quarta-feira, 20 de setembro de 2023

The Train Street – O Trem Passa & O Comércio Recua em Hanói.

                                                                                                            “A vida é o trem, não a estação”. Paulo Coelho

      

          A História do Vietname começou há cerca de 2700 anos. Os chineses dominaram  o Vietname diretamente durante grande parte do período entre 207 a.C. até 938, quando os vietnamitas recuperaram a sua Independência. Apesar disso, Vietname permaneceu um Estado tributário da China, mas conseguiu repelir desde então as invasões chinesas, bem como três invasões dos mongóis, entre 1255 e 1285. O imperador Trần Nhân Tông (1258 – 1308) foi o terceiro imperador da dinastia Trần en Vietnam. Decidiu pacificamente tornar o Vietname um Estado tributário da dinastia Yuan, para evitar novos conflitos sociais com os mongóis. A sua Independência terminou na segunda metade do século XIX, quando o país foi colonizado pela França. Durante a 2ª guerra mundial (1939-1945), o Japão ocupou o Vietname, embora mantendo a “máquina administrativa colonial” francesa durante a ocupação. Após a guerra, a França tentou restabelecer o seu domínio colonial, mas falhou na Primeira Guerra da Indochina (1946-1954). Os Acordos de Genebra dividiram o país em Vietname do Norte e Vietname do Sul. Os tratados foram elaborados durante quatro Convenções de Genebra que aconteceram de 1864 a 1949. Ao invés da reunificação pacífica, a divisão do país levou à Guerra do Vietnã (1955-1975). A República Popular da China e a União das Repúblicas Socialistas Soviética apoiaram o Vietname do Norte, enquanto que os Estados Unidos da América apoiaram o Vietname do Sul. Após a morte de milhões de vietnamitas, a guerra finda com a queda de Saigon para o Norte em abril de 1975.

No Apêndice: Introdução à Edição de 1968, Norbert Elias (2011: 207) com o objetivo de esclarecer observações colhidas nas sociedades modernas sobre o controle das emoções, agimos na suposição tácita de que é possível elaborar teorias sobre as estruturas emocionais do homem em geral, com base no estudo de pessoas em uma sociedade específica que poderia ser observada. Não obstante, há numerosas observações relativamente acessíveis indicando que podem diferir o padrão e o modelo de controle das emoções em sociedades que se encontrem em diferentes estágios de desenvolvimento, e mesmo em diferentes estratos da mesma sociedade. Se estamos ou não interessados no desenvolvimento de países europeus, que prossegue há séculos, ou naquele dos chamados “países em desenvolvimento”, o fato é que deparamos com frequência com observações que dão origem à seguinte pergunta: como e porque, no curso das transformações da sociedade, que ocorrem em longos períodos de tempo e em determinada direção e significativa para as quais foi adotado, desde  Hegel, o termo “desenvolvimento”, produzem a afetividade e de experiências humanas, o controle das emoções individuais por limitações externas e internas, e, assim as estruturas de todas as formas de expressão, são alterados em uma direção particular? 

            A epígrafe em questão do escritor Paulo Coelho, nascido no Rio de Janeiro, em 1947, descreve a sua chegada à Vladivostok, capital do Extremo Oriente russo, no fim de uma viagem que começou no dia 15 de maio, em Moscou. Percorreu o mesmo caminho de Solzhenitsyn, prêmio Nobel de Literatura em 1970, que depois de um exílio de 29 anos decidiu voltar com sua família à Rússia saindo de Vladivostok a bordo do Transiberiano para entrar em contato com o povo do país. - Sempre associei a Sibéria a um cárcere. Sempre pensei que a Sibéria era só frio e mistério, mas também há casais que se beijam na rua e telefones celulares. lembrou ainda o 32º aniversário de sua prisão pela ditadura brasileira, em 1974, período no qual Coelho foi um ativo dissidente. - Espero que esses tempos terríveis relatados por Solzhenitsyn não voltem jamais. Atualmente, a Rússia é um grande país, livre e democrático. Longa vida à Rússia - declarou. Assim como o dissidente russo, o escritor Paulo Coelho entrou no coração da Sibéria e desceu do trem para se encontrar com seus leitores em Yekaterimburgo (Urais), Novosibirsk, Irkutsk e Jabarovsk, além de ter passado dois dias descansando no lago Baikal e de ter percorrido de barco o rio Amur, fronteira natural entre a Rússia e a China. Paulo Coelho, que havia tentado, em vão, percorrer a Transiberiana em 1982, criou um link para que os leitores pudessem acompanhá-lo em sua viagem pela extensa Sibéria.

A Cidade de Ho Chi Minh representa o ponto de partida quando foi criada pela pequena vila de pescadores Nokor Prey, ou Gia Đình. Ambos os nomes Saigon e Ho Chi Minh City aparecem no logotipo oficial da cidade. A área onde se encontra a cidade tinha como representação um pantanal, e era habitada pelos khmers durante séculos antes da chegada dos primeiros vietnamitas. A partir do começo do século XVII, iniciou-se gradualmente a colonização da área por colonos vietnamitas, que habitavam isoladamente a região do Delta do rio Mekong, próximo ao atual Camboja. Em 1623, o rei Chey Chettha II (1573-1628) do Camboja permitiu que refugiados vietnamitas, originalmente da Guerra civil Trịnh-Nguyen, habitassem outras regiões além de Nokor Prey e expandissem a dominação étnica dos vietnamitas sobre a atual região Sul do Vietnã. A Cidade de Ho Chi Minh recebeu vários nomes diferentes na história, refletindo a influência dos diferentes grupos étnicos, culturais e políticos do Extremo Oriente. Na década de 1690, Nguyen Hữu Canh (1650-1700), um nobre vietnamita, foi enviado pelos governantes Nguyen, de Hué, para estabelecer administrações vietnamitas na região do Delta do rio Mekong. Mais de 1,5 bilhão de pessoas, melhor dizendo, com cerca de 40% dos asiáticos que vivem no Extremo Oriente, o que faz dessa região uma das mais populosas do mundo contemporâneo, com uma densidade demográfica de 210 habitantes por km², ou seja, mais de cinco vezes a média mundial.

 O controle social da área da cidade passou para domínio vietnamita, que deu à cidade o nome oficial da Gia Đình. Este nome permaneceu até o momento da invasão e conquista francesa na década de 1860, quando a força de ocupação europeia adotou o nome de Saigon para a cidade, uma forma ocidentalizada do nome tradicional, embora a cidade ainda tenha sido identificada (cf. Li, 2014) em mapas chineses até pelo menos o ano de 1891. Após a tomada comunista no Vietnã do Sul, em 1975, o governo renomeou a cidade para Ho Chi Minh, homenageando o falecido líder norte-vietnamita Hồ Chí Minh. No entanto, permanece o nome informal de Saigon na fala tanto nacional como internacionalmente, especialmente entre a diáspora vietnamita. Em particular, Saigon ainda é utilizado para se referir a um distrito. Conquistado durante o processo civilizatório de ocupação territorial pela França em 1859, Saigon foi influenciada pelos franceses durante a ocupação colonial do Vietnã, e um grande número de edifícios de estilo clássico ocidental e vilas francesas ainda são vistos na cidade. Em 1929, um registro populacional de Saigon revelou uma população de 123 890 habitantes, com um notável destaque para os franceses, que eram 12 100 habitantes na cidade. A partir da década de 1620, Prey Nokôr foi colonizada por refugiados vietnamitas que fugiam da Guerra Trinh-Nguyen, no Norte. Em 1623, o rei Khmer Chey Chettha II (1618–1628) permitiu que vietnamitas se estabelecesse nesta área; e posteriormente, eles chamaram o lugar de Saigon e estabeleceram uma alfândega em Prey Nokôr.

A onda crescente de colonos vietnamitas dominou o reino Khmer – enfraquecido pela guerra com a Tailândia – e lentamente vietnamizou a região. Depois de capturar a cidade durante a Campanha da Cochinchina em 1859, os franceses ocidentalizaram oficialmente o nome tradicional da cidade para Saigon. Desde a época em que o povo vietnamita se estabeleceu aqui, o nome não oficial Saigon ainda é usado na linguagem cotidiana. Além dos documentos oficiais, ainda é a forma mais comum de se referir à cidade no Vietnã, apesar de seu nome oficial ter mudado após o fim da Guerra do Vietnã em 1975. Saigon ainda é reconhecido como Saigon e refere-se ao distrito no centro da cidade. No entanto, algumas pessoas escrevem o nome da cidade como “SaiGon” ou “Saigon” para economizar espaço, ou dar ao nome uma aparência mais ocidentalizada. Além disso, os nomes Saigon e Ho Chi Minh City aparecem no logotipo oficial da cidade. Saigon pode se referir às sumaúmas (algodão) que são comuns em toda a cidade de Ho Chi Minh. Uma explicação plausível comum é que Sai é um empréstimo chinês, que significa “lenha, galho”, enquanto Gon outro empréstimo chinês “vara, vara, caule”, e seu significado tornou-se “algodão” em vietnamita, literalmente “vara de algodão”, mais tarde abreviado para gon. O nome pode ter se originado dos algodoeiros que os Khmer plantaram ao redor de Prey Nokôr, que ainda podem ser vistos no Pagode Cay Mai e arredores. Significados etimológicos de “galho” (sai) e “tronco” (gon) foram utilizados ​​para se referir à questão ecológica da floresta alta e densa que existiu ao redor da cidade, uma floresta cujo nome Prey Nokor do Khmer foi usado para referir-se.

Hanói é a capital e segunda maior cidade do Vietnã. Situa-se no centro da planície do delta do rio Vermelho, a 88 km das costas do golfo de Tonquim, onde está o seu anteporto, Hai Phong. Em 1° de agosto de 2008, ocorreu uma expansão dos limites políticos-administrativos da cidade de Hanói, que passou a cobrir uma área quase 4 vezes maior que a anterior, que na divisão social do trabalho entre cidade e campo com vasta área rural. A área da cidade anterior à expansão era de 921 km² e a população de 3,4 milhões de habitantes no final de 2007. Rodeada por um amplo cinturão agrícola, nos finais do século XX, a cidade registou um próspero desenvolvimento na indústria e no setor terciário. As grandes instalações industriais operam no setor mecânico, das aparelhagens eléctricas, da borracha, químico, cimenteiro, alimentar, têxtil e do vestuário. Importante nó rodoferroviário, Hanói também é servida por um porto fluvial. É o maior centro de educação do país. Estima-se que 62% de todos os cientistas do país estejam vivendo e trabalhando em Hanói. O acesso ao ensino superior é obtido mediante exames de ingresso, que se realizam anualmente e é aberto para todos aqueles que concluíram com sucesso o ensino secundário. A maioria das universidades em Hanói são públicas, mas há anos no mercado da educação têm surgido universidades privadas.

Os vietnamitas haviam proclamado sua Independência em 1945, após uma ocupação francesa e japonesa combinada, e antes da revolução comunista na China. Eles eram liderados por Hồ Chí Minh (1890-1969), um revolucionário, político, escritor, poeta e jornalista vietnamita. Também reconhecido por seu nome de batismo Nguyễn Sinh Cung e pelo pseudônimo Nguyen Ai Quoc, foi um revolucionário e estadista vietnamita. Ele serviu como primeiro-ministro do Vietnã do Norte de 1945 a 1955 e como Presidente de 1945 até sua morte em 1969. Ideológica e politicamente com formação tática e estratégica na guerra de guerrilha marxista-leninista, atuou como presidente e primeiro secretário do Partido dos Trabalhadores do Vietnã. Hồ Chí Minh nasceu na província de Nghệ An, no Vietnã Central. Ele liderou o movimento social de independência de Việt Minh de 1941 em diante. Inicialmente, era um grupo que atuava em todas as partes em células que lutavam pela independência do Vietnã, mas o Partido Comunista ganhou o apoio da maioria depois de 1945. Hồ Chí Minh liderou a República Democrática do Vietnã liderada pelos comunistas em 1945, derrotando a União Francesa em 1954 na Batalha de Điện Biên Phủ, foi uma fase decisiva da Guerra de Resistência Antifrancesa que opôs as forças da União Francesa e do Việt Minh, em Tonkin, entre 13 de março e 7 de maio de 1954, finda a Primeira Guerra da Indochina com a divisão política do Vietnã, com os comunistas no controle social e político do Vietnã do Norte.  

Hồ Chí Minh foi uma figura chave no Exército Popular do Vietnã e o Việt Cộng durante a Guerra do Vietnã, que durou de 1955 a 1975. Ho deixou oficialmente o poder em 1965 devido a problemas de saúde e morreu em 1969. O Vietnã do Norte acabou vitorioso contra o Vietnã do Sul e seus aliados e o Vietnã foi oficialmente unificado em 1976. Saigon, a antiga capital do Vietnã do Sul, Saigon, foi renomeada para cidade de Ho Chi Minh em sua homenagem. Os Estados Unidos, sempre na contramão da história, decidiram apoiar a França na sua reconquista de sua ex-colônia. O ex-imperador, Bao Dai, fez de Saigon a capital do Estado do Vietname, em 1949, como chefe de Estado. Após o movimento Việt Minh ganhar o controle do Vietname do Norte, em 1954, tornou-se comum referir-se ao governo de Saigon como “Vietnã do Sul”. O governo passou a se chamar República do Vietname, quando Bao Dại foi deposto por seu primeiro-ministro, Ngo Dinh Diem, em 1955, em referendo fraudulento. Saigon foi combinada unidade administrativa reconhecida como Djo Thành Sai Gon (Capital Saigon). Na conclusão da Guerra do Vietname, em 30 de abril de 1975, a cidade ficou sob o controle do Exército do Povo do Vietnã. Entre as comunidades da diáspora vietnamita e particularmente os Estados Unidos da América que havia lutado contra os comunistas. Este evento político-ideológico é comumente chamado pela mídia global de “Queda de Saigon”, enquanto a República Socialista do Vietname se refere a ela como a Libertação de Saigon. Em 1976, quando da unificação do Vietname do Norte e Vietname do Sul sob o regime comunista, e a criação da República Socialista do Vietnã, a cidade de Saigon - incluindo a pequena cidade próxima de Cholon, a província de Gia Dịnh e dois bairros suburbanos de duas outras províncias vizinhas, foi renomeada para Ho Chi Minh, em homenagem ao líder comunista Hồ Chí Minh, que veio a falecer em 1969. Entretanto, o antigo nome de Saigon, como vimos, ainda é amplamente utilizado por muitos vietnamitas, especialmente em contextos informais.

O Vietnã reunificado sofreu repressão interna e foi isolado devido à manutenção da chamada Guerra Fria e da invasão vietnamita do Camboja. Em 1986, o Partido Comunista do Vietnã começou as reformas do setor privado semelhantes às da China, tendo um crescimento econômico e ligeira redução na repressão, apesar de ter um aumento de denúncias de corrupção. Dia da Reunificação ou de nome oficial Dia da Libertação Sul para a Reunificação Nacional (Giải phóng miền Nam, thống nhất đất nước) é um feriado público no Vietname que marca o evento quando as forças norte-vietnamitas e Việt Cộng capturaram Saigon, atual cidade de Ho Chi Minh a 30 de abril de 1975. Isto assinalou o fim da Guerra do Vietname, reconhecida em vietnamita como Kháng chiến chống Mỹ cứu nước (Anti-American Resistance War for National Salvation) ou Chiến tranh Việt Nam (“Guerra do Vietname”). Representou o início do período de transição para a reunificação, que ocorreu durante as eleições nacionais para a reunificação a 2 de julho de 1976, quando permitiram que a República do Vietname do Sul e o Vietname do Norte organizassem politicamente os dois países independentes, formando o Vietname dos tempos modernos. Certas partes da comunidade vietnamita ultramarina denominam politicamente de diversas formas: o dia como a “Queda de Saigon”, o “abril Negro” (Tháng Tư Đen), o “Dia Nacional da Vergonha” (Ngày Quốc Nhục) ou last but not least “Dia do Ódio” (Ngày Quốc Hận).

Train Street é o nome turístico da via, oficialmente reconhecida Ngõ 224 Lê Duẩn entre as ruas Le Duẩn e Kham Tien, no centro antigo da cidade. Por ela passa a linha férrea que conecta Hanói à maior cidade vietnamita, Ho Chi Minh. Ngõ 224 Lê Duẩn é um beco estreito no bairro antigo de Hanói, conhecido como “The Train Street”, onde um trem em alta velocidade passa duas vezes ao dia perto de edifícios em ambos os lados dos trilhos. A Indochina francesa foi parte do Império Colonial Francês, do qual foi sua possessão mais rica e populosa. Até o seu desaparecimento, em 1954, reuniu várias possessões no Extremo Oriente: três países do Sudeste da Ásia, Vietnã, Laos e Cambodja, além da porção do território chinês, situada na atual província de Cantão (Guangdong). Esses territórios tinham diferentes estatutos e haviam sido conquistados entre 1858 e 1907 durante a expansão colonialista francesa na Ásia Oriental, tendo como consequência a colônia de Cochinchina, no extremo Sul do Vietnã, os protetorados de Annam e do Tonkin, no Centro e no Norte do Vietnã, o protetorado do Cambodja, o protetorado do Laos e o território chinês de Kouang-Tchéou-Wan, arrendado à França.

Historicamente em 1858, na esfera política o breve período de unificação sob o Império do Vietname terminou com um ataque bem-sucedido em Da Nang pelo almirante francês Charles Rigault de Genouilly (1807-1873), sob as ordens de Napoleão III. Com a missão diplomática de Louis Charles de Montigny (1805-1868), um diplomata francês que atuou na Ásia durante o século XIX, embora tendo falhado, a missão Genouilly foi enviada para interromper as expulsões dos missionários católicos. Suas ordens eram para parar a perseguição de missionários e “garantir a propagação desimpedida da fé”, mas com a utilização da força bruta da política em setembro, 14 navios franceses, 3 000 homens e 300 soldados filipinos fornecidos pelos espanhóis atacaram o porto de Tourane, atual Da Nang, causando danos materiais e humanos significativos, com a ocupação da cidade. Após alguns meses decorridos, Rigault teve de deixar a cidade devido a questões de suprimentos e doenças. O Laos foi introduzido em 1893, e Guangzhouwan em 1900. A capital foi transferida de Saigon (na Cochinchina) para Hanoi (Tonkin), em 1902. A colônia foi administrada pela França de Vichy, ideologicamente com o nome comum do État Français, liderado pelo Marechal Philippe Pétain, durante a Guerra Mundial. Representa a “Zona Livre”, desocupada na parte Sul da França metropolitana e império colonial quando esteve sob ocupação japonesa.    

De 1940 a 1942, enquanto o regime de Vichy era o governo nominal de toda a França, exceto a região da Alsácia-Lorena, os militares alemães ocuparam o norte da França. Enquanto Paris se manteve a capital de jure da França, o governo decidiu mudar-se para a cidade de Vichy, a 360 km ao Sul na Zona Livre, a qual se tornou a capital de fato do Estado francês. A seguir aos desembarques Aliados no Norte da África francês em novembro de 1942, o Sul da França também foi militarmente ocupado pela Alemanha e Itália. O regime de Pétain manteve-se em Vichy constituindo-se como representação de governo nominal da França, embora claramente administrado como Estado cliente de fato da Alemanha a partir de novembro de 1942 em diante. O governo de Vichy manteve-se, nominalmente, no papel até ao fim da dramaturgia da guerra, embora tenha perdido toda a sua autoridade de fato no final de 1944, quando os Aliados libertaram toda a França. No início, durante as guerras revolucionárias francesas esses estados foram erigidos como as chamadas Républiques soeurs ou “repúblicas irmãs”. Foram criadas na Itália (República Cisalpina no Norte da Itália, República Partenopéia no Sul da Itália, Suíça, Bélgica e Holanda como uma República e uma Monarquia. Durante o Primeiro Império Francês, enquanto Napoleão e o exército francês conquistavam a Europa, tais estados foram alterados, e novos formados. As italianas foram transformadas no Reino da Itália sob o domínio direto de Napoleão no Norte e o Reino de Nápoles, no Sul, sob o governo de José Bonaparte e adiante sob o governo do Marechal do Império Joachim Murat.

Após ter sido nomeado Premier pelo Albert Lebrun, como Presidente da França de 1932 a 1940, o último da Terceira República Francesa, o marechal Pétain ordenou que os representantes militares do governo assinassem um armistício com a Alemanha em 22 de junho de 1940. Em seguida, Pétain estabeleceu um regime autoritário quando a Assembleia Nacional da Terceira República francesa lhe concedeu plenos poderes em 10 de julho de 1940. A partir daquela data a Terceira República foi dissolvida. Apelando à “Regeneração Nacional”, o governo francês em Vichy anulou muitas políticas liberais e começou um controle rígido da economia política, tendo como característica fundamental o planejamento centralizado. Os sindicatos ficaram sob controlo apertado do governo. A independência da mulher foi revertida, com a ênfase colocada na maternidade. Os católicos conservadores ganharam um papel de destaque. Paris perdeu o seu estatuto de cidade vanguardista em termos de arte e cultura europeia. Os meios de comunicação passaram a ser controlados, passando a transmitir mensagens antissemitas e, a partir de junho de 1941, antibolcheviques. O Estado francês manteve a soberania nominal sobre a totalidade do território francês, mas apenas tinha plena soberania na Zona Livre ocupada a Sul. O Estado autoridade civil, e mesmo esta era limitada, no Norte de Zonas sob ocupação militar. A ocupação seria “uma situação provisória enquanto se aguardava pela conclusão da guerra, o que não parecia iminente”. 

A ocupação apresentava pequenas vantagens, tais como manter a Marinha francesa e o império colonial francês sob controle francês, e evitar a completa ocupação do país pela Alemanha, mantendo um grau de Independência e neutralidade francesas. O governo francês em Vichy nunca se aliou ao Eixo. Começando em maio de 1941, o Việt Minh, forma curta de Việt Nam Ðộc Lập Ðồng Minh Hội, (Liga pela Independência do Vietnã), um exército comunista liderado por Ho Chi Minh, começou uma revolta contra o domínio francês, reconhecida como a Primeira Guerra da Indochina. Em Saigon, o anticomunista Estado do Vietname, liderado pelo antigo imperador Bao Dai, recebeu a Independência em 1949. Após o Acordo de Genebra de 1954, o Viêt Minh tornou-se o governo do Vietname do Norte, embora o governo Bao Dai continuasse a governar no Vietname do Sul. A capital foi transferida de Saigon, na Cochinchina, para Hanoi (Tonkin), em 1902. Durante a 2ª guerra mundial, a colônia foi administrada pela França de Vichy e esteve sob ocupação japonesa. Em maio de 1941, o Viêt Minh, começou uma rebelião popular contra o domínio francês, reconhecida como a Primeira Guerra da Indochina. Em Saigon, o anticomunista Estado do Vietname, liderado pelo imperador Bao Dai, recebeu a Independência em 1949. Após o Acordo de Genebra de 1954, o Viêt Minh tornou-se o governo do Vietname do Norte, embora o governo Bao Dai (1913-1997) continuasse a governar no Vietname do Sul. A França esteve politicamente envolvida no Vietname no Século XIX, protegendo o trabalho da Sociedade para as Missões Estrangeiras de Paris. O Império do Vietname (11/03/1945) via os missionários católicos cada vez mais como uma ameaça tanto política quanto moralista; as cortesãs, uma facção influente no sistema imperial, temiam pelo status de sociedade influenciada por uma insistência na monogamia. A pista Ngõ 224 Lê Duẩn foi construída pelos franceses em 1902 e é uma linha férrea ativa em 2023.

Metodologicamente à frente do interesse sociológico do presente, segundo elias (2011) encontramos processos de prazo longo relativamente curto e, em geral, apenas problemas relativos a um dado estado da sociedade. As transformações a longo das estruturas sociais e, por conseguinte, também, das estruturas da personalidade, perderam-se de vista na maioria dos casos. A sua compreensão pode ser facilitada por uma curta indicação dos vários tipos que esses processos assumem. Inicialmente, podemos distinguir duas direções principais nas mudanças estruturais das sociedades: as que tendem para maior diferenciação e integração, e as que tendem para menos. Além disso, há um terceiro tipo de processo social, no curso do qual é mudada a estrutura da sociedade, ou de alguns de seus aspectos particulares, mas sem haver tendência de aumento ou diminuição no nível de diferenciação e integração. Por último, são incontáveis as mudanças na sociedade que não implicam mudança em sua estrutura. A demonstração de uma mudança em emoções e estrutura de controles humanas que ocorre ao longo de gerações, e na mesma direção ou, em curtas palavras o aumento do reforço e diferenciação dos controles – gera outra questão: é possível relacionar essa mudança social a longo prazo nas estruturas da personalidade com mudanças a longo praz na sociedade como um todo, que de igual maneira tendem a uma direção particular, a um nível mais alto de diferenciação e integração social? No tocante a essas mudanças estruturais a longo prazo da sociedade, falta também a prova empírica. A formação dos Estados nacionais constitui um tipo de mudança estrutural. As relações sociais comerciais franco-vietnamitas começaram logo no Século XVII com a missão do padre jesuíta Alexandre de Rhodes, S. J. (1591-1660).

Em um esforço provisório de uma teoria da civilização, elabora-se um modelo, a fim de demonstrar possíveis ligações entre a mudança a longo prazo nas estruturas da personalidade no rumo da consolidação e de diferenciação dos controles emocionais, e a mudança a longo prazo na estrutura social a um nível de diferenciação e integração, visando a uma diferenciação e prolongamento das cadeias de interdependência e à consolidação dos “controles estatais”.  Neste momento, o Vietnã estava apenas começando a ocupar o Delta do Mekong, antigo território do indianizado Reino de Champa, que ele havia derrotado em 1471. O envolvimento europeu no Vietname se limitava ao comércio durante o Século XVIII. Em 1858, o breve período de unificação sob o Império do Vietname terminou com um ataque bem-sucedido em Da Nang pelo almirante francês Charles Rigault de Genouilly (1807-1873), sob as ordens de Napoleão III. Com a missão diplomática de Charles de Montigny tendo falhado, a missão Genouilly foi enviada para interromper as tentativas de expulsar os missionários católicos. Suas ordens eram para interromper a perseguição de missionários e garantir a propagação desimpedida da fé. Em setembro, 14 navios franceses, 3 000 homens e 300 soldados filipinos fornecidos pelos espanhóis atacaram o porto de Tourane, atual Da Nang, causando danos significativos, e ocupando a cidade. Após alguns meses, Rigault teve de deixar a cidade devido a questões de suprimentos e doenças. Em 1787, Pigneau de Behaine, um sacerdote católico francês, solicitou e organizou voluntários militares franceses para auxiliar Gia Long na retomada das terras da família perdidas para a Dinastia Tay Son. Pigneau morreu no Vietnã, e suas tropas lutaram até 1802 na assistência francesa a Gia Long. 

A França esteve fortemente envolvida no Vietnã no Século XIX, protegendo o trabalho da Sociedade para as Missões Estrangeiras de Paris. O Império do Vietnã via os missionários católicos cada vez mais como expressão de uma ameaça política; as cortesãs, uma facção influente no sistema imperial, temiam por seu status libertário em uma sociedade influenciada por insistência na monogamia. A Fome do Vietnã ocorrida em 1944-45 representou um momento do final da Segunda Guerra Mundial que foi diretamente dada pela invasão japonesa em terras vietnamitas, vividas em meio ao caos político e econômico que ali havia se instalado. A relação entre japoneses e franceses mudaram rapidamente depois que o exército alemão começou a recuar rapidamente do território francês. O que fez com que o Japão perdesse substancialmente a confiança no poder político da França e, portanto, nas autoridades francesas localizadas no Vietnã. Em 9 de março de 1945 o Japão então detém o território vietnamita e, portanto, o breve Império do Vietnã. Com esta estratégia o Japão constrangeu a Indochina Francesa a fornecer grãos e arroz para os invasores japoneses. Em regiões onde a fome era estabelecida de forma concreta e substancial, como ocorrera quase que simultaneamente tanto no Vietnã, quanto no Reino do Cambodja e na República Socialista do Laos, haviam em torno de 10 milhões de habitantes, sendo que desgraçadamente 2 milhões dentre esses habitantes morreram por conta da fome. Em paralelo, a Viet Minh toma frente da situação e em março de 1945, a população faminta de Indochineses Franceses resolve atacar os armazéns junto da Liga de Independência do Vietnã. Além dos conflitos sociais com relação à fome, os povos daquela Indochina Francesa tiveram vários outros conflitos que se estenderam até 1975 com o fim da Guerra do Vietnã, que sucedeu a Primeira Guerra da Indochina.  

Bibliografia geral consultada.

MURRAY, Martin John, The Development of Capitalism in Colonial Indochina (1870-1940). Berkeley: University of Califórnia Press, 1980; MESQUITA, Luciano Pires, A “Guerra do Pós-Guerra”: O Cinema Norte-Americano e a Guerra do Vietnã. Dissertação de Mestrado em História. Programa de Pós-Graduação em História. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2004; TRINQUIER, Roger, La Guerre Moderne. Préface de François Géré. Paris: Edition Economia, 2008; VISACRO, Alessandro, Guerra Irregular: Terrorismo, Guerrilha e Movimentos de Resistência ao Longo da História. 1ª edição. São Paulo: Editora Contexto, 2009; ELIAS, Norbert, “Apêndice: Introdução à Edição de 1968”. In: O Processo Civilizador: Uma História dos Costumes. Volume 1. 2ª edição. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2011; pp. 207-241; BENJAMIN, Walter, Passagens. 1ª reimpressão. Belo Horizonte: Editora Universidade Federal de Minas Gerais; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007; Idem,  Rua de Mão Única. Obras Escolhidas. Volume II. São Paulo: Editora Brasiliense, 2011; SCHVARSBERG, Gabriel, Rua de Contramão: O Movimento como Desvio na Cidade e no Urbanismo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Faculdade de Arquitetura. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2011; LI, Ye, Os Clássicos Chineses da Tradução: Um Estudo da Evolução da Teorias da Tradução na China. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Estudos de Tradução. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2014; MELLO, Natália Nóbrega, Os Intelectuais Saem da Guerra: A Intervenção do Vietnã, a “Foreign Police Magazine” e a Construção Político-intelectual de Novos Paradigmas e Estratégias. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Ciência Política. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017; FRIEDMAN, Marcela Fischer, O Perfil de Força dos Estados Unidos: O Estudo de Conjunturas Críticas e o Período entre a Guerra do Vietnã e a Guerra do Iraque. Dissertção de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos Internacionais. Faculdade de Ciências Econômicas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2019;  MAIA, Eduardo, “Conheça a Linha de Trem no Vietnã que Virou Febre nas Redes”. Disponível em: https://turismo.ig.com.br/2022/10/03/; entre outros. 

sábado, 16 de setembro de 2023

Lhama – História, Vivência & Integração dos Povos Andinos.

                         “Os andinos não eram simplesmente cuidadores de lhamas”. Emily Wakild (2021)    

A lhama, do quíchua llama (cf. Arguedas, 1976), representa um mamífero ruminante da América do Sul, da família dos camelídeos, gênero Lama. É um animal de pelagem longa e lanosa, domesticado para a utilidade de uso no transporte de carga e na produção de lã, carne e couro. O lhama tem pelagem longa, a coloração varia bastante indo desde o branco, marrom e chegando a tons mais escuros, alimenta-se de capim e mato. Estes animais medem de 1,40 metros a 2,40 metros contando com a cauda de 25 centímetros e chegam a pesar 150 Kg. A gestação dura 11 meses e nasce normalmente 1 filhote chegando a pesar 11 kg. Os adultos chegam a viver até 24 anos. É relacionada com o guanaco, a vicunha e a alpaca. Foram domesticadas pelo povo inca, tendo sido importantes para seu desenvolvimento. O uso têxtil das fibras retiradas desses animais é cultural e acredita-se iniciado há 2.500 anos. As lhamas vivem na cordilheira dos Andes em temperaturas são baixas. A Bolívia é o país de concentração de lhamas, com mais de 2 milhões de indivíduos. As pelagens servem para protegê-las do frio, além de arranhões e ferimentos.

Não por acaso, alguns leitores podem argumentar que os animais evocam fantasias, se não a heresia, naqueles que lhes atribuem significado moral. Ainda assim, segundo Scully (2018: 18 e ss.), em geral temos que o mais violento entre nós é aquele que vive na fantasia, numa ilusão de que as coisas da natureza não significam nada e de que tudo é permitido. Entretanto, o sentimentalismo em relação aos animais pode ser excessivo, assim como o realismo cruel, que vê apenas o que quer nos seres vivos, sem ver os seres em si.  Apenas pelo fato de nos inspirarem humildade e deslumbramento, essas criaturas já nos são de grande significado. Nenhum pardal cai sem que Deus o perceba, mas nós não damos a isso a devida importância para o que temos. Talvez seja esse o motivo de muitas crianças serem tão ligadas a animais; elas veem tudo com frescor, sem serem refratários às imagens milagrosas que surgem deles, esses seres animados que correm, latem, arfam ou trinam. Animais também dividem com as crianças o laço da extrema vulnerabilidade. Os dois são os primeiros a sentir o âmago da aspereza humana. Minhas memórias mais antigas são as de perseguir o rastro deixado por um coelho na neve do quintal nos fundos de minha casa. 

Eu devia ter uns 3 anos e nunca tinha visto um coelho, mas ainda lembro bem o sentimento de completa fascinação com o rastro: alguém estivera lá.  E deixara aquelas marcas, estava vivo, morava ali perto e talvez até me olhando naquele exato momento de pura simbiose. - Quarenta anos depois, ninguém precisa me lembrar que coelhos são uma dor de cabeça para fazendeiros e jardineiros. Mas ao se olhar um coelho e ver apenas uma peste, um animal daninho ou um alimento, mercadoria ou objeto de laboratório, não se está mais vendo um coelho, mas apenas a si mesmo, as estruturas e os desejos que o ser humano traz ao mundo. Ao enxergar desse modo, pense nisso, você tem a perspectiva de um animal, e não a de um ser moral, com visão moral – a mesma perspectiva de um ser daninho, entre bilhões deles que se agitam, pula, ou escavam buracos pelo planeta. Coelhos são capturados por seus inimigos, como a raposa e o lobo, num bote sangrento. E é isso. São criados em gaiolas aos milhões para servirem de comida e para a pesquisa médica, por pessoas com questões maiores e mais urgentes na cabeça do que o lugar desses animais na criação. Nada demais, se visto de cima. E ainda assim, dizem-nos que Deus tudo sabe e tudo vê – e eu acredito nisso. Em seu O Macaco Nu: Um Estudo do Animal Humano, de 1967, Desmond Morris descreve sete estágios de nossa visão dos animais, cada uma a refletir uma fase de nosso desenvolvimento psicológico.

Uma delas, por exemplo, representa a infância, “quando somos completamente dependentes de nossos pais e reagirmos fortemente a animais muitos grandes, usando-os como símbolos de país”. Em seguida vem a fase infantil-parental, quando percebemos animais menores como substitutos simbólicos de crianças, mecanismo similar ao de uma das últimas fases, o estágio pós-parental. Há ainda a fase senil, quando se tem uma grande preocupação com animais em extinção. A popularidade da proteção entre os jovens surgiu, ele teoriza, do crescimento do medo da explosão nuclear, “de modo que agora temos necessidade emocional de animais que sirvam como símbolos de raridade”. Há, sem dúvida, alguma verdade na visão puramente evolutiva e psicanalítica de Morris de que animais são símbolos para nós – e eu odeio pensar em qual seria sua opinião sobre minha história co coelho. Os animais têm aparecido na nossa arte e literatura ao longo do tempo, representando de tudo, de tentação a virilidade, temor e inocência injustiçada. Acredito se poderia colocar, como fonte de interesse sobre “símbolos de raridade”, no lugar de ameaça iminente de aniquilação (como proposta por Morris), uma sensação bem difundida de alienação, para o jovem Marx, e desligamento ao mundo natural. Falta à visão do “macaco nu” o ser humano ser consciente, o símio que pode em vários momentos captar algo além das próprias necessidades físicas e fisiológicas. 

Morris encontra apenas razões científicas ou estéticas para proteger qualquer criatura ou espécie, como o “corte controlado” de animais ou outros meios semelhantes – em qualquer caso a proteção é para nós mesmos. Em minha opinião, afirma Scully, ele dá pouca atenção a uma das fases: o estágio da empatia, quando se começa a perceber até o mais comum dos animais em seus próprios termos, criaturas do mesmo tipo que nós, com suas próprias necessidades e dificuldades, e que estão lado a lado conosco diante do mistério da vida e da morte – e, por maiores que sejam nossos dotes, essas criaturas não são menos esclarecidas que o mais sábio dos macacos nus no que diz respeito ao significado da existência. Essa afinidade é, razão suficiente, para começar a demonstrar o máximo de cortesia possível, evitando qualquer mal desnecessário. Todos os animais já parecem correr bastante perigo. Quando os homens, com seus nobres dons e grandiosas ocupações, forem capazes de parar de pensar apenas no próprio bem-estar, simplesmente permitindo que esses animais vivam, não será necessário um reconhecimento de “direitos”. Trata-se de uma graça, um ato de clemência pelo qual teremos ainda mais crédito, uma vez que os animais não podem pedir por ele ou nos censurar caso não os atendamos, não podem sequer retribuir a gentileza. Um dia, precisaremos dessa bondade. E não se pode esperar por compaixão se esteja disposto a tê-la por outros em sociedade.                

Da família dos Camelidae artiodactyl, é um mamífero criado pelos povos andinos nativos com seleção artificial de guanaco selvagem que foram domesticados, o qual, por conseguinte, o derivou do nome existente hoje. Estudos recentes de ácido desoxirribonucleico (DNA), confirmam que isso aconteceu, em princípio, de forma independente no tempo e no espaço, em áreas do Sul do Peru, Norte do Chile, Norte da Argentina e da Bolívia ocidental. Além disso, foi maximizada originalmente pelo império Inca que foi usado como um animal para o sacrifício, carne e lã, e foi aproveitado como um animal de carga antes da colonização dos espanhóis na América, quando na verdade os animais utilizados eram os cães inuit. A lhama pela taxonomia também é reconhecida como uma subespécie do guanaco. No mesmo sentido, é um híbrido entre uma lhama e um camelo, demonstrando a proximidade genética entre as duas tribos na subfamília dos camelinae. A importância econômica da lhama é vista desde os tempos das ruínas de Quilmes, em Tucumán. Antes da presença espanhola, as lhamas estavam representadas na cerâmica moche. Ademais, foram os únicos animais domésticos com cascos do Império Inca. Eles foram apreciados não apenas como animais de carga, mas também para a carne e lã. Até a invasão dos espanhóis no âmbito do processo civilizatório, as lhamas foram usadas ​​no lugar do cavalo, boi, cabra e ovelha, com origem no chamado Velho Mundo, mas a pouca eficiência fez tornar mais rapidamente deslocada para o fundo para não comprá-lo.

Allincapac é uma montanha nos Andes do Peru. É o pico mais alto da cordilheira de Carabaya, chegando a 5.805 metros. Allincapac está localizado na região de Puno, Província de Carabaya, distrito de Macusani, ao Sul de Huaynaccapac, a Nordeste de Chichicapac e ao Norte do Lago Chaupicocha. A província de Carabaya é uma das treze que conformam o Departamento de Puno no Sul do Peru. Limita pelo Norte com o Departamento de Madre de Dios; por Leste com a província de Sandia; pelo Sul com a província de Azángaro e a província de Melgar; e, pelo Oeste com o Departamento de Cusco. Desde o ponto de vista hierárquico da Igreja católica forma parte da prelatura de Ayaviri, que é poder pessoal e parte da Igreja Católica, composta por determinados fiéis e está estruturada de modo hierárquico, de sufrágio da Arquidiocese de Arequipa. Dada sua localização, durante o período do Vice-Reino do Peru o território foi alvo de várias expedições destinadas a localizar a lendária cidade perdida de Paititi, as mesmas que deixaram a sua marca na instalação de cidades e postos de missionários.  Reconhecidas são as expedições de Pedro de Candia, Anzúrez, Ñuflo de Chávez, Álvarez Maldonado, Recio de León e Diego de Zecenarro, as mesmas que lançaram as bases para incorporar esses territórios ao Peru, durante as questões do conflito social e político de fronteira com a Bolívia nos primeiros anos do século XX. Este território de origem pré-inca está atribuída à jurisdição do Puno na sua criação (1776), embora nunca deixasse de pertencer ao domínio histórico do bispado de Cuzco. O filme foi rodado e ambientado em cinco semanas, na neve de Allincapac, nas pegadas do Puno, no Peru.     

A lhama, do quíchua llama, é um mamífero ruminante da América do Sul, da família dos camelídeos, gênero Lama. É um animal de pelagem longa e lanosa, domesticado para a utilização no transporte de carga e na produção de lã, carne e couro. A lhama é relacionada com o guanaco, a vicunha e a alpaca. Foram domesticadas pelo povo inca, tendo sido muito importantes para o desenvolvimento desse povo. As lhamas vivem na cordilheira dos Andes, onde as temperaturas são baixas. Assim, as pelagens servem para protegê-las do frio, além de arranhões e outros ferimentos. A Bolívia é o país em que se concentra o maior número de lhamas, com mais de 2 milhões de indivíduos. Estes animais conseguem sobreviver em locais onde não são encontrados outros animais. Muitas vezes os lhamas são associados a ovelhas e com elas são colocados para pastar em locais onde não é possível haver agricultura. Além disso, os lhamas são usados para transporte de mercadorias, e também são utilizadas a sua carne, o couro, as fibras e o estrume para cozinhar alimentos e como fertilizante natural.  O uso têxtil das fibras retiradas desses animais é cultural e acredita-se que se iniciou há 2.500 anos. Os produtos deste mamífero doméstico constituem o principal meio de apoio para produtores e com a escassez de recursos nos países centrais da América do Sul incluindo Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile, tornou-se uma fonte de sobrevivência. O uso de fibras produzidas pelos espécimes selvagens ainda é naturalmente limitado, mas é potencial e importante para a sobrevivência de algumas populações. Estima-se que a produção de lhamas beneficia 37.000-50.000 famílias de produtores em locais escassos de recursos. No entanto, esta produção ainda não representa uma forma direta de reduzir a pobreza e marginalização dos seus produtores. O lhama tem pelagem longa e lanosa, a coloração varia bastante indo desde o branco, marrom e chegando a tons mais escuros, alimenta-se de capim e mato. Estes animais medem de 1,40 m a 2,40 m contando com a cauda de 25 cm e chegam a 150 Kg. A gestação dura 11 meses e nasce normalmente 1 filhote chegando a 11 kg. Os adultos chegam a viver até 24 anos de idade.

É definitivamente parte da atual Região de Puno desde 1912. Antes, a Bolívia disputava parte de Carabaya com base no uti possidetis da Audiência de Charcas em 1810; e o Peru finalmente afirmou o direito de filiação clerical ao bispado de Cuzco e integração de fato com 70% das comunicações anteriores ao século XX eram com Sicuani; 20% com Azángaro e 10% com Larecaja (Bolívia), relatado sobre Manuel Pando, na viagem para Carabaya (1902). As diferenças de critérios são esclarecidas com a arbitragem argentina, primeiro em 1902, e dez anos depois é reconfirmada com a aceitação do protocolo binacional pelos congressos das Repúblicas. Isso acabaria com parte da precária condição de delimitação de territórios trinacionais do Brasil, Bolívia e Peru, com a qual as três Repúblicas haviam se formado no início do glorioso século XIX. Os primeiros autores latino-americanos designam esta antiga cidade-território como a cidade dos grupos Callahuayas, Carwayas, Calabayas, Carabayas,  Kallawayas, todos topônimos do mesmo espaço e lugar, para diferenciá-lo dos igualmente antigos Canchis, Chunchos, Canas, Omasuyos, Collas, Muxus, ou outras cidades que existiram  e cujos vestígios arqueológicos ainda sobrevivem entre Cuzco, Madre de Dios, Larecaja, La Paz, Beni, Pando e a atual Puno Por ser uma província, este território dá provas de ter sido  habitado por uma população que se desenvolveu longe e diferente da influência dos Canchis de Sicuani (hoje), dos Canas ou dos Chunchos de Madre de Dios e Larecaja (Bolívia), e quase  sem contato com as remotas Collas de Puno e Omasuyos. As lhamas eram e ainda são comumente usadas nos Andes peruanos “para carregar produtos e prover carne e lã”. O lago Marcaccocha se localiza próximo a uma rota de comércio, e lhamas que transportavam bens de consumo entre a selva e as montanhas.

 À medida que os incas adotaram o milho em sua alimentação, sua sociedade se desenvolveu na região de Cuzco. Cerca de 1,8 mil anos desde o início da transição para a agricultura, uma onda prolongada de clima cálido permitiu que os incas realmente prosperassem e construíssem grandes assentamentos de pedra, como Machu Picchu e Ollaytaytambo. Faz tempo que a civilização acabou, destruída por conquistadores espanhóis nos anos 1500. Mas seus descendentes, os quéchuas, ainda usam os dejetos de lhama como fertilizantes e como combustível para aquecimento. - “O vale está repleto de indígenas que seguem esse estilo de vida de 2 mil anos”, relata Chepstow-Lusty. Quando os convidados chegarem a Machu Picchu para celebrar o que explorador Hiram Bingham (1875-1956) mostrou ao mundo o local, talvez possam agradecer à humilde lhama ao vislumbrar as construções. Ele tornou pública a existência da cidadela Inca de Machu Picchu em 1911, com a orientação de criadores indígenas locais, entretanto, não era um arqueólogo treinado. No entanto, foi durante o tempo trabalhando como conferencista e professor de história da América do Sul em Yale que ele redescobriu a cidade inca amplamente esquecida de Machu Picchu.

Durante os séculos que se seguiram, sua existência era considerada um segredo conhecido apenas pelos camponeses que viviam naquela zona. Tudo mudou no verão de 1911, quando o explorador lá chegou acompanhado de uma pequena equipe em busca das cidades perdidas dos incas. Caminhando a pé e no lombo de mulas, Bingham e seu grupo abriram caminho em direção a Cuzco através do Vale de Urubamba, onde um fazendeiro do lugar contou-lhes a respeito de ruínas localizadas no topo de uma montanha próxima. Em 24 de julho de 1911, Melchor Arteaga levou Bingham a Machu Picchu, mas os exploradores de Cuzco Enrique Palma, Gabino Sanchez e Agustín Lizarraga teriam chegado ao local em 1901. Bingham retornou ao Peru em 1912, 1914 e 1915 com o apoio de Yale e da National Geographic Society. Em A Cidade Perdida dos Incas (1948), Bingham relatou como Machu Picchu abrigava um grande santuário religioso e servia como centro de treinamento para líderes religiosos. Um elemento chave do legado das expedições são as coleções de animais, antiguidades e restos de esqueletos humanos. Esses objetos expuseram a nova visão do antigo Peru e permitiram que os analistas do século XX interpretassem Machu Picchu como uma “cidade perdida” que Bingham combinou sua confiança na prospecção de huaqueros locais.

Além disso, com a noção de que a ciência tinha uma reivindicação soberana sobre os artefatos que pudessem contribuir para o acúmulo de conhecimento. A Universidade de Yale em 2012 começou a devolver ao Peru milhares de objetos que Bingham levou para Yale, de Macchu Picchu, com a permissão de um decreto do governo peruano. Mas o Peru argumentou que os objetos não foram dados, apenas emprestados a Yale. O Caribe e a América Latina trazem marcado em fogo e em sua carne, como animais, os muitos vendavais colonizadores que, passando como tempestades, deixaram cicatrizes em sua identidade cultural, étnica e linguística. A presença de população negra na América Latina configura um fato histórico e social: o homem é a propriedade e a história da humanidade é a história dos regimes de propriedade. A transferência forçada de milhões de africanos para a América, sob o regime de trabalho escravo, impôs às formações sociais, em diversas áreas o caráter colonial-escravista. Os índios também conheceram o trabalho forçado e a escravidão, mas não da maneira como as sociedades inteiras no Caribe, no Sul dos Estados Unidos e no Brasil, que estiveram organizados a partir da escravidão africana e em vista de sua manutenção e de sua reprodução como sociedades escravistas.

E para compreender e interpretar o curso da história colonial, é preciso acentuar que a produção de gêneros tropicais fez parte desse movimento em que se generalizavam as relações de troca. A grande propriedade colonial sintetizou dois princípios reguladores da vida social: produção direta dos meios de vida e produção do lucro, que são essencialmente contraditórios. O desenvolvimento de ambos e o crescimento dos mercados, na Europa e na colônia, formaram uma rede unitária de condicionamentos sociais. Também entrelaçado nesta rede está o destino do homem livre e pobre, com uma existência quase dispensável, mas que por longo tempo o colocou a salvo de transformar-se num assalariado. O trabalho livre na Europa e na colônia se negam e se condicionam através da escravidão, mas com o latifúndio e a escravaria se instala um modo de produção presidido pelo capital, vale dizer, um sistema particular de dominação social. Claro está que não pode mais ser considerada a persistência de uma América ameríndia como a Bolívia aimará, o Peru quéchua ou quíchua ou a Guatemala borbulhante de renascimento indígena. 

E, no entanto, estão ali os nomes a lembrar, com força o passado como “Caribe” dos povos “Karib” ou então os velhos nomes das ilhas, como “Borinquen” para Porto Rico. Finalmente Porto Rico converte-se em “Puelto” e o R de Rico é pronunciado de maneira branda. Nos países de colonização francesa, a língua de Racine falada por uma minúscula elite dirigente ante uma massa de escravos negros no Haiti, na Martinica, em Guadalupe, foi recebida, triturada, adaptada para ressurgir um novo idioma, mais mavioso e adocicado, o “creole”, o único falado pela massa da população de todas as origens. Ipso facto, o Caribe não pode ser mais considerado América Latina, pelas vastas porções decolonização inglesa, pelas áreas de ocupação norte-americana, compradas aos dinamarqueses em 1971, e de colonização holandesa. Em Curaçao as sucessivas colonizações, espanhola, inglesa, francesa, holandesa, produziram uma língua singular, o papeamento: mistura de inglês, espanhol e português, síntese viva do difícil processo de comunicação em áreas que cruzaram tradições indígenas com tradições africanas, tradições latinas com tradições saxônicas e germânicas. São traços comuns entre Caribe e América Latina: o prolongamento do colonialismo, que não se interrompeu com as lutas de independência entre 1810-1824, maciça escravidão negra, pesado neocolonialismo, mosaico de religiões e culturas.      

A lhama é reconhecida pelo seu “estilo calmo”, andando devagar, porém pode se irritar facilmente: por este motivo, foi considerada o oitavo animal mais irritável do mundo segundo o canal de televisão por assinatura Animal Planet, com sede nos Estados Unidos da América e transmitido também para a América latina. Estabelecido pela primeira vez em 1° de outubro de 1996, a rede é dedicada principalmente as séries e documentários sobre “animais selvagens e animais domésticos”. Quando irritada ou para chamar a atenção, espirra seu muco no objeto da irritação. Médicos e pesquisadores determinaram que os lhamas possuem anticorpos que seriam adequados para o tratamento de certas doenças. Estes animais conseguem sobreviver em locais de regiões onde não são encontrados animais. Os lhamas são associados a ovelhas e com elas são colocados para pastar em locais onde não é possível haver agricultura. Além disso, os lhamas são usados para transporte de mercadorias, e também são utilizadas a sua carne, o couro, as fibras e o estrume para cozinhar alimentos e como fertilizante natural. As lhamas têm milhares de anos de história entrelaçada com os povos com que compartilham as culturas da América do Sul.

Os produtos deste mamífero doméstico constituem o principal meio de apoio para produtores e com a escassez de recursos nos países centrais da América do Sul incluindo Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile, tornou-se uma fonte de sobrevivência. O uso de fibras produzidas pelos espécimes selvagens ainda é limitado, mas é potencialmente importante para a sobrevivência de algumas populações. Estima-se que a produção de lhamas beneficia de 37.000 a 50.000 famílias de produtores em locais escassos de recursos. No entanto, do ponto de vista econômico esta produção “ainda não representa uma forma direta de reduzir a pobreza e marginalização dos seus produtores”. As lhamas estabelecem grupos de 20 indivíduos, constituídos por várias fêmeas, suas crias, jovens e um macho dominante que estabelece a hierarquia do grupo. E, também são habituadas a se aproximarem de pessoas, pois são animais domesticados que estão acostumadas a conviver com humanos. As lhamas são animais, comparativamente ao homem contemporâneo, que se relacionam bem com as pessoas, mas elas cospem para dissuadir ou advertir, por isso que realmente não são perigosas. Na verdade, em alguns centros de saúde são usadas como animais de companhia para pessoas com patologias de ansiedade, depressão porque geram uma sensação de bem-estar, o que indica que são bons animais para estar com os seres humanos e não o contrário.

A tese ambiental que Emily Wakild (2021) sustenta no artigo: “Aprendendo com a Lhama” é que ela não pode ser entendida em separado desse contexto, não importa onde uma lhama individualmente viva. Uma lhama não pode ser retirada de contexto, como um unicórnio ou um dragão imaginário, sem que isso cause danos aos animais ou humanos envolvidos. O dano ocorre ao ser negada aos andinos a ação social e a autenticidade na criação do mundo moderno e ao se falsificarem as experiências reais e vividas dos animais. Ao marginalizar, ignorar e apagar as contribuições dos povos andinos e das lhamas, para o tempo presente, negam-se a ambos a capacidade de moldar seus próprios mundos de vivência e o poder de contribuir para as tendências globais compartilhadas. Colocar as lhamas na esfera abstrata da ficção, em vez de as situar no dramático âmbito cotidiano da produção de conhecimento, reduz as possibilidades de desenvolvimento das interações entre multiespécies. Os andinos não eram simplesmente cuidadores de lhamas, tanto quanto você é cuidador(a) da sua mãe; eles são “de” e “para” as lhamas, em um contexto rico e abrangente que expande as compreensões sobre o passado. Uma lhama não existe em isolamento; o que a lhama é presentemente se deve aos processos de domesticação, colonialismo (cf. Oliveira, 1968), libertação e expansão vivenciados pelos povos andinos. A lhama tem como representação uma entre quatro espécies de camelídeos, ou seja: lhama, alpaca, guanaco e vicunha, nativas dos países Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile. 

A lhama e a alpaca foram domesticados de espécies. Geneticamente, as quatro espécies de camelídeos sul-americanos têm o mesmo pareamento e ordenamento de cromossomos, indicando que não divergiram tanto quanto felinos e caninos, por exemplo. Após décadas de debates, testes de DNA indicaram que a lhama é descendente do guanaco selvagem e a alpaca descende da vicunha selvagem. Mas a hibridização tem sido a regra entre as duas espécies domesticadas, lhama e alpaca; isso nem sempre pode ser identificado ao olhar, e normalmente produzem prole fértil. A natureza profunda molda o panorama humano, porque a ausência ou presença de grandes animais apropriados para a domesticação permite diferentes adaptações e especializações entre os humanos. A questão de Wakild é: o que podemos aprender com as lhamas? Pensar sobre a lhama é interessante porque ela não simboliza fortemente à ubiquidade e o excesso do Antropoceno, como as galinhas, cujos ossos podem formar uma camada geológica, nem é como o pangolim, tão raro e próximo da extinção que seu exotismo é considerado culpado pela tóxica fetichização dos animais, não necessário, mas suficientemente especial para fazer com que os demais ingredientes pareçam harmonizados. A lhama é invariavelmente descrita em tempos como alcançável, acessível, flexível, fácil e até comum. Logo, a lhama parece ser compreendida, mas não é inteiramente compreensível.

Três abordagens analíticas oferecem uma compreensão sobre a utilidade da lhama. Na primeira abordagem, o conceito de biopolítica nos permite situar o animal nos regimes de poder e conhecimento sistemático da vida e, também, em importantes subjetividades. A biopolítica oferece uma alternativa à bioética, que busca questões mais amplas e se move para além de respostas arbitrárias. Parece-nos que um dos fenômenos fundamentais do século XIX foi, é o que se poderia denominar a assunção da vida pelo poder: se vocês preferirem, uma tomada de poder sobre o homem enquanto ser vivo, uma espécie de estatização do biológico ou, pelo menos, uma certa inclinação que conduz ao que se poderia chamar de “estatização do biológico”. Para compreender o que se passou, podemos nos referir ao que a teoria clássica da soberania que, em última análise, serviu-nos de pano de fundo, do quadro paras todas as análises sobre a guerra, as raças etc. Na teoria clássica da soberania, o direito de vida e morte era um de seus atributos fundamentais. Em certo sentido, dizer que o soberano tem direito de vida e de morte, significa no fundo, que el pode fazer morrer e deixar viver; em todo caso, que a vida e a morte desses fenômenos naturais, imediatos, de certo modo originais ou radicais, que se localizariam fora do campo do poder político.

Ao que essa nova técnica de poder não disciplinar se aplica é – diferentemente da disciplina, que se dirige ao corpo – a vida dos homens, ou ainda, ela se dirige não ao homem-corpo, mas ao homem vivo, ao home ser vivo; no limite, se vocês quiserem, ao homem-espécie. A disciplina tenta reger a multiplicidade dos homens na medida em que essa multiplicidade pode e deve redundar em corpos individuais que devem ser vigiados, treinados, utilizados, eventualmente punidos. E, depois, a nova tecnologia que se instala se dirige à multiplicidade dos homens, não na medida em que ela forma, ao contrário, uma massa global, afetada por processos de conjunto que são próprios da vida, que são processos como o nascimento, a morte, a produção, a doença, etc. Logo, depois de uma primeira tomada de poder sobre o corpo que se fez consoante o modo de individualização, temos uma segunda tomada de poder que, por sua vez, não é individualizante, mas que é massificante, que se faz em direção não do homem-corpo, mas do homem espécie. Depois da anatomopolítica do corpo humano, instaurada no decorrer do século XVIII, vemos algo que já não é uma anatomopolítica do corpo humano, mas o que Foucault chamaria de “biopolítica” da espécie humana. De que se trata nessa nova tecnologia do poder, nessa biopolítica, nesse biopoder se instalando?

Trata-se de um conjunto de processos como a proporção dos nascimentos e dos  óbitos, a taxa de reprodução, a fecundidade de uma população, etc. São esses processos de natalidade, de mortalidade, de longevidade que, juntamente com uma porção de problemas econômicos e políticos, constituiriam os primeiros objetos de saber e os primeiros alvos de controle dessa biopolítica. É nesse momento, em todo o caso, que se lança mão da medição estatística desses fenômenos como as primeiras demografias. É a observação dos procedimentos, mais ou menos espontâneos, mais ou menos combinados, que eram efetivamente postos em execução na população no tocante à natalidade; em suma, o mapeamento dos fenômenos de controle dos nascimentos tais como eram praticados. Isso foi também o esboço de uma política de natalidade ou, em todo caso, de esquemas de intervenção nesses fenômenos globais da natalidade. Nessa biopolítica, não se trata simplesmente do problema da fecundidade. Trata-se também do problema da morbidade, não mais simplesmente, como justamente fora o caso até então, no nível daquelas famosas epidemias cujo perigo havia atormentado tanto os poderes políticos desde as profundezas da Idade Média. Não é de epidemias que se trata, mas de algo, grosso modo, ou aquilo que se poderia chamar de endemias, ou seja, a forma, a natureza, a extensão, a duração, a intensidade das doenças reinantes nessa população. A civilização Inca surgiu das terras altas do Peru em algum momento no início do século XIII. De 1438 a 1533, os incas usaram uma variedade de métodos, da conquista à assimilação pacífica, para incorporar uma grande porção do Oeste da América do Sul, centrado nas Cordilheira dos Andes, incluindo grandes partes dos países modernos do Equador, Peru, Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia em um Estado comparável aos impérios históricos do Velho Mundo.

Bibliografia geral consultada.

OLIVEIRA, Roberto Cardoso de, “Indigenismo ou Colonialismo”. In: Revista Civilização Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira. Ano IV, n° 19 e 20, maio-agosto de 1968; ARGUEDAS, José María, Señores e Índios. Acerca de la Cultura Quéchua. Buenos Aires: Acalanto Editorial, 1976; BISKY, Lothar, Critica de la Teoria Burguesa de la Comunicación de Masas. Madrid: Ediciones de la Torre, 1982; MAY, Rollo, Amor y Voluntad. Las Fuerzas Humanas que dan Sentido a Nuestra Vida. 1ª edición. Barcelona: Editorial Gedisa, 1985; FRANCH, José Alcina, Mitos e Literatura Quéchua. Madrid: Alianza Editorial, 1989; GARCÍA CANCLINI, Nestor, Culturas Híbridas. Estrategias Para Entrar y Salir de la Modernidad. México: Editorial Grijalbo, 1989; GEERTZ, Clifford, O Saber Local. Novos Ensaios em Antropologia Interpretativa. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2001; PINTO, Hugo Eduardo Meza, A Estratégia de Integração Econômica Regional na América Latina: O Caso da Comunidade Andina. Tese de Doutorado. Programa de Integração da América Latina. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2006; TOURAINE, Alain, El Mundo de las Mujeres. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 2007; ANDRÉ, Jacques, Aux Origines Féminines de la Sexualité. Paris: Presses Universitaires de France, 2007; LARA, Amiel Ernenek Mejía, “Ch’ixinakax Utxiwa. Una Reflexión sobre Prácticas y Discursos Descolonizadores”. In: Revista de Antropologia, 56 (2), 597-604; 2013; ANNING, Caroline, “Sucesso da Civilização Inca se Deve a Dejetos de Lhama”. In: https://www.bbc.com/noticias/2011/05/22; CARVALHO, José Jorge & FLORÉZ, Juliana, “Encuentro de Saberes: Proyecto para Decolonizar el Conocimiento Universitário Eurocêntrico”. In: Nómadas, Vol. 41, 131-147; Outubro de 2014; DE LA CADENA, Marisol, Earth Beings: Ecologies of Practice Across Andean Worlds. Durham: Duke University Press, 2015; COWIE, Helen, Llama. London: Editor Reaktion Books, 2017; WAKILD, Emily, “Aprendendo com a Lhama: Sobre os Amplos Contornos de Contribuições Culturais e Expansão Geográfica”. In: História, Ciências, SaúdeManguinhos. Rio de Janeiro, vol.28, Supl., dez. 2021; GOMES JÚNIOR, Guilherme Simões, “Orientalismos zoológicos, querelas de camelos”. In: Alea 25 (1) • Jan.-Apr 2023; entre outros.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Corrida Selvagem – Resgate de Mustangs & Estigma de Presidiários.

                                  “It`s their stubborn ability no survive that makes them so remarkable”. Velma Bronn Johnston

         Os gregos criaram o termo estigma para se referirem a sinais corporais com os quais se procura evidenciar alguma coisa de extraordinário, ou mau, sobre o status moral de quem os apresentava. Os sinais eram feitos com cortes ou fogo no corpo e avisavam que o portador era um escravo, um criminoso ou traidor, uma pessoa marcada, ritualmente poluída, que devia ser evitada; especialmente em lugares públicos. Historicamente na chamada Era cristã, dois níveis de metáfora foram acrescentados ao termo: o primeiro deles referia-se a sinais corporais de graça divina que tomavam a forma de “flores em erupção” sobre a pele; o segundo, uma alusão médica a essa ilusão religiosa, referindo-se a sinais corporais de distúrbio físico. Segundo E. Goffman, no ensaio: Estigma - Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada (2014) é amplamente usado de maneira semelhante ao sentido original, embora indicando à própria desgraça do que à sua evidência corporal. Os estudiosos, não se esforçaram para descrever as precondições estruturais do estigma, ou mesmo para fornecer uma definição do próprio conceito. O termo é em referência a um atributo depreciativo. É preciso uma linguagem de relações e não de atributos. Um atributo que estigmatiza pode confirmar a normalidade do Outro, sem ser per se horroroso nem desonroso.  

         O termo estigma e seus sinônimos ocultam uma dupla perspectiva de âmbito social. Assume o estigmatizado que a sua característica distintiva já é conhecida ou é imediatamente evidente ou então que ela não é nem conhecida pelos presentes e nem imediatamente perceptível por eles? No primeiro caso, conceitualmente, está-se lidando com a condição real de desacreditado, no segundo com a condição em tese do desacreditável. Esta é uma diferença importante, socialmente, mesmo que um indivíduo estigmatizado em particular tenha, provavelmente, experimentado ambas as situações. Todavia, para Goffman, podem-se mencionar três tipos de estigmas nitidamente diferentes. Em primeiro lugar, há as abominações do corpo – as várias deformidades físicas. Em segundo, as culpas de caráter individual, percebidas como “vontade fraca”, “paixões tirânicas”, ou não naturais, crenças falsas e rígidas, desonestidade, sendo essas inferidas a partir de relatos etnográficos conhecidos de, por exemplo, distúrbio mental, prisão, vício, alcoolismo, homossexualismohomoerotismo, desemprego, tentativas de suicídio e comportamento político-afetivo radical. Finalmente, há os estigmas tribais de raça, etnia, minorias, nação e ceticismo de re(li)gião, que podem ser transmitidos através de linhagem e contaminar por igual todos os membros de uma família.

          Em todos esses exemplos de estigma, inclusive aqueles que os gregos tinham em mente, encontram-se as mesmas características sociológicas: um indivíduo que poderia ter sido facilmente recebido na relação social quotidiana possui um traço que se pode impor a atenção e afastar aqueles que ele encontra, destruindo a possibilidade de atenção para outros atributos seus. Ele possui um estigma, uma característica diferente da que havíamos visto. Nós e os que não se afastam negativamente das expectativas particulares em questão serão chamados de normais pelo sociólogo norte-americano Erving Goffman. Ipso facto, ele afirma: - as atitudes que nós, aparentes normais, temos com uma pessoa com um estigma, e os atos que empreendemos em relação a ela são bem conhecidos na medida em que são as respostas que a ação social benevolente tenta suavizar e melhorar. Por definição é claro, acreditamos que alguém com um estigma não seja completamente humano. Com base nisso, fazemos vários tipos de discriminações, através das quais efetivamente, e muitas vezes sem pensar, reduzimos suas chances de vida: construímos uma teoria do estigma; uma ideologia para explicar a sua inferioridade e dar conta do perigo que ela representa, racionalizando algumas vezes uma animosidade baseada em outras diferenças, tais como a de classe social. Utilizamos termos específicos de estigma como aleijado, bastardo, retardado, em nosso discurso diário como fonte de metáfora de poder e representação social, de maneira característica, sem pensar no terror de seu sentido e significado original.  

                                              

         Na América atualmente, afirma, Goffman, entretanto, os sistemas de honra separados parecem estar decadentes. O indivíduo estigmatizado tende a ter as mesmas crenças sobre identidade que nós temos; isso é um fato central. Seus sentimentos mais profundos sobre o que ele é podem confundir a sua sensação de ser uma “pessoa normal”, um ser humano como qualquer outro, uma criatura, portanto, que merece um destino agradável e uma oportunidade legítima. A característica central da situação de vida, do indivíduo estigmatizado pode, agora, ser explicada. É uma questão do que é com frequência, embora vagamente, chamado de “aceitação”. Aqueles que têm relações com ele não conseguem lhe dar o respeito e a consideração que os aspectos não contaminados de sua identidade social os haviam levado a prever e que ele havia previsto receber; ele fez ecoar essa negativa descobrindo que alguns de seus atributos a garantem. Como a pessoa estigmatizada responde a tal situação? Em alguns casos lhe seria possível tentar corrigir diretamente o que considera a base objetiva de seu defeito, tal quando uma pessoa fisicamente deformada se submete a uma cirurgia plástica, uma pessoa cega a um tratamento ocular, um analfabeto corrige sua educação e um homossexual faz psicoterapia. Aqui, deve-se mencionar a predisposição à “vitimização” como um resultado da exposição da pessoa estigmatizada a servidores que vendem meios para corrigir a fala, para clarear a cor da pele, para esticar o corpo, para restaurar a juventude, curas pela fé e meios para obter fluência na conversação. Quer se trate de uma técnica metodológica, falando, prática ou de fraude, a pesquisa frequentemente secreta, dela resultante, revela, de maneira específicamente quando, “os extremos a que os estigmatizados estão dispostos a chegar e a situação que os leva a tais extremos”.   

          Na década de 1950, surgiu uma árdua defensora dos cavalos selvagens. Ativista do bem-estar animal, Velma Bronn Johnston (1912-1977) liderou uma campanha para impedir a erradicação de mustangs e burros selvagens de terras públicas nos Estados Unidos da América. Reconhecida como Wild Horse Annie, foi fundamental na aprovação de legislação para impedir o uso de aeronaves e veículos terrestres na captura desumana dessas espécies. Entre outros projetos, ela lançou a “Guerra do Lápis”, em que convidou outras pessoas, incluindo muitas crianças em idade escolar, a se juntar a ela para escrever cartas ao Congresso norte-americano. Queria mudanças sociais e não iria desistir. Até que foi aprovado um projeto de Lei Pública proibindo o uso de veículos motorizados para caçar cavalos selvagens foi aprovado em 1959. Lutou mais até que o Congresso aprovou a “Lei de Cavalos e Burros Selvagens Livres”, Lei Pública 92-195 em 1971.  E tudo porque viu transporte suspeito de cavalos. Mudou seu caminho e o seguiu ao matadouro. Assim, Velma buscou a origem desses cavalos e descobriu que foram capturados em terras privadas e estaduais em Nevada. A ativista tomou medidas para garantir um tratamento humano aos cavalos selvagens quando capturados e transportados. Criada em um rancho, deixou um importante legado. A nobreza de sua causa apareceu nos veículos de comunicação mais importantes, incluindo a presença em Running Wild, um filme western, como na análise.    

Velma Johnston não era de forma alguma uma criança comum. Sua jovem vida  foi repleta de inúmeras coisas diferentes. Velma era a mais velha de quatro filhos. Seu pai, que foi salvo ainda criança pelo leite de uma égua Mustang enquanto atravessava os desertos em uma carroça coberta, trabalhava como operador de um serviço de frete, usando muitos cavalos e até alguns de herança mustangs. Quando bebê, Velma contraiu poliomielite, que afetou suas pernas e resultou em uma longa internação hospitalar. Mas isso não a impediu. Em verdade acreditamos que isso a ajudou, porque fez com que ela tivesse uma grande paixão pelos animais que ficaram confinados e sofrem como ela antes. Com muito tempo disponível, Velma cuidava constantemente dos animais na fazenda de seus pais. Ela adorava estar no rancho onde não precisava se preocupar em ser julgada. Ela estava na escola, mas foi assediada e ridicularizada pelos colegas, apenas por causa do seu corpo. Mas nem todo mundo a via dessa forma. O vizinho de infância de Velma, Charlie Johnston, era um índio de Delaware 1, 80 m de altura que se tornou seu marido. Ele assumiu o rancho de seu pai. Velma e Charlie transformaram em um rancho para crianças que tinham problemas, principalmente por estarem na cidade.

A faísca que levou Velma a uma vida apaixonada por cuidar de animais foi quando ela estava dirigindo para o trabalho um dia em 1950 e por acaso encontrou um trailer cheio de cavalos selvagens. O trailer estava com muitos cavalos selvagens a caminho do matadouro de rações para animais de estimação. Foi uma cena horrível, pois ela testemunhou um filhote de um ano sendo pisoteado até a morte no fundo do trailer por seus companheiros cavalos. Justo naquele momento, ela percebeu que isso tinha ido longe demais. Velma iria tentar ajudar essas pobres criaturas que estavam sendo laçadas e enviadas por aquele país apenas para serem massacradas. O trabalho de resgate sociológico de Velma começou imediatamente. E o caminho foi através da esfera política quando ela se propôs a fazer discursos públicos e a contatar colegas amantes de cavalos e os próceres fazendeiros. Sua luta afirmativa começou em sua cidade natal, Storey County, em 1952, com uma pequena ajuda de seus ouvintes; ela recebeu o apelido de “Wild Horse Annie”. 

Com seu novo nome, Velma fez maravilhas. Ela trabalhou e lutou tanto que conseguiu um projeto de lei proibindo aeronaves e veículos terrestres de capturar cavalos selvagens em terras do estado. Mas, infelizmente, isso não foi proteção suficiente. As indústrias de alimentos para animais de estimação estavam contornando essa lei, então Velma deu um passo adiante. Ela trabalhou com o povo para obter indignação pública e apoio à primeira lei federal para proteger cavalos selvagens. Foi em 1959, com o apoio do representante dos EUA em Nevada, Walter S. Ressaltando que foi feita uma lei que proíbe o uso de qualquer tipo de veículo motorizado, bem como o envenenamento de poços de água para captura ou abate de cavalos selvagens. No meio de todo esse debate, Velma sofreu uma perda terrível. Seu marido foi repentinamente acometido de enfisema e faleceu. Sofrendo com sua perda, ela ainda continuou. Velma fez apresentações em escolas e reuniões cívicas, e também enviou fichas informativas escritas e ilustradas para as pessoas que a apoiavam. Fazendo isso, recebeu muitas cartas enviadas ao Congresso. E depois de testemunhar no Congresso, realizou seu desejo.

O resultado de todo o seu trabalho árduo foi a Lei do Cavalo e Burro Selvagem e Livre. Isso foi aprovado e transformado em lei em 1971 e deu proteção aos equinos selvagens em BLM e terras florestais (cf. Craig C. Downer). No meio de todo esse debate, Velma sofreu uma perda terrível. Seu marido foi repentinamente acometido de enfisema e faleceu. Sofrendo com sua perda, ela ainda continuou. Velma fez apresentações em escolas e reuniões cívicas, e também enviou fichas informativas escritas e ilustradas para as pessoas que a apoiavam. Só fazendo isso, ela recebeu muitas cartas enviadas ao Congresso. E depois de testemunhar no Congresso, Velma realizou seu desejo. O resultado de todo o seu trabalho árduo foi a Lei do Cavalo e Burro Selvagem e Livre. Isso foi aprovado e transformado em lei em 1971 e deu proteção aos equinos selvagens em BLM e terras florestais. No meio de todo esse debate, Velma sofreu uma perda terrível. Seu marido foi repentinamente acometido de enfisema e faleceu. Sofrendo com sua perda, ela ainda continuou. Velma fez apresentações em escolas e reuniões cívicas, e também enviou fichas informativas escritas e ilustradas para as pessoas que a apoiavam. Só fazendo isso, ela recebeu muitas cartas enviadas ao Congresso. E depois de testemunhar no Congresso dos Estados Unidos da América, Velma realizou seu desejo. O resultado extraordinário de todo o seu trabalho árduo foi a representação Lei do Cavalo e Burro Selvagem e Livre. Isso foi aprovado e transformado em lei em 1971 e deu proteção aos equinos selvagens em BLM e terras florestais.

Running Wild é um drama norte-americano dirigido por Alex Ranarivelo e escrito por Christina Moore e Brian Rudnick. O proprietário de uma fazenda de exploração agrícola, viúvo, trabalha com ex-prisioneiros, ajudando em sua reintegração no campo. Com essa missão, ele atrai para si o preconceito, a ganância, vaidade e a burocracia do sistema que não suporta sua benfeitoria. Além de Moore que também tem participação no filme, é estrelado por Sharon Stone, Tommy Flanagan, Jason Lewis, Dorian Brown, Tom Williamson. O filme Corrida Selvagem foi lançado em 10 de fevereiro de 2017.  A fotografia principalmente começou em 17 de agosto de 2015, em Napa, Califórnia. Na época histórica da primeira exploração registrada do Vale de Napa, em 1823, a maioria dos habitantes consistia de nativos americanos. Padre José Altamira, fundador da Missão San Francisco Solano, em Sonoma, liderou a expedição. Os padres espanhóis “converteram” alguns nativos; o restante foi atacado e disperso por soldados mexicanos. Os primeiros imigrantes americanos começaram a chegar à região na década de 1830. Napa é a cidade e sede do condado e a principal cidade da região vinícola do Norte da Califórnia. Localizada na região de North Bay na Bay Area é um destino turístico na Califórnia, reconhecido por suas vinícolas, restaurantes e cultura artística.  

A palavra napa é derivada do nativo americano e dentre as muitas explicações sobre a origem dos nomes, a mais plausível parece ser que é derivado da palavra Patwin napo, que significa casa. A casa constitui, entre o microcosmo do corpo humano e o cosmo, um microcosmo secundário, um meio-termo cuja configuração iconográfica é, segundo Durand (1997: 243), muito importante no diagnóstico psicológico e psicossocial. Os poetas, os psicanalistas, a tradição católica ou a sabedoria dos dogon fazem coro para reconhecer o simbolismo da casa um duplicado microcosmo do corpo material e do corpo mental. A cas inteira é mais do que um lugar para se viver, é um vivente. A casa redobra, sobredetermina a personalidade daquele que a habita. Honoré de Balzac sabe-o bem ao começar os seus romances pela descrição minuciosa da casa Grandet, da do Chat qui pelote ou da pensão Vauquer. A atmosfera psicológica só em segundo lugar é determinada pelos odores do jardim, os horizontes visíveis da paisagem. São os cheiros da casa que constituem a cenestesia da intimidade: vapores da cozinha, perfumes de alcova, bafios de corredores, perfumes de benjoim ou de erva patchouli dos armários maternos. A casa como conceito histórico e pontual representa a imagem da intimidade repousante, quer seja templo, palácio, ou cabana de trabalhador.     

Um dos últimos padres franciscanos enviados da Espanha no início do século XIX para servir nas missões fundadas pela ordem na Alta Califórnia. Fundador em 1823 de São Francisco Solano, última missão do mítico Caminho Real. Não há testemunhos sobre o que lhe aconteceu depois do incêndio que devastou esta missão anos depois e até ao seu regresso à Espanha, mas a Misión Olvido sente que talvez ainda tivesse a ambição e a tenacidade necessárias para fundar uma nova missão que nunca seria oficialmente documentada. Nathan Coombs (1826-1877) foi um pioneiro da Califórnia e político democrata que serviu na Assembleia do Estado da Califórnia e é mais conhecido por fundar a cidade de Napa, Califórnia em 1847. O general Mariano Guadalupe Vallejo pagou para pesquisar um município rio abaixo em Soscol Landing, onde os barcos fluviais podiam voltar antes da fundação de Napa. A cidade de Napa foi pesquisado em propriedades que Coombs recebeu de Nicolas Higuera, detentor original do Rancho Entre Napa, uma concessão de terras mexicana. O primeiro registro de navegação no rio foi o Susana em 1842, embora em 1850 o Dolphin tenha se tornado o primeiro navio a vapor a navegar no rio Napa para abrir outro caminho de comércio.

A Corrida do Ouro na Califórnia no final da década de 1850 expandiu a cidade de Napa. Uma cidade de tendas foi erguida na rua principal. Muitas fazendas de gado foram mantidas e a indústria madeireira se expandiu. Serrarias no vale estavam em operação cortando madeira transportada pela equipe até Napa e embarcada pelo rio para Benicia e São Francisco. Entre 1846 e 1848, os Estados Unidos estavam em guerra contra o México. Tudo começou um ano antes, em 1845, quando os estadunidenses anexaram o Texas, território que tinha declarado independência do México na década anterior, mas que não era reconhecido pelo governo mexicano. Depois de 2 anos de batalhas, os Estados Unidos da América incorporaram grande parte do território da ex-colônia espanhola, incluindo os atuais estados da Califórnia, Nevada, Arizona, Novo México, Utah e Colorado. A guerra contra o México representou a última grande expansão territorial dos Estados Unidos. Mas o país estava cada vez mais dividido. No Norte, movimentos abolicionistas, apoiados pela elite industrial queriam o fim da escravidão. No Sul os fazendeiros escravocratas queriam manter a expansão territorial de tudo como estava. Com a adição dos novos territórios, as tensões entre o Norte e o Sul se acentuaram. Enquanto os abolicionistas queriam que a nova região adotasse a mão de obra livre, os escravocratas queriam expandir a fronteira das plantations, os latifúndios baseados na mão de obra escravizada.

No segundo Tratado de Paris, o qual marcou o fim da Revolução Americana de 1776, os britânicos cederam a Flórida Oeste de volta à Espanha para receberem as Bahamas, que a Espanha tinha ocupado durante a guerra. A Espanha então tinha o controle sobre o rio ao sul da latitude 32°30` Norte, e, no que ficou reconhecido como a Conspiração Espanhola, pretendia ganhar maior controle da Louisiana e de tudo a oeste. Estas pretensões terminaram quando a Espanha foi pressionada a assinar o Tratado de Pinckney em 1795. A França readquiriu a Louisiana da Espanha em segredo no Tratado de San Ildefonso em 1800. Os Estados Unidos compraram o território da França na Compra da Louisiana em 1803. O Mississippi era conhecido pelos bandidos, pelos insulares como moradores das margens, incluindo John Murrell, que era um assassino, ladrão de cavalos e “revendedor” de escravo. Em 1860, Abraham Lincoln (1809-1865), um senador do Norte, foi eleito presidente da República. Essa foi a gota d’água que levou os estados do Sul declararem Independência e guerra contra o Norte.

Historicamente primeiro barco a vapor a viajar o trecho completo do rio Ohio até a cidade de Nova Orleães foi o New Orleans em dezembro de 1811. Esta louca viagem ocorreu durante uma série de Terremotos New Madrid de 1811 a 1812. Em 1815, os EUA obtiveram o controle sobre o Mississippi após uma decisiva vitória sobre os britânicos na Batalha de New Orleans, parte da Guerra de 1812. O rio foi também uma parte decisiva da Guerra Civil Americana. A Campanha de Vicksburg da União buscava o controle do baixo Mississippi. A vitória da União na Batalha de Vicksburg, em 1863, foi o ponto de viragem para a vitória final da União na Guerra Civil. A legislação, sancionada em 1862, em meio à Guerra Civil, tinha dois objetivos. - “Existiam duas perguntas: a primeira de como a terra deveria ser distribuída, de forma que fosse mais igualitária, e também como a distribuição poderia prevenir a escravidão”, explica Richard Edwards, economista da Universidade de Nebraska e especialista na história da reforma agrária estadunidense. Em meados da década de 1850, a rua principal de Napa rivalizava com muitas cidades maiores, “com cerca de 100 cavalos de sela amarrados às cercas numa tarde média”. Em 1858, a grande corrida da prata começou em Napa Valley, e os mineiros migraram para as colinas orientais. Na década de 1860, a mineração em grande escala, contava com minas de mercúrio operando em muitas áreas do condado. 

O cavalo selvagem, descendente dos cavalos trazidos da Espanha pelos colonizadores para a América do Norte, é um símbolo do Oeste dos Estados Unidos, mas sua proliferação sob o amparo de leis de proteção se tornou um problema de espaço vital no país. O Birô de Gestão de Terras (BLM), uma dependência do Departamento do Interior, tem a seu cargo 33.780 cavalos e 6.825 burros selvagens que trotam, galopam, pastam e se reproduzem livremente em cerca 12 milhões de hectares de terras federais. Os equinos não têm predadores naturais e as manadas podem dobrar de tamanho em apenas quatro anos, e por isso o BLM precisa prender todo ano milhares de animais para controlar a população nas terras federais, que englobam dez estados do Oeste dos Estados Unidos. Para tentar driblar a superpopulação, criou um programa de adoção que possibilitou cerca 2.671 animais sob cuidado de indivíduos privados, mas o número é pequeno comparado à adoção de mais de 5 mil cavalos por ano em meados da década passada. Em 1971, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma lei para atender o problema do abate para consumo de carne e o envenenamento de cavalos selvagens, considerados uma praga pelos criadores de gado. Mas, quatro décadas e meia depois, a proteção dos animais da raça mustangue, elogiada pelos defensores da diversidade biológica e do meio ambiente, se tornou um problema complexo. Para tentar driblar, em certo sentido, é claro que a tópica da superpopulação equina criou um fabuloso Programa de Adoção com 2.671 animais sob cuidado privado, mas o número é pequeno comparado à adoção de 5 mil cavalos por ano em meados da década passada.

A mais notável foi a Mina Silverado, geograficamente perto do cume do Monte Santa Helena. Nessa época, a primeira leva de trabalhadores rurais estrangeiros das aldeias costeiras da província chinesa de Cantão, é real e chegou à Califórnia e às minas do condado de Napa. Um assentamento para trabalhadores chineses foi estabelecido no início da década de 1860. Entre 1861-1865, a Confederação (o Sul) e a União (o Norte) travaram uma guerra que transformou a história do país. Foi nesse contexto que o presidente Lincoln aprovou a lei reconhecida como Homestead Act. O livro de Twain também cobriu extensivamente arrojadas corridas de barco a vapor que tiveram lugar entre 1830 a 1870 no rio, antes que meios mais modernos de navegação substituíssem os vapores. Isto foi publicado primeiro na forma de periódico por Harper`s Weekly em sete partes em 1875 e tinha a intenção de registrar a rápida dispersão da cultura do barco a vapor. A versão completa, incluída uma passagem incompleta de Huckle Berry Finn e trabalhos de outros autores, foi publicada por James R. Osgood & Company em 1885. Em 1869, F A Sawyer fundou a Sawyer Tanning Company em Napa e seu pai, B F Sawyer, juntou-se ao negócio comercial um ano depois. Tornou-se o maior curtume a Oeste do rio Mississippi. John Patchett abriu a primeira vinícola comercial do condado em 1859. O Napa Valley Register, fundado por J I Horrell e L. Hoxie Strong, estreou em 10 de agosto de 1863, com publicações semanais até se tornar um jornal de consumo diário em 1872.

O mundialmente famoso couro Nappa, ou couro Napa, foi inventado por Emanuel Manasse (1842-1899) em Napa em 1875, enquanto trabalhava na Sawyer Tanning Company. Em 1871, Emanuel e Amelia Manasse (1841-1921) vieram para Napa City, Califórnia. Emanuel começou a trabalhar como superintendente da Sawyer Tanning Co. Curtidor talentoso, desenvolveu o processo técnico de impermeabilização Nap-A-Tan. Ele também é responsável pelo desenvolvimento do couro envernizado e pela criação do couro Napa, um couro “extremamente macio usado em luvas”. Historicamente Napa foi constituída em 23 de março de 1872 e reincorporada em 1874 definitivamente como a cidade de Napa. No seu apogeu, entre a década de 1880 e o início de 1900, a população chinesa cresceu demograficamente para uma população extraordinária de mais de 300 pessoas. O Napa State Hospital recebeu seus primeiros pacientes inicialmente em 1876. Cantão está no coração da área metropolitana mais populosa da China continental, uma área mais política e econômicamente do que geográfica, geralmente inclui todos os territórios administrados por Pequim, como a ilha de Hainan, mas que se estende às reconhecidas cidades Foshan, Dongguan, Zhongshan e Shenzhen, formando uma das maiores aglomerações étnicas urbanas do planeta Terra.

A cidade possui estatuto subprovincial e está entre as nove cidades centrais nacionais da giant China. A população migrante de outras províncias da China representou 40% da população total da cidade em 2008. Juntamente com Xangai, Pequim e Shenzhen, Cantão possui um dos mercados imobiliários mais caros da China. No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, pessoas da África Subsaariana que inicialmente se estabeleceram no Oriente Médio e em outras partes do sudeste da Ásia, mudaram-se em número sem precedentes para Cantão em resposta à crise financeira asiática de 1997/1998. Por muito tempo o único porto chinês acessível à maioria dos comerciantes estrangeiros, a cidade caiu para os britânicos durante a Primeira Guerra do Ópio, analisada por Marx, em seus robustos livros que compõem a obra final intitulada: O Capital - Contribuição à Crítica da Economia Política. Não tendo mais o monopólio após a guerra, perdeu o comércio para outros portos, como nas populosas Hong Kong e Xangai, mas continuou a servir como um grande entreposto. No comércio moderno, Cantão é mais reconhecida com a origem e o significado da sua Feira Anual, a maior e mais antiga da civilização erigia pela China. Por três anos consecutivos (2013–2015), a revista Forbes a classificou como a melhor cidade comercial da China continental.

Forbes é uma revista estadunidense do mercado de negócios e economia de cunho informativo, jornalístico ou de entretenimento, evento ou atividade, com o fim de envolver e suscitar o interesse de uma determinada audiência. É a presença de uma audiência que torna possível qualquer atividade privada de recreação ou lazer em entretenimento. A audiência pode ter um papel passivo, como quando se assiste a uma peça teatral, ópera, programa de televisão ou filme; ou um papel ativo, como no caso dos jogos, mas geralmente voltada para o público seletivo e consumidor em geral. Propriedade de Forbes, Inc. e de publicação quinzenal, a revista apresenta artigos e reportagens originais sobre a tópica das finanças, indústria, investimento e marketing. Apesar de não ser seu escopo principal, per se publica as matérias relacionadas à tecnologia, comunicações, ciência e direito. Também é reconhecida por suas listas, principalmente nas quais estabelece e organiza um ranking das pessoas mais ricas dos Estados Unidos da América reconhecida como Forbes 400 e, do mundo globalizado, além de outras, last but not least, como das celebridades mais bem-pagas e das mulheres mais poderosas. Com sede na cidade de Nova Iorque foi fundada em 1917 pelo jornalista escocês B. C. Forbes (1880-1954). Bertie Charles Forbes foi um jornalista financeiro e autor de origem escocesa, que fundou a conhecida revista americana Forbes em 1917. Suas principais concorrentes da categoria de negócios e economia são respectivamente a Fortune e a Business Week. Sua frase de efeito merceológico e marco original em torno da formação de uma plutocracia norte-americana é The Capitalist Tool (“A ferramenta capitalista”). 

No final de 2018, a população da ampla área administrativa da cidade era estimada em 14 904 400 pelas autoridades da cidade, um aumento de 3,8% em relação ao ano anterior. Cantão é classificada como uma cidade global Alpha e há um número crescente de residentes temporários estrangeiros e imigrantes do Sudeste Asiático, do Oriente Médio, da Europa Oriental e da África. Isso levou a ser apelidada de “Capital do Terceiro Mundo”. Emanuel Manasse casou-se com Amelia Hellwig antes de vir para a Califórnia. Juntos eles tiveram seis filhos. Em 1886, Manasse construiu uma magnífica mansão de 12.000 pés quadrados para sua esposa e filhos, localizada na 443 Brown Street. A casa foi projetada pelo famoso arquiteto de Napa WH Corlett (1856-1937). O Napa Valley Opera House tornou-se popular após sua estreia em 13 de fevereiro de 1880, com uma produção de HMS Pinafore de Gilbert e Sullivan, mas depois definhou e até ser fechado por muitos anos. Emanuel Manasse tornou-se sócio da Sawyer Tanning Company em 1880. Emanuel Manesse morreu em 1899. Na década de 1940, a casa foi subdividida em 6 apartamentos. Após a sua morte, Amélia Manasse dividiu a grande casa construindo um muro no centro e acrescentando uma segunda escada, convertendo assim a casa num ambiente duplex. Foi restabelecido progressivamente na década de 1980. Historicamente empresa funcionou por 120 anos, mas fechando suas portas em 1990. Todavia nesta década, a família Morris comprou a estrutura e a converteu em Bed & Breakfast. Atualmente é o representante da White House Inn and Spa. A cidade alfa seria a que possui o maior índice e conectividade internacional. Londres, Nova York e Tóquio são consideradas cidades-alfa.

Bibliografia geral consultada.

BECKER, Howard, Los Extraños. Sociología de la Desviación. Buenos Aires: Editor Tiempo Contemporáneo, 1971; ANYIAR DE CASTRO, Lola, Criminologia de la Liberación. Maracaibo: Universidad de Zulia, l987; BIZZO, Nelio Marco Vincenzo, Ensino de Evolução e História do Darwinismo. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação. São Paulo: Universidade de São paulo, 1991; LARRAURI, Elena, La Herencia de la Criminologia Crítica. Madrid: Siglo Veintiuno Editores, l99l; DURAND, Gilbert, As Estruturas Antropológicas do Imaginário. Introdução à Arquetipologia Geral. São Paulo: Editora Martins Fontes,1997;  WEBER, Lin Weber, “Sob a Videira e a Figueira: Os Judeus de Napa Valley”. Napa Valley:  Sociedade Histórica Judaica de Napa Valley, 2003; SINGER, Peter, Libertação Animal. Porto Alegre: Editor Lugano, 2004; ELIAS, Norbert, Escritos & Ensaios (1): Estado, Processo, Opinião Pública. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006; GOFFMAN, Erving, Estigma. Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 4ª edição. Rio de Janeiro: Editor Livros Técnicos e Científico, 2008; FERREIRA, João Sette Whitaker, O Mito da Cidade Global. O Papel da Ideologia na Produção do Espaço Urbano. Petrópolis (RJ); Editoras Vozes, 2008; CANEVACCI, Massimo, Antropologia da Comunicação Visual. 1ª edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 2009; ESPOSITO, Roberto, Immunitas. Protección y Negación de la Vida. Buenos Aires: Amorrortu Editores, 2009; MICHALSKI, Henry; MENDELSOHN, Donna, Herança Judaica de Napa Valley. Charleston, SC: Arcadia, 2012; CARVALHO, Salo, “Theories of Punishment in the Ages of Mass Incarcerations: A Closer Look at the Empirical Problem Silenced by Justisficationism”. In: Open Journal of Social Sciences, volume I, n° 4, pp. 1-12. 2013; GIMBO, Fernando Sepe, Foucault, o Ethos e o Pathos de um Pensamento. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia e Metodologia das Ciências. Centro de Educação e Ciências Humanas. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2015; SILVA, Nicole Mitchell Ribeiro da, O Trabalho nas Prisões dos EUA: Não é um Sistema de Justiça, é um Negócio”. In: Revista do Ministério Público do Rio de Janeiro, nº 70, out./dez. 2018; RIBEIRO, Carolina Nogueira, “Cavalo Mustang: A História Desse Belo Cavalo”. In: https://www.brkagro.com.br/25/03/2023; entre outros.