização para a compra de armas e realização de treinamentos. No entanto, com a Guerra do Golfo e a instalação de bases militares estadunidenses na península arábica, sede dos principais santuários do Islã, Bin Laden iniciou uma campanha contra os EUA. em área excluída
ao controle internacional no que concerne às condições de detenção dos mesmos. Segundo
a Cruz Vermelha Internacional, estes prisioneiros são vítimas de tortura, em
desrespeito aos direitos humanos e à convenção de Genebra. Desde sua abertura,
já passaram por Guantánamo 775 prisioneiros “sem acusação formada, sem processo
constituído e, obviamente, sem direito a julgamento”.
Entretanto o general Richard Myers, um dos membros do
Estado-Maior das forças armadas dos EUA, declarou que “a Prisão de Guantánamo é
uma prisão modelo” (cf. France Press, 29.05.2005), rebatendo as críticas
contidas no relatório da Anistia Internacional, que pedia o fechamento do campo
de detenção, considerando a questão das torturas, relatadas no “Diário de
Guantánamo”, de Mohamedou Ould Slahi. Tentativas
de fechamento ocorreram no início de 2007. Contudo, foram barradas pelas autoridades
governamentais dos EUA. Mas havia consenso na Casa Branca, durante o Governo
Bush, de que a prisão deveria ser fechada. No entanto, tal ato não ocorreu no
mandato do controvertido presidente. No dia 22 de janeiro de 2009, já sob o
mandato de Barack Obama, o presidente estadunidense assinou o decreto que
ordena o fechamento do centro de detenção de Guantánamo e proíbe a tortura
durante interrogatórios, exigindo respeito à Convenção de Genebra: - “O centro
de detenção de Guantánamo objeto desta ordem será fechado o mais rápido
possível e, no mais tardar, no prazo de um ano a partir da data da ordem”, diz
um “rascunho” da ordem executiva, divulgado no site da associação
“American Civil Liberties Union” (ACLU).
Bibliografia geral consultada.
Bibliografia geral consultada.
FROMM, Erich, Conceito Marxista de Homem.
2ª edição. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1962; BALDELLI, Pio, Informazione e Controinformazione. 1ª
edizione. Milano: Gabriele Mazzotta Editore, 1972; AZCÁRATE, Manuel, Crisis del Eurocomunismo. Barcelona:
Argos Vergara, 1982; PARIS, Robert, “et alli”, El Marxismo Latinoamericano de Mariategui. Argentina: Ediciones de
Crisis, 1973; SROUR, Robert Henry, Classes,
Regimes, Ideologias. São Paulo: Ática, 1987; LAMRANI, Salim, “Cuba ou a Globalização da Solidariedade: A Operação Milagre”. In: http://operamundi.Paris/01/06/2013fr/; GONZÁLEZ MANET, Enrique, Identidad y Cultura
en la Era de la Globalizacion. Madri: Pablo de la Torriente Editorial,
1999;
HABERMAS,
Jürgen, “What Does Socialism Mean Today? The Rectifying Revolution and the Need
for New Thinking on the left”. Disponível em: New
Left Review, n. 183, sept./oct., 1990; ISRAEL, Esteban, “Cuba Classifica Embargo Norte-Americano de Esquizofrênico”. In: http://noticias.uol.com.br/reuters/2007/09/18/; BRANDÃO, Gandhia
Vargas, Romance de Terrorismo: A Literatura nos Primeiros Anos após 11 de
Setembro. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Literatura.
Instituto de Letras. Brasília: Universidade de Brasília, 2013; GREENWALD,
Gleen, Sem Lugar para se Esconder: Edward Snowden, a NSA e a Espionagem do
Governo Americano. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2014; HARDING, Luke, Os
Arquivos Snowden: A História Secreta do Homem Mais Procurado no Mundo. Rio
de Janeiro: Editora Leya, 2014; SILVA, Newton
Ferreira da, Transição Comunista e Ditadura do Proletariado na Revolução
Cubana de 1959. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia e Ciências. Marília: Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, 2015; entre outros.
______________
* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ) e Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais do Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
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