sexta-feira, 24 de março de 2017

Louise Michel - Outras Vozes Engajadas da Comuna de Paris.

                                                                                          Giuliane de Alencar & Ubiracy de Souza Braga

Louise Michel é a mulher que representa um dos símbolos mais fortes do anarquismo na França”. Claire Auzias


Paris deve originalmente seu nome aos Parísios, um povo gaulês que habitava a região antes da chegada dos romanos. Após conquistá-los, os romanos rebatizaram seu assentamento como “Lutécia dos Parísios” (Lutetia Parisiorum). Na história social e política do século IX, essa denominação, aos poucos, deu lugar ao nome atual. Os Parísios também emprestaram seu nome a algumas outras vilas da região, tais como Villeparisis, Cormeilles-en-Parisis e Fontenay-en-Parisis. Os gauleses ou galos foram um conjunto de populações celtas que habitava a Gália, isto é, o território que corresponde, grosso modo, à França, à Bélgica e à Itália setentrional proto-histórica, provavelmente a partir da Primeira Idade do Ferro em torno de 800 a.C. Os gauleses dividiam-se em diversas tribos ou povos, por vezes federados, cada um com cultura e tradições originais. Os arqueólogos ligam as civilizações gaulesas à civilização celta de La Tène, assim chamada a partir do nome do sítio descoberto no lago Neuchâtel, Suíça). A civilização de La Tène expandiu-se no continente na Segunda Idade do Ferro e desapareceu na Irlanda, durante a Idade Média. Os gauleses foram conquistados por Júlio César, nas Guerras da Gália e durante o período romano foram assimilados em uma cultura galo-romana. Durante a crise do terceiro século (século III), houve um breve Império das Gálias. Com a chegada dos francos, durante o período das migrações (século V), a língua gaulesa foi substituída pelo latim vulgar.

O latim vulgar ou latinório é um termo empregado para designar os dialetos vernáculos do latim - as variações regionais - falado principalmente nas províncias ocidentais do Império Romano. Considera-se que a variação tenha ocorrido no período do século II ao século V aproximadamente, até a diferenciação das línguas românicas primitivas: a romanística, idiomas neolatinos; ou seja, é uma variante popular falada por antigos romanos, que posteriormente também originou a língua portuguesa. Certas palavras do latim clássico foram tiradas do vocabulário. O clássico Equus, “cavalo”, foi substituído por caballus, mas note o romeno iapă, sardo èbba, espanhol yegua, catalão euga e português égua e derivadas do clássico equa. Uma lista parcial de palavras que são exclusivamente clássicas e aquelas que são produtos do românico são encontradas na tabela à direita. Algumas dessas palavras, oriundas do românico, foram emprestadas de volta ao próprio latim. As mudanças de vocabulário afetaram mesmo as partículas gramaticais básicas do latim; há muitas que desapareceram sem deixar traços no romance. Verbos com preposições prefixadas frequentemente apresentaram formas simples. O número de palavras formadas por tais sufixos como -bilis, -arius, -itare e -icare cresceu.

Estas mudanças ocorreram frequentemente para evitar formas irregulares ou para regularizar gêneros. Por outro lado, uma vez que o latim vulgar e o próprio latim foram por muito tempo em sua história social diferentes registros da mesma língua, antes que diferentes línguas, algumas línguas românicas preservam palavras latinas que usualmente foram perdidas. Por exemplo, a palavra italiana ogni (“tudo/todo”) preserva a latina omnes. Outras línguas usam cognatos de totus (acusativo totum) para o mesmo significado; por exemplo tutto em italiano, tudo/todo em português, todo em espanhol, tot em catalão, tout em francês e tot em romeno. Algumas vezes, uma palavra em latim clássico foi mantida ao lado de uma em latim vulgar. Em latim vulgar, o clássico caput, “cabeça”, tornou-se testa (originalmente “pote”) em algumas formas de romance ocidental, incluindo francês e italiano. Mas o italiano, o francês e o catalão mantiveram a palavra latina sob a forma de capo, chef e cap as quais conservaram muitos significados metafóricos de “cabeça”, incluindo “chefe”. A palavra latina com o significado original é preservada em romeno como cap, junto com țeastă, ambas significando “cabeça” no sentido anatômico. Dialetos do sul da Itália também preservam capo como a palavra normal para “cabeça”. Espanhol e português têm cabeza/cabeça, derivadas de capetia, uma forma modificada de caput, enquanto em português testa foi conservada como a palavra para a parte frontal da cabeça. Frequentemente, palavras emprestadas diretamente do latim literário em alguma época posterior, em vez de evoluída do latim vulgar, são encontradas lado a lado com a forma evoluída do vulgar.

                                  


A falta de esperados desenvolvimentos fonéticos é uma pista que a palavra foi emprestada. O latim vulgar continha grande número de palavras de origem estrangeira não presentes nos textos literários. Muitas palavras na medicina foram escritas em grego e palavras frequentemente emprestadas dessas fontes. Por exemplo, gamba (“junta do joelho”), originalmente um termo veterinário somente, substituiu a clássica palavra latina para “perna” (crus) na maioria das línguas românicas, (cf. francês: jambe; italiano: gamba). Termos culinários também foram frequentemente emprestados de fontes gregas. Por exemplo: o calco da palavra grega deu ficatum (iecur)` (fígado de ganso) e o particípio ficatum tornou-se a palavra comum para “fígado” latim vulgar (cf. espanhol: higado; francês: foie; italiano: fegato, ro. ficat). Importantes termos religiosos foram também tomados de termos escritos em grego, tais como episcopos (bispo), presbyter (presbítero), martyr. Palavras emprestadas do gaulês incluem caballos (“cavalo” cf. caballus), e karros (“carro” cf. carrus). Uma visão nas mudanças de vocabulário do latim vulgar tardio na França podem ser vistas no Reichenau Glosses, escritas nas margens de uma Bíblia Vulgata, explicando palavras “em latim vulgar do século IV cuja leitura não era mais compreensível no século VII, quando os glossários eram escritos”. Estes glossários demonstram mudanças vocabulares típicas nas línguas galo-românicas.

No século III a.C., os gauleses invadiram a Grécia. Após passarem para a Ásia Menor, ocuparam uma região no interior que se chamou Galácia. Sem estarem unificados, os gauleses foram derrotados militarmente pela República Romana em duas etapas: o sul da Gália Transalpina foi conquistado pelos romanos e tornou-se a província romana da Gália Narbonense, em fins do século II a.C. Já o norte da Gália que Júlio César chamava Gália Comata, em latim: Gallia comata, (cabeluda) foi subjugado pelas legiões sob comando daquele general romano no período 58-51 a.C. O momento culminante da campanha foi a derrota da coalizão gaulesa chefiada pelo arverno Vercingetórix, em Alésia, em 52 a.C. Ao que parece, a pacificação completa dos gauleses não foi obtida senão durante o reinado de Augusto. Os gauleses dividiam-se em povos, um total de 44 na época da conquista romana. Formavam a Gália celta e foram incorporados à chamada Gália romana. Paris é frequentemente chamada de La Ville Lumière, tanto por conta de liderança durante o Iluminismo quanto mais literalmente porque Paris foi uma das primeiras grandes cidades europeias a usar a iluminação pública a gás em grande escala contida em seus bulevares e monumentos. Em 1829, luzes de gás foram instaladas respectivamente na Place du Carrousel, Rue de Rivoli e Place Vendôme. Mais do que isso. A população cresceu de cerca de 400 mil habitantes em 1640 para 650 mil em 1780. Em 1857, as avenidas foram acesas e as ruas de Paris na década de 1860, eram iluminadas por 56 mil lâmpadas à gás. 

Uma nova avenida, a Champs-Élysées, estendeu a cidade a oeste de Étoile, enquanto o bairro Faubourg Saint-Antoine, no leste da cidade e habitado pela classe trabalhadora, ficava cada vez mais lotado de trabalhadores pobres que migravam de outras regiões da França. Paris foi o centro de uma explosão de atividades filosófica e científica conhecida como Era do Iluminismo. Diderot e d`Alembert publicaram sua Encyclopédie em 1751, e os Irmãos Montgolfier lançaram o primeiro voo tripulado em um balão de ar quente em 1783, dos jardins do Castelo de la Muette. Paris era a capital financeira da Europa continental, o principal centro europeu de publicação de livros, de moda e de fabricação de móveis finos e artigos de luxo. No verão de 1789, Paris se tornou o palco central da Revolução Francesa. Em 14 de julho, uma multidão apreendeu o arsenal des Invalides, adquirindo milhares de armas, e invadiu a Bastilha, símbolo da autoridade real. A primeira Comuna de Paris, ou conselho da cidade, reuniu-se no Hôtel de Ville e, em 15 de julho, elegeu prefeito, o astrônomo Jean Sylvain Bailly.

Louise-Michel na Comuna de Paris.

Luís XVI e a família real foram trazidos para Paris e feitos prisioneiros no Palácio das Tulherias. Em 1793, quando a revolução se tornou cada vez mais radical, o rei, a rainha e o prefeito foram guilhotinados (executados) no Reino do Terror, juntamente com mais de 16 mil pessoas em toda a França. A propriedade da aristocracia e da igreja foi nacionalizada, e as igrejas da cidade foram fechadas, vendidas ou demolidas. Uma sucessão de facções revolucionárias governou Paris até 9 de novembro de 1799, quando Napoleão Bonaparte tomou o poder como primeiro cônsul. A população de Paris havia diminuído 100 mil habitantes durante a Revolução, mas entre 1799 e 1815 aumentou em 160 mil novos residentes, chegando a 660 mil. Napoleão substituiu o governo eleito de Paris “por um prefeito que reportava apenas a si próprio”. Também passou a erguer monumentos para a glorificação militar, incluindo o Arco do Triunfo, e melhorou a infraestrutura negligenciada pela prefeitura da cidade com novas fontes, o Canal de l`Ourcq, o Cemitério do Père-Lachaise e a primeira ponte metálica, a Pont des Arts.

No período histórico da Restauração, as pontes e praças de Paris foram devolvidas aos seus nomes pré-Revolução, mas a Revolução de Julho de 1830 em Paris trouxe um monarca constitucional, Luís Filipe I, ao poder. A primeira linha ferroviária para Paris foi inaugurada em 1837, iniciando um novo período de migração maciça das províncias para a cidade. Luís Filipe foi derrubado por uma revolta popular nas ruas de Paris em 1848. Seu sucessor, Napoleão III (1808-1873), e o recém-nomeado prefeito do Sena, Georges-Eugène Haussmann, lançaram um gigantesco projeto de obras públicas para construir novas avenidas, uma nova casa de ópera, um mercado central, novos aquedutos, canos de esgoto e parques, incluindo o Bois de Boulogne e o Bois de Vincennes. Em 1860, Napoleão III também anexou as cidades vizinhas e criou oito novos arrondissements, expandindo Paris aos seus limites atuais. Durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), Paris foi sitiada pelo exército prussiano. Após meses de bloqueio, fome e bombardeio pelos prussianos, a cidade foi forçada a se render em 28 de janeiro de 1871. Em 28 de março o governo revolucionário Comuna de Paris tomou o poder em Paris. A Comuna manteve-se por dois meses, até que foi severamente reprimida pelo exército durante a “Semana Sangrenta”, no final de maio de 1871.                 

Na história política contemporânea a Comuna de Paris representou o primeiro governo operário de homens e mulheres, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da chamada resistência popular ante a invasão por parte do Reino da Prússia. A história comparada registra algumas experiências incipientes de regimes comunais, impostos como afirmação revolucionária da autonomia da cidade. A mais importante delas tem como representação a Comuna de Paris que surge no bojo da insurreição popular de 18 de março de 1871. Durante a guerra franco-prussiana, as províncias francesas elegeram para a Assembleia Nacional Francesa uma maioria de deputados monarquistas francamente favoráveis à capitulação ante a Prússia. A população de Paris, no entanto, opunha-se a essa política. Louis Adolphe Thiers, elevado à chefia do gabinete conservador, tentou esmagar os insurretos. Estes, com o apoio da Guarda Nacional, derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonar Paris, onde o comitê central da Guarda Nacional passou a exercer comando e autoridade.
A Comuna de Paris é considerada a primeira República proletária da história que adotou uma política radical de caráter socialista, baseada nos princípios da Primeira Internacional dos Trabalhadores. O poder comunal manteve-se durante cerca de setenta e dois dias. Seu esmagamento revestiu-se de extrema crueldade. De acordo com dados estatísticos mais de 20 000 communards foram executados pelas forças de Thiers. O governo durou de 26 de março a 28 de maio, enfrentando não só o invasor alemão como também tropas francesas, pois a Comuna fora um movimento de revolta ante o armistício assinado pelo governo nacional (transferido para Versalhes) após a derrota na guerra franco-prussiana. Os alemães tiveram que libertar militares franceses feitos prisioneiros de guerra para auxiliar na tomada de Paris. Da Comuna de Paris até nossos dias, quase sempre em meio a enfrentamentos sangrentos, é uma história na qual figuram Louise Michel e Rosa Luxemburgo, Walter Benjamin, André Breton e Daniel Guérin, chegando até ao subcomandante Marcos e aos altermundistas.                           
A direita política inscreve-se numa visão ou “posição específica” que aceita a hierarquia social ou desigualdade social como inevitável, natural, normal, ou desejável. Esta postura política geralmente justifica esta posição com base em lei natural ou tradição. A palavra “direita” tem sido utilizada para se referir a diferentes posições políticas na démarche da história. Os termos “política de direita” versus “política de esquerda” foram cunhados durante a revolução clássica francesa, e referiam-se ao lugar onde políticos se sentavam no parlamento francês; os que estavam sentados à direita da cadeira do presidente parlamentar foram amplamente favoráveis ao antigo regime, o Ancien Régime. A original Direita na França foi formada como uma reação contra a Esquerda e era composta por políticos que defendiam a hierarquia, a tradição e o clericalismo. A expressão “le droite” tornou-se proeminente na França após a restauração da monarquia em 1815, quando ela foi aplicada para descrever a ultra-monarquia. Em países de língua inglesa, o termo não foi utilizado até o século 20, quando passou a descrever discretamente a posição que políticos e ideólogos defendiam no plano de governo que apresentavam. A “direita reacionária”, como é o caso - mutatis mutandis - tosco de Olavo de Carvalho, olha para o passado; é aristocrática, religiosa e autoritária.
A população urbana já havia enfrentado, após a Revolução Francesa, uma revolta em fevereiro de 1848, responsável por destituir o “rei burguês”, como havia sido interpretado, Luís Filipe d`Orleans, dando fim à monarquia de Julho e instaurando a Segunda República Francesa. Entretanto, após um golpe de Estado por Luís Bonaparte, reconhecido popularmente como “O Outro 18 de Brumário”, Bonaparte instaurou o Segundo Império Francês e proclamou-se com soberba Napoleão III. Não por acaso no governo de Napoleão III, a França envolveu-se em atritos constantes com a Prússia, relacionados à sucessão espanhola. Com um telegrama falsificado por Otto Von Bismarck, ofensivo ao povo francês, Napoleão III declarou guerra à Prússia. No entanto, o exército prussiano estava mais bem preparado, vencendo facilmente os franceses. Depois de algumas poucas semanas, o exército francês foi finalmente forçado a capitular na fortaleza de Sedan. O Imperador Napoleão III foi feito prisioneiro e o Segundo Império Francês entrou em colapso, mesmo que a nova República tenha decidido prolongar a guerra por meses. O Tratado de Frankfurt foi assinado: A França foi obrigada a entregar a província a Alsácia-Lorena para a Alemanha. O imperador foi feito prisioneiro em Sedan. Foi proclamada a Terceira República Francesa legitimando um governo provisório de defesa nacional para o qual Louis Adolphe Thiers foi eleito presidente. Foi formado por uma federação de representantes de bairro. 
Este tratado polarizou a política francesa em relação à Alemanha pelos próximos 40 anos. A reconquista da Alsácia-Lorena, as “províncias perdidas”, tornou-se uma obsessão caracterizada por um revanchismo que seria um dos motivos mais poderosos do envolvimento da França na Primeira Guerra Mundial. Os militares alemães defenderam o controle da região da Alsácia, até os Vosges (cordilheira) e a área entre Thionville (Diedenhofen) e Metz como requisito para a proteção da Alemanha. Mais importante ainda, os militares alemães consideravam o controle da rota entre Thionville e Metz como a área de controle mais importante se houvesse uma futura guerra com a França. Sem uma mudança de fronteira para o oeste, a fronteira do novo império com a França teria sido amplamente dividida entre os estados de Baden e Baviera, cujos governos estavam menos entusiasmados com a perspectiva de ter uma França vingativa à sua porta. Também teria exigido o estacionamento de forças imperiais substanciais dentro das fronteiras desses estados, possivelmente comprometendo sua capacidade de exercer a considerável autonomia que os estados do sul foram capazes de manter no tratado de unificação. Uma mudança na fronteira aliviou esses problemas.
A nova fronteira política em grande parte (embora não inteiramente) seguiu a fronteira linguística. O fato de que a maioria da população no novo território da Terra Imperial (Reichsland) falava dialetos germânicos, e anteriormente fazia parte do Sacro Império Romano-Germânico até que foram gradualmente obtidos pela França nos dois séculos anteriores, permitiu Berlim justificar a anexação por motivos nacionalistas. No entanto, a conquista de áreas de língua francesa, como a cidade de Metz, provocou indignação na França e foi usada como um dos principais argumentos para o revanchismo francês. Os recursos naturais da Alsácia-Lorena (minério de ferro e carvão) não parecem ter desempenhado um papel na luta da Alemanha pelas áreas anexadas. A anexação militar foi o principal objetivo declarado junto com a unificação do povo alemão. Ao mesmo tempo, a França perdeu 1 447 000 hectares, 1 694 aldeias e 1 597 000 habitantes. Também perdeu 20% de seu potencial de mineração e siderurgia. O tratado de comércio de 1862 com a Prússia não foi renovado, mas a França concedeu à Alemanha, para comércio e navegação, uma cláusula de nação mais favorecida. A França respeitaria integralmente as cláusulas do Tratado de Frankfurt até 1914. A França também teve que efetuar um pagamento integral de 5 000 000 000 de francos em ouro, com um bilhão em 1871, antes de qualquer retirada das forças alemãs que ocorreu em setembro de 1873.
Uma das suas primeiras proclamações foi a “abolição do sistema da escravidão do salário de uma vez por todas”. A guarda nacional se misturou aos soldados franceses, que se amotinaram e massacraram seus comandantes. O governo oficial, que ainda existia, covarde, fugiu, junto com suas tropas leais, e Paris ficou sem autoridade. O Comitê Central da federação dos bairros ocupou este vácuo de poder, e se instalou na prefeitura. O comitê era formado por blanquistas, membros da Associação Internacional dos Trabalhadores, proudhonistas e uma miscelânea de indivíduos não afiliados politicamente, a maioria trabalhadora braçal, escritores, simpatizantes e artistas. Eleições foram realizadas em todos os níveis da administração pública. A polícia foi abolida e substituída pela guarda nacional. A educação foi secularizada. A previdência social foi instituída e uma comissão de inquérito sobre o governo anterior. Decidiu-se por trabalhar pela abolição da escravidão do salário: 90 representantes foram eleitos, 25  trabalhadores e a maioria foi constituída de pequeno-burgueses, mas os trabalhadores revolucionários maioria. Em semanas, a recém-nomeada Comuna de Paris introduziu mais reformas do que todos os governos nos dois séculos anteriores combinados.
Como Louise Michel construiu sua imagem? Através do que os historiadores denominam erroneamente o espontaneismo pelo seu “romantismo”, ou seja, seu gosto pela desmedida, seu gosto pela erudição e pela aventura. Jules Michelet testemunha o que as mulheres, no “imaginário feminino”, representaram ao espírito da luta do século XIX. Louise Michel ganhou sua grandeza enquanto mulher por encarnar tão bem o século XIX. Seus companheiros e suas companheiras históricas nela se reconheciam, e ela não desmereceu suas amizades. Pagou um preço alto pela sua vida de mulher: um celibato ostentado como arma de liberação, que relegou Louise Michel durante um bom tempo às lembranças acadêmicas empoeiradas do passado. Nossa juventude turbulenta era pouco inclinada a entusiasmar-se por esse gênero de modelo. Aliás, ainda hoje apenas os anarquistas federados a celebram. Numerosos são os que preferem a marxista Rosa Luxemburgo, talvez em função de sua afirmação interpretada e compreendida do ponto de vista da política e da sexualidade.
Róża Luksemburg foi uma filósofa e importante economista marxista, polaco-alemã. Tornou-se mundialmente conhecida pela militância revolucionária ligada à socialdemocracia da Polônia (SDKP), ao Partido Socialdemocrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Socialdemocrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD). Em 1915, após o SPD apoiar a participação alemã na 1ª grande guerra, Rosa Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Em 1° de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal: Die Rote Fahne (“A Bandeira Vermelha”), para dar suporte aos ideais da Liga. Contudo, Luxemburgo considerou o levante espartaquista de janeiro de 1919 em Berlim como um grande erro. Ela apoiaria a insurreição que Liebknecht iniciou sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas Freikorps, milícias patriotas compostas por veteranos da 1ª guerra que estavam desiludidos com a República de Weimar, estabelecida na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial em 1919 e que durou até ao início do regime nazista em 1933, tendo como sistema de governo uma democracia representativa semipresidencial, mas que rejeitavam igualmente o marxismo e o avanço comunista, Luxemburgo, Liebknecht e alguns de seus seguidores foram capturados e assassinados. Róża foi fuzilada e seu corpo jogado covardemente no curso d`água, reconhecido Landwehrkanal, em Berlim.
Como é reconhecida, a história “sem solução” de continuidade do comunismo, enquanto movimento social moderno e contemporâneo, tem início com a corrente de esquerda da Revolução Francesa. Uma linha direta descendente liga a “conspiração dos iguais” de Charles Babeuf, através de Felipe Buonarotti, às associações revolucionárias de Blanqui dos anos 1830; e essas, por sua vez, se ligam – através da Liga dos justos, formada pelos exilados alemães inspirada por eles, – e que depois se tornará Liga dos Comunistas, a Marx e Engels, que redigiram sob a encomenda da Liga, o Manifesto do Partido Comunista. Portanto, é natural que a projetada “Biblioteca” de Marx e Engels, de 1845, devesse iniciar com dois ramos da literatura: Babeuf e Buonarotti, seguidos por Morely e Mably, que representavam a ala abertamente comunista, seguidos pelos críticos de esquerda da igualdade da Revolução Francesa e pelo Cercle Social, de Herbert, Jacques Roux, Leclerc, e assim por diante.

Todavia, o interesse teórico do que Friedrich Engels definiria como “um instrumento ascético que se inspirava em Esparta”, não era muito grande. Tão pouco os escritores de 1830 e 1840, parecem ter impressionado favoravelmente Marx e Engels. Aliás, Marx afirmava que precisamente por causa do primitivismo e da unilateralidade de seus primeiros escritos teóricos do movimento “não foi por acaso que o comunismo viu surgir diante de si outras doutrinas socialistas, como as de Fourier, Proudhon, etc.; foi por necessidade”. Mesmo tendo lido os seus escritos, inclusive os de figuras relativamente menores, como Lahautière (1813-1882) e Pillot (1808-1877), Marx devia pouco à análise social e política que consistia, na formulação da luta de classe como luta entre os proletários e os seus exploradores capitalistas. Para sermos breves, lembramos que o comunismo babouvista e neobabouvista foi importante por dois principais motivos como apresentaremos brevemente.
Em primeiro lugar, ao contrário da maior parte das teorias socialistas utópicas, estava empenhado a fundo na atividade política, e, portanto, não representava apenas uma teoria revolucionária, mas também uma doutrina embora limitada da práxis política, da organização, da estratégia e da tática. Seus principais representantes nos anos 1830 – Laponneraye (1808-1849), Lahautière, Dézamy, Pillot e, sobretudo, Blanqui – eram ativos revolucionários. Isso, juntamente com o nexo entre eles inspirados na Revolução Francesa que Marx estudou a fundo, tornava-os extremamente importantes para o desenvolvimento de seu pensamento político. Em segundo lugar, mesmo se os escritores comunistas eram em suas maiorias intelectuais marginais, o movimento comunista dos anos 1830 exerceu uma evidente atração sobre os trabalhadores em geral. Além disso, se Lorenz von Stein destacou esse fato político, ele não deixou de impressionar também Marx e Engels que mais tarde, recordou o caráter proletário do movimento comunista dos anos 1840, distinguindo-o do caráter burguês de quase todo o socialismo utópico. Ipso facto, desse movimento francês, – que adotou o nome de comunista por volta de 1840, – os comunistas alemães, inclusive Marx e Engels, adotaram o nome da própria doutrina influenciada por estes.
Rosa Luxemburgo defendeu o materialismo dialético de Marx e a concepção de história. A mudança social qualitativa radical para a classe trabalhadora conduziria Luxemburgo em uma época de revolução, que ela admitiu que havia chegado. Estava determinada a levar o capitalismo a seus limites para desenvolver a consciência de classe. A fim de obter organização e essa consciência, os trabalhadores tinham que ir à greve para testar a luta entre contrários à exploração; isso não seria exequível através de adesão “cega” à organização de um partido. Uma característica peculiar do pensamento de Róża deve-se o seu posicionamento em relação ao cristianismo. Vale lembrar que ela escreveu um opúsculo denominado “O Socialismo e as Igrejas” (1905), onde, embora fosse claramente ateia, atacou menos a religião enquanto tal e mais a política reacionária da Igreja. Essa liberdade não é absoluta, mas relativa, posto que em sociedade, o ser humano deve exercê-la no limite em que as leis e as regras permitem. E nesse ponto, há sociedades avançadas, livres, abertas e democráticas, enquanto outras permaneceram estagnadas, fechadas, opressivas e retrógradas.


         Nessa obra afirmou que os socialistas eram mais fidedignos aos preceitos originais do cristianismo do que o clero conservador, pois os socialistas lutavam por uma ordem social de igualdade, liberdade e fraternidade, e, portanto, os padres deveriam acolher favoravelmente o socialismo, se quisessem religiosamente aplicar o preceito cristão de “amar o próximo, como a si mesmo”. Além disso, denunciava o clero que apoiava os ricos, que exploram e oprimem os pobres, afirmando que ele estaria em contradição explícita com os ensinamentos cristãos, tal clero não serviria a Cristo, mas em sua interpretação ao modelo de capitalismo. Os primeiros cristãos seriam comunistas apaixonados e denunciavam a injustiça social. Essa causa seria do movimento socialista que traria aos pobres o Evangelho da fraternidade e da igualdade, chamando o povo para estabelecer na terra o reino da liberdade e do amor pelo próximo. Em vez de se envolver na batalha filosófica, em nome do materialismo histórico de Karl Marx e Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo procurava salvar a dimensão social da tradição cristã para transmiti-la em verdade ao movimento operário.
Mulheres presas aguardando deportação por participarem da Comuna de Paris, 1871. Em Mitte, bairro central de Berlim, a Praça Rosa Luxemburgo e a estação do Metro de Berlim que ali desemboca foram nomeadas em homenagem a Rosa Luxemburgo pelo governo da então Alemanha Oriental. Os nomes permaneceram os mesmos após a reunificação da Alemanha em 1989. Há, também em Berlim, um monumento em homenagem a Luxemburgo no canal onde seu corpo teria sido jogado pelos paramilitares do Freikorps. Na sede do Neues Deutschland (Nova Alemanha), jornal diário alemão, atualmente sediado em Berlim. Durante 43 anos, foi o jornal oficial do partido do Partido da Unidade Socialista da Alemanha, que governou a Alemanha Oriental como ditadura do proletariado e, como tal, serviu como um dos órgãos mais importantes do partido. É jornal oficial do extinto Partido Socialista Unificado da Alemanha e do atual Partido de Esquerda, há uma estátua de Rosa Luxemburgo, feita por Rolf Biebl. No distrito de Wola, em Varsóvia, uma indústria fabricante de lâmpadas foi nomeada Róży Luksemburg, durante o governo da República Popular da Polônia. Em 1919, e renomado esteta marxista Bertolt Brecht escreveu um epitáfio em homenagem a ela, que recebeu música de Kurt Weill em 1928, renomeando O Réquiem de BerlimKurt Julian Weill (1900-1950) foi um compositor alemão, autor de canções e da Ópera dos Três Vintens, transposição da Ópera dos Mendigos de Pepusch. Nasceu numa família judaica religiosa em que o seu pai era cantor numa sinagoga, e demonstrou talento musical desde tenra idade. Estudou composição musical no Conservatório de Berlim com Ferruccio Busoni. Colaborou com Bertolt Brecht em finais da década de 1920 na produção e criação de óperas e musicais, tais como Aufstieg und Fall der Stadt Mahagonny, Die Dreigroschenoper e Os Sete Pecados Mortais.
Também sobre Luxemburgo, o escritor e historiador britânico Isaac Deutscher, expoente da chamada Nova Esquerda, escreveu: - “Com o seu assassinato, a Alemanha  dos Hohenzollern celebra o seu último triunfo, e a Alemanha nazi, o seu primeiro”. Durante muito tempo, o diretor alemão Rainer Werner Fassbinder planejou dirigir um filme sobre a vida de Rosa Luxemburgo. Em 1982, quando ele morreu, Margarethe von Trotta assumiu a direção do longa-metragem. Ela, entretanto, preferiu não utilizar as anotações originais de Fassbinder, pois para a cineasta “fazer um filme é escrever, e dirigir significa encontrar sua própria visão”. Assim sendo, Die Geduld der Rosa Luxemburg chegou à famosa telona em 1986 com Barbara Sukowa no papel de Rosa Luxemburgo, Sukowa, que havia trabalhado com Fassbinder em Lola e em Berlin Alexanderplatz, recebeu por mérito o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes por sua interpretação no papel humanista de Luxemburgo. O filme recebeu o Prêmio de Cinema Alemão de 1986 de Melhor Longa-Metragem (Bester Spielfilm) e Barbara Sukowa ganhou o Prêmio de Melhor Atriz do Festival de Cannes e o Prêmio de Cinema Alemão de Melhor Atriz por sua atuação como Rosa Luxemburgo. O companheiro Jogiches foi interpretado por Daniel Olbrychski no filme: Die Blechtrommel, de 1979 (“O Tambor”) dirigido por Volker Schlondorff, proeminente do Novo Cinema Alemão da década de 1960 e início dos anos 1970, que também incluía a magnanimidade de Werner Herzog, Wim Wenders e Rainer Werner Fassbinder, casado com a cineasta Margarethe von Trotta. Alexanderplatz é uma das mais reconhecidas e provavelmente maior praça de Berlim.
Já serviu de palco para protestos e cenas de diversos filmes, entre eles: “Good Bye Lenin”, dirigido por Wolfgang Becker (2003) e “A Supremacia Bourne”, dirigido por Paul Greengrass (2004). Originalmente no local havia uma feira de gado que se chamava Ochsen Markt ou Ochsenplatz. Em novembro de 1805, recebeu seu nome numa homenagem ao czar russo Alexander I que havia visitado a cidade em outubro daquele ano. Foi o Imperador da Rússia de 1801 até sua morte, em 1825, também sendo o primeiro russo Rei da Polônia e Grão-Duque da Finlândia. Era filho do imperador Paulo I e Sofia Doroteia de Württemberg, ascendendo ao trono após o assassinato do pai. A praça é chamada pelos moradores simplesmente devido à sua localização perto da Alexanderplatz. Mas a torre é apelidada de Alex, especialmente por visitantes estrangeiros de Berlim. Com a construção da estação de trem em 1882, o Mercado Central em 1886 e a loja de departamentos Tietz, torna-se um extraordinário centro comercial. É, uma grande praça terminal de transportes públicos no centro de Berlim, próximo do rio Spree e do Berliner Dom. É o centro de Berlim desde a Idade Média. Nela começaram os protestos que dinamizaram a queda do Muro de Berlim em 1989.
Embora no final da guerra a zona tenha ficado completamente destruída pelos bombardeios, durante as três décadas em que Berlim esteve dividida, Alexanderplatz representou o centro comunista Oriental. Entretanto, nessa região, como o rio Spree pertencia à Alemanha Oriental, havia apenas a barreira interna e Faixa da Morte, seguida do rio também vigiado. Na outra margem do rio Spree encontra-se o bairro de Kreuzberg. Após a queda do muro de Berlim, o artista Thierry Noir, reconhecido “por ser o primeiro a usar o muro como grande tela, só que do lado ocidental, inicia uma ação de pintura no lado oriental do muro”. Como parte do plano para reformar a cidade, a República Democrática Alemã ampliou a Alexanderplatz e fez dela uma zona urbana para uso exclusivo destes pedestres. Para demonstrar o poder cotidianamente/persuasivo daquele governo, em 1969, levantaram a Torre de Televisão (Berliner Fernsehturm), que atualmente continua sendo uma das edificações mais altas da Europa. O acontecimento histórico-político mais importante ocorrido na Alexanderplatz foram os protestos sociais de 4 de novembro de 1989. Exatamente meio milhão de pessoas se manifestaram publicamente pela unidade da zona com o governo comunista. Cinco dias depois, em 9 de novembro, o governo anunciou a liberdade para atravessar o Muro de Berlim.
Em 1984, Thierry Noir começou a pintar o Muro de Berlim com o colega artista francês Christophe-Emmanuel Bouchet. Suas primeiras pinturas foram uma reação à melancolia, tristeza, e “pressão da vida cotidiana” que eles experimentaram vivendo tão perto do Muro. Eles usaram tinta retirada de canteiros de obras próximos ou deixada para trás por trabalhadores da cidade. Antes disso, o grafite no Muro consistia principalmente em slogans antiamericanos, notas racistas e mensagens engraçadas. O próprio Noir observou que pintar grandes imagens na Muralha era visto como um “tabu, mesmo entre pessoas alternativas”. O status de Noir e Bouchet como estrangeiros permitiu que eles efetivamente contornassem esse tabu. Uma das primeiras obras que pintaram na parede foi uma homenagem A fábula de Jean de La Fontaine sobre “A Tartaruga e a Lebre” perto da Potsdamer Platz.  Inicialmente, os berlinenses eram cautelosos ou mesmo hostis em sua atitude em relação ao trabalho de Noir. Alguns estavam preocupados com a fonte de seu potencial apoio financeiro, sugerindo que ele poderia trabalhar para a CIA dos Estados Unidos ou que ele poderia ser um espião francês. 

Thierry Noir também teve que pintar rapidamente e sub-repticiamente para evitar ser pego pelos Genztruppen, os famigerados guardas de fronteira da República Democrática Alemã. Devido a essas restrições, Noir desenvolveu seu estilo icônico que ele apelidou de Fast Form Manifest para retratar suas figuras com uma linha contínua e apenas algumas cores.  Apesar das dificuldades iniciais seu trabalho conquistou a apreciação dos residentes de Berlim e ajudou a criar um movimento artístico em torno do Muro que atraiu vários artistas como Kiddy Citny e artistas internacionais visitantes, incluindo Richard Hambleton e Keith Haring. Ao longo de cinco anos, Noir pintou cerca de seis quilômetros do Muro de Berlim, que foi derrubado em 1989. Após a queda do Muro de Berlim, Noir foi um dos artistas convidados a criar murais na East Side Gallery, que foi fundada em 1990. A Galeria é um remanescente de 1.316 metros do Muro de Berlim preservado em Friedrichshain-Kreuzberg que não foi demolido porque ficava do outro lado do rio Spree, na Berlim Oriental controlada pela RDA. Desde 1990, os murais de Noir na East Side Gallery foram considerados um marco de Berlim. Em 23 de junho 33 seções pintadas do Muro de Berlim com obras de arte de Thierry Noir que haviam sido salvas da destruição foram leiloadas no Hotel Metrópole, em Monte Carlo, uma estância luxuosa reconhecida pelo seu glamour para um público internacional. Sua obra de arte internacionalizou-se para coleções e museus em todo o mundo.  

Ele também colaborou com o grupo de rock irlandês U2, que o contratou para pintar uma série de seis carros Trabant para a turnê Zoo TV de 1992. Os Trabants de Noir foram incorporados aos equipamentos de iluminação da turnê, e imagens deles foram usadas como capa de singles do U2, incluindo The Fly e Mysterious Ways. Um dos Trabants de Noir também foi destaque na capa do álbum do U2, Achtung Baby. Para comemorar o 20º aniversário da queda do Muro de Berlim em 2009, Noir foi convidado a ir a Los Angeles para participar do Projeto The Wall do Museu Wende. Dez segmentos originais do Muro de Berlim foram importados para os Estados Unidos e pintados recentemente em Los Angeles por Noir e artistas de Los Angeles, incluindo Shepard Fairey , Retna e Kent Twitchell . Essas obras foram então exibidas permanentemente em 5900 Wilshire Boulevard, perto do Museu de Arte do Condado de Los Angeles. Noir viajou para Londres em 2013 para colaborar com o artista britânico STIK em um grande mural no Village Underground em Shoreditch e para fazer uma palestra pública na Somerset House sobre a história da arte de rua. Enquanto estava em Londres, Thierry Noir pintou vários novos murais em seu estilo característico nas paredes de Shoreditch e Dalston.

Ipso facto ele também trabalhou com a Dulwich Picture Gallery em uma reinterpretação da obra-prima barroca de Giovanni Battista Tiepolo , Joseph Reposing Pharaoh's Ring (1755), que faz parte da coleção permanente da Gallery como um mural em Dulwich Park. Vinte e cinco anos após a queda do Muro de Berlim em 2014, Noir realizou uma exposição retrospectiva em Londres. A exposição contou com obras de arte originais, filmes, fotografias e entrevistas.  Naquele ano, Noir foi contratado pelo Museu de Londres para criar um mural na entrada da rotunda do museu e também foi contratado pela Embaixada da Alemanha no Reino Unido para pintar um mural na Belgrave Square de Londres para comemorar o 25º aniversário. Noir também pintou o interior do antigo prédio da Embaixada da Alemanha Oriental em 34 Belgrave Square. Ainda em 2014, a retrospectiva de Noir viajou para Los Angeles, onde pintou um mural gigante de 100 metros de comprimento na South Spring Street em reconhecimento à relação das cidades irmãs entre Berlim e Los Angeles. Durante o ano de 2017, pintou suas três obras públicas de maior escala global na época em Londres, Los Angeles e Sydney. Em Londres, Noir pintou um bloco de torre de 37 metros de altura em Acton, considerado “o mural mais alto da Grã-Bretanha”. Em Los Angeles, ele completou um mural de 15.000 pés quadrados em North Hollywood. Em Sydney, ele pintou uma antiga fábrica de geleia em Surry Hills.

Bibliografia geral consultada.
GIRAULT, Ernest, La Bonne Louise. Paris: Bibliothèque des Auteurs Modernes, 1906; BOYER, Irma, La Vierge Rouge. Louise Michel, d’Après des Documents Inédits, avec Quatre Portraits. Paris: André Delpeuch editeur 1927; Idem, Luisa Michel - La Virgen Roja. Buenos Aires. Editorial Futuro, 1946; THOMAS, Édith, Louise Michel ou la Velléda de l`Anarchie. Paris: Éditions Gallimard, 1971; MICHEL, Louise, La Commune: Histoire & Souvenirs. I e II. Paris: François Maspero, 1970; Idem, A Comuna 1. Lisboa. Editorial Presença, 1971; Idem, A Comuna 2. Lisboa. Editorial Presença, 1971; Idem, Mis Recuerdos de la Comuna. México: Siglo Veintiuno Editores, 1973; DURAND, Pierre, Louise Michel ou la Révolution Romantique. Paris: Éditeurs Français Réunis, 1971; Idem, Louise Michel, la Passion. Pantin: Editeur Les Temps des Cerises, 2005; LEJEUNE, Paule, Louise Michel l’Indomptable. Paris: Éditions Des Femmes, 1978; LASCHITZA, Annelies, “Une Marxiste Éminente”. In: BADIA, Gilbert, WEILL, Claudie, Rosa Luxemburg Aujourd’hui. Paris: Presses Universitaires de Vincennes, 1986; BROUÉ, Pierre, Histoire de l’Internationale Communiste 1919-43. Paris: Éditions Fayard, 1997; FRANCESCANGELI, Eros, Arditi del Popolo - Argo Secondari e la Prima Organizzazione Antifascista (1917-1922). Rome: Editore Odradek, 2000; GALVÃO, Walnice Nogueira, A Donzela-Guerreira. São Paulo: Editora do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, 1998; URIE, Yves, Victorine, le Grand Secret de Louise Michel, chez l’Auteur, 2000; RAGON, Michel, Georges et Louise. Paris: Editeur Albin Michel, 2000; PLANCHE, Fernand, La Vie Ardente et Intrépide de Louise Michel. Paris: Édition Tops-H. Trinquier, 2005; LODI-CORRÊA, Samantha, Lodi-Corrêa, Entre a Pena e a Baioneta: Louise Michel e Nadehzda Kruspskaia, Educadoras em Contextos Revolucionários. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Faculdade de Educação. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2016; ALMEIDA, Nuno Ramos de, “Sobre Efemérides, Mulheres e Amores”. Disponível em:  http://outraspalavras.net/23/03/2017FONSECA, Ludmilla Carvalho, “Anarco-Feminismo e Crítica Literária: Breves Apontamentos sobre uma Vertente Radical da Literatura Feminista”. In: Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress. Florianópolis, 2017; entre outros.

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