quarta-feira, 29 de março de 2017

Filme Faroeste Caboclo - Política & Cinema Brasileiro

                                                                                          Ubiracy de Souza Braga

Só para sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu”. Renato Russo - Faroeste Caboclo (1979).

                    
            A canção “Faroeste Caboclo” foi composta por Renato Russo em 1979 e lançada por seu grupo, Legião Urbana, no álbum: “Que País É Este 1978/1987”, de 1987. Ganhou repercussão nacional quando do lançamento do álbum e, por isso, foi lançada como o terceiro single do mercado promocional em 1988. Por motivo de censura, houve a necessidade de editar a canção para a aprovação pela censura federal. Em 2013, a canção ganhou uma adaptação cinematográfica, dirigida por René Sampaio e com roteiro de Victor Atherino. A canção foi composta em 1979, na chamada fase “Trovador Solitário” de Renato Russo. Em entrevista para Leoni, Renato Russo revela que escreveu a música em duas tardes e que o roteiro foi improvisado, escrevendo-se os versos tomando em consideração as rimas a serem feitas com os versos anteriores. Essa opção por uma etnografia menos singular do que a letra da música é um dos acertos do diretor estreante René Sampaio. João, o sertanejo da cidade de Santo Cristo que no fim dos anos 1970 encontra em Brasília o amor e a morte, não tem como dividir com os outros sua sombria predestinação. É herói solitário como os tipos condenados dos westerns, e ao tornar mais introspectiva essa jornada, ao negar a audiência da “via crúcis que virou circo”, o filme dramatiza o contexto de Faroeste Caboclo.
O genial Renato Russo entende que o enredo tem falhas, “como não explicar por que João aceita ir ao lugar do boiadeiro para Brasília ou porque a Maria Lúcia se casou com Jeremias”. A inspiração segundo o próprio autor foi Hurricane, canção de Bob Dylan presente no álbum Desire, de 1976, e que narra a complacente história do boxeador Rubin Carter. Ainda sobre suas inspirações, o compositor cita “Domingo no Parque” (1968), de Gilberto Gil, Raul Seixas e a tradição oral presente do povo brasileiro. A canção contém 168 versos. Segundo o jornalista e historiador Marcelo Fróes, no manuscrito original com a letra de “Faroeste Caboclo” havia uma anotação de Renato dizendo que imaginava a música como baião cantado por Luiz Gonzaga. Com 9'03, a canção tem uma duração longa e aparentemente incomum, porém, outras duas composições de Renato Russo são mais extensas: “Metal Contra as Nuvens” (11`22) e “Clarisse” (10`32). Na gravação original, a canção tem andamento moderado, com tempo de 180 bpm e é executada estilisticamente em dó maior.

Em 2004, Renato Russo foi condecorado in memoriam com a Ordem do Mérito Cultural, em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto. A entrega da insígnia foi feita pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Ministro da Cultura Gilberto Gil. Em 2006, artistas de variados estilos fizeram uma homenagem ao ícone no CD Renato Russo - Uma Celebração. Já em 2013, trechos de suas composições mais famosas foram usadas durante os protestos que mobilizaram o país entre junho e julho, uma prova de que os conceitos que ajudou a criar se tornaram referência e pretendem ser seguidos pelas novas gerações.  Em 2016, o filho Giuliano Manfredini organizou um novo tributo, intitulado Viva Renato Russo. O álbum conta com versões de músicas da Legião Urbana, interpretadas por novas bandas do rock nacional, como Vespas Mandarinas, Selvagens à Procura de Lei, Far From Alaska, entre outros. Renato foi homenageado “pelo conjunto de sua obra” e pela influência no cinema brasileiro na 8ª Edição do LABRFF - Los Angeles Brazilian Film Festival, importante festival do cinema brasileiro fora do Brasil. No dia 20 de julho de 2012, uma estátua foi inaugurada, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, bairro onde nasceu o músico, na Estrada do Galeão, altura do número 2 275, com a presença de amigos e familiares do artista. O monumento de bronze está instalado sobre um palco de granito de dois metros de diâmetro e é assinado pelo artista Ique, sob encomenda da prefeitura. A peça pesa 250 quilos e tem 1,75 metros. Em 18 de fevereiro de 2017, Renato Russo foi homenageado no Museu da Imagem e do Som. Mais de mil itens da coleção particular do artista entraram em exposição.



               
Tido como uma canção inadaptável, “Faroeste Caboclo” penetra muito bem no cinema, oferecendo ação, representação da violência urbana, amor, romance e suspense. Tudo isso sem ser pudico ou esconder a realidade daquela juventude, desregrada à sexo, drogas e violência urbana. A canção foi inutilmente censurada, comparativamente ao contexto de “Conexão Amazônica”, do mesmo disco. No ideário político do censor, no caso de “Faroeste Caboclo” pelos palavrões, enquanto “Conexão Amazônica” por causa da temática, já que falava sobre o tráfico de drogas. Trata-se de censura prévia à arte em qualquer parte. Porém, em “Faroeste Caboclo”, foi realizada uma edição idiotizada “onde se colocou um sinal sonoro sobre os palavrões”. Com isso, a música foi “liberada” para radiodifusão em nível nacional. Outras mídias optaram por fazer edições, como a 89 FM, que reproduz uma edição de 8`49” para concordar com a “retirada” dos palavrões. Apesar disto, a música representou um grande sucesso massivo de público e de consumo, tendo sido a 24ª mais reproduzida durante a temporada corrente de 1988. A canção é bem rememorada da banda, estando em todas as coletâneas e álbuns gravados ao vivo desta composição. Foi regravada, por exemplo, recentemente por Toni Platão no álbum “Renato Russo - Uma Celebração”, de 2006, e pela banda Tianastácia no álbum “Tianastácia no País das Maravilhas”, de 2009.
O primeiro trabalho artístico profissional de Fabrício Boliveira ocorreu na peça teatral baiana “Capitães da Areia”, produção da Companhia Baiana de Patifaria, dirigida por Lelo Filho e Fernanda Paquelet em 2002, quando ainda era estudante da UFBA. Na adaptação teatral do romance de Jorge Amado, o ator deu vida a João Grande, o segundo na hierarquia da gangue de rua liderada por Pedro Bala. Vista por cerca de 40 mil pessoas, em duas temporadas em Salvador e viagens pelo interior e por outros estados, o espetáculo ofereceu o terreno fértil para o começo de Fabrício Boliveira. Além de “Capitães da Areia”, Fabrício Boliveira esteve no elenco das peças teatrais: “A Invasão” (2004); “A Farsa da Boa Preguiça” (2004); “Cinderela Black Power” e “Antonio, Meu Santo”. No cinema, além de alguns curtas-metragens, Fabrício Boliveira havia participado do longa-metragem “A Máquina”, de João Falcão. Antônio mora em Nordestina, uma cidadezinha que nem existe no mapa, e é apaixonado por Karina, que não vê a hora de ir embora para tentar ser atriz de TV. Apaixonado, Antônio promete trazer o mundo até sua amada para que ela não precise partir. A estreia de Fabrício Boliveira na televisão ocorreu nesta sequência em 2006, com o escravo Bastião, da extraordinária novela “Sinhá Moça” (2006), que chamou atenção pelo tom de dissimulação do personagem e pela desenvoltura do novato no vídeo. Pelo papel, ganhou o Prêmio Contigo de ator revelação em 2007. 
O ator, que tinha terminado há pouco tempo o curso de Interpretação na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, havia se cadastrado no banco de atores da emissora Rede Globo. Depois, participou de um episódio da série “Cidade dos Homens” sobre criminalidade urbana na cidade do Rio de Janeiro e participou ainda do papel do personagem literário Saci no “Sítio do Picapau Amarelo”. Antes, em 2004, havia atuado em “O Bêbado em Cama Alheia”, do Polo de Teledramaturgia da Bahia (Pote). A paixão do ator pela televisão curiosamente ocorreu através da publicidade. Bem antes de se tornar ator profissional, Fabrício Boliveira pôde ser visto na Bahia fazendo várias campanhas publicitárias, seja para produtos comerciais, eventos, políticos e governos. Entre 2003 e 2005 foi Apresentador do programa “Tô Chegando” do governo da Bahia. Em 2008, o ator participa da novela “A Favorita”, da Rede Globo. No final de 2009, atuou na peça teatral “Quebramar”, de Tarcísio Lara Puiati, com Letícia Cannavale e Brisa Caleri, com direção de Renato Farias. Fabrício Boliveira participou  no elenco do extraordinário filme “400 contra 1” que estreou em agosto de 2010. O filme é ambientado nos anos 1970, quando um grupo de presos resolve se unir para lutar por direitos civis. William da Silva é um dos líderes deste grupo. Ele cumpriu pena no presídio da Ilha Grande, no Instituto Penal Cândido Mendes, anteriormente chamado Colônia Penal de Dois Rios, foi um presídio localizado na Ilha Grande, no Rio de Janeiro, onde presos comuns eram colocados lado a lado com presos políticos, convivendo de forma pouco amigável. Com a mente transformada, William cria uma aliança político-ideológica onde a amizade se fortalece entre conflitos e assaltos, um dos grandes articuladores daquilo que viria a se tornar o chamado Comando Vermelho, reconhecido como CV.

Em “Faroeste Caboclo”, objeto de reflexão nestas notas, a adaptação ao cinema da música da Legião Urbana, Fabrício Boliveira faz o protagonista João de Santo Cristo, junto de Ísis Valverde que vive Maria Lúcia e Felipe Abib como Jeremias. A saga retratada na música foi escrita por Renato Russo em 1979, como vimos, apesar de ter sido incluída apenas no álbum de 1987 da Legião, “Que País É Este”. Faroeste Caboclo acompanha a história dramática de João de Santo Cristo, que sai de Salvador e vai para Brasília, “capital da solidão”, onde começa a traficar drogas. Em Brasília, ele se apaixona por Maria Lucia e se envolve em uma disputa com Jeremias, outro traficante. Provisoriamente podemos dizer: vingança é a perseguição que resiste, opõe-se e subestima. E terá esta perseguição suportada e conduzida à reflexão até hoje vigente. Quando procede a mencionada dimensão atribuída ao espírito de vingança? Então é preciso que tal dimensão seja vista desde a sua constituição íntima. Para que tal olhar venha a ter em certa medida algum sucesso, consideremos em que configuração essencial se manifesta modernamente. Esta estruturação essencial do ser vem à fala numa forma clássica, segundo a palavra de Nietzsche, no pensamento até hoje vigente determinado pelo “espírito de vingança”. Como pensa Nietzsche a essência da vingança, se for possível expressar-se na vontade de potência, posto que ele a pensa metafisicamente? Podemos pensar à medida que temos a possibilidade para tal. Porém, ainda não nos garante que o possamos na possibilidade.
Na narrativa o personagem João chega a Brasília em busca de um emprego. Neste momento aparece a primeira alusão às cidades do Distrito Federal, Taguatinga. O personagem admira-se com a modernidade da cidade e Renato Russo põe na voz de seu personagem a admiração que ele próprio tinha pela cidade. O qualificador para dizer como João ficou quando conhece Brasília é “bestificado”, mais uma vez o campo semântico de besta, fera, terror, mas que pode ser entendido como "bestializado", na tradição da história política brasileira: - “E João aceitou sua proposta. E num ônibus entrou no Planalto Central. Ele ficou bestificado com a cidade Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal - Meu Deus, mas que cidade linda. No Ano Novo eu começo a trabalhar. Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro. Ganhava cem mil por mês em Taguatinga”. Temos a apresentação de mais um personagem de origem obscura, o que se comprova pelo uso do adjetivo “bastardo”.
Parente de Santo Cristo, Pablo, tem importante função na trama, ele é o fornecedor de drogas e armas para João: Na sexta-feira ia pra zona da cidade Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador E conhecia muita gente interessante Até um neto bastardo do seu bisavô. Um peruano que vivia na Bolívia E muitas coisas trazia de lá Seu nome era Pablo e ele dizia Que um negócio ele ia começar. Na quinta aparição do “não”, na estrofe que se segue, há a presença textual do signo linguístico “morte” no uso de um superlativo do verbo “trabalhar”. Pouco era o dinheiro honesto que ganhava ao trabalhar, o que cutuca as falácias do governo, e decide embarcar no crime, que desde pequeno o acompanhava. Renato Russo trabalha as questões do nome de João, etimologicamente na relação cristã, o que se vê por meio das marcas “plano santo” e “ser crucificado”, etc.
O filme narra a história social de João de Santo Cristo, que, ao ver toda sua família morta, se rebela e vai para jesus Salvador. Lá chegando, encontra um boiadeiro que vai para Brasília, mas que pede para João ir em seu lugar. Ele pretende começar uma nova vida. Porém, diante de dificuldades econômicas, vira traficante de drogas, seguindo os passos de um peruano chamado Pablo. Posteriormente, ele tenta se redimir ao apaixonar-se pela jovem mulher chamada Maria Lúcia. Ao ver-se, porém, ameaçado por um homem rico e influente, decide trabalhar no contrabando de produtos de consumo alucinógenos da cultura quéchua para se armar, se distanciando e Maria Lúcia e passando a morar em Planaltina. Ao voltar a ver sua amada, percebe que um traficante rival, Jeremias, casou e engravidou Maria Lúcia; João, então, decide marcar um duelo com ele em Ceilândia, comparativamente como ocorre na balada de Renato Russo e acaba morrendo levando um tiro pelas costas. Ainda agonizando, ele recebe sua arma de Maria Lúcia e dá cinco tiros em Jeremias. Maria Lúcia, arrependida, se mata.
Desnecessário dizer que um dos campos de observação mais ricos para o analista social refere-se à relação entre ideologia e linguagem, tendo em vista que as pesquisas desenvolvidas acerca da atividade legislativa brasileira têm questionado o conteúdo das leis apresentadas e aprovadas no âmbito do Congresso Nacional. A principal preocupação compartilhada pela maioria desses estudos é se as leis concentram ou difundem benefícios, caracterizada pela apresentação de matérias que difundem benefícios a toda a sociedade (leis nacionais) ou pela apresentação de proposições com benefícios territorialmente concentrados. As palavras, as inflexões, o modo de construir as frases, cada uma dessas coisas tem sua própria história. Tanto em sua gênese como em seu emprego, seus desejos subterrâneos, os termos da linguagem põem a nu os valores das sociedades que os criaram e os mantêm vivos. Não são necessárias as formas mais abstratas de representação da teoria e as construções filosóficas da modernidade para compreendermos as distorções ideológicas em suas manifestações individuais (os sonhos) e coletivas (os mitos, os ritos, os símbolos).
O termo discurso pode também ser definido do ponto de vista lógico. Quando pretendemos significar algo a outro é porque temos a intenção de lhe transmitir um conjunto de informações coerentes - essa coerência é uma condição essencial para que o discurso seja entendido. São as mesmas regras gramaticais utilizadas para dar uma estrutura compreensível ao discurso que simultaneamente funcionam com regras lógicas para estruturar o pensamento. Um discurso político, por exemplo, tem uma estrutura e finalidade muito diferente do discurso econômico. Mas politicamente pode operar a dimensão econômica produzindo efeitos sociais específicos em termos de persuasão. Como poucas obras da Antiguidade, descoberta em 1820 na ilha de Milo, a Vênus de Milo, sobreviveu relativamente incólume à crítica romântica e modernista, vendo sua fama crescer indefinidamente. Têm sido objeto de muitos estudos especializados e adquiriu o status de ícone popular, reproduzida vezes incontáveis como estatueta, em estampas, filmes, literatura, souvenires turísticos e outros itens para o consumo de massa. É hoje uma das estátuas antigas mais conhecidas do mundo. Sua autoria e datação permanecem controversas, mas formou-se um consenso de que seja realmente uma obra helenística que recupera elementos clássicos, é atribuída a Alexandros de Antioquia. Apesar de conter uma representação de Vênus, deusa da beleza e do amor, tampouco essa identificação é absolutamente segura. 

Há discursos no filme hic et nunc que proporciona uma brecha que permite que o espectador perceba os fatores sociais que tornam Brasília uma capital da política alienante - a cidade do modernismo fantástico de Oscar Niemeyer cujos espaços de exclusão social consumam o isolamento de João. A quadra onde mora Maria Lúcia (Ísis Valverde) é um desses lugares, e João com algum malabarismo consegue com a escalada do prédio, burlar a distância social que o separa dela. Mas basta voltarmos à Ceilândia, bairro da periferia do Plano Piloto, consegue emular bem - para entender que João não pertence a Brasília, porque ninguém pertence a Brasília de fato. O cineasta René Sampaio faz com mérito essas escolhas que potencializam a história de João, e filma o esperado duelo com a gramática visual que se tornou regra nos faroestes. O grande trunfo de “Faroeste Caboclo”, porém, é a escolha de Fabrício Boliveira para interpretar o protagonista. Como a canção não precisa a etnia, pois diz que João sofria preconceito de cor, seria muito fácil, e até lógico do ponto de vista do mercado, colocar um ator mulato como herói, uma forma de atingir um público maior da nação negra brasileira.           
Os caboclos formam o mais numeroso grupo populacional da região Norte do Brasil (Amazônia) e de alguns estados da região Nordeste como Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Alagoas, Ceará e Paraíba. Contudo, a quantificação do número de pessoas consideradas caboclas no Brasil não é tarefa difícil, segundo os métodos usados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seus recenseamentos. Os caboclos entram na contagem dos 44,2% de pessoas erroneamente consideradas “pardas”, grupo que também inclui mulatos, cafuzos, e várias outras combinações da miscigenação de negros ou índios com outras raças, como negro e oriental, índio e oriental, negro, índio e branco, negro, índio e oriental etc. Os atributos que definem a categoria social caboclo são econômicos, políticos e culturais. O termo refere-se aos pequenos produtores familiares da Amazônia que vivem da exploração dos recursos da floresta. Os principais atributos culturais que distinguem os caboclos dos pequenos produtores de imigração são o conhecimento da floresta, para lembrarmo-nos de Chico Mendes, os hábitos alimentares e de moradia. Devido a seus atributos, os dois, caboclo e imigrante, podem ser alocados na categoria social mais ampla de camponeses
Para a felicidade dos fãs clubes da banda Legião Urbana, o resultado do filme “Faroeste Caboclo” é extraordinário. Trata-se de um cinema de altíssima qualidade, com bela fotografia de Gustavo Hadba, direção de arte e ótimas atuações de um elenco só aparentemente formado por desconhecidos. Fabrício Boliveira surge com muita dedicação demonstrando seu talento em cena como João de Santo Cristo, um sujeito que se muda para Brasília à procura de uma nova vida. Lá, encontra seu primo Pablo (César Troncoso), um traficante que logo lhe oferece “um espaço em seu negócio”. Ao lado do parente, ele começa a se envolver na venda de drogas na ala Sul da Capital Federal, incomodando um bandido local chamado Jeremias (Felipe Abib). Neste meio social, João conhece Maria Lúcia (Ísis Valverde), com quem começa a viver um grande amor. O elenco conta com as participações de Flavio Bauraqui, Antonio Calloni e Marcos Paulo. Bauraqui se sai melhor do trio veterano em poucos flashbacks como o pai de João, o suficiente para representar uma grande dramaticidade. Calloni representa um personagem mais caricato, como o policial corrupto que persegue João. Marcos Paulo tem uma atuação discreta do senador que é pai de Maria Lúcia. Este foi o último papel do ator nas telonas. Ele faleceu no final de 2012, vítima de uma embolia pulmonar.  
Bibliografia geral consultada.

FERNANDES, Florestan, A Integração do Negro à Sociedade de Classes. Tese de Livre Docência. Departamento de Sociologia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, 1964. 3ª edição. São Paulo: Editora Ática, 1978; RIBEIRO, Darcy, O Povo Brasileiro: A Formação e o Sentido do Brasil. 2ª edição. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1995; Idem, Mestiço é que é bom. Rio de Janeiro: Editora Revan, 1996; CABRAL, Muniz Sodré de Araújo, Antropologia do Espelho. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2002; SILVA, Luiz Henrique de Castro, O Revolucionário da Convicção: Joaquim Câmara Ferreira, o velho Zinho. Dissertação de Mestrado. Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008; PEREIRA, Amílcar Araújo, O Mundo Negro: Constituição do Movimento Negro Contemporâneo no Brasil (1970-1995). Tese de Doutorado em História. Departamento de História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2010; SOUZA, José Paulo de Morais, A Construção da Memória dos Funcionários em suas Relações com o Trabalho no Antigo Instituto Penasl Cândido Mendes em Ilha Grande. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Memória Social. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2012; GÜNTHER, Wesley Rosa, A Urbs brasiliense nas letras do álbum Que País é Este 1978/1987 da banda Legião Urbana. Dissertação de Mestrado em Literatura e Práticas Sociais. Programa de Pós-Graduação em Literatura do Departamento de Teoria Literária e Literaturas do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, 2013; ALBUQUERQUE, Carolina Barbosa de, Faz tempo que dizem caboclos é lugar de doidos. Uma Etnografia sobre Processos de Estigmatização no Município de Barra de Santana - PB. Dissertação de Mestrado em Antropologia. Programa de Pós-Graduação em Antropologia. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2016; entre outros.  

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