Ubiracy de Souza Braga
“Mais vale compreender pouco do que compreender mal”. Anatole France
Uma característica da compreensão moderna do mundo é a secularização. É um processo através do qual a religião perde a sua influência sobre as variadas esferas da vida social. Essa perda de influência repercute-se na diminuição do número de membros das religiões e de suas práticas sociais. Na perda do prestígio das igrejas e organizações religiosas. Na influência na sociedade, na cultura, na diminuição das riquezas das instituições religiosas, e, last but not least, na desvalorização das crenças e dos valores a elas associados. A partir do século XIX, houve um progressivo declínio da influência das instituições religiosas tradicionais. Este declínio verificou-se tanto na liturgia dos fiéis, como na dificuldade crescente em recrutar clero para o desenvolvimento e manutenção da instituição. A maior parte dos estudos acadêmicos versou a tentativa de compreensão deste âmbito. A investigação já não se centra tanto nas causas e nas razões da secularização, mas nas relações da modernidade com o religioso. Mas não é a consciência necessariamente do próprio sujeito que determina a vida, mas neste caso, a mediação complexa, que incorporando o sentido social e político passam a atribuir significado ao espaço/tempo no qual está inserido.
A presença da barba no homem deixou sua marca na arte, literatura, história, filosofia e guerra. Em todas estas áreas temos claras evidências e membros memoráveis da influência da barba em suas obras, ações e resultados. Gregori Rasputin foi um místico russo, e autoproclamado homem santo que se aproximou da família do czar Nicolau II e se tornou uma figura politicamente influente no final do período czarista. Nascido de uma família plebeia na vila de Pokrovskoye na Sibéria, Rasputin passou por uma experiência de conversão religiosa após uma peregrinação até um monastério em 1897. Após viajar a São Petersburgo por volta de 1903 a 1905, cativou alguns líderes da Igreja Ortodoxa Russa e da sociedade. Ele tornou-se uma figura da sociedade e se encontrou com o Czar em novembro de 1905. No final de 1906, começou a atuar como curandeiro do Czar e do filho de sua esposa Alexei, que sofria de hemofilia e era o único herdeiro ao trono. Na corte, ele era uma figura divisiva, visto como um místico, visionário, profeta, e outros interpretados como um charlatão. Na ausência de Nicolau II, a czarina assumiu o trono e colocou-se na posição de refém de Rasputin, que passou a nomear até ministros de Estado. Com a presença dos oportunistas de ocasião indicados pelo conselheiro, o Império Russo caiu no caos e a corrupção se alastrou. Enquanto isso, na frente de batalha, Nicolau II despejava seus soldados para a morte certa, configurando uma crise política.
O ponto alto de seu poder se deu em 1915, ocasião em que o Czar deixou a capital para vistoriar e monitorizar as tropas lutando na 1ª grande guerra, provocando um aumento no poder da Imperatriz Alexandra e de Rasputin. Porém, conforme a derrota da Rússia na guerra se aproximava, a popularidade dos dois diminuía, até que no dia 30 de dezembro de 1916 foi assassinado por um grupo de nobres que se opunham à sua influência sobre Alexandra e o Czar. A maioria dos inimigos de Rasputin tinha desaparecido: Stolypin foi morto, Kokovtsov tinha caído do poder, Theofan foi exilado, Hermogen banido e Iliodor ficaram na clandestinidade. A vida social ganha uma dimensão de responsabilidade para com a condução do destino da espécie humana, bem como com relação ao domínio da natureza em suas várias formas de manifestação. O ser humano cria instituições a partir das quais vai gerenciar a vida em sociedade e tais instituições passam a ter a legitimidade de sua atuação amparada em argumentos e motivos típicos racionalmente válidos. Isto significa que o homem que tenha tido um ou mais filhos acede à paternidade. É importante destacar que a paternidade transcende o biológico. A filiação pode acontecer através da adoção, convertendo a pessoa em pai do seu filho mesmo que este não seja seu descendente de sangue. A paternidade, por outro lado, pode ser espiritual ou simbólica. No âmbito da religião, é considerado líder “o guia de uma congregação que é tido como o pai dos fiéis”. Neste sentido, o papa da Igreja católica apostólica romana tende a designar-se ardorosamente como Santo Pai.
No decorrer da história de diferentes culturas do mundo, aos homens com barba têm sido atribuídas essencialmente sabedoria, potência sexual e status social. Em algumas religiões, a barba utilizada como símbolo é considerado importante. A cada ano, 5 bilhões de pessoas voam em companhias aéreas comerciais. A cada 2 segundos, uma aeronave decola e outra pousa em algum lugar do mundo. Todos os dias, cerca de 3 milhões de pessoas voam nos labirintos do mundo. Mas apenas 5% da população mundial já estiveram em um avião! Por que pilotos de avião não podem usar barba? Ela representa o conjunto de pelos que cresce no queixo, nas faces e no pescoço do homem e mais raramente nestes lugares em mulheres. O estudo da barba é chamado de pogonologia. Em algumas religiões, quem tem barba é considerado muito importante. Mas o filho Nelsinho estava do outro lado: na luta armada contra o regime militar. Foi torturado e esteve preso durante quase oito anos. Mas pai e filho nunca se afastaram, basta ouvir Nelsinho falar sobre Nelson. É o que ele mais tem feito: falar do pai. - Esta conversa deve ser a centésima dos últimos dias, e nem por isso ele se empenha menos. O filho de Nelson Rodrigues é um cavalheiro. Impossível confundi-lo. Em todo o Rio de Janeiro não haverá barbas tão vastas. Barbas e cabelos de Matusalém. Pontualíssimo, à mesa do Sindicato do Chopp, uma esplanada no Leme, junto à casa onde o pai viveu. Nelsinho cumprimenta, galanteia, envolve o empregado numa conversa de futebol (“Rapaz! Não vi o Fluminense!”), conta que foi colega de cela de Alípio de Freitas, padre transmontano que se fez revolucionário no Brasil, pergunta de chofre à repórter: “Você conhece o velho?” Chama sempre velho ao pai. Insiste: “Conhece a obra dele?” A repórter diz que até o ler foi adiando, talvez por ter com ele uma questão política. Nelsinho responde: - “Você e a torcida do Flamengo”. Ou seja, acreditamos que seja muita gente. Na história política e social da Bíblia existe uma riqueza de detalhes e indícios sobre o tema. Em Levítico 19: 26-28, Deus diz ao Seu povo: - “Não comereis coisa alguma com o sangue; não agourareis nem adivinhareis.
Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça, nem danificareis as extremidades da tua barba”. Em Levítico 21:1-6 a instrução é específica para os sacerdotes: - “Depois disse o Senhor a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa de um morto entre o seu povo, Salvo por seu parente consanguíneo mais chegado, isto é, por sua mãe, e por seu pai, e por seu filho, e por sua filha, e por seu irmão. E por sua irmã virgem, chegada a ele, que ainda não teve marido; por ela também se contaminará. Ele sendo principal entre o seu povo, não se contaminará, pois que se profanaria. Não farão calva na sua cabeça, e não rasparão as extremidades da sua barba, nem darão golpes na sua carne. Santos serão a seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do Senhor, e o pão do seu Deus; portanto serão santos”.
Alguém pode objetar e dizer: - “Não sei se é certo ou errado para um homem ter barba”. Bem, vamos parar aqui por um momento e considerar que não é realmente para nós decidirmos. Deus já determinou que é certo para os homens terem barba, porque é assim que Ele nos criou. O que precisamos decidir, não se é certo ou errado para um homem ter barba, mas se é certo ou errado para ele rapar sua barba. A verdade é que você na realidade não pode remover totalmente sua barba, pois ela sempre volta a crescer. A questão real não é se é certo ou errado usar barba, mas se é certo ou errado raspar a barba e manter o rosto liso. E se, além disso, alguém declarar que considera a barba ofensiva? Primeiro, eu responderia que esse indivíduo precisa levar o assunto a Deus em oração, pois Ele é quem criou o homem assim e prescreveu instruções a respeito da manutenção da barba. Em segundo lugar, eu apontaria que ofender, biblicamente falando, significa “incentivar alguém a fazer aquilo que você faz sem ter o seu nível de entendimento”. A palavra grega skandalon, que é de onde derivamos nossa palavra “escândalo” é usada repetidamente assim em 1 Coríntios 8 e em Romanos 14. A barba na arte egípcia indica a nacionalidade estrangeira de um indivíduo. Os inimigos do antigo Egito são sempre retratados com barba. Dado o desdém dos antigos egípcios pelos estrangeiros, isso pode explicar parte da popularidade da prática de se barbear.
O costume de preservar ou retirar os pelos da face, mais do que indicar um hábito corriqueiro, abre caminhos para a compreensão de traços sociais de diferentes culturas espalhadas ao redor do ecúmeno. Por volta de 30 mil anos nossos ancestrais descobriram ser possível remover a barba com o uso de lascas de pedra afiada. De fato, desde o Paleolítico vários indícios comprovam que o homem pré-histórico vivia cercado de determinados hábitos de higiene e vaidade. No Egito Antigo, os pelos do corpo eram costumeiramente usados para diferenciar os membros da sociedade egípcia. Os membros mais abastados da nobreza, por exemplo, cultivavam a barba como um sinal de seu status. No entanto, a falta da mesma não indicava necessariamente algum tipo de demérito. A classe sacerdotal optava por uma total depilação de seus pelos. De acordo com estudiosos, o hábito sacerdotal indicava o distanciamento do mundo e dos animais.
Entre os gregos o uso da barba era bastante comum. Prova disso é que muitas das imagens que representavam os filósofos gregos eram sempre acompanhadas de uma farta rama de pelos. Entretanto, durante a dominação macedônica essa tradição grega foi severamente proibida pelo rei Alexandre, O Grande. Segundo o famoso líder político e militar, a manutenção da barba poderia trazer desvantagens aos seus soldados durante um confronto direto. Na civilização romana a barba integrava um importante ritual de passagem. Todos os rapazes, antes de alcançarem a puberdade, não poderiam cortar nenhum fio de cabelo ou barba. Quando atingiam o momento de passagem entre a infância e a juventude, raspavam todos os pelos do corpo e os ofereciam aos deuses. Os senadores costumavam preservar a barba como símbolo de status político. Nessa mesma sociedade surgiram os primeiros cremes de barbear, produzidos através do óleo de oliva. Durante a Idade Média, a barba sinalizou a separação ocorrida na Igreja Cristã com a realização do Cisma do Oriente. Muitos dos clérigos católicos eram aconselhados a fazerem a barba para que “não parecessem com os integrantes da igreja ortodoxa ou até mesmo com os costumeiramente barbudos judeus ou muçulmanos”. Além disso, o uso dos bigodes gerava bastante polêmica entre os cristãos medievais, pois estes eram ostentados pelas levas de germânicos que invadiam o decadente Império Romano.
Curiosamente se você observar na mitologia grega e romana, sempre que vir uma gravura de um falso deus, usualmente ela tem a face lisa. Quase todos os deuses falsos são representados com faces lisas. O Concílio de Cartago, que foi um concílio na igreja primitiva, em aproximadamente 200 DC, se reuniu para discutir e tentar solucionar muitos problemas na igreja. Um dos problemas que eles discutiram foi o uso de trajes imodestos na igreja. Eles já tinham naquele tempo problemas com os trajes imodestos, do mesmo modo como temos hoje. Agora, eles não estavam discutindo minissaias, shorts, decotes, camisetas e blusas regatas, que são sensuais e considerados para muitos conservadores como vulgares. Numa citação do Concílio de Cartago sobre o traje imodesto afirma-se o seguinte: - “Qualquer homem que vier à igreja com cabelos longos e a face barbeada e lisa, será excluído da comunhão, pois esse homem está vestido de forma imodesta”. Se um homem comparecesse à reunião da igreja com cabelos compridos e a face barbeada e lisa, ele era considerado vestido de forma imodesta. Tertuliano, um dos pais da igreja primitiva escreveu um tratado sobre a barba; e que o propósito da barba era “reduzir a lascívia”.
O Quarto Concílio de Cartago, em 398, decretou: - “O clérigo não deixará seu cabelo crescer, nem removerá sua barba”. Explicações da psicologia para a existência de barbas incluem sinalização de maturidade sexual e de dominância aumentando o tamanho percebido das mandíbulas, e rostos limpos raspados são classificados como menos dominante do que aqueles que possuem barba. Alguns estudiosos afirmam que ainda não está estabelecido se a seleção sexual levando a barba está enraizada na seleção intersexual ou dominância da seleção intra-sexual. A barba pode ser explicada na Antropologia como um indicador da condição geral de masculinidade. A taxa de pilosidade facial parece influenciar atratividade do sexo masculino. A presença de uma barba torna o homem vulnerável em brigas. Ipso facto, os biólogos têm especulado que deve haver outros benefícios que superam o inconveniente. A barba tem textura mais crespa que o cabelo. Seu crescimento surge durante a puberdade devido à ação da testosterona. A função da barba é proteger o rosto, o ar da respiração e de dimorfismo sexual entre humanos. Na foto, a seguir diz respeito à defesa pública de Dissertação de Mestrado em Ciências, Trabalho e Conhecimento. Rio de Janeiro: COPPE-UFRJ, 1990.
O Quarto Concílio de Cartago, em 398, decretou: - “O clérigo não deixará seu cabelo crescer, nem removerá sua barba”. Explicações da psicologia para a existência de barbas incluem sinalização de maturidade sexual e de dominância aumentando o tamanho percebido das mandíbulas, e rostos limpos raspados são classificados como menos dominante do que aqueles que possuem barba. Alguns estudiosos afirmam que ainda não está estabelecido se a seleção sexual levando a barba está enraizada na seleção intersexual ou dominância da seleção intra-sexual. A barba pode ser explicada na Antropologia como um indicador da condição geral de masculinidade. A taxa de pilosidade facial parece influenciar atratividade do sexo masculino. A presença de uma barba torna o homem vulnerável em brigas. Ipso facto, os biólogos têm especulado que deve haver outros benefícios que superam o inconveniente. A barba tem textura mais crespa que o cabelo. Seu crescimento surge durante a puberdade devido à ação da testosterona. A função da barba é proteger o rosto, o ar da respiração e de dimorfismo sexual entre humanos. Na foto, a seguir diz respeito à defesa pública de Dissertação de Mestrado em Ciências, Trabalho e Conhecimento. Rio de Janeiro: COPPE-UFRJ, 1990.
Ao contrário do que se crê popularmente, o pelo da barba não nasce mais grosso depois de cortado. Depois que o homem raspa o pelo, ele volta a crescer com a mesma espessura de antes, já que uso do barbeador não arranca o bulbo do pelo, que determina seu diâmetro. Ficamos com essa impressão porque o pelo da barba é cortado rente à pele, justamente no local em que ele é mais grosso - do bulbo à ponta o pelo só afina. Isso vale para todos os pelos do corpo (incluindo os cabelos), em ambos os sexos. Quando o aparelho arranca o pelo, ele leva parte do bulbo. As células responsáveis pela multiplicação do pelo seguem vivas e logo sua espessura se estabilizará. Na verdade, a velocidade de crescimento independe do número de vezes que foi cortado. Ele demora mais para crescer, porque precisa recompor sua raiz, que fica de 1 a 2 milímetros abaixo da pele. Um estudo da Universidade de Nova Gales do Sul resultou que apenas 27% das mulheres preferem rostos lisos, sem barba. O estudo foi realizado com milhares de mulheres e nele foram mostrados fotos de homens no estágio de crescimento da barba, desde o rosto liso até a barba cheia, passando pela barba por fazer e as demais fases.
A barba é um distintivo de honra, de dignidade e de masculinidade. Qualquer um que desejasse expressar o valor de um objeto dizia: - “Isto tem mais valor do que uma barba”. Uma mulher dizia simplesmente: - “Isto custa mais caro do que a barba do meu marido”. Os homens frequentemente faziam juramentos ou promessas por suas barbas. Nas peças que Shakespeare escreveu frequentemente os homens juram por suas barbas. Sempre que você vir um homem com barba, deve considerar os seguintes fatos: 1. Puxá-la é infligir indignidade; 2. Raspá-la ou mutilá-la à força é um símbolo de desgraça (Samuel 10:4-5); 3. Raspá-la voluntariamente é um sinal de pranto (Jeremias 48: 37-38); 4. Beijá-la é um sinal de grande respeito e honra, amizade e amor fraternal. Impossível compreender diversos versos no Novo Testamento sem antes compreender que a saudação normal entre os primeiros cristãos era o ato de beijar a barba. Enfim, como o beijo, o costume de beijar é mais antigo do que se possa imaginar, embora nem sempre sirva para demonstrar o mesmo grau de afeto ou consideração. Os beijos mais antigos que se conhecem são os que se constituem em saudações correntes às estátuas dos ídolos e às pessoas a quem se pretendia prestar homenagens. Beijar na boca era coisa rara. A maior parte das vezes beijava-se a barba, os cabelos, a face, os olhos.
A última fase, da barba completa, foi escolhida pela maioria das garotas como sendo a mais atraente. Barbas, pelo ponto de vista feminino, mostram maturidade e masculinidade. Um fato assumido é algo que é considerado evidente como a doutrina de Deus. A propósito, em parte alguma a Bíblia tenta provar a existência de Deus, pois, este é um fato assumido e uma realidade. Assim, Gênesis 1:1 inicia com a seguinte declaração: - “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Da mesma forma, não existe um mandamento específico para que os homens deixem sua barba crescer; entretanto, esta é uma realidade assumida, pois Deus criou o homem assim, com uma barba que cresce em sua face. Consequentemente, existem na Bíblia regulamentações divinas específicas para a barba. A palavra hebraica para barba é zakan e a palavra para ancião é zaken, que se refere a “barbudo”. Assim, o ancião hebraico recebia seu nome com base em sua barba. Do ponto de vista da representação os hebreus viam a barba como a “glória e orgulho do homem”. Eles diziam que “a glória da face é a barba”.
Falando biblicamente, a barba indica que o homem está em submissão a Deus. Primeiro, a barba representa vida para Deus. Somente os homens vivos é que podiam manter uma barba. Em segundo lugar, a barba significa submissão a Deus. Um homem sem barba ou com a face barbeada e lisa indicava que era um escravo e que estava em submissão a outro homem. Dito de outra forma, estar privado de uma barba era, e ainda é em principalmente em alguns lugares no Oriente, um distintivo de servidão - uma marca de infâmia, que degradava o indivíduo entre outros homens, para o nível dos escravos e das mulheres. José usava sua barba enquanto estava na prisão. Ele tinha sido vendido como escravo e depois foi lançado na prisão. Entretanto, quando o faraó o chamou para ir ao palácio, José se barbeou segundo o costume dos egípcios e em reconhecimento à sua condição social de escravo e em submissão religiosa e política ao faraó. Seria arriscado para ele comparecer diante do faraó com barba, estando ele na condição de um escravo; aquilo poderia ser moralmente considerado um insulto.
– “Então mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair logo do cárcere; e barbeou-se e mudou as suas roupas e apresentou-se a Faraó”. (Gênesis 41: 14: 41: 40). Ter o rosto barbeado, liso, representava a marca de submissão de ser escravo e servo de outro homem. José, como um escravo e em submissão ao faraó, raspou sua barba. Depois que José interpretou os sonhos do faraó, este lhe disse: - “Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu”. (Gênesis 41: 40). As bênçãos de Deus são como o óleo da unção, o unguento precioso que escorria pela barba dos sacerdotes. Assim, uma barba bem crescida e bem cuidada indica as bênçãos de Deus sobre a vida de um homem e sua dedicação ao serviço de Deus. A barba somente era arrancada, raspada ou deixada sem cuidados durante um tempo de grande tristeza, luto ou calamidade. Portanto, raspar a barba ou deixá-la sem cuidados significava a perda das bênçãos de Deus. É interessante que quando o povo de Deus peca e se recusa a se arrepender, Deus usa a imagem da barba raspada para transmitir a mensagem do vindouro julgamento sobre Seu povo. O profeta Isaías predisse que os assírios conquistariam o reino do norte de Israel, rapando a barba de Israel com uma navalha e trazendo julgamento sobre o povo. O profeta Ezequiel usou um quadro similar para ilustrar a destruição de Jerusalém pelos babilônios. O quadro do julgamento de Deus sobre Israel como uma navalha que é passada sobre a barba de toda a nação, formando um “quadro de pensamento”, é um retrato intencional de uma desgraça e de um julgamento extremamente severo.
Com o desenvolvimento comercial e tecnológico com o grande número de invenções que marcaram o mundo moderno, a barba começou a indicar um traço da vaidade masculina. Talvez em consequência desse fenômeno, o francês Jean-Jacques Perret, em 1770, criou um modelo de navalha aparentemente mais seguro para barbear. Noutro século a famosa navalha em “T” foi inventada pelos irmãos norte-americanos Kampfe. O grande salto na “tecnologia peluginosa” foi dado por um vendedor chamado King Camp Gillette. Utilizando aguçada inventividade, o então caixeiro viajante percebeu a possibilidade de adotar lâminas descartáveis para os barbeadores. Com o auxílio de Willian Nickerson, engenheiro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts - MIT, criou uma nova marca de lâminas e barbeadores que ainda é largamente utilizada por homens e mulheres de várias partes do planeta. Durante o século XX, o rosto lisinho virou sinônimo de civilidade e higiene. Muitas empresas e instituições governamentais não admitiam a presença de barbudos em seus quadros. No entanto, entre as décadas de 1970-80, cavanhaques e bigodes começaram a virar uma febre entre os homossexuais norte-americanos. Esse novo dado se instituiu na cultura gay do final do século XX e teve como um dos seus maiores representantes o cantor Freddie Mercury.
A barba é a marca precisa de distinção de um homem. Um homem com barba nunca pode ser confundido com uma mulher. A barba sempre será considerada “como um ornamento sagrado dado por Deus ao homem para distingui-lo da mulher”. Uma coisa é certa: um homem com barba e cabelos curtos nunca será confundido com uma mulher; por outro lado, um homem sem barba e de cabelos curtos pode, algumas vezes, em determinadas culturas, ser confundido com uma mulher, se seus traços faciais forem suaves. Cada vez que nos olhamos no espelho, devemos nos lembrar da razão por que temos barba. Na religião a barba é importante historicamente e há uma razão para Deus ter dado a barba ao homem, de modo que precisamos compreender e aplicar isto em nossas vidas. Entre as culturas orientais a barba é frequentemente um símbolo de dignidade e sabedoria. A tradição passou para as religiões. Os Sikhs, por exemplo, recusam cortar o cabelo e consideram que a barba é um símbolo da sua masculinidade e dignidade. Este conceito se difundiu também para o jainismo, outra religião do subcontinente indiano, mas já entre o hinduísmo não há uma corrente única.
Primeira Dama Marisa Letícia & recuperação do presidente Lula. |
Algumas correntes ascetas proíbem a posse de bens, o que inclui lâminas, mas outras exigem caras rapadas como símbolo de limpeza. Também os rastafáris, uma religião que nasceu na Jamaica e que mistura conceitos cristãos, judaicos e um messianismo negro, proíbem que se corte queira o cabelo como a barba. No Budismo, embora haja alguma liberdade, a tradição mais generalizada é de raspar não só os pelos faciais como todo o cabelo também. No Cristianismo depende da região. No ocidente há uma longa tradição, herdada pela supremacia no império romano, de ausência de barbas. A razão é que a barba seria considerada um adorno, um sinal de vaidade, que se devia evitar a todo o custo. Embora não seja mais obrigatório, os clérigos cristãos de tradição ocidental mantinham o padrão de não deixar crescer a barba. No oriente a barba representa simbolicamente um adereço obrigatório para os clérigos. A razão é que raspar a barba é considerado vaidade. Essa tradição é largamente respeitada, sobretudo, historicamente pela distinção da tradição nas igrejas ortodoxas.
Entre os Amish, uma confissão cristã anabaptista que enaltece a não-violência e evita determinado uso de tecnologia, tem sido um assunto particularmente complexo. Recentemente uma das comunidades sofreu uma dolorosa disputa na qual uma das facções adoptou o hábito de cortar as barbas dos seus adversários enquanto dormiam, para humilhá-los. Os Amish, curiosamente, não cortam a barba a partir do dia em que casam, mas uma vez que há uma longa tradição militar associada aos bigodes, estes são proibidos por causa dos princípios de não-violência. Uma das regras Amish é os homens não cortarem a barba, e as mulheres o cabelo, depois do casamento. Nos Estados Unidos da América (EUA) vivem cerca de 270 mil Amish. A maioria vive nos estados do Ohio, Pensilvânia e Indiana, mas em comunidades isoladas. Os Amish vivem, sobretudo, da agricultura de subsistência e rejeitam o uso de roupas modernas (jeans), televisão e computadores.
Entre os Amish, uma confissão cristã anabaptista que enaltece a não-violência e evita determinado uso de tecnologia, tem sido um assunto particularmente complexo. Recentemente uma das comunidades sofreu uma dolorosa disputa na qual uma das facções adoptou o hábito de cortar as barbas dos seus adversários enquanto dormiam, para humilhá-los. Os Amish, curiosamente, não cortam a barba a partir do dia em que casam, mas uma vez que há uma longa tradição militar associada aos bigodes, estes são proibidos por causa dos princípios de não-violência. Uma das regras Amish é os homens não cortarem a barba, e as mulheres o cabelo, depois do casamento. Nos Estados Unidos da América (EUA) vivem cerca de 270 mil Amish. A maioria vive nos estados do Ohio, Pensilvânia e Indiana, mas em comunidades isoladas. Os Amish vivem, sobretudo, da agricultura de subsistência e rejeitam o uso de roupas modernas (jeans), televisão e computadores.
A exceção é aberta num período na vida dos jovens das comunidades, designado Rumspringa. Entre os Amish, que usam este termo, no entanto, simplesmente se refere à adolescência. Durante esse tempo, certa quantidade de mau comportamento é, se não tolerado, não tão severamente condenado. Quando atinge a adolescência os jovens deixam de ter a supervisão dos pais nos fins-de-semana, tendo liberdade para conviver com outras pessoas e estilos de vida. É neste período que decidem se querem ser Amish para o resto da vida. A maioria dos jovens acaba por casar com outros Amish, o que demarca a sua opção definitiva por este estilo de vida. As mulheres deixam de cortar o cabelo e os homens a barba. A maioria dos jovens não diverge destes padrões neste período. A metade deles e a minoria em pequenas comunidades permanecem dentro das normas e padrões Amish de se vestir ou de se comportar durante a adolescência.
Os fundamentalistas acreditam piamente que a sua causa é de grave e cósmica importância. Acolhem a máxima weberiana de interpretação pragmática da política, segundo a qual, fim, “é a representação de um resultado que se converte em causa de uma ação” (cf. Weber, 2009). Eles vêem a si mesmo como protetores de uma única e distinta doutrina como modo de vida e de salvação. A comunidade, compreensivelmente centrara-se num modo de vida particular, egocêntrico e preponderantemente religioso em todos os seus aspectos. É o compromisso dos movimentos religiosos-políticos fundamentalistas, e atrai então não apenas os que compreendem a distinção entre política e religião, mas também outros insatisfeitos e os que julgam que a dissidência é distintiva, sendo vital à formação de suas identidades religiosas. O chamado muro de virtudes fundamentalista que protege a identidade do grupo é instituído não só em oposição a religiões estranhas, mas contra os quais compactuam continuar numa versão nominal inclusiva da sua própria religião.
É neste sentido que no cristianismo, o fundamentalismo representa uma reação contra o modernismo que estava começando a se espalhar nas igrejas dos Estados Unidos da América e uma afirmação na inspiração divina e inerrância da Bíblia e ressureição e retorno de Jesus Cristo, doutrinas consideradas fundamentais do Evangelho; daí o nome fundamentalista que os teólogos modernistas já não criam que eram verdadeiras. No islamismo eles são jamaat que em linguagem árabe significam “enclaves religiosos”, com conotações de irmandade fechada ego-conscientemente flertam com o jihad na luta contra a cultura ocidental que suprime o Islam autêntico que implica submissão ao modo de vida prescrita na determinação divina contida na Charia. No judaísmo eles são os judeus Haredi que se julgam os “verdadeiros judeus da Torah” que se alimenta, se vestem, e enfim, vivem estritamente no modo religioso. Existem equivalentes no hinduísmo e outras religiões mundiais. Estes grupamentos que insistem na existência de um agudo limite entre eles e os partidários fiéis de outras religiões, e finalmente entre uma visão sagrada da vida e do “mundo secular” e da sua “religião nominal”. Com suas críticas, os fundamentalistas objetivam atrair e converter os religiosos da comunidade maior, em linhas gerais, tentando convence-los de que eles não estão experimentando a versão autêntica (e única) da religião professada.
Depois da publicação da A Origem das Espécies de Charles Darwin em 1859, o desenvolvimento da Alta Crítica alemã e o surgimento da Teologia Liberal, vários grupos cristãos reagiram temendo que o crescente racionalismo afetasse a fé cristã. No início do século XX foi publicado Os Fundamentos, livro que foi patrocinado por empresários e escrito por vários escritores conservadores de seu tempo. Preocupados com o avanço do modernismo, os fundamentalistas começaram a organizar-se. Entre 1878–1897 realizaram a Conferência Bíblica de Niágara, que estabeleceu os pontos básicos do fundamentalismo. Com o tempo, essa conferência levou a um grande movimento de conferências bíblicas e ao movimento de Institutos e Colégios Bíblicos - dois grandes fatores no aparecimento e expansão do fundamentalismo norte-americano. Desde 1925, quando o professor elementar John T. Scopes foi condenado por ensinar a Teoria da Evolução nas escolas públicas, o fundamentalismo perdeu sua popularidade entre os protestantes conservadores. A partir da década de 1940 ganhou força e expressão social outro movimento conservador protestante, porém mais aberto à sociedade em geral e à ciência, denominado: o Evangelicalismo. A comunidade religiosa interpreta os fundamentalistas como dissidentes e a razão para a formação de novas seitas e religiões.
Mas, frequentemente são fundados grupos fundamentalistas com o objetivo de manter e resguardar a fidelidade dos princípios religiosos ditos desnaturados e forçar uma aproximação interna com o mundo moderno atendendo aos referidos princípios fundamentais. Não raro isto se passa individualmente com religiosos que, independentemente da formação de grupos ativos continua a proceder e atender aos princípios fundamentais de modo a conservar a doutrina adotando-a como prática de vida. Este fenômeno sociológico ocorreu e legou o uso do termo dos Fundamentalistas Cristãos que surgiram no início do século XX com o protestantismo dos Estados Unidos da América, com a publicação do livro: “Os Fundamentos”, patrocinado por empresários e escrito por eruditos evangélicos reconhecidos. O padrão do conflito entre os fundamentalistas cristãos e os cristãos modernos no cristianismo protestante tem notável aplicação às outras comunidades religiosas.
Em seu uso cotidiano como uma descrição destes aspectos sociais e religiosos correspondentes. Em caso contrário, em movimentos religiosos diversos o termo fundamentalista se tornou mais que só um termo qualquer um de ego-descrição ou de desprezo pejorativo. No fim do século passado, um grupo de mulheres cristãs norte-americanas, lideradas por Elizabeth Cady Stanton, começou a se reunir periodicamente para estudar todas as passagens bíblicas onde havia referência à mulher, a fim de relê-las e interpretá-las à luz da nova consciência que a mulher tinha de si mesma. Nesses encontros nasceu a “Woman’s Bible”, editada em duas partes, respectivamente em 1895 e 1898, uma obra que abalou o mundo protestante norte-americano. A realização desse vasto projeto de revisão e reinterpretação da Bíblia por parte de um grupo de mulheres é o primeiro sinal marcante de uma nova consciência da mulher, que amadureceu também no interior de comunidades cristãs. A idealização da “Bíblia da Mulher” foi considerada tanto cultural como eclesial e como ponto de partida de um longo processo, que levaria em torno dos anos 1960 - contemporaneamente ao emergir das teologias da libertação - à elaboração do projeto de uma “teologia feminista”.
Elizabeth Cady Stanton nascida em Johnstown, New York foi uma feminista e reformista estadunidense (1815-1902). Começou sua carreira como abolicionista, e quando um grupo de oito mulheres foi banido do World Anti-Slavery Convention de 1840, em Londres, que ela e Lucretia Mott, duas das delegadas banidas, resolveram fundar uma convenção pelos direitos das mulheres, em 1848. Outras delegadas frustradas, como Mary Grew, se juntaram, e o movimento pelos direitos femininos acabou surgindo em Seneca Falls. Ela formou um casal com a líder feminista Susan B. Anthony; durante o dia, elas cuidavam juntas da casa e dos filhos e, à noite, se armavam de munição e se preparavam para atacar o inimigo. Elizabeth Stanton descreveu a relação entre as duas em termos românticos, dizendo que preferia uma tirania do próprio sexo, e que era submissa a Susan. Anthony e Stanton formaram a 1ª convenção sufragista depois da guerra civil americana, em 1869, que fundou a National Woman Suffrage Association. Elizabeth foi casada, adorável, feliz e teve sete filhos.
Bibliografia geral consultada.
LORENZINO,
Ariana de Abreu, A Poética da Gentileza:
Um Patrimônio Carioca. Dissertação de Mestrado. Instituto de Artes.
Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2009; SOUZA, Altay Alves Lino de, A Influência de Atributos Físicos na
Formação de Primeiras Impressões no Uso do TAT e Impacto no Processo Decisório
de Profissionais de Recursos Humanos. Tese de Doutorado. Programa de
Pós-Graduação em Psicologia. Instituto de Psicologia. São Paulo: Universidade
de São Paulo, 2010; WEBER, Max, La
Objetividad del Conocimiento en la Ciencia Social y en la Politica Social.
Madrid: Alianza Editorial, 2009; AFARY, Janet; ANDERSON, Kevin, Foucault e a Revolução Iraniana: As Relações
de Gênero e as Seduções do Islamismo. São Paulo: Editor É Realizações,
2011; TEIXEIRA, Rafael Saddi, O Ascetismo
Revolucionário do Movimento 26 de Julho: O Sacrifício e o Corpo na Revolução
Cubana (1952 a 1958). Tese de Doutorado. Faculdade de História. Goiânia:
Universidade Federal de Goiás, 2009; COSTA, Renato José da, A Influência dos Ulemás Xiitas nas
Transformações Políticas ocorridas no Irã durante o Século XX: O Wilayat
al-Faqih e o Pragmatismo dos Aiatolás como Inviabilizadores na Expansão da
Revolução Iraniana. Tese de Doutorado. Departamento de História Social. São
Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São
Paulo, 2013; SILVA, Kleber Lopes da, “Isso é Coisa Prá Macho” - A Construção de Masculinidade nos Encontros de Motociclistas em Goiânia. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Faculdade de Ciências Sociais. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2016; LENZI, Gabriela Poltronieri, A
Autoestima e o Chapéu? Uma Questão de Identidade e de Sociabilidade Durante o
Tratamento Quimioterápico. Tese de Doutorado em Ciências Sociais.
Universidade de Salamanca, 2018; MENDES, Mírian Lúcia Brandão, A Construção Descritiva do Racismo no Século XIX: Um Estudo dos Jornais Correio Paulistano e A Redempção. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos. Faculdade de Letras. Belo Horizonte: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018; entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário