“Não há paixão que não seja irracional, mas não há irrazão irreconciliável com a Razão”. Friedrich Hegel
No início da Idade Média, a Gotland gozava de considerável autonomia. Seus camponeses e comerciantes com a cidade de Visby como centro estavam unificados e orientados para o comércio marítimo com o Leste. Todavia, um conflito crescente entre os comerciantes alemães de Visby e os grandes camponeses da ilha acabou por fazer deflagrar uma guerra civil. O rei sueco Magnus Ladulås interveio em 1288, permitindo a vitória de Visby e assegurando ao mesmo tempo o domínio da Suécia. No século XIII e XIV, a Gotland teve o seu período de riqueza e poder, integrada no círculo da Liga Hanseática, composta por vários círculos, entre eles o Círculo Sórbio e Pomerano, o Círculo Saxônico, Turíngia e Brandeburgo, e o Círculo da Suécia, objeto de breve reflexão cinematográfica, e por certo, Polônia, Prússia e Livônia. A Liga Hanseática representou uma aliança comercial de cidades do Norte da Europa, que existiu entre os séculos XII e XVII. A sua formação foi inspirada na Hansa Teutônica, uma associação entre as cidades de Hamburgo e Lübeck. Em 1361, a Gotland passou a ser dinamarquesa, quando o rei Valdemar Atterdag (1320-1375) conquistou a ilha, pondo fim ao período político de prosperidade e grandeza. Embora formalmente possessão dinamarquesa, a ilha foi assediada na esfera política e até conquistada por vários invasores estrangeiros. No filme Kärlek fårever (2025), dirigido pelo cineasta Staffan Lindberg, um casal de Estocolmo planeja se casar na ilha paradisíaca, mas as imposições da família, a base de tudo, transformam o grande dia num desastre.
Os planos dos estocolmosos Hanna e Samuel de um casamento íntimo no campo em Gotland são destruídos por familiares e amigos. Estrelando: Matilda Källström, Charlie Gustafsson, Doreen Ndagire. Gotland representa a maior ilha da Suécia e do mar Báltico. Filmado em Estocolmo, mesmo ambientado na já mencionada ilha, o lugar parecia ter mais história pra narrar, mas trava numa ideologizada e rebatida rivalidade sobre costumes entre o divisor campo e a cidade. Durante a época Viking, o Gotland foi um ponto importante de comércio com inúmeros tesouros cobiçados, mas nesse filme, longe de grandes contextos, se resume a uma região limitada e simples com a economia baseada na agricultura. Estocolmo é a capital e maior cidade da Suécia. Sua localização geográfica, centrada em 19 ilhas e ilhotas na saída do lago Mälaren para o mar Báltico, juntamente com a área continental circundante, pertencente às províncias da Uppland e da Södermanland, e tem sido historicamente importante. É o maior e mais importante centro urbano, cultural, político, financeiro, comercial e administrativo da Suécia desde o século XIII. É sede do governo sueco do Riksdagen, o parlamento nacional do país, além de ser a residência oficial dos membros da monarquia sueca. Tem uma população demográfica em torno de 1 617 407 habitantes (2021), abrangendo não só a comuna de Estocolmo, mas também as extraordinárias comunas de Nacka, Solna e Sundbyberg. Representa a sede pari passu da comuna de Estocolmo, a capital do condado e a sede da diocese mais importante de Estocolmo. Entretanto, em 1645, a Gotland foi recuperada, pela Paz de Brömsebro, passando a ser sueca.
Este tratado pôs fim à Guerra de Torstenson, um conflito que havia arrebentado em 1643 e estava inserido no conflito global da Guerra dos Trinta Anos. As negociações tiveram lugar em Brömsebro, entre Axel Oxenstierna (1583-1654) pela Suécia e Corfitz Ulfeldt (1606-1664) pela Dinamarca, dirigidas pelo diplomata francês Gaspard Coignet de la Thuillerie (1597-1653), tendo como observadores os representantes de Portugal, Liga Hanseática, Stralsund e Mecklenburg. Em 1658, o Tratado de Roskilde endureceu os termos acordados em Brömsebro. Está situada a 90 km ao Leste da Suécia, assim como a 130 km a Oeste da Letônia e 600 km ao Norte da Polônia. A ilha é sobredeterminada ao mesmo tempo pela província histórica da Gotlândia (Gotland), o condado da Gotlândia (Gotlands län), e a comuna de Gotlândia (Gotlands kommun). Pertencem ao domínio da Gotlândia as ilhas de Fårö e Gotska Sandön ao Norte, e as ilhas Stora Karlsö e Lilla Karlsö a Oeste. A antiga cidade de Visby é simultaneamente capital da província histórica, ibidem, do condado e sede da comuna. É uma urbe hanseática fundada no século X, rodeada de muros medievais praticamente intactos, e dispondo de vários edifícios cult e históricos. Em 1678, Johan Cedercrantz foi nomeado governador (landshövding) do Condado da Gotlândia. A Princesa Leonor da Suécia é a duquesa de Gotlândia, título que lhe foi oferecido pelo avô, o Carlos XVI Gustavo, em honra de nascimento. É um grande rochedo planáltico de calcário predominante, em pleno Mar Báltico, a cerca de 90 km da Suécia continental. Tem comprimento de 170 km e largura de 50 km. Através de tempos históricos, vagas e os ventos metereológicos modelaram falésias (raukar) e grutas ao longo das costas da ilha. Seu ponto mais alto é Lojsta Hed de 83 metros last but not least do nível do mar. Atrações são Visby Ruínas de igrejas góticas, Catedral de Santa Maria, Campos de flores, Quintas onde ovelhas vagueiam pelos prados e um Mar azul emoldurado por pedras brancas.
A Suécia é uma monarquia constitucional parlamentarista, em que o chefe de Estado é um monarca, com poderes e funções sociais meramente oficiais e cerimoniais. O atual rei é Carlos XVI Gustav da Suécia desde 1973. Foi o único filho homem do príncipe Gustavo Adolfo, Duque da Bótnia Ocidental, e sua esposa, a princesa Sibila de Saxe-Coburgo-Gota. Seu pai morreu quando ele tinha menos de um ano de idade, fazendo de Carlos Gustavo o herdeiro e depois sucessor de seu avô, o rei Gustavo VI Adolfo (1882-1973). Sua herdeira aparente é a princesa Vitória, Princesa Herdeira da Suécia, a sua primeira filha com a sua esposa, a rainha consorte Sílvia Sommerlath. Vitória ascendeu a princesa herdeira, passando à frente de seu irmão Carlos Filipe, Duque da Varmlândia, em 1º de janeiro de 1980, depois de aprovada uma nova lei estabelecendo a primogenitura absoluta. A herdeira sueca é a princesa Vitória, Princesa Herdeira da Suécia, a primogênita do rei, a primeira na linha de sucessão matrilinear ao trono sueco. A governação do país é efetuada pelo governo, liderado pelo primeiro-ministro, e respondendo perante o parlamento. O atual primeiro-ministro é Kjell Stefan Löfven do Partido Social-Democrata, desde 3 de outubro de 2014. O Governo Löfven é representado pela coligação do Partido Social-Democrata com o Partido Verde. Entre o começo de 2012 e o fim de 2014, ele foi o líder no âmbito da formação partidária oposocionista e líder do seu partido. Após as eleições gerais é nomeado primeiro-ministro, liderando um governo de coalizão com o Partido Verde.
Ele foi confirmado para um segundo mandato em 18 de janeiro de 2019 após longas negociações depois da inconclusiva eleição de 2018, com o impasse resultante resolvido devido à abstenção dos membros do Partido do Centro, do Partido de Esquerda e dos Liberais. Stefan Löfven nasceu em Estocolmo, mas foi adotado por uma família de trabalhadores humildes em Sollefteå. Aos 13 anos, funda a associação da Juventude Social-Democrata Sueca (SSU). Depois de realizar dois anos do Ensino Médio, Löfven estudou Serviço Social na Universidade de Umeå, tendo abandonado os estudos de um ano e meio. Em seguida um curso prático de soldadura de 48 semanas em Kramfors. Depois de ter trabalhado nos correios e numa serração, Löfven esteve empregado como soldador na empresa de fabrico de material de guerra em Örnsköldsvik entre 1979 e 1995, Desde então, foi ativo politicamente no poderoso Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos (IF Metall), um dos maiores sindicatos do país, e importante organização do movimento operário social-democrata, tendo sido presidente no período 2006-2012, eleito líder dos Social-Democratas, numa conferência interna organizada da direção do partido. Em outubro de 2014, tomou posse como Primeiro-Ministro do Governo Löfven. Isto é, formado com as eleições legislativas, em que os partidos “verde-vermelhos” obtiveram 158 assentos, e superando a Aliança pela Suécia, que atingiu 142 assentos.
Os
Sociais-Democratas, saíram vitoriosos nas eleições gerais de 2014 na Suécia,
conquistando 31% dos votos. Löfven anunciou que pretendia formar uma coligação
governamental com o Partido Verde, e ter uma colaboração pontual com outros
partidos, tendo indicado à esquerda o Partido da Esquerda, e à direita o
Partido do Centro e o Partido Liberal. Igualmente, tencionava manter alguns
amplos acordos parlamentares, incluindo os conservadores Partido Moderado e
Partido Democrata-Cristão. Apesar de o Governo Löfven ter sido aprovado pelo
Parlamento, a proposta de Orçamento do Estado foi vencida pela proposta da
oposição pela aliança política de centro-direita e viabilizada pelo Partido dos
Democratas Suecos de extrema-direita, tendo Stefan Löfven convocado novas eleições
para março do ano seguinte. O país tem de 10 milhões de habitantes. Seus
habitantes, por extensão, se denominaram primitivamente burgensis, burgari
- burgueses - termo atestado pela primeira vez de forma corrente no século
VIII. Com a conquista normanda da Inglaterra o termo bürg foi importado
e aparece no século XII como bury, borough, burgh,
denominando uma cidade. Aparece na mesma época também no norte do Reino
da França. O conceito é associado ao de cidadania, cujas origens históricas
estão na Antiguidade. Tanto na Grécia como, analogamente em Roma organizaram suas sociedades
urbanas de maneira a integrar um corpo de cidadãos, bem
definido, estruturalmente regidos por leis e detinham direitos civis e políticos, não atribuídos a outras classes.
Após a queda do Império Romano as cidades entraram em declínio comercial e a população se ruralizou em larga proporção. No processo social e de comunicação através de crescimento dos burgos o estatuto de cidadão adquiriu uma base jurídica diferenciada. Passou a ser exclusivo dos habitantes livres, ou homens livres do servilismo ou escravidão, e capazes de exercer direitos especiais. A este grupo social específico, apenas, ficou restrito o uso do termo burguês, um sinônimo de cidadão. Outros residentes dos burgos passaram a ser chamados no idioma alemão: Lumpen-proletariat (lumpen, “trapo, farrapo” + proletariat, “proletariado”), ou “lumpesinato”, ou ainda “subproletariado”, designando na economia política marxista, a população situada socialmente abaixo do nível do proletariado, do ponto de vista das condições sociais de vida e de valor-trabalho, formada por frações pobres de miseráveis, não organizadas do proletariado, não apenas destituídas de recursos econômicos, mas também desprovidas de consciência política e de classe social, não sendo suscetíveis de servir aos interesses particulares tradicionalmente da burguesia. Em 1979, tornou-se membro da Comissão Norte-Sul da Organização das Nações Unidas, encarregada de melhorar as relações de produção entre países industrializados e os países do chamado 3º Mundo. Historicamente como presidente da Comissão das Nações Unidas para Questões de Desarmamento e Segurança, lutou a partir de 1981 por uma Escandinávia livre de armas atômicas.
Em 1982 a social-democracia conseguiu, entretanto, recuperar o controle do
governo. De volta ao poder em 1982, Olof Palme passou 2 anos trocando
acusações com a União Soviética, devido à presença de submarinos em
águas territoriais suecas, desta vez sem esquecer a política interna. Com uma
desvalorização da coroa sueca e uma série de medidas drásticas, seu governo
conseguiu retomar as rédeas da economia. A mudança das relações
políticas e partidárias fez com que a organização da Suécia,
apesar da manutenção de um consolidado sistema pluripartidarista, se
aproximasse do sistema de contradição e oposição exequível
do bipartidarismo anglo-saxão com mediações um bloco liberal oposto
ao socialista. Mas a Suécia continua a
ser uma economia pujante com um Estado Social que é repensado
através de suas lutas sociais e políticas, à medida das capacidades da economia
sueca e não de certas e determinadas correntes ideológicas que fazem lobby
junto do poder e usam sindicatos como “correias de transmissão” dos partidos,
como é lugar-comum em Portugal e outros países continentais do Sul da Europa. O
bipartidarismo nasce após a Revolução Francesa, referenciando a contradição dialética dos contrários. Com maior ou menor êxito popular, implantando parlamentos bipartidaristas, que se apresentaram quase sempre, ou dois blocos rivalizam estrategicamente entre conservadores e liberais.
Uma
interpretação comum, mas errônea do Estado Social na Suécia, é a ideia de representação
social de que este foi o resultado político de um produto exclusivo da chamada “esquerda”
e que anteriormente a penetração do ideário socialista que germinaram no século
XIX, em verdade não existia qualquer tipo de Estado Social nesse país. Na
realidade, foi a Igreja sueca que lançou as primeiras pedras na construção do
Estado Social sueco, quando esta instituiu em 1734 “a obrigação de cada
paróquia ter um asilo para os mais desfavorecidos e economicamente
carenciados”. O sistema eleitoral dessa instituição cristã é único no
mundo. A cada quatro anos, de forma contumaz, os cidadãos filiados à igreja
elegem uma espécie de Parlamento da Igreja Sueca (“Svenska kyrkan”), que é
majoritariamente a organização religiosa do país. Esse Parlamento é composto
tanto por representantes do clero, como por representantes leigos, e tem o
poder de decidir não só questões mundanas, como a reforma das paróquias e o
valor de doações a países pobres, mas também assuntos de ordem teológica, mas
também de ordem sociológica, a exemplo do casamento entre pessoas do mesmo
sexo, aprovado pela Igreja Sueca em 2009. Na segunda metade do século XIX a
Suécia manteve-se economicamente um país ainda pobre e subdesenvolvido
no quadro de laissez-faire da Europa ao qual tinha iniciado a sua
industrialização nos países de economia mais avançados. Até ao início do século
XX a Suécia manteve um crescimento acelerado, do ponto de vista econômico e socialmente contribuindo nas inovações
tecnológicas e esforços técnicos por vários inventores e empreendedores suecos.
Friedrich Hegel define a Fenomenologia como desenvolvimento e cultura, no sentido de afinamento da consciência natural acerca da ciência, isto é o saber filosófico, o saber do Absoluto; por sua vez indica a necessidade de uma progressiva evolução. Em último lugar, Hegel precisa a técnica teórica do desenvolvimento fenomenológico e em que sentido este método é precisamente obra própria da consciência que faz sua aparição na experiência, em que sentido é suscetível de ser repensado em sua necessidade pela filosofia. A lei cujo desenvolvimento necessário engendra todo o universo é a da dialética, segundo a qual toda ideia abstrata, a começar pela de ser considerada no seu estado de abstração, afirma necessariamente a sua negação, a sua antítese, de modo que esta contradição exige para se resolver a afirmação de uma síntese mais compreensiva que constitui uma nova ideia, rica em desenvolvimento, ao mesmo tempo, do conteúdo das duas outras. Se o saber é um instrumento, no sentido de utilidade de uso no âmbito científico, isto supõe que o sujeito do saber e seu objeto se encontram separados; por conseguinte, o Absoluto é distinto do conhecimento: nem o Absoluto poderia ser saber de si mesmo, nem o saber, fora da relação dialética, poderia ser saber do Absoluto. Contra tais pressupostos a existência mesma da ciência filosófica, que conhece efetivamente, é já uma afirmação. É precisamente esta dualidade o que reconhecia Friedrich Schelling quando opunha o saber fenomênico e o saber absoluto, mas não demonstrava os laços entre um e outro.
Uma vez colocado o saber absoluto não se vê como é possível no saber
fenomênico, e o saber fenomênico por sua parte fica separado do saber Absoluto.
Hegel retorna ao saber fenomênico, ao saber típico da consciência comum,
e pretende demonstrar como aquele conduz necessariamente ao saber Absoluto, ou
também que ele mesmo é um saber absoluto que, todavia, não se sabe como tal. Entretanto,
Friedrich Hegel que parte da análise da consciência comum, não podia
situar como princípio primeiro uma dúvida universal que só é própria da
reflexão filosófica. Por isso mesmo ele segue o caminho aberto pela consciência
e a história detalhada de sua formação. Ou seja, a Fenomenologia vem a ser uma
história concreta da consciência, sua saída da caverna e sua ascensão à
Ciência. Daí a analogia que em Hegel existe de forma coincidente entre a
história da filosofia e a história do desenvolvimento do pensamento, mas este
desenvolvimento é necessário, como força irresistível que se manifesta
lentamente através dos filósofos, que são instrumentos de sua manifestação.
Assim, preocupa-se apenas em definir os sistemas, sem discutir as
peculiaridades e opiniões constituídas através dos diferentes filósofos. Na
determinação do sistema, o que o preocupa é a categoria fundamental que
determina o todo complexo do sistema, e o assinalamento das diferentes etapas na vida concreta, bem como as formas que nestas etapas conduzem à síntese
do espírito absoluto.
Ainda
no século XIX, surgem diversas empresas inovadoras, chamadas por Erixon (1996)
de “empresas gênio”. A primeira delas foi a Atlas, mais tarde reconhecida como
Atlas Copco, fundada em 1873. Sua produção econômica foi, inicialmente, voltada
para equipamentos pesados ferroviários, mais tarde entrando no mercado de
compressores de ar e perfuratrizes. Em 1876, é fundada a Ericsson, que instalou
sistemas telefônicos por todo o país. Seu sucesso foi tão grande que, em 1885,
Estocolmo era a cidade com o maior número de telefones instalados em todo o
mundo. No final da década de 1870, surge a Alfa-Laval, empresa que produz
máquinas de laticínios. Em 1891, funda-se a ASEA, produtora de motores de
corrente alternada e de equipamentos de transmissão de energia elétrica de
longa distância. Em 1904, surge a AGA, que em poucos anos torna-se líder
mundial de equipamentos de gás para uso industrial e médico. Por fim, em 1907,
é fundada a SKF, produtora de rolamentos, que também assume rapidamente uma
posição de líder global em seu segmento. O surgimento de empresas como a
Ericsson (1876), a Volvo (1927), a Saab (1937) são alguns exemplos reais
daquilo que foram e representaram nas últimas décadas do século XIX e as
primeiras do século XX para a consolidação da economia sueca. A Suécia deixou
assim de ser apenas mais um país rural e com uma economia baseada quase
exclusivamente na agricultura e pesca, melhor dizendo, em produtos primários da agricultura (e pesca), para se
transformar numa Nação moderna e competitiva pautada por um claro processo de
industrialização mecanizada e urbanização articulada com a demanda social de mercado.
Esta ilha está localizada numa das áreas com maior número de horas de Sol da Suécia. A sua economia distingue-se da economia do restante da Suécia, devido a ter um maior número de pessoas trabalhando no setor agrícola, proporcionalmente cerca de 8%, e um menor número na indústria em torno de 15%. Cerca de metade da força de trabalho está concentrada na área geográfica de Visby. A agricultura é um setor importante, com realce para o cultivo vegetal de beterraba-sacarina, morangos, batatas e cereais. A criação de ovelhas, vacas e porcos está aliada à produção de leite, carne de vaca e de porco. A indústria conta com 10 empresas com mais de 50 empregados, com relevo para a produção metalomecânica, alimentar e de cimento. A Gotlândia é igualmente uma grande atração turística, especialmente no verão. O turismo ocupa umas 2 000 pessoas, recebendo a ilha anualmente mais de 600 000 turistas. A Gotlândia não tem vias férreas desde os anos 1960. Os transportes internos são assegurados por uma rede de entrecruzamentos de linhas de autocarros/ônibus. Visby está ligada por barco a Nynäshamn e Oskarshamn, e avião a Norrköping e Estocolmo continental. A Gotlândia é uma grande atração turística, diversificada especialmente no verão. Tem um dos maiores números de “horas de Sol da Suécia” com cerca de 2000, em Visby e Hoburg.
Para compreender o sistema é necessário começar pela representação, que ainda não sendo totalmente exata permite, no entender de sua obra a seleção de afirmações e preenchimento do sistema abstrato de interpretação do método dialético, para poder alcançar a transformação da representação numa noção clara e exata. Assim, temos a passagem da representação abstrata, para o conceito claro e concreto através do acúmulo de determinações. Aquilo que por movimento dialético separa e distingue perenemente a identidade e a diferença, sujeito e objeto, finito e infinito, é a alma vivente de todas as coisas, a Ideia Absoluta que é a força geradora, a vida e o espírito eterno. Mas a Ideia Absoluta seria uma existência abstrata se a noção de que procede não fosse mais que uma unidade abstrata, e não o que é per se em realidade, isto é, a noção que, por “um giro negativo sobre si mesma, revestiu-se novamente de forma subjetiva”. Metodologicamente a determinação mais simples e primeira que o espírito pode estabelecer é o Eu, isto é, a faculdade de poder abstrair todas as coisas, até sua própria vida. Chama-se idealidade precisamente esta supressão da exterioridade no sentido dialético para a sua explicação metodológica. Entretanto, o espírito não se detém na apropriação, transformação e dissolução da matéria em sua universalidade, mas, sobretudo, enquanto consciência religiosa, por sua faculdade representativa, penetra e se eleva através da aparência dos seres humanos viventes até esse poder divino, uno, infinito, que conjunta e anima interiormente todas as coisas, enquanto pensamento filosófico, como princípio universal, a ideia eterna que as engendra e nelas se manifesta.
Isto
quer dizer que o espírito finito se encontra inicialmente numa união imediata
com a natureza, a seguir em oposição com esta e finalmente em identidade com
esta, porque suprimiu a oposição e voltou a si mesmo e, consequentemente, o
espírito finito é a ideia, mas ideia que girou sobre si mesma e que existe por
si em sua própria realidade. A Ideia absoluta que para realizar-se colocou como
oposta a si, à natureza, produz-se através dela como espírito, que através da
supressão de sua exterioridade entre inicialmente em relação simples com a
natureza, e, depois, ao encontrar a si mesma nela, torna-se consciência de si,
espírito que conhece a si mesmo, suprimindo assim a distinção entre sujeito e
objeto, chegando assim à Ideia a ser por si e em si, tornando-se unidade
perfeita de suas diferenças, sua absoluta verdade. Com o surgimento do espírito
através da natureza abre-se a história da humanidade e a história humana é o
processo que medeia entre isto e a realização do espírito consciente de si. A
filosofia hegeliana centra sua atenção sobre esse processo dialógico e as
contribuições mais expressivas de Hegel ocorrem precisamente nesta esfera, do
espírito. Melhor dizendo, para Hegel, à existência na consciência, no espírito
chama-se saber, conceito pensante. O espírito é também isto: trazer à
existência, isto é, à consciência. Como consciência em geral tenho eu um
objeto; uma vez que eu existo e ele está na minha frente. Mas enquanto o Eu é o
objeto de pensar, é o espírito precisamente isto: produzir-se, sair de si,
saber o que ele é. Nisto consiste a grande diferença: o homem sabe o que ele é.
Logo, em primeiro lugar, ele é real. Sem isto, a razão, a liberdade não são. O homem é essencialmente razão.
O homem, a criança, o culto e o inculto, são razão. Ou melhor, a possibilidade para isto, para ser razão, existe em cada um, é dada a cada um. A razão não ajuda em nada a criança, o inculto. É somente uma possibilidade, embora não seja uma possibilidade vazia, mas possibilidade real e que se move em si. Assim, por exemplo, dizemos que o homem é racional, e distinguimos muito bem o homem que nasceu somente e aquele cuja razão educada está diante de nós. Isto pode ser expresso também assim: o que é em si, tem que se converter em objeto para o homem, chegar à consciência; assim chega para ele e para si mesmo. A história para Hegel, é o desenvolvimento do Espírito no tempo, assim como a Natureza é o desenvolvimento da ideia no espaço. Deste modo o homem se duplica. Uma vez, ele é razão, é pensar, mas em si: outra, ele pensa, converte este ser, seu em si, em objeto do pensar. Assim o próprio pensar é objeto, logo objeto de si mesmo, então o homem é por si. A racionalidade produz o racional, o pensar produz os pensamentos. O que o ser em si é se manifesta no ser por si. Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda atividade humana, não possui nenhum outro interesse além do aquilo que filosoficamente é em si, no interior, podendo manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente. Nesta diferença se descobre toda a diferença na história progressiva do mundo. Os homens são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem: a liberdade. O europeu sabe de si, afirma Hegel, é objeto de si mesmo. A determinação que ele conhece é a liberdade. Ele se conhece a si mesmo como livre. O homem considera a liberdade como sua substância. Se os homens falam mal de conhecer é porque não sabem o que fazem. Conhecer-se, converter-se a si mesmo no objeto (do conhecer próprio) e o fazem relativamente poucos. Mas o homem é livre somente se sabe que o é. Pode-se também em geral falar mal do saber, como se quiser. Mas somente este saber libera o homem. O conhecer-se é no espírito a existência. Portanto isto é o segundo, esta é a única diferença da existência (Existenz) a diferença do separável.
O Eu é livre em si, mas também por si mesmo é livre e eu sou livre somente enquanto existo como livre. A terceira determinação é que o que existe em si, e o que existe por si são somente uma e mesma coisa. Isto quer dizer precisamente evolução. O em si que já não fosse em si seria outra coisa. Por conseguinte, haveria ali uma variação, mudança. Na vida existe algo que chega a ser outra coisa. Na evolução, em essência, podemos também sem dúvida falar da mudança, mas esta mudança deve ser tal que o outro, o que resulta, é ainda idêntico ao primeiro, de maneira que o simples, o ser em si não seja negado. Para Friedrich Hegel a evolução não somente faz aparecer o interior originário, exterioriza o concreto contido já no em si, e este concreto chega a ser por si através dela, impulsiona-se a si mesmo a este ser por si. O espírito abstrato assim adquire o poder concreto da realização. O concreto é em si diferente, mas logo só em si, pela aptidão, pela potência, pela possibilidade. O diferente está posto ainda em unidade, ainda não como diferente. É em si distinto e, contudo, simples. É em si mesmo contraditório. Posto que é através desta contradição impulsionado da aptidão, deste este ser interior à qualidade, à diversidade; logo cancela a unidade e com isto faz justiça às diferenças. Também a unidade das diferenças ainda não postas como diferentes é impulsionada para a dissolução de si mesma. O distinto (ou diferente) vem assim a ser atualmente, na existência. Porém do mesmo modo que se faz justiça à unidade, pois o diferente que é posto como tal é anulado novamente. Tem que regressar à unidade; porque a unidade do diferente consiste em que o diferente seja um. E somente por este movimento é a unidade verdadeiramente concreta. É algo concreto, realmente algo distinto. Entretanto contido na unidade, isto é, no “em si primitivo”. O gérmen se desenvolve assim, e não muda. Se o gérmen fosse mudado desgastado, triturado, não poderia evoluir. Na alma, enquanto determinada como indivíduo, as diferenças estão enquanto mudanças que se dão no indivíduo, que é o sujeito uno que nelas persiste e, segundo Hegel, enquanto momentos do seu desenvolvimento.
Bibliografia
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