terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Ideias Sociais, Boato & Campo, do Físico Albert Einstein.


                                                                                                      Ubiracy de Souza Braga

Un tavolo, una sedia, un cesto di frutta e un violino; di cos`altro necessita per essere felice?”. Albert Einstein  

             
            Albert Einstein nasceu em Ulm, na Alemanha, no dia 14 de março de 1879. É considerado o físico mais influente do século XX. Filho de um pequeno industrial judeu, em 1880 mudou-se com a família para a cidade de Munique. Seus pais Hermann Einstein e Pauline Koch eram judeus. O caráter e a biblioteca do pai foram importantes na formação de Albert Einstein. Nos primeiros anos de vida, Einstein teve dificuldades para se expressar através da fala e era lento para aprender, fato que, durante algum tempo, deixou seus pais preocupados. Nos primeiros anos escolares, Einstein não se destacava nem pelas notas nem pela regularidade com que ia à escola. Com seis anos de idade, incentivado pela mãe, começou a estudar violino. Cedo se destacou no estudo da física, matemática e filosofia. Aos nove anos ingressa no Luitpold Gymnasium, uma escola secundária em Munique, Alemanha. Foi fundada pelo príncipe Luitpold da Baviera em 1891 como Luitpold-Kreisrealschule para servir a parte oriental da cidade e seus subúrbios. Ficava na Alexandrastrasse em frente ao Museu Nacional, onde se interessa por geometria e álgebra, matérias nas quais progride. Aos doze anos é um considerado um gênio das matemáticas, mas lê avidamente Leibniz, figura central na história da matemática e na história da filosofia, Kant que operou, na epistemologia uma síntese entre o racionalismo continental, onde impera a forma de raciocínio dedutivo, e a tradição empírica inglesa de Hume, Locke, ou Berkeley, que valoriza a indução e Hume que opôs-se a Descartes e às filosofias que consideravam o espírito humano desde um ponto de vista teológico-metafísico
      Foi paradoxal para seus mestres, que nem sempre sabiam responder as suas perguntas nem refutar seus questionamentos tanto políticos quanto existenciais. A física, com as ciências da natureza, faz parte de um complexo de instituições de importância na sociedade contemporânea, não só em função do vulto dos investimentos, como também do contingente humano, do número e da diversidade de organizações comprometidas com sua expansão. Os físicos constituem hoje um grupo de profissionais socialmente prestigiados, formados em organizações próprias. Dispõem de enormes facilidades de trabalho, como laboratórios, bibliotecas, serviços de intercâmbio e divulgação de informações etc., os quais, em muitos aspectos sociais, têm superado as vantagens conquistadas por grupos profissionais mais tradicionais na cultura ocidental, como advogados e médicos. Como possuía caráter individualista e alheio à disciplina prussiana, acaba sendo expulso do Gymnasium. Aos 16 anos abandona a religião judaica que está na obediência espiritual aos mandamentos divinos estabelecidos nos livros sagrados, uma vez que para eles, isso é fazer a vontade de Deus e demonstrar respeito e amor pelo criador. O judaísmo é a religião monoteísta que possui o menor número de adeptos no mundo, tornando-se livre de qualquer tipo de imposição em sua formação. Ainda que fosse de família judia, Albert Einstein (1879-1955) tinha um pensamento sobre religião que foi moldado durante sua estada em Zurique, na Suíça, quando os livros do filósofo Spinoza, caíram em suas mãos. O Deus de Spinoza era amorfo e impessoal, responsável pela ordem no universo e pela beleza da natureza.



Na física, essa passagem teve o aspecto de uma autêntica revolução teórica. O sistema de Copérnico e sua teoria do heliocentrismo, que situou o Sol como o centro do Sistema Solar contrariando a vigente Teoria Geocêntrica que considerava a Terra como o centro do universo, é considerada como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia e a introdução do método experimental como argumento de prova, devida particularmente a Galileu, abalaram inexoravelmente a herança aristotélica dominante no pensamento filosófico até a Idade Média. As grandes conquistas da astronomia, que culminaram com a síntese newtoniana, resolveram em definitivo os problemas da navegação, que a ciência da etapa anterior foi incapaz de solucionar. A demolição do rígido e secularizado sistema filosófico-religioso herdado da cultura anterior, e os frutos práticos na área gozosa da navegação portuguesa e hispânica, principalmente, libertaram a ciência de sua posição teorética contemplativa, especulativa, e abriram as portas para uma concepção a ser encarada como instrumento de transformação. No Renascimento italiano criaram-se as primeiras universidades, que deram margem a novas atividades intelectuais.
Embora dominadas até meados do século XIX pelas heranças filosóficas de inspiração aristotélico-tomista, abrigaram o trabalho de inúmeros contestadores, entre os quais Galileu. Foram também criadas as primeiras sociedades científicas, a Accademia dei Lincei (1603), em Roma, e a Accademia del Cimento (1651), em Florença. Esse movimento renasceu na Inglaterra, em 1662, com a criação da The Royal Society, logo seguida da França, com a Académie Royale des Sciences, em 1666, e rapidamente atingiu outros países. Outros embriões de organização que apareceram no século XVII foram a criação, em 1672, do Observatoire Royal, em Paris, e Royal Observatory, em Greenwich, em 1675. Foram as primeiras organizações dedicadas a setores da física patrocinadas pelo poder central, e sua criação dependeu em muito do crédito obtido na resolução de problemas astronômicos necessários ao desenvolvimento da camada no âmbito da era da navegação. Também foram as primeiras organizações sociais, e durante muito tempo as únicas, a oferecerem um emprego regular a especialista. Em 1790, estimava-se em torno de 200 o número de academias.
Essas academias nasceram com o intuito de conferir à ciência um novo status. O esboço dos estatutos da Royal Society, redigido por Robert Hooke, em 1663, estabelece essas metas: O objetivo da Royal Society é aperfeiçoar o conhecimento das coisas da natureza e de todas as artes úteis, manufaturas e práticas mecânicas, engenhos e invenções por meio da experimentação. Apesar do impulso renovador e do embrião de organização em que consistiam, as sociedades científicas eram organizações muito fechadas, mantidas por seus membros, pessoas de renda própria e posição social. Não havia remuneração pelo trabalho científico, situação que perdurou até a segunda metade do século XIX, quando as universidades começaram a acolher institucionalmente a ciência. Somente a partir dessa conjuntura história e teórica o cientista contou com uma organização para a sua formação. Antes disso, todos foram na prática autodidatas. Privatdozent é um título universitário próprio das universidades de língua alemã na Europa. Serve para designar professores que receberam uma habilitação, mas que paradoxalmente, não receberam a cátedra de ensino ou de pesquisa. Por esta razão, o Privatdozent não recebe nenhuma remuneração por parte do governo. Porém, esta é uma passagem obrigatória por concurso público de provas e títulos antes de obter a cátedra.
           Física representa a ciência que estuda a natureza e seus fenômenos em seus aspectos mais gerais. Analisa suas relações e propriedades, além de descrever e explicar a maior parte de suas consequências. Tem como escopo a dinâmica e a compreensão científica dos comportamentos naturais e gerais do mundo em nosso torno, desde as partículas elementares até o universo como um todo. Com o amparo do método científico e da lógica, e tendo a matemática como linguagem natural, esta ciência descreve a natureza através da adoção de modelos científicos. É considerada a ciência fundamental, sinônimo de ciência natural, como a química e a biologia, têm raízes na física. Sua presença no cotidiano humano é muito ampla, sendo praticamente impossível uma completíssima descrição dos fenômenos físicos em nossa volta. A aplicação da física para o benefício humano contribuiu de uma forma inestimável para o desenvolvimento de toda a tecnologia moderna, desde o automóvel aos computadores quânticos. A física é uma ciência influente na sociedade e suas dinâmicas frequentemente traduzidas no desenvolvimento de novas tecnologias.
             O avanço nos conhecimentos em eletromagnetismo permitiu o desenvolvimento de tecnologias que certamente influenciam o cotidiano da sociedade moderna: o domínio da energia elétrica permitiu o desenvolvimento e construção dos aparelhos elétricos; o domínio sobre as radiações eletromagnéticas e o controle social refinado das correntes elétricas permitiu o surgimento da eletrônica e a consequente apropriação desenvolvimento das telecomunicações globais e da informática. Como ciência, a física tem base social e não é estática. Físicos ainda trabalham para conseguir resolver problemas de ordem teórica, como a “catástrofe do vácuo”, gravitação quântica, termodinâmica de buracos negros, dimensões suplementares, flecha do tempo, inflação cósmica e o mecanismo de Higgs. Ainda existem fenômenos observados empírica e experimentalmente que ainda carecem de explicações científicas, como a possível existência da matéria escura, raios cósmicos com energias teoricamente muito altas e até mesmo observações cotidianas como a turbulência. Para tal, equipamentos sofisticados foram construídos, como o Large Hadron Collider, o maior acelerador de partículas já construído, situado na Organização Europeia para a Investigação Nuclear.
           Neste contexto de socialização os procedimentos didáticos costumam se pautar  não apenas nos conteúdos a serem estudados, mas também em atividades práticas, que evoquem situações cotidianas de aprendizados importantes. É a partir daí que a escola deve desenvolver o ensino da Física nos primeiros anos de aprendizagem da vida escolar. Não há discordância em relação à idade ideal para a introdução do ensino da Matemática na educação. A partir dos seis meses de vida os bebês já identificam a diferença entre conjuntos de elementos que contenham quantidades diferentes. A partir dos três anos de idade, eles já entendem as operações básicas de adição e subtração. Na vida cotidiana a Matemática deve proporcionar, na prática, a exploração dos diversos preceitos gnosiológicos, abordando medidas, proporções e formas geométricas, de forma que os alunos desenvolvam e nutram prazer e curiosidade por esses procedimentos. Essa proposta deve trazer elementos do mundo real, utilizando-se de experiências da linguagem no desenvolvimento de didáticas que ampliem suas noções matemáticas. A Física é uma ciência fundamental para diferentes aspectos da vida contemporânea, desde os avanços tecnológicos a situações e necessidades da vida cotidiana nas esferas de ação social que vão desde a gravitação à esfera da ação política.

     Podemos afirmar que a Física se desenvolveu com o propósito de explicar os fenômenos da natureza, desde os mais comuns até os mais dinâmicos. Portanto, é bem natural que a Física esteja diretamente relacionada ao nosso cotidiano. Apesar disso é muito comum que as ocorrências do cotidiano sejam tratadas com uma linguagem completamente distinta daquela utilizada pela comunidade científica. É apenas uma questão de adequação: algumas palavras se encaixam bem no linguajar popular, enquanto outras servem melhor ao vocabulário técnico. Você não costuma dizer, por exemplo, que está sofrendo os efeitos de uma elevada temperatura. Coloquialmente apenas diz que está com calor. No entanto, cientificamente, calor é energia em trânsito, portanto ninguém pode “estar” com ele. Existem outros exemplos em que fica clara a distinção entre significados de expressões idênticas utilizadas em contextos diferentes. A física estuda a natureza e seus fenômenos em seus aspectos mais essenciais e gerais. 
Analisa suas relações e propriedades, além de descrever e explicar a maior parte de suas consequências, mas não a sua totalidade, pois a física não é um objeto pronto e acabado, mas sim uma ciência que busca obter respostas para os inúmeros problemas em aberto. Tem como pilares fundamentais o estudo da matéria, energia, espaço e tempo, e deriva destes entes fundamentais e de suas propriedades e relações todo o vasto escopo da física. É neste sentido que o campo da física não se restringe às dimensões, pois tudo o que está contido no Universo é seu objeto de estudo, desde as partículas elementares que constroem a matéria até as estrelas, galáxias e o próprio Universo como um todo.  Porém, está ciência não é exclusiva na abordagem dos fenômenos naturais, pois suas especificidades e complexidades requerem uma maior atenção de estudo. Os fenômenos mais restritos são geralmente estudados por outras ciências naturais, como a química e a biologia. A física, porém, é conhecida como a ciência fundamental por buscar a essência primordial da natureza e muitas vezes tornam-se sinônimo da própria ciência natural.
            As divisões clássicas da física, como qualquer ciência antes do início do século XX, foram baseadas em classes gerais de fenômenos naturais para os quais uma determinada metodologia da física aplica-se de forma comum. É a forma de divisão mais tradicional, pois considera-se as propriedades dos fenômenos estudados: os movimentos e forças são objeto de estudo da mecânica, a curiosidade acerca do calor e suas propriedades criou um plano de fundo para o surgimento da termodinâmica. A eletricidade, o magnetismo, um fenômeno natural ou artificial pois é possível reproduzir esse fenômeno em laboratório e a óptica surgiram de forma relativamente independente, mas foram integradas durante meados do século XIX ao serem consideradas apenas visões diferentes de um mesmo fenômeno muito mais amplo, o eletromagnetismo. As divisões da física moderna são realizadas em acordo com os tipos particulares de estruturas da natureza com qual cada ramo da ciência está preocupado. As implicações até então imagináveis de afirmações aparentemente simples, como a constância das leis da física para qualquer referencial e a constância da velocidade da luz, são a base da relatividade. A mecânica quântica, por exemplo, é a física das dimensões subatômicas.
Em 1885 Albert Einstein ingressa na escola primária católica (Petersschule). Interessa-se pela religião judaica a partir de ensinamentos de um tio. Tem aulas de violino. Em 1888 frequenta a escola secundária Luitpold-Gymnasium em Munique. Em 1894 a família muda-se para a Itália, mas Albert permanece em Munique. No final do ano abandona o Gymnasium e se reune à família. Em 1895 não consegue admissão no Instituto Politécnico Federal (ETH) em Zurique, apesar do bom desempenho em matemática e ciências. O diretor sugere que antes conclua a escola secundária. Frequenta a escola de Aarau morando na casa de um dos seus professores. Em 1896 renuncia à cidadania alemã porque detestava a mentalidade militarista alemã. Em 1889, a família Einstein convidou o estudante de medicina Max Talmud para fazer uma refeição em sua casa. Talmude se tornou um tutor informal para o jovem Albert. Em um dos livros que compartilhou com Einstein, o autor se imaginava andando ao lado da eletricidade contida em um fio telegráfico. O menino então começou a pensar como um raio de luz se pareceria se você pudesse correr ao lado dele na mesma velocidade. Se a luz fosse uma onda, então o raio de luz se pareceria estacionário, como uma onda congelada, mesmo que, na realidade prática, o raio estivesse se mexendo.
Esse paradoxo de consequências não intencionais o fez escrever seu primeiro artigo científico, aos 16 anos de idade: “A Investigação do Estado do Éter em Campos Magnéticos”. Essa questão do movimento relativo iria permear suas pesquisas nos próximos dez anos. Em 1894, a empresa de seu pai perdeu um contrato para eletrificar a cidade de Munique e foi forçado a se mudar para Milão. Albert Einstein residiu na casa de um parente para terminar os estudos. Ele, entretanto, cansado do rigor da escola, usou um atestado médico alegando exaustão nervosa e foi para Milão com os pais. Concluiu o chamado Ensino Médio na comunidade de Aarau e no final de outubro ingressa na ETH (Zurique). Depois do Ensino Secundário em Ulm, ingressou no Instituto Politécnico de Zurique, onde em 1900 concluiu o curso de graduação em Física. Aarau é uma cidade na Suíça, capital do Cantão Argóvia, com 15.649 hab. situada às margens do Rio Aar, no sopé do Jura. Estende-se com 8,94 km², de densidade populacional de 1.750 habitantes/km². Confina com as comunas de Buchs, Eppenberg-Wöschnau, Erlinsbach, Küttigen, Niedererlinsbach (SO), Suhr e Unterentfelden. A língua oficial é o alemão.
Albert Einstein e Elsa, em Nova York, em 1921.
Em 1901 torna-se cidadão suíço. Procura emprego. Trabalha como professor substituto numa escola técnica em Winterthur e como tutor numa escola particular em Schaffhausen. Mantém relacionamento amoroso com Mileva Maric, uma colega da ETH. Seu primeiro artigo científico é publicado na prestigiosa revista Annalen der Physik. Submete à Universidade de Zurique uma tese de doutorado sobre forças moleculares em gases. Neste ano escreveu seu primeiro artigo científico, intitulado “A Investigação do Estado do Éter em Campo Magnético”. Em fevereiro deste mesmo ano recebeu a cidadania suíça. Aceitou um lugar no Departamento de Patentes em Berna. Em 6 de janeiro de 1903 casou-se com Mileva Maric, com quem teve três filhos : Lieserl Einstein, que se tem pouco conhecimento, Hans Albert Einstein e Eduard Einstein. Existem algumas especulações em torno do papel de Mileva nos trabalhos do Einstein. O livro “Senhora Einstein”, representa a imagem de uma Mileva mais ativa, como um papel-chave nas ideias iniciais de representadas em torno de Albert Einstein. Este tipo de romance concentra-se nas experiências de uma pessoa na vida, as pessoas as quais esta conheceu e os incidentes ocorridos no processo de contigencialidade.
O romance biográfico se assemelha à ficção histórica, exceto por um aspecto: Personagens em um romance histórico podem ser fabricados e, em seguida, colocados em um ambiente autêntico; personagens de um romance biográfico realmente viveram. Não há evidências de que Mileva tenha contribuído decisivamente para a concretização dos trabalhos de Einstein, e este possui em sua biografia mais de 300 trabalhos publicados. Mileva Marić nasceu em 19 de dezembro de 1875 na cidade de Titel na atual Sérvia. Filha mais velha de um oficial do Governo do Império Austro-Húngaro, nasceu com uma luxação nas pernas que ainda não poderia ser corrigida pela medicina. Em 1894 foi enviada pelo pai para Zurique para completar o processo de sua educação. Em 1896 entrou na Universidade de Zurique para estudar medicina. Albert Einstein e Mileva casaram-se em 1903, em Berna, na Suíça, onde permaneceram até 1909. No mesmo ano mudou de planos de estudos para o Polytechnikum de Zurique, renomeado ETH em 1911, para estudar física e matemática, onde conheceu seu futuro marido. Assim Einstein se tornaria professor na Universidade de Zurique. Em 1913, convidado por Max Planck e Walter Nernst, Einstein deslocou toda a sua família para Berlim, a fim de ocupar uma cátedra como professor na Universidade de Berlim. Tal mudança contrariou Mileva que, desde 1912, encontrava-se em certa indisposição com Einstein, pois este mantinha correspondência frequente com sua prima Elsa - que viria a ser a sua segunda esposa. Após uma série de atritos, somando-se a permanência em uma cidade estranha, e o frequente descaso de Einstein consigo e com os filhos, e o interesse deste para com Elsa, os dois acabaram se divorciando em 1914.
           Em 1905, ano em que concluiu o doutorado, Albert Einstein remeteu para a Revista Anais de Física, em Leipzig, Alemanha, trinta folhas com quatro artigos, entre eles a “formulação inicial” da sua famosa Teoria da Relatividade, que revelaram ao mundo ocidental uma nova visão do Universo, e propôs uma formula para a equivalência entre massa e energia a célebre equação E = mc², pela qual a energia (E) de uma quantidade de matéria, com massa (m), é igual ao produto da massa pelo quadrado da velocidade da luz, representada por (c). Seus estudos e questionamentos supõem o princípio da teoria atômica e da energia nuclear. Após a publicação dos artigos seu talento é reconhecido. Com 30 anos, tornou-se professor de Física na Universidade de Zurique e no ano seguinte estava lecionando na Universidade de Praga do Império Austro-Húngaro. Em 1912 ocupou a cadeira de Física, da Escola Politécnica Federal da Suíça. Em 1913, foi nomeado professor para a Universidade de Berlim, diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Física e membro da Academia de Ciências da Prússia. Enquanto outras academias, como por exemplo a Royal Society de Londres ou a Académie des Sciences e a Academia Francesa de Paris, se limitavam a determinadas áreas científicas, a academia da Prússia foi a primeira na qual as ciências naturais e humanas foram igualmente contempladas igualmente desde o início. A divisão em classes introduzida pela primeira vez na Academia Prussiana serviu de exemplo na fundação de outras academias. De 1710 a 1830 houve na academia duas classes para ciências naturais e matemática bem como duas classes para ciências humanas. De 1830 a 1945 existiram somente duas classes, a classe de física-matemática e a classe filosófico-histórica. As classes e o plenário, onde os membros se reuniam para aconselhamento científico, eram os grêmios decisórios da Academia de Ciências da Prússia.
       Em 25 de novembro de 1915, ele subiu ao palco da Academia de Ciências da Prússia e declarou ter concluído sua exaustiva pesquisa de uma década em busca de um entendimento novo e mais profundo da gravidade. A Teoria da Relatividade Geral, afirmou Einstein, estava pronta. A nova radical visão das interações entre espaço, tempo, matéria, a energia e a gravidade foi um feito reconhecido como uma das maiores conquistas intelectuais da humanidade. Em 1919, Einstein tornou-se reconhecido em todo o mundo, depois que sua teoria foi comprovada em experiência realizada durante um eclipse solar. Em 1921, Einstein foi agraciado com o “Prêmio Nobel de Física” por suas contribuições à física teórica e, especialmente por sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico. No dia 10 de novembro de 1922, na cerimônia de entrega do Nobel de Física, Einstein estava no Japão e não pode recebê-lo. Foi representado, na cerimônia, pelo embaixador alemão na Suécia. O fabuloso artigo “As Origens da Teoria Geral da Relatividade” é publicado no Annalen der Physik (1916). 
       Em maio é escolhido Presidente da Sociedade Alemã de Física. Finaliza seu livro de divulgação científica A Teoria da Relatividade Especial e Relatividade Geral. Publica três artigos sobre teoria quântica. Escreve, em fevereiro de 1917, seu primeiro artigo sobre cosmologia. Fica prostrado com icterícia e úlcera e Elza cuida dele. Em outubro assume a direção do Instituto de Física Kaiser Wilhelm. Depois da 1ª Grande Guerra mantém cidadania dupla: suíça e alemã. Divorcia-se de Mileva em fevereiro de 1919, concordando com a cláusula que destinava qualquer dinheiro advindo de futuro prêmio Nobel para a manutenção dos filhos. Em 29 de maio, durante o eclipse solar, em Sobral e na ilha de Príncipe, expedições britânicas confirmam a deflexão da luz pelo Sol conforme previsto pela Teoria da Relatividade Geral. Em 6 de novembro, os resultados são apresentados por Arthur Eddington na reunião da Royal Society e Royal Astronomical Society. A notícia corre e Einstein torna-se uma figura pública. Contrai matrimônio em 2 de junho com Elza que tem duas filhas solteiras Ilse (22 anos) e Margot (20 anos). Inicia seu interesse pelo sionismo. 
         O sionismo revisionista é uma corrente sionista idealizada por Ze´ev Jabotinsky que visa o restabelecimento de um Estado nas Terras de Israel. Seu desenvolvimento teve como inspiração a revisão dos ideais políticos do movimento sionista bem como nas condutas do mesmo no período anterior à independência de Israel. O movimento revisionista pretendia formar um Estado Judeu de maioria judaica e livre para a imigração de judeus de todo o mundo no antigo território que, após a 1ª grande guerra (1914-18), se configurava como território britânico. Os revisionistas defendem um Estado democrático e, para isso é necessário que haja uma maioria judaica em Eretz Israel. Desse modo, não apenas admitem Israel como um Estado livre para a imigração de todo judeu ao redor do mundo, mas também veem tal ato como positivo para se alcançar um Estado democrático. Para que Israel seja de fato um país condutor do mundo moderno, é necessário desenvolvimento. Seja no setor primário, secundário ou terciário, Israel precisa se desenvolver economicamente e é trazendo investimentos para o país e estimulando a concorrência que isso será feito. Os revisionistas defendiam o estabelecimento do Estado Judeu nas duas margens do Rio Jordão, antigo território do Mandato Britânico a qual a Declaração de Balfour garantiu aos judeus. Aparentemente, a ideia do estabelecimento de Israel nas duas margens do Rio Jordão foi descartada pelo fato geopolítico de se ter estabelecido o Reino da Jordânia e um pequeno país do Oriente Médio que tem uma história antiga. É Reino Hachemita da Jordânia seguido à margem e de boas relações com o país por conta do pacifista Menachem Begin que consagrou-se 6° primeiro-ministro de Israel em 1977.                          
          Em 1920 aparecem as primeiras manifestações de antissemitismo e contra a teoria da relatividade entre os alemães, mas Einstein ainda permanece leal a Alemanha. Começa a se envolver em assuntos não científicos. Em abril e maio de 1921 realiza sua primeira viagem aos Estados Unidos da América. Recebe títulos honorários e faz quatro palestras em Princeton que se transformam no livro: The Meaning of Relativity. Ajuda a levantar fundos para a criação da Universidade Hebraica de Jerusalém. Termina seu primeiro trabalho sobre uma teoria de campo unificado em 1922. De outubro a dezembro, viaja ao Japão, com outras escalas no Oriente. Em Xangai, recebe a notícia de que ganhara o prêmio Nobel de 1921 por seu trabalho sobre o efeito fotoelétrico. A enteada Ilse casa em 1924 com o jornalista Rudolf Kayser, que veio a ser o primeiro biógrafo de Einstein. Há indícios de que Einstein, por certo tempo, esteve apaixonado por ela, antes de ter se casado com a mãe. De março a maio de 1925 viaja para a América do Sul, com visitas à Argentina, Uruguai e Brasil. Ganha a medalha de ouro em 1926 da Royal Astronomical Society da Grã-Bretanha. Em solidariedade a Ghandi, assina um manifesto contra o serviço militar obrigatório. Torna-se um pacifista fervoroso. Até 1928 participa do Conselho Curador da Universidade Hebraica.            
        Inicia amizade duradoura com a Rainha Elizabeth da Bélgica em 1929. Em junho recebe a Medalha Planck. Assina o manifesto em prol do desarmamento mundial (1930). Em dezembro visita Nova York e Cuba e permanece até março de 1931 no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) em Pasadena. Profere palestras em Oxford (1931)  e recebe título honorífico. Passa uma temporada de vários meses em sua casa de campo de Caputh, perto de Berlim. De janeiro a março de 1932 visita o Caltech. Volta a Berlim e em dezembro retorna aos Estados Unidos. Em janeiro de 1933, os nazistas assumem o poder na Alemanha. Desliga-se da Academia Prussiana de Ciências (Königlich-Preußische Akademie der Wissenschaften), renuncia à cidadania alemã e nunca mais retorna à Alemanha. Dos Estados Unidos da América (EUA), vai para a Bélgica, visita a University of Oxford para proferir palestras em torno de suas descobertas sobre a Teoria da Relatividade. Em setembro, deixa definitivamente a Europa com Elsa e Helen Dukas e chega de viagem à Nova York em 17 de outubro. Publica, com Sigmund Freud, o ensaio: Por que Guerra? e a cátedra no Instituto de Estudos Avançados da University Princeton. No outono de 1935, muda-se para a Rua Mercer 112, Princeton, onde Einstein, Elsa, Margot, Maja, e Helen Dukas viverão consigo até a sua morte em abril de 1955. Em 11 de abril escreve à Bertrand Russel concordando em assinar Manifesto (cf. Barros, 2005), conclamando as nações a renunciar ao uso de armas nucleares. Na madrugada de 18 de abril, Albert Einstein morre devido à ruptura do aneurisma.
Bibliografia geral consultada.
HOFFMAN, Banesh, Albert Einstein: Créateur et Rebelle. Paris: Éditions du Seuil, 1975;  EINSTEIN, Albert, Comment je vois le monde. Paris: Éditions Flammarion, 1963; Idem, “Por Que Socialismo?”. In: Encontros com a Civilização Brasileira. Ênio Silveira “et al”. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1979; EINSTEIN, Albert; INFELD, Leopold, A Evolução da Física. Rio de Janeiro: Zahr Editor, 1980;  ASIMOV, Isaac, La Fine dell`Eternità. Roma: Arnoldo Mondadori Editore, 1987; HEISENBERG, Werner, Física e Filosofia. Brasília: Universidade de Brasília, 1987; MONTEIRO, Irineu, Einstein. Reflexões Filosóficas3ª edição. São Paulo: Martin Claret Editores, 1988; SAA, Albert Vazquez, Gravitação de Einstein-Cartan Revisitada. Tese de Doutorado. Instituto de Física. Departamento de Física Matemática. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1993; LOPES, João Aloísio, Lições de Transitologia (Introdução a uma Teoria Geral da Comunicação que Procura Compreender, num Enfoque Sócio-tecnológico, como as Coisas Falam. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1997; MARQUES, Glauber Tadaiesky, Termodinâmica de Buracos Negros Extremos. Dissertação de Mestrado. Departamento de Física. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2004; BARROS, Fernando de Souza, “O Manifesto Russell-Einstein e as Conferências Pugwash. A Física na Escola”. In: Sociedade Brasileira de Física. São Paulo, vol. 6, nº 1, pp. 15-22, 2005; GALISTON, Peter, Os Relógios de Einstein e o Mapas de Poincaré: Impérios do Tempo. Lisboa: Editora Gradiva, 2005; MEDEIROS, Alexandre, “Einstein, a Física dos Brinquedos e o Princípio da Equivalência”. In: Caderno Brasileiro de Ensino de Física, vol.22, nº 3, pp.299-315, 2005; SIMON, Samuel, “Albert Einstein: Ciência, Filosofia e Política”. In: Sci. stud. vol.3 nº4 São Paulo Oct./Dec. 2005; ISAACSON, Walter, La Vie d`un Génie. Paris: Editeur Modus Vivendi, 2016; BASTOS, Tatiana Coelho de Moura, Evolução de Galáxias Elípticas em Ambientes de Alta Densidade. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Astrofísica. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2017; RIBEIRO, Leandro Fabricio, A Relatividade de Galileu a Einstein. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física. Instituto de Física. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018; entre outros.

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