sábado, 5 de abril de 2025

Manchester à Beira Mar – Incêndio, Culpa & Lembranças Familiares.

                            Não é um crime esquecer de colocar a tela na lareira”. Casey Affleck

         Manchester à Beira-Mar é um filme norte-americano de 2016, do gênero drama, dirigido e escrito por Kenneth Lonergan, um cineasta, dramaturgo, roteirista e diretor estadunidense. Nasceu em Nova Iorque, em 16 de outubro de 1962. Em sua filmografia destaca-se: Możesz na mnie liczyć (2000), em que Sammy é uma chamada “mãe solteira”, na falta de melhor expressão, mas conseguiu se estabilizar financeiramente pela via do trabalho, e cria sozinha o filho Rudy, de oito anos. Sem notícias do irmão, ela fica feliz ao saber que ele está voltando para casa. Porém, o que ela cotidianamente pensa ser apenas uma visita passageira, acaba se transformando em uma convivência pra lá de complicada com o irresponsável Terry. Em Gangi Nowego Jorku (2002), William Cutting é o líder de uma gangue violenta na Nova York do século XIX que confronta seus rivais. Após ter o pai morto pelo criminoso, um jovem jura se vingar, mas fica dividido no plano simbólico da violência, entre a sede de justiça e o fascínio pelo carismático gângster. Em Margaret (2011), um filme do gênero drama romântico que seria lançado em 2007, mas devido a adiamentos, com financiamento e judiciais, acabou por ser lançado e limitada em 2011.  

Pela sua performance no filme, Anna Paquin foi indicada ao London Film Critics` Circle. Uma estudante de Manhattan de 17 anos, Lisa Cohen, faz compras no Upper West Side, interage com motorista Gerald Maretti quando ela corre ao lado de seu ônibus em movimento; ele se permite ser distraído, levando a um acidente fatal por passar o sinal vermelho em que um pedestre, Monica Patterson, é atingida por ônibus e, posteriormente, morre nos braços de Lisa. Inicialmente, Lisa diz à polícia que o motorista passou o semáforo verde, mas depois, por remorso, muda a sua história social. Ela confronta Maretti, que primeiro finge ter esquecido os detalhes do acidente e, em seguida, revela a ela com raiva que ele se lembra deles, mas acredita que ele não fez nada errado, fazendo com que Lisa o persiga por sua demissão da empresa. Em colaboração com o melhor amigo de Monica, Emily, e primo, Abigail, Lisa, em última análise torna-se envolvido em um processo de morte por negligência contra a Autoridade de Trânsito Metropolitana, buscando a demissão do motorista (que causou dois acidentes anteriores), bem como danos monetários, que seriam atribuídas a próxima da vítima de parentes, seu primo.  Enquanto isso, na vida real de Lisa assume várias voltas.  

Incluindo um flerte com seu professor de matemática, Aaron Caije, sua decisão de perder a virgindade com um colega, Paul Hirsch, e vários debates veementes sobre política e terrorismo com colegas. Lisa e sua mãe atriz tem um relacionamento rochoso, com combates esporádicos e Lisa expressar ambivalência em relação namorado da mãe Ramon. Um jantar pós-show, com a participação de Lisa, sua mãe, Emily e Ramon, termina com Ramon fazendo uma observação percebido como antissemita para Emily. Ramon morre de um ataque cardíaco não muito tempo depois. Lisa tem relações sexuais com Caije, e depois confronta Caije, dizendo-lhe enfaticamente que “ela teve um aborto na presença de outro professor”. Ela expressa a dúvida sobre quem era o pai e menciona que há duas possibilidades. A ação judicial chega a uma conclusão, com um prêmio de US$ 350 mil, mas o MTA recusa a demitir Maretti, com a preocupação de que iria inflamar uma disputa trabalhista. Abigail aceita a oferta de acordo, revelando o acordo monetário ter sido sua principal motivação; isso faz com que Lisa a tornar-se muito triste e desiludido com o desfecho do caso. Lisa e sua mãe vão assistir a uma ópera que Ramon e ela iriam antes de sua morte. No caminho, Lisa vê Maretti dirigindo o mesmo ônibus que tinha matado o pedestre e há um breve momento onde os dois ver uns aos outros. Durante a performance de ópera, a emoção acumulada de Lisa a partir da sequência de eventos explode e ela e sua mãe carinhosamente reconectam-se, chorando juntas e abraçadas enquanto a ópera continua. Entetanto, o que á mais importante é que venceu o Óscar de Melhor Argumento Original por Manchester by the Sea (2016).

Venceu o British Academy Film Awards, mais reconhecido pela abreviatura BAFTA Film Awards, são prêmios atribuídos anualmente pela Academia Britânica de Cinema e Televisão para homenagear as melhores contribuições britânicas e internacionais para as artes cinematográficas. Entre 2008 e 2016, a cerimónia foi realizada no centro de Londres no Royal Opera House. A sua 72.ª edição foi realizada em 10 de fevereiro de 2019, no Royal Albert Hall. Portanto, o BAFTA de Melhor Argumento Original por Manchester by the Sea (2016). Foi nomeado para três Globos de Ouro. Foi nomeado para três Tony Awards. Foi nomeado para um Laurence Olivier Award. No teatro é reconhecido pelas peças de teatro, incluindo This Is Our Youth (2015), Lobby Hero (2018) e The Waverly Gallery (2018).  Foi nomeado para um Tony Award por This Is Our Youth (2015), Lobby Hero (2018) e The Waverly Gallery (2019).  Em janeiro de 2020, foi nomeado Visiting Fellow e Artist in Residence no Kellogg College da Universidade de Oxford, uma faculdade para pós-graduação da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Fundada em 1990 como Rewley House, a Kellogg é a 36ª faculdade da universidade e a maior em número em período integral e parcial. 

A produção de Manchester à Beira-Mar (2016) é estrelada por Casey Affleck, filho de Chris Ann, uma professora e Timothy Affleck, um assistente social, barman e ex-ator da Companhia de Teatro de Boston, nasceu em 12 de agosto de 1975. Casey é irmão mais novo do ator e diretor Ben Affleck, com quem colaborou profissionalmente em filmes como Good Will Hunting (1997) e Gone Baby Gone (2007). O sobrenome Affleck é escocês, mas o ator também é descendente de alemães, ingleses, irlandeses e suíços. Michelle Williams, uma atriz norte-americana, reconhecida por “estrelar filmes independentes com temas sombrios ou trágicos”. Ela venceu dois Globos de Ouro, um Emmy e um SAG, e recebeu cinco indicações ao Oscar, três ao BAFTA e uma ao Tony. Williams começou a carreira ainda criança e estreou no cinema com o filme Lassie (1994). Ganhou notoriedade com o papel de Jen Lindley na série de drama bendito adolescente Dawson`s Creek (1998–2003). Conseguiu destaque no cinema como Alma Beers del Mar no drama Brokeback Mountain (2005), que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Ela foi indicada ao Oscar novamente por suas atuações nos filmes Blue Valentine (2010), My Week with Marilyn (2011), Manchester by the Sea (2016) e The Fabelmans (2022). Kyle Chandler, um ator americano, reconhecido pela série Friday Night Lights, na qual foi protagonista.  

Nascido em Buffalo, no estado de Nova Iorque, é filho de Sally, uma adestradora de cães e de Edward Chandler, dono de farmácia e representante de vendas farmacêuticas. Ele cresceu em Loganville (Geórgia) e próximo a Chicago, Illinois. Se formou pela Universidade da Geórgia, em Athens. Chandler iniciou a carreira de ator ainda bem jovem. Fez participações em algumas séries, com destaque para os oito episódios na série Tour of Duty e sua atuação em Homefront. Anos depois, foi convidado a ser o protagonista Gary Hobson na série Early Edition, na qual interpretaria um típico cidadão de Chicago que recebe as edições do dia seguinte do jornal local em sua casa, podendo evitar acontecimentos. Após o cancelamento da série, fez participações em seriados, ganhando destaque na regravação do filme King Kong. Em 2007 participou do filme The Kingdom ao lado do extraordinário ator Jamie Foxx, e atualmente faz parte do elenco da série Friday Night Lights, sobre um time de futebol americano do colegial. Lucas Hedges, um ator também norte-americano. Tornou-se reconhecido por seu trabalho em questão, Manchester by the Sea (2016), com diversas indicações a prêmios renomados, o Critics` Choice Movie Awards e ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Por mais simples que seja a linguagem e clara a sua exposição, sempre apresenta dificuldades específicas inevitáveis, porque dizem respeito à natureza própria da teoria, mais precisamente da produção do discurso teórico, e por isto produção.

A dificuldade própria da terminologia teórica consiste pois em que, por detrás do significado usual da palavra, é sempre preciso discernir o seu significado conceptual, que é sempre diferente do significado usual. Um bom exemplo, ocorre quando o leitor pensa compreender imediatamente o que Marx quer dizer quando emprega uma palavra tão corrente como a palavra trabalho. No entanto, é preciso um grande esforço para discernir, por detrás da evidência familiar (ideológica) desta palavra, o conceito marxista de trabalho, e mais, para ver que a palavra trabalho pode designar vários conceitos distintos: os conceitos de processo de trabalho, de trabalho concreto, de trabalho abstrato, etc. Quando uma terminologia teórica é boa, lembra Louis Althusser, no ensaio: Sobre o Trabalho Teórico (1978), isto é, bem determinada e bem referenciável, ela assume a função precisa de impedir as confusões entre o significado usual das palavras e o significado teórico (conceptual) das mesmas palavras. E a sua conjunção particular que produz significado novo, definido que é indiscutivelmente a produção do conceito teórico. Não pode haver discurso teórico sem a produção destas expressões específicas, que designam conceitos de determinada prática da teoria.

          Isto quer dizer que a noção de cultura, a sociedade e a comunicação social vêm articular-se a uma estrutura de relações sociais (cf. Castells, 2006). No escravagismo antigo, por exemplo, nada distingue, do ponto de vista da análise comparada do modo de produção, o escravo do agricultor independente, proprietário privado individual. O que os distingue é a relação permanente com o trabalho manual. Se um se conduz como proprietário das condições materiais da reprodução de sua existência, no outro caso é o mestre que se conduz como proprietário das condições naturais da reprodução de sua existência material do escravo. Pode-se fazer a mesma comparação e distinção entre o escravo moderno, do século XIX, e o trabalhador agrícola no sistema técnico de trabalho, ao qual se articulam relações sociais diferentes. A interligação dos processos de trabalho é primeiramente de ordem técnica, na medida em que está contida nos meios de trabalho e envolve imediatamente trabalhadores em situações específicas de trabalho. Em seguida é de ordem social, basicamente quanto à escala e quanto ao sentido de conjunto para satisfazer necessidades sociais. É, de ordem tecnológica, na medida em que a produção, circulação, uso, dos produtos resultantes do processo de trabalho interligados, representam o próprio sistema social no âmbito de determinada cultura e/ou sociedade. Produzindo e consumindo determinados produtos/mercadoria os homens primeiro tecnologicamente produzem a sociedade e as relações existentes. Um sistema de trabalho é uma estrutura onde o que está em jogo é o trabalho e a reprodução da vida. Do ponto de vista teórico-metodológico notou o sociólogo Norbert Elias (2011) que o conceito de civilização se refere a uma grande variedade de fatos: ao nível da tecnologia, ao tipo de maneiras, ao desenvolvimento dos conhecimentos científicos, às ideias religiosas e aos costumes. 

Pode se referir ao tipo de habitações ou à maneira como homens e mulheres vivem juntos, à forma de punição determinada pelo sistema judiciário ou ao modo como são preparados os alimentos. Rigorosamente falando, nada há que não possa ser feito de forma “civilizada” ou “incivilizada”. Daí ser sempre difícil sumariar em algumas palavras tudo o que se pode descrever como civilização. Mas também não significa a mesma coisa para diferentes nações ocidentais. Acima de tudo, é grande a diferença entre a forma como ingleses e franceses empregam a palavra, culturalmente, por um lado, e os alemães, por outro. O conceito resume em uma única palavra seu orgulho pela importância social e cultural de suas nações para o progresso do Ocidente e da humanidade. Quando no emprego que lhe é dado pelos alemães Zivilisation, significa algo de fato útil, mas, apesar disso, apenas um valor de segunda classe, compreendendo apenas a aparência externa dos seres humanos, a superfície da existência humana.

A palavra pela qual os alemães se interpretam, que mais do que a qualquer outra expressa-lhes o sentimento de orgulho em suas próprias realizações e no próprio ser, é Kultur, pois são inteiramente claras no emprego interno da sociedade a que pertencem. O conceito francês e inglês de civilização pode ser referir a fatos políticos ou econômicos, religiosos ou técnicos, morais ou sociais. O conceito alemão Kultur alude basicamente a fatos intelectuais, sociais, artísticos e religiosos e apresenta a tendência de uma nítida linha divisória entre fatos deste tipo, por um lado, e fatos políticos, econômicos e sociais, por outro lado. Os conceitos comumente apropriados em francês e inglês de civilização pode se referir a realizações, mas também a atitudes ou “comportamento”, pouco importando se realizaram alguma coisa. No conceito alemão de Kultur, em contraste, a referência a comportamento, o valor que a pessoa tem em virtude de sua mera existência e conduta, sem absolutamente qualquer realização, é de fato considerado muito secundário. O sentido alemão de Kultur encontra sua expressão mais clara derivado no adjetivo Kulturell, que descreve o caráter e valor de determinados produtos humanos, e não o valor intrínseco. O conceito inerente a Kulturell, porém não pode ser traduzido exatamente para o francês e o inglês. A palavra kultiviert (cultivado) aproxima-se muito do conceito ocidental de civilização. Até certo ponto, representa a forma mais alta de ser civilizado: até pessoas e famílias que nada realizaram de kulturell pode ser kultiviert.

Tal como a palavra “civilizado”, kultiviert refere-se primariamente à forma da conduta ou comportamento da pessoa. Descreve a qualidade social das pessoas, suas habitações, suas maneiras, sua fala, suas roupas, ao contrário de kulturell, que não alude diretamente às próprias pessoas, mas exclusivamente a realizações humanas peculiares. Há outra diferença entre os dois conceitos estreitamente vinculada a isto. “Civilização” descreve um processo ou, pelo menos, seu resultado. Diz respeito a algo que está em movimento constante, movendo-se incessantemente “para a frente”. O conceito alemão de Kultur, no emprego corrente, implica uma relação diferente, com movimento. Reporta-se a produtos humanos que são semelhantes a “flores do campo”, a obras de arte, livros, sistemas religiosos ou filosóficos, nos quais se expressa a individualidade de um povo. O conceito Kultur delimita. Até certo ponto, o conceito de civilização minimiza as diferenças nacionais entre os povos: enfatiza o que é comum a todos os seres humanos ou – na opinião dos que o possuem – deveria sê-lo. Manifesta a autoconfiança de povos cujas fronteiras nacionais e identidade nacional foram plenamente estabelecidas, desde séculos, que deixaram de ser tema de qualquer discussão, perremptoriamente seja ela de caráter pública ou privada, de povos que há muito se expandiram fora de suas fronteiras e colonizaram terras muito além delas.

A questão da trivialização do conhecimento não faz produto do conhecimento apenas um produto determinado, faz também dele um produto qualquer. Mas as ideias podem tornar-se ideológicas, na medida em que sua estrutura socialmente obedece às estruturas socioprofissionais. Sua produção integra-se entre os outros processos de produção e a cultura torna-se cognoscível a partir das categorias econômicas do capital e do mercado. Mas nem a informação, nem a concepção de teoria, nem o pensamento abstrato, nem a cultura são produtos triviais, ainda que mais não seja pelo fato de serem, ao mesmo tempo, produtos/produtores e, mesmo comportando a questão urbana hologramaticamente a dimensão socioeconômica, não poderiam ser reduzidas a isso. A redução trivializante não teme exercer-se como sujeito sobre o conhecimento científico. Este nível abstrato como qualquer outro é apropriado pelo pensamento, como a religião e através da ciência, com suas relações de força e monopólios, suas lutas e suas estratégias, seus interesses e seus prováveis ganhos. Mas, por seu lado, os estudos de etnografias dos laboratórios, estes que parecem ter dinamismo, demonstram-nos como se estabelecem essas mediações complexas dos pesquisadores, em função de posições, ou status, as lutas e a utilização de truques diabólicos pelo reconhecimento, pelo prestígio ou pela glória, com as negociações necessárias ao estabelecimento da prova, os ritos de passagem na vida e na universidade. A motivação primeira do cientista é a notoriedade.

Mas não se pode reduzir o interesse científico ao interesse econômico, a vontade de pesquisar ao desejo de prestígio, a sede de conhecimento à sede de poder, em alguns casos terrenos sim. A sociologia não pode ser considerada uma concepção que exclui o indivíduo ou que, no máximo, o tolera. É uma concepção humanista, mas que deve implicá-lo e explicitá-lo. Sobre a aquisição do conhecimento pesa um formidável determinismo encouraçado de coerção. Ele nos impõe o que se precisa conhecer, como se deve conhecer, o que não se pode conhecer. Comanda, proíbe, traça os rumos, estabelece os limites, ergue muralhas e conduz-nos ao ponto onde devemos ir. E também que conjunto prodigioso de determinações sociais, culturais e históricas é necessário para o nascimento da menor ideia, e per se da menor teoria. Não bastaria limitarmo-nos a essas determinações que pesam do exterior sobre o conhecimento. É necessário considerar os determinismos intrínsecos ao conhecimento, que são, segundo Morin, muito mais implacáveis. Em primeiro lugar, princípios, comandam esquemas e modelos explicativos, os quais impõem visão de mundo e das coisas que se governam/controlam de modo imperativo e proibitivo a lógica dos discursos, pensamentos, teorias sociais.

Com maior razão, o mesmo vale para a arte, que é absolutamente refratária a tudo o que parece uma obrigação, porque é o domínio da liberdade. É um luxo e um adorno que talvez seja bonito ter, mas que não se pode ser obrigado a adquirir: o que é supérfluo não se impõe. Ao contrário, amoral é o mínimo indispensável, o estritamente necessário, o pão cotidiano sem o qual as sociedades civis não podem viver. A arte corresponde à necessidade de que temos de difundir nossa atividade social sem objetivo, pelo prazer de difundi-la, enquanto a moral nos obriga a seguir um caminho determinado em direção a um objetivo definido – e quem diz obrigação diz, com isso, coerção. Conquanto possa estar animada por essas ideias morais ou ver-se envolvida na evolução moral própria, a arte não é moral por si mesma. A observação estabelecida nos indivíduos, como nas sociedades, de um tal desenvolvimento intemperante das faculdades estéticas é um grave sintoma do ponto de vista da moralidade. Vale lembrar, segundo Durkheim (2010) que de todos os elementos da civilização, a ciência é o único que, em certas condições, apresenta um caráter moral. As sociedades tendem cada vez mais a considerar um dever para o indivíduo desenvolver sua inteligência, assimilando as verdades científicas que são estabelecidas. Há número de conhecimentos na história que devemos possuir.

Ninguém é obrigado a se lançar no grande turbilhão industrial; ninguém é obrigado a ser artista; mas todo o mundo é obrigado a não ser ignorante. Essa obrigação é, inclusive, sentida com tamanha força que, em certas sociedades, não é apenas sancionada pela opinião pública, mas pela lei. Aliás, não é impossível entrever de onde vem esse privilégio especial da ciência. É que a ciência nada mais é do que a consciência levada a seu mais alto ponto de clareza. Ora, para que as sociedades possam viver nas condições de existência que lhe são dadas, é necessário que o campo da consciência, tanto individual como social, se estenda e se esclareça. Os meios em que elas vivem se torna cada vez mais complexos e, por conseguinte, cada vez mais móveis, para durar é preciso que elas mudem com frequência. Por outro lado, sabemos o quanto mais obscura uma consciência, mais é refratária à mudança, porque não vê depressa o bastante que é necessário mudar, nem em que sentido é preciso mudar; ao contrário, uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança social. Eis porque é necessário que a inteligência guiada pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida coletiva. Mas a ciência que todo o mundo é assim chamado a possuir não merece ser designada por esse nome. Não é a ciência, é no máximo sua parte mais geral. Ela se reduz a um pequeno número de conhecimentos indispensáveis, que só são exigidos de todos por estarem disponíveis ao alcance de todos na vida social. A ciência supera infinitamente nesse nivelamento da cultura. Ela compreende o que é vergonhoso ignorar, mas existe, como um navio na praia, que é possível saber.

   

Ela não supõe apenas, nos que a cultivam, essas faculdades médias que todos possuem, mas disposições especiais. Senão a uma elite, não é obrigatória; mas não é necessária a ponto de a sociedade reclamá-la imperativamente. É vantajoso estar munido dela; nada há de imoral em não a adquirir.  Paris, a capital de D’Amour, foi palco de um extraordinário e concreto romance. Ao organizar os paradigmas e modelos explicativos associa-se o determinismo organizado dos sistemas de convicção e de crença que, quando reinam em uma sociedade, impõem a todos a força imperativa do sagrado, a força normalizadora do dogma, a força proibitiva do tabu. As doutrinas e ideologias dominantes dispõem também da força imperativa e coercitiva que evidencia aos convictos e o temor inibitório aos desalmados. A partir deste fundamento etnográfico, compreendemos que ordem, desordem e organização são elementos essenciais para o entendimento da questão da complexidade, pois se desintegram e se desorganizam ao mesmo tempo na história singular da vida. Constata-se que o sentido da realidade se dá por meio da relação do todo com as partes e vice e versa em uma análise integradora em que não é pertinente examinar como tal a partir de uma única matriz de racionalidade. Ipso facto, o conceito alemão de Kultur dá ênfase especialmente a diferenças nacionais e à identidade particular de grupos.

Em virtude disto, o conceito adquiriu em pesquisa etnológica e antropológica uma significação muito além da área linguística alemã e da situação em que se originou o conceito.  Todavia, a necessidade de comunicar-se sempre foi o motor de todo tipo de codificações expressivas, sendo a linguagem e a escrita instrumentos de comunicação oral e escrita sujeitos as limitações de espaço e lugar e a sua transmissão através da distância entre o emissor e o receptor. Simplificadamente, pode-se dividir em quatro fases a história da codificação de signos e fonemas ao serviço da relação inter-humana: mnemônica, pictórica, ideográfica e fonética. A primeira, mnemônica, historicamente se caracterizou pelo emprego de objetos reais como dados ou mensagens entre pessoas que viviam alheios e não pertenciam ao mesmo sistema convencionalmente de comunicação social. Aos antigos peruanos, escreve Albert A. Sutton (1866-1923), os chineses, e inclusive tribos mais recentes, utilizaram com muita frequência o quipo, representando cada um dos cordões usados do ponto de vista comunicativo pelos peruanos, no tempo social da monarquia Inca, na literatura comparada que formavam um método mnemônico, de interpretação, fundado nas cores e ordem dos cordões, número e disposição de nós, etc., ou série de cordas atadas para comemorar acontecimentos felizes, para servir como instrumentos de cálculo ou resguardar na memória as recordações dos mortos das tribos.

Na segunda, pictórica, a comunicação social tem como representação a imagem e se transmite mediante a pintura, a comunicando a relação dos objetos. Estas gravuras aparecem não só na pintura rupestre, e também sobre objetos variados: utensílios, armas ou artigos de valor empregados para o intercâmbio comercial. Na terceira, ideográfica, resulta de uma associação de símbolos pictográficos com objetos e ideias. Nesta fase os signos se empregam cada vez mais na representação de ideias, numa progressiva separação da estrutura do objeto que tenciona comunicar e a modelação cada vez mais simbólica que aproximará no signo alfabético, na escritura. A expressão ideográfica serviu para as formas primitivas de relatos, tal como podemos valorar na escritura ideográfica das culturas pré-colombianas ou mesopotâmicas, ainda que o máximo tipo cultural deste sistema de comunicação foi a escrita hieroglífica dos egípcios. A última, fonética, se estabelece quando o signo representa um som, fora das palavras inteiras, de sílabas ou do que depois chamamos letras, como unidade fonética menor. A invenção do alfabeto foi o ponto máximo da codificação da comunicação e foi propiciada precisamente por aqueles povos de maior desenvolvimento social e de maior inter-relação comercial com outros povos. O alfabeto representou uma chave de intercomunicação e ao mesmo tempo um aríete de penetração cultural em mãos dos povos da antiguidade criadores das primeiras rotas de comércio marítimo e terrestre.

  

O sistema social condiciona o sistema de comunicação. A comunicação vem unida à existência da mudança de mercadoria e à busca incessantemente de matérias-primas que já mobilizou aos antigos. As rotas comerciais e de expansão imperial depredatória da Antiguidade foram autênticos canais informativos, lentos e precários, que abasteceram aos homens de um conhecimento aproximado dos limites do mundo e das tentações dos outros considerados desde cada particular forma etnocêntrica do indivíduo na sociedade. A rota do Cabo, contornando África, viria a ser explorada pelos Holandeses, e outras potências europeias. As rotas das especiarias passavam por intermediários antes de serem revendidos na Europa medieval. Era um tempo de medo. Há mil anos, na mesma Europa que agora se prepara para ingressar, próspera e unida como nunca, no terceiro milênio do calendário cristão, os homens viviam socialmente o pior dos mundos. O irreversível desmoronamento, século após século, do que ainda restava da civilização greco-romana, depois sucedeu-se do fim do Império Romano do Ocidente, no século V, transformara o território europeu em campo de batalha onde gerações sucessivas se guerreavam interminavelmente - visigodos e vikings, bretões e saxões, vândalos e ostrogodos, magiares e eslavos, um sem-fim de povos que não por acaso entraram para a História sob a denominação coletiva de “bárbaros”.  Além da violência simbólica e física das religiões, a miséria, a ignorância e a superstição recobriam a Europa na marca do ano 1000. Os proprietários de terras transformavam seus domínios em unidades autônomas, com fortificações feitas de árvores e espinheiros e habitações cercadas de paliçadas. Registrou um observador do ano 888: - “Cada qual quer se fazer rei a partir das próprias entranhas”. A cidade, como sede da política e da administração, centro do comércio e do conhecimento, à maneira de Roma, e comparativamente, Atenas ou Alexandria na Antiguidade clássica, inexistia na paisagem ocidental desse período.

Havia historicamente burgos descendentes dos centros logo fundada pelos conquistadores romanos, como também ajuntamentos de um punhado de milhares de almas, nascidos da presença, nas proximidades, de um mosteiro ou de um vale fértil, ou do fato de se situarem no centro de uma região dominada por um príncipe. Nada, porém, que se comparasse a Constantinopla (Istambul), capital do Império Romano do Oriente, com suas centenas de milhares de habitantes, abastado comércio e porto movimentado. Há cerca de mil anos, amplas extensões do continente europeu eram constituídas de florestas um mundo sombrio, estranho e ameaçador aos homens que construíam povoados, cultivavam cereais e criavam gado em grandes clareiras nas suas cercanias, numa economia de pura subsistência, da mão para a boca. A construção de castelos, abadias e mosteiros ocupava igualmente muitos braços. Mas o principal motor da atividade econômica era a guerra: a necessidade de produzir armas, acumular provisões para a tropa e pagar os mercenários em metal sonante estimulava o comércio. Perigos reais, como os animais selvagens, e terrores imaginários historicamente constituídos na Europa, como monstros e demônios, espreitavam os aldeões que adentravam a mata em busca de carne de caça e de mel, a única fonte extrativista de açúcar dos europeus de então. Entretanto, vista pelos olhos de hoje, a vida cotidiana tinha tons de pesadelo.

A culpa, por outro lado, se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. O processo de identificação e atribuição de culpa refere-se à descoberta de quem determinou o primeiro ato ilícito ou prejudicial, e pode se dar em três planos da atividade analítica: subjetivo, intersubjetivo e objetivo. No sentido subjetivo, a culpa é um sentimento que se apresenta à consciência quando o sujeito avalia seus atos de forma negativa, sentindo-se responsável por falhas, erros e imperfeições. O processo pelo qual se dá essa avaliação é estudado pela Ética, a disciplina filosófica que estuda os fundamentos da ação moral, procurando justificar a moralidade de uma ação e distinguir as ações morais das ações imorais e amorais e pela formação em Psicologia, que trata, estuda e analisa os processos mentais e comportamentos de indivíduos e grupos humanos em diferentes situações. A psicologia, do ponto de vista técnico-metodológico, tem como objetivo a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios universais, como pelo case study específico, e tem, segundo alguns analistas, objetivo final o benefício geral da sociedade. Um pesquisador ou profissional desse campo de atividade é reconhecido como psicólogo, podendo ser classificado como cientista social, comportamental ou cognitivo. A função dos psicólogos é tentar compreender o papel das funções mentais no comportamento individual e socialmente, e também, simultaneamente, os processos fisiológicos e biológicos que acompanham os comportamentos e funções cognitivas.

   

             Entretanto, o sentido religioso de culpa, pelo qual um ato da pessoa recebe uma avaliação negativa da divindade, por consistir na transgressão de um tabu ou de uma norma religiosa. A sanção religiosa é um ato social, e pode corresponder a repreensão e pena objetivas. De outra parte, a culpa religiosa pode compreender também um estado psicológico, existencial e subjetivo, que propõe a busca de expiação de faltas ante o sagrado como parte da própria experiência religiosa. O termo pecado, por exemplo, está geralmente ligado à culpa, no sentido religioso, sendo a culpa consequência do pecado cometido e arrependido por quem o cometeu. Por outro lado, a religião, principalmente neste caso o cristianismo, trata solenemente a culpa como um sentimento necessário ao arrependimento e a melhoria pessoal do infrator pois o mesmo alcança a mudança apenas se reconhecer como inadequado o ato cometido. Conforme II Coríntios, capítulo 7, verso 10, a culpa ou tristeza leva ao arrependimento para a salvação daquele que está amparado por Deus ao contrário do indivíduo, que sem este amparo, tem a culpa ou tristeza proveniente do mundo que o leva da realidade para a morte. A consequência da culpa poderá ser a mudança pessoal amparada por Deus que nos livra do pecado e das dores ou a autopunição consciente ou inconsciente daquele que carrega consigo toda a sua culpa.

O sentimento de culpa tem como representação o sofrimento humano obtido após  reavaliação de um comportamento passado tido como reprovável por si mesmo. A base deste sentimento, do ponto de vista psicanalítico, é a frustração causada pela distância entre o que não fomos e a imagem criada pelo superego daquilo que achamos que deveríamos ter sido. Há também outra definição para “sentimento de culpa”, quando se viola a consciência moral pessoal, ou seja, quando pecamos e erramos, surge o sentimento de culpa. Para a psicologia humanista-existencial, especialmente a da linha de pesquisa rogeriana, a culpa é um sentimento como outro qualquer e que pode ser “trabalhado” terapeuticamente ao se abordar este sentimento com aquele que sofre. Para esta linha de raciocínio de Psicologia, um sentimento como esse, quando chega a ser considerado um obstáculo por aquele que o sente, é resultado de um inadequado crescimento pessoal, mas não é considerado uma psicopatologia. Para os teóricos rogerianos, todas as pessoas têm uma tendência a atualização que se dirige para a plena auto realização; o sentimento de culpa pode ser apenas limitação momentânea no processo de auto realização.

É bastante concebível que tampouco o sentimento de culpa produzido pela civilização seja percebido como tal, mas que em grande parte permaneça inconsciente, ou apareça como uma espécie de mal-estar, uma insatisfação, para a qual as pessoas buscam outras motivações. As religiões nunca desprezaram o papel desempenhado na civilização pelo sentimento de culpa. O sentimento de culpa, a severidade do superego, é, portanto, o mesmo que a severidade da consciência. É a percepção que o ego tem de estar sendo vigiado dessa maneira, a avaliação da tensão entre os seus próprios esforços e as exigências do superego. É o ponto-chave do ensaio “Mal-estar na Civilização” de Sigmund Freud, um médico neurologista criador da psicanálise. Freud, como se tornara reconhecido, nasceu em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, pertencente ao Império Austríaco, atualmente, a localidade é denominada Příbor, e pertence à República Tcheca. Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose no tratamento de pacientes com histeria, como forma de acesso aos seus conteúdos mentais. 

Isto posto, introdutoriamente para facilitar a leitura temática e a história social de Manchester à Beira-Mar, lembramos ela se passa no Condado de Essex e tem como representação social “um homem que cuida de seu sobrinho adolescente após a morte do pai do garoto”. A área atualmente da Essex foi ocupada antes da chegada e ocupação dos romanos pela tribo celta dos trinobantes. Uma disputa entre eles e os catuvelaunos teve como utilidade de uso e como desculpa à invasão romana de Júlio César em 54 a.C. Em 43, o imperador Cláudio (41–54) conquistou a capital trinobante Camuloduno (atualmente Colchester), que seria capital da Britânia romana, mas em 60-61 Boudica conduziu uma fracassada revolta contra a autoridade romana com ajuda de icenos e trinobantes, mas que conseguiu destruir Camuloduno. O nome Essex deriva historicamente do Reino de Essex que, segundo a tradição inglesa foi fundado por Escuíno em 527, ocupando o território ao Norte do rio Tâmisa e a Leste do rio Lea. Em 825, fez parte do Reino de Wessex e mais tarde foi cedida pelo Tratado de Wedmore aos viquingues daneses da Lei Danesa. Em 991, a Batalha de Maldon resultou na derrota completa dos anglo-saxões pelos viquingues e é rememorada no poema A Batalha de Maldon. Manchester é uma cidade do Reino Unido, no Noroeste da Inglaterra.

     

A aglomeração urbana de Manchester tem cerca de 3,6 milhões de habitantes, a segunda cidade mais populosa da Inglaterra, que inclui outras cidades e áreas no condado, e é chamada Grande Manchester. A cidade é um centro industrial, econômico, e muitas companhias têm as sedes administrativas no centro da cidade ou num parque industrial ao este do centro, Trafford Park. Tem origem num povoado céltico e foi designada de Mancunium pelos antigos romanos e, por isso, os habitantes são chamados de Mancunians em inglês. Manchester teve um papel primordial na Revolução Industrial: foi aqui aplicada a máquina a vapor à indústria têxtil pela primeira vez em 1789. A primeira máquina a vapor relatada, foi a eolípila, também chamada de “bola de vento”, criada por Heron de Alexandria no século I. Em 1698, Thomas Savery (1650-1715), engenheiro militar inglês, criou um motor que leva seu nome que poderia ser utilizado dentro das fábricas, sendo considerado uma das evoluções iniciais da revolução industrial. Em 1712, Thomas Newcomen (1663-1729) projetou uma nova máquina que poderia ser utilizada dentro de minas de carvão, a qual, apesar de mais lenta que as anteriores, podia tanto elevar água quanto cargas mais pesadas e tinha um custo de capital muito menor, uma vez que substituía os cavalos que eram usados no trabalho. Em 1769, Joseph Cugnot criou um triciclo movido a vapor, que é considerado o primeiro carro a vapor construído.  

O veículo de Cugnot envolveu-se naquele que é tido como “o primeiro acidente rodoviário motorizado da história”. Todavia, foi no ano de 1777 que o motor a vapor mais importante foi criado, quando James Watt (1736-1819), fabricante de instrumentos londrino, aperfeiçoou o motor a vapor de Newcomen. Após perceber uma falha no projeto da mesma, que era o tempo gasto, demasiadamente elevado, para ter o aquecimento, tanto do vapor quanto do combustível, em um mesmo cilindro. melhorando o projeto, criou assim um segundo cilindro. A primeira linha férrea de passageiros foi também construída aqui, ligando a cidade com Liverpool em 1830. Está ligada desde 1894 por um canal ao mar. A Instituição para a estatística nacional do Reino Unido não recolhe os dados econômicos para a cidade de Manchester sozinha, mas em conjunto com quatro outros distritos metropolitanos, a saber: Salford, Stockport, Tameside, Trafford, em uma área geográfica denominada de Greater Manchester South. A economia teve um crescimento relativamente forte entre 2002 e 2012, crescimento econômico de 2,3% acima da média nacional. Com um PIB de $ 88,3 bilhões a economia metropolitana é a terceira maior no Reino Unido. É classificada como uma cidade beta mundial pela Globalization and World Cities Research Network. Como a economia do Reino Unido continua a se recuperar da “desaceleração” experimentada em 2008-2010, como de resto no mundo, Manchester compara-se favoravelmente em relação a outras de acordo com os últimos números.

Em 2012 é demonstrado o crescimento anual o mais forte no estoque de negócio (5%) de todas as cidades do núcleo. A cidade experimentou um aumento relativamente forte no número de falências empresariais, o maior aumento de todas as cidades-núcleo, no entanto, isso foi compensado pelo crescimento em novos negócios que resultou em um forte crescimento líquido. A liderança cívica de Manchester tem uma reputação de perspicácia empresarial. Possui dois dentre os quatro aeroportos mais movimentados do país e usa seus ganhos econômicos e financeiros para financiar projetos locais. Enquanto isso, o relatório de competitividade alternativa da KPMG, é uma rede global de firmas independentes que prestam serviços de consultoria, auditoria e impostos. É uma das maiores empresas de auditoria do mundo, quando relatou que em 2012 Manchester teve o 9º menor custo tributário de qualquer cidade industrializada no mundo e a devolução de impostos chegou mais cedo a Manchester do que qualquer outra cidade britânica: ela pode manter metade do extra Impostos que obtém de investimento de transporte. O relatório de competitividade alternativa da KPMG descreve Manchester como a cidade mais acessível da Europa, com um ranking ligeiramente melhor do que as cidades holandesas, Rotterdam e Amsterdam, que têm um custo de vida inferior a 95.

Manchester é uma cidade de contraste, onde alguns dos bairros mais pobres e mais afluentes do país podem ser encontrados. De acordo com os índices 2010 de “privação múltipla”, Manchester é o quarto conselho municipal mais privado na Inglaterra. O desemprego ao longo de 2012-13 teve uma média de 11,9%, superior à média nacional, mas inferior a algumas das outras grandes cidades comparáveis ​​do país. Por outro lado, Greater Manchester é o lar de “mais multimilionários do que em qualquer lugar fora de Londres, com a cidade de Manchester ocupando a maior parte da contagem”. Em 2013 Manchester ficou em 6º lugar no Reino Unido para a qualidade de vida, de acordo com uma classificação das 12 maiores cidades do Reino Unido. As mulheres se saem melhor em Manchester do que no resto do país em termos de igualdade de remuneração para os homens. A diferença salarial por horas trabalhadas é de 3,3%, em contraste com 11,1% para a Grã-Bretanha. 37% da população em idade de trabalhar em Manchester têm qualificações de grau em contraste com a média de 33% em outras cidades principais, embora as escolas under-perform ligeiramente quando comparado à média nacional. Manchester tem o maior mercado de escritórios no Reino Unido fora de Londres de acordo com GVA Grimley com uma captação de escritório trimestral (média em 2010-14) de aproximadamente 250 000 pés quadrados - equivalente à captação de escritório trimestral de Leeds, Liverpool e Newcastle combinado e 90 000 pés quadrados mais que o rival mais próximo Birmingham. O forte mercado de escritórios em Manchester tem sido em parte atribuído à Northshoring (“deslocalização”), que implica a deslocalização ou criação alternativa de postos de trabalho fora do superaquecido Sul para áreas onde o espaço de escritório é possível e mais barato o mercado de trabalho não pode ser saturado. 

Bibliografia Geral Consultada.

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