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domingo, 24 de dezembro de 2023

Astrologia – Tetrabiblos, Solidão Feliz & Subjetividades Humanas.

                Face à realidade, o que julgamos saber claramente, ofusca o que deveríamos saber”. Gaston Bachelard

     

          A experiência e o reconhecimento socialmente reproduzidos e acumulados pelas gerações precedentes são reapropriados pelos sujeitos através das relações sociais que lhes fornecem as mediações complexas das ações humanas. A identidade de gênero pode ser compreendida dentro deste dinamismo como uma das particularidades da identidade do sujeito. No limite, a imaginação é reduzida pelos autores contemporâneos àquela concepção de sensação de uma imagem remanescente ou repetida e consecutiva do imaginário individual (o sonho) e o imaginário coletivo (os mitos, os ritos, os símbolos). Desvalorizado para explicar “conexões imaginativas”, capaz de estimular a criatividade no âmbito da teoria social, sem perder a conexão de sentido com o imaginário individual e coletivo, que pode cometer o erro de reduzir a imaginação a um puzzle de significados de um ponto de vista distorcido da realidade. Para adquirir esta forma de visão é necessário analisar onde vivemos, de uma maneira externa procurando diminuir a sua influência na análise uma vez que consigo é carregado de valores culturais obtidos na vida (cf. Santos, 2012). É olhar de uma maneira diferente daquela que estamos habituados ao modo de interpretar na vida cotidiana.

            Tetrabiblos, também chamado de Apotelesmatiká ou Quadripartitum, é um texto que aborda a filosofia e a prática da astrologia, escrito no século II por Cláudio Ptolomeu. O tratado matemático Almagesto funcionou como um texto fidedigno sobre astronomia por mais de mil anos e, o Tetrabiblos, seu volume complementar, foi igualmente influente na astrologia, tendo estudado os efeitos os ciclos astronômicos da Terra. No entanto, enquanto o Almagesto como trabalho fidedigno astronômico foi substituído pela aceitação do modelo heliocêntrico do Sistema Solar, o Tetrabiblos continua sendo um importante ensaio teórico para a astrologia.  Apesar de delinear as técnicas de prática astrológica, a defesa filosófica de Ptolomeu acerca do assunto como estudo natural e benéfico ajudou a garantir a tolerância ideológica em relação à astrologia na Europa Ocidental durante a Idade Medieval. Isso, portanto, permitiu que os ensinamentos ptolomaicos sobre astrologia fossem incluídos nas universidades durante o Renascimento, o que trouxe impacto associado à medicina e à literatura. A importância histórica do Tetrabiblos é atestada por muitas das análises antigas, medievais e renascentistas que publicaram sobre o assunto. O livro foi copiado, comentado, parafraseado, condensado e traduzido para diversas línguas. A mais recente edição crítica da Grécia, postulada por Wolfgang Hübner (1931-2017), foi publicada pelo sociólogo e jurista alemão Gunther Teubner em 1998.

Deste ponto de vista, não estamos longe de admitir que o lugar de análise em que o raciocínio sociológico constrói suas pressuposições é diferente do espaço lógico do raciocínio experimental. O espírito, dizia Friedrich Hegel (1770-1831), não pode conhecer-se diretamente. É preciso que negue previamente, de certo modo, que saia de si e se torne “estranho a si mesmo”, exteriorizando-se e produzindo sucessivamente todas as formas do real – quadros do pensamento, natureza, história; e depois que reverta à origem, alcançando assim o conhecimento verdadeiro, a filosofia do espírito absoluto. Afastando-se de si, exteriorizando-se, para voltar depois a si mesma, a Ideia triunfa do que a limitava, afirmando-se na negação das suas negações sucessivas. Hegel definiu o princípio da realidade como uma Ideia lógica, fazendo do ser das coisas um ser puramente lógico e chegando assim a um panlogismo consequente que apresenta ainda, um elemento dinâmico-irracional, existente no domínio do que é próprio ao método dialético. O idealismo apresenta-se, para sermos breves, em duas formas principais: como idealismo subjetivo ou psicológico e como idealismo objetivo e lógico. Estas subjetividades movimentam-se no âmbito de uma visão fundamental.

Essa diferença da essência e o exemplo, entre a imediatez e a mediação, quem faz não somos nós apenas, mas a encontramos na própria certeza sensível; e deve ser tomada na forma em que nela se encontra, e não como nós acabamos de determina-la. Na certeza sensível, um momento é oposto como o essente simples e imediato, ou como a essência: o objeto na sua humanidade. O outro momento, porém, é posto como o inessencial e o mediatizado, momento que nisso não é “em-si”, mas por meio do Outro: o Eu, um saber, que sabe o objeto só porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o objeto é o verdadeiro e a essência: ele é, tanto faz que seja conhecido ou não. Permanece mesmo não sendo conhecido - enquanto o saber não é, se o objeto não souber que pode ser, assim da singularidade de apreensão do objeto. O outro momento, porém, é posto como o inessencial e o mediatizado, momento que nisso não é “em-si”, na démarche da consciência, mas por meio de Outro: o Eu, um saber, que sabe o objeto só porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o objeto é o verdadeiro e a essência: ele é, tanto que seja conhecido ou não. Permanece mesmo não sendo conhecido - enquanto o saber não é, se o objeto não é. O objeto, portanto, deve ser examinado, para vermos se é de fato, na certeza sensível mesma, aquela essência que ela lhe atribui; e se esse seu conceito - de ser uma essência - corresponde ao modo imediato como se encontra na certeza sensível.

Quer dizer, não temos de refletir sobre o objeto, nem indagar o que possa ser em verdade; mas apenas através da ideia de formação em “considerá-lo como a certeza sensível o tem nela”. O tempo, como a unidade negativa do ser-fora-de-si, é igualmente um, sem mais nem menos, abstrato, ideal. O tempo é como o espaço uma pura forma de sensibilidade ou do intuir, é o sensível, mas, assim como a este espaço, também ao tempo não diz respeito a diferença de objetividade e de uma consciência subjetiva contra ela. Quando se aplicam estas determinações de espaço e tempo, então seria aquele a objetividade abstrata, do tempo, porém a subjetividade abstrata. O tempo é o mesmo princípio que o Eu=Eu da autoconsciência pura; mas é o mesmo princípio ou o simples conceito ainda em sua total exterioridade e abstração – como o mero vir-a-ser intuído, o puro ser-em-si como simplesmente um vir-fora-de-si. O tempo é contínuo como o espaço, pois ele é a negatividade abstrata e nela ainda não há nenhuma diferença real.

No tempo, diz-se, tudo surge e tudo passa e perece, se se abstrai de tudo, do recheio do tempo e do recheio do espaço, fica de resto o tempo vazio comparativamente como o espaço vazio – isto é, são então postas e representadas estas abstrações de exterioridade, como se elas fossem existentes por si. Mas não é o que no tempo surja e pereça tudo, porém o próprio tempo é este vir-a-ser, surgir e perecer, o abstrair essente. O real de análise é bem diverso do tempo, mas também essencialmente idêntico a ele. O real é limitado, e o outro para esta negação está fora dele, a determinidade é assim nele exterior a si, e daí a contradição de seu ser; a abstração opera nessa exterioridade de sua contradição e a inquietação da mesma é o próprio tempo. O finito é transitório e temporário, porque ele não é, como ocorre na representação do conceito nele mesmo, a negatividade total, mas em si, como sua essência universal, entretanto, diferentemente da mesma essência, é unilateral, e se relaciona à mesma essência como à sua potência. Mas tais conceitos na sua identidade conseguem livremente existente para si, Eu=Eu, é “em si” e “para si” a absoluta negatividade e liberdade. Por isso o tempo não é potência dele, nem ele está no tempo nem é algo temporal. Mas ele é muito mais a potência do tempo, como sendo este apenas esta negatividade como exterioridade. Só o natural, é, enquanto é finito, sujeito ao tempo; na constituição da ideia, o espírito que é eterno.  

A intuição trabalhada, tal como a entendera Gaston Bachelard, significa assumir com essa ideia a existência de dois polos necessariamente presentes no universo cultural humano. O polo da objetividade e polo da subjetividade, todavia, entrelaçados e mediados nos duros e doces caminhos da constituição da mediação científica assim como dos demais caminhos existentes, esta ideia cara à concepção de ciência nestes tempos. O pensamento de Bachelard se faz contemporâneo na atualidade potente de sua reflexão. Felizmente fora da dinâmica consensual entre pesquisadores, pois é conhecido por sua filosofia não cartesiana, não bergsoniana, não aristotélica e não kantiana, visto que sua obra excede a epistemologia e a estética e comunicação com diferentes áreas de saber. Representou o novo espírito científico que, ao refletir sobre episteme, o conhecimento, problematiza o erro em sua positividade e a importância real da retificação. Seu novo racionalismo aberto e dinâmico, histórico e factual, inova a concepção de imaginação social, porque explora os devaneios e desconfia das metáforas progressivas. A formação das expectativas não leva em consideração os fatores comparativos previstos na sociedade como muito incertos. Embora, em determinadas situações, fatos muito incertos possam se tornar decisivos, tornando-se um guia razoável para as decisões correntes e os eventos a que se atribui um grau elevado de confiança. Foi um “filósofo da solidão feliz” que a procura de instantes poéticos nos desestabiliza nas incertezas do mundo contemporâneo objetivo.

        A intuição como forma de representação do conhecimento consiste na capacidade de conhecer algo sem de fato ainda entender seu funcionamento. Está fundamentada na noção inicial que temos sobre algo, noção esta que nasce da experiência sensorial e/ou de uma análise superficial das características que compõe determinado elemento. Tomando como base esta noção inicial, conseguimos entender de forma pouco esclarecida do que se trata determinado elemento e já nos dispomos a emitir juízos acerca do mesmo. Todas estas concepções do homem, que se expressam de diversas formas, nasceram a partir da análise que seus sentidos o proporcionaram fazer. Mas há algo a mais nisto. Não bastariam ele olhar para a pedra e sentir seu peso para concluir estas coisas. Teria o homem que pensar por associação, por comparação. Entre habilidades ou competências importa destacar a relação contígua entre o ser capaz de pensar e o ser capaz de aprender. Teria o homem que se basear em outras experiências.

Têm-se nas reflexões anteriores, um exemplo desta forma básica de entender o mundo que nos cerca. O pensamento por associação. O conhecimento que se constrói através de memórias de experiências passadas e logo comparações com experiências presentes. O raciocínio intuitivo da forma como foi apresentado, revela-nos uma superficialidade na forma de compreender o mundo. Retomando ao exemplo do homem: o mesmo não saberia explicar o porquê de nenhuma de suas conclusões, visto que ele se baseou somente em suas antigas experiências. Os fatos usados para formar a conclusão, não são compreendidos pelo homem, ele apenas sabe que são tal como são e aceita isso como natural. Além dessas substâncias e de outras, que estão em menor quantidade, o ar, por exemplo, também apresenta gotículas de água, poeira, e sobretudo partículas de vírus, bactérias e outro micro-organismos. Não entende ele, no plano abstrato da teoria “como” e nem o “por que” daqueles fatos sociais do dia a dia se apresentarem daquela maneira. Tudo que ele sabe, foi captado pelos sentidos, guardado em sua memória. Utilizado em seu dia-a-dia para entender o mundo que lhe é anterior e está ao seu redor.  

           De origem humilde, o filósofo Gaston Bachelard (1884-1962), em sua poética do  espaço trabalhou enquanto estudava. Pretendia formar-se engenheiro até que a 1ª grande guerra (1914-18) eclodiu e impossibilitou-lhe, felizmente, a conclusão deste projeto. Em 1903, após o término do curso secundário, ingressou na administração dos Correios trabalhando sessenta horas semanais. Nos momentos de lazer estudava, vindo a licenciar-se em 1912, aos 28 anos em Ciências Matemáticas. No ano seguinte, a administração dos correios lhe concede uma bolsa de estudos, a fim de que se preparasse para o concurso de engenheiro de telégrafo no Liceu Saint-Louis. Com a eclosão a 1ª grande guerra (1914-1918), sua carreira foi interrompida, sendo obrigado a desistir de seu intento. Em 8 de julho de 1914 casou-se, e em 1920 sua esposa faleceu, deixando com ele a pequena Suzane. De 1917 a 1930 foi professor no magistério secundário em Bar-Sur-Aube, dedicando-se ao ensino das ciências – Física e Química – e posteriormente de Filosofia, na qual se licenciou em 1920 e tornou-se logo Mestre em 1922. Doutorou-se em Letras com menção honrosa na Sorbonne, com a apresentação da tese: “Ensaio sobre o conhecimento aproximado”, em 1927, publicada um ano depois. Nesse ensaio, encontram-se as bases de uma nova epistemologia.

            O nome Sorbonne alude ao teólogo do século XIII Roberto de Sorbon, fundador do Colégio de Sorbonne em 1257, que à época era dedicado ao ensino de teologia. Na língua corrente, o nome Sorbonne passou a identificar toda a Universidade de Paris. O colégio foi fundado em 1253 por Robert de Sorbon (1201-1274). Luís IX da França confirmou a fundação em 1257. Foi uma das primeiras faculdades significativas da Universidade medieval de Paris. A biblioteca foi uma das primeiras a organizar os itens em ordem alfabética de acordo com o título. A universidade antecede a faculdade em cerca de um século, e faculdades menores já haviam sido fundadas durante o final do século XII. Durante o século XVI, a Sorbonne envolveu-se com a luta intelectual entre católicos e protestantes. Curiosamente a Universidade serviu como um importante reduto das atitudes conservadoras católicas e, como tal, conduziu uma luta contra a política do rei Francisco I de “tolerância relativa” aos protestantes franceses, exceto por um breve período em 1533, quando a Universidade foi posta sob controle protestante.  

      A Universidade Sorbonne em conjunto com a Igreja Católica, condenou 500 obras impressas como heréticas entre 1544 e 1556. O Collège de Sorbonne foi suprimido durante a Revolução Francesa, reaberto por Napoleão em 1808 e finalmente fechado em 1882. Este foi apenas um dos muitos colégios da Universidade de Paris que existiram até a Revolução Francesa. Hastings Rashdall, em As Universidades da Europa na Idade Média (1895), que ainda é uma referência padrão extraordinária sobre o assunto, lista cerca de 70 faculdades da universidade apenas da Idade Média; alguns deles tiveram vida curta e desapareceram antes do final do período medieval, mas outros foram fundados no início do período moderno, como ocorre com o Collège des Quatre-Nations, é um antigo colégio da Universidade de Paris localizado no Quai de Conti e atualmente abriga a sede do Institut de France. Com o tempo, passou a ser a principal instituição francesa representante de estudos teológicos e “Sorbonne” foi frequentemente usada como sinônimo da Faculdade de Teologia de Paris, apesar de ser apenas uma das muitas faculdades da universidade.

            No panorama filosófico do século XX, a obra de Bachelard é uma reflexão referencial sobre a ciência e os saberes objetivos em que se revela outra direção fundamental do seu pensamento – a poética. A psicanálise vem em auxílio de uma ideia implícita na obra de Bachelard: “o homem é um ser que se percebe na sua relação de habitação e familiaridade inquietante com as coisas do mundo”. Essa é a condição do ser que vive num mundo constituído por saberes e verdades que ele próprio inventa. A poesia e a ciência é uma forma de compreender a relação do homem com o seu saber. O nascimento de tal categoria decorre do desdobramento de questões relativas ao tempo incluídas em obras anteriores como: “L´intuition de l`instant” (1932), e “La Dialectique de la Durée”, (1936), nas quais Bachelard desenvolve as teses da instantaneidade e da descontinuidade temporais. Neste sentido da durée bergsoniana, Bachelard contrapõe à noção de “descontinuidade temporal”. O tempo e a instantaneidade correspondem, para ele a questão problemática presente no livro: “L´intuition de l`instant”, a saber, que o tempo é uma realidade fechada sobre o instante e interrompida entre dois nadas.

O tempo poderá renascer, mas é necessário primeiramente que ele morra. Ele não poderá transportar o seu ser de um instante para outro instante para daí fazer uma duração. Os registros mais antigos sugerem que a astrologia surgiu no terceiro milênio a.C. Ela teve um importante papel na formação das culturas, e sua influência é encontrada na astronomia antiga, nos Vedas, e em várias disciplinas através da história. De fato, historicamente até a Idade Moderna, astrologia e astronomia eram indistinguíveis. A astronomia começou a divergir gradualmente da astrologia desde o tempo de formação de Cláudio Ptolomeu, e essa separação culminou no século XVIII com a remoção oficial da astrologia do meio universitário. Os astrólogos afirmam que o movimento e as posições dos corpos celestes podem influenciar diretamente ou representar eventos na Terra e em escala humana. Alguns astrólogos definem a Astrologia como uma linguagem simbólica, uma forma de arte, ou uma forma de vidência, enquanto outros definem como ciência social e humana.

            Quer dizer, nenhum estudo científico realizado até hoje mostrou a eficiência da astrologia para descrever personalidades ou fazer previsões e, por isto, ela é considerada pela comunidade científica uma pseudociência ou superstição, não compatível com o método científico. No paradigma da física moderna, não existe nenhuma forma de interação que poderia ser responsável pela transmissão da suposta influência entre uma pessoa e a posição de planetas e estrelas no céu no momento do nascimento. Além disso, todos os testes feitos até agora, mantendo métodos rigorosos para incluir um grupo de controle e mascaramento adequado entre experimentadores e sujeitos, não resultaram em qualquer efeito além do puro acaso. Por outro lado, alguns testes psicológicos mostram que é possível elaborar descrições de personalidade e previsões suficientemente genéricas para satisfazer a maioria dos membros de um grande público ao mesmo tempo. Este é o efeito reconhecido como o Efeito Forer, melhor dizendo, que em 1948 o psicólogo Bertram R. Forer deu a cada um de seus alunos um “teste de personalidade”.  

Depois, ele disse que cada aluno receberia uma análise única e individual baseada nos resultados dos testes, e que eles deveriam avaliar a precisão da análise em uma escala de 0 (muito ruim) a 5 (muito boa). Na verdade, todos os alunos receberam o mesmo texto: “Você tem uma necessidade de ser querido e admirado por outros, e mesmo assim você faz críticas a si mesmo. Você possui certas fraquezas de personalidade, mas, no geral, consegue compensá-las. Você tem uma capacidade não utilizada que ainda não a tomou em seu favor. Disciplinado e com autocontrole, você tende a se preocupar e ser inseguro por dentro. Às vezes tem dúvidas se tomou a decisão certa ou se fez a coisa certa. Você prefere certas mudanças e variedade, e fica insatisfeito com restrições e limitações. Você tem orgulho por ser um pensador independente, e não aceita as opiniões dos outros sem uma comprovação satisfatória. Mas você descobriu que é melhor não ser tão franco ao falar de si para os outros. Você é extrovertido e sociável, mas há momentos em que você é introvertido e reservado. Algumas de suas aspirações tendem a fugir da realidade. Em média as avaliações receberam nota 4,26, mas depois de receber essas notas Forer revelou que cada aluno tinha recebido o mesmo texto, com frases de diversos horóscopos. Como pode ser observado no texto, algumas frases se aplicam igualmente a qualquer pessoa.

A eternidade não será, nem foi, mas ela é hegeliana. A duração é também diferente da eternidade nisto, que ela é apenas um relativo suprassumir do tempo; mas a eternidade é duração infinita, isto é, não relativa, porém em si refletida. O que não está no tempo é o sem-processo; o péssimo e o mais perfeito não estão no tempo, mas duram. O péssimo, o da pior qualidade, porque ele é uma universalidade abstrata, assim espaço, assim tempo mesmo, o Sol, os elementos concretos, rochas, montanhas, a natureza inorgânica em geral, também obras dos homens, pirâmides; sua duração não é vantagem. O duradouro é mais altamente cotado do que o breve transitório; mas toda florescência, toda bela vitalidade tem morte cedo. Mas também o mais perfeito dura, não só o universal sem-vida, inorgânico, mas também o outro universal, o concreto em si, o gênero, a lei, a ideia, o espírito. Pois devemos decidir se algo tem como representação o processo total ou apenas um momento de apropriação do processo. O universal como lei é processo em sim mesmo e somente como processo; mas não é parte do processo, nem está no processo, mas contêm seus dois lados e é ele próprio sem-processo. Pelo fenômeno a lei entra no tempo enquanto os momentos do conceito têm a aparência da independência; mas as diferenças portam-se como reconciliadas e retomadas à paz.

A noção de desenvolvimento passa a ser central depois dessa concepção e, para o bem ou para o mal até os dias de hoje. Mesmo a ideia de progresso, que implicava que o depois pudesse ser explicado em função do antes, encalhou, de certo modo nos recifes do século XX, ao sair das esperanças ou das ilusões que acompanharam a travessia do mar aberto pelo fabuloso séc. XIX. Esse questionamento refere-se a várias ocorrências distintas entre si que não atestam um progresso moral da humanidade, e sim, uma dúvida sobre a história como portadora de sentido, dúvida renovada, essencialmente no que se refere ao seu método, objeto e fundamentalmente nas grandes dificuldades não só em fazer do tempo um princípio de inteligibilidade, como ainda em inserir aí um princípio de identidade. A história, essencialmente, isto é, compreensão da série de acontecimentos reconhecidos como acontecimentos por muitos. Acontecimentos que podemos pensar que importarão sempre aos olhos dos “historiadores de amanhã”. E por mais consciente tal problematização, de nada pode nesse caso vincular a algumas circunstâncias. Algumas imagens, como se fosse menos verdadeiro, dizem que os homens fazem a história, mas não sabem, talvez sob condições sociais determinadas.

Desde Friedrich Hegel sabemos que a diferença dos sexos passou a fundamentar a diferença de gêneros masculino e feminino que, de fato, historicamente a antecedera. O sexo autonomizou-se e ganhou o estatuto de fato social originário. Revolucionários, burgueses, filósofos, moralistas, socialistas, sufragistas e feministas, todos estavam de acordo em especificar as qualidades morais, intelectuais e sociais dos humanos, partindo-se da diferença de gênero entre homens e mulheres. A ideia, ou o espírito está “acima do tempo”, tal é o próprio conceito do tempo; é eterno, em e para si, não é rompível no tempo porque ele não perde o lado reconhecendo um lado do processo. No indivíduo, como tal, é de outro modo, neste sentido que está de um lado o gênero; a vida mais bela é a que une perfeitamente o universal e sua individualidade em uma figura: Gestalt. Mas também então o indivíduo está separado do universal, e assim é um lado do processo, a alterabilidade; após este momento mortal ele cai no tempo. É neste sentido que a interpretação hegeliana compreende que “o [que é] medíocre dura e, afinal, governa o mundo; mas também pensamentos tem esta mediocridade, com eles a doutrina o mundo existente, apaga a vitalidade espiritual, transforma-o em hábito, e assim dura. A duração consiste em que ela permanece na falsidade, não consegue seu direito, não dá a sua honra ao conceito, não se representa como processo a verdade”.

A busca das mulheres por igualdade e independência moral, especialmente forte na Inglaterra, representou o desafio mais efetivo à oposição social dos homens. Esse desafio incluía uma crítica efetiva da sexualidade masculina, centrada no duplo padrão de comportamento moral que se esperava de homens e mulheres. Com a saída das mulheres do espaço privado para o público, como decorrente das duas guerras mundiais, da industrialização e do movimento feminista que ora tentava se firmar, o resultado foi uma verdadeira avalanche de pesquisas, discussões e redefinições de papéis sociais cujo gênero foi tomado como ponto de partida para a discussão, e herdeiro dos genders studies. Na medida em que o movimento feminista propunha uma rediscussão acerca dos novos papéis sociais estabelecidos pela norma sexual e moral burguesa, tanto para homens quanto para mulheres, e na medida em que esta discussão passou a ser tomada sob o ponto de vista feminino, passou-se a ficar mais delimitada e fortalecida a representação da mulher enquanto ser social. Inaugurava-se, portanto os estudos sobre gênero, onde os estudos sobre homens representou um impulso diretamente decorrido do avanço dado pelas mulheres na conquista de cidadania e de direitos civis, na ordem pública e privada, na ordem moral e sexual, e que passaram a propor, nova forma de ver o homem, distinto daquele ordenamento em que os vitorianos duramente apregoavam.

 Um bom exemplo desse tempo social está na origem etimológica da família letrada Brontë que pode ser delineada até ao clã irlandês Ó Pronntaigh, que se traduz literalmente para filho de Pronntach, de tradição de escribas e homens da literatura em Fermanagh, o que é relacionado com a palavra bronnadh. O pai das irmãs, Patrick Brontë, nascido Brunty, decidiu mudar o seu sobrenome. Não se sabe ao certo o motivo para fazê-lo existindo várias teorias a respeito. Ele pode tê-lo feito para esconder as suas origens humildes. Como homem de letras, ele estaria familiarizado com o grego clássico e é possível que se tenha baseado na palavra grega βροντή (“trovão”) para escolher o seu nome. Um ponto de vista, apresentado pelo biógrafo Clement King Shorter (1857-1926), em 1896, é que ele adaptou o seu nome para se associar com o Almirante Horátio Nelson, também Duque de Brontë. É difícil separar a carreira de Shorter como autor e crítico de seu passatempo como colecionador de manuscritos, livros e outros materiais relacionados com seus escritores preferidos. Era um ávido colecionador, em especial sobre os trabalhos das irmãs Brontë. Essa coleção e investigação levou aos seus mais reconhecidos trabalhos, incluindo dois livros sobre Charlotte e família. Prova dramática desta influência é a imitação do Duque de Wellington na forma como se vestia.

Os Brontës foram uma família literária do século XIX associada à aldeia de Thorton, localizada no West Riding of Yorkshire, Inglaterra. As irmãs, Charlotte (1816-1855), Emily (1818-1848) e Anne (1820-1849) são escritoras e poetisas bem conhecidas do público no processo de massificação da literatura. À semelhança sobre o preconceito de muitas escritoras de seu tempo, inicialmente elas publicaram os seus poemas e romances sob os pseudônimos masculinos: Currer, Ellis e Acton Bell. Seus livros tiveram bastante sucesso assim que foram publicados. Jane Eyre, de Charlotte foi o primeiro romance a ser publicado, seguido de Wuthering Heights, de Emily e The Tenant of Wildfell Hall, de Anne. As três irmãs e o irmão Branwell eram próximos e na infância desenvolveram suas imaginações férteis através das histórias que ouviam da empregada e da criação de reconhecidos “mundos imaginários” que desenvolveram através do domínio literário na escrita. O que em certo sentido remete-nos ao termo utopia que vem do grego e tem como significado οὐ (“não”) e τόπος (“lugar”), ou seja, “não lugar”. A palavra foi criada por Sir Thomas More, em 1516, no livro Utopia. A obra descreve uma sociedade fictícia numa ilha do Oceano Atlântico. A Utopia representava um lugar com um sistema político, social e jurídico perfeitos. Todo o conceito de Utopia tornou-se um termo usado tanto na literatura, como na política internacional para descrever um ideal de vida perfeito, mas pouco realista, impossível de ser atingido. Pois Charlotte ocupava o seu “tempo livre” com realismo em seu imaginário” de Angria, que tinha criado de forma familial, através de correspondência fática com seu irmão.

Bibliografia Geral Consultada.

LLOYD, Geoffrey Ernest Richard, Le Temps Dans la Pensée Grecque. Paris: Editeur Organisation des Nations Unies, 1972; BOUCHÉ-LECLERCQ, Auguste, L’astrologie grecque. Paris: Scientia Verlag Aalen, 1979; TESTER, Jim, História de la Astrología Occidental. México: Siglo Veintiuno Editores, 1990; AUJAC, Germaine, Claude Ptolémée: Astronome, Astrologue, Géographe: Connaissance et Représentation du Monde Habité. Paris: Comité des Travaux Historiques et Scientifiques, 1993; TAYLOR, Charles, As Fontes do Self: A Construção da Identidade Contemporânea. São Paulo: Edições Loyola, 1997; BACHELARD, Gaston, A Água e os Sonhos. Ensaio sobre a Imaginação da Matéria. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1998; TEISSIER, Elizabeth, A Situação Epistemológica da Astrologia Através da Ambivalência da Fascinação/Rejeição na Sociedade Pós-moderna. Tese de Doutorado. Paris I: Panthéon-Sorbonne, 2001; SOARES, Sandra Maria de Mesquita, Sob o Sinal da Magia. A Velha Senhora sai da Sombras (Significação Social da Relação entre Ciência e Tradições Místico-esotéricas). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2002; CAROLINO, Luís Miguel, Ciência, Astrologia e Sociedade: A Teoria da Influência Celeste em Portugal (1593-1755). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003; COSTA, Maria Elisabeth de Andrade, O Sistema Astrológico como Modelo Narrativo. Tese de Doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2005; YARES, Frances Amelia, A Arte da Memória. Campinas: Editora da Unicamp, 2007; HEGEl, Friedrich,  Fenomenologia do Espírito. 4ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2007; ORTIZ, Ana Cristina Vidal de Castro, Narrativas do Céu. A Presença da Astrologia nos Meios de Comunicação. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação Comunicação na Contemporaneidade. São Paulo: Faculdade Cásper Líbero, 2015; KUSS, Ana Suy Sesarino, Amor, Feminino e Solidão: Um Estudo Psicanalítico sobre Invenções da Existência. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Psicanálise. Instituto de Psicologia. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2021; MELO, Bruno Dantas Quirino de, Dos Pilares da Criação: As Dimensões Narrativas e Simbólicas na Obra Incal. Dissertação de Mestrado.  Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Faculdade de Comunicação Social. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2023; entre outros.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Eduardo Tornaghi – Fim da Novela Global, Cinema & Crítica Cultural.

                                                                      A televisão ocupa hoje o lugar da literatura de massa”. José Paulo Paes

          Atuação é a arte dos atores, masculino e feminino,  como meio de trabalho e de representação social de outros artistas das artes cênicas. Consiste em imprimir, por meio de diversas técnicas ou mesmo da pura intuição, vida e realidade a um personagem. Muitas vezes tida como fruto da inspiração e até da possessão divina, assumem o controle social de um corpo humano, normalmente prejudicando a saúde e ou seu comportamento, ou da racionalização das emoções, é a parte específica do processo social e de método de trabalho dos artistas da cena pública e que nesta forma aparecem, diferentemente de dramaturgos e diretores. Filho de um mercador, por exemplo, Boccaccio não se dedicou ao comércio como era o desejo de seu pai, preferindo cultivar o talento literário que se manifestou desde muito cedo. Foi um importante humanista, autor de um número notável de obras, incluindo Decameron, e o poema alegórico, Amorosa Visione (1342) e, De Claris Mulieribus (1361), uma série de biografias de mulheres ilustres. O livro apresenta mulheres relegadas ao segundo plano, equiparadas aos homens, com os mesmos direitos de usufruir alguns prazeres da vida, em torno do amor, a liberdade e as aventuras livrescas. O que mais perturbou a sociedade estabelecida em termos de tempo e de lugar praticado foram o realismo e a sensualidade da narrativa. Nada até então havia sido provocado de forma tão chocante do ponto de vista da crítica estética e literária como os termos explícitos de Decameron que ocasionaram as duras críticas e todo o tipo de censuras religiosas.

         Decameron representa o primeiro grande estilo realista da literatura universal. Ao longo de dez dias, sete mulheres e três homens, para ocuparem as longas horas de ócio do seu isolamento combinam os dias em que cada um narraria uma história, subordinada a um tema designado por um deles. Boccaccio é considerado um dos principais precursores do humanismo, que foi de extrema importância no Renascimento Italiano, entre os séculos XIV e XVI na literatura e per se nas artes plásticas. É considerado um dos maiores contadores ou narradores de histórias sociais com uma narrativa singular, comparativamente enquanto social irradiado na Europa do século XIV. As origens da forma discursiva novela, como representação do gênero literário, remontam aos primórdios do Renascimento, designadamente a Giovanni Boccaccio (1313-1375), um importante escritor e poeta italiano do século XIV. Sua principal obra é Decameron, um conjunto de histórias curtas, em realidade do gênero representado pelos contos sociais. Trata-se de cem histórias narrada por dez pessoas, refugiadas numa casa de campo para escaparem aos horrores da Peste Negra (cf. Gottfried, 1983) a qual é objeto de vívida descrição no preâmbulo da obra. O nome pela qual ficou reconhecida é uma das mais devastadoras pandemias na história humana, resultando na morte de 75 a 200 milhões na Eurásia da demografia entre Europa e Ásia, e regiões costeiras entre o Oriente Médio, Sul da Ásia, Ásia Oriental, Sudeste Asiático e Europa, ligado a massa interior da estepe eurasiana da Ásia Central e Europa Oriental.

Embora geograficamente em um continente separado, o Norte da África, histórica e culturalmente, tem sido integrado na história da Eurásia. No continente europeu, estima-se que tenha vitimado um terço da população em geral, sendo o auge da peste entre os anos de 1346 e 1353. Refira-se a analogia noutra obra que foi escrita em francês, com o mesmo tipo de estruturação: L`Heptamerón (1558), da autoria de Margarida de Navarra, rainha consorte de Henrique II de Navarra, e publicada de forma póstuma em 1558. Recebe seu nome originário do grego, que “quer dizer sete dias, estando o oitavo incompleto”. Neste caso, são dez viajantes que se abrigam da violenta tempestade numa abadia. Impossibilitados de comunicarem com o exterior, todos os dias cada um narra uma história, real ou inventada. Em jeito de epílogo, cada uma cena é concluída com comentários dos participantes, em ameno diálogo. Era intenção da autora que, à semelhança do Decameron, a obra compreendesse cem histórias, porém a morte impediu-a de realizar o seu intento, não indo além da segunda história do oitavo dia, num total extraordinário de 72 relatos etnográficos. Será também a morte prematura que poderá explicar certa pobreza de estilo literário, contrabalançada, porém por uma grande perspicácia de verve tanto social quanto psicológica. Os estudos de gênero em geral da literatura de língua portuguesa classificam uma narrativa em romance, novela ou conto.

                                       

É comum dividirmos do ponto de vista técnico-metodológico romance, novela e conto pelo número de páginas. Em média, a novela tem entre 50 e 100 páginas, com uso técnico-metodológico de 20 mil a 40 mil palavras. Entretanto, o romance tem diferenças importantes em relação ao gênero novela, e convém notar a diferença dos termos em diferentes línguas. Os equivalentes de novela em inglês, francês e espanhol são: novella, nouvelle e “novela corta” ou novele, respectivamente, enquanto o romance é chamado novel, em inglês, roman, em francês, e novela, em espanhol. Efetivamente, tradição, educação, linguagem são os componentes nucleares da cultura e formam os ídolos na perspectiva de poder dizer sua palavra. Das 16 novelas entre produzidas comercialmente entre 1975 e 2019, na televisão brasileira, ou que entre 1973 e 2016, Eduardo Tornaghi participou como ator, muitas delas com personagens importantes, está Dancin` Days, entrava no Globoplay, constituindo uma plataforma digital de streaming de vídeos e áudios sob demanda, desenvolvida e operada pela empresa rede Globo televisão.

Lançada em 3 de novembro de 2015, consagrou-se em 2020 com a marca de 20 milhões de usuários e tornou-se líder nacional de streaming. Em 2021, com a finalização do projeto Uma Só Globo do Grupo Globo, o Globoplay se tornou uma marca de uma nova empresa chamada Globo. O serviço oferece produções originais e exclusivas em parceria com os canais da Globo, produtoras internacionais e produtoras independentes, seja em filmes, séries, programas de TV ou podcasts. Tem como principais braços de produção de originais os Estúdios Globo, Globo Filmes, Direção Geral de Jornalismo da TV Globo (DGJE) e divisões de conteúdos do Grupo Globo. Numa ação inédita, a Globo antecipou pela plataforma, praticamente toda a temporada de Supermax, antes da estreia na TV. No dia 16 de setembro, o assinante pôde assistir pela plataforma, 11 episódios na íntegra, ficando apenas o último para ir ao ar simultaneamente com a TV. Pela primeira vez, em 2017, tanto assinantes e não-assinantes puderam acompanhar gratuitamente desfiles de carnaval e as apurações do Rio de Janeiro e de São Paulo, e os melhores momentos da festa em Recife – com o Galo da Madrugada e o Homem da Meia-Noite -, e nas ruas de Salvador. As íntegras dos desfiles do Rio de Janeiro da Série A e Grupo Especial e de São Paulo ficaram disponíveis depois da exibição ao vivo.

E, neste sentido o programa humorístico Sai de Baixo representou um sitcom brasileiro, em formato de teleteatro, exibido pela TV Globo entre 31 de março de 1996 e 31 de março de 2002, totalizando 8 temporadas e 241 episódios. Criado por Luis Gustavo e Daniel Filho, o seriado contou com Miguel Falabella, Aracy Balabanian, Luis Gustavo e Marisa Orth em todas as temporadas como uma família “disfuncional morando em São Paulo” (cf. Sousa, 2020), com os papéis da empregada e do porteiro do lugar sendo interpretados respectivamente: por Tom Cavalcante, Cláudia Jimenez, Márcia Cabrita, Luiz Carlos Tourinho e Cláudia Rodrigues. Com episódios escritos por Miguel Falabella, Rosana Hermann, Maria Carmem Barbosa, Cláudio Torres Gonzaga e Euclydes Marinho, entre outros importantes roteiristas, o programa foi um sucesso de crítica artística e simultaneamente de audiência de público. A partir de maio de 2010 passou a ser reprisado pelo canal de TV por Assinatura Viva.

Em 2013, foram gravados 4 novos episódios, com parte do elenco original, em comemoração aos 3 anos do canal Viva, que foram exibidos entre 11 de junho e 2 de julho, e na TV Globo, entre 3 de novembro e 24 de novembro. Sai de Baixo fez muito sucesso em seu início, por se diferenciar dos demais humorísticos em exibição à época no Brasil. Sai de Baixo foi a primeira experiência de Miguel Falabella como comediante na televisão. O formato do programa era diferente comparativamente também das sitcons norte-americanas, no sentido de que era um programa humorístico bastante informal que por ser gravado no palco de um teatro paulistano, o Procópio Ferreira, estimulava assim a interação com o público. Os atores frequentemente interagiam socialmente com a plateia (quebrando a quarta parede), quando saíam do personagem, esqueciam as falas ou riam das próprias situações que estavam encenando. Cada episódio era gravado 2 vezes, como estratégia e na edição do humorístico eram misturadas, como tática de marketing aquelas melhores imagens de cada gravação. Muitos dos “erros eram editados e não apareciam no final, mas se fosse uma situação que desse graça à história poderia ir ao ar daquela forma”. 

Visando atender uma demanda de consumo do público, em 2018 houve o resgate de humorísticos clássicos da emissora como Toma Lá, Dá Cá, Os Normais, A Diarista e as versões clássicas da Escolinha do Professor Raimundo e Os Trapalhões. Em abril, foram disponibilizados episódios da TV Pirata, série de humor que fez história entre 1988 e 1992 na Globo. Em maio, passou a ter conteúdo voltado para as crianças. Além de receber séries e animações que já são sucesso entre as famílias brasileiras, o acervo conta com uma atração original e inédita: Escola de Gênios – coprodução do Gloob com a Mixer Films que conta a empolgante história de Isaac, um estudante de 12 anos que, por conta de suas habilidades incríveis em Matemática, ganha a oportunidade de estudar nessa escola especial. Entre novos amigos e experiências mirabolantes, Isaac descobre a Robótica, a ciência responsável pela tecnologia em máquinas e, com ela, a possibilidade de “ajudar a irmã tetraplégica a jogar videogame”. A Escola, onde jovens mentes brilhantes encontram maneiras divertidas e inusitadas de aprender, demonstra desafios surpreendentes e experimentos em diversas áreas de estudo, trazendo para as telas a pluralidade e a diversidade social entre as crianças. Além disso, o streaming libera episódios das séries para os assinantes.

A indústria cultural possibilitou nas décadas do século XX, a criação e o funcionamento de sociedades totalmente administradas, que já não precisam se empenhar em justificar suas prescrições e imposições sociais. Sociedade de consumo é um termo utilizado para designar o tipo de sociedade que se encontra numa avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e serviços disponíveis, graças a elevada produção. O conceito de sociedade de consumo está ligado ao de economia de mercado, aquela que encontra o equilíbrio entre oferta e demanda através da livre circulação de capitais, produtos e pessoas, sem intervenção estatal, e, por fim, ao conceito de capitalismo. Em virtude dos fatos sociais, do ponto de vista antropológico, entende-se que esses exageros característicos das sociedades de consumo são provenientes de fatores sociais e principalmente culturais. A massificação dos consumidores tende a aceitá-las passivamente, considerando-as normais, legitimadas pelo simples fato de existirem. Se para a ideologia dominante em uma sociedade determinada, tudo é opinião, não devemos perder de vista que algumas opiniões são falsas e outras corretas. O poder de persuadir os indivíduos das opiniões corretas está ligado à capacidade da ideologia da propaganda, que interpela o indivíduo constituindo-o em sujeito de consumo, com a capacidade de apoiar num vasto sistema reprodutivo educativo. Articulado sob as formas de organização da cultura, corrompida, proporcionado ao público consumidor. 

Do ponto de vista econômico não há dúvida de que o desenvolvimento, partindo de valores para chegar aos preços passa pela intermediação do valor do dinheiro, mas o valor do dinheiro afeta a todos os preços da mesma forma. A questão do valor é subjacente e explica, de fato, as relações entre os preços das mercadorias que refletem as relações entre as quantidades de trabalho socialmente necessário contidas nelas. As relações entre os preços, que na teoria de Marx são fundadas no valor-trabalho, vêm expressas, a grosso modo, na teoria econômica convencional pelo conceito de preços relativos. Os preços – obviamente de mercado – têm nos valores de mercado seu centro de gravitação. E no curto prazo são as variações nas quantidades de trabalho socialmente necessárias que afetam mais fortemente os preços de produção, pois afetam o preço de custo das mercadorias individuais, tanto produzidos por capitais específicos quanto na sua interação social no mercado, que impõe a tendência à equalização constante das taxas de lucro dos capitais individuais. O valor de mercado, em economia, refere-se ao valor que um produto atinge no mercado, baseando-se na concorrência de mercado e lei de oferta e procura. Costuma-se contrapor o valor de mercado ao valor real do produto. O valor de mercado pode ir muito acima ou abaixo do valor comercial real, dependendo da estação que condiciona a escala dos preços dos produtos no mercado de consumo.

Em 31 de janeiro e 1º de fevereiro de 2020, realizou a transmissão ao vivo da 25ª edição do Planeta Atlântida. O público pode acompanhar todas as apresentações do Palco Planeta em tempo real, como Vitor Kley, Kevinho, IZA, Luan Santana, Dilsinho e Dennis DJ na sexta; e Melim, Natiruts, Dado & Bonfá tocam Legião Urbana, Anitta, Gustavo Lima, Alok e KVSH no sábado. Em maio, anunciou que vai lançar mais de 50 novelas antigas no portal e aplicativo. Em agosto, fechou parceria com Premiere para exibir jogos de futebol exclusivos e ao vivo pela plataforma. E ainda no final de agosto, anuncia adição de canais ao vivo da Globosat através de um pacote que engloba o conteúdo do Globoplay e os canais da programadora, com opções de contratar os add-ons dos canais Premiere e Combate. Em novembro, fechou uma parceria inédita com a The Walt Disney Company. Fazendo um combo, com o Disney+ esse pacote vai aliar os conteúdos do Globoplay, Canais Globo e Disney. Ainda em novembro, após várias críticas nas redes sociais, o Globoplay anunciou que vai alterar imagens em baixa qualidade, das novelas produzidas entre 2010-2011 para HD (algumas em SD) que já estão no catálogo da plataforma. O processo de mudança foi realizado aos poucos, e foi finalizado em abril de 2021 e em breve, as novelas Escrito nas Estrelas (2010) e Araguaia (2010-2011) foram readicionados no catálogo, agora em HD e também em SD. Em novembro de 2020, o Globoplay junto com o Gshow alcança a marca de 70 mil títulos no catálogo. O JustWatch apontou que o Globoplay foi o terceiro serviço de streaming que de forma espetacular mais teve títulos adicionados ao catálogo em 2020.

Além das produções nacionais e documentários originais, a plataforma também anunciou a inclusão de folhetins mexicanos através de uma parceria com a Televisa, sendo eles Imperio de Mentiras, Rubí (2020), o Amar a Muerte, La Usurpadora, Marimar e Maria do Bairro. Em março, é anunciada a entrada de Um Maluco no Pedaço. Houve também a adição de tramas turcas no catálogo, como a série Fatmagul: A Força do Amor já exibida no Brasil em 2015 pela Rede Bandeirantes e a série, New Life: Uma Nova Vida. Entre os dias 21 de julho e 8 de agosto, transmitiu ao vivo os Jogos Olímpicos de Verão de 2020, disponibilizando 43 sinais exclusivos através do SporTV+, sem apresentar locução e com sinal gerado do Olympic Broadcasting Services (OBS), sendo distribuído gratuitamente para assinantes do plano Globoplay + canais ao vivo e clientes de operadoras parceiras. Em setembro, foi anunciado que o Globoplay chegará para o Canadá e em mais de 20 países europeus, como Alemanha, Itália, Portugal, Reino Unido, Espanha, França e Suíça a partir de 14 de outubro. Em 19 de outubro de 2021, o Cine Marquise foi reinaugurado na Av. Paulista (SP), patrocinado pelo Globoplay, pela Sabesp e pela Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), e duas salas foram nomeadas com o nome do streaming, o “Globoplay 1” e “Globoplay 2”.

Na disputa por espaço no streaming, o Globoplay passou a investir em conteúdo original. Em 06 de setembro de 2018, estreou a sua primeira série original: Além da Ilha, uma comédia de suspense estrelada por Paulo Gustavo e produzida pela Floresta em parceria com o canal Multishow. Em 21 de setembro de 2018, estreou a série Assédio, a primeira série original produzida diretamente nos Estúdios Globo, protagonizada por Antonio Calloni, escrita por Maria Camargo e dirigida por Amora Mautner. Em 14 de novembro de 2018, estreou a primeira temporada da série Ilha de Ferro, com Maria Casadevall, Cauã Reymond, Taumaturgo Ferreira, Klebber Toledo, Sophie Charlotte e grande elenco. Em agosto de 2019, o Globoplay produziu uma quarta temporada de Sessão de Terapia - original do GNT e cancelada em 2014 - e conta novamente com a direção de Selton Mello, que também agora protagoniza a série. A produção também marca a estreia da atriz naturalizada norte-americana Morena Baccarin - reconhecida por produções hollywoodianas como V e Deadpool - em produções brasileiras e de língua portuguesa. Em 23 de agosto de 2019, foi lançado o projeto audiovisual de Luan Santana - Viva. O lançamento foi o primeiro conteúdo musical inédito a integrar o catálogo da plataforma. Em 13 de setembro de 2019, estreou a primeira temporada de Marília Mendonça - Todos os Cantos. Em formato de documentário, a produção demonstra os bastidores de popularidade do atual projeto musical da cantora sertaneja.

Todos os Cantos é o terceiro álbum ao vivo da cantora Marília Mendonça, lançado em 22 de fevereiro de 2019 pela gravadora brasileira Som Livre. O álbum foi baseado no projeto homônimo, um roteiro de shows gravados pela cantora em todas as capitais do Brasil durante os anos de 2018 e 2019. Diferentemente dos discos anteriores de Marília, o repertório de Todos os Cantos “não foi escrito pela cantora”. Mas, foi um sucesso comercial e reuniu várias canções que se tornariam sucessos na carreira da artista, como “Ciumeira”, “Bem Pior que Eu” e “Bebi Liguei”, todas liberadas como singles. O álbum venceu o Grammy Latino de 2019 na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. Todos os Cantos contaram com um documentário lançado no dia 13 de setembro de 2019 pela plataforma de streaming Globoplay, que mostra os bastidores do projeto de Marília apresentando uma faixa nova ao vivo em todas as capitais do Brasil. O projeto Todos os Cantos tem shows surpresas e gratuitos em várias cidades, onde ela grava o vídeo de uma música nova e lança depois em seu canal no YouTube. Em 17 de maio de 2019, foi lançado a segunda parte do projeto, e em 16 de agosto de 2019 a terceira parte. Em 5 de novembro de 2021, em homenagem póstuma à cantora, que morreu no mesmo dia, os dois primeiros episódios do documentário foram exibidos em Especial programado de última hora pela TV Globo no lugar do Globo Repórter e de Verdades Secretas, enquanto os dois últimos foram exibidos em 7 de novembro dentro do Domingão com Huck. Um compilado de clipes do projeto também foi exibido no dia 7, substituindo o programa Zig Zag Arena.

No dia 13 de março de 2020, a plataforma lançou seu primeiro documentário original: Marielle - O Documentário. Dirigida por José Padilha, a série com 6 episódios traz à tona os bastidores e entrevistas com familiares da vereadora assassinada, Marielle Franco, e seu motorista, Anderson. A primeira aposta do Globoplay em documentários foi um grande sucesso e gerou muitos elogios, apesar do crime horrendo que não foi solucionado até hoje. Em 07 de fevereiro de 2020, estreou a primeira temporada da série Arcanjo Renegado. A obra narra a história de Mikhael (Marcelo Mello Jr.), um sargento comandante de uma equipe do BOPE no Rio de Janeiro, que depois de se envolver em uma operação que terminou em chacina, é transferido para uma unidade policial no interior do estado. No elenco também estão atores como Érika Januza, Leonardo Brício, Dani Suzuki, Álamo Facó, Rita Guedes, Flávio Bauraqui, entre outros. A obra, é uma coprodução do Globoplay e do Multishow com a Afroreggae Audiovisual. Tem criação de José Júnior, direção Geral de Heitor Dhalia e direção de André Godói. No dia 13 de abril de 2020, Marcelo Adnet começou a revirar suas gavetas dentre personagens “para compartilhar, de cara limpa, uma crônica diária direto de sua casa”. O humorista estreou o Sinta-se em Casa, um diário da quarentena produzido exclusivamente para o Globoplay. Vídeos de dois minutos, com imitações e devaneios variados sobre os assuntos mais relevantes do dia anterior: de política até Brasil Big Brother (BBB).

Em 2021, foi anunciado que o streaming do Telecine entraria no Globoplay com o objetivo de ampliar a capilaridade de distribuição e gerar uma experiência integrada com outros conteúdos. “A mudança visa concentrar nosso extenso portfólio em um único ambiente, proporcionando ganho de sinergia operacional”, explicou Silvero Pereira, CEO da empresa. - “Os aprimoramentos são para seguirmos com o compromisso de levar o melhor da magia do cinema em qualquer lugar e da forma que o público quiser”. A integração ocorreu, de fato, em janeiro de 2022, com a adição dos seis canais ao vivo do Telecine para assinantes do Telecine ou do combo Globoplay + Telecine. Globoplay anunciou em fevereiro que estaria entrando comercialmente no Japão e Austrália por meio da sua rede social, Globoplay Internacional, o streaming da Globo, com uma hashtag #GloboplayNoJapão e #GloboplayNaAustrália. Ainda fevereiro foi adicionado no catálogo do Globoplay, primeira animação adulta, As Fabulosas Aventuras dos Freak Brothers, a série é inédita no Brasil. Ela foi lançada em 2020 nos Estados Unidos pela Starburns Industries, que fez também a animação “Ricky and Morty”, que um sucesso. A animação é inspirada na famosa história em quadrinhos “The Fabulous Furry Freak Brothers”, criada por Gilbert Shelton e publicada originalmente entre 1971 e 1997.

Na trama autoral de Gilberto Braga, um marco na TV brasileira, Eduardo Tornaghi interpretava um psiquiatra recém-formado, mas com rosto de galã. Atuou em diversas telenovelas, filmes e peças teatrais. Na televisão obteve destaque como o Rafael da telenovela A Gata Comeu, de 1985.  Foi produzida pela TV Globo e exibida de 15 de abril a 19 de outubro de 1985, em 160 capítulos. Substituiu Livre para Voar produzida de 17 de setembro de 1984 a 13 de abril de 1985 em 184 capítulos e foi substituída por De Quina Pra Lua, de 21 de outubro de 1985 a 25 de abril de 1986, em 164 capítulos sendo ranking da 30ª “novela das seis” exibida pela emissora. Escrita por Ivani Ribeiro, com a colaboração de Marilu Saldanha, contou com a direção de José Carlos Pieri e Herval Rossano, também diretor-geral, sob a supervisão de Daniel Filho. A gerência de produção foi de Carlos Henrique de Cerqueira Leite. É um remake da novela A Barba-Azul, produzida e exibida às 19h00 pela extinta Rede Tupi, entre 1º de julho de 1974 a 15 de fevereiro de 1975, escrita também por Ivani Ribeiro para a extinta Rede Tupi e exibida em 1974. Contou participações de Christiane Torloni, Nuno Leal Maia, Mauro Mendonça, Anilza Leoni, Bia Seidl, Deborah Evelyn, Fátima Freire e Danton Mello. 

Eduardo Tornaghi atuou também em: A Moreninha, produzida pela TV Globo e exibida originalmente de 20 de outubro de 1975 a 6 de fevereiro de 1976, em 79 capítulos, a novela Vejo a Lua no Céu, produzida pela TV Globo e exibida de 9 de fevereiro a 25 de junho de 1976, em 99 capítulos, Memórias de Amor, produzida pela TV Globo e exibida de 5 de março a 1 de junho de 1979, em 82 capítulos. Substituiu A Sucessora e foi substituída por Cabocla, sendo a 17ª “novela das seis” exibida pela emissora. Escrita por Wilson Aguiar Filho, baseada no romance O Ateneu, de Raul Pompeia, com direção de Gracindo Júnior e supervisão de Herval Rossano. Com Eduardo Tornaghi, Sandra Brea, Maneco Bueno, Myrian Rios, Gilberto Martinho e Jardel Filho nos papéis principais, O Espantalho, produzida pelos Estúdios Silvio Santos em 119 capítulos e exibida em 1977 pela TV Record e TVS, líderes da Rede de Emissoras Independentes, cadeia nacional. Escrita por Ivani Ribeiro, teve direção de José Miziara e David Grimberg e as atuações de Jardel Filho, Nathália Timberg, Rolando Boldrin, Theresa Amayo, Carlos Alberto Riccelli, Esther Góes, Eduardo Tornaghi, Carmen Monegal, Guilherme Corrêa e Suzy Camacho nos papeis principais.

A novela Vereda Tropical produzida pela TV Globo e exibida de 23 de julho de 1984 a 2 de fevereiro de 1985, em 164 capítulos. Substituiu Transas e Caretas e foi substituída por Um Sonho a Mais, sendo a 33ª “novela das sete” exibida pela emissora. Escrita por Carlos Lombardi, com argumento e supervisão de texto de Silvio de Abreu, teve direção geral de Jorge Fernando e Guel Arraes. Contou com as atuações de Lucélia Santos, Mário Gomes, Maria Zilda, Walmor Chagas, Geórgia Gomide, Gianfrancesco Guarnieri, Marieta Severo e Paulo Betti. Depois de A Gata Comeu, em 1985, em que namorou a mocinha de Christiane Torloni, ele deu uma de Ana Paula Arósio e não renovou contrato com a Globo. Dois anos depois, fez uma ponta na novela Carmem, da Manchete, vendeu o que tinha e sumiu da cena pública. A novela Carmem foi produzida pela extinta Rede Manchete e exibida entre 5 de outubro de 1987 e 14 de maio de 1988, às 21h30, totalizando 191 capítulos. A trama foi escrita por Glória Perez e dirigida por Luiz Fernando Carvalho e José Wilker, contando com Lucélia Santos no papel principal. A telenovela foi reprisada pela emissora entre os dias 19 de março e 7 de junho de 1990, de forma compacta, em 70 capítulos, de segunda a sábado às 13h e mais tarde às 13h15.

No cinema atuou no longa-metragem O Principe, de 2005, escrito e dirigido por Ugo Giorgetti e em vários outros filmes durante as décadas de 1970 e 1980. Ugo César Giorgetti é um cineasta brasileiro. Trabalha como roteirista e diretor de filmes publicitários desde 1966, a princípio nas agências Alcântara Machado, C&N, Denison e Proeme, mais tarde nas produtoras Cia. de Cinema, Frame e Espiral. No início dos anos 1970 realizou dois curtas-metragens sobre aspectos da cidade de São Paulo. Seu primeiro longa-metragem, intitulado: Quebrando a Cara, iniciado em 1977, mas realizado apenas em 1986, é um documentário, rodado em 16 mm, sobre a carreira e as lutas do boxeador Éder Jofre. Entretanto, Jogo Duro, de 1985, é o primeiro longa-metragem do gênero drama e ficção de Giorgetti, em que narra a história social de um grupo de marginalizados que disputam a ocupação de uma casa em bairro nobre de São Paulo. O filme se passa na década de 1980 e retrata a vida de uma mulher e sua filha vivem clandestinamente em uma casa desocupada de um dos mais nobres bairros de São Paulo, no Pacaembu. O conflito se instala quando essa mulher passa a ser disputada por dois homens: um segurança particular e um empregado de uma imobiliária instalada na casa. O filme Festa recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Gramado de 1989.

Em 2004 a Coleção Aplauso Cinema Brasil, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, publicou o volume Ugo Giorgetti - O Sonho Intacto, de Rosane Pavam. Desde 2006, Giorgetti assina coluna nas edições de domingo do jornal O Estado de S. Paulo. Atualmente Eduardo Tornaghi dá aulas de teatro para comunidades “carentes”, do Rio de Janeiro na falta de melhor expressão, escreve e organiza eventos de literatura e divulgação de poesia contemporânea. Participa do Movimento Humano dos Direitos. Aos poucos, tem voltado ao meio artístico em pequenos papéis. Leme é um bairro da Zona Sul do município do Rio de Janeiro, localizado na mesma dependência da Praia de Copacabana. O bairro deve seu nome a Pedro Leme, descendente de flamengos madeirenses que migraram ao Brasil no século XVI. Na Madeira, existe ainda a Quinta do Leme do século XVI. A inauguração do Túnel Novo ou do Leme, em 1906, levou a linha de bondes da Companhia Ferrocarril do Jardim Botânico ao bairro, na Praça do Vigia. Neste ano na orla do Leme e Copacabana foi concluída a suntuosa Avenida Atlântica.  

No Morro da Babilônia ainda havia chácaras históricas, uma delas era pertencente a Wilhelm Marx, pai do famoso paisagista Roberto Burle Marx. E a ocupação de suas encostas se deu em 1915, alcançando seu auge a partir de 1934, quando foram criadas as Comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira. Entretanto, no Morro do Leme situava-se o Forte Duque de Caxias, construído em 1776, sendo desativado em 1975. Em 1971, houve a duplicação do calçadão. Curiosamente o bairro apresentava estruturas militares: o Forte da Ponta da Vigia, o Forte da Ponta do Anel, o Forte Duque de Caxias e o Forte Guanabara. Nos anos 1950 e 1960, a verticalização atinge o bairro, com a construção dos prédios dos hotéis Meridian da rede francesa Le Méridiens, rebatizado em 2009 como Windsor Atlântica Hotel, além de edifícios residenciais. O ator não é visto na “telinha” desde 2016, quando fez uma participação em “Rock Story”. Mas, mesmo longe dos holofotes, ele não se afastou da representação das artes. Morador do bairro do Leme, Zona Sul do Rio de Janeiro onde é uma figura reconhecida, e tem exercitado seu lado poético “promovendo encontros de leituras e recitais”, para a divulgação de trabalho, como um “militante da arte, da educação, da gentileza e da lucidez; poeta, ator, locutor, palestrante e produtor cultural”. Isto é importante.

Bibliografia geral consultada.

HOINEFF, Nelson, A Nova Televisão: Desmistificação e o Impasse das Grandes Redes. Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará, 1996; THOMPSON, Edward Palmer, Costumes em Comum. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1998; ORTIZ, Renato; BORELLI, Silva Helena Simões; HAMBURGER, Esther, O Brasil Antenado: A Sociedade da Novela. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005; OROZCO, Guillermo, “O Telespectador Frente à Televisão: Uma Exploração dos Processos de Recepção Televisiva”. In: Comunicação: Teorias e Metodologias. Volume 5, n° 1, pp. 27-42, 2005; HALBWACHS, Maurice, “A Memória nos Idosos e a Nostalgia do Passado”. In: Revista Brasileira de Sociologia da Emoção. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba, vol. 7, nº 21, pp. 633-658. Dez. 2008; GASPAR, Osmar Teixeira, Mídias - Concessão e Exclusão. Um Estudo da Invisibilidade Seletiva Produzida pelos Meios de Comunicação de Massa contra a População Afro-brasileira e suas Implicações nas Relações Raciais no Brasil Contemporâneo. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Direito. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010; TEIXEIRA, Andres Kalikoske, A Telenovela Econômica: Mercados e Estratégias de Internacionalização. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2010; FERNANDES, Julio Cesar, A Memória Televisiva como Produto Cultural: Um Estudo de Caso das Telenovelas no Canal Viva. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Comunicação. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2013; CUNHA, Diego da Silva, “Usos e Abusos da Cultura. Richard Hoggart e a Cultura Vivida da Classe Trabalhadora”. In: Revista Comunicação Pública, vol. 9, nº 16, 2014; SOUSA, Paulo José de, Humor, Estereótipos e Preconceitos no Programa Sai de Baixo, da TV Globo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Midiática. São Paulo: Universidade Paulista, 2020; BUENO JUNIOR, Marcelo Narcizo, Um Programa Televisivo sobre Inovação e Tecnologia para a TV Unesp: Desenvolvimento e Reflexões sobre Práxis. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Arquitetura, Arte, Comunicação e Design. Bauru: Universidade Estadual Paulista, 2022; entre outros. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Air France 447 - Acidente de Percurso & Drenagem de Oceanos.


                                                                                                      Ubiracy de Souza Braga

             Não estou entendendo mais nada”. Piloto David Robert voo 447 da Air France

     
            Um acidente de trabalho é aquele que se verifica no local e no tempo de trabalho, produzindo lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho, ou de ganho, ou a morte. Além dos acidentes típicos de trabalho, segundo o Artigo 20 da Lei nº 8 213/91 algumas doenças relacionadas ao exercício da função equiparam-se com acidentes de trabalho. Entre elas encontra-se as doenças profissionais, que são aquelas derivadas do exercício de uma determinada função. Também temos a doença do trabalho, que é ocasionada pelas condições em que o trabalho é realizado. Outras situações que também podem ser equiparadas com o acidente de trabalho podem ser observadas no Artigo 21 da Lei de nº 8 213/91, dentre elas encontram-se: acidentes ocorridos no local e hora de trabalho derivados de agressão sofrida por companheiros de trabalho, imprudência, ofensa física intencional, inundações, desabamentos, incêndios, etc., doenças acarretadas por contaminações acidentais no exercício do trabalho, acidente relacionado ao trabalho que mesmo não sendo motivo único tenha contribuído diretamente para a lesão ou morte do funcionário. Acidentes sofridos pelo segurado mesmo que fora do ambiente ou horário de trabalho. Situações onde o acidente ocorre derivado de uma ordem de serviço, prestação de serviços em prol da empresa, e também no percurso da residência para o ambiente de trabalho independente do meio de locomoção utilizado pelo segurado e por último em viagem a serviço da organização contratante. A valorização do indivíduo nos sistemas produtivos deve ser considerado um dos pontos principais para execução e sucesso de quaisquer programas e/ou atividades a serem desenvolvidos nas organizações. 

A segurança no trabalho e a gestão de pessoas devem caminhar juntas para a consecução de um ambiente de trabalho seguro, agradável e produtivo. O gestor de Recursos Humanos deve ser responsável pela organização e implementação de técnicas que auxiliem na tomada de decisões. Ele também deve conhecer as políticas e normas da organização para adequá-las às restrições legais. A função dos gestores vai desde a seleção de profissionais, até a efetiva comunicação com o grupo de trabalho, a fim de garantir uma qualidade quanto ao produto ou serviço ofertado pela empresa. É de sua responsabilidade garantir a segurança do empregado no local de trabalho, assegurando sua saúde física e psíquica. O gestor deve estar sempre atento para se precaver de problemas que possam interferir na segurança de seu funcionário. Mas de acordo com o Art. 118 da Lei nº 8.213/91, o trabalhador que sofreu qualquer tipo de acidente em detrimento do cumprimento de suas funções com seu empregador. Teria garantida por pelo menos 12 meses a manutenção de seu contrato de trabalho, após a cessação do auxílio doença acidentário, não podendo o empregador dispensá-lo sem justa causa.

Como prevenção o gestor deve observar a atuação de seus funcionários, seu desenvolvimento de acordo com sua função e caso necessário efetuar possíveis trocas de função ou afastamento do mesmo quando identificar que a saúde físicas e/ou psíquica esteja precária. Assegurar a saúde do empregado é de suma importância para organização, de modo que, funcionários que estão bem de saúde, trabalham mais dispostos e consequentemente aumentam a produtividade. Assim os gestores devem priorizar a segurança do trabalho que deve ocorrer de forma consciente e responsável. A gestão de pessoas deve ter uma comunicação mais aberta, que incentive a participação do trabalhador, bem como possíveis sugestão de melhorias dentro do ambiente de trabalho que facilite no bem-estar do quadro de funcionários. Assim, a empresa deve oferecer e estimular seus funcionários a participarem de cursos sobre a segurança no trabalho, ter bom relacionamento em equipe, além de fornecer todos os equipamentos de proteção individual e coletiva. Quanto mais o empregador melhora o ambiente de trabalho e o empregado, maior é seu bem-estar e rendimento, e maior o retorno que para empresa. O conceito de Acidente de trabalho pode ter duas abordagens essenciais: o conceito legal e Conceito Prevencionista, para todos os efeitos, o que vale mesmo é o conceito legal, mas, em prevenção o Conceito Prevencionista é bem mais completo.  

                                 

O segurado deve comparecer à perícia médica do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) munido da documentação médica e Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) emitida pela empresa. Entretanto, o perito médico pode reconhecer o nexo entre o trabalho e a lesão ou doença sem a CAT. Pode ser necessário vistoriar o posto de trabalho. A CAT deve ser preenchida em quatro vias, com a seguinte destinação: 1ª via – ao INSS; 2ª via – à empresa; 3ª via – ao segurado ou dependente; 4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador. O segurado possui direito a um ano de estabilidade no emprego após o fim do auxílio-doença e a uma indenização se houve culpa ou dolo da empresa. Cabe ao empregador indenizar o segurado caso ele tenha gerado risco para os direitos do mesmo por meio de sua atividade econômica. Porém o empregador só será obrigado a reparar o dano causado ao funcionário após comprovação de que houve dolo ou culpa por parte da empresa. Caso o acidente ocorrido seja por culpa exclusiva do trabalhador ou por força maior, o mesmo não terá direito a indenização. O empregador não pode reexpor o segurado aos mesmos agentes nocivos, sob pena de multa. Caso a doença sofra agravamento e a empresa emita CAT de reabertura, pode haver novo auxílio-doença acidentário e multa nos casos de continuidade da exposição. A CAT de reabertura (para dissimulação) pode ser desqualificada e caracterizada como CAT inicial, obrigando a empresa a pagar novamente os primeiros quinze dias.

As estatísticas e os dados referentes à segurança e à saúde do trabalhador, no Brasil, são controladas pelo Ministério da Previdência Social obtidas através da CAT. Essas estatísticas não conseguem representar fielmente a situação dos acidentes de trabalho do país, já que trabalhadores que não estejam sob o regime da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), bem como trabalhadores informais e/ou temporários, aqueles que não são cobertos através do Seguro dos Acidentes do Trabalho (SAT), como empregados domésticos, trabalhadores autônomos e avulsos, etc. Trata-se do problema da subnotificação, isto é, ocorrências de acidentes no trabalho não são devidamente notificadas e contabilizadas, e acabam por não entrar nas estatísticas. No Brasil, quando se analisam os dados da Previdência Social, mesmo com as já citadas falhas no registro de acidentes e doenças de trabalho, percebe-se o quão precárias são as condições de trabalho, como as medidas de prevenção de segurança e saúde do trabalhador são insuficientes e ineficazes. No ano de 2012, por exemplo, a taxa de mortalidade devido a acidentes e doenças de trabalho do país foi de 5,91 por 100 mil trabalhadores.

A campanha Abril Verde foi criada com objetivo de conscientizar a população sobre os riscos dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais e suas formas de prevenção. Para conscientizar a população, foi escolhida a cor verde para o mês de abril, simbolizando a segurança trabalhista. A cor verde também está relacionada aos cursos da área da saúde, e por isso o símbolo da campanha é o laço verde. O mês de abril foi escolhido baseando-se no Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho, comemorado no dia 28 de abril. Em 1969, uma explosão de uma mina da cidade de Farmington, na Virgínia, estado dos Estados Unidos da América, acabou por matar 78 trabalhadores, caracterizando o episódio como um dos maiores e mais conhecidos acidentes trabalhistas da humanidade. A campanha tem como principais objetivos: mensurar riscos; conscientizar a população em relação aos riscos à saúde e segurança do trabalho; estimular e difundir a prevenção diariamente; verificar o posicionamento das pessoas dentro e fora dos locais de trabalho; refletir sobre as responsabilidades de empresas, gestores e de toda população; promover ações preventivas. A data foi instituída no Brasil pela Lei nº 11.121/2005 - Art. 1º Fica instituído o Dia Nacional em Memória das Vítimas do Trabalho, a ser celebrado no dia 28 de abril de cada ano. Apesar das Normas regulamentadoras, criadas a partir da Lei nº 6.514 de 1977, regulamentada pela portaria n° 3.214 de 08 de junho de 1978, o Brasil enfrenta elevados números de acidentes de trabalho considerados na literatura especializada de modo geral como típicos, de trajeto e doenças do trabalho.

Um oceano é o componente principal de representação da superfície da Terra, constituído por água salgada. Forma a maior parte da hidrosfera: aproximadamente 71% da superfície da Terra, constituindo uma área em torno de 361 milhões de km. Mais do que a metade desta área tem profundidades maiores que 3.000 metros. A noção de oceano global, como um corpo contínuo de água para a oceanografia, e oceano terrestre  para efeitos práticos da ideologia, é normalmente dividido em várias partes, demarcadas por continentes e grandes arquipélagos é a oficialmente adotada, desde 2000, pela Organização Hidrográfica Internacional, da qual países como o Brasil e Portugal são membros. Regiões menores dos oceanos são conhecidas como mares, golfos e estreitos. Em 20 de julho de 2009, cientistas do Centro Nacional de Dados Climáticos dos Estados Unidos da América, informaram à imprensa que os oceanos estão com a temperatura média de 17 °C, a mais alta desde 1880, quando se iniciou os registros. O estudo e pesquisa dos oceanos da Terra são chamados oceanografia. As viagens na superfície do oceano com o uso de botes datam de tempos pré-históricos, mas só nos últimos tempos as explorações submarinas se tornaram possíveis e comuns.

Para sermos breves, sabemos estatisticamente que os mares e oceanos cobrem mais de 75% da superfície terrestre. As profundidades que variam de alguns metros nas regiões litorâneas, a mais 11 km nas zonas mais profundas. Um dos aspectos mais importantes dos ecossistemas marinhos é sua grande estabilidade e homogeneidade no que se refere à composição química e temperatura. A salinidade dos mares é cerca de 3,5 g/L de sais, com predominância de cloreto de sódio. Os ecossistemas marinhos podem se distinguir em dois grandes domínios marinhos: um relativo ao fundo, o domínio bentônico; outro relativo às massas d’água, o domínio pelágico; A luz consegue penetrar no mar até a profundidade máxima de 200 metros, estabelecendo o que se denomina de zona fótica. Na metade superior desta zona iluminada vive o fitoplâncton marinho, formado por algas e bactérias fotossintetizantes. Elas produzem praticamente todo alimento necessário à manutenção da vida nos mares. Essa zona também é rica em plâncton não fotossintetizante e em grandes cardumes de peixes. A região que se estende dos 200 aos 2 mil metros de profundidade é a região batial com águas frias e rara em fauna. Os peixes, moluscos e alguns outros animais que vivem nessa zona são sustentados por matéria orgânica proveniente da superfície.  

Mais profundamente encontra-se a região abissal, que se estende dos 2 mil metros aos 6 mil metros de profundidade. Nela encontram-se poucas espécies, que chamam atenção por suas características exóticas, como peixes bentônicos bioluminescentes, por ação dos pirossomas e lulas gigantes. A região mais profunda dos oceanos, abaixo dos 6 mil metros, é conhecida como região hadal. Sua fauna ainda é pouco conhecida, é constituída principalmente por esponjas e moluscos. O organismo planctônico possui baixa ou nenhuma capacidade de locomoção. Diferentemente do organismo bentônico, que ocupa fundos aquáticos e pode ser de vida livre ou sésseis. Dessa forma, esses organismos, subdivididos em fitoplâncton e zooplâncton, são transportados horizontalmente pelas correntes de água. O organismo nectônico é capaz de se deslocar de forma ativa no ambiente aquático. Mas, ao contrário dos bentos, não habita ambientes de substratos sólidos. De acordo com a sua forma de alimentação, os organismos bentônicos podem ser classificados em dois grandes grupos. O primeiro deles, chamado de fitobentos, é composto por organismos autótrofos, como algas. Em comparação com os outros seres bentônicos, esses organismos vivem em locais mais rasos e de águas claras. Isso porque dependem da luz para realizarem a fotossíntese. O outro grupo, reconhecido como zoobentos, é constituído por organismos heterótrofos, ou seja, que não produzem seu próprio alimento e precisam se alimentar de outros seres para obter energia.

Conforme as suas características, esses organismos ainda podem ser divididos em microbentos, mesobentos e macrobentos. Crustáceos como camarões e caranguejos são exemplos de macroinvertebrados bentônicos. Também são exemplos de bentos os pepinos do mar, recifes de coral e estrelas do mar. O bento é de extrema importância para os ecossistemas marinhos. Nesses ambientes, os fitobentos garantem a disponibilidade de oxigênio e nutrientes, enquanto os zoobentos atuam no processo de decomposição de matéria orgânica. Ainda, todos os seres bentônicos participam da cadeia alimentar aquática, sendo alguns responsáveis pelo revolvimento do sedimento no fundo. Além de sua importância ecológica, os organismos bentônicos são frequentemente utilizados como bioindicadores da qualidade do ambiente. Isso porque existem muitas espécies sésseis e que se locomovem pouco. Isso faz com que sofram mais impactos do que outras capazes de nadar ativamente. Esse mesmo fator também contribui para uma maior facilidade de coleta de dados, facilitando as pesquisas. As comunidades bentônicas sofrem impactos diariamente decorrentes de atividades humanas. As principais ameaças a esses ecossistemas são em geral: aquicultura; pesca predatória; expansão de áreas urbanas e turismo; poluição; redução dos recursos hídricos; corte de madeira de manguezais;  mudanças climáticas. As invasões biológicas ocasionadas pelo rafting plástico tendem a afetar a biodiversidade bentônica das zonas costeiras. Elas devem ser preservadas e protegidas, já que apresentam grande importância para os seres vivos em geral.

     Assim a Organização Hidrográfica Internacional (International Hydrographic Organization) é uma organização intergovernamental consultiva e técnica de hidrografia, estabelecida por um acordo assinado no Mónaco em 3 de maio de 1967, que entrou em vigor em 1970. A primeira comissão sobre a hidrografia internacional foi criada em 1921, porém o seu status para organização internacional mudou somente em 1970, com a Organização Hidrográfica Internacional. Atualmente a organização conta com 77 Estados membros. A função da organização é incentivar a segurança na navegação e a proteção do ambiente marítimo. O objetivo da organização é incentivar: a coordenação de atividades dos escritórios hidrográficos nacionais; a maior uniformização possível de cartas náuticas e documentos; a adoção de métodos eficientes para aproveitar e explorar os exames hidrográficos; o desenvolvimento das ciências no campo da hidrografia e das técnicas empregadas na oceanografia descritiva, incluída nas Ciências Exatas e da Terra, é a ciência que se dedica ao estudo dos oceanos e zonas costeiras sob todos os aspectos, desde a sua descrição física até a interpretação de seus fenômenos, de sua interação com os continentes e com a atmosfera, e os processos de atuação nestes ambientes.
       É uma ciência multireferencial, interdisciplinar e transdisciplinar, requerendo conhecimento geral e integrado da biologia, física, geologia, matemática e química. A aplicação destes conhecimentos faz do oceanógrafo um profissional de formação técnico-científica direcionada ao conhecimento e à previsão do comportamento dos oceanos e ambientes transicionais sob todos os seus aspectos, capaz de atuar em diversas atividades, a partir de uma visão integrada na investigação científica, no uso e na exploração racional de recursos marinhos e costeiros renováveis e não-renováveis. A oceanografia moderna se preocupa com uma grande variedade de assuntos técnicos e científicos, tais como a modelagem de processos físicos e subsídio às previsões climáticas, a investigação de novos recursos alimentares e energéticos; o diagnóstico, o controle técnico-científico e a mitigação da poluição, a conservação e recuperação de ambientes naturais e seus recursos de preservação, a adequação de obras e atividades humanas ao ambiente marinho, o desenvolvimento de tecnologias e estratégias para a melhoria das atividades de cultivo, extração e beneficiamento do pescado, entre outras.
          O ponto talvez mais profundo do oceano são as Fossas Marianas, localizadas no oceano Pacífico, próximos às Ilhas Marianas, com uma profundidade máxima de 11.037 metros, de acordo com a inspeção feita em 1960, pelo batiscafo da Marinha britânica Challenger 2, que deu seu nome à parte mais profunda da fossa, Challenger Deep. Os oceanos da Terra também desempenham um papel vital em limpar a atmosfera, e algumas atividades práticas do homem pode os alterar severamente. A Terra é o único planeta reconhecido cientificamente com a água líquida em sua superfície e é certamente o único no nosso próprio sistema solar. No entanto, existem as suposições teóricas de que algumas luas possuírem água líquida escondida sob a superfície, como Europa e, com menos certeza, Calisto e Ganimedes; Luas e planetas terem tido água líquida em sua superfície, no passado - como parece ser o caso da camada sobre o polo norte de Marte, resultados recentes da missão “Mars Exploration Rovers” indicam que Marte teve “água parada” por um período em pelo menos um local, mas sua extensão não é conhecida; Luas e planetas possuírem outros líquidos, em sua superfície, como observado em Titã, de extensão pequena e lagos, seja um termo mais preciso.             
        Através de avanços tecnológicos, é cada vez mais claro de que forma é que o Titanic se afundou - desta forma surgindo novas teorias de campo de como e quando é que o barco realmente se separa. O naufrágio mais famoso do mundo, o Titanic, está a mais de três mil quilômetros de profundidade, nas águas geladas do Oceano Atlântico. Desde a descoberta do naufrágio, em 1985, aconteceram inúmeras expedições até o local, mas, presentemente, ninguém registrou de forma completa o que realmente permanece nesta remota área do fundo do mar. Depois de um século desta trágica perda, somos capazes de revelar uma visão geral do local do naufrágio procedendo com a técnica de drenar virtualmente o Titanic. Novas técnicas de visualização ilustram  a drenagem e oferecem aos pesquisadores uma visão do navio emergindo pelas ondas - visto em sua totalidade pela primeira vez desde 15 de Abril de 1912. Um desfile virtual nos permitirá explorar o local e apresentar suposições de mistérios antigos. Combinando os dados estatísticos recentes com hardware de Computer Graphic Imagery (CGI) de topo e software, obtém-se a extração da água para revelar montanhas, desfiladeiros, planícies e vulcões que são mais dramáticos do que qualquer outra imagem em terra. 
     
Air France 447 representava a identificação da rota aérea regular de longo curso operada pela companhia francesa Air France entre Rio de Janeiro e Paris. Tornou-se reconhecido pela tragédia aérea ocorrida durante o voo da noite de 31 de maio para 1° de junho de 2009, efetuado pelo Airbus A330-203, quando a aeronave se despenhou no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo, constituído de 216 passageiros e 12 tripulantes. O avião, de matrícula F-GZCP, partiu do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, praia do Galeão às 19h29min e deveria chegar ao Aeroporto de Paris, Charles de Gaulle 10h34min depois. O último contato com a tripulação de mensagens de rotina enviadas aos controladores de terra brasileiros, ocorreu às 3 horas e 06 minutos após o início do voo, quando o avião se aproximava do limite de vigilância dos radares brasileiros, cruzando o Oceano Atlântico “en route”, seguindo para a costa senegalesa,  onde voltaria a ser coberto por radares. Quarenta minutos mais tarde, uma série de mensagens automáticas emitidas pelo Aircraft Communications Addressing and Reporting System foram enviadas pelo avião, indicando problemas elétricos e de perda da pressurização, sem que houvesse outras indicações técnicas de problemas.
            Por não se confirmar a esperada aparição da aeronave nos radares senegaleses e não ter sido possível o contato com o controle de tráfego aéreo de ambos os lados de comunicação do Oceano Atlântico, teve início uma busca pelo avião. Posteriormente, o Ministro dos Transportes da França, Jean-Louis Borloo, admitiu que “a situação era alarmante” e que a aeronave poderia ser dada como desaparecida já que, pelo tempo decorrido, teria esgotado suas reservas de combustível.  Em 2 de junho foram reportadas observações aéreas e marítimas de destroços no oceano, perto da última localização reconhecida do aparelho. À medida que as buscas continuaram, a França enviou o navio de pesquisa Pourquoi Pas? tecnicamente equipado com dois mini-submarinos capazes de realizar  buscas a uma profundidade de 4 700 m. O Brasil enviou cinco navios para o local circunscrito do acidente, dentre os quais um navio-tanque para prolongar as buscas na área aproximada. Na tarde de 2 de junho o ministro da defesa do Brasil, Nelson Jobim, confirmou a queda do avião no Oceano Atlântico, na área onde foram avistados os destroços. Na noite do mesmo dia, o presidente brasileiro em exercício, José Alencar, tendo em vista a localização do acidente em alto-mar, decretou luto nacional por três dias, em memória às vítimas da tragédia. A 3 de junho o Estado Maior do Exército francês confirmou que os destroços encontrados pertenciam ao Airbus desaparecido. Em 3 de abril de 2011, a agência do governo francês para investigações de acidentes aeronáuticos (BEA) anunciou que, após novas buscas no oceano, localizou e que iria recolher diversos destroços. Foi anunciado que alguns foram vistos entre os destroços. A investigação do acidente foi prejudicada pela falta de testemunhas  e rastreamento de radares, pela falta das caixas pretas, localizadas após dois anos em maio de 2011.       
            Nelson Jobim foi ministro da Defesa por cinco anos e, além do ex-presidente  Luiz Inácio Lula da Silva, teve Dilma Rousseff como chefe por um curto período. Desde 1990, o PT era o partido com maior número de votos não endereçados a um deputado específico. Em 2014, segundo dados do TSE, o PSDB conquistou a liderança, com 1, 92 milhões de votos. Da totalidade concreta de 8, 1 milhões de votos conquistados os petistas tiveram 1, 75 milhões dedicado à sua legenda de n° 13. Uma série de desgastes entre o então ministro da Defesa e a recém-empossada presidente levaram-no à exoneração em agosto de 2011. Declarações de Nelson Jobim, considerado muito ligado aos conservadores tucanos, irritaram membros do governo. Em discurso durante o aniversário de 80 anos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ele disse que “os idiotas perderam a modéstia”. Também nessa conjuntura política, ainda no cargo, ele admitiu que, mesmo sendo ministro de um governo democrático petista, não havia votado em Dilma Rousseff na eleição de 2010. O escolhido havia sido o trapalhão tucano José Serra, seu amigo na vida pessoal e padrinho de casamento.
            Dois jatos da companhia aérea Lufthansa passaram por essa área, antes e depois da perda de contato com o AF 447, “o que colocou em dúvida a hipótese de um raio ter sido a causa”. O ministro do ambiente francês Jean-Louis Borloo declarou que “nesta altura já terá ultrapassado o limite das suas reservas de querosene” e “temos de vislumbrar agora o mais trágico dos cenários”. Fontes do aeroporto Paris-Charles-De-Gaulle citadas pela revista francesa L`Express afirmaram que “não há esperança de que haja sobreviventes”. De outra parte, o governo do Senegal comunicou na tarde de 1° de junho que teria localizado destroços que flutuavam nas suas águas territoriais, mas não confirmou se pertenciam ao avião desaparecido. A Aeronáutica informou que após o escurecer seria realizada uma “busca eletrônica com vista a tentar captar a emissão de sinal do equipamento de emergência da aeronave” (Emergency Locator Transmitter). O vice-chefe do Centro de Comunicação da Aeronáutica brasileira, Jorge Amaral, confirmou que um piloto de voo comercial da empresa TAM Linhas Aéreas reportou ter visto uns “pontos laranja” no Oceano Atlântico, cerca de 30 minutos após o Airbus da Air France, ter emitido informe de pane elétrica, às 2h14 UTC de domingo. No entanto, uma busca efetuada por um navio francês na área assinalada pelo piloto nada encontrou.
            Na noite de 1° para 2 de junho, um avião radar Embraer R-99B decolado às 22h35 de segunda-feira do arquipélago de Fernando de Noronha detectou por meio de sinais eletrônicos, a cerca de 1hora, objetos metálicos e não metálicos. Na manhã de 2 de junho, uma aeronave C-130 avistou flutuando objetos detectados por radar no Oceano Atlântico que poderiam ser do Airbus. Devido a estes destroços terem sido localizados, a Marinha enviou o navio tanque Gastão Motta e a fragata Bosísio, totalizando cinco as embarcações deslocadas para o local. O navio-tanque permitiria que os outros navios ficassem na área durante um mês, se fosse necessário. Os navios eram equipados com médicos e mergulhadores, que poderiam chegar ao avião caso estivesse submerso perto da superfície. A previsão era que o primeiro navio da frota brasileira chegasse ao local por volta das 18h de quarta-feira, 3 de junho. Três navios mercantes, dois holandeses e um francês, que circulavam perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo desviaram as suas rotas para auxiliar nas buscas no local onde foram avistados os destroços. O contra-almirante Domingos Sávio Almeida Nogueira, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha, afirmou que os destroços indicavam que poderia haver sobreviventes: “Sempre há esperança”, disse Domingos Sávio aos jornalistas. Dois navios da Marinha Francesa, o “Foudre” e o “Ventôse”, estavam a caminho onde havia indícios que o avião pudesse ter caído. Um E-3 Sentry da Força Aérea Francesa decolou às 17h00 CEST, juntando-se aos 2 aviões Atlantique 2 e a um Falcon 50 da Marinha.
          Entre os navios enviados ao local estava o navio de pesquisa francês Pourquoi Pas? equipado com dois mini-submarinos de mergulho a profundidades até 6 000 metros. A área do Atlântico na qual o avião teria caído tem profundidades da ordem de 4 700 metros. Apesar de ser advogado por formação e professor de Direito, Nelson Jobim foi indicado ao Supremo depois de ter passado os dez anos anteriores se dedicando majoritariamente à política. Foi ministro do STF entre 1997 e 2006. Entre 2004 e 2006 foi o presidente do tribunal. Atuou também no Tribunal Superior Eleitoral. Foi o responsável pelo processo eleitoral de 2002, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República. Na tarde de 2 de junho, o ministro da Defesa Nelson Jobim, confirmou que “os destroços encontrados durante a madrugada no Oceano Atlântico eram do Airbus da Air France”. Segundo o ministro, o avião Hércules da Força Aérea Brasileira identificou diversos materiais de fuselagem numa faixa de 5 km, nas proximidades do arquipélago de São Pedro e São Paulo. Os objetos encontrados no mar seriam recolhidos e embarcados no navio Grajaú da Marinha, que levaria o material para ser examinado em Fernando de Noronha. A técnica de drenagem de oceanos, utilizada para descrever e explicar o nascimento da vida no oceano e os acidentes de penetração, acolhe a maioria das plantas e animais do planeta Terra, desde minúsculos organismos unicelulares até à baleia-azul, o maior animal existente no planeta.
As baleias-azuis eram, até ao início do século XX abundantes em quase todos os oceanos. Caçadas durante mais de um século, foram levadas à beira da extinção pelos baleeiros, até se tornarem objeto de mecanismos de proteção adotados pela comunidade internacional em 1996. A maioria da vida vegetal no oceano consiste em algas microscópicas denominadas “fitoplâncton” que flutuam à superfície e, através da fotossíntese, produzem aproximadamente a metade do oxigénio que os humanos e outras criaturas vivas terrestres respiram. As algas marinhas e laminárias (“kelp”) são algas grandes, visíveis empiricamente a olho nu. As plantas marinhas com raízes, como as ervas marinhas, só conseguem sobreviver a profundidades onde os raios solares conseguem suportar a fotossíntese, processada a 200 metros de profundidade. Quase metade do oceano tem mais de três mil metros de profundidade.  Pensava-se que as profundezas do oceano estavam desprovidas de vida, mas focos biológicos surgem à volta de locais como fontes hidrotermais e noutros locais em águas profundas. Estas estruturas semelhantes a chaminés expelem gases e água rica em minerais oriundos debaixo da crosta terrestre. Vermes tubulares, amêijoas e mexilhões juntam-se à volta destas fontes para se alimentarem de bactérias que adoram e necessitam do calor. Peixes aparentemente bizarros com olhos sensíveis, presas translúcidas e organismos dotados de aspectos morfológicos bioluminescentes inimagináveis escondem-se da visão humana etnocêntrica em águas próximas. 

As atividades humanas têm um impacto em praticamente todas as partes do oceano. Redes perdidas e descartadas continuam a aprisionar letalmente peixes, aves marinhas e mamíferos marinhos pois estes flutuam. Os navios derramam petróleo e lixo e transportam criaturas para habitats estranhos que não estão preparados para a sua chegada. As florestas de mangues são eliminadas para a construção de casas e para a indústria. Mais de metade da população dos Estados Unidos da América vive em zonas costeiras, despejando lixo e esgotos no oceano. O escoamento de fertilizantes das quintas transforma vastas extensões do oceano em zonas mortas, incluindo uma área do tamanho de Nova Jérsei no Golfo do México. O dióxido de carbono dos gases com efeito de estufas está a acidificar as águas oceânicas e um afluxo de água doce dos glaciares que estão a derreter ameaçam alterar as correntes marítimas que influenciam a meteorologia. Os ambientalistas de todo o mundo pedem urgentemente salvaguardas internacionais para a proteção e reposição dos recursos de peixes nos oceanos, que estão em declínio, e reduções dos gases com efeito de estufa para contornar o aquecimento global.
As guerras intercontinentais têm fomentado cemitérios de aviões. O cemitério de aviões havia sido esquecido até que Brand Mueller, um marinheiro que fez parte da guarda costeira norte-americana, mergulhou na região e fez imagens submersas de 150 aviões que ainda hoje repousam a cerca de 40 metros da superfície em um local ainda controlado por militares. O fundo do Oceano Pacífico guarda muitos “tesouros” para exploradores. Vestígios da 2ª guerra mundial podem ser facilmente encontrados nas profundezas do mar. Vários aviões foram derrubados nas águas durante o conflito e seus restos permanecem em diversos pontos do Pacífico. O que pouca gente sabe, em função do controle político das notícias, é que algumas aeronaves foram simplesmente descartadas nas águas. Nas Ilhas Marshall repousa um verdadeiro cemitério de aviões. De acordo com a fotógrafa Brandi Mueller, o descarte acontecia porque era muito caro levar os aviões de volta aos Estados Unidos após o fim da guerra. O que pouca gente sabe ou evita é que algumas aeronaves foram simplesmente descartadas nas profundezas das águas. Nas Ilhas Marshall repousa um verdadeiro cemitério de aviões. De acordo com a fotógrafa Brandi Mueller, o descarte acontecia porque era muito caro levar os aviões de volta aos Estados Unidos após o fim da guerra. Brandi fez um ensaio que demonstra os destroços das aeronaves.
Bibliografia geral consultada.
OTELLI, Jean-Pierre, Pourquoi Ils Sont  Tombés: Histoires Authentiques de Catastrophes Aériennes. Paris: Éditions Altipresse, 2007; Idem, Erreurs de Pilotage n°5 - Crash Rio-Paris, octobre 2011; CAMPOS, Reginaldo Machado, Ergonomia na Aviação: Um Estudo Crítico da Responsabilidade dos Mecânicos de Aeronaves na Causalidade de Acidentes. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduaçao em Design. Centro de Artes e Comunicação. Departamento de Design. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2011; HYLTON, Will, “O que Aconteceu com o Voo 447 da Air France:”. In: http://g1.globo.com/2011/05/08; SOUZA JÚNIOR, Amaury Alan Martins de, A Formação da Rede para o Atendimento de Desastres de Massa: O Caso do Acidente Aéreo 447 da Air France. Dissertação de Mestrado. Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2012;  PRADO, Luciana Figueiredo, A Interação Oceano-Atmosfera no Atlântico Sul e o Paleociclo Hidrológico na Porção Leste da América do Sul durante o Holoceno. Tese de Doutorado em Ciências. Instituto Oceanográfico. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; BOTOSSO, Antônio Carlos, Avaliação do Efeito da Rigidez Estrutural sobre a Dinâmica Veicular. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Controle e Automação Mecãnica. Escola Politécnica. São Paulo: Universidasde de São Paulo, 2015; SOUGEY, Maria da Conceição Pereira, Impacto Tardio na Saúde Mental nos Familiares de Vítimas de Acidente Aeronáutico: O Caso NOAR Voo 4896. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2015; BROZOSKI, Fernanda Pacheco de Campos, A Geopolítica Contemporânea dos Oceanos: A Territorialização do Espaço Marítimo no Século XXI. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional. Instituto de Economia. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018; Artigo: “Dez Anos após Acidente do Voo 447 da Air France, Famílias ainda Cobram Respostas”. In:  https://www.em.com.br/app/nacional/2019/05/31/; entre outros.